UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA -UFSC.
CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS CFM.
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - QMC
RELATÓRIO DE ESTAGIO DE CONCLUSÃO DE CURSO
TÍTULO DO ESTÁGIO
SINTESE E CARACTERIZAÇÃO DE COMPOSTOS DE COBRE, POTENCIALMENTE MODELOS PARA 0 SÍTIO ATIVO DE METALOENZIMAS.
Aluno: Leonardo Jantsch Fiuza
Orientador: Prof. Dr. Augusto Suzin Ceccato
DEDICATÓRIA:
Dedico este trabalho aos meus pais Armando de Padua Fiuza
e
Célia Jantsch
Fiuza, meus irmãos Armando de Padua Fiuza Júnior, Thiago Matheus Jantsch
AGRADECIMENTOS:
Agradeço ao Prof Dr. Augusto Suzin Ceccato pela paciência, apoio, compreensão, orientação e confiança depositada em mim.
Agradeço ao Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina o apoio disponibilizado através de sua estrutura física e corpo docente.
Agradeço ao PADCT III pelo apoio financeiro.
Agradeço aos meus colegas de laboratório pelo apoio e o café.
Agradeço aos colegas do Centro Acadêmico Livre de Química e aos demais colegas de classe.
SumArio
I - INTRODUÇÃO 1
1.1 - 0 Cobre 1
1.2 - Galactose Oxidase 3
2- PARTE EXPERIMENTAL 5
2.1 - Materiais, métodos e instrumentação 5
2.2 - Síntese e Caracterização do Ligante 5
2.2.1 - Sintese do ligante H2Bhis 5
2.3 - Síntese dos Complexos 8
2.3.1 - Síntese e Caracterização do Complexo 1 8
2.3.2 - Síntese e Caracterização do Complexo `") 11
3 - DISCUSSÃO 15
4 - CONCLUSÃO 17
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura I - Esferas de Coordenação e geometria dos Centros de Cobre, em metaloenzimas do tipo 1, tipo2 e tipo 3
Figura 2 - Desenho esquemático do sitio ativo da galactose oxidase caracterizado cristalograficamente
Figura 3 - Espectro infravermelho do 1-12Bhis, em pastilha de KBr
Figura 4 - Espectro infravermelho do Complexo 1, em pastilha de KBr 1) Figura 5 - Estrutura Proposta para o Complexo 1
Figura 6 - Espectro infravermelho do Complexo 2, em pastilha de KBr I 2
Figura 7 - Espectro eletrônico UVWis, em DMF
Figura 8 - Análise Termo Gravimétrica I .;
vi
RESUMO
Foram sintetizados o H2Bhis Rácido[(2-hidroxifenilmetil)-2-amino)-3-(1H-imidazol-4-11)propanóico] corno ligante e dois complexos de Cobre mononuclear utilizando-se este ligante, corn o objetivo de mimetizar o sitio ativo da Galactose Oxidase, onde o complexo (1) foi sintetizado corn um rendimento de 95%, e o complexo (2) com 40,23% de rendimento.
A síntese de compostos utilizaram a proporção 1 : 1 (Cu 2+/L) na presença de Et3N obteve-se urn composto octaddrico mononuclear corn o ligante tetradentado e corn duas águas de coordenação (complexo (1)). Sem a adição de Et3N obtivemos o composto octaédrico onde se encontra dois ligantes protonados (fenáis) coordenados ao metal (Cu 24.) e corno contra-ion dois percloratos e duas águas de cristalização (complexo (2)).
Estes compostos foram caracterizados por espectroscopias no infravermelho , na região o ultra violeta e do visível (UV\Vis), análise elementar Cl-IN e termo gravimetrica (TGA).
1-INTRODUÇÃO:
Este trabalho foi realizado na intenção de sintetizar e caracterizar os complexos de Cobre do tipo 2, que mimetizassem o sitio ativo da Galactose Oxidase.
