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Comportamento Sexual de Adolescentes do Sexo Masculino de Baixa Renda: a Comunidade de Chão de Estrelas em Recife, Pernambuco

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Comportamento Sexual de Adolescentes do Sexo Masculino

de Baixa Renda: a Comunidade de Chão de Estrelas

em Recife, Pernambuco

Morvan de Mello Moreira Fátima Juarez♥

Resumo

Níveis de fecundidade elevada, e até mesmo em ascensão, no Brasil encontram-se entre adolescentes da população urbana em situação de exclusão social. Estima-se, também, que ocorram 12 milhões de ISTs por ano no Brasil, cuja maior incidência aconteceria entre esses adolescentes e jovens. O Brasil também ainda apresenta grandes números de soropositivos, a grande parte infectada na adolescência ou nas idades adulta jovem. As populações adolescente e jovem constituem-se, assim, focos especiais de políticas de saúde sexual e reprodutiva, tanto em nível do estado como das organizações não-governamentais e da sociedade civil. Tendo como foco a população adolescente e jovem do sexo masculino em risco de exclusão social e sexual, o objetivo desse trabalho é apresentar os resultados da pesquisa quantitativa realizada entre 1038 jovens do sexo masculino entre 13 e 20 anos de idades da comunidade de Chão de Estrelas. Os resultados derivam-se do programa de intervenção implementado nessa comunidade de baixa renda na cidade do Recife, com o objetivo de reduzir as gravidezes não desejadas, ISTs e AIDS entre tais jovens. O objetivo central do trabalho é identificar as percepções, valores e comportamentos dos jovens em termos de riscos de contrair ISTs, assim como a auto-percepção de riscos por parte dos mesmos, tendo em conta seus backgrounds sociais e comunitários e características dos envolvimentos afetivos e sexuais nos dois anos anteriores à pesquisa, assim como se a exposição ao Programa condiciona os seus comportamentos atuais. Esse trabalho versa sobre os primeiros resultados quantitativos da pesquisa cujos resultados qualitativos vêm sendo apresentados nos últimos 2 anos (ABEP – Caxambu - 2002, Forum em HIV/AIDS/DST – Havana - 2003, Seminário Papai – Recife – 2003; Encontro de Ciências Sociais do Norte e Nordeste – Aracajú – 2003; 55ª Reunião Anual da SBPC - Recife - 2003; II Congresso Nordestino de Sexualidade Humana – Natal – 2003).

Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em

Caxambú- MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004.

Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e Professor da Universidade Federal de Pernambuco El Colegio de México e London School of Hygiene and Tropical Medicine

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Comportamento Sexual de Adolescentes do Sexo Masculino

de Baixa Renda: a Comunidade de Chão de Estrelas

em Recife, Pernambuco

Morvan de Mello Moreira Fátima Juarez♥

Introdução

A adolescência é um breve e marcante período de transição da infância para a vida adulta realizada por uma multiplicidade de mutações físicas, psicológicas e sociais, na qual prevalece a percepção de que as necessidades imediatas têm prioridade sobre as conseqüências de longo prazo, sentimento de invulnerabilidade, realinhamento da dependência familiar com a busca da autonomia e de aceitação pelos pares. É na adolescência que são estabelecidos padrões básicos de comportamento que se perpetuarão ao longo da vida e o momento na qual ocorre a iniciação sexual, quase sempre acompanhada pela ausência de conhecimentos e meios que permitam escolhas seguras, em grande parte associada ao ambiente cultural e socioeconômico em que os adolescentes transitam.

No Brasil, as persistentes altas taxas de fecundidade adolescente ao longo das últimas décadas, já há algum tempo constituem-se em um forte fator de impulso dos estudos do comportamento sexual e reprodutivo dos adolescentes, em particular sobre as condicionantes do processo de decisão envolvendo o comportamento sexual e reprodutivo deste segmento etário. Ao lado das conseqüências negativas impostas pela gravidez precoce sobre a saúde, a vida social e os projetos de vida dos adolescentes, também é crescente a preocupação com a vulnerabilidade dos mesmos aos riscos das doenças sexualmente transmissíveis, em particular o HIV.1 Esta crescente preocupação com os adolescentes tem-se refletido na implementação de inúmeros projetos dirigidos às suas necessidades específicas, com os esforços focados principalmente sobre a necessidade de se reduzir os riscos sexuais através de mudanças de comportamento.

Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em

Caxambú- MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004.

Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e Professor da Universidade Federal de Pernambuco El Colegio de México e London School of Hygiene and Tropical Medicine

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O presente trabalho insere-se no contexto dos programas de intervenções cujo objetivo é a redução dos riscos associados ao comportamento sexual através da prática do sexo seguro, tendo como estratégia central a ampliação da utilização da camisinha por parte dos adolescentes do sexo masculino. O público meta do programa de intervenção são os adolescentes do sexo masculino de uma comunidade de baixa renda do Recife formada pelos bairros da Campina do Barreto, Cajueiro e Arruda, tendo como referência central a comunidade de Chão de Estrelas, em Campina do Barreto e os adolescentes dos Bultrins que constituíram o grupo controle.

Neste trabalho são apresentados resultados que lançam luzes sobre alguns dos condicionantes da decisão dos adolescentes masculinos desta área de Chão de Estrelas quanto ao uso do condom, sendo os dados provenientes da pesquisa prévia realizada ao programa de intervenção – baseline. A identificação da importância relativa de um conjunto de componentes pessoais, demográficos, sócio-culturais afetando as escolhas dos adolescentes, em muito contribuirá para que formuladores e executores de políticas e programas focalizados neste segmento populacional melhor desenhem suas estratégias de atuação junto aos mesmos e utilizem instrumentos mais adequados à consecução de seus objetivos, direcionando-os para as componentes que mais afetam o comportamento sexual e reprodutivo dos adolescentes.

O Programa de Intervenção

.O Programa de Saúde Reprodutiva do Adolescente do Sexo Masculino no Recife foi implementado em Chão de Estrelas como uma experiência monitorada de intervenção, acompanhada por pesquisa de todas as etapas envolvidas em sua implementação, tendo como objetivo contribuir, a partir de seus resultados, para a melhor formulação de políticas orientadas à prática do sexo seguro, mormente por meio da ampliação do uso do condom entre adolescentes masculinos em situação de vulnerabilidade social.

A meta central do programa de intervenção era promover atitudes responsáveis entre os adolescentes do sexo masculino, dando-lhes maior conhecimento sobre as questões de saúde sexual e reprodutiva e, simultaneamente, disponibilizando o mais amplo e fácil acesso ao condom, na expectativa de que se viessem a estabelecer novas práticas sexuais que se cristalizariam em comportamentos que privilegiassem o sexo seguro.

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A intervenção-pesquisa constou de três etapas: baseline, intervenção e avaliação. No baseline foram coletadas informações sobre a comunidade e 1038 jovens da mesma, e outros 400 jovens escolhidos em uma área-controle, de características similares à de Chão de Estrelas, mas não afetada pela intervenção. O levantamento quantitativo foi realizado por meio de um questionário estruturado, dividido em várias seções, incorporando temas tais como: características do entrevistado; família; amigos; auto-estima; atribuição causal; locus de controle; tempo de referência; mobilidade social esperada; educação sexual na escola; vivências de infecções e conhecimentos sobre Aids e DSTs; experiência sexual; história sexual, informações sobre parceiros e uso de contracepção e condom, por meio de calendário; expectativas sobre conseqüências de gravidez e DSTs; crenças normativas.

Também foram realizados três grupos focais que não só permitiram refinar o questionário, mas, também, forneceram informações contextuais sobre o conhecimento e comportamento dos adolescentes quanto à sexualidade e à saúde reprodutiva.

A intervenção, que durou, aproximadamente, 15 meses, foi especialmente desenhada tendo como referência o programa “Gente Jovem” realizado pela MEXFAM, com base na estratégia de programa conduzido de jovem para jovem. Entre as atividades da intervenção, maior ênfase foi dada ao treinamento participativo em saúde sexual e reprodutiva realizado por adolescentes da comunidade – os promotores, acompanhado por atividades na comunidade com a disseminação de informações e distribuição de preservativos. O maior e mais fácil acesso aos preservativos foi garantido através dos promotores que disponibilizaram o condom a um preço simbólico, definido conjuntamente com os adolescentes usuários, bem abaixo do preço de mercado, além de sua distribuição gratuita por ocasião das varias atividades promovidas, tais como, concursos musicais, de grafitagem, palestras, gincanas, peças teatrais, festas, etc.

A avaliação do projeto está em andamento, tendo sido realizada uma reinquirição de todos os adolescentes entrevistados no base-line (1038 em Chão de Estrelas, 400 na área-controle), acompanhados por entrevistas em profundidade em ambas as áreas. (SANTOS et al., 2000,2001,2002 e JUAREZ e SANTOS, 2001).

