MARILENE
DARUGNA
PREVALÊNCIA DE DISCROMATOPSIA
EM
MOTORISTAS
DO
TRANSPORTE COLETIVO
DA
GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para conclusão do Curso de Graduação
em
MedicinaFLORIANÓPOLIS
_-SANTA/CATARINA
2001
MARILENE
DARUGNA
PREVALÊNCIA DE DISCROMATOPSIA
EM
MOTORISTAS
DO
TRANSPORTE COLETIVO
DA
A
GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para conclusão do Curso de Graduação
em
MedicinaCoordenador do
curso:
Edson-José
Cardoso
Orientador:
Augusto
Adam
Netto
FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
'
.
Florianópolis,200l. 23p.
Trabalho apresentado a Universidade Federal de Santa Catarina, para
conclusão do Curso de Graduação em Medicina - UFSC
Título em inglês: Prevalence of dyschromatopsia among professional mass transport drivers in a greater region of Florianópolis.
1. Color Perception ; 2. Color Vision Defects; 3. Automobile Driving; 4. Accidents Traffic.
AGRADECIMENTOS
Ao
Dr.AUGUSTO
ADAM
NETTO,
por sua presteza, dedicação e paciênciana
orientação e desenvolvimento deste trabalho, mostrando-seextremamente
solicitoquando
consultado, agradeço a contribuição paraminha
fonnação acadêmica.
Também
sou grata a todos osmeus
COLEGAS DE
TURMA,
que de
uma
forma
ou
outrame
auxiliaram duranteo
curso, ajudandoem
muitosmomentos
dificeis, ede forma
especial a alguns colegasque
me
auxiliaram na elaboraçãodeste trabalho.
Agradecimento
especial desejo fazer aosmeus
paisJOSÉ
FORTUNATO
DARUGNA
eMARLENE
ERBS
DARUGNA,
asminhas
irmãsSIMONE,
J
OSILENE,
MARILÚ
eALEXANDRA,
ao
meu
namorado
'GALDINO
VASSELAI JUNIOR
e seus pais; e alguns amigos, por todo apoio e' incentivoque
me
deram
para chegaraonde
estou; mostrando-me, quepormais
dificilo
caminho
perconido, vale apena
enfrentar as adversidades, para conquistarum
sonho. .
_
~ 1.
INTRODUÇAO
... .. 2.OBJETIVO
... .. 3.MÉTODO
... .. 4.RESULTADOS
... .. 5.DISCUSSÃO
... .. ó.CONCLUSÕES...
7.REFERÊNCIAS...
NORMAS
ADOTADAS
... ..RESUMO
... ._SUMMARY
... ..APÊNDICE
... .. ¢ ¢ - ¢ - . ¢ . . - » u ¢ . n. - n ¢ . . . | z Q. - - ¢ - ¢ . . z . . » » - - z. ¢ Q ¢ ¢ - . u u u u - o ¢ ¢ a. . ¢ | . ¢ ¢ › ¢ ¢ . ¢ . - . ¢ Q. z o ¢ o ¢ c c n n . . . Q . . uz z . Q - - » » - n . . . z ¢ | no . . . » . . . » ¢ . z . . . | -¢ ‹ o o o n o u ø . . . ¢ . | ¢ .Q . ¢ » › z . Q . . - ¢ ¢ ¢ z Q . . ¢ . ¢ ‹ ¢ ó ó . . . . Q Q ¢ .ú o Q ¢ ¢ ¢ z ø à ø › u . ¢ . z - ¢ ¢ ~ › ø . Q Q | ú ó zao1.