A compreensão da maneira que atuam as metaloenzimas tem sido facilitada pela Química Bioinorgánica. A síntese e caracterização de modelos e análogos sintéticos que mimetizam a estrutura do sitio ativo de enzimas tem fornecido relevantes informações para o trabalho na área biológica, contribuindo para o desenvolvimento de metodologias de análise quantitativa e para o melhor entendimento da enzimologia.
0 processo de mimetização de enzimas se desenvolve em etapas , para um ajuste das propriedades fisico- químicas dos modelos ou análogos sintéticos com as respectivas propriedades das enzimas de interesse, o que requer tempo e aprendizagem para obtenção , através de sínteses elaboradas e análises sofisticadas, dos novos ligantes e, posteriormente, dos respectivos complexos.
1.1-O Cobre:
Cobre é um elemento de minero atômico 29, que ocorre nos estados de oxidação +1, +2 e +3 em seus compostos. Os estados de oxidação mais importantes em biomoléculas são o +1 e o +2. 1
No estado +I, apresenta configuração eletrônica [Ar) kV ° , tendo os orbitais e s e t2g completos. Portanto, a grande maioria dos complexos de cobre (I) é diamagnética e a ausência de transições d-d implica em compostos incolores.'
No estado +2, o estado de oxidação mais estável e importante do metal, a configuração eletrônica é [Ar] 3d9, apresentando os orbitais t2g completos, enquanto que
os orbitais eg estão semipreenchidos, sendo que seus compostos são coloridos e paramagnéticos. E de se esperar que os complexos de Cu (II) apresentem uma pronunciada distorção Jahn-Teller.'
O cobre é essencial à vida e uma pessoa adulta tern no organismo cerca de 100 mg de Cu. É a terceira maior quantidade de um metal de transição, inferior ao Ferro (4g) e ao Zinco (2g).
Embora pequenas quantidades de Cu sejam essenciais, quantidades maiores são toxicas. As necessidades diárias na alimentação são da ordem de 4 a 5 mg de Cu, e em animais a deficiência desse metal resulta na incapacidade de aproveitar o ferro armazenado no fígado. Dessa forma, o animal passa a sofrer de anemia. 0 cobre liga-se a proteínas do organismo, como metaloproteinas, ou como enzimas.
Dependendo da esfera de coordenação e da geometria dos centros de cobre, essas enzimas podem ser classificadas em tipo 1, o cobre "azul", tipo 2, o -não-azul", e tipo 3, não detectável por RPE e, o cobre presente na hemocianina, de acordo com o esquema abaixo.(Figura 1)23
As metaloenzimas de Cobre do tipo 1 possuem a função de transportar elétrons e são conhecidas como as proteínas azuis do cobre. As metaloproteinas de cobre do tipo 2 possuem a função de ativar o oxigênio em conjunto com outras enzimas orgânicas. As metaloproteinas de um cobre do tipo 3 são dimeras, possuindo um ligante em ponte entre os dois átomos de cobre e atuam como transportadoras de oxigênio.
:VS
.... '
C „
C
His
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3
Onde: R 4 Met (Azurina, Plastocianina, Lactase) L 4 Ligantes contendo 0 ou N.
Figura 1: Esferas de Coordenação e geometria dos Centros de Cobre, em metaloenzimas do tipo 1, tipo 2 e tipo 3,2.3
I.
1 i
■
, . , , , 1 • .., - L
V
'.--
",,t ••'3
1) Amino Oxidase (responsáveis pela oxidação de minas) - tipo 2 2) Ascorbato Oxidase (Oxidação do Ácido Ascorbico) - tipo 1.
3) Galactose Oxidase (Oxidação do grupo RR'-CHOH ao grupo RR'-CHO no mono ssacarideo galactose) - tipo 2.
As biomoléculas de cobre são responsáveis, principalmente, pelo transporte de oxigênio e de elétrons. Existe um grande interesse dos químicos em estudar modelos para reproduzir em laboratório compostos similares com o objetivo de elucidar o mecanismo de atuação dessas moléculas.
