~
O
ORÇAMENTO
PÚBL1cOz
EVOLUÇÃO
E
ANÁLISE
DA
GESTÃO
ORÇANLENTÁRIA
No
ESTADO
DE SANTA CATARINA
_ 19sv/1994 -Monografia
submetida ao
Departamento
de
CiênciasEconômicas
para obtenção de
carga horária
na
disciplinaCNM
5420
-Monografia
~Por:
Jarbas
Cariom
ORIENTAI›ORz
Prof.Louis
Robono
Wostphol
'
UNIVERSIDADE
FEDEBAL DE
S1§NTA
CATARIIÍIA
CURSO DE
GRADUAÇAO
EM
CIENCIAS
ECQNOMICAS
A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir a nota ao aluno Jarbas Caiioni nadisciplina
CNM
5420
-Monografia,
pela apresentação deste trabalho.ii
Prof. Louis
Ro
erto WestphalPresidente _
_/z
~Z
Q
Prof.Membro
/Qu*/J/V
G/
Prof.Membro
medidas
corretasde
tributação.Muito
cedo
chegamos ao
a
Agricultura,o Comércio
e asManufaturasflorescem
melhor
quando
livresda
interferência
do
Governo.Porém
a
necessidadede o Estado
possuirnumerário
para
custear as despesasde
suas funções, impôe-lhea
obrigaçãode
arrecadarimpostos, e assim
a
interferência se torna absolutamente necessáriaÉ
nesteponto, portanto,
que
se precisado mais
perfeitoconhecimento da
Ciência (...) ”.LISTA
DE
ANEXOS
...LISTA
DE
TABELAS
... ..LISTA
DE
FIGURAS
... ._RESUMO
... ..CAPÍTULO
I 1-Introdução ... .. 1.1 - Problemática ... .. 1.2 - Objetivos ... .. 1.2.1 - Geral ... .. 1.2.2 - Específicos ... .. 1.3 -Metodologia
... ..CAPÍTULO
II2 -
A
IMPORTÂNCIA
DA
AÇÃO
PUBLICA
... ..2.1 -
O
Papel dos EstadosModemos
... ..2.2 -
As
Receitas e as Despesas Públicas e suas Implicaçõescomo
Instrumento de Política Governamental ... ..
CAPÍTULO
III3
-O
ORÇAMENTO
PÚBLICO
... ..3.1 - Aspectos Conceituais ... ..
3.2 -
O
Orçamento-Programa
e seus Princípios ... ._3.3 -
Evolução do Orçamento
Públicoem
outros Países ... ..3.4 -
Evolução do Orçamento
Públicono
Brasil ... ..3.5 -
O
Atual Processo Orçametáriono
Brasil ... _.3.5.1 - Plano Plurianual ... ..
3.5.2 - Lei de Diretrizes Orçamentárias ... ..
3.5.3 -
Orçamentos
Anuais ... ..3.6 -
Evolução do Orçamento
Públicoem
Santa Catarina ... ..CAPITULO
Iv
_4
-A
RECEITA
GOVERNAMENTAL
... ..4.1 - Considerações Gerais ... ..
4.2 -
O
Comportamento
da Receitado
Estadode Santa Catarina ( 1987/1994) ... ..
4.2.1 -' Comparativo entre a Receitas Orçcadas e Arrecadadas
por Categoria
Econômica
em
Santa Catarina ( 1987/1994 ... ..4.2.2 -
O
Comportamento
da ReceitaOrçada
e
da
Receita Realizada por Fontes de Recursos (1987/ 1994)5.1 - Considerações Gerais ... ..58
5.2 -
O
Comportamento
daDespesa do
Govemo
do
Estado de Santa Catarina (1987/ 1994) ... ..~..625.2.1 -
Comparativo
entre as Despesas Orçadascom
as Realizadas .... ..625.2.2 -
Comparativo
entre as Despesas Correntes e de Capital por CategoriasEconômicas
... ..64
5.2.3 -
Comportamento
das Despesas Correntes ` e de Capital por SubcategoriasEconômicas
... ..67
5.3 -
Despesa
quanto à Classificação porFunção
Govemamental
... ._ 71 5.4 -O
Comportamento
das Despesasem
comparação
com
os Planos deGovemo
no
Estado de Santa Catarina (1987/ 1994) ... ... 755.4.1 - Considerações Gerais acerca
do
Plano deGovemo
“Rumo
àNova
Sociedade Catarinense” ... .;. 755.4.2 - Análise
do Comportamento da Despesa
no
períodoCompreendido
entre 1987/1990 ... ..-..765.4.3 - Considerações Gerais acerca
do
Plano deGoverno
PlanoSIM
- Para Viver 'Melhor
Santa Catarina” ... ..795.4.4 - Análise
do Comportamento da Despesa
~no
períodocompreendido
entre 1991 a 1994 ... _. 83 6 _CONCLUSÃO
... .. ssTABELA
I -Evolução da
Receitado
Estado de Santa Catarina ... ..92
TABELA
II - Evolucçãoda Despesa do
Estado de Santa Catarina por CategoriasEconômicas
... 93TABELA
III -Evolução da Despesa do
Estado de Santa Catrina porFunção
Governamental ... ..~.94ANEXQS
... ... ... .. 95REFERENCIAS ELIOGRAFICAS
... .. 1271 _
ANEXOI
-CLASSIFICAÇÃO
ECONÔMICA
DA
RECEITA
2 _
ANEXO
II _CLASSIFICAÇÃO
ECONÔMICA.DADES1>ESA
TABELA
I -EVOLUÇÃO
DA
RECEITA
DO
ESTADO DE SANTA
CATARINA
TABELA
II -EVOLUÇÃO
DA
DESPESAS
DO
ESTADO DE SANTA
CATARINA
POR
CATEGORIAS
ECONOMICAS
TABELA
III -EVOLUÇÃO
DA
DESPESA
DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
GRÁFICO
1 _COMPARATIVO
DA
RECEITA
TOTAL
ORÇADA
COM
A
RECEITA
TOTAL
ARRECADADA
(1987/1994)
GRÁFICO
2
_COMPARATIVO
ENTRE
As
RECEITAS
CORRENTES
E
DE
CAPITAL
(VALORES
ORÇADOS
E
ARRECADADOS
_1937/1994)
GRÁFICO
3 _PARTICIPAÇÃO RELATIVA
DA
RECEITA
POR
CATEGORIAS
ECONÔMICAS
SOBRE
A
RECEITA
TOTAL
(VALORES
ORÇADOS_MÉDIA
ARITMÉTICA
DOS ANOS
_1987/1994)
GRÁFICO
4
_PARTICIPAÇÃO RELATIVA
DA
RECEITA
POR
CATEGORIAS
ECONÔMICAS
SOBRE
A
RECEITA
TOTAL
(VALORES
ARRECADADOS
_MEDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
_1987/1994)
GRÁFICO
5 _PARTICIPAÇÃO RELATIVA
DAS
FONTES
DE
RECURSOS
NO
TOTAL
DA
RECEITA
(VALORES
ORÇADOS
_MÉDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
-1987/
19940
_
GRÁFICO
õ
_PARTICIPAÇÃO RELATIVA
DAS
FONTES
DE
RECURSOS
NO
TOTAL
DA
RECEITA
(VALORES
ARRECADADOS
_MEDIA
ARITMETICA
DOS
ANOS
_19s7/1994)
GRÁFICO
7 _COMPARATIVO
ENTRE
O
ICMS E
AS
DEMAIS
RECEITAS
DO
1987/1994)
GRÁFICO
9
-COMPARATIVO
ENTRE
O
ICMS E
DEMAIS
RECEITAS
DO
ESTADO
(VALORES
ARRECADADOS
-MÉDIA
ARITMETICA
DOS
ANOS
-1987/1994)
GRÁFICO
10
-COMPARATIVO
ENTRE
AS DESPESAS
ORÇADAS
COM
AS
REALIZADAS
DO
ESTADO
(1987/ 1994)
GRÁFICO
11 -COMPARATIVO
ENTRE AS
DESPESAS
CORRENTES
E
DE
CAPITAL
(VALORES
ORÇADOS
E
REALIZADOS
-1987/1994)
GRÁFICO
12 -DESPESA
SEGUNDO
AS
CATEGORIAS
ECONÔMICAS
(VALORES
ORÇADOS
-MEDIA
ARITMETICA
DOS
ANOS
-1987/1994)
GRÁFICO
13 _DESPESA
SEGUNDO
AS
CATEGORIAS
ECONÔMICAS
(VALORES REALIZADOS
-MEDIA
ARITMETICA
DOS
ANOS
-1987/1994)
GRÁFICO
14 -DESPESAS
SEGUNDO
AS
SUBCATEGORIAS
ECONÔMICA
(VALORES
ORÇADOS
-MEDIA
ARITMETICA
DOA
ANOS
-1987/1994)
GRÁFICO
Is -DESPESA
SEGUNDO
AS
SUECATEGORIAS
ECONÔMICAS
(VALORES REALIZADOS
-MEDIA
ARITMETICA
DOS
ANOS
-1987/1994)
GRÁFICO
1ó -EVOLUÇÃO
DA
DESPESA
TOTAL
POR
FUNÇÃO
GOVERNAMENTAL
(VALORES
ORÇADOS
E
REALIZADOS
-1987/1994)
GRÁFICO
17
-DESPESA
POR
FUNÇÃO
GOVERNAMENTAL
(VALORES
REALIZADOS
-MEDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
-1987/199o)
GRÁFICO
19
_PARTICIPAÇÃO
DOS
INVESTIMENTOS
NO
TOTAL DAS
DESPESAS
GOVERNAMENTAIS
(VALORES
ORÇADOS
-MEDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
-1991/1994)
GRÁFICO
20
-PARTICIPAÇÃO
DOS
INVESTIMENTOS
NO
TOTAL DAS
DESPESAS
GOVERNAMENTAIS
(VALORES REALIZADOS
-MEDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
-1991/1994)
GRÁFICO
21
-DESPESA
POR FUNÇÃO
GOVERNAMENTAL
(VALORES
ORÇADOS
-MÉDIA
ARITMÉTICA
DOS
ANOS
-1991/1994)
GRÁFICO
22
-DESPESA
POR FUNÇÃO
GOVERNAMENTAL
(VALORES
O
orçamento éuma
técnicaque
indicao
que o governo pretende realizarcom
osrecursos arrecadados e muitas vezes escassos. Esta técnica permite
o
tratamento mais corretodos problemas
govemamentais no
estabelecimento de prioridades, na distribuição de recursos econtrole
da
execução e na avaliação de resultados.Esta
monografia
mostra a técnica orçamentária desde ostempos
mais remotos,demonstrando que o modelo
tradicional está ultrapassado,dando
lugar aochamado
Orçamento-Programa, que
trata os gastosgovemamentais
deuma
maneira planejada,onde
aênfase recai naquilo
em
que
ogovemo
tenciona realizarem
beneficioda
sociedade.No
primeiro capítulo é demonstrada a preocupaçãocom
a realização dos gastosgovemamentais, tendo
como
ponto de referência os outros países mais desenvolvidos quedemonstram
um
desempenho
muito satisfatório desta ação.Novos
paradigmas estão aparecendo e o nosso país precisa se adequar para fazerfiente aos constantes desafios
que
aparecem.A
busca constantedo
equilíbrio é fator primordialpara a consecução dos objetivos
do
govemo.
O
controle dos gastosdo govemo'
credenciao
país a buscar
novos
horizontes de desenvolvimento, sustentadonum
rigoroso equilíbrio entrea receita e a despesa.
'
A
técnica orçamentária éum
instrumento de controle dos gastos govemamentais.É
preciso dar mais importância a estas questões, e sebem
utilizada, os resultados nãodemorarão
a aparecer.O
capítulo 2 demonstra a abrangência da ação públicana
economia,onde
osEstados
assumiram
fiinções importantíssimasna
expansãoeconômica
e social dos paísesmodemos. Além
disso, este capítulo evidencia a importância da receita e da despesacomo
instrumento de política govemamental.
No
capítulo 3 são demonstrados vários conceitos de orçamento publico, desde ostempos
mais remotos aos atuais, focalizando, inclusive, o pontoonde
esta técnica aliou-se aoplanejamento, culminando
com
o
chamado
Orçamento-Programa.Além
disso enfatiza aevolução
do
orçamento públicoem
outros países,no
Brasil eno
Estado de Santa Catarina.A
importância de paises
como
Inglaterra, Franca e EstadosUnidos da América do Norte
éUnião
eo
Estado a observarem a importânciado
planejamento na realização de seus gastos.Para tanto, obriga-os a confeccionarem
o
plano-plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais,com
suas novas abrangências, quais sejam: orçamento fiscal, orçamento deseguridade social e orçamento de investimentos.
O
capítulo 4 demonstracomo
o Estado de Santa Catarina trata seus ingressos derecursos. Neste capítulo é feita
uma
investigaçãodo comportamento
da receitado
governodo
Estado,
compreendido
entre1987
até 1994, caracterizando os problemas conjunturais daqueleperíodo, destacando a supremacia
do
ICMS
na estrutura arrecadadora catarinense.O
capítulo 5 demonstra a despesado
Estado de Santa Catarina e as suas diferentesfases.