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Contexto

O conjunto populacional de Chão de Estrelas, foco da pesquisa, situa-se na divisa Recife/Olinda, na ponta do istmo formado pelo Rio Lava Tripas e o Canal do Riacho Catão na bacia do Rio Beberibe, no Bairro da Campina do Barreto, tendo como vizinhos circundantes Peixinhos e Arruda, constituindo com os mesmos um aglomerado populacional de características semelhantes.2

A comunidade de Chão de Estrelas, surgiu como conseqüência da relocação dos moradores de Cabo Gato, no vizinho município de Olinda, tendo desenvolvido um tenaz esforço de organização comunitária que se mantém até os dias atuais, conferindo-lhe reconhecimento como importante pólo de organização comunitária.3 Trata-se de uma típica comunidade pobre, marcada por precárias condições de saneamento, mas que, em conseqüência das lutas comunitárias, muito ligadas às melhorias nas condições de moradia, apresenta notáveis avanços nas condições ambientais e oferta de serviços públicos, contando, também, com a presença de inúmeros projetos de desenvolvimento social realizados por OSCs e ONGs. 4

Para o conjunto da população formada pelo aglomerado Campina do Barreto, Arruda e Peixinhos, onde Chão de Estrelas se encontra, os dados do Censo Demográfico de 2000 traçam um perfil típico de comunidade marcada por ampla exclusão social, com distribuição etária jovem, níveis médios de escolaridade relativamente baixos, níveis de fecundidade adolescente elevados, baixos níveis de ocupação da população dedicada a atividades de modesta qualificação e, em conseqüência, baixo nível de renda auferida pelos que trabalham. Os resultados são mostrados na Tabela 1.

Algumas das características da área mostram ser ampla a proporção de crianças e jovens na área, residindo em habitações com modestas condições de habitabilidade, refletidas, entre outros parâmetros no alto número médio de moradores por cômodos e , em especial de moradores por dormitórios. A maciça presença de trabalhadores na

2 Veja-se, por exemplo, Santos, Juarez, Moreira (2002).

3 Vide, por exemplo, Fontes (1991) que analisa as inserções de indivíduos de baixa renda em uma rede

egocentrada tomando como ilustração a comunidade de Chão de Estrelas.

4 Por exemplo, em 2002 o Instituto Ayrton Senna premiou a ONG Instituto Vida - Adolescência e

Cidadania por suas atividades com adolescentes carentes do Recife, ente as quais os de Chão de Estrelas. A Comunidade conta com notáveis expressões culturais como o Grupo Daruê Malungo, o Mamulengo do Prof. Benedito, o Maracatu Cambinda Estrela, os grafiteiros do Centro Comunitário e, no carnaval de 2004, constitui-se em um dos oito Pólos Descentralizados do Carnaval Multicultural do Recife.

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construção civil, quando homens, e domésticas, quando mulheres, mostra constituir-se a área em população com baixos níveis de qualificação e educação formal, ainda que a maior presença das novas gerações na escola façam com que a proporção de analfabetos seja próximo a 20% e o número médio de anos de estudo, independente do sexo, situe-se ao redor dos 5,5 anos. São relativamente altos os níveis de fecundidade em Chão de Estrelas relativamente àquela vigente no Recife e significantemente mais elevada a fecundidade adolescente, que, ali, resulta em que de cada 4 nascimentos, aproximadamente, 1 seja fruto de uma mãe adolescente.

Tabela 1– Campina do Barreto, Arruda e Peixinhos – Indicadores Selecionados – 2000

Indicador Valor Unidade

População Total 25.983 Pessoas

Homens 46,3 % Mulheres 53,7 % Menos de 20 anos 38,8 % 13 a 19 anos 14,4 % De 20 a 60 anos 52,7 % Acima de 60 anos 8,4 %

Tamanho Médio da família 4,1 pessoas

Nº. Médio de moradores por dormitório 2,4 pessoas

Homens com trabalho remunerado na semana 49,6 %

Mulheres com trabalho remunerado na semana 33,6 %

População com trabalho remunerado na semana 40,9 %

Atividade principal masculina - Construção Civil 7,7 % Segunda atividade masculina - Funcionário público estadual 5,4 % Atividade principal feminina - Serviços domésticos 22,8 % Segunda atividade feminina - Atividades de educação particular 5,5 % Rendimento médio da atividade principal - homens 584,19 reais Rendimento médio da atividade principal - mulheres 472,23 reais

Vive em companhia do cônjuge 43,5 %

Atualmente não, mas já viveu em companhia de cônjuge 18,1 %

Nunca viveu em companhia de cônjuge 38,4 %

Anos médios de estudo - ambos os sexos 5,5 anos

Anos médios de estudo - homens 5,5 anos

Anos médios de estudo - mulheres 5,6 anos

Analfabetos 21,8 %

Religião - Católica Apostólica Romana 62,7 %

Religião - Igreja Evangélica Assembléia de Deus 5,9 %

Religião - Espírita, Kardecista 3,3 %

Cor – branca 34,8 %

Cor – preta 5,1 %

Cor – parda 59,5 %

TFT * 2,0 filhos por mulher

TFT – Recife 1,8 filhos por mulher

Taxa especifica de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos * 95,5 filhos por mil mulheres Taxa especifica de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos - Recife 80,0 filhos por mil mulheres Participação da fecundidade adolescente na TFT * 24,4 %

Participação da fecundidade adolescente na TFT - Recife 22,1 % Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2000 – Microdados – cálculos do autor.