Abordaremos aqui a galactose oxidase que é uma enzima, em que o cobre é
responsável pelo transporte de elétrons em sistemas biológicos.
1.2- Galactose Oxidase (GOase):
A galactose oxidase (GOase) é uma enzima extracelular secretada pelos fungos
Dactyllium dendroides, Polyporus circinatus e Polyporus dendroids.4 Atua promovendo
a oxidação estereoespecifica de um grande número de álcoois primários transformando-os em seus correspondentes aldeídos com a redução acoplada do oxigênio molecular a peróxido de hidrogenio. 2'5
RR' CHOH + RR'CHO + H202
A proteína é monomérica e possui um peso molecular de 68 kDa, com cerca de 639 aminoácidos sendo que seu sitio ativo apresenta apenas um centro de cobre não-azul, essencial para catalisar a transferência de dois elétrons na reação de oxidação. 2
Recentemente Ito et alii6a determinaram a estrutura da galactose oxidase via
difratometria de raios-X com uma resolução de 1,7 A (Figura 2) Esta enzima consiste de três domínios apresentando predominantemente estrutura 13 e somente uma única a hélice. 0 ion cúprico encontra-se na superfície acessível por solventes do segundo
His 495 Tyr495 N NN c I N N H 1-1 2 0 Cys 228 1-lis 661 4
como piramidal quadrada. 0 ion de cobre (II) está coordenado a quatro resíduos de aminoácidos da cadeia protéica e a um anion acetato exógeno. 0 quadrado quase perfeito é formado por um átomo de oxigênio do resíduo tirosinato, dois nitrogênios histidinicos e um átomo de oxigênio do anion acetato ou de uma molécula de água em pH 7. Um oxigênio de outro resíduo tirosinato ocupa a posição apical da pirâmide.
Figura 2: Desenho esquemático do sitio ativo da galactose oxidase caracterizado cristalograficamente.6.7
0 CH,-CH—C - I \ OH NH OH 0 1. Met:gill:OH 2. NaBH4 5
2- PARTE EXPERIMENTAL:
2.1- Materiais, métodos e instrumentação.
Todos os reagentes e solventes utilizados nas sínteses foram adquiridos de fontes comerciais e foram utilizados sem prévia purificação.
Para medidas de ponto de fusão foi utilizado o aparelho MQAPF-301, da Micro-Química, os espectros infravermelhos na região de 4.000 à 400 cni l foram realizados em pastilha de 1(13r, em espectrofotômetros Perkin Elmer modelo FT 16PC, as análises de Cl-IN foram realizadas em um equipamento Perkin Elmer 2400, os espectros eletrônicos UV/Vis foram realizados em espectrofotômetros Perkin Elmer modelo lambda 19 e as análises de TGA foram realizadas em um equipamento Shimadzu modelo TGA-50.
2.2- Síntese e Caracterização do Ligante.
2.2.1- Síntese do ligante H2Bhis: [(dcido [(2-hidrox ifenilmetil)-2-am i no]-3 -(1H-imidazol-441)propanôico]
H2BHis
O H2Bhis foi sintetizado a partir da aminação redutiva entre a histidina e o aldeido salicílico, conforme a seguinte rota sintética:
A uma suspensão de histidina (15,5g; 0,1 mol) em 250 mL de metanol, sob agitação magnética, foram adicionados 4,2g (0,1 mol) de Li0H.H20, permanecendo partes insolúveis.
6
Ern seguida foram adicionados
12,0 mL (-0,11mol)de
aldeido salicilicoà esta
solução,a qual apresentou uma
coloraçãoamarelada.