Assim
como
no
capítulo anterior, este capítulo tenciona demonstraro comportamento
da
despesa governamentalno
período compreendido entre 1987 até 1994, caracterizando,também,
os problemas conjunturais existentes naquelemomento,
agorano
âmbito da despesa.Outro
fator importante deste capítulo éque
através da despesa governamentalconsegue-se distinguir
o
comportamento
de duas gestões govemamentais, analisando os planosdos governos
do
governadorPedro
IvoCampos
edo
governador Vilson Pedro Kleinubing.Esta
monografia,
portanto, tenta fazeruma
apanhado
históricodo
orçamentopúblico, desde a sua implantação
como
uma
técnica de controle dos gastos governamentais,além
de determinaro
papel importante dos EstadosModemos
na formaçãoda
atual estruturaorçamentária.
Demonstra
a importânciado
relacionamentocom
o planejamento e ressalta arelevância das Constituições Federal e Estadual
no
avançodo
controle orçamentário dosgastos públicos.
Por
fim
avaliao comportamento
de dois períodos degovemos
distintos,CAPÍTULO
I1 _
1NTRo1)UÇAo
1.1 _
PROBLEMÁTICA
Após
várias décadas de crescimento e industrialização e deum
longo período de estagnaçãoeconômica
e instabilidade política nos anos 80,o
Brasil vive, nesta última décadado
século,um
momento
crucial de sua história. Surgiu a democracia,mas
aomesmo
tempo, opaís herdou problemas sociais e
econômicos que
representam desafios para a sociedade e ogovemo.
Durante as décadas de
60
e 70, o Brasil obteveum
acelerado crescimentoeconômico, através
da
grande industrialização eda
urbanização das cidades, criando as basespara
um
maior desenvolvimento.No
entanto, esse crescimento gerou desordens decunho
social
que
agoraexigem
medidas urgentes para reorganizar aeconomia
e a sociedadebrasileira.
Na
década de 80, a inflação e a desorganizaçãodo
setor público, aliados a outrosfatores, dificultaram a retomada
do
crescimento e a modernizaçãodo
país.Enquanto
isso,outros países conseguiram
um
acelerado crescimentoeconômico
e social, repercutindo sobre odestino
do
Brasil.Um
novo
paradigmade
desenvolvimento mundial está aparecendo e o Brasiltem
que
se adequar para poder competirem
igualdade de condiçõescom
os outros paises,no que
diz respeito as novas regras econômicas e comerciais e as
mudanças da
base técnica,que
precisam rapidamente de transformações.
O
Brasiltem
grandes possibilidades de ocupar espaçosno
cenário mundial,mas
anecessidade de encontrar soluções para as questões existentes
no momento, que
impedem
odesenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida,
tomam-se
urgentes.Todos
os Estadosda
Federaçãotem
a sua responsabilidade na consecução dosque
tem
em
mãos
deforma
adequada, o conjunto farácom
que
apareçauma
naçãodesenvolvida e inserida
no
contextodo
mundo
atual.O
Estado de Santa Catarina,com
suas potencialidades,tem
executado suasfunções
de
maneira satisfatória, cabendo aogovemo
a tarefa de introduzir elementos queproporcionem o
desenvolvimentoeconômico
e social de sua população.Ao
Estado cabe a responsabilidade de suprir as necessidadesde
infra-estrutura,para
que o
setor produtivo tenha condições de oferecernovos
postos de trabalho,bem como
aumentar a sua produção.
Além
disso, o Estadotem
a responsabilidade de assegurar àpopulação saúde, instrução, moradia, segurança, etc.
Mas,
paraque
isto aconteça, é precisoque o
país se estruture, para atender as necessidades mais urgentes da sociedade..«
O
aumento
crescente das despesas públicas nos paisestem
preocupado osgovemos,
jáque
estes investemno
crescimento das funções administrativas, de segurança,bem-estar social, educação, saúde, além
da
intervenção direta e indiretano
processo produtivo.Estes gastos, muitas vezes,
não correspondem
ao totalda
receita dos governos, razão pela qualacontece
o
déficit público.As
Constituições brasileirastêm
se preocupadocom
os gastos públicos, tanto quenelas estão contidas, além de outros assuntos importantes, as regras
que
determinam aobrigatoriedade
do
desenvolvimento de ações referentes aos orçamentos públicos.Especificamente, a Constituição brasileira de 1988 introduziu
como
obrigação aelaboração
do
Plano Plurianual,que
indicao
papel exatodo
orçamentocomo
instrumento deligação entre
o
sistema de planejamento eo
de finanças. Outra obrigação foi a elaboração daLei de Diretrizes Orçamentárias,
que
constitui-senum
conjunto de regrasgovemamentais que
orienta a elaboração e a execução dos orçamentos anuais.
Além
disso, inseriucomo
nonna
para a elaboração dos orçamentos anuais, as figuras
do
orçamento fiscal, orçamento deinvestimentos e
o
orçamento de seguridade social.Seguindo a
mesma
linhada
Constituição Federal de 1988, a Constituiçãodo
Estado de Santa Catarina
do
ano seguinte, preocupa-secom
a prática orçamentária, vinculandoos gastos públicos a
um
processo de se iniciacom
um
plano plurianual, passando porum
instrumento
que
serve de ligação entreo
plano plurianual eo
orçamento anual, traçando asdiretrizes de
govemo
para cada ano,chamado
de"LDO
- Lei de Diretrizes Orçamentárias".Além
disso, estrutura a execuçao orçamentáriaem
três níveis distintos, assim chamados:É
com
a finalidade de controlarcom
mais vigor os gastos públicos que osconstituintes de 1988,
no
caso daUnião
e de 1989em
Santa Catarina,como
representantes dasociedade, introduziram
mecanismos
mais eficazes nas Constituiçõesem
vigor,no que
dizrespeito a elaboração, execução, controle e avaliação
do
orçamento público federal e estadual,visando a contínua melhoria da qualidade de vida de seu povo.
A
constante preocupaçãogovemamental
deve ser dada ao controle dos gastospúblicos, pois os maiores problemas
aparecem no
interior das administrações públicas,em
vistado mal
uso dos recursos. Para queo
Estado consiga obterum
desenvolvimento satisfatório,tendo
como
base os recursos govemamentais, precisa se organizar euma
das formas mais eficazes é o controle orçamentário de suas contas. Para tanto, as Constituiçõesem
vigorintroduziram
novos mecanismos
que, se observados, produzirão resultadosnum
prazo muitocurto, já
que
a população, tendocomo
representantes os políticos eleitos por ela poderáacompanhar
maisde
perto os aspectos orçamentários de controle dos recursos públicosaplicados
no
desenvolvimentoeconômico
e social.Para
que
o Brasil e particularmente o Estado de Santa Catarina participem deuma
maneira mais eficienteda
evolução atual, seria necessário observar os aspectos relacionados às1.2 -
OBJETIVOS
1.2.1 -
Objetivo Geral
Analisar
o Orçamento
Público, destacando-ocomo
instrumento de políticagovernamental, a sua evolução e a gestão dos recursos públicos
no
Estado de Santa Catalina,no
periodo de1987
a 1994.1.2.2 -
Objetivos
Específicos
1. Apresentar o orçamento público desde os conceitos mais remotos, os princípios
orçamentários, o orçamento-programa e sua evolução, inserindo
no
contexto da monografia.2. Caracterizar a abrangência
do
plano plurianual e das diretrizes orçamentáriaspara a elaboração dos orçamentos anuais, ressaltando,
com
isso, a importânciada
articulaçãodo
planejamento e orçamentono
processo orçamentário e os beneficiosque
trouxeram asmodificações inseridas nas Constituições federal e estadual,
com
relação à melhoria dos gastos públicos.'
3. Verificar a importância das receitas e despesas públicas
como
instrumento depolítica governamental.
4. Analisar a evolução da receita e da despesa ocorrida
no
períodocompreendido
entre
1987
a1994
em
Santa Catarina, estudando o tratamentodado
às receitas por categoriaseconômicas, despesas por categorias econôrnicas e despesas por fiinção govemamental.
5. Analisar os planos de governo dos anos estudados a
fim
de verificar se as suas1.3 -
METODOLOGIA
Para
que
os objetivos sejam atingidos será realizadauma
ampla
investigação nasbibliografias existentes, extraindo informações pertinentes a estruturação da presente
monografia,
procurando adequaro
assunto aos problemaseconômicos
estudadosno
campo
das ciências econômicas.
Desta
fonna
a consolidação damonografia
se dará através deuma
investigaçãohistórica,
onde o
conhecimento dosfenômenos
observados ao longodo tempo
viabilizarão osestudos analíticos posteriores.
Tendo
conhecimento dosfenômenos
históricos observados ao longodo
tempo,passa-se para a utilização
do
método
analítico, afim
de obter-se resultadosdo
processoorçamentária
em
Santa Catarina, além dos resultados das aplicações da atual legislaçãoorçamentária.
Além
disso são procedidas análises das prestações de contas e leis orçamentáriasdo
período estudado, extraindo informaçõesque
farão parte de tabelas e gráficos,com
aintenção de submeter os dados a
comparações
entre os valores orçados e realizados.De
posse das informações extraídas das prestações de contas e das leisorçamentárias
do
período estudado, serão confeccionadas as seguintes tabelas:Tabela I -
Evolução da
Receitado
Estado de Santa Catarina (1987-1994)Tabela II-
Evolução da Despesa do
Estado de Santa Catarina por CategoriasEconômicas
(1987-1994) A
Tabela III-
Evolução
daDespesa do
Estado de Santa Catarina porFunção
Govemamental
(1987- 1994)
Para
que
os resultados das investigações nas prestações de contas e nas leisorçamentárias anuais
do
período estudadotenham
coerência, utilizar-se-áo
método
auxiliarestatístico,
onde
os valores das' tabelas,que
gerarão gráficos, terão preços dedezembro
de1994, através
do
Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna,da Fundação
GetúlioVargas, base agosto=100.
Esta metodologia pennitirá
uma
comparação
entre os anos estudados, extraindodos valores observados a inflação
do
período, refletindo valores reais para as tabelasCAPÍTULO
112
-A
IMPORTÂNCIA
DA AÇÃO
PÚBLICA
No
decorrer dos séculos, vê-se que0
Govemo,
cada vez mais, interfere naeconomia.
As
suas funções expandiram-se consideravelmente neste século e a conclusão quese tira é de
que
essa interferência tende a continuar por muito tempo.Mesmo
que
aintervenção estatal,
em
momento
liberalizantecomo
o
atual, esteja diminuindo, percebe-se queas questões de segurança pública e de energia , por exemplo, ainda
permanecem
em
poderdo
Estado. Portanto, as questões de soberania permanecerão sempre
em
poder estatal.2.1.
O
Papel dos Estados
Modernos
No
decorrer dos séculos vê-seque
o
Govemo,
cada vez mais, interfere naeconomia.
As
.suas funções expandiram-se consideravelmente neste século devido as falhasdo
sistema de mercado, necessitando, então, de intervenção
govemamental
para manterou
melhorar
o
bem-estar social.Os
Estadosmodernos
assumiram ações de desenvolvimentoeconômico
e social,que
interferem sobremaneira nos destinos dos países.i
Existem caracteristicas a serem observadas
quando
da intervençãodo
govemo
naeconomia.
A
indivisibilidadedo
produto éum
fator importante, jáque
a característica principaldos produtos e serviços classificados neste item é
que
oconsumo
nãopode
sermedido
considerando-se o grau de riqueza das pessoas e sim pela necessidade da população
em
receber tal beneficio.
Os
bens indivisíveis são classificadoscomo
bens puros,que
sópodem
seroferecidos pelo governo, já
que
não sepode
estabelecer preços atravésdo
sistema de mercado.Como
exemplo
pode-se citar a segurança nacional e a justiça, fiinçõesonde
o
governo destina-se recursos necessários para a obtenção dos serviços, beneficiando a população.
O
govemo
também
intervêm naeconomia
tendocomo
preocupação os problemas ocasionados pelas externalidades. Neste caso a açãogovemamental
toma-se importante devidoser prejudicados por
algum
fator alheio a produção.A
correção dos efeitos negativos dasexternalidades é
uma
funçãodo
govemo,
jáque
ele atua preventivamente orientando osinfratores causadores dos problemas sociais.
Uma
empresa, ao poluirum
rioou
o ar, apoluição sonora e ambiental, o tráfico de drogas só serão eliminados através da participação
do
govemo,
por intermédio de legislação específica, de multas e trabalhos educativos.O
custo deprodução
decrescente emercados
imperfeitos são fatores a seremobservados
quando da
intervenção governamental na economia.A
alta tecnologiaempregada
na produção
por certasfirmas causam
um
custo de produção decrescente, acarretando, porconseqüência,
uma
concentraçãodo
mercado, desfazendo as condições ideais de concorrênciaperfeita.
Poucos
vendedores estabelecerão seus preços abaixo daquelesque não
conseguirambaixar seus custos
de produção
caracterizando a concentraçãodo
mercado.O
govemo
deveintervir neste tipo de
mercado
destruindo os produtos monopolizados, oligopolizados e deconcorrência monopolística através de legislação preventivas e esclarecedoras.
Os
riscos de incertezas na oferta de bens são, por último, fatoresque
determinam aintervenção
do
govemo
na
economia.A
falta de conhecimento perfeito das condições demercado, a certeza da maximização dos lucros e a escassez de recursos produtivos
fazem
com
que
aprodução
de determinados benspossam
ser afetados.Cabe
aogovemo
incrementar aprodução
de bens e serviços através de subsídios e incentivos fiscais paraque
asfirmas
possam
produzir na sua plenitude e propiciar à população o bem-estar social.
No
decorrer dostempos
várias escolas ideológicas foram aparecendo tentandoredefinir a intervenção estatal na economia.
Com
baseem
EULER
(1992, p.38), váriascorrentes
de pensamento têm
posições distintas frente ao papeldo
Estado.A
escola liberalclássica postulava
que
as despesas públicas deveriam interferir omínimo
possível naeconomia,
devendo
os gastos ser dirigidos à defesa nacional,ordem
pública e administraçãodo
Estado.A
escola intervencionistarecomenda que
alémdo
Estado exercer funções decaráter social,
como
educação, saúde,bem
estar, devetambém
dar condições de infra-estrutura para
que
aconteça o desenvolvimentodo
setor privado. Este critério estabeleceo
desenvolvimento capitalista
com
ajuda estatal.A
teoria socialistaA
considera
que
éresponsabilidade exclusiva
do
Estado o desenvolvimento econômico-social.O
importante a observar é que oaumento
da participaçãodo
Estadona
economia,deve-se a distintos fatores
que
definem
a atual estrutura de diversos países,bem como
agrandes Guerras Mundiais, além
da
preocupação constantecom
o problemado
desenvolvimento econômico. Tais questões constituem-se
em
relevantes causas para aalteração
do
modo
de intervençãodo
setor público na economia.Portanto, a intervenção
do
Estado naeconomia
deu-se pela necessidade daprodução
de bens e serviçosnão
fornecidos pela setor privado e por fatores externos causadospela depressão
econômica
da década de 30, guerras mundiais e necessidade de crescimentoeconômico
dos paisesmenos
desenvolvidos.Segundo
MUSGRAVE
(1980, p.06), aclassificação tradicional das atribuições econômicas governamentais são enquadradas
em
trêscategorias:
0 assegurar
o
ajustamento na alocação de recursos;0 assegurar
0
ajustamento na distribuiçãoda
renda e da riqueza; e0 assegurar a estabilidade
econômica
Quanto
ao ajustamentona
alocação dos recursos por parte dos governos, oobjetivo principal é a oferta de bens e serviços à sociedade e não produzidos pelo sistema
privado.
“O
governo, utilizando os recursos e osmecanismos
fiscais disponíveis, alocarárecursos primeiramente
na produção
e oferta dos bens públicos puros.As
característicasapresentadas por esses bens
deixam
claroque
eles jamais seriam oferecidos pelo setor privado,devido a sua inviabilidade econômica”.
(RIANI,
1990, p.37)Os
bens classificadoscomo
purossão aqueles
em
que não
há lucros embutidosna
sua produção.Além
dos bens ditos puros, a alocação dos recursos por partedo
govemo
também
é direcionado à produção e oferta
de
bens de caráter social,onde
o governocomplementa
aoferta feita pelo setor privado.
É
o caso da educação e saúde, por exemplo.A
alocação de recursos por partedo
governotambém
é importantena
produção edistribuição de bens econômicos. Fatores
extemos
emercados
imperfeitos detenninam a nãoprodução
de determinados bens e serviços importantes por parte da iniciativa privada,cabendo, então, ao Estado a produção e distribuição destes bens. Energia elétrica, siderurgia,
fomecimento
deágua
e outros,que
têm
características de benseconômicos
eque
deveriam serfornecidos pelo setor privado são exemplos importantes
do
direcionamentodada
aosgovemos
O
govemo
também
interfere naeconomia
ajustando a distribuição de renda e dariqueza.
“Uma
série de fatores, taiscomo
oportunidade educacional, mobilidade social,estrutura de
mercado
etc. contribuem para que haja distribuição de renda de forma bastantedesigual. Assim, a função de distribuição
do
govemo
tem
como
principal objetivo adistribuição de renda e de riqueza na sociedade, tornando-a
menos
desigual possível”. (RIANI,1990, p. 30)
A
redistribuição de renda é geralmente determinada pelogovemo
através datributação e transferências (pensões, aposentadorias, gastos
com
previdência, etc.), além delegislações específicas determinando o valor
do
salário mínimo, proteções tarifárias, subsídios,etc. '
Já a função de ajustamento visando a estabilidade econôrnica utiliza instrumentos
macroeconômicos
necessários para manter certo nível de utilização de recursos e estabilizaro
valor da
moeda.
“Estafimção
surge para assegurarum
desejável nível de plenoemprego
eestabilidade de preços
que
não são automaticamente controlados pelo sistema de mercado.Assim,
quando
aeconomia
estánum
período dedesemprego
e/ou inflação, a função deestabilização
do
govemo
atuano
sentido de minimizar esses problemas, procurando manterum
tolerável nível de preços”.
(RIANI,
1990, p. 39)O
govemo,
atravésda
intervenção naeconomia
visa, ainda, estabilizar aeconomia
diminuindo o
desemprego aumentando o
nível dedemanda
no
mercado, elevando seus gastosou
diminuindo seus tributos . Tenta diminuir a inflação diminuindo a demanda, reduzindo seusgastos e seus tributos, reduzindo,
com
isso,o
seu nível dedemanda
e preços praticados pelomercado
Portanto, cabe ao Estado,
onde
o setor privado está ausenteou
parcialmentepresente, a
manutenção do
bem-estarda
sociedade.A
alocação de recursosem
atividadesessenciais, tais
como:
saúde, educação, transporte, segurança, etc., são importantes paramanter
ou
aumentar o nível de desenvolvimento deuma
sociedade.É
sabido queo
setorprivado só trará beneficios à sociedade se a produção de bens
ou
serviços trouxerem lucros asua atividade. Então, a atuaçao
do
govemo
é justificada a partirdo
momento
em
queo
setorprivado não se interessar pela atividade
que
é considerada importante.2.2.
As
Receitas
e
as
Despesas
Públicas
e
suas Implicações
como
Instrumento de
PoliticaGovernamental
O
orçamento éuma
das ferramentas utilizadas pelo setor público para dirigir aeconomia
deum
País, Estado,ou
Município.A
sua influência varia de país para país, deacordo
com
a importância da ação públicano
contexto da atividade econômica. Esteinstrumento de política fiscal reflete a atividade
econômica
deuma
nação, repercutindo nasações governamentais de alocação de recursos, distribuição de renda e riqueza e estabilização
da economia, determinando,
em
parte, o nível da atividadeeconômica
global. Estasferramentas constituem “os instrumentos de política fiscal - tributação, despesas e
administração da dívida pública”
(BURKHEAD,
1971, p. 79).devendo
funcionar de maneiracoordenada e integrada
com
os instrumentos monetários e de crédito.A
funçãoeconômica
da receita pública tantopode
sero
de financiadordo
gastogovernamental,
como
o
“meio de controledo volume
das despesasno
setor privado”(BURKHEAD,
1971, p. 80). Portanto, a receita governamental constitui-senum
instrumentofiscal, na
medida
em
que
permite a consecução dos objetivos de política econômica.Quanto
ao objetivo de crescimento econômico, por exemplo, “as barreirasaduaneiras
ou
isenções, estimulamo
crescimento de setoresda
economia; a tributação sobreterras improdutivas induz
o
crescimento da produção agrícola”(CURSO
DE
ORÇAMENTO
DO
SETOR
PÚBLICO,
1994, p. ro).Relativamente ao objetivo da estabilização
da
economia, “a elevaçãoda
cargatributária reduz os níveis de demanda, propiciando a estabilidade de preços; a tributação de importações e
o
incentivo às exportações, permitem a correçãodo
equilíbrio da balança¢‹›mer‹zia1”
(CURSO
DE
ORÇAMENTO
DO
SETOR
PÚBLICO,
1994, p. 10).Sobre a repartição
da
renda eda
riqueza, considera-se, por exemplo, “os efeitosda
redução de alíquotas para produtos de
consumo
popular e a aplicação de alíquotasprogressivas, consideradas as faixas de renda
ou
de propriedade”.(CURSO
DE
ORÇAMENTO
DO
SETOR
PÚBL1co,1994,
p. io)É
importante considerar sempre outros instrumentos de política, paraque
nãohajam
conflitos entre objetivos.É
o caso citado acimaem
que, por exemplo, “a elevaçãoda
carga tributária,
que
reduzindo os níveis de demanda, propicia a estabilidade de preços,mas
acarreta, ao
mesmo
tempo, a reduçãodo
nível deemprego
na economia”(CURSO
DE
Já a despesa pública constitui
um
fator importante na consecuçãoda
políticagovemamental.
É
também
um
instrumento de política fiscal, porque, através dela, “a natureza eo volume
das despesasgovemamentais
irão afetar os níveis de rendado
setor privado e nadistribuição,
bem como
os preços e alocação de recursos”(BURKHEAD,
1971. p. 81).Pode-se demonstrar a despesa pública
como
um
fator preponderanteno
objetivode crescimento econômico, repartição da renda e estabilidade econômica.
Ao
objetivode
crescimentoeconômico
pode-se associar, por exemplo, “autilização
da
despesacomo
instrumento,no
incentivo de investimentosem
capitaisfixos
e nossubsídios à
produção
de recursos,com
o
objetivo de estímulo a detemiinado setor,como
ocaso de subsídios para fertilizantes, beneficiando o setor agricola”
(CURSO
DE
ORÇAMENTO Do
sEToR
PÚBLICO,
1994, p.22).A
repartiçãoda
renda,no
âmbito regional, se dá através de “alocação espacial dosgastos.
No
casodo
Brasil, a Constituição de 1988 obriga a transferência compulsória derecursos, através dos
Fundos
de Participação dos Estados, dos Municípios eem
programas definanciamento ao setor produtivo
do
Norte, Nordeste e Centro Oeste.A
transferênciavoluntária de recursos orçamentários poderá
também
ser considerada na redução dosdesequilíbrios regionais de renda.
Quanto
a repartição de renda entre grupos sociais, pode-sepromover
a reduçãodo
preço final dos produtos deconsumo
popular, porexemplo”
(CURSO
DE
ORÇAMENTO DO
SETOR
PÚBLICO,
1994, p.22).Relativamente à estabilização econômica, “a redução de gastos
como
instrumentode política,
pode
ser utilizada para a diminuição da demanda, visando a estabilidade de preços;o
subsídio por produtos exportáveispode promover
a correçãodo
equilíbriodo
balanço depagamentos
e a antecipação de gastos governamentaispode
estabilizar os níveis deemprego.”(CURSO
DE
ORÇAMENTO
DO
SETOR
PÚBLICO,
1994, p. 22).Por fim,
cabe observarque o
uso da receita eda
despesacomo
instrumento depolítica fiscal é de extrema relevância, desde que sejam utilizadas de forma inteligente e
harmoniosa, sob
pena
de serem manipuladas atropeladamente, prejudicando a utilização deoutros instrumentos
que
também
sao importantes para acelerar o crescimento econômico,CAPÍTULO
1113
-O
ORÇAMENTO
PÚBLICO
3.1.
Conceitos
Vários autores tratam de conceituar o orçamento público.
Todos
eles, ao analisá-lode forma
maismodema,
não esquecem
de colocaro
planejamentocomo
um
instrumento desuma
importância para a consecução de objetivosdo
governo. Isto acontece devido ao fato deque o
orçamento e o planejamentodevem
atuar de forma concatenada, afim
de espelhar,em
termos financeiros, toda a
programação
governamental.Orçamento
público éum
“ato político administrativo periódico deprogramação
financeira pública, envolvendo autorização e limitação para realizar despesas e para tributar”
(VIDIGAL,
1973, p. 230).Como
pode-se observar,o
conceito acima enfatizao
caráter financeirodo
orçamento,
não
determinado o aspecto fisico representado por metas a alcançar paradeterminado período de tempo.
A
autorização e limitação a que se refereo
autor, estácondicionada a participação parlamentar
no
processo orçamentário.Mas,
osmesmos
atoslegais
que
autorizam e limitam a execução dos orçamentos anuais,também
determinam que asreceitas públicas serão sempre estimadas.
É um
conceito incompleto e puramente financeiro.Orçamento
público éum
“plano de trabalho expressoem
uma
relação de ações arealizar e de recursos necessários à execução”
(BELCHIOR,
1971, p. 9).O
autor enfatiza claramente a interligaçãoque
existe entreo
planejamento e Ogasto propriamente dito
quando
citaque o
orçamento éum
plano de trabalho.Mas,
nem
sempre
O que
é planejado é executado, jáque no
decorrerdo
exercício financeiro, as receitas eas despesas
govemamentais
podem
sofrer variações. Portanto,nem
sempre os recursos são osnecessários a execução
do
plano de trabalho.“O
orçamento público éum
instrumento políticoque
tem
por objetivo asseguraro
controle, pelas Assembléias Representativas, das atividades econômico-financeira
do
Este conceito caracteriza-se por demonstrar a efetiva participação
no
processo orçamentáriodo Poder
Legislativo.“O
orçamento
éuma
técnica cujo maior significadomodemo
consiste precisamenteem
ligar os sistemas de planejamento e de finanças, pela expressão quantitativa financeira efisica dos
programas
de trabalhodo
governo”(MACHADO
eREIS,
1995, p. 12).O
autordá
ênfase ao relacionamentodo
plano de trabalhocom
o
desembolso derecursos financeiros,
demonstrando que
a técnicadenominada
“orçamento-programa” estáinserida
no
contextodo
processo orçamentário brasileiro atual.Por
fim,
e procurando contribuircom
um
conceito, percebe-seque o
orçamentopúblico é
uma
ferramenta de ligação entreo
planejamento e a área financeira que, através deautorização legal, estima a receita e
fixa
a despesa paraum
determinado periodo de tempo,respeitando o plano plurianual e as diretrizes orçamentária
do
período.3.2.
O
Orçamento-Programa
e
seus
Princípiosl
O
orçamento-programa
utilizado naUnião
eem
todos os Estados e Municípiosdo
Brasil, é entendido
como
sendoum
planoque
expressaem
termos fisicos e financeiros, paraum
período detempo
definido,o programa
de operações deum
governo, os recursos a seremutilizados
no
seu desenvolvimento e os meios de seu financiamento.A
característica fundamentaldo
orçamento-programa é a de possibilitar a ligaçãoentre os sistemas de planejamento e de finanças, permitindo
que
os planosmedidos
em
unidades fisicas, sejam expressos
em
termos financeiros.Em
outras palavras, é possível amensuração,
em
termos fisicos e financeiros, das ações definidas nos orçamentos.O
orçamento-programa
mudou
o enfoque de bens e serviços a adquirir da técnicaanterior,
denominada
orçamento tradicional, para serviços a executar, permitindoum
controleadequado na
verificação deque
atéque
ponto os programas contidosno
orçamento foramexecutados.
Ou
seja, permite o controle das realizações fisicas, além dos aspectos tradicionais.O
orçamento-programa constitui-senum
documento
dinâmico, pois apresentaum
plano,destacando metas e objetivos, a responsabilidade pelos gastos e os meios financeiros.
1
Com
relação aos princípios orçamentários, observa-se que, através dostempos
enas
vanas
experiências orçamentáriasforam
normatizados, afim.
de. orientar a elaboração,execução e controle dos orçamentos públicos.
No
Brasil utiliza-se os seguintes princípios:a) anualidade:
No
Brasil, de acordocom
o
artigo34 da
Lei n° 4.320,o
orçamento deve ser anual, coincidindo
com
o ano civil.Em
certos países,como
nos Estados
Unidos
ena
Itália,o
ano fiscal corresponde ao período de 1° de julhoà
30
de junhodo
ano seguinte;b) unidade: consiste
em
determinarque o
orçamento deve ser único,devendo
constar todas as contas orçamentários
num
único documento.Este foi o princípio mais violado durante o tempo, porque as sucessivas crises
determinavam
que
osgovemos
precisavam de orçamentos paralelos para abafá-las.Este princípio foi sofrendo variações até chegar ao instante
em
que
concebe-se acoexistência de vários orçamentos que, consolidados, constituem
um
únicodocumento
a ser enviado ao Legislativo. Esta é a concepção atual;c) universalidade:
o
orçamento deve incluir todas as receitas e despesas de todosos Poderes,
Órgãos
e Fundos, tanto da administração direta quanto da indireta.Este princípio estabelece
que
todas as receitas e despesasdevem
constarda
leiorçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
d) exclusividade:
o
orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e nãoconter dispositivos
que não
o financeiro, ressalvandoo
dispostono
parágrafo 5°do
artigo 120 da Constituição
do
Estado de Santa Catarina, que autoriza a abertura decréditos suplementares e contratação de operação de crédito.
Os
casos específicos estão autorizados na própria lei orçamentária,que
autoriza aabertura de créditos suplementares e realização de operações
de
crédito porantecipação de receita até certo limite
e) especificação: as receitas e as despesas
devem
ser autorizadasem
parcelasdiscriminadas
em
não englobadas,ou
seja, as receitas e as despesasdevem
serclassificadas
com
um
nível de desagregação tal,que
facilite a análise. Esta regrarefere-se à classificação da receita e da despesa,
conforme
detemiina a PortariaSOF/SEPLAN
n° 06, deO9
de junho de 1982, atualizada pela PortariaSOF/SEPLAN
n° 037, deO2
de agosto de 1989 (anexo I), e de conformidadecom
f) publicidade:
o
conteúdodo
orçamento deve ser divulgado para conhecimentopúblico. Refere-se especificamente a
um
princípio democráticodo
conhecimentopublico na
condução da
coisa pública.g) equilíbrio: consiste
em
determinarque
as despesas autorizadasnão
podem
sersuperiores às receitas estimadas
num
certo período.O
orçamento não deve sersuperavitário e
nem
deficitário, poisambos
são criticáveisem
razão denão
satisfazer a população.
“O
orçamento superavitário não estaria, certamente,satisfazendo as necessidades atuais da população e esta estaria sofrendo
uma
cargatributária não revertida
em
seu beneficio. Paradoxalmente,o
déficit continuadotambém
é criticável, jáque
sua ocorrência implica a transferência de cargatributária
que
deveria ser suportada pela população atual”(SILVA,
1988, p. 35).h)
programação:
com
a evoluçãodo
orçamento, este princípio incorporou-se àtécnica
do
orçamento - programa.O
Estado precisou utilizaro
orçamento pararacionalizar os gastos públicos e, para tanto, lançou
mão
do
princípio daprogramação
para fazer a ligação entre o planejamento e as despesas públicas.í)
não
afetaçãodas
receitas:nenhuma
parcela da receita geral poderá serreservada
ou comprometida
para atender a determinados gastos.É
o
princípiodo
recolhimento de todos os recursos a
uma
caixa únicado
Tesouro e quenenhuma
receita de tributos poderá estar vinculada a detenninada despesa.
3.3.
Evolução
do
Orçamento
Público
em
Outros
Países
Através da história observa-se
que
o conceito deOrçamento tem
sofrido variações.Nem
sempre existiu esse termoque
hoje é tãocomumente
usado.Na
moderna
administraçãopública,
o
ato de prever e autorizar despesasnum
exercício financeiro cabe ao orçamento. Estaincumbência
nem
sempre foi observadaem
épocas mais remotas.O
orçamento-programa,com
a sua evolução, através da introdução dos princípios
que
norteiam a questão, éuma
técnicaque
alia aprogramação
tanto fisicacomo
financeira deum
governo.Se
esta técnica forbem
utilizada, certamente a gestão dos recursos públicos será correta.
O
estudodo
orçamentopode
ser consideradodo
ponto de vista objetivoou
subjetivo.No
aspecto objetivo, “designao
ramo
das Ciências das Finançasque
estuda a Leido
execução e controle (...).
No
aspecto subjetivo constitui a faculdade adquirida pelo própriopovo
de aprovar a priori, por seus representantes legitimamente eleitos, os gastos que o Estadorealizará durante o exercício”
(SILVA,
1988, p. 21).O
orçamento, portanto, está ligado ao desenvolvimento dos princípiosdemocráticos, ligado à vontade popular de escolher as obras e os serviços
que
achar melhor.Nos
Estados antigos, esta fiinção não existia, cabendo ao soberano determinar afixação
dos impostos e os gastos públicos.Mesmo
que
tenha-se observado algumas tentativas anteriores,o
orçamento,efetivamente, teve origem na Inglaterra
no
ano de 1217,com
a CartaMagna
outorgada porJoão
Sem
Terra,onde
apareceem
seu artigo 12, a limitaçãodo
poder realcom
relação aosgastos públicos:
“Nenhum
tributo ou auxílio será instituído no reino, senão pelo seuConselho
Comum,
excetocom
ofim
de resgatar a pessoa do Rei, fazerseu primogênito cavaleiro e casar sua
filha
mais velhauma
vez eos auxílios para esse
fim
serão razoáveisem
seu montante”.No
entenderda
grande maioria dos estudiososdo
assunto, essa colocaçãoconstante
da
CartaMagna,
significouo
iníciodo
orçamento público.Em
1628, foi criado o “Petitionof
Rights” (Petição de Diretos),que
determinavaque
qualquer imposto só poderia ser instituídocom
autorizaçãodo
Parlamento.Em
1689,o
Parlamento inglês baixou a “Billof
Rights” (Declaração dos DireitosIndividuais),
que
entre outras coisas, garantia para si reuniões periódicas,onde
deveriam servotadas todas as autorizações para a cobrança de impostos.
Na
França, aRevolução
de1789
foium
fator determinante paraque
existisse apreocupação
com
o orçamento público.Nesse
país foi adotado o princípiodo
consentimentopopular,
onde
a população deveria opinar sobre as questões relacionadas à cobrança deimpostos.
Nos
Estados Unidos, a revolução pela independência decorreuda
imposiçãoda
Inglaterra pela cobrança de impostos,
sem
a consulta aos colonos.A
população cansada depagar pesados impostos lutou, desesperadamente, para acabar
com
esse vínculo e, atravésda
independência,
buscou
a legitimaçãoda
cobrança dos tributos,dando
início à preocupaçãodo
O
orçamento
dos EstadosUnidos
começou
efetivamente a se organizar a partir del9l0,
com
a criação da“Comissão
deEconomia
e Eficiência”, encarregada de darum
verdadeiro impulso para o aperfeiçoamento da fiinção orçamentária e, ainda, foi realizado
um
amplo
estudodo
funcionamento da administração federal, visando a sua modernização.Até
este
momento
o
orçamento era estruturado de acordocom
a sua classificação, por objeto degasto, caracterizando
um
tipo de instrumento que informava somente as coisasque
o governoadquiria e
não
asque
realizava.A
forma
mais primitivado
orçamento está caracterizadano
que échamado
orçamento
tradicional. Este tipo de orçamento tinha
como
meta
a “previsão e autorização das receitas edas despesas.
Seu
objetivo básico, historicamente, foi sempre asseguraro
controleque
se fazia,através dos órgãos legislativos sobre as atividades financeiras dos órgãos
do
Executivo.Era
um
orçamento político, contábil e financeiro, apenas.Não
tinha outra pretensão, não visava aoutra finalidade.
Sua
função era ainda ordenar e coordenar os meios para atingir os finspropostos pela ciência das finanças que, então
propugnava
pela neutralidadecomo
políticafinanceira”.
(SILVA,
1983, p 85)O
orçamento tradicionalpode
ser conceituadocomo
um
plano de trabalhoexpresso
em
termos financeiros paraum
determinado período,com
seus meios definanciamento.
Aponta
os responsáveis pelos gastos e os objetos de despesas.A
ênfase recaisobre os bens e serviços adquiridos, destacando os elementos de despesa: pessoal, material,
etc. Esse tipo de orçamento,
chamado
“tr-adicional”, não executava tarefas relacionadas aoplanejamento,
ou
seja, não continha informações referentes aos programas e projetos que iriamser implementados.
Dessa
forma, era impossível obter resultados que ensejassemum
relacionamento
com
um
plano govemamental. ADepois da
Primeira Guerra Mundial e,em
conseqüência da Depressão de 1929, oorçamento nos países mais desenvolvidos
começou
a ter maior importância. Para oseconomistas da época,
o
instrumento maisadequado
para interferir nas oscilações econômicasera
o
orçamento,que
deveria estimar a receita e fixar a despesa de cadagovemo,
para cadaexercício financeiro.
O
orçamento, antes dessemomento
de crises profundas naeconomia
causadas por guerras e depressões econômicas,
não
tinha qualquer vínculocom
o
planejamento, já
que
poderia ser aproveitado parauma
melhor captação de receita euma
Na
Inglaterra,no
princípiodo
séculoXX,
ogovemo
apresentou àCâmara
dosComuns
um
orçamento revolucionárioque
apresentava a receitacomo
um
instrumento decaptação de recursos e a despesa, dispondo desses recursos, para realizar objetivos
econômicos
e sociais, representando a aproximaçãodo
orçamento ao planejamento. Essedocumento
representouum
avanço muito grande,que
mais tarde iria ser usado para ajustar ascontas
govemamentais
de vários países capitalistas.Nos
Estados Unidos, a aproximaçãodo
orçamentocom
o
planejamento aconteceuem
meados
da década de 1930,em
função das novas e revolucionárias classificações porprojetos e programas apresentados pelo
Departamento
de Agricultura eda
Administraçãodo
Vale
do
Tenessee.Logo
depois, naSegunda
Guerra Mundial, os departamentos militaresamericanos
também
adotaramo
orçamento por programas. Depois disso, o enlaceplanejamento-orçamento.tomou-se evidente, culminando
com
o
aparecimento, já na década de1960,
do
PPBS
(PlanningProgramming
and Budgeting System) - Sistema de Planejamento,Programação
e Orçamento.Os
problemaseconômicos
enfrentados pelos americanos devido asfortes recessões, inflação alta e distúrbios urbanos, foram determinantes para que o
PPBS
fosse sepultado,
com
a justificativa deque
não seria preciso planejar e programarum
orçamento cuja
economia
se encontravanum
caos.Em
substituição aoPPB
S, surgiuuma
nova
proposta
na
linha de inovações tecnológicasque
sechamava
“Orçamento
Base-Zero”, quetinha
como
característicao
reexame,em
cada exercício, de todos os programas e os cálculospara a consecução dos
mesmos,
redefiniçãodo
custo-beneficio das atividades governamentais,caracterizando
um
método
de controle e avaliaçãodo
orçamentoem
sintoniacom
oplanejamento. Esse orçamento tinha a simpatia
do
PresidenteJimmy
Carter,que
se esforçoupara implantá-lo
no Governo
Federal,no
final da década de 197 O2.Foi depois da
Segunda
Guerra Mundial, a partir da fundação dasNações
Unidas,que o
orçamento eo
planejamento encontraramum
respaldo maior, porque essa instituiçãocomeçou
a advertirda
necessidade de planejamentogovemamental
nos países,em
função doscrescentes gastos
do
setor público.A
partir dos acontecimentos expostos acima, o orçamento obteveum
papel muitoimportante
na
administração pública.A
aplicaçãodo
orçamento, face a sua evolução, teve aresponsabilidade de idealizar e executar