INTRODUÇÃO
O
daltonismo foi inicialmente descrito pelo quimico,matemático
e metereologista inglêsJohn
Dalton (1794),que
descreveucom
detalhes a sua~
própria alteraçao
da
percepção visual.A
partir daí as alteraçõesda
visãode
cores
passaram
a serdenominadas
genericamentecomo
daltonismo,em
homenagem
a este cientista.Hoje o
termo cientificamenteusado
é discromatopsia (dis : distúrbio,cromos
: cor, opsis : olho), referindo-se aqualquer distúrbio
da
percepção de cores.Todas
as teoriasque
tentam explicaro
senso cromático,manipulam dados
de verificações repetidamente comprovadas, de
que
três coresdo
espectro (o
vermelho,
o
verde eo
azul),chamadas
cores primárias,quando combinadas
em
proporções adequadas,bastam
para formar as demais cores.Graças a
este fatoo
serhumano
é dotadoda
faculdade de distinguir cores e tons cromáticosdo
espectro luminoso 1, iniciando essa função desde a
segunda
semana de
vidaintrauterina 2,
quando
começa
a se formar o aparelho visual .Nossa
habilidade de distinguir' diferentes coresdepende do
fatode
havertrês tipos diferentes
de
conesna
retina, os quaistem
pigmentos diferentes(Teoria
de Young-Helmholtz
3”4 ).A
retina absorveuma
faixa estreitado
espectro eletromagnético, fótonscom
comprimentos
deonda
entre400
e700
mn
são absorvidos pelos pigmentos visuais contidos nossegmentos
externos dos cones 2 ,que convertem
a energiaem
reação elétrica (impulso neuronal). Está é transmitida porconexões
chamadas
sinapses para as células bipolares , e destas, para as células~
informaçao ao centro das cores
no
córtex cerebral,decodificando
a informação,nos permitindo, assim, distinguir
o
tipo de cordo
espectro luminoso.Comprimentos de onda
maioresque
700nm
emenores que
400nm
tendem' a passar através
da
retina sensorialsem
serem
absorvidos.Na
verdadea
retina é capaz de absorver fótons de
comprimento
deonda
menor
(luzultravioleta),
mas
a córnea,o
cristalino eo
vítreonão
o permitem.Comprimentos
deonda
curtos são percebidoscomo
anil, azul e verde ecomprimentos de
onda
longos são percebidoscomo
amarelo, alaranjado evermelho 5.
Diferente dos ouvidos,
com
os quaispodemos
distinguir diferentesinstrumentos musicais tocados simultaneamente, nossos olhos e cérebro
não
podem
determinar quaiscomprimento
deonda
de luz estão presentes nas coresque
vemos
5.
ç
A
eficáciaem
reconheceralguma
cor,depende
especificamentede
três atributos:da
cor,da
saturação edo
brilhoou
intensidade 5.A
saturação corresponde à pureza,ou
seja,quando
toda luz vista pelo olhotem
o
mesmo
comprimento
de onda,dizemos que
a cor está totahnente saturada 5.O
brilho refere-se à quantidade de luz vinda deum
objeto (onúmero
de
fótonsde
luzque chega
ao olho).O
brilho é a interpretação subjetivada
luminosidade 5 .Essas características das cores são importantes para a realização e
interpretação dos testes para detectar as alterações cromáticas, que
podem
ser pormétodos
subjetivosou
objetivos. Dentre os testes subjetivospodemos
considerar os
métodos
“de denominação,comparação
e igualação.Na
avaliaçãoobjetiva,
o
registrodo
potencialevocado
visual(PEV)
éo
únicométodo
6.Entre os testes de discriminação, as tábuas pseudoisocromáticas de Ishihara são as mais empregadas.
É
um
teste de rápida e fácil realização.É
3
muito utilizado
como
teste para “screening”. Contudo, ele utiliza estímulos depequeno
tamanho, dificultando sua realizaçãoem
portadoresde
visãosubnormal. Serve para identificar quantitativamente, principahnente, a deficiência para as cores verde e vermelho e,
também,
acromatopsiaporém, não
discriminacom
eficácia se a deficiência para visão de cores é parcialou
completa.
É
utilizado basicamente, para identificar discromatopsiascongênitas7.
Os
testes decomparação
ou
de classificação consistemem
fazeruma
seleção entre diversas amostras de cores mais semelhantes.
