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A teoria da ruína aplicada em um modelo de empresa financeira com risco de crédito

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ˆ CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA TERRA ´ ˜ EM MATEMATICA ´ PROGRAMA DE POS-GRADUA C ¸ AO APLICADA E ESTAT´ISTICA. JACKELYA ARAUJO DA SILVA. A TEORIA DA RU´INA APLICADA EM UM MODELO DE EMPRESA FINANCEIRA ´ COM RISCO DE CREDITO. NATAL - RN 2008.

(2) JACKELYA ARAUJO DA SILVA. A TEORIA DA RU´INA APLICADA EM UM MODELO DE EMPRESA ´ FINANCEIRA COM RISCO DE CREDITO. Disserta¸ca˜o apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸ca˜o em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica - PPGMAE, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obten¸ca˜o do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica. Orientador: Prof. Dr. Andr´e Gustavo Campos Pereira.. NATAL - RN 2008.

(3) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ˆ CENTRO DE CIENCIAS EXATAS E DA TERRA ´ ˜ EM MATEMATICA ´ PROGRAMA DE POS-GRADUA C ¸ AO APLICADA E ESTAT´ISTICA. JACKELYA ARAUJO DA SILVA. A TEORIA DA RU´INA APLICADA EM UM MODELO DE EMPRESA ´ FINANCEIRA COM RISCO DE CREDITO. Comiss˜ ao Examinadora: Prof◦ . Dr◦ . Andr´e Gustavo Campos Pereira (PPGMAE/UFRN - Orientador) Prof◦ . Dr◦ . Francisco Antonio Morais de Souza (DME - UFCG) Profa . Dra . Viviane Simioli Moreira Campos (DM - UFRN). NATAL - RN 2008.

(4) AGRADECIMENTOS. Agrade¸co a Deus por ter me acolhido em seus bra¸cos nos meus momentos dif´ıceis. Sem esse aconchego, esse trabalho n˜ao seria conclu´ıdo. Agrade¸co tamb´em a meus pais, a meus irm˜aos e amigos que conquistei ao longo dessa caminhada. Agrade¸co tamb´em uma pessoa muito especial a quem devo, em parte, a conclus˜ao desse trabalho, Flank David. E que com a ajuda dele eu consegui renovar as minhas alegrias. Agrade¸co tamb´em, ao professor Andr´e Gustavo Campos Pereira, pela paciˆencia e orienta¸c˜ao dedicada durante a constru¸ca˜o deste trabalho. Aos professores Francisco Morais e Viviane Simioli, pelas sugest˜oes de melhoria e corre¸co˜es, bem como por terem aceito participar da banca. Ao professor Jaques Silveira, pela participa¸c˜ao no meu exame de qualifica¸ca˜o. Aos colegas e funcion´arios do PPGMAE, em especial ao secret´ario Paulo, pela prestatividade e Hermes, pela ajuda com o “meu” computador. Aos professores de matem´atica da UFCG, em especial ao professor Antonio Jos´e, pela recomenda¸ca˜o ao mestrado. Ao professor Dami˜ao, pelas brilhantes e espetaculares aulas e pela paciˆencia e simplicidade ao ministr´a-las. Aos professores do PPGMAE, em especial a chefe, pela acolhida como aluna especial no programa. Ao meu grande amigo, professor Lu´ıs Barbosa de Sousa, pela amizade e ajuda. Aos professores do Departamento de Matem´atica da UFPI, pelo apoio cont´ınuo; em particular, aos professores Ben´ıcio, Barnab´e, Jo˜ao Xavier e ´e claro, ao professor Marcondes Clark, pela minha recomenda¸c˜ao ao mestrado. Aos meus sobrinhos, Maria Clara, Jackson Cosme e Matheus Cosme, pela alegria e por fazerem parte da minha vida. A minha grande amiga e quase irm˜a, Ana Paula P. C., pelas conversas sem futuro e pelas boas gargalhadas.. 4.

(5) ´ DEDICATORIA. Dedico esta disserta¸ca˜o a meus pais: Cosme Dami˜ao da Silva e Maria Ara´ ujo Linhares da Silva (Dona Rem´edios); a meus irm˜aos: Jackeline, Jack´elio, Concei¸ca˜o e J´alio; a meus sobrinhos: Maria Clara, Jackson e Matheus; e ao meu amor: Flank David.. 5.

(6) RESUMO. Neste trabalho estudamos um novo modelo de risco para uma empresa que ´e sens´ıvel a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito, proposto por Yang(2003). Obtemos equa¸c˜oes recursivas para a probabilidade de ru´ına em tempo finito, distribui¸c˜ao do tempo de ru´ına, sistemas de equa¸co˜es integrais do tipo Volterra para severidade e distribui¸ca˜o conjunta do capital antes e depois da ru´ına. Palavras chaves: Teoria da ru´ına; Classifica¸ca˜o de risco; Cadeia de Markov; Probabilidade de ru´ına; Tempo de ru´ına; Severidade da ru´ına; Sistemas de equa¸co˜es integrais do tipo Volterra..

(7) ABSTRACT. In this work we study a new risk model for a firm which is sensitive to its credit quality, proposed by Yang(2003). Are obtained recursive equations for finite time ruin probability and distribution of ruin time and Volterra type integral equation systems for ultimate ruin probability, severity of ruin and distribution of surplus before and after ruin. Keywords: Ruin theory; Credit rating; Markov chain; Default probability; Default time; Severity of ruin; Recursive equation; Volterra type integral equation system..

(8) Conte´ udo Introdu¸ c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Preliminares. 6 12. 1.1. Introdu¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 12. 1.2. Processo Estoc´astico e Cadeia de Markov . . . . . . . . . . . . . . . . .. 12. 1.3. Processo de Risco a Tempo discreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 14. 2 Modelos de Risco com Risco de Cr´ editos Markovianos. 18. 2.1. Classifica¸ca˜o de Risco de Cr´edito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 18. 2.2. O Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 20. 2.3. F´ormula recursiva para a probabilidade de ru´ına em tempo finito . . . .. 22. 2.4. Distribui¸c˜ao do Tempo de ru´ına . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33. 2.5. Distribui¸c˜ao da severidade de ru´ına . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 39. 2.6. Distribui¸c˜ao do Capital antes e depois da ru´ına . . . . . . . . . . . . .. 46. A Esperan¸ca condicional. 54. Referˆ encias. 59.