A
soluçãofoi mantida à
45 °Cpor
15minutos
restando,ainda,
partes insaaveis.Em seguida
esta solução foiresfriada à temperatura
ambiente, edurante
45minutos foi adicionado
o Boroidretode
Sódio (4,0g; —0,1 lmol), ocorrendo liberaçãode
gás eum
enfraquecimentogradual da
coloração,até a
solução tomar-se praticamenteincolor.
Endo,
a solução foi
concentradaà secura, restando um
sólidobranco
eum
óleoamarelo.
Ambosforam dissolvidos em
aproximadamente 300mt., de
Agua, onde opH foi
acertado ern
tomode
7 (122 mLde
HC1 1M). ocorrendo a precipitaçãode um
sólidobranco.
Este
sólidofoi
filtradoà
vácuo, lavadocom
águaquente
(80°C)
elavado com
éter. Entãofoi seco a
vácuo,apresentando
ponto de
fusãoentre
249-250 °C. Rendimento81% (21,14g),
baseado na
histidina.• Análise Elementar:
CHIN do
H2Bhis: C13H15N303 -PM
= 261,3 g/molNitrogênio
Carbono
Hidrogênio EnxofreExperimental 59,30 5,41 15,70 0
291-415 A. SP
it
23_ 1 "" C.0 7 z 1 0400 3 3500 . a.00 2000 2000.3 I 500 1 6CG 1 403 203 t3C0 517 doo o CV-1Figura 3: Espectro infravermelho do I -12Bhis, em pastilha de KBr. Atribuições: —> v(NH): 3114 cm-1
qcoo-,
ass.): 1602 cm -1qcoo-,
sim.): 1406 cm -I —> 40H): 1380 cm -1 aromático): 3014 cm-I alifatico): 2900 - 2970 cm'2.3- Síntese
dos Complexos
2.3.1- Síntese e
caracterização do
Complexo 1.Cu(C104)2.6H20 /Me0H H2Bhis agitação Solução
Verde
Et3N agitação AcetonitrilaFiltrado
lavado 2 x 3 mL isopropanol [Cu(Bhis)(H20)2]H 2 l3his + Cu(C104)2.61-1)0 +
Et:A
\k`)" [Cu(Bhis)(1-120)2] ( 1)A uma solução de
20 mLde
Me0Hcontendo
0,74g (2 mmol)de
Cu(C104)2.6H20foi adicionado
0,522g (2 mmol)do
ligante sólido,alterando a
coloraçãoda
soluçãode
queno principio era
azulclara para verde.
Adicionou-se a esta solução verde
6 mmolde
Et3Npara
deprotonar edissolver
o ligante.Utilizou-se
aproximadamente
80,0 mLde
Acetonitrila,para precipitar
oproduto,
gerando um precipitado fino que foi filtrado
e lavadoduas vezes com
3 mLde
1
1 t?;D:1 lliD7.■ 1 aZi7i 2C-r,1
:".
9
isopropanol. obtendo-se 0,68g de produto com um rendimento de 95%, em relação ao
ligante.
Verificou-se que o complexo não é solúvel nos solventes disponíveis no laboratório: H20, Me0H, Et0H, DMF, Clorofórmio, Diclorometano, Acetona, Acetonitrila, Éter etílico. etc.
• Análise elementar: CNN: do complexo 1: C13H17N305Cu - PM = 358,54 g/mol
Nitrogênio Carbono Hidrogênio Enxofre
Experimental 11.934 43.947 4.445 0
Teórico 11.71 43.51 477 0
Atribuições: —> t(NH): 3114
cm'
aromático): 3012cm-1
alifático): 2900 - 2970cm'
—> q011,11
20): 3382cm-1
—> qC=N): 1592cm'
1011 2.3.2- Síntese e caracterização do Complexo 2.