Os
testes deFansworth
são os mais utilizados, sendoo
Dl5
eo
D28
os principais,do
tipo qualitativo 8, utilizadosem
distúrbios cromáticos adquiridos.The
City University Color Vision Test(CUCVT)
éum
exame
simples ebem
indicadoem
crianças. Detecta corretamente distúrbiosdo
eixo vermelho- verde,dando
muito falso negativono
eixo azul-amarelo.É
mais indicado nasdiscromatopsias adquiridas 8.
O
anomaloscópio deNagel
e'um
teste sensível parao
diagnósticode
discromatopsia congênitas,
porém
éum
testeque
exige treinamento extensodo
examinador
paraque
os resultadossejam
válidos 9.Segundo Wright
(1944) 1°,do
ponto de vista cromático os indivíduospodem
ser classificadosem
tricromata (normalou
anormal), dicromata,monocromata ou
acromata, sendo o tricromata normal,também
chamado
de
ortocromata.
A
populaçãocom
visão normal para cores,em
tomo
de 92%,
chamados
tricromatas,tem
todos os três tipos diferentes de conescom
concentrações normais de pigmentos, euma
retina sensorialnormal
1.Percebem
o
espectro visívelcomo
uma
extensa faixa coloridaque
começa
no
vermelho, discriminamO
tricomata anormaltem
um
dos três pigmentos dos cones anonnal,com
função parcial,
pode
distinguir as três cores plenamente saturadas,mas
tem
dificuldadeem
distinguí-lasem
baixa saturaçãoou
em
lugares quehá pouca
luminosidade.
São
aparentemente normais,vêem
as três cores primárias de maneiraanômala
6.Dependendo
do pigmento
afetado, o pacientepode
serchamado
de
protanômalo (deficiência parao
vermelho), deuteranômalo(deficiência para
o
verde), tritanômalo ( deficiência parao
azul) e tetranômalo(deficiência para
o
amarelo) 12.O
dicromatanão
percebeuma
das três cores primárias 13, poisum
dos trêstipos de cones é ausente.
Se o
defeito estiverno
coneR
a pessoa éum
protanópico (ausência de percepção para
o
vermelho), seno cone G,
deuteranópico ( ausência de percepção parao
verde), e seno
cone B, tritanópico(ausência de percepção para
o
azul) 5.O
monocromata
percebe apenasuma
cor, eo
acromata vê todoo
espectroem
termos de luz e sombras,sem
cor,ou
alternadamente percebeuma
cor,dependendo da
saturação,em
tonalidade branca, cinza e preta 13,sendo
uma
condição muito rara.
A
discromatopsiapode
ser adquirida, sendoepifenômeno no
decursode
certas doenças
da
retina (lesões receptorais ) 13, nervo óptico e vias ópticas(lesões pós-receptorais ) 14.
Doenças
hereditárias (taiscomo
retinitepigmentosa
e atrofia óptica dominante), alterações de coróide, retina
ou
epitélio pigmentar,devido a descolamento
ou
inflamação, e retinosquisis juvenil hereditária, sãodoenças
que
geralmentelevam
a defeitosna
percepçãoda
cor azul.Na
retinopatia serosa central
pode
haveruma
pseudoprotoanomalia que tende adesaparecer. Defeitos adquiridos
do
sistema verde-vermelho são causados pordistrofia de cones,
que
podem
até causar acromatopsia 9.Os
defeitosda
visao de cores adquiridostambém
sao relatadosem
caso de5
Outras causas relatadas de defeitos adquiridos são : atrofias ópticas,
neurite óptica crônica, neurite óptica aguda, papiledema, neuropatia óptica
isquêrnica, lesões
no quiasma
óptico, trato óptico e radiações ópticas,intoxicação por quinino, neuropatia óptica tóxica por antibióticos
ou
agentes quimíoterápicos, hipovitaminose A, cirrose hepática por álcool, lesões vascularesdo
córtex cerebral, tumores, etc.A
maioria dos indivíduoscom
discromatopsiaconfundem o
vermelho eo
verde.