(9) Introdu¸ c˜ ao “O valor de nossas expectativas sempre significa algo entre o melhor que podemos esperar e o pior que podemos temer”- Jacob Bernoulli, 1654-1705. Mesmo com uma simples defini¸ca˜o de conceito risco o assunto ´e complexo. A etimologia da palavra risco deriva do italiano antigo “risicare”, cujo significado ´e ousar. Antigamente, a cerca de 350 anos, pensava-se ser imposs´ıvel prever risco. Por´em, os instrumentos de quantifica¸ca˜o do risco de perdas em carteiras de ativos tiveram origem nos trabalhos de Blaise Pascal e Pierre de Fermat, por volta de 1650, com estudos sobre a teoria das probabilidades. J´a no ano de 1713, como a cria¸ca˜o da Lei dos Grandes N´ umeros, publicada em Ars Conjectandi, Bernoulli deixava uma forte contribui¸ca˜o para toda a´rea financeira, al´em de seus estudos sobre processo de inferˆencia estat´ıstica. Posteriormente, em 1754, Thomas Bayes demonstrou como tomar decis˜oes mais bem fundamentadas, associando informa¸co˜es novas e antigas. Quando falamos em riscos financeiros, associamos a incerteza do retorno do que foi investido. Por´em, vale ressaltar que h´a uma diferen¸ca entre risco e incerteza. Segundo, Geraldo Tosta de S´a [25], tanto risco quanto incerteza est˜ao associados a um conhecimento imperfeito. Numa situa¸ca˜o dita de risco conhece-se a exata distribui¸ca˜o de probabilidades de cada um dos eventos poss´ıveis relacionados a` decis˜ao tomada, ou seja, pode-se construir objetivamente a distribui¸c˜ao de probabilidades do evento futuro (suposta uma vari´avel aleat´oria). Exemplificando; quando apostamos em um n´ umero no arremesso de dados, ou no jogo da roleta, n˜ao sabemos antecipadamente o n´ umero que vai sair, mas conhecemos exatamente a probabilidade de acertar ao efetuarmos uma aposta. Por outro lado, uma situa¸ca˜o ´e dita de incerteza quando n˜ao temos conhecimento.

(10) 7 objetivo da distribui¸ca˜o de probabilidades associada aos eventos que poder˜ao ocorrer. O que se procura numa situa¸c˜ao de incerteza ´e estimar uma distribui¸ca˜o de probabilidade para um evento futuro, utilizando para isso conhecimento acumulado pelo exame dos resultados de situa¸c˜ao an´alogas ocorridas no passado. Exemplificando; ao se estimar o tempo de vida restante de uma pessoa de determinada idade, estamos diante de uma situa¸ca˜o de incerteza; todavia as companhias seguradoras, para estipular o custo de uma ap´olice de seguro de vida, utilizam t´abuas de mortalidade constru´ıdas a partir de observa¸c˜oes passadas. Basicamente, os tipos de riscos de um investidor financeiro ou institucional s˜ao: • Risco de mercado: O risco de mercado depende do comportamento do pre¸co do ativo diante das condi¸c˜oes de mercado. Para entender e medir poss´ıveis perdas devido `as flutua¸co˜es do mercado, ´e importante identificar e quantificar o mais corretamente poss´ıvel as volatilidades e correla¸co˜es dos fatores que impactam a dinˆamica do pre¸co do ativo. • Risco de cr´edito: Est´a relacionado a poss´ıveis perdas quando um dos contratantes n˜ao honra seus compromissos. As perdas aqui est˜ao relacionadas aos recursos que n˜ao mais ser˜ao recebidos. ´ o risco de n˜ao conseguir vender determinado ativo no mo• Risco de liquidez: E mento em que se quer vendˆe-lo, pelo seu pre¸co justo. • Risco de taxas: Decorre de movimentos adversos nos ´ındices e valores vari´aveis que comp˜oem uma carteira, ou seja, risco que est´a relacionado com as oscila¸c˜oes de taxas no mercado. ´ o risco relacionado a` troca de moedas envolvendo passivo • Risco de cˆambio: E em uma moeda forte (por exemplo, o d´olar americano) e ativo em uma moeda est´avel (por exemplo, o real brasileiro). O investidor financeiro aqui citado refere-se `a pessoa f´ısica ou jur´ıdica que realiza opera¸c˜oes no mercado financeiro e de capitais com a finalidade de auferir ganhos financeiros. J´a o investidor institucional refere-se a` institui¸c˜ao que possui grande quantidade de recursos financeiros est´aveis. Estas normalmente investem por longo prazo e de forma diversificada, por exemplo: renda fixa, a¸c˜oes, im´oveis, etc..

(11) 8 O estudo da teoria da ru´ına tem sido a principal a´rea de interesse na Ciˆencia Atuarial, visto que a probabilidade de ru´ına tem sido usada por empresas seguradoras como uma medida de risco. Por volta de 1905, Filip Lundberg introduziu um modelo que descreve a quantia de dinheiro que uma seguradora ter´a em caixa ao final de um per´ıodo. Todos os detalhes podem ser encontrados em Asmussem,[2] ou Grisi, [17]. Esse modelo est´a intimamente ligado com a quantidade de indeniza¸co˜es que chegam a essa seguradora. No modelo, ele assumiu que o processo de chegadas dessas indeniza¸co˜es ´e um processo de Poisson homogˆeneo em que as quantias de indeniza¸co˜es s˜ao vari´aveis aleat´orias independentes e identicamente distribu´ıdas, independentes do tempo de ocorrˆencias das indeniza¸co˜es e que as entradas de prˆemios (pagamentos feitos a` seguradora) ´e linear no tempo. Esse modelo ficou conhecido como o modelo de risco cl´assico, cuja express˜ao ´e Rt = u + pt −. N (t) . Yk , t > 0,. (1). k=1. onde Rt representa a quantia em dinheiro de uma seguradora ao final do tempo t, u representa o capital inicial, p a taxa de prˆemio por unidade de tempo, Yk representa o valor da indeniza¸ca˜o paga pela seguradora e N (t) representa a quantidade de pedidos de indeniza¸c˜oes que chegam a` seguradora at´e o tempo t. O interesse nesse tipo de modelo ´e sabermos qual a probabilidade dessa empresa seguradora falir, se ela come¸cou a operar com um capital inicial u, isto ´e, ψ(u) = P (inf Rt < 0|R0 = u). t≥0. A express˜ao acima ´e conhecida como probabilidade de ru´ına. Um outro interesse no estudo desse tipo de modelo, ´e sabermos calcular qual a probabilidade de ru´ına de uma empresa seguradora antes de um tempo finito T. Ou seja, ψ(u, T ) = P ( inf Rt < 0|R0 = u). 0≤t≤T. Infelizmente as respostas exatas a estes questionamentos s˜ao muito dif´ıceis de serem explicitadas. O que se conseguiu foi estabelecer uma cota superior para tais probabilidades de ru´ına, conhecidas como desigualdade do tipo Lundberg. Algumas modifica¸co˜es para esse modelo podem ser encontradas em Jarrow [19], Kijima [20], Dickson [7], Cai.