Inclui, adicionalmente, a população de Fundão,Cajueiro,Porto da Madeira e Água Fria.

Os resultados obtidos através dos grupos focais realizados com os adolescentes da Comunidade, previamente à implantação da intervenção, sugerem estar culturalmente arraigada em Chão de Estrelas a presença de um duplo padrão quanto à sexualidade, no qual é natural e desejável a atividade sexual masculina pré-matrimonial,

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que é vedada às mulheres através de fortes sanções que estigmatizam aquelas que insistem em terem relações sexuais fora do casamento.5

Algumas das características mostradas na Tabela 2 indicam, por exemplo, a separação entre sexo e afeto por muitos dos adolescentes da comunidade, assim como a identificação da relação como necessidade sexual mais comum ao homem do que à mulher.6

Arcabouço Conceitual

As pesquisas sobre comportamento sexual dos adolescente ressentem muitas vezes de uma base teórica, pois ainda estão em construção as teorias sobre o desenvolvimento dos adolescentes, e em grande parte as pesquisas centram-se sobre uma única variável (principalmente auto-estima e locus de controle) ou grupos de variáveis (fatores culturais, relações familiares, características individuais) desconsiderando o contexto em que o adolescente se insere e as interações que vivencia (Juarez, 1998; Chubb, Fertman, Ross, 1997; Miller, Fox, 1987).

O arcabouço conceitual subjacente à análise realizada neste trabalho é o modelo sugerido por Simons (1989) incluindo as sugestões de Juarez (1998).

Incorporando os contínuos avanços nas teorias do comportamento adolescente e as evidências empíricas, a proposta de Simons (1989) resulta da superposição dos componentes de diversas teorias e modelos. Ela tem como base o Modelo das Crenças em Saúde (The Health Belive Model) estabelecido nos anos 50, somando aspectos da Teoria da Ação Racional (Theory of Reasoned Action), dos anos 70, e fortes injunções da Teoria do Comportamento Planejado (Theory of Planned Behavior), do final dos anos 70. Conceitos de outras teorias e modelos mais recentes, principalmente das abordagens cognitivas da psicologia, também contribuíram para a definição do modelo de Simons, tais como a Teoria da Aprendizagem Social (Theory of Social Learning), a Teoria Social Cognitival (Theory Social Cognitive) e a Teoria da Interação (Theory of Interaction) e que resultaram na sua versão mais recente, conforme apresentado em Juarez (1998). A sugestão de uma abordagem eclética como proposta por Simons,

5 Vide Moreira, Juarez (2003, 2003b, 2003c, 2003d); Santos, Juarez, Moreira (2000, 2001, 2002)

6 Outros dados do questionário auxiliam a percepção da concepção de que são diferentes as regras a guiar

o comportamento sexual dos adolescentes, cabendo à mulher o papel da “bem comportada”, virginal, submissa, não promíscua ou fácil, e estigmatizadas se não submetem a tais regras, enquanto os homens são gratificados pelo seu “natural”, esperado, intenso e diversificado relacionamento pré-matrimonial.

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incorporando frações de vários modelos e teorias, suportadas por resultados empíricos, permite a inclusão de distintas evidências e propostas sobre o comportamento adolescente, acrescentando ramos ao tronco do arcabouço analítico.

Em essência, o arcabouço elaborado por Simons afirma que dentro de um ambiente cultural e material que influencia a decisão quanto à adoção de um determinado comportamento, ele se manifestará após a avaliação dos custos - custos e obstáculos tangíveis e intangíveis da ação proposta - e benefícios - eficácia de uma determinada ação para bem-estar do decisor - envolvidos na adoção de tal comportamento (vale a pena?). O arcabouço assume então que quanto maiores os benefícios líquidos percebidos, maiores as chances de que um comportamento seja realizado. Essa avaliação dos custos e benefícios é mediada pela percepção dos recursos e oportunidades à disposição do decisor, o que entre outras coisas inclui, por exemplo, a autonomia do mesmo em tomar a decisão que pode estar sob o escrutínio de outros, tais como pais, vizinhos, amigos e parceiras (sanções positivas ou negativas, aceitação, suporte, rejeição), assim como o contexto que permeia a tomada de decisão (ideologia machista, facilidade de diálogo, preconceitos, grau de informação, expectativas culturais sobre a passividade e submissão feminina e a virilidade masculina, etc.). A intenção em direção ao comportamento, depende do grau de controle percebido pelo ator sobre a ação (sou capaz?), que é o resultado da sua percepção quanto aos obstáculos e oportunidades com que se defronta e o grau de poder que o mesmo tem sobre os elementos que facilitam ou restringem a ação.7 As expectativas do ator e o valor que dá às mesmas, assim como as suas crenças a respeito das expectativas de outros e o peso que as mesmas têm para ele, no sentido de desejo de preencher tais expectativas, conformam as intenções do indivíduo, e, juntamente com as normas subjetivas percebidas pelo mesmo determinam o seu comportamento. 8

Um adolescente é particularmente sensível às pressões de seus pares, com o passar do tempo, inclusive mais do que a de seus pais, e a realização de um determinado comportamento depende muito daquilo que é comum aos seus pares e o peso que o adolescente atribui à necessidade de se conformar ao grupo. O mesmo ocorre com relação à família, mas, a adolescência, enquanto um período de conflitos familiares e de

7 Essa idéia de grau de controle percebido corresponde à noção de auto-eficácia, qual seja a crença de ser

capaz de realizar as ações destinadas a produzir o resultado esperado, introduzida por Bandura, 1977.

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definição de autonomia é, também, o período de progressivo afastamento do adolescente da família em direção aos pares. Muito significativo é o papel da parceira nas decisões sobre o comportamento sexual, uma vez que muitas das decisões quanto ao comportamento sexual dos adolescentes envolvem negociações na díade e são decisões mútuas, tomadas em conjunto, pela díade em relacionamento. Negociações desta natureza, entretanto, envolvem relações de poder e, portanto, incorporam as diferenças de classe, gênero e idade.9

Além dos fatores sociais, atributos individuais também se mostram influentes no processo de decisão do adolescente. Assim, ao lado da idade, nível educacional, situação de residência, o nível de auto-estima e o grau de controle que os adolescentes percebem ter sobre suas vidas delimitam o processo decisório. Dessa forma, aqueles que acreditam que suas vidas são governadas por fatores exteriores a eles, tais como a sorte, o destino, o acaso, ou algum outro tipo de poder externo, serão menos persistentes na busca de realização de seus objetivos ou mais inconstantes em seu comportamento, ao contrário daqueles que acreditam que serão bem sucedidos naquilo que planejaram e que realizarão aquilo que estabeleceram (porque detêm conhecimentos, habilidades, determinação, por exemplo).

Junto com controle, auto-estima, definida como “quanto uma pessoa gosta, aceita e respeita a si mesmo como pessoa” (Harter, 1999), tem sido tomada como aspecto psicológico de significativa influência sobre o comportamento adolescente e condicionante de tomadas de decisão. Usualmente aumento da auto-estima é tomado como objetivo de programas de suporte a adolescentes na prática do sexo seguro, mas os achados empíricos revistos por Morris, Young e Jones (2000) apontam que a relação entre auto-estima e comportamento sexual é dependente do contexto cultural e do grupo social em tela e que há muitas evidências de uma correlação positiva entre alto nível de auto-estima e comportamento sexual de risco e que, na melhor das hipóteses, não há evidências conclusivas sobre a relação entre auto-estima e comportamento sexual.

9 Usualmente, os padrões de socialização masculina atribuem-lhes o poder dominante sobre as questões

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Metodologia e Dados

Neste trabalho foi realizado um modelo de regressão logística parcimonioso, gerado por meio de um processo de seleção hierárquico através da retirada progressiva das variáveis (backward method), com base na estatística de significância da variável, não tendo sido consideradas as possíveis interações entre as covariáveis, tomando como variável dependente o uso do preservativo por ocasião da última relação sexual. O pacote utilizado foi o SPSS versão 10.

Os dados referem-se a 796 adolescentes sexualmente ativos, moradores da Comunidade de Chão de Estrelas (área de intervenção) e dos Bultrins (área-controle), não se fazendo distinções entre os mesmos, pois que se tratava de populações de características similares antes da intervenção.

Na Tabela 2 são apresentadas algumas características desta população considerada que, de forma parcial, identificam algumas das características dos adolescentes em tela.

Sem preocupação de que os dados apresentados na Tabela 2 buscassem descrever um perfil majoritário dos adolescentes sexualmente ativos de Chão de Estrelas, algumas das informações disponíveis permitem vislumbrar algumas das facetas dos mesmos. Assim, os sexualmente ativos considerados, em grandes números são aqueles com 14 anos e mais, ainda que os menores de 15 anos representem mais de 10% do total deles, o que é coerente com a observação de que apenas um número reduzido dos mesmos iniciou-se sexualmente após os 14 anos de idade. Mais de 80% deles ainda estão na escola e já ultrapassaram a formação do ciclo grau. O número daqueles que confessaram professar alguma religião é bastante modesto, se bem que quase todos eles indicaram ser muito importante a figura de Deus para suas vidas (dado não mostrado). Com hábitos semanais de bebida (com amigos e/ou familiares – dado não mostrado) e com alguma presença constante de drogas, estes jovens ainda revelam uma visão romântica da relação sexual, associando-a ao afeto, mas convencidos de que a sexualidade masculina em muito difere da feminina, principalmente ao afirmarem que as necessidades sexuais dos homens são maiores do que as das mulheres. O número de adolescentes sexualmente ativos que afirmou ter usado proteção quando da primeira vez não é desprezível (o condom foi o método mais indicado – dados não mostrados), assim como é significativa a proporção dos que atribuem alto significado ás expectativas dos

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pais, inclusive superior á dos amigos. É também notável a fração daqueles que se auto-classificam como determinados a usar o condom, qual seja a de se protegerem a despeito do pedido ou não da parceira para usar ou não a camisinha.

Apesar deste conjunto de evidências não ser suficiente para se esboçar o perfil médio do adolescente do sexo masculino sexualmente ativo de Chão de Estrelas, essas poucas evidências sugerem que, a despeito de ser constituída por população em situação de vulnerabilidade, uma parcela dos adolescentes envolvidos na pesquisa não pode ser considerada como tábua rasa em termos de práticas sexuais seguras ou de atitudes positivas para com elas.

O conjunto das covariáveis a comporem o modelo que tem o uso de preservativo por ocasião da última relação sexual como variável dependente foi, inicialmente, estabelecido pelas variáveis presentes no questionário indicadas pela literatura por guardarem estreita relação com o uso do condom. Dessa matriz foram selecionadas aquelas variáveis que o teste de χ2 indicou associação estatística significante e mantidas outras poucas que a literatura aponta como importantes, mesmo não tendo sido aceitas pelo teste.

O conjunto selecionado foi: grupo de idades dos adolescentes; uma medida de auto-estima, neste caso, avaliada como satisfação com a própria aparência; o locus do controle, indicado pela importância atribuída à sorte; a existência de um clima familiar de afeto e apoio, assim como se há um ambiente propício entre os pares, representado pela existência de amigos e amigas com os/as quais se fala sobre sexo; a percepção sobre o valor e o uso da camisinha, dada pelo conhecimento da mesma em razão da resposta sobre a afirmação de que a camisinha não previne a gravidez (categoria invertida) e a relativa disponibilidade da mesma, expressa pela sua posição quanto à idéia de ser barata a camisinha; se fez uso da camisinha por ocasião da primeira relação sexual, assim como se alguma vez usou o condom; a atitude positiva de uso, manifesta pela idéia de que o garoto deve usar a camisinha mesmo quando a parceira não pede; a idade em que ocorreu a iniciação sexual, e uma medida aproximada de auto-eficácia, dada pela auto-classificação do adolescente em termos do uso da camisinha no qual o mesmo se vê como determinado a se proteger.

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Tabela 2 – Chão de Estrelas e Bultrins – Características Selecionadas dos Adolescentes Entrevistados

Grupo de Idades Casos % Sexo só deve ser feito quando existe amor Casos %

13 e 14 anos 82 10,3 Concorda plenamente 118 14,8

15 a 17 anos 388 48,7 Concorda 387 48,6

18 e 19 anos 326 41,0 Não concorda nem discorda 83 10,4

Anos de Estudo Discorda 193 24,2

0 ou 1 ano 19 2,4 Discorda completamente 15 1,9

2 a 3 anos 70 8,8 Rapazes necessitam mais sexo do que garotas

4 a 7 anos 452 56,8 Verdadeiro 563 71,1

8 a 10 anos 219 27,5 Falso 166 21,0

11 e mais 36 4,5 Não Sabe 63 8,0

Ainda Estuda? N.R. 4

Não 134 16,9 Risco de contrair Aids

Sim 657 83,1 Grande 145 19,0

N.R. 5 Moderado 88 11,5

Religião Pequeno 324 42,4

Católica 441 55,5 Nenhum risco 207 27,1

Evangélica 67 8,4 NR 30

Espírita Kardecista 12 1,5 Idade de Iniciação

Religião Afro-brasileira 15 1,9 Antes de 14 anos 471 61,5

Outra 2 0,3 15 a 17 anos 284 37,1

Nenhuma 258 32,5 18 e mais anos 11 1,4

N.R. 1 N.R. 30

Cor Proteção na primeira relação sexual

Branco 204 26,0 Não 541 68,0

Negro 141 17,9 Sim 255 32,0

Mestiço 429 54,6 É importante agir como seus pais esperam?

Amarelo 7 0,9 Muito importante 567 71,3

Outro 5 0,6 Mais ou menos importante 155 19,5

N.R. 10 Não está seguro 12 1,5

Freqüência com que bebe Mais ou menos s/importância 31 3,9

Nunca 170 21,4 Totalmente sem importância 30 3,8

Uma ou duas vezes ao ano 94 11,8 N.A./N.R. 1

Cerca de uma vez por mês 121 15,2 É importante agir como seus amigos esperam? Cerca de uma vez por semana 257 32,3 Muito importante 137 17,2 Mais de uma vez por semana 154 19,3 Mais ou menos importante 102 12,8

Já usou drogas/Usa drogas? Não está seguro 22 2,8

Nunca 689 86,6 Mais ou menos s/ importância 130 16,3

Algumas vezes 86 10,8 Totalmente sem importância 405 50,9

Freqüentemente 20 2,5 Auto-identificação quanto ao uso da camisinha

Outra 1 0,1 Determinado 269 36,4

Percepção da vida social Negociador 265 35,8

Boa 573 72,0 Guiado pelo sexo 107 14,5

Mais ou menos 200 25,1 Abdicador 32 4,3

Ruim 23 2,9 Indiferente 58 7,8

Contra 9 1,2

N.R. 56

Fonte: Pesquisa de Campo

No processo de geração dos resultados foram sendo progressivamente eliminadas as seguintes variáveis, na ordem a seguir: condom não previne a gravidez; a idade de início da vida sexual ativa; o grupo etário ao qual o adolescente pertence; a atitude positiva quanto ao uso da camisinha; a disponibilidade do condom; o ambiente familiar; a interação com os pares do sexo feminino e o locus externo de controle, de tal forma a restar apenas aquelas variáveis apresentadas à Tabela 3.

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Resultados

Na Tabela 3 são apresentados os resultados da regressão logística tendo como variável dependente a utilização do condom por ocasião da última relação sexual.

É interessante observar que de quatro dimensões a mensurar a auto-estima, aparência, personalidade, bem estar físico e bem estar emocional, apenas aquela referente à auto-avaliação do adolescente quanto à sua aparência mostrou significativa correlação com o comportamento de aversão ao risco sexual. Este resultado sugere que certas áreas específicas da auto-estima são mais capazes de afetar o comportamento adolescente do que outras. Ademais, no que diz respeito à relação entre auto-estima e comportamento sexual, há evidências de que ela varia com o grupo estudado e é dependente do contexto cultural. Também, como já se afirmou, há indicações de relação negativa entre auto-estima e comportamentos de risco, encontrando-se na literatura que jovens com maiores níveis de auto-estima são os que mais se envolvem em relações sexuais de risco (Morris, Young, Jones, 2000).

Tabela 3 – Adolescentes de Chão de Estrelas e Bultrins - Coeficientes, Nível de Significância e Odds-ratios estimados do modelo de regressão logística parcimonioso, sem interações, relativos ao uso de condom por ocasião da última relação

Covariáveis

e Categorias β

Signif. Odds

Ratio

Constant -5,608 0,000 0,004

Tem amigo com quem falar sobre sexo – Não

Sim 0,622 0,003 1,862

Usou condom na primeira relação sexual – Não

Sim 0,697 0,001 2,008

É de bom senso usar camisinha – Não

Sim 0,732 0,037 2,080

Procura sempre se proteger – Não

Sim 2,302 0,000 9,997

Já usou condom alguma vez – Não

Sim 3,797 0,000 44,574

Avaliação pessoal quanto à aparência - Não

Sim 0,335 0,074 1,398

Fonte: Dados básicos da pesquisa de campo

Os resultados da pesquisa em Chão de Estrelas mostram uma associação positiva entre auto-estima, mensurada pela satisfação com a aparência, e o uso de camisinha na última relação, encontrando-se que, entre aqueles que indicam como alta a auto-avaliação da própria aparência, as vantagens são 40% mais elevadas para o uso do

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condom do que para aqueles que indicaram como média ou baixa a avaliação sobre sua própria aparência. Ampliar a auto-estima do adolescente tem sido apontada como estratégia para afetar positivamente o comportamento sexual adolescente em direção ao sexo seguro, de reforço a outros estímulos positivos externos e, inclusive, como forma de contrabalançar eventuais pressões negativas de grupo.

Entre todas as covariáveis a auto-estima é a que apresentou a mais baixa vantagem.10

A interação entre pares, aproximada pela existência de amigos com os quais se fala sobre questões pessoais, inclusive sobre sexo, apresentou odds-ratio mais elevado do que auto-estima. Os resultados mostram que aqueles que afirmaram conviverem com amigos que preenchem tal papel apresentam quase o dobro de chances de usar o condom em suas relações sexuais do que aqueles que têm amigos, mas não falam com eles sobre suas vidas sexuais ou que não têm amigos com os quais falam de suas vidas pessoais. Castro, Abramovay e Silva (2000, p. 25) afirmam que “a socialização dos jovens no campo da sexualidade se dá principalmente entre os pares e metade dos jovens pesquisados apontam que os colegas ou amigos são os que mais lhe informam sobre sexo” (p. 125). Neste sentido há que se lembrar que os pares tanto podem afetar o adolescente positivamente em direção ao sexo seguro, como negativamente, ao estimularem o comportamento de risco, a depender do que prevalece no grupo. Considerando que a influência dos pares cresce com a idade do adolescente, fica claro a importância dos amigos mais velhos na orientação dos mais jovens sobre a necessidade de proteção e o significado maior de seu estímulo quando se tratar da iniciação sexual, pois que, uso quando da primeira relação é consolidador de uso persistente.

A construção de uma atitude favorável quanto ao uso do condom, expressa pela aceitação de que é bom senso usar camisinha, tem o mesmo impacto sobre as vantagens no uso do condom nas relações sexuais que o de se ter feito uso de camisinha como método de proteção por ocasião da primeira relação sexual. As razões de chances mostram o dobro de vantagens para ambas as covariáveis quanto comparadas com as das categorias de referência que são desconsiderar como desejável o uso da camisinha e não ter utilizado o condom por ocasião da iniciação sexual.

10 Estamos denotando por vantagem a razão entre a probabilidade de ocorrência do evento em relação à

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Identificar-se como pessoa determinada a se proteger, independentemente do desejo da parceira ou do pedido para que não use a camisinha na relação, multiplica em quase dez vezes a vantagem daqueles que assim se definem em relação aos que se portam de outra forma. A construção de tal ego deveria, portanto, configurar-se, como uma meta essencial de todo programa de intervenção objetivando estimular os adolescentes masculinos na prática do sexo protegido.

Os resultados apontam o impacto extremamente significativo sobre o uso do condom nas relações sexuais quando, em algum momento, o adolescente já fez uso do mesmo. Assim, a despeito de possíveis restrições estatísticas a tal resultado (na resposta sobre ter usado o condom em algum momento o entrevistado pode ter incluído na informação o ter usado na última relação), a simples indicação de que a experiência prévia constitui um condicionante do comportamento presente aponta na direção de que mesmo quando as avaliações de programas de ampliação do uso do condom não apresentem resultados significativos de imediato, ficaram estabelecidas bases que gerarão resultados positivos no futuro.

Em síntese, os resultados encontrados permitem traçar um cenário no qual ter construído atitudes favoráveis ao sexo seguro, reforçadas pelo nível de auto-estima e pelos impactos positivos dos amigos, constrói uma identidade favorável à autodeterminação na direção da proteção, que, reforçada pelo uso do condom quando da primeira vez ou de seu uso em algum momento, leva ao uso da camisinha quando da última relação sexual.

Conclusões

O conjunto de resultados chama a atenção para algumas implicações para os programas destinados à ampliação da prática do sexo seguro, através do maior uso do condom, por parte dos adolescentes do sexo masculino quando das suas relações sexuais. De início, os resultados encontrados reafirmam a importância de todo e qualquer esforço para ampliar o uso do condom entre adolescentes do sexo masculino, chamando a atenção de quão importante é garantir que o mesmo ocorra quando da iniciação sexual do adolescente, o que remete à significância da educação sexual do adolescente virgem e aponta a necessidade de se estabelecer programas que dêem conhecimento e criem atitudes favoráveis ao condom antes da iniciação sexual do adolescente. O significado da preparação do adolescente jovem, antes de se tornar

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sexualmente ativo, é ampliado pela importância que a construção de atitudes favoráveis ao uso do condom tem para o comportamento adolescente. Apenas duas outras variáveis que não atitudes favoráveis ao uso do condom, mantiveram-se significantes em termos de relações positivas quanto ao efetivo uso do condom: ter amigo que inclusive converse sobre sexo e gostar da própria aparência. Enquanto indicadores da importância das interações sociais entre adolescentes e seus pares e de auto-estima, ambas as variáveis, reafirmam a correção de propostas de intervenção nas quais os próprios adolescentes são os atores principais das trocas com outros adolescentes. Pelo significado que a interação inter-pares apresenta, os programas não devem descurar o enorme potencial difusor de impactos sobre o comportamento advindos da construção de saberes e atitudes coletivas favoráveis ao uso do condom entre grupos de adolescentes. Da mesma forma, os programas devem estar atentos para os significados da auto-estima na construção de atitudes e comportamentos que afastam os adolescentes dos riscos do sexo não protegido.

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