Por
esta razão, eles sãoalgumas
vezes agrupadosem
“deficientes para vermelho e verde”.Todas
as deficiências para vermelho e verde são heranças maternas recessivas ligadas ao sexo e afetam,segundo
a literatura, entre6 a
10%
da
população masculina e 0,4-0,7%da
feminina 2.Ambos, homens
emulheres,
podem
ter tritanomaliaou
tritanopia, os quaistem
herança autossômica dominantenão
ligada ao sexo 5.A
deuteranomalia está presenteem
aproximadamente
5%
da
população;deuteranopia, protanopia, e protanomalia manifestam-se
em
1%
dela; e a tritanopiaou
tritanomaliaem
somente
0,002%
5.Os
cromossomas
X
eY
não
são totahnente homólogos,mas possuem
uma
região
homóloga
e outra não-homóloga.No
setorque
existeno
cromossoma
X,
mas
não
no
cromossoma
Y, localizam-se genescomo
da hemofilia
eda
discromatopsia , tais genes são
chamados
genes ligadosao
sexo15.
Anormalidades
dos genes ligados aoX, que não
sofrem oposiçãodo
cromossoma
Y,
causam
doençasem
homens,
enquantoque
em
mulhereso gene
recessivo anormal
do
cromossoma
sexual é disfarçado por seu alelonormal
16. Isto significa que, quase exclusivamente,homens
manifestam a desordem.As
mulheres são carreadorasdo gen
defeituoso 5, jáque
elascom
os seus doiscromossomas X,
podem
ser homozigotasou
heterozígotas para os genes situados neles.O
homem
que possui apenasum
cromossomo
X,
échamado
visão perfeitamente normal,
mas
aproximadamente
50%
dos seus filhoshomens
serão anormais 5.Atualmente aceita-se
que
a visãodo vermelho
edo
verde seja apenas codificada por dois genes presentesno
cromossomos
X,
em
diferentes lócus 2,enquanto
que
a visãodo
azul está relacionada aoscromossomos
7.Como
osgenes codificadores
do
azulnão
estãoem
um
cromossomo
sexual, os defeitosnas células fotorreceptoras
do
azul são muito raros.De
fato, existem estudosque
mostram
que
sóno
cromossomos
X
existem entre dois enove
genesdestinados a codificar os pigmentos visuais 17.
O
fatode
o número
de
genes servariável
de
pessoa para pessoa, talvez, justifique as grandes diferençasna
percepção das cores entre as pessoas
com
visãonormal
17 e entre astritanomalias .
Candidatos
à
carteira nacional de habilitação(CNH)
são exigidospor
lei a tero
senso cromático normal.A
resolução no080
do Conselho
Nacional deTrânsito
(CONTRAN),
versa sobre osexames médicos
exigidos para obtençãoda
carteira de habilitação.O
CONTRAN
,no
uso das atribuições legaisque
lheconfere
o
art. 12, inciso I,da
Lei no 9.503, de23 de
setembro de1997 que
instituiu
o Código de
Trânsito Brasileiro, resolve :RESOLUÇÃO
N°
080,de
19de
novembro
de1998
:Anexo
I : Para obtençãoda
permissão para dirigir osexames médicos
exigidos são: avaliação ofiahnológica, avaliaçãootorrinolaringológica, avaliação neurológica, avaliação cardio-respiratória,
avaliação
do
aparelho locomotor,exames complementares ou
especializados acritério médico.
Na
avaliação oftahnológica deve-se examinar : motilidadeocular intrínseca e extrínseca, acuidade visual,
campo
visual, visão cromática, visão estereoscópica e teste de ofuscamento e visão notuma.Na
visãode
coreso
candidato deverá ser capaz de identificar as cores vermelha, amarela e verde 18.t7
Pretendeu-se
com
o
este estudo, investigar a .prevalênciade
discromatopsia
em
motoristas profissionaisdo
transporte coletivoda
Grande
2.
OBJETIVO
Avaliar a prevalência
de
discromatopsia em- motoristas profissionaisdo
9
3.
