DO
POLICULTIVO
DE
PEIXES
EM
SANTA
CATARINA
Presidente:
Membro:
Membro:
Suplente:ESTUDO
BlOECONÔNllCO
EXPLORATÓRIO
por `
MATIAS
GUILHERME
BOLL
Dissertação aprovada
como
requisito parcial~ para' obtenção
do
títulode
mestreno
Curso de
Pós-Graduação
em
Aquicultura, pelacomissão formada
por:Prof. QrÍ*ÊdgarñAugust Lanzer .
f
Pró.
Dr.
vo
Zan¡boñ¡F¡iÍioff' zu..
Prof. . maflíoberto Àndreatta
/ _
Prof. Dr. Vinícius Ronzani Cerqueira
Florianópolis, 8
de
Novembro
de
1994.Este trabalho é dedicado a todos aqueles extensionistas, pesquisadores e
produtores
que
demaneira
desinteressadatem
contribuído paraa definição das bases de
um
modelo
deprodução
de peixes autêntico eadequado
à realidade catarinense.AGRADECIMENTOS
Quando
comeceio
mestrado,em
Março de
1990, estavacom
muitasesperanças
em
relaçãoao
meio acadêmico. Hoje, três anos e meio depois, esta›
dissertação
condensa
oque de
melhor eu vi, estudei e experimentei neste período.Foram
maisde
930 diasde
experimento à nívelde
campo, mais de 8 Megabites detexto e cálculos
acumulados
no notebook e pertode 560
páginasem
4 versõesdo
trabalho final. (Paralelamente fui
conhecendo
alguns dos sintomascomuns
da"síndrome dos mestrandos": o sono aparece depois das 2 h da madrugada, os
cabelos não
param
de cair, aqueles que nãodespencaram ficaram
brancos, etc.Felizmente a bolsa foi suficiente para custear o processo de terapia durante os
últimos '9
meses
do
curso.)Na
minha avaliação, no entanto, valeu a pena. Valeumuito a pena.
À
todas as pessoasque
acreditaram neste trabalho, muito obrigado.Alguns de vocês são
nominados
a baixo. Àquelesque
foram esquecidos, minhasdesculpas. .
f
Em
primeiro lugar quero agradecer aomeu
orientador, Prof. Dr. Edgar AugustoLanzer. Poder conviver'
com
tua humildade, perspicácia, profissionalismo eobjetividade, por si só, foiuum grande privilégio.
Mas
pessoalmente o mais importantefoi a confiança
que
depositastedesde
o inicio sobremim
emeu
trabalho. Isso valemuito para mim. Muito obrigado. Espero
que
a gente possa se cruzar muitas vezespor estas voltas
que
omundo
dá.Gostaria
de
agradecer aosmembros
da banca examinadora pelas sugestõesque ajudaram a melhorar esta dissertação. _
Quando
o cursode
pós-graduaçãoem
Aquiculturado
CCA/UF
SC
ainda estavaem
fase de estruturação e as condições para o ingresso dos alunos não estavamdefinidas, pude contar
com
apoio demeu
primeiro orientador, Prof. Dr. Juán Enrique ivWnatea.
Quero
agradecer-lhe a confiança depositada na minha pessoa eem
meu
trabalho.
A
idéia de desenvolverum
trabalho na direção da avaliação económica surgiudurante minha estada no Japão,
em
1992.O
coordenador do curso GeneralAquacultura, da JICA, sr. Juichiro Sasaki, foi
meu
primeiro orientador nestacampo
esua dedicação, esforço e grande amizade
não
esquecerei jamais.Domo
arigatôgozaimashita. '
.
Sem
dúvidauma
das colaborações mais importantes para este trabalho veiode
meu
chefe e colega noCampo
Experimentalde
Piscicultura de Camboriú(CEPC
-EPAGRI/UFSC), Gosuke
Sato.Como
Coordenadordo
CEPC,
Sato garantiu oespaço físico e todas as condições necessárias para
condução
dos longosexperimentos
em
policultivo de peixes.Como
colega, participoucom
sugestões,ajudou a fazer amostragens, fazendo todo esforço possível para
que
osexperimentos
chegassem
aum
bom
termo.A
ti Sato, muito obrigado.J
Na condução
dequase
três anosde
experimentaçãoem
policultivo foi muitovalioso o apoio e cooperação
dados
pelos colegas funcionáriosdo
CEPC.
À
João
daCruz Burg, Algeu Manoel dos Santos e Hamilton Roberto Silva, muito obrigado.
No
experimento lll
também
foi importante acolaboraçãode
Silvano Garcia, Jurandir Largura, e Nivan Rodriguesda
Silva.À
dezenas de alunos do Colégio Agrícolade
Camboriú, especialmenteao
aluno Valter Luis Polimeno,também
obrigado.Enquanto estive no
Japão pude
contarcom
a ajuda de alguns extensionistasem
pisciculturada EPAGRI.
Mais tarde voltei a contarcom
sua colaboração.Sua
participação foi principalmente na obtençao dos preços atualizadosde
pescadode
água doce comercializado
em
diferente locaisde
Santa Catarina.Aos
colegas JorgeMatos Casaca, Anastácio Castelo
de
Matos, Luís Carlos Perín, Roberto Pilatti,Osmar
Tomazelli e Albertino Zamparetti, atuantes nos municípiosde
Chapecó,Concórdia, Joinville, Mafra,
Chapecó
e Tubarão, respectivamente, muito obrigado.Os
demais preços foram obtidosem
sua maioria junto ao InstitutoCEPA, onde
colaboraram Francisco Carlos Heiden e llmar Borchart. V
O
trabalho da bibliotecária Zilma MariaVasco
da EPAGRI/Florianópolis foifundamental na obtençao rápida e eficiente da bibliografia necessária e tão escassa.
A
bibliotecária Maria Solange Maidena, daFundação
Universidade de Rio Grande,muito obrigado pelo acesso ao Aquatic Sciences
and
F isheries Abstracts (ASFA).Ao
Prof. Dr. Yasuhiko Taki, pela simpatia e facilidade no acesso à biblioteca central da
Tokyo
University of Fisheries, muito obrigado.Meu
agradecimentoao
Dr. RicardoTsukamoto
pelas precisas informaçõessobre computadores e impressoras portáteis existentes no Japão e compatíveis
com
o sistema IBM/PC,
num
momento
que estas informaçõeseram
muito dificeisde
serem obtidas.
Ao
Engenheiro Luís Antunes Lopes e sua esposa Maria José, pelaamizade e insistência
em
que eu tivesse instalados os melhores softwaresdisponíveis no mercado, peças fundamentais para o
acabamento
deste trabalho. Finalmente aos colegas da turma do mestradoem
aquicultura/92.O
convíviocom
o Alexandre, oAndré
("Dedé"), Fabiano ("o bailarino"),Graco
("Gracolino"),Guilherme, Lamartine, Luciane, Roberto e Suzi Maiara foi super divertido
e
enriquecedor.
Vocês
são pessoasque
se tornaram- muito importantes para mim.À
Carlito Klunk, secretario
do
curso de mestrado,sempre
solicito, muito obrigado.Por fim,
mas
não por último,um
grande agradecimento à Christine.Esposa
ecompanheira, não se limitou à
uma
participação contemplativa nestes últimos trêsanos. Durante minha estadia no Japão,
manteve
todos os contatos para a coletade
preços e informações iniciais necessários.Também
foi a Tinequem
vez a primeirarevisão
do
manuscrito, criticando edando
sugestões para desenrolar os "nÓsde
idéias"que
vieram da minha cabeça ao longo no texto. Muito maisque
isso, lhe soumuito agradecido pela paciência
num
convíviocom
um
marido dispersoe meio
fantasma, o qual,
ao
contrário dos fantasmas das obras literárias, muitas vezesesteve presente
apenas
fisicamentemas
muito longe nos pensamentos.Sou
grato aDeus
pela vida e por terme
permitido andar até aqui.Sem
Êlenada teria sentido.