(12) 9 [4] e [5]. Por exemplo, para o modelo de Lundberg, sob certas hip´oteses, mostra-se que ψ(u) ≤ e−γu onde γ = cte > 0, ´e conhecido como coeficiente de ajuste ou coeficiente de Lundberg. A demonstra¸ca˜o dessa desigualdade de forma detalhada pode ser encontrada em Grisi [17]. Outro modelo que se seguiu ao de Lundberg considerou tanto os prˆemios quanto as indeniza¸c˜oes em um intervalo de tempo como vari´aveis aleat´orias i.i.d. e o capital da empresa era verificado apenas ao final de cada per´ıodo, obtendo a express˜ao Rn = u +. n . (Xi − Yi ),. i=1. onde Xi e Yi representavam os valores do prˆemio e da indeniza¸ca˜o pagos no per´ıodo (i − 1, i). Desse modelo surgiu a pergunta: E se fosse poss´ıvel a empresa calcular a diferen¸ca (Xi − Yi ) a uma taxa de juro fixa r? Desta pergunta surgiram dois novos modelos proposto por Cai[4] e [5]:. (i) Considera que o prˆemio ´e pago no in´ıcio do per´ıodo e as indeniza¸co˜es s˜ao pagas no final. Rn = (Rn−1 + Xn )(1 + r) − Yn. (ii) Tanto os prˆemios quanto as indeniza¸c˜oes s˜ao pagas ao final do per´ıodo Rn = Rn−1 (1 + r) + Xn − Yn. Poder´ıamos perguntar, e se a estrutura de juros n˜ao for fixa, isto ´e, seja permitido haver uma mudan¸ca de forma aleat´oria na taxa de juros ao longo do tempo? Esta pergunta gerou um novo modelo onde a estrutura de juros era uma processo AR(1) e mais tarde generalizado, supondo que a taxa de juros era uma Cadeia de Markov..

(13) 10 A seguir outra pergunta surge naturalmente: E o risco de solvˆencia de uma empresa? Ele n˜ao interfere no processo de capital da mesma, uma vez que os empr´estimos e as taxas de juros obtidas dependem de tal classifica¸ca˜o? Este trabalho ´e baseado no artigo Ruin theory in a financial corportion model with credit risk de Hailiang Yang [29] responde a esta pergunta, pois neste trabalho o autor analisa a probabilidade de ru´ına de uma empresa que ´e sens´ıvel a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito. Com o objetivo de ajudar no entendimento deste trabalho, estruturamos essa disserta¸ca˜o da seguinte forma: No primeiro cap´ıtulo apresentamos alguns resultados sobre teoria da ru´ına e t´opicos da teoria das probabilidades que utilizamos no restante da disserta¸ca˜o. No segundo cap´ıtulo, definimos o que vem ser classifica¸ca˜o de risco e apresentamos dois modelos que refletem o problema anteriormente mencionado cuja express˜ao para o primeiro modelo ´e dada por:. Un = u +. n . I. Xj j−1 , n = 1, 2, 3, . . . ,. j=1. onde U0 = u > 0 representa o capital inicial, In denota a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito no intervalo de tempo (n − 1, n), {Xji , j = 1, 2, . . . , n , i = 1, 2, . . . , k} ´e uma sequˆencia de vari´aveis aleat´orias independentes e para cada i fixado as vari´aveis Xji j = 1, . . . , n s˜ao identicamente distribu´ıdas e representam ainda a diferen¸ca entre o valor da carteira no final e in´ıcio do intervalo de tempo (j − 1, j) quando a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito ´e i. I. I. Consideraremos tamb´em que para todo m, n ∈ N, Xnj = Xmj . q.c. Assim, chamaremos Xji a mudan¸ca do portf´olio ao final do intervalo (j − 1, j) se a classifica¸c˜ao de risco de cr´edito da empresa no mesmo intervalo ´e de classe i. E posteriormente monstramos como proceder para calcular a distribui¸ca˜o do tempo de ru´ına, a probabilidade de ru´ına em um horizonte infinito, distribui¸c˜ao da gravidade de ru´ına e a probabilidade antes e depois da ru´ına em um tempo finito para o primeiro modelo..

(14) 11 Existe uma vasta literatura sobre teoria da ru´ına, em Asmussen (200)[2] podemos encontrar de forma bem clara, estudos sobre processo de risco, resultados que envolvem a teoria do risco e Cadeias de Markov bem como toda a teoria de probabilidade de ru´ına. J´a em Rolski et al (1999)[23] encontramos Processo Estoc´asticos aplicados em finan¸cas. Em Grandell [16] podemos encontrar aspectos da teoria do risco, e para estudos sobre o capital imediatamente antes e depois da ru´ına, podemos consultar Dufresne [12]. Al´em ´e claro de Gerber [15] onde temos um estudo sobre a probabilidade e severidade (gravidade) de ru´ına..

(15) Cap´ıtulo 1 Preliminares 1.1. Introdu¸ c˜ ao Neste cap´ıtulo apresentamos os conceitos e resultados que utilizaremos no restante. deste trabalho. Na se¸c˜ao 1.2 relembramos alguns conceitos e resultados sobre Cadeias de Markov e na se¸ca˜o 1.3 falamos um pouco do modelo de risco cl´assico, algumas de suas modifica¸co˜es e os resultados obtidos para tais modelos.. 1.2. Processo Estoc´ astico e Cadeia de Markov Um processo estoc´astico, ou simplesmente, um processo, ´e uma fam´ılia de. vari´aveis aleat´orias {Xt , t ∈ T}, definidas sobre um mesmo espa¸co de probabilidade (Ω, F, P ). Assim, para cada w ∈ Ω fixo, a fun¸c˜ao Xt (w) na vari´avel t, denotada por {Xt (w), t ∈ T}, ´e chamada uma realiza¸ca˜o do processo {Xt }t∈T . A sequˆencia {Xt }t∈T ´e um processo a tempo discreto se o conjunto de ´ındices T for enumer´avel, e um processo a tempo cont´ınuo, se T for n˜ao enumer´avel. Defini¸c˜ ao 1.1 O conjunto S de todos os valores assumidos por um processo ´e chamado espa¸co de estados do processo. Se S ´e enumer´ avel, dizemos que o processo ´e uma Cadeia. Se S ´e n˜ao enumer´ avel dizemos que o processo tem espa¸co de estados geral. Defini¸c˜ ao 1.2 Um processo estoc´astico {Xt , t = 0, 1, 2, . . .} com espa¸co de estado S = {1, 2, 3, . . .} satisfaz a propriedade de Markov se, para cada n e todo i0 , i1 , . . . , in em S, temos.