MÉTODO
9A
análise dos pacientes estudados sedeu
atravésde
um
estudo transversal, retrospectivo clínico e histórico, realizadono
período de janeiro e fevereirode
1999.
Os
pacientesforam examinados
por doismédicos
ofiahnologistasdo
SEST
(Serviço Socialdo
Trabalho) eSENAT
(Serviço Nacionalde
Aprendizagem
e Transporte).Todos eram
motoristasde
uma
empresa de
transporte coletivo
da
Grande
Florianópolis, apresentando portanto, carteiranacional
de
habilitaçãoda
categoriaE
(CNHE).
O
exame
oftalmológico constava de: identificação, profissão, idade eexame
oftalmológico.Este último consistia de teste para acuidade visual, teste para visão
de
cores, biomicroscopia, oftahnoscopia direta, ceratometria e tonometria
de
aplanação.
O
teste para avaliar a visão de cores se realizou atravésda
edição simplificadado
livro de Ishihara, constituído de lâminas pseudoisocromáticascom uma
série de oito páginas.Estas lâminas
permitem
avaliar deficiências para percepçãode
coresvermelho, verde e ausência de percepção para cores.
As
figuras são constituídas porpequenos
discos de coloração, saturação e diâmetros diferentes,que
desenham
letras e/ounúmeros
, distinguidosdo
fundo por diferenças entre ascores,
sendo que no
finalda
ediçãohá
uma
classificaçãodo
tipo de defeitode
Numa
primeira etapa foi avaliada a acuidade visual, através das tabelas deoptótipos de Snellen,
obedecendo a
distância padrão de 6- metros,em
ambientecom
iluminação artificial adequada,usando
amelhor
correçãoda
refração,quando
necessário.As
lâminasdo
testede
Ishíharaforam
aplicadas aos pacientesem
localbem
iluminado,em
ângulo retocom
a visão , sendo asmesmas
apresentadas porum
período deaproximadamente
cinco segundos, auma
distânciade
maisou
menos
trinta e cinco centímetrosdos
olhosdo
examinado.I
Finalizando a pesquisa, os
dados do
protocoloforam
adicionados aum
11
4.
RESULTADOS
A
casuística era constituída de motoristas profissionais , todosdo
sexomasculino, portadores de carteira nacional de habilitação categoria E, pertencentes a
uma
empresa
de transporte coletivoda
Grande
Florianópolis, Santa Catarina.Foram
avaliados 201 pacientescom
idade entre24
e66
anos,predominando
a faixa etária entre32
e36
anos de idade, seguida pela de37
a 41 e42
a46
anos de idade (Tabela I) .Tabela
I:Faixas
etáriasdos
motoristas analisados.Idade
N
“%
22-26 11 5,5 27-3130
14,9 32-3635
17,4 37-41 33 16,4 42-46 33 16,4 47-5126
1 13,0 52-5622
10,9 57-61 10 5,0 62-66 01 0,5 T6161 201 100,0 Fonte: SEST/SENAT 1999.Todos
os pacientes apresentavam aoexame
visão binocular eusavam
correção óptica adequada,
quando
necessário.A
prevalência de discromatopsia encontrada nesta amostra foi de 19 pacientes (9,4%), sendo os restantes 182 pacientes normais quanto à percepção de cores (Figura 1).9,4%
90,6%
Fomzz sesr/sewzàr 1999
[I
discromatopsia
I
normal
|
Figura l: Distribuição da amostra quanto a prevalência de discromatopsia.
A
presença de discromatopsia manifestou-se principahnentena
faixaTabela
II: Prevalênciade discromatopsia
em
relaçãoà
idadeIdade
N”
%
22-26
anos 5,25 27-31 anos 21,05 37-41 anos 21,0542-46
anos 21,05 47-51 anos 15,80 52-56 anos 15,80 Total 1001,00Fome sEsT/
SENAT
1999.paciente era portador.
Avahou-se
apenas a existênciaou
não
de discromatopsia,nao sendo
5.
DISCUSSÃO
Em
nosso estudo a discromatopsia foi observadaem
19 (9,4%) dos201
pacientes examinados.
Os
resultados mostraram-se compatíveiscom
osda
literatura consultada ,
onde
alguns autores indicam a sua presençaem
tornode
5,4%
5 a10%
1910 dos indivíduosdo
sexo masculino.Em
nossomeio
adiscromatopsia é
uma
entidade de prevalência relevante,com
trabalhos locais anterioresmostrando
valores entre6%
1e
7,18%
13. ~Esses resultados
traduzem
um
percentual significativoque nos
fazem
refletir sobre a segurança
no
trânsito, pois supõe-seque
hajauma
dificuldadena
visualização de- placas e sinais de trânsito, por exemplo.
Os
motoristas profissionaispermanecem
maistempo
ao volante, proporcionandoum
risco 12 vezesmaior
de acidentes secomparado
aosmotoristas amadores, estando os veículos pesados,
como
ônibus, envolvidosem
70%
dos acidentescom
mortes nas grandes rodovias 21.As
razões pelas quais os discromatópsicos relativosdevem
ser recusados para certas profissões são compreensíveis: é precisoum
tempo maior que o
necessário para
o
indivíduo distinguir cores; a luz deve-se apresentar sob ângulo maiordo que
em
ortocromatas;há
necessidadede
intensidade e saturaçãomaior
das cores ,
mas
mesmo
assim,há
rápida fatigabilidadedo
senso cromático; esituações
em
que
duas luzesda
mesma
cor,mas
de intensidades diferentes, parecerão diferentesna
coloração vista pelo discromatópsico relativo.Sugere-se então
uma
política mais rigorosapor
parte dos órgãos detrânsito
com
a intenção de proporcionar mais segurança para os que se utilizam15
Todas
as pessoasque
pretendem
dirigiralgum
tipo de veículo motorizadodevem,
obrigatoriamente, submeter-se aum
teste de sanidade física e mental,onde o
testeda
acuidade visual está incluído, juntamentecom
a discriminaçãode cores (vermelho, verde e amarelo).
Pensa-se
também, que
a visão de coresnão
éum
fator essencial parao
motorista e a sua pesquisa poderia ser excluída dos
exames de
habilitação.Segundo
Mantyjarvi 22,não
foi encontradaconexão
entre deficiência para visãode cores e acidentes de trânsito
em
seu estudo.As
discromatopsianão
sãoresponsáveis pela inaptidão para dirigir, já
que
a habilidade paracondução
de veículosnão depende
apenasda
atenção visual,mas também
do
estado mental.Bastaria, para tanto,
que
o sentidoda
cor fosse trocado pelo daforma na
sinalização de trânsito e os sinais luminosos coloridos
que
significam °pare',“atenção', “prossiga” e outros mais,
fossem
substituídos por letras, palavras, figuras geométricasou
outros símbolos.A
ausência de uniformidade entre os diversosmétodos
deexame,
dificultao diagnóstico
da
discromatopsia. Fatorescomo
acuidade visual, idade einformação
do
pacientedevem
ser lembradosna
análise dos resultados. Outro fator a ser considerado éo
diagnóstico diferencial entre a discromatopsiaadquirida e a congênita.
Na
discromatopsia congênita os erros de discriminação são específicos parauma
determinada faixado
espectro de luz; as outras funções visuais sãonormais; os resultados dos testes para percepção
de
cores são reproduzíveis e se repetem;o
defeito é estável,não
progride; é simétricoem
ambos
os olhos epode
haveruma
história familiar positiva.Já nas discromatopsia adquiridas
pode
haveruma
história recentede
dificuldade
na
percepção de coressem
uma
condição hereditária positiva;o
defeito é assimétricopodendo
afetar apenasum
olho; gerahnenteo
tipo dedeficiência é para
o
azul-amarelo;na
realizaçãode
testes para percepção decores
pode
haveruma
progressãoou
regressãodo
graude
deficiência 5.O
conhecimento
do
grau e tipoda
discromatopsia, precocemente, é de particular interesse nos portadores de visão subnormal auxiliando, muitas vezes ,na
defmiçãodo
diagnóstico,além
de proporcionar orientaçãono
treinamentoescolar e
na
escolha deuma
profissão, jáque o
pacientepode
adaptar-seà
suaincapacidade e planejar a sua atuação profissional futura
em
ocupaçõesem
que
adiscromatopsia
não
signifique riscos a simesmo
e aos outros.Além
disso, aincorporação
do
teste de visãode
coresna
rotina ofialmológica para diagnósticode defeitos adquiridos, possibilita
uma
compressão melhor
dos aspectosfuncionais
de
detemiinadas enfermidades epode
auxiliarno
controleda
evolução
de algumas
doenças neuro-oflahnológicas 9.A
carência,em
nosso meio, de trabalhosabordando o
assunto,ou
seja, aincidência
de
discromatopsiaem
motoristas profissionaisdo
transporte coletivo,levou-nos a realizar a presente pesquisa.
Nela,
não
considerou-seo
tipo de discromatopsiada
qual o indivíduo éportador,
mas
simplesmente identificá-la, pois a simples identificaçãoda
alteração já
o
impossibilitaria, por lei,de
obter aCNH,
gerando, sériosproblemas psicológicos, sócio-econômicos, pessoais e familiares,
porque
estaria impossibilitadode
exercer a profissão pela qual optou.17
6.
CONCLUSÕES
~ la)
O
teste de Ishihara simplificado, mostra-se útil para a detecçaode
discromatopsias,na
população estudada.2°)
A
prevalência de discromatopsiana
amostra estudada é de9,4%,
semelhante aos valores encontrados
na
literatura, para a populaçãoem
geral. 36)A
maior incidência de discromatopsia ocorrena
faixa etáriade
27
a46
anos de idade.
4a)
De
acordocom
a legislação vigente, 19 (9,4%) dos 201 motoristas profissionais analisadosnão
podem
ser portadores deCNH.
7.
REFERÊNCIAS
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Prevention. 1999, 31 : 121-4.NORMAS
ADOTADAS
As
normas
utilizadas neste trabalhoobedeceram
a resolução n°001/99
do
21
RESUMO
Foi realizada entre janeiro e fevereiro
de
1999
um
estudo transversal, retrospectivo e histórico,com
a finalidadede
avaliar a alteração napercepção
~
de cores
de
uma
populaçao de motoristas profissionaisdo
transporte coletivoda
Grande
Florianópolis.A
identificação dos indivíduoscom
discromatopsia se fez atravésda
leitura
de
tabelas pseudoisocromáticas de Ishihara simplificada.A
casuística era constituída de201
motoristas profissionais, portadoresda
CNH
categoria E, todosdo
sexo masculino,com
idade entre24
e66
anos,empregados
em
uma
empresa de
transporte coletivo.Foram
identificados9,4%
(n= 19) indivíduoscom
alteração na percepção de cores , principahnentena
faixa etária entre os27
a46
anos de idade(63,15%
dos casos).
De
acordocom
a legislação vigente, esses 19 motoristas profissionaisdo
transporte coletivo
não poderiam
ser portadores deCNH
e conseqüentemente,~ estariam inaptos para exercer a sua profissao.
SUMMARY
A
transversal study, both retrospectiveand
historical,was
carried outbetween
Januaryand
February1999
in order to evaluate the colour perceptionof
a population
of
professionalmass
transport drivers in the greater regionof
Florianópolis.
The
identificationof
peoplewho
had
color vision defectswas
made
following the reading
of
pseudoisochromatic platesof
Ishiharaon
a simplifiedbasis.
The
casuistrywas
made
up of 201
professional drivers, holding national driving licences category E, all males,between
the agesof
24 and
66,employed
by
a collective transportcompany.
Nine
point four percentof
these people (n=l9) presented colourperception alterations, principally those
between
the agesof
27 and
46
(63,15%
of
the case).In accordance with local legislation, these 19 professional drivers should
not
be
allowed to hold a national driving licenceand
consequentlywould
be
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