Cu(C104)2.61120 /Me0H H2Bhis agitação Solução Verde
agitação c/ leve aquecimento. Solução Azul
Filtrado em papel
lavado 2 . 3 mL isopropanol lavado 2 „ 3 mL éter
[Cu(H2Bhis)2].(C104)2.21 -120
H2Bhis + Cu(C104)2.6H20 [Cu(H2Bhis)2].(C104)2.2H20 (2)
A uma solução de 20 mL de Me0H com 0,74g (2 mmol) de Cu(C104)2.6H20 foi adicionado 0,522g (2 mrnol) do ligante, alterando a cor inicial da
solução de azul para verde.
Deixada sob agitação com leve aquecimento por aproximadamente cinco minutos, passando a solução a adquirir uma coloração azul intenso. Após dez minutos retirada a agitação e filtrada em papel filtro.
Separado precipitado microcristalino de cor roxa, lavado com isopropanol
e com éter etílico. Produzindo 0,33g com um rendimento de 40,23%, com relação ao perclorato de cobre hexaidratado.
• Análise elementar: CHN: do complexo 2: C26H34N6016CuC1 2 - PM = 821,04 g/mol
Nitrogênio Carbono Hidrogênio Enxofre Experimental 10,235 38,097 4. I 76
0
ti
I
12
r•CCO::
Figura
6:espectro infravermelho do Complexo
2,em pastilha de
KBr.Atribuições: —>
(NH):
3154 cni 1 —> 8(OH): 1394cm-1
aromático): 768 - 3012cm-1
—> p(CH, alifático): 2900 - 2970cm-1
—> v(C=N): 1610cm-1
—> v(C104): 1114cm-I
• Espectroscopia Eletrônica:0
espectro
eletrônicodo Complexo
(2)em
DMF (Figura 7),apresenta duas
transiçõesem
648,00rim
(s = 137,4 M-lcm-1 )e
427,20 nm(e
= 343,7 M-l cm-1 ),correspondentes as
transições dz2 dx2-y2e
dxy 4 dx2-y2 respectivamente.L. 0.00 200.00 400 00 TempfC) -0 JO 010 -0 20 600.00 800.00 OrTGA mgimln lc. TOA 313 88.39C 8toort 101 .48C 184.02 0 En8 330.00C 1'2 I r1.4c... 228.480 148.240 Enciset 290.240
VVeslaht L.a. -0.103,10 VValaht Loma -0.817m0
-4.052 14 -32.00694 SO 100 00 tatart Mnel -2, ns.rt Endoebt
Figura 7: espectro eletrônico UV/Vis do complexo 2, em DMF
• Análise Termo Gravimétrica:
Como objetivo de determinar se as Aguas presentes no complexo (2) era de cristalização ou de coordenação, foi realizada a análise do mesmo, indicando que se trata de Aguas de cristalização.
Figura 8: Análise Termo Gravimétrica do complexo (2) [Cu(H2abis)21.(C104)2.2H20
14 O NH OFT \ OH HO Nki OHM u—NH . (C104)2 . 21420
15
3- DISCUSSÃO:
O ligante H2Bhis, a análise de RMN 1 H não foi feita devido A sua baixa solubilidade, desde D20 até CDC1 3. Mas mesmo assim, foi possível a sua caracterização com base no seu espectro infravermelho e em sua análise elementar.
As demais análises que deveriam ser realizadas com os complexos (eletroquimica, espectro eletrônico UV/VIS) não foram realizadas, também pelo fato de não serem solúveis, só o complexo 2 era solúvel em DMF, mas quando diluído alterava sua coloração de roxo para verde, podendo haver uma alteração em sua estrutura, pois de acordo com o CHN, os dois complexos são diferentes, e o complexo 1 apresenta urna coloração verde idêntica A coloração da solução do complexo 2 em DMF.
A partir das excelentes análises elementares e do infra vermelho, propomos urna estrutura para o complexo 1 (Figura 5), cuja esfera de coordenação contém 1 Nitrogênio imidazólico, 1 Nitrogênio alifático, um oxigênio fenólico e dois oxigênios de água. com geometria octaddrica, ficando muito próxima da esfera de coordenação proposta por Ito et
alii para a Galactose Oxidase.