(16) 13. P (Xn = in | Xn−1 = in−1 , . . . , X0 = i0 ) = P (Xn = in |Xn−1 = in−1 ) .. (1.1). Defini¸c˜ ao 1.3 Um processo a tempo discreto {Xt , t = 0, 1, 2, . . .} com espa¸co de estados enumer´ avel, que satisfaz a propriedade de Markov ´e chamado Cadeia de Markov. Defini¸c˜ ao 1.4 Uma cadeia de Markov ´e dita homogˆenea ou estacion´ aria no tempo se a probabilidade de ir de um estado a outro independe do tempo em que o passo ´e dado. Isto ´e, para quaisquer estados i, j ∈ S, temos: P (Xn = j|Xn−1 = i) = P (Xn+k = j | Xn+k−1 = i) .. (1.2). para k = −(n − 1), −(n − 2), . . . , −1, 0, 1, 2, . . . Denotamos por Pij a probabilidade de transi¸ca˜o do estado i para o estado j em um passo, ou seja, P (Xn = j | Xn−1 = i) , n = 1, 2, . . . Assim, a probabilidade de no tempo n estarmos no estado j sabendo que no tempo n − 1 estamos no estado i (n−1,n). ´e dada por P (Xn = j | Xn−1 = i) = Pij (n−1,n). Pij. (n+k−1,n+k). = Pij. . Caso a cadeia seja estacion´aria, ent˜ao. , para todo k = −(n − 1), −(n − 2), . . . , −1, 0, 1, . . . . A essas. probabilidades condicionais denominamos de probabilidades de transi¸ca˜o da cadeia. Considerando, agora, {Xn } uma Cadeia de Markov com espa¸co de estados S = {1, 2, . . . , k}. Para essa cadeia existem n2 probabilidades de transi¸ca˜o {Pij }, i = 1, . . . , k e j = 1, 2, . . . , k. E a melhor maneira de recordarmos esses valores ´e em forma de uma matrix P = {Pij , i, j = 1, 2, . . . , k}, os quais representam a probabilidades de irmos de um estado i ao estado j em um passo. ⎛. P11 P12 · · ·. ⎞ P1n. ⎜ ⎜ ⎜ P21 P22 · · · P2n P=⎜ ⎜ .. .. .. ... ⎜ . . . ⎝ Pn1 Pn2 · · · Pnn. ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎟ ⎠. Observe que na matriz de transi¸ca˜o todas as entradas s˜ao n˜ao-negativas, visto que s˜ao probabilidades; e a soma de cada uma das linhas ´e sempre um..

(17) 14. 1.3. Processo de Risco a Tempo discreto Nesta se¸c˜ao relembramos alguns modelos de risco . Em princ´ıpio descrevemos. o modelo cl´assico da teoria da Ru´ına, proposto por Filip Lundberg, e a seguir apresentamos algumas modifica¸co˜es do mesmo. Podemos encontrar de forma detalhada o modelo proposto por Lundberg em Asmussem [2] No modelo cl´assico de risco proposto por Filip Lundberg, o capital de uma empresa seguradora no tempo t ´e formado por um capital inicial mais os prˆemios que ela recebe subtra´ıdo das indeniza¸co˜es pagas. Lundberg considerou o caso em que o total de prˆemios recebidos ocorriam segundo uma fun¸ca˜o linear no tempo e as indeniza¸c˜oes que chegavam a essa seguradora seguiam um processo de Poisson de parˆametro λ e os valores das indeniza¸c˜oes pagas eram compostos por v.a.’s i.i.d. {Yn }n≥1 . O modelo ent˜ao era descrito por. Rt = u + pt −. N (t) . Yk , t > 0,. (1.3). k=1. onde R0 = u ´e o capital inicial da empresa, pt ´e fun¸c˜ao que descreve a entrada dos prˆemios (linear no tempo), onde p ´e a taxa de prˆemios, N (t) ´e um processo de Poisson de taxa λ e Yk ´e o tamanho da k−´esima indeniza¸c˜ao. A vari´avel Rt representa o capital de uma empresa seguradora no tempo t e ´e chamado de Processo de Reserva de Risco. Diz-se que ocorreu a ru´ına quando o processo de capital atinge valores negativos, e o primeiro instante onde isso ocorre ´e chamado de tempo de ru´ına τ (u), ou seja τ (u) = inf {t ≥ 0; Rt ≤ 0}. E assim, definimos a probabilidade de ru´ına do modelo (1.3), por ψ(u) = P (τ (u) < ∞) = P (Rt < 0, para algum t < ∞). Para este modelo, Lundberg considerando que os processos {Yk ; k = 1, 2, . . .} e {N (t); t > 0} s˜ao independentes, com E(Yk ) = μ, ent˜ao a m´edia das indeniza¸co˜es pagas por unidade de tempo ser´a λμ. Como vimos, p representa a taxa de prˆemios por unidade de tempo. Usualmente toma-se p = λμ(1 + θ) e o coeficiente θ, definido por θ=. p − λμ λμ.

(18) 15 ´e denomidado carga de seguran¸ca e pode ser interpretado como a propor¸c˜ao de λμ em que a taxa de prˆemios excede a de indeniza¸co˜es. Assim Filip Lundberg encontrou o seguinte limitante para a probabilidade de ru´ına. Teorema 1.5 Sejam θ(carga de seguran¸ca) e S(t) = u − R(t), Processo de Perda Agregada M´ axima. Se θ < 0 ent˜ao M = supt≥0 S(t) = ∞ e a ru´ına ´e certa, isto ´e, ψ(u) = 1. Se θ > 0, ent˜ ao M < ∞ e para todo u sificientemente grande temos ψ(u) < 1. Em um outro modelo de risco consideram-se tanto os prˆemios quanto as indeniza¸co˜es como processos a tempo discreto {Xk }k≥1 e {Yk }k≥1 respectivamente, obtendo o seguinte modelo Rn = u +. n . (Xk − Yk ) , n = 1, 2, . . .. (1.4). k=1. onde R0 = u ´e o capital inicial, e Xk e Yk s˜ao respectivamente o total em prˆemios e indeniza¸co˜es pagos no intervalo de tempo (k − 1, k). Para este novo modelo Lundberg obteve o seguinte limitante para a probabilidade de ru´ına Teorema 1.6 (Desigualdade de Lundberg): Seja Rn o processo de reserva de risco a tempo discreto descrito em (1.4). Suponha que exista γ > 0 tal que E(e−γ(X1 −Y1 ) ) = 1. Nestas condi¸c˜oes temos que ψ(u) ≤ e−γu . Em 2002, Cai[4] e [5] propˆos modifica¸co˜es ao modelo cl´assico a tempo discreto descrito em (1.4), introduzindo taxas de juros com estruturas de dependˆencia auto-regressiva de ordem 1, AR(1), de modo que possibilitou a obten¸c˜ao de limitantes superiores para a probabilidade de ru´ına que generaliza e melhoram a desigualdade de Lundberg, citada anteriormente.Detalhes da demonstra¸c˜ao podem ser encontrados na disserta¸ca˜o de mestrado defendida na UnB pelo aluno Grisi[17]. O modelo proposto por Jun Cai (2002a, 2002b) ´e Rn = (Rn−1 + Xn ) (1 + In ) − Yn , n = 0, 1, 2, . . . ou equivalentemente Rn = u. n. k=1. (1 + Ik ) +. n  k=1. (Xk (1 + Ik ) − Yk ). n. t=k+1. (1 + It ) ,.

(19) 16 onde convenciona-se que. a. (1 + It ) = 1 se a > b e considera-se os prˆemios Xk sendo. t=b. pagos no in´ıcio do per´ıodo (k − 1, k) e investidos durante esse per´ıodo a uma taxa de juros Ik e, o modelo Rn = Rn−1 (1 + In ) + Xn − Yn , n = 0, 1, 2, . . . ou equivalentemente Rn = u. n. (1 + Ik ) +. k=1. n  k=1. (Xk − Yk ). n. (1 + It ) ,. t=k+1. e considera-se os prˆemios Xk sendo pagos apenas no final do per´ıodo (k − 1, k), n˜ao recebendo juros durante esse tempo. O pr´oximo modelo de risco foi proposto por Jun Cai e David C.M. Dickson [7], o qual estende o modelo cl´assico de risco a tempo discreto proposto por Jun Cai(2002a, 2002b)[4] e [5]. Este modelo ´e praticamente o estudado em Cai(2002a, 2002b), a menos da entrada de juros oriundos de poss´ıveis investimentos ser uma Cadeia de Markov. O modelo ´e expresso por Rk = Rk−1 (1 + Ik ) − Zk , k = 1, 2, . . . .. (1.5). onde R0 = u ≥ 0 ´e uma constante ( o capital inicial) , {Zk , k = 1, 2, 3, . . .} ´e uma sequˆencia de vari´aveis aleat´orias independentes e identicamente distribu´ıdas (i.i.d) com fun¸c˜ao de distribui¸ca˜o comum G(z) = P (Z1 ≤ z), e {Ik , k = 1, 2, . . . .} ´e uma sequˆencia de vari´aveis aleat´orias e independentes de {Zk , k = 1, 2, 3, . . . .}. A perda l´ıquida, Zk , ´e calculada no final de cada per´ıodo e ´e igual ao total de indeniza¸c˜oes pagas menos o total de prˆemios recebidos no per´ıodo k. Assim, Zk = Yk − Xk , com {Yk , k = 1, 2, 3, . . .} sequˆencia de vari´aveis aleat´orias i.i.d. independentes de {Xk , k = 1, 2, 3, . . . .}, que tamb´em ´e uma sequˆencia de vari´aveis aleat´orias i.i.d. Al´em disso, {Ik , k = 0, 1, . . .} denota a taxa de juros no per´ıodo k e ´e uma Cadeia de Markov. Assim, Rk dado por (1.5) ´e o capital de uma seguradora com capital inicial u ao final do per´ıodo k. Os detalhes deste modelo podem ser encontrados na disserta¸c˜ao de mestrado defendida pela UFCG pelo aluno Santos[26]. A vari´avel Rk representa o capital de uma empresa seguradora ao final do per´ıodo (k − 1, k), e ´e chamado de Processo de Reserva de Risco a Tempo discreto..

(20) 17 Diz-se que ocorreu a ru´ına quando o processo de capital atinge valores negativos, e o primeiro instante onde isso ocorre ´e chamado de tempo de ru´ına τ (u), ou seja τ (u) = min{k ≥ 0, Rk ≤ 0}. E assim, a probabilidade de ru´ına do modelo (1.5), ´e dada por. ∞. .

(21) (Rk < 0) . ψ(u) = P (τ (u) < ∞) = P Rk < 0, para algum k < ∞ = P k=1.

(22) Cap´ıtulo 2 Modelos de Risco com Risco de Cr´ editos Markovianos Neste cap´ıtulo estudamos os dois modelos de risco para uma empresa ou institui¸ca˜o financeira que ´e sens´ıvel a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito proposto por Hailiang Yang. Os modelos propostos em [29] se aplicam a uma corpora¸ca˜o financeira ou companhia de seguros. Nestes modelos para cada intervalo de tempo uma agˆencia de classifica¸ca˜o de risco de cr´edito fornecer´a uma classifica¸c˜ao de risco de cr´edito para avaliar a capacidade das empresas em cumprir com suas obriga¸c˜oes, e a dinˆamica da classifica¸ca˜o de risco de cr´edito ´e modelada usando Cadeias de Markov.. 2.1. Classifica¸ c˜ ao de Risco de Cr´ edito A classifica¸ca˜o de risco ´e uma nota, por risco de cr´edito, atribu´ıda `as empre-. sas, institui¸co˜es financeiras ou pa´ıses. O resultado ´e obtido atrav´es de uma avalia¸ca˜o realizada por empresas especializadas. Por´em, vale ressaltar que a classifica¸ca˜o ou nota n˜ao ´e uma recomenda¸c˜ao financeira, n˜ao ´e uma opini˜ao sobre o potencial econˆomicopol´ıtico da empresa ou institui¸ca˜o financeira e tamb´em n˜ao se refere a uma auditoria cont´abil ou avalia¸c˜ao gerencial. A classifica¸c˜ao de risco de cr´edito se d´a atrav´es de um pedido formal a` empresa especializada na classifica¸c˜ao. A nota, por risco de cr´edito, varia de acordo com a capacidade da empresa analisada em honrar compromissos fi-.

(23) 19 nanceiros num determinado per´ıodo de tempo e com a suscetibilidade a`s oscila¸co˜es econˆomicas. ´ importante frisar que a avalia¸c˜ao de risco n˜ao ´e u E ´nica para todas as companhias que fornecem a classifica¸c˜ao de risco, uma vez que essas companhias formam opini˜oes. Por´em, as divergˆencias das agˆencias de classifica¸c˜ao de risco de cr´edito s˜ao maiores a` medida em que as classifica¸co˜es se tornarem menores. Em geral, as emiss˜oes de t´ıtulos por empresas ou pa´ıses s˜ao classificados em trˆes grupos: • o grupo que reflete o menor risco; • o de maior risco; • e o grupo que reflete o risco extremo e iminente. A seguir definiremos de forma resumida cada grupo e cada nota por risco de cr´edito, para maiores detalhes consultar Toscano[30] I - O grupo que reflete o menor risco. AAA Excelente qualidade e menor risco. Classifica¸c˜ao que representa solidez financeira intr´ınseca acima da m´edia. Apresenta risco quase nulo. ´ AA Otima qualidade e menor risco. Classifica¸c˜ao que representa solidez financeira intr´ınseca mediana. Apresentam risco baixo. A Boa qualidade. Classifica¸c˜ao que representa solidez financeira intr´ınseca boa. Apresentam risco baixo. BBB Qualidade satisfat´oria. Solidez financeira adequada. S˜ao institui¸co˜es est´aveis. Apresentam risco baixo. II - O grupo que reflete o maior risco BB Qualidade razo´avel. Solidez financeira regular. Com risco m´edio. B Qualidade razo´avel. Solidez financeira regular e muito exposto a`s condi¸co˜es econˆomicas. O Risco ´e alto..

(24) 20 CCC Qualidade especulativa. Baixa solidez financeira, exigindo eventual assistˆencia externa. O Risco ´e alto. III - O grupo que reflete o risco extremo e iminente C Qualidade muito especulativa. Risco de inadimplˆencia. A institui¸ca˜o apresenta p´essima solidez financeira. Risco alt´ıssimo. D Inadimplente. Existem empresas de classifica¸c˜ao de risco de cr´edito espalhadas em todo o mundo e, embora cada uma delas utilize classifica¸co˜es diferentes, sua simbologia de classifica¸c˜ao ´e muito similar. Duas empresas de classifica¸ca˜o de risco de cr´edito bastante conhecidas s˜ao Standard & Poor´s e Moody´s. As notas citadas acima s˜ao as simbologias de classifica¸co˜es utilizadas pela Standard & Poor´s.. 2.2. O Modelo Seja {It }t≥0 uma Cadeia de Markov homogˆeneo a tempo discreto com espa¸co de. estados S={1, 2, ..., k} e com probabilidades de transi¸ca˜o dadas por qij = P (It+1 = j | It = i) , i, j ∈ S, t = 0, 1, 2, . . .. (2.1). Podemos associar o estado 1 a` classe mais elevada de classifica¸c˜ao de risco de cr´edito, e o estado k a` classe mais baixa. Na classifica¸c˜ao de risco de cr´edito que citamos, o estado 1 representaria a nota AAA e o estado k a classifica¸ca˜o D. Ent˜ao qij representa a probabilidade da classifica¸ca˜o de risco de cr´edito no pr´oximo intervalo ser j dado que no intervalo anterior foi i. E a maneira mais conveniente de recordarmos esses informa¸c˜oes ´e em forma de uma matriz Q = {qij , i, j = 1, 2, . . . , k}, na qual qij ´e a probabilidade de irmos do estado i para o estado j em um passo. Explicitamente temos: ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ Q=⎢ ⎢ ⎢ ⎣. q11 q12 · · ·. ⎤ q1k. ⎥ ⎥ q21 q22 · · · q2k ⎥ ⎥ .. . . .. ⎥ .. . . . ⎥ . ⎦ qk1 qk2 · · · qkk.

(25) 21 Seja u o capital inicial e Xni a mudan¸ca do Portf´olio ao final do intervalo n se a classifica¸ca˜o de risco de cr´edito da empresa no intervalo de tempo n ´e de classe i. O capital da empresa no tempo n ´e dado por. Un = u +. n . I. Xj j−1. (2.2). j=1. onde assumimos que • Xni , n = 1, 2, ... e i = 1, 2, ... , s˜ao vari´aveis aleat´orias que, para intervalos de tempos diferentes ou classifica¸co˜es de risco de cr´edito distintas, a mudan¸ca de portf´olio ´e uma v.a independente ; • a mudan¸ca de portf´olio no n-´esimo intervalo de tempo depende apenas da classifica¸ca˜o de risco de cr´edito no intervalo de tempo n − 1; i • para todo i fixado i = 1, 2, ..., k , Xni = Xm q.c. para todo m, n = 1, 2, ...., ou seja,. se a classifica¸c˜ao de risco ´e a mesma, o comportamento da mudan¸ca de portf´olio ser´a o mesmo q.c.. Diz-se que ocorreu a ru´ına ou inadimplˆencia no tempo n se Un ≤ 0. O tempo de ru´ına, ´e definido por T = inf{k; Uk ≤ 0}. Observe que. n  {Uk ≤ 0} . P (T ≤ n) = P k=1. De fato, considere A = {w; inf{k; Uk (w) ≤ 0} ≤ n} e B =. n . {w; Uk (w) ≤ 0}.. k=1. Seja a ∈ A ent˜ao existe k0 ≤ n tal que Uk0 (a) ≤ 0. Assim a ∈ {w; Uk0 (w) ≤ 0} . n  {w; Uk (w) ≤ 0} o que implica que a ∈ B. Logo A ⊂ B. Portanto, a ∈ k=1. Agora seja b ∈ B , ent˜ao b ∈ {w; Uk (w) ≤ 0} para algum k ≤ n. Ent˜ao existe k0 ≤ n tal que Uk0 (b) ≤ 0. Portanto, inf {k; Uk (b) ≤ 0} ≤ k0 ≤ n. Assim inf {k; Uk (b) ≤ 0} ≤ n e portanto b ∈ {w; inf {k; Uk (w) ≤ 0} ≤ n}. Logo B ⊂ A.. Assim. P (T ≤ n | U0 = u, I0 = i0 ) = P. n . k=1. {Uk ≤ 0} | U0 = u, I0 = i0. ..

(26) 22 A probabilidade de ru´ına no tempo n dado que o capital inicial da empresa ´e u e a classifica¸ca˜o de risco inicial ´e i0 ´e definida como: ψn (u, io ) = P (T ≤ n | U0 = u, I0 = i0 ) .. (2.3). Sendo o modelo usado para calcular a probabilidade de inadimplˆencia no futuro, assumimos que I0 foi obtido baseado em informa¸c˜oes anteriores( incluindo o capital inicial). Neste trabalho suporemos que Un ´e independente de In . N˜ao inclu´ımos o estado de inadimplˆencia no espa¸co de estado de {In }n≥0 , porque na pr´atica inadimplˆencia ´e um assunto mais dif´ıcil por envolver muitas outras vari´aveis e, portanto requer um estudo aprofundado da dependˆencia de tais vari´aveis. i Como estamos supondo Xm = Xni q.c. para todo m, n, denotaremos a distribui¸ca˜o. de Xni por Fi (x), ∀n. Usaremos tamb´em a nota¸ca˜o Fi (x) para indicar 1 − Fi (x) = P (Xni > x), x ∈ R.. 2.3. F´ ormula recursiva para a probabilidade de ru´ına em tempo finito Considere ϕn (u, i0 ) = 1 − ψn (u, i0 ),. (2.4). que definimos como a probabilidade de solvˆencia de uma empresa com capital inicial u e classifica¸c˜ao de cr´edito inicial i0 . Assim, de (2.3). n.  ϕn (u, i0 ) = 1 − P {Uk ≤ 0} | U0 = u, I0 = i0 =. = P. k=1 n . {Uk > 0} | U0 = u, I0 = i0. .. k=1. O teorema a seguir mostra que ´e poss´ıvel obter uma f´ormula recursiva para tal probabilidade.

(27) 23 ao recursiva: Teorema 2.1 ϕn (u, i0 ) safistaz a seguinte equa¸c˜ ϕ1 (u, i0 ) = F i0 (−u) = 1 − Fi0 (−u), ϕn (u, i0 ) =. k .  qi0 i. i=1. Demonstra¸ c˜ ao:. (2.5). ∞. −u. ϕn−1 (u + y, i)dFi0 (y) n = 2, 3, . . . .. (2.6). Assuma que no tempo t = 0, tem-se I0 = i0 . Logo,. P (I0 = i0 ) = 1. Observe que, para n = 1, temos. ϕ1 (u, i0 ) = P (U1 > 0 | U0 = u, I0 = i0 ).

(28) = P u + X1I0 > 0 | U0 = u, I0 = i0.

(29).

(30) = P X1I0 > −u | I0 = i0 = P X1i0 > −u | I0 = i0.

(31) = P X1i0 > −u = F i0 (−u).. Para n = 2. ϕ2 (u, i0 ) = P. 2 . {Uk > 0} | U0 = u, I0 = i0. k=1. = P (U1 > 0, U2 > 0 | U0 = u, I0 = i0 )

(32). = P u + X1I0 > 0, u + X1I0 + X2I1 > 0 | U0 = u, I0 = i0.

(33) = P X1I0 > −u, X1I0 + X2I1 > −u | I0 = i0.

(34) = P X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 > −u | I0 = i0.

(35) = P X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 > −u  I(X i0 >−u,X i0 +X I1 >−u) dP = 1 1 2 Ω  I(X i0 >−u) I(X i0 +X I1 >−u) dP = 1 1 2 Ω I i0 I i0 I1 dP = c (X1 >−u) (X1 +X2 >−u)  i i (X10 >−u) (X10 >−u)   = I(X i0 >−u) I(X i0 +X I1 >−u) dP + I i0 I i0 I1 dP c (X1 >−u) (X1 +X2 >−u) i i 1 1 2 (X10 >−u) (X10 >−u)  = I(X i0 +X I1 >−u) dP. i. (X10 >−u). 1. 2. Agora utilizando a defini¸ c˜ ao A.8 de esperan¸ca condicional temos.

(36) 24  ϕ2 (u, i0 ) =. i. (X10 >−u).  =.   E I(X i0 +X I1 >−u) | X1i0 dP 1. i. {w;X 0 (w)∈(−u,∞)}  ∞ 1. = −u ∞ = −u ∞ = −u. 2. . E I(X i0 +X I1 >−u) | 1. 2. X1i0.  dP.  E I(X i0 +X I1 >−u) | X1i0 = y dFi0 (y) 1. 2.

(37). P X1i0 + X2I1 > −u | X1i0 = y dFi0 (y)

(38). P X2I1 > −u − y | X1i0 = y dFi0 (y).. Como a mudan¸ca no portf´olio em intervalos de tempo distintos s˜ao independentes podemos reescrever a u ´ltima equa¸c˜ao da seguinte forma  ∞

(39). P X2I1 > −u − y dFi0 (y). ϕ2 (u, i0 ) =. (2.7). −u.

(40) Note que podemos reescrever P X2I1 > −u − y da seguinte maneira.

(41)

(42) P X2I1 > −u − y = P X2I1 > −u − y, I1 ∈ S, I0 = i0 = = = =. k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1.

(43) P X2I1 > −u − y, I1 = i, I0 = i0.

(44) P X2I1 > −u − y | I1 = i, I0 = i0 P (I1 = i | I0 = i0 ) P (I0 = i0 )

(45). qi0 i P X2I1 > −u − y | I1 = i qi0 i E(I(X I1 >−u−y) | I1 = i). 2. Observe que a fun¸c˜ao indicadora acima envolve apenas a vari´avel I1 . Representando este fato por f (I1 ), temos P.

(46). X2I1. > −u − y. = =. k  i=1 k  i=1. qi0 i E(f (I1 ) | I1 = i) qi0 i. . f (j)P (I1 = j | I1 = i).. j. Mas, ⎧ ⎨ 1, P (I1 = j | I1 = i) = ⎩ 0,. i=j c.c.

(47) 25 Assim, k  .

(48) qi0 i f (j)P (I0 = j | I0 = i) P X2I1 > −u − y = i=1 k . =. j. qi0 i E(f (I0 ) | I0 = i).. (2.8). i=1. Como hav´ıamos comentado anteriormente, iniciamos o processo com capital inicial u > 0 e classifica¸ca˜o de risco de cr´edito I0 = i0 . Vale ressaltar que a express˜ao em (2.8) n˜ao faz referˆencia ao in´ıcio do processo, uma vez que a classifica¸c˜ao de risco de cr´edito no tempo em que se inicia os estudos do processo ´e i0 . Como as vari´aveis I. I. mudan¸ca de portf´olio independem do capital inicial e para cada Ij fixado, Xnj = Xmj q.c. para todo m, n ∈ N, temos ent˜ao que P.

(49). X2I1. > −u − y. = = = = =. k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1 k . qi0 i E(I(X I0 >−u−y) | I0 = i) 2. qi0 i E[I(X I0 >−u−y) | U0 = u + y, I0 = i] 1.

(50). qi0 i P u + y + X1I0 > 0 | U0 = u + y, I0 = i qi0 i P (U1 > 0 | U0 = u + y, I0 = i) qi0 i ϕ1 (u + y, i).. (2.9). i=1. Substituindo (2.9) em (2.7) e pelo fato de ϕ1 (u + y, i) ser uma fun¸c˜ao mensur´avel n˜ao negativa obtemos  ϕ2 (u, i0 ) = =. ∞. k . qi0 i ϕ1 (u −u i=1  ∞ k  qi0 i. i=1. −u. + y, i)dFi0 (y). ϕ1 (u + y, i)dFi0 (y)..

(51) 26 De modo geral. ϕn (u, i0 ) = P. n . {Uk > 0} | U0 = u, I0 = i0. k=1. = P (U1 > 0, U2 > 0, . . . , Un > 0 | U0 = u, I0 = i0 ). 2  I I0 = P u + X1 > 0, u + Xj j−1 > 0, . . . , u + X1I0 + j=1. +. n . I Xj j−1. > 0 | U0 = u, I0 = i0. .. j=2. Substituindo o valor da vari´avel I0 na express˜ao da probabilidade de ru´ına e usando o fato das vari´aveis mudan¸ca de portf´olio serem independentes do capital inicial do processo, obtemos. X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 > −u, . . . , X1i0 +. ϕn (u, i0 ) = P. I Xj j−1. > −u | I0 = i0. j=2. X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 > −u, . . . , X1i0 +. = P. n . n . I. Xj j−1 > −u. j=2.  = Ω.  =. Ω. IX i0 >−u,X i0 +X I1 >−u,...,X i0 + n 1. 1. 2. I. j=2. 1. I(X i0 >−u) I⎛ 1 ⎜. i I i ⎝ X10 +X2 1 >−u,...,X10 +. Xj j−1 >−u. n . I Xj j−1.  dP ⎞ dP. > −u⎟ ⎠. j=2.  =. I⎛. i. (X10 >−u) ⎜ i0 I i ⎝ X1 +X2 1 >−u,...,X10 +. n . I Xj j−1. ⎞ dP .. > −u⎟ ⎠. j=2. Da Defini¸c˜ ao A.8 de esperan¸ca condicional temos ⎡. ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ i0 ⎥ ⎢ ⎛ ⎞ E ⎢I | X n 1 ⎥ dP  I i i j−1 (X10 >−u)∈σ(X10 ) i0 I1 i0 ⎟ ⎣ ⎜ ⎦ Xj > −u⎠ ⎝ X1 +X2 >−u,...,X1 +.  ϕn (u, i0 ) =. j=2. ⎡ . ∞. = −u. . −u. . ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎛ ⎞ | X i0 = y ⎥ dF (y) E⎢ I n 1  I ⎢ ⎥ i0 j−1 i0 I1 i0 ⎟ ⎣ ⎜ ⎦ Xj > −u⎠ ⎝ X1 +X2 >−u,...,X1 + P. −u. X1i0 + X2I1 > −u, . . . , X1i0 +. P. X2I1. n . I. Xj j−1 > −u | X1i0 = y dFi0 (y). j=2. ∞. =. j=2. ∞. =. ⎤. > −u − y, . . . ,. n  j=2. I Xj j−1. > −u − y |. X1i0. = y dFi0 (y)..

(52) 27 Como assumimos que as vari´aveis mudan¸ca de portf´olio s˜ao independentes a equa¸ca˜o anterior se reduz a  ϕn (u, i0 ) =. ∞. −u. P. X2I1 > −u − y, . . . ,. n . I. Xj j−1 > −u − y dFi0 (y).. j=2. Note que podemos reescrever P. X2I1 > −u − y, . . . ,. n . I Xj j−1. > −u − y. j=2. maneira. P. (2.10). X2I1 > −u − y, X2I1 + X3I2 > −u − y, . . . , X2I1 +. n . da seguinte. I. Xj j−1 > −u − y. j=3. = P =. k . n . X2I1 > −u − y, . . . , X2I1 + P. I. Xj j−1 > −u − y, I1 ∈ S, I0 = i0. j=3. X2I1. > −u −. y, . . . , X2I1. +. i=1. n . I Xj j−1. > −u − y | I1 = i, I0 = i0. j=3. P (I1 = i | I0 = i0 ) P (I0 = i0 ) ⎡ =. k  i=1. ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎛ ⎞ | I = i⎥ qi0 i E ⎢ I n 1  I ⎢ ⎥ I I ⎣ ⎜ ⎦ Xj j−1 > −u − y ⎟ ⎝ X2 1 >−u−y,...,X2 1 + ⎠ j=3. =. k . qi0 i E[f (I1 , I2 , . . . , In−1 ) | I1 = i].. (2.11). i=1. Da defini¸c˜ao de esperan¸ca condicional para vari´aveis aleat´orias discretas e do fato de {Ij , j = 0, 1, . . . .} ser uma Cadeia de Markov homogˆenea ent˜ao. E[f (I1 , . . . , In−1 ) | I1 = i] =. . f (i1 , . . . , in−1 )P (I1 = i1 , . . . , In−1 = in−1 | I1 = i). i1 ∈S. .. . . in−1 ∈S. =. f (i1 , . . . , in−1 )P (I0 = i1 , . . . , In−2 = in−1 | I0 = i). i1 ∈S. .. .. in−1 ∈S. = E(f (I0 , I1 , . . . , In−2 ) | I0 = i). E portanto, substituindo (2.12) em (2.11) temos. (2.12).

(53) 28. X2I1 > −u − y, X2I1 + X3I2 > −u − y, . . . , X2I1 +. P. n . I. Xj j−1 > −u − y. j=3. =. k . qi0 i E[f (I0 , I1 , . . . , In−2 ) | I0 = i]. i=1. =. ⎡. k  i=1. =. k . ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎛ ⎞ | I = i⎥ qi0 i