Matias
Guilherme
BollFlorianópolis, Novembro/94.
suMÁRIo
CAPITULO 1
`
INTRODUÇÃO: `
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, OBJETIVOS E
ESTRUTURA
DO
TRABALHO
Introdução Objetivos
Estrutura do trabalho
CAPÍTULO2
AVALIAÇÃO
DA
PRODUÇÃO
ERENDIMENTO
DO
POLICULTIVO 'Introdução Objetivos
Materiais e Métodos
Resultados Discussão
Conclusões e recomendações para pesquisa
CAPITULO 3 `
ANÁLISE FINANCEIRA
DO
POLICULTIVONAS CONDIÇÕES
DESANTA
CATARINAintrodução . ~ Objetivos Materiais e Métodos Resultados Discussão V
Conclusões e recomendações para pesquisa
CAPÍTULO4
MAIS
EM
ANÁLISE FINANCEIRADO
POLICULTIVODE
PEIXES:EXERCICIO
DE
OTIMIZAÇÃODA
COMBINAÇÃO DE
EsPECIEsCOM
AuxILIo
DA
PROGRAMAÇÃO
LINEARIntrodução Objetivos
Materiais e Métodos
Resultados
Discussão 130
Conclusões e recomendaçoes para pesquisa
APÊNDICE Az
_
Experimento I: resultados por espécie e por repetição
suMÁR|o
(continuação)APÊNDKIE B: A
Experimento il: resultados por espécie e por repetição
APÊNDicE cz
Experimento HI: resultados por espécie e por repetição
APÊNDiCE D:
Detaihamento do cálcuio do custo de produção dos experimentos I, Il e Hi
ABSTRACT
REi=ERÊNciAs BiBLi0GRÁFicAS . . . ..1 143 46 . . . ..149 . . . . . . ..152 . . . . . . ..153 viiiLISTA
DE
TABELAS
1.
Comportamento
alimentarde
algumas espéciesde
peixes cultivadasem
Santa Catarina _2. Densidade ie biomassa inicial dos peixes estocados nos
experimentos l, ll e lll
3. Caracterização de três experimentos
em
policultivo de peixesconduzidos no
Campo
Experimental de Piscicultura de Camboriú(CEPC)
entre 1990 e 19934. Qualidade
do
soloem
duas profundidades (5 e 10 cm) de 12 viveirosdo
Campo
Experimental de Piscicultura de Camboriú(CEPC)
5. Densidade, peso médio inicial e flnal, biomassa inicial e flnal,
sobrevivência e incremento
de
peso por espécie no experimento l6. Análise estatistica para os resultados de biomassa flnal,
sobrevivência, produção
de
biomassa e conversão aparente verificados no experimento l7. Densidade, peso médio inicial e flnal, biomassa inicial e flnal, sobrevivência e incremento
de
peso por espécie no experimento ll8. Análise estatística para os resultados de biomassa flnal,
sobrevivência, produção de biomassa e conversão aparente verificados no experimento ll
9. Densidade, peso médio inicial e flnal, biomassa inicial e flnal,
sobrevivência e incremento de peso por espécie no experimento
lll
10. Análise estatística para os resultados de biomassa final,
sobrevivência, produção de biomassa e conversão aparente verificados no experimento lll
-1
11.
Recomendação
donúmero de
peixes al estocar nos tratamentosB
eC
do experimento l visando a despesca de peixes detamanho
comercial '
_ -
12.
Recomendação
donúmero
de peixes à estocar no tratamentoH
experimento lll visando a despesca de peixes de
tamanho
comercial i
LISTA
DE
TABELAS
(continuação)
Caracterização básica de très experimentos
em
policultivoconduzidos
em
viveiros de230m2
noCEPC
entre 1990/93Caracterização dos principais pontos considerados nesta análise
financeira '
Custos de investimento, produção e 'comercialização de peixes
produzidos
em
poiicultivonum
viveirode
terra de230m2
nascondições de Santa Catarina
Análise financeira da produçao de peixes
em
policultivonum
viveirode
230m2
nas condições de Santa CatarinaPonto de equilibrio da produção
em
relação a diferentes preços demercado
para peixes deágua
doce,segundo
os experimentosrealizados
Cálculo do custo
da
mão
de obra utilizada nos experimentos depolicultivo estudados neste trabalho: (horas trabalhadas/atividade)
Caracterização das condições observadas no exercicio de
otimização econômica da combinação
de
espécies de peixes nopolicultivo
Tabela de cálculo para a otimização econômica da combinação de
espécies no policultivo
Principais resultados
do
programa de otimização da combinaçãode
espécies do policultivoExperimento l: resultados por espécie e por repetição
Experimento ll: resultados por espécie e por repetição
`
Experimento lll: resultados por espécie e por repetição
Planilha detalhada para o cálculo dos custos
de
produção de peixesem
policultivo nos experimentos I, ll e lllX 84 88 94 96 . . . . . . ..105 . . . . . . ..109 126 . . . . _. 128 . . . . . . ..131 140 . . . . . . _. 144 . . . . . . .. 147 . . . . . . ..15O
LISTA
DE
FIGURAS
1. Temperaturas médias da agua
de
superfície nos viveiros doCampo
Experimental
de
Piscicultura de Camboriú(CEPC)
no periodo de1989 a 1991 (a linha pontilhada mostra a temperatura média do ar
em
Itajaí no período 1989 a 1993)2. Performance da carpa
comum
estocadaem
duas
densidades (1.700e 2.900 ind./ha) nos policultivos
B
eA
do experimento I3. Performance da tilapia estocada
em
duas densidades ( 1.600 e 2.900ind./ha) nos policultivos
A
eB
do experimento l4. Quantidades de insumos oferecidas aos peixes nos tratamentos A,
B
e
C
do experimento l5. Performance
comparada
da carpa prateada (1.600 ind./ha). nospolicultivos
E
e Fdo
experimento ll6. Performance
comparada
da tilapia (1.100 e 1.200 ind./ha) nospolicultivos
E
e Fdo
experimento II7. Performance da carpa
comum
estocadaem
duas densidades (250 e700 ind./ha) nos policultivos
E
e F do experimento ll8. Quantidades de insumos oferecidas aos peixes nos tratamentos
E
eF do experimento ll
9. Performance da tilapia estocada
em
duas densidades (1.650 e 3.300ind./ha) nos policultivos
H
e J do experimento lll10. Performance da carpa capim (500 ind./ha) nos policultivos
H
e J doexperimento lll
12. Performance da carpa
comum
(500 ind./ha) nos policultivosH
e Jdo experimento lll
13. Quantidades
de
esterco oferecidas aos peixes nos tratamentosH
eJ do experimento lll
13. Resultados médios para biomassa inicial, biomassa final e produção
de biomassa nos experimentos de policultivo l, ll e Ill
LISTA
DE
FIGURAS
(continuação)
Preços de comercialização das principais espécies de peixes
de
água doce
cultivadasem
Santa Catarina .Preços
de
comercialização de alevinos ll das principais espéciesde
peixes
de
água doce cultivadasem
Santa Catarina VPreços de comercialização da carpa
comum
em
Santa Catarina: l.Variação de preços
em
diferentesépocas
e localidadesPreços de comercialização da carpa
comum em
Santa Catarina: ll.Variação nos preços de acordo
com
aépoca
de comercializaçãoPreços de comercialização da carpa
comum em
Santa Catarina: lll.Variação de preços conforme a localidade ev sua produção
Comparação
entre as médias históricas dos preços recebidos pelosprodutores catarinenses para diferentes produtos animais
Custos de produção e receitas teóricas para diferentes
tamanhos de
viveiros de produção de peixes de
água
doceComparação
de diferentes resultados do custode
produção unitáriode peixes
de
água doceem
Santa Catarina.Efeito de diferentes preços e
tamanhos
de comercialização da carpacomum
sobre o retorno financeiro do policultivo de peixesconduzidos
em
viveiros de230 m2
Efeito
de
diferentes preços etamanhos
de comercialização datilapia sobre o retorno financeiro do policultivo de peixes
conduzidos
em
viveiros de230 m2
. . . ..1O . . . ..13 . . . . . . ..13 xii . . . . . . ..91 . . . . . . ..92 Q . . . . _ . ..101 . . . . ..102 . . . . . . ..103 . . . . . . ..111 . . . . ..113 4 6Resuivio
Esta trabalho apresenta a análise quantitativa e
econômica de
três experimentos(l, ll e lll)
em
policultivode
peixes envolvendo 7 combinações diferentesde
peixesde
agua
doce.Os
cultivos foram delineadosem
condições de baixa intensidadede manejo
e alimentação procurando refletir a realidade existente na grande maioria das
pequenas
propriedades rurais catarinenses.As
suplementações alimentares utilizadas consistiramde: a) mistura de cereais cozida (exp. I); b) capim branco (Brachiaria sp; exp. l e ll); e c) esterco animal (exp. l, ll e Ill). Para viveiros
com
230m2
eum
períodode
análisede
210 a 225 dias, todos os tratamentos atingiram
uma
biomassa final entre 2.400 e 3.077kg/ha (média de 2.554 kg/ha).
A
maior biomassa final foi obtida no experimento l,com
opovoamento
de 2.900, 1.700, 800 e 850 ind./ha d_e tilapia, carpacomum,
carpa capim epacu, respectivamente.
Nas
mesmas
condições, oaumento
da densidadede
estocagem da carpa
comum
de 1.700 para 2.900 ind./haacompanhado
da diminuiçãoda densidade da tilapia de 2.900 para 1.600 ind./ha levou ã
uma
redução de 31%
naprodução de biomassa.
A
estocagem
da carpa prateada na densidade de 1.600 ind./ha,devido a sua intensa pressão sobre o nivel trófico primário, se apresentou prejudicial a
produção de peixes
em
sistemasonde
o uso de suplementações orgânicas é baixo (525 kg MS/ha/dia).
Quando
apenas
o esterco de suínos foi oferecido3x/semana
naproporção de 7
%
(MS)do
peso vivo dos peixes no policultivo, 'a estocagem da tilapiana densidade de 1.650 ind./ha se mostrou vantajosa
em
relação a 3.300 ind./hadado
omaior peso médio
com
que
esta espécie foidespescada
(434 e 304 glind,respectivamente).
Com
base nosdados
médios de produção obtidos nos experimentosI, ll e Ill, foi conduzida a análise financeira da produção a qual evidenciou
que
apesardo
emprego
de suplementaçõesde
baixo custo, nas condições deste trabalho o policultivo apresentouum
alto custo de produção (US$/kg 1,63; 1,04 e 0,80, respectivamente).Este fato esteve relacionado ao
pequeno tamanho
dos viveiros (230 m2),ao
altoinvestimento necessário à construção dos
mesmos
e ao uso de manejos/tecnologiasaltamente consumidoras de
mão
de obra.Um
viveirocom
no mínimo 1.150m2
semostrou necessário para trazer os índices econômicos do policultivo à
um
nível mais competitivo. Através do uso da programação linear evidenciou-se a possibilidadede
aumentar o retorno
econômico
em
14%
através da otimização dacombinação de
espécies no policultivo.
Em
casode queda
nos preços de comercializaçãodo pescado
de água doce, o programa apresentou
como
economicamente
vantajoso (3,5 e 7,0 %,para a carpa
comum
e
tilapia, respectivamente) a despescade
'peixesmenores
(1 ,0e
0,25 kg/ind., respectivamente).
A
análise dos preços de comercialização depescado
em
Santa Catarina, por sua vez, apresentou
uma
diferença de4%
entreo
preço praticadona
Quaresma
e nos demaismeses
do ano. Este fato sugere que, por si só, o período daPáscoa
não é atrativo o suficiente para a comercializaçãodo
pescado, exceto nacomercialização de grandes quantidades. Considerando a obtenção de biomassas
em
torno de 2.500 kg/ha
com
uso exclusivo do esterco de suínos, futuras investigaçõesenvolvendo a intensificação do uso de alimentação/manejo na produção
de
peixesem
policultivo deverão considerar a obtenção de biomassas significativamente superiores
aos 2.500 kg/ha e/ou a redução dos custos
com
mão-de-obra, possibilitando a produção de peixes porum
customenor que
US$
0,80/kg.CAPÍTULO
1_
INTRODUÇÃO;
_
REvisÃo
BiBi_ioGRÁi=icA,oBJETivos
E
ESTRUTURA
DA
oissi5RTAçÃo
A
ideiade
desenvolverum
estudoeconómico
sobre o policultivode
peixesem
Santa Catarina
acompanha
a própria história da piscicultura no Estado. Neste capitulo éfeita
uma
introdução geral sobre o assunto,começando
por algumas pinceladasno
histórico recente da piscicultura
em
Santa Catarina,passando
pelas principais espéciescultivadas, seus hábitos alimentares e, finalmente, são abordados alguns dos principios
básicos do policultivo. Procurou-se, a medida
que
os assuntos são levantados,identificar
algumas
lacunas de informação e a partir destas traçar os objetivosdo
presente trabalho.Para entender melhor este processo vale a pena retornar ao inicio da
década de
70,quando
a Associaçao de Credito e Assistência pesqueira de Santa Catarina(ACARPESC)
trouxedo
RioGrande
do Sul alevinos de peixe-rei (Odonthestesbonaríensis) para distribuir à uma' dúzia
de
produtores interessados(ACARPESC,
1971).Também
é importante lembrar que as justificativas para o investimento oficialnesta atividade foram (e ainda são) duas: a) elevar
o
nível nutricional da populaçãorural e b) elevar a renda dos produtores
(ACARPESC,
1986). Vinicialmente,
dado
a ausência de antecedentes teóricos e práticos adaptados ás condições locais, a piscicultura catarinense se caracterizou pela tentativade
imitaçãodas técnicas alienígenas acessadas via literatura
(Grumann
e Casaca, 1989).Na
expectativa denão
deixar passar o crescente interesse sobre o assunto, forampágina 15
propostos pacotes tecnológicos incompletos e frágeis, o
que
acabou trazendoresultados frustrantes a nível
de
produção (Tamassia e Zamparetti,' 1987). Mais tarde, aatividade foi sendo redirecionada por tecnicos, pesquisadores e produtores à
uma
condição adaptada à realidade geográfica e socioeconômica local (Associação
de
Crédito e Assistência Rural
de
SantaCatarina-ACARESC,
1989; Casaca, 1987;Casaca
e Zamparetti, 1987;Grumann
e Casaca, 1989). Este processo não se deu de formahorizontal. Enquanto
que
a fasede
reprodução e alevinagem,dado
sua alta taxade
retorno econômico (Kreuz e Tamassia, 1986;
Tamassia
e Kreuz, 1988a,Tamassia
eKreuz, 1988b), pode absorver
um
conjunto de técnicas mais intensivo, a fasede
terminação (engorda) experimentou
um
processo de adaptaçãocom
muito maisdificuldades. Isto se deu devido á relutância dos tecnicos de
campo
e produtores - estesnaturalmente conservadores -
em
aceitarum
conjunto de técnicas altamentedependente
de
insumos alheios à propriedade, exigindo odesembolso de
um
capitalpraticamente inexistente.
A
partirdo
exposto, não surpreendeque
a produtividademédia dos cultivos de peixe
em
Santa Catarina neste período se encontrava na faixados
500
kg/ha/ano (Tamassia e Zamparetti, 1987).Com
aadoção
de três passos básicos, entretanto, foi possível reverter o cenáriodos então monocultivos da carpa
comum
(Cyprinus carpio) e tilapia (Oreochromisniloticus), tornando-os mais atrativos aos produtores (Boll, 1992a; Perin, 1985;
Casaca
e Zamparetti, 1987; Rockzanski, 1989 Ç
Tamassia
e Zamparetti, 1987). Resumidamente,estes passos foram: a) a redução da densidade de estocagem, obtendo-se na despesca
peixes maiores, preferidos pelo consumidor e, conseqüentemente, de maior valor
comercial; b) a utilização intensiva do esterco animal
como
insumo básico na produçãode
peixes; e c) a introduçãode
uma
etapa intermediária no processo produtivo, destinada à produção de alevinos maiores, tornando as despescas mais previsíveis.Ainda que,
sem
dúvida, este conjunto de tecnicas tenha sido fundamental para asobrevivência e credibilidade do programa de assistência tecnica à piscicultura,
página 16
momento
não
foi avaliado.É
bem
verdadeque Tamassia
e Kreuz (1988c) levantarammuitas informações importantes sobre a viabilidade econômica da produção
de
carpasem
Santa Catarina.Suas
conclusões foram as seguintes: "que é possívelaumentar
aprodutividade da piscicultura catarinense e diminuir seus custos unitários
de
produçãoatravés de: 1) fornecimento regular
de
subprodutos agropecuárioscomo
fontede
alimento; e 2) inicio. dos cultivos
com
maior biomassa".Dado
o -pequenonúmero
de
observações e, principalmente, a diversidade entre as
mesmas,
entretanto, estasconclusões refletem antes
uma
afirmação
sobre os princípios geraisda
piscicultura encontrada na literaturado que
os resultados concretos encontradosem
seu trabalho(Hepher
e
Pruginin, 1985; veja Kutty, 1985, parauma
breve revisão sobre o assunto).Muitas questões continuam
sem
resposta. Por exemplo, qual o real impactoeconômico
de diferentes técnicas de manejo e suplementação sobre a viabilidade
econômica da
piscicultura? Qual é a área mínima necessária para diluir os custoscom
mão
de
obra?Afinal, qual é o
desembolso
efetivamente necessário à produção de peixesem
SantaCatarina?
E
qual é a taxade
retornoque
um
produtor terá sobre o seu investimento napiscicultura? Ainda
que
as respostas variem para diferentes condiçõesde
produção,é
imperiosoque
secomece
a ter referências básicas para poder direcionar a pesquisae
aextensão aos pontos
de
estrangulamentoda
atividade, ou seja, aquelescom
maiorperspectiva
de
retorno econômico após seu equacionamento.O
usode
estercos animais na produçãode
peixes inicialmente foi vistocomo
uma
forma barata
de
fertilizar viveiros, favorecendoo
desenvolvimento de alimento natural(Hepher e Pruginin, 1985). Modernamente,
no
entanto,com
base no alto teorde
matéria orgânica
que
envolveo
esterco animal no meio aquático,tem
se aceitoque
seupapel
no
cultivode
peixes éde
alimento direto para o zooplânctone algumas
espéciesfiltradoras
de
peixes (Hepher e Pruginin, 1985). Observou-se, por exemplo,que
aspartículas
de
esterco, após sua dispersão no meio liquido, são cobertas porum
filmede
bactérias e protozoários, elevando
em
muito seu teor nutricional (parauma
revisão vejapágina 17
Catarina, devido a seu grande plantel
de
suínos, temuma
produção anualde
aproximadamente 3.300.000 toneladas
de
esterco suíno, a maior partedo
qualé
lançada aos rios; Tal disponibilidade representa
um
grande potencial de suplementaçãoalimentar para o desenvolvimento
do
cultivode
peixes no Estado.Além
disso,com
a melhoria nos serviços de fiscalização ambiental,não
se aceita mais o despejo destevolume de
dejetos orgânicos nos rios, necessitando-se urgentemente de altemativasde
baixo custo para a reciclagem
do
esterco animal produzido. ~O
policultivo foio
passo seguinte no aperfeiçoamentodo
processo produtivode
peixes
de
água-doceem
Santa Catarina.Acenando
com
a perspectiva da utilizaçãode
espécies mais eficientes no uso
do
alimento natural (abundante nos viveirosintensivamente supridos
com
esterco animal), suaadoção
em
Santa Catarina já eraesperada
em
meados
dosanos
80 (Matos, 1984, Tamassia e Zamparetti, 1986)e
iniciou-se concretamente após a obtenção,
em
1988, dos primeiros resultados positivosna reprodução das carpas chinesas (carpa prateada, Hypophthalmichthys molitrix;
carpa cabeça grande, Aristichthys nobi/is; e carpa capim, Ctenopharyngodon ide//us) no
Estado (Boll
e
Garádi, 1993).A
carpa prateadae
a carpa cabeça grandesão
espéciesgregárias e de hábito alimentar
marcadamente
planctófago, eque
ocupam
conseqüentemente a meia coluna d'agua.
A
carpa capim, por sua vez, se alimentapreferencialmente de macrófitas, apresentando comportamento mais versátil, circulando
por
quase
todos os nichosdo
viveiro (Vinogradow, 1979).Em
diferentes países estas três espécies são classicamente utilizadasem
policulti_vo, quer seja para a melhoria dascondições ecológicas
em
açudes
de abastecimento público, quer seja para aintensificação da produção
de
peixesem
viveiros paraconsumo
humano
(Vinogradow,1979).
Mais recentemente outras espécies de peixes foram introduzidas
em
SantaCatarina,
com
destaque para o pacu (Piaractus mesopotamícus)e
o catfish norteamericano (Ictalurus punctatus).
A
introdução destas espécies ocorreu por razõespágina 18
reofilicos na
década de
80em
todo Brasil (Bolle
Sato, 1993),o
usode
peixes nativosna piscicultura recebeu
um
impulso muito grande. Atingido pelaenorme
expectativaque
se colocou sobre os integrantes amazônicos do grupo
Colossoma
sp,o
pacu» passou aser considerado
uma
alternativa para regiõesde
clima mais frio, ocorrendouma
verdadeira avalanche
de
pesquisas sobre o cultivo desta espécie, notadamente naRegião Sudeste (Centro
de
Pesquisae
Treinamentoem
Aquicultura-CEPTA, 1986).O
catfish, por sua vez, teve sua introdução
em
Santa Catarina, .apartirdo
Paraná, motivada pelo sucesso comercialque
esta espécie alcançouem
seu paísde
origem, osEstados Unidos. Até o
momento
seu cultivo estásendo
desenvolvido principalmentevisando
uma
forma empresarial, e por issomesmo,
os resultados obtidos praticamentenão
tem
sido divulgados.Além
destas, algumas espécies nativastambém
são utilizadasnos cultivos de peixes
de
Santa Catarina, especialmente o cascudo (Plecostomus sp;Erbes, 1990) e os bagres nativos (Rhamdia sp).
Apesar de
apreciados pelosconsumidores o uso das espécies nativas ainda está limitado pela obtenção
das
suasformas jovens apartir da reprodução não controlada, reduzindo sua importância
econômica até o
momento.
Nos
últimos anosnão
tem
sido feitoum
acompanhamento
oficial dosznúmeros da piscicultura deáguas
interioresem
Santa Catarina.Segundo
algumas estimativas extraoficiais, entretanto, Santa Catarina possui
uma
área alagadade
cercade
1.270hectares, produzindo anualmente 1.960 toneladas
de
peixede água
doce,aproximadamente (Boll, 1992c).
Segundo
amesma
fonte, são produzidosno
estadoperto de 16 milhões
de
alevinos l. Estão incluidos nestas estatísticas osnúmeros
datruticultura, a qual
aumentou
em
muito sua participação na produçãode pescado
catarinense nos últimos anos.
Conforme
Boll e Garádi (1993),é
interessante obsen/arque, apesar da grande redução no esforço dos serviços
deextensão
em
piscicultura verificadoem
Santa Catarina apartir do final dos anos 80, a atividade continuouapresentando crescimento regular e
firme
em
termos de produção de peixesde
página 19
Segundo
Hepher e Pruginin (1985), a produçãode
peixesem
policultivo objetivamaximizar a utilização
do
alimento natural mediante o usode
tecnologiasde
baixoinvestimento.
Um
exemplo disso é a fertilização dos viveiroscom
fertilizantes orgânicose químicos, resultando na produção
de
peixe à baixo custo.A
maiorvantagem do
policultivo, neste caso, é o uso completo
do
espaço edo
alimento disponíveis noviveiro, maximizando as interações benéficas entre espécies compatíveis
de
diferenteshábitos alimentares e ecológicos (Lin e Peter, 1991).
Na
Tabela 1 são apresentados oshábitos alimentares
comumente
referidos na literatura para algumas das espéciesde
peixes cultivadas
em
Santa Catarina.Como
veremos
mais adiante,num
viveirode
cultivo, estes hábitos "puros" raramente são mantidos. Isto se
deve
ao fatode
no viveiro as relaçõesde
competição pelo alimentoserem
muito mais intensas doque
aquelasverificadas no ambiente natural.
Em
outras palavras, as diferentes espéciesde
peixespodem
mudar
sua preferência alimentarde
acordocom
a disponibilidade dos alimentos,e principalmente,
de
acordocom
a competição pelomesmo
(Hepher, et al, 1989; Reich,1975; Spataru, 1982; Spataru et al, 1983; Trewawas, 1982; entre outros).
Como
exemplo
cabe citar a os controvertidos resultados obtidos na determinaçãodo
"efeitodo
pastejo" da carpa prateada e cabeça grande sobre as
comunidades
planctônicas nosviveiros. Estas espécies, além
de serem
usadas no policultivo tradicional,também
foram
povoadas
principalmenteem
viveiros de cultivo do catfishe
docamarão
giganteda malásia (Macrobrachium rosembergii)
com
o objetivo de melhorar as condiçõesecológicas, controlando a dinâmica das populações planctônicas (
Laws
e Weisburd,1990; Dunseth e Smitherman, 1977).
Algumas
vezes (Opuszynsky, 1981;Laws
e
Weisburd, 1990), entretanto,o
comportamento alimentar destas espécies foi bastantediferente
do
comportamento "puro" esperado (Spataru, 1982; Spataru et al, 1983). Interessante notartambém,
que
das espécies apresentadas na Tabela 1, _a tilapia(Oreochromis niloticus) apresenta
uma
grande variação no regime alimentar.O
efeitoprático destas obsen/ações
é que
a simples escolhade
um
grupode
espéciescom
página 20
TABELA
1Comportamento
alimentar dealgumas
espécies de peixes cultivadasem
Santa Catarina
Espécie
NOME
c|ENTii=|co HÁB|ToALMENTAR
Carpa prateada . Hypophtha/michthys mo/itn`x Fitoplantófagoi- 2, planctÓfago'~2
Carpa cabeça grande _
Aristichthys nobilis ZooplanctÓfago1›2
Carpa capim Ctenopharyngodon ide//a Macrófitófagoi-2
Carpa
comum
Cypfinus carpio Bentófagoi-2Catfish /cta/urus punctatus Onívoro3, Nectófagofl
Tilapia Oreochromis ni/oticus F itoplantófagol, planctófagoi
detritívoroi, onivoro4
Pacu Piaractus mesopotamicus Frutivoro5
'Schroeder, 1980; 2Tang, 1970; 3FAO, 1980; "Trewavas, 1982; 5Espinoza, 1984.
significa necessariamente
que
está se otimizandoo
aproveitamentodo
alimento natural.Por si só, este fato coloca
um
fatorde
complexidade muito grande para a análiseda
produção e os aspectos econômicos
do
cultivode
peixesem
viveirosde água
doce.Evidentemente a proporção entre as diferentes espécies e suas densidades
de
estocagem
sãode
suma
importância no policultivo. Estas»podem
ser determinadasde
duas
formas: atravésdo
cálculo das proporçõesdas
espéciesquando
seconhece
seushábitos alimentares e a quantidade
de
alimento natural presente nos viveiros. lsto foirealizado, por exemplo, por
Tang
(1970),em
Taiwan.Uma
segunda formaé
por tentativa e erro,que
é a forma .maiscomumente
utilizada para determinar estasrelações (Hepher e Pruginin, 1985).
Na
prática,deve
se levarem
contanao
só amaximização da produção
mas
também
o valor comercial de cadaum
das
espéciespágina 21
possíveis.
Além
disso, outras questõesde
manejo,como
a possibilidadede
uma
despesca intermediária e os diferentes
tamanhos
dos peixes na despescadevem
serconsideradas (Hepher e Pruginin, 1985). Para o sucesso dos cultivos é muito
importante
que
a taxade
crescimentode
cada espécie seja talque
todas as espéciespossam
ser despescadas simultaneamentequando
atingirem otamanho
comercial.A
taxa
de
crescimento, por outro lado, dependerá da densidadede estocagem
e, portanto, influirá nas proporções entre as espécies (Hepher e Pruginin, 1985).Na
medidaem
que
estes aspectos.
também
vãosendo
considerados a complexidade das questõesenvolvidas no processo produtivo
aumenta
consideravelmente. Questões tecnicas eeconômicas
parecem
estar cada vez mais interdependentes. Qual a proporção idealentre as espécies disponiveis no
povoamento que
permitaque
todascheguem
ao
tamanho
comercial até o finaldo
períodode
engorda? Qual o período de cultivo maisdesejável sob o ponto
de
vistaeconômico?
Qual a combinaçãode
espéciescom
melhordesempenho
econômico?A
bioeconomia, por sua vez, ocupa-se justamente da' aproximação entre osrequisitos técnicos e as questões econômicas na avaliação dos sistemas
que envolvem
organismos vivos. Considerando
que
a aquicultura é nova e portanto, relativamentepouco desenvolvida e, por enquanto, limitada
em
definições tecnológicas, muitasrespostas se fazem necessárias para as questões
de
viabilidade econômica, para aotimização dos-métodos
de
produção e, finalmente, para o direcionamentode
recursos da pesquisa (Allen et al, 1984).'
~
Objetivos
O
objetivo geraldo
presente trabalhode
dissertaçãoé
contribuir parao
descortinamento de algumas das questões
de
caráter quantitativo eeconômico
página 22
conduzidos 3 experimentos
em
condiçõesde
baixa intensidade de manejoe
usode
suplementações alimentares
de
baixa qualidade, caracteristicas dasmédias e
pequenas
propriedades do Estado.Quer
se desta forma levantar pontosde
referênciaque possibilitem a
comparação
e avaliaçãode
melhorias tecnológicas ede manejo
nestes sistemas a
serem
introduzidas no futuro. Especificamente são considerados osseguintes objetivos:
1) Avaliar o efeito
de
diferentes combinaçõesde
espécies sobre a produçãoe o
rendimento
do
policultivo de peixesem
sistemas limitados pela qualidade e quantidadedas suplementações oferecidas;
2) Avaliar o efeito
de
diferentes suplementações alimentaresde
baixa qualidadesobre a produção e rendimento
do
policultivode
peixes nas condiçõesde
SantaCatarina;
A
3) ldentificar e analisar os efeitos dos principais
componentes
do
custode
produção
do
policultivode
peixesem
sistemasde
suplementações de baixa qualidadenas condições de Santa Catarina;
4) Avaliar financeiramente
o
policultivode
peixes conduzidoem
pequenos
viveirose
suplementadoscom
produtos de baixa qualidade;5) Analisar os
dados
obtidos sobre os preçosde
comercializaçãode pescado
cultivado
em
água doce
identificando algumas tendências de mercado:6) Estudar
o
efeito teóricode
diferentes combinaçõesde
espécies sobreo
desempenho
financeirodo
policultivode
peixes utilizandocomo
ferramenta aprogramação linear.
Estrutura
do
trabalhoPara facilitar a
compreensão
desta dissertação decidiu-se organiza-laem
página 23
as seções
de
introdução, materiais e metodos. resultados, discussão, conclusõese
sugestões
de
pesquisa para futuros trabalhos.Desta forma os assuntos correlatos foram aproximados, visando facilitar a
compreensão
do leitor.A
estrutura maior, por sua vez,tem
uma
seqüência lógica entreos capitulos.
O
capítulo 1 apresentauma
introdução geralao
trabalho,define
seusobjetivos e apresenta
uma
perspectivade
sua estrutura.No
capítulo 2 é feitoo
estudoda produção e
do
rendimentodo
policultivode
peixes nas condiçõesde
Santa Catarina.No
capitulo 3, por sua vez, é conduzida a análise financeira do policultivo, tendo porbase os resultados obtidos no capítulo 2. Finalmente no capítulo 4 é desenvolvido
um
exercicio
de
otimização da combinaçãode
espécies no policultivo utilizandocomo
ferramenta aprogramação
linear.CAPÍTULO
2'AvALiAÇÃo
DA
PRoDuÇÃo
E RENoiiv|ENTo
oo
1
PoL|cuLTivo
DE
Peixes
introdução:
Normalmente se diz
que
a agricultura ocorre na terra e a aquicuitura na água.Aparentemente isto é correto,
mas
no sentido estrito das palavras, a aquicuitura tratade
cultivos
que
ocorremem
ecossistemas muito mais complexosdo que
osda
agricultura (Sinha, 1981). Aindaque
similar à agricultura noque
se
refere a fertilidade inerentedo
soloe
suas interaçõescom
as formasde água
disponíveis, a aquiculturae o
ambientealagado oferecem oportunidades para
que
sejam empreendidos "os cultivos dascr¡açoes", os quais são constituídos
em
sua maioriade
peixes, crustáceosou
certas plantas aquáticas (Sinha, 1981). Portanto, a aquicuitura éuma
combinação
curiosade
ambos, agricultura e criação
de
animais. Entretanto, devido aos diferentes níveistróficos operando no ecossistema e a presença de diversas espécies
com
diferentes hábitos alimentares,sem
dúvida a aquicuitura se torna muito mais complexa. lsto sedeve
em
primeiro lugar ao fatode que
a aquicuitura ofereceum
espaço tridimensionalpara os animaislplantas cultivados. Para usar todos estes espaços no ecossistema
uma
"combinação sinérgica" de espécies
de
peixesque
usem
todos estes nichos .éaltamente desejável. Este sistema
tem
estadoem
voga na Ásia a muitos anos,onde o
policultivo
de
carpas, envolvendo 'acombinação de
espéciesque
se alimentam nacamada
mais superficialda
água,com
espéciesque
ocupam
a meia colunada água e
os peixes de fundo, evoluiu e
tem
sido praticadocom
bastante sucesso (Sinha, 1981).Recentemente,
com
o aprimoramentodo
conhecimento biológicoda
aquicuitura e sua_ página 25
sensata aplicação na intensificação
do
manejo, incrementos marcantes nas taxasde
produtividade
tem
sido alcançadas.Em
viveirosde água
doce da Índia e China, por exemplo, tem-se obtidode
3 - 15 ton/ha/anode
carpas, contra os tradicionais 300 -600
kg/ha/ano obtidos anteriormente (Sinha, 1981).
A
"filosofia"que
embasa
o
policultivode
peixes na Chinaé
a da harmoniae do
equilibrio (Tang, 1970). Este autor,
em
seu clássico trabalho, procurou daruma
conotação "mais biolÓgica" aos conhecimentos empíricos passados
de
pai para filho porcentenas
de
anos.Em
seu trabalho é mostrado, dentrode
critérios científicos,que
os viveirospodem
seruma
fonte contínua de alimento adicional aos peixes,desde que
estes sejam estocados
de
forma balanceada, evitando o esgotamentode
um
ou maiselos da cadeia trófica, o
que
paralisaria o crescimento dos peixes no sistemade
policultivo (Tang, 1970). Este sistema foi a base para
que
a China continentalchegasse
aos anos 80 produzindo
metade
da produção mundialde
peixesde
água doce, cercade
1,5 milhões
de
toneladas (Shepherd e Bromage, 1991). Motivada por este grandedesenvolvimento, a
FAO
passou a estimular o intercâmbiocom
técnicos chineses,patrocinando viagens
de
estuda á China. Este intercâmbio resultou nos primeirosdocumentos
com
informações "ocidentalizadas" sobre os princípios usados nopolicultivo
de
peixes naquele país (Tapiador et al, 1977; Pillay, 1979;FAO,
1983),sendo o primeiro deles (Tapiador et al, 1977),
sem
dúvida, o mais citado.Os
trabalhosdo Professor Lin H. R.
também
tem
colocadode
forma mais organizada algunsdos
muitos princípios informais do policultivode
peixes na China (Lin, 1982; Line
Peter,1991).
Menos
conhecida, a obra deZhong
e colaboradores (1980) apresentainformações mais detalhadas sobre os procedimentos do cultivo
de
peixesde água
doce.
O
aumento do
intercâmbiode
informaçõestambém
trouxe importantesavanços
àpiscicultura no "continente" chinês, entre elas a intensificação do policultivo através
do
uso
de
alimentos formulados,0 aumento
no usoda
tilapia,e
o desenvolvimentodo
método
contínuode
despesca (IFAD, 1986).O
acesso a todo este cabedalde
página 26
peixes
em
policultivo. Pelo contrário, seu usoem
Santa Catarinasem
uma
prévia experiência local,com
um
bom
número de
observações, se tornaria tão distante quantonossa realidade está longe da realidade chinesa. Exemplificando, o
método
chinês éextremamente dependente da
mão
de
obra, fatornem
sempre
tão disponivel naspequenas
propriedades catarinenses. ,Na
Europa Central,onde o
monocultivo da carpacomum
vinhasendo
praticado acentenas de anos, a introdução das carpas chinesas viabilizou
o
policultivo,possibilitando a obtenção
de
uma
produção adicionalsem
prejudicaro
crescimento dacarpa
comum
(Huet, 1973; Horváth, et al, 1984). Isso possibilitou elevar a produtividadedos viveiros dos 500 a 2.000 kglha, obtidos no monocultivo, para 1.500 a 3.600 kglha,
no policultivo (Horváth, et al, 1984).
No
clássico trabalhode
Horváth et al (1984), sãodadas
informações detalhadas sobre aestocagem de
peixesem
policultivo, tendo a carpacomum
como
peixe principal. Aindaque
na Europa Centralo
período paraque
ospeixes atinjam o
tamanho
comercial seja de três anos eque
cereais sejamusados
intensivamente
como
suplementação energética, a proporção entre as espéciesestocadas no policultivo naquela região (Horváth et al, 1984) é bastante parecida
com
apraticada no Oeste e Meio-Oeste
de
Santa Catarina (Matos, 1993).Em
Israel, por sua vez, o policultivode
peixesde água
doce foi evoluindoem
direção ao uso, além das carpas,
de
espécies locais.Com
isto, a tilapia, por suaqualidade de carne e alta rusticidade, e a tainha (Mugil sp), por seu alto valor
de
mercado,
aparecem
com
papelde
destaque na aquicultura daquele país (Sarig, 1991).Beneficiados pelo clima mais quente
do que
aqueleque
prevalece na Europa Central,os técnicos israelenses desenvolveram
um
modelo mais intensivo que o europeu,procurando tirar
vantagem da estocagem de
alevinos maiores juntamentecom
aantecipação da despesca, realizando dois ciclos
de
produção por ano (Hephere
Pruginin, 1985).
A
produtividade média nacional passou de 2.000 kg/halano,em
1965,para cerca
de
4.140 kg/halano,em
1985 (Sarig, 1991).O
clássico trabalhode
Reich (1975),resume
os princípiosdo
policultivode
peixesem
Israel, o qual por seu caráterpágina 27
mais ocidental do queio modelo chinês, passou a ser bastante difundido, colocando
aquele país na qualidade de exportador
de
tecnologiaem
piscicultura. Outros dois clássicos da literatura cientifica piscícola são os trabalhos de Schroeder (1972, 1980),sobre a eficiëncia no uso de suplementações alimentares e
do
esterco animalcomo
único insumo na produção de peixes, e o
compêndio
deHepher
e Pruginin (1985),sobre planejamento e condução
de
cultivos comerciais,baseado
na experiênciaisraelense.
Ambos
foram importantes no desenvolvimento deuma
"filosofia" própriade
produção
de
peixesem
Santa Catarina, especialmenteo
segundo.Em
termos de produção de biomassa, Justo e colaboradores (1981), obtiveramproduções equivalentes a 9,11 kglha/dia
em
pequenos
tanques apenas fertilizados(cama de
aviario e sulfato de amônio).Matos
(1993), reporta alguns resultadosem
policultivo obtidos a nível de produtor na região
de
Concórdia (SC),quando
foiverificada
uma
produção média de 10,37 kg/ha/diacom
uso exclusivodo
estercode
porco. `
_
Já no
fim
dadécada
de 60, o Dr.Yashouv
relata produçõesde
10,45 kg/ha/diasem
a utilizaçãode
suplementação alimentar (Yashouv, 1969).A
maioria dos resultadosobtidos
em
experimentos de policultivoem
Israel entre 1950-70 foram revisados por Reich (1975).O
referido autor apresenta resultadosque
variam entre os 10 a 16 kg/ha/dia, obtidosapenas
com
o usode
fertilizantes.Nas
Filipinas,onde o
usode
estercos animais no policultivo foi objetode
extensotrabalho patrocinado pelo lntemational Center for Living Aquatic
Resources
Management
(lCLARM), produçõesde
20 a28
kg/ha/dia foram obtidas (Hopkinse
Cruz,1982).
Em
Israel, maisuma
vez, produçõesde
até 30 kg/ha/diacom
uso exclusivode
estercos animaistem
sido reportadas (Schroeder, 1980; Plavnik et al, 1983).Em
sua
grande maioria, estes resultados são obtidos
em
cultivode
curta duração (< 100 dias),procurando utilizar
ao máximo
os periodosde
altas temperaturasdo
ano.Hepher
yepágina 28
nestes sistemas: 5; 3 e 7-10 g/ind./dia para a carpa
comum, machos
de tilapia e carpaprateada, respectivamente.
Para se ter idéia
do
potencial existente, atravésdo
usodo
estercode
marrecos(2.500 ind.Iha), juntamente
com
a oferta de ração peletizada aos peixes (4%/diada
biomassa da carpa
comum)
e
aeração contínua dos viveiros, foi obtida na Áfricado
Sula produtividade na produção de peixes
em
policultivo no nível bastante elevadode 60
kg/ha/dia por
um
períodode
149 dias (Prinsloo e Schoonbee, 1987). isto equivale auma
produção de 9.000 kg/ha obtidosem
150 diasde
cultivo. .Em
Santa Catarina, por sua vez, o sistemade
produçãode
peixes adotado pelamaioria dos produtores é semi-intensivo à e›‹tensivo,
com
larga dominânciada
produção integrada entre peixes e outras criações (suínos, frangos e marrecos;
ACARESC,
1989). Este sistema estábaseado
no usodo
esterco animal atuandocomo
única fonte alimentar dos peixes
em
três vias (Tang, 1970): a) direta,quando
os peixesaproveitam restos
não
digeridos da ração encontrados no esterco dos animaisterrestres, b) semi-direta,
quando
o esterco é atacado poruma
grande variedadede
micro-organismos,
como
bactérias, fungos, protozoários, etc., os quais por sua vez,são
consumidos pelo zooplâncton, e c) indireta,
quando o
esterco, sob a açãode
micro-organismos, libera substâncias nutritivas,
como
carbono, nitrogênio, fósforo,em
formasassimiláveis pelas plantas clorofiladas.
Em
1987,Tamassia
e Zamparetti escreveram o'documento
"Justificativase
sugestões para a criação
de
carpasem
Santa Catarina", o qual veio a serum
clássicoda produção literária piscícola local, mostrando, entre muitas outras coisas,
que
pesquisa e extensão
podem
terum
convívio salutar e produtivo.Em
sua essência,o
documento
expressa a "filosofia"que
norteou a açãodo
grupo principalde
técnicose
pesquisadores
em
pisciculturaem
'Santa Catarina no final dos anos 80. Sobre arealidade
de
então, os autores colocam que, "apesarde
envolver maisde
8.000produtores cadastrados
e
uma
área alagadade
cercade
1.100 ha, a aquiculturade
página 29
potencialmente capaz", situação esta caracterizada pela baixa produtividade média,
em
torno de 500 kg/ha/ano.
Chamando
a atençao para a disponibilidadede
maisde
3.300.000 toneladas anuais de esterco fresco
de
suínosem
Santa Catarina, econjugando resultados de produção obtidos
em
lsraelcom
o preço da carpacomum
em
Santa Catarina, os autores concluem pela inviabilidade financeira
do
usode
raçõesformuladas para engorda desta espécie no Estado (Tamassia e Zamparetti, 1987).
Mesmo
estandopouco
embasadas
em
resultados concretos locais, as conclusões destetrabalho foram fundamentais para
que
se partisse para o desenvolvimentode
tecnologias adaptadas,
dando
confiança a técnicos e produtoresde
que sua percepção da realidade era mais confiávelque
uma
porção denormas
estabelecidasem
realidades completamente distintas.
Infelizmente, este processo não teve continuidade na
ação
da pesquisa. Aindaque, concretamente, a prática
do
policultivoem
Santa Catarina tenha iniciadoem
1988(Boll
e
Garádi, 1993),nenhum
estudosobre
a produçãode
peixesem
policultivo naspágina 30
Objetivos
Objetivo geral l
O
presente trabalho temcomo
objetivo imediato familiarizar-secom
a práticado
policultivo
quando
realizadoem
condições semelhantes as encontradas a nivelde
produção na
pequena
e média propriedadede
,Santa Catarina. Estas se caracterizampela adoção
de
sistemasde
suplementaçõesde
baixa qualidade oferecidas aos peixes esporadicamente.Objetivos específicos:
1) Avaliar
o
efeito da estocagem de sete (7)combinações
diferentesde
espéciessobre a produção
e
o rendimento do policultivode
peixes; .2) Analisar
o
efeitode
três (3) tipos diferentesde
suplementação alimentarde
baixa qualidade sobre a produção e rendimento
do
policultivode
peixes nas condiçõesde Santa Catarina; .
l
3) Identificar
algumas
perspectivas e pontosde
estrangulamento da produçãoe
do rendimento do policultivo de peixes. _
página 31
Materiais e
Métodos
No
período de Junho/90 a Abril/93 foram conduzidos 3 experimentos diferentes (l,ll e lll) sobre a prática do policultivo no
Campo
Experimentalde
Pisciculturade
Camboriú
(CEPC-EPAGRÍI/UFSC).
O
CEPC
(com localização aproximada a 27°S
e 48°40'
W)
éuma
antiga unidadede
fomentoem
Piscicultura constituídade 60
viveirosescavados
em
terra (1 ,6 ha de área alagada total), e quevem
sendo
usada para fins depesquisa
desde
de 1989.H
.
Os
três experimentos analisados neste estudo se caracterizaram pela diferençana combinação de espécies (A a J) e pelo uso de diferentes suplementações
alimentares.
A
Tabela 2 apresenta a composição das espéciesdas
sete (7)combinações testadas nesta dissertação.
O
experimento l recebeuuma
suplementaçãoenergética, capim e esterco.
O
experimento ll recebeu capim e esterco e, finalmente, oexperimento lll recebeu
apenas
estercode
porco.Na
Tabela 3 são apresentados asprincipais características dos três tipos insumos utilizados: a)
Em
primeiro lugar foioferecido
uma
suplementação energética, a qual consistiude
uma
misturade
raçãoinicial
de
aves (9,0 %), varredurade
soja (8,0 %), espiga inteirade
milho picada (17,0%), mandioca picada ( 6,0
%)
e água
(60,0 %), contendo,em
média, 6%
PB
e27
%
de
matéria seca (MS), aproximadamente. Estes ingredientes foram misturados
em um
tacho e cozidosem
fogode
lenha até ferverem por 10 minutos, aproximadamente,procurando-se eliminar possíveis fatores anti-nutricionais. Justamente devido a esse
processo
de
cozimento e seu aspecto final esta suplementação energética ficouconhecida no
CEPC
como
"cozido" ou "gororoba". Este tipode
suplementação foioferecida
somente
no experimento l. b)O
segundo
insumo utilizado pretendeu suprir(pelo
menos
parcialmente) as exigências alimentares da carpa capim. Por isso, capimTABE
Lô.2Densidade de estocagem em 7 combinações de espécies testadas nos experimentos 1, il e HI
Espécie Com binaçao
Experimento I Experimento li . Experimento iii
A
BC
E F H J 230 m2 1 ha 230 m2 1 ha 230 m2 1 hn 230 m2 Tilapia ' 37 1.619 67 2.898 - - Carpa Prateada - - - - - Carpa C. Grande - - - - 39 1.686 10 CarpaCapim 18 779 20 849 67 2.929 6 CarpaComum 66 2.887 39 1.692 20 858 6 Caflish ' - - - - 6 Pacú 20 858 20 856 18 787 -TOTAL
141 6.143 145 6.295 144 6.260 91 iha 27 1.188 - 36 1.551 449 246 261 246 3.941 230 m2 25 36 6 16 6 88 1 .S65 i 230 m2 38 20 11 12 12 6 6 M 105 143 230 m2 76 20 11 12 12 6 6_ W mm mcag Z ¬ _mã Jwuw EE8 ã_8“<O M “_õg"_Wn_ _E__E8 Nesuoo __W_%___"_H N “%_U9£ O OWCHQZ _ _
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Maio, foi cortado nas proximidades dos viveiros e oferecido aos peixes nos
experimentos I e II. c).
O
terceiro e último insumo oferecido aos peixes foi o estercoanimal.
No
experimento I foi usado esterco de galinhas poedeiras diluídoem
água
(1%
MS), adicionado aos viveiros 2 vezes por
mes,,em
quantidades equivalentes a 175kg/ha aproximadamente (4.370 litros/ha, considerando 25
%
de
MS
no estercode
frango; Schroeder, 1980).'
No
experimento ll o estercotambém
foi administrado 2vezes
por mes,
mas
desta vez foi usado estercode
porco semi-curtido (24 h).Nas
aplicaçõescada viveiro recebeu 3 pás
com
cerca de 3,0 kgde
esterco suínocada
uma,equivalendo a 390 kg/ha, aproximadamente. Finalmente, no experimento Ill,
também
foiutilizado o esterco
de
porco semi-curtido (24 h),mas
desta vezcomo
únicoinsumo
administrado. Neste experimento o esterco foi oferecido 3 vezes por
semana
na taxade
3
%
do
somatório das biomassasde
todas as espécies presentes na parcela.Além
das diferenças de qualidade e quantidade nas aplicações dassuplementações alimentares, os experimentos I, ll e Ill foram
de
duração diferente.Como
mostra a Tabela 3, os experimentos I e ll foramde
duração maior,320 e 400
dias, respectivamente. Para a
condução de
uma
avaliação conjunta dos resultadosdos
3 experimentos optou-se por
uma
redução no período de análise dos experimentos I ell, aproximando-os
da
duração mais curtado
experimento Ill (210 dias). Este processofoi mais simples para o experimento ll, no qual havia sido realizada
uma
amostragem
total
em
Novembro/91, optando-se por iniciar a análise .deste experimento apartir destadata. Desta forma o período
de
cultivodo
experimento II consideradono
presenteestudo ficou
em
225 dias (Tabela 3). Para orexperimento I, por sua vez, tal avaliaçãocompleta durante o período
de
cultivo não ocorreu. Por isto a análise deste experimentofoi iniciada apartir dos
dados
obtidos naamostragem
parcial de Setembrol90 (Tabela 3).O
número
de peixes presentes nas parcelas nesta data foi calculado apartirda
sobrevivência final