0 complexo 2 (Figura 9) apresenta 2 Nitrogênios imidazólicos, 2 Nitrogênios alifAticos, dois oxigênios fenálicos, com dois contraions perclorato e duas Aguas de cristalização, gerando uma estrutura octaddrica, também próxima da esfera de coordenação proposta por Ito et alii, faltando somente a água de coordenação.
0 espectro eletrônico feito a partir do complexo 2 em DMF (Figura 7), apresentou duas transições, uma em 648 nm com um s igual a 137.4 M' cm e outra em 427,7 nrn com um s igual a 343,7 M -l cm-1 , indicando que se trata de transições do tipo d-d do Cu 2+ .
Comparando os espectros de infravermelho do ligante com os dos complexos, notamos que ha presença do ligante confirmando no primeiro caso que este se encontra deprotonado devido a ausência de perclorato, e no segundo caso continua protonado.
No espectro de infravermelho do complexo
1
(fig. 4) verificamos a presença das bandas características do ligante livre, com algumas intensidades diferentes , e a banda de 1380 cm-1 , correspondente a deformação angular fora do plano do OH do fenol. desapareceu, indicando que houve a deprotonação do -OH do fenol.16
0 espectro de infravermelho do complexo 2 (Figura 6),
é
semelhante ao do ligante livre exceto pela presença da banda do perclorato centrada em torno de 1100,0 cm -I .A análise de TGA para
o
complexo 2 (Figura 8) indicou uma perda de massa de 4,052% em 121,84 °C, onde este valor ficou muito próximo da estrutura proposta (Figura 9) neste trabalho, que indica 4,38% de massa de Agua.17
4- CONCLUSÃO:
1) Estas estruturas propostas para mimetização da Galactose Oxidase podem ser utilizadas no futuro para o estudo da reatividade, através da oxidação de álcoois a aldeídos na presença e ausência destes compostos. (Ação Catalítica).
2) No complexo 1 podemos confirmar que o fenol está coordenado deprotonado devido a ausência do estiramento (5(OH) - 1380 cm*
3) No complexo 2 podemos identificar a banda levemente deslocada em relação ao ligante livre ((5 (OH) - 1380 cm -1 ), indicando que o fenol continua protonado mas coordenado 8(OH) - 1394 cm -1 , e a presença da banda em 1114 cm -1 , correspondente ao contra ion perclorato.
4) Pela análise de TGA do complexo 2, onde a perda de massa ocorreu em uma única etapa, a uma temperatura relativamente baixa (121,84 °C) sugerindo tratar-se de águas de cristalização.
18
5- REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA:
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5- MÉNAGE, Stéphane, GELLON, Giséle, PIERRE, Jean[louis, ZURITA, Dacil ande SAINT-AMAN, Eric, A class of ligands designed as model for apogalactose oxidase. Bull. Soc. Chim. Fr., 134: 785-791, (1997).
6- ITO, Nobutoshi, PHILLIP, Simon E.V.,YADAV, Kapil D. S. and KNOWLES, Peter F., Crystal structure of a free radical enzyme, galactose oxidase. J. Moi. Biol., 238 : 794-814, (1994).
7- ITO, Nobutoshi, PHILLIP, Simon E.V., STEVENS, Conrad. OGEL, Zumrut B., McPHERSON, Michael J., KEEN, Jeffery N., YADAV, Simon E. V. and KNOWLES. Peter F., Three dimensional structure of galactose oxidase: na enzymes with a built-in secondary cofactor. Faraday Discuss., 93 : 75 (1992).
8- CASELLA, L., GULLOTTI, M., PINTAR, A., MESSORI, L., ROCKENBAUER, A., and GYOR, M., Iron (HI) Tyrosinate Models. Synthesis and Spectroscopic and Stereochemical Studies of Iro (III) Complexes of N-Salicylidene-L-amino Acids,Inorg. Chem.26 : 1031 - 1038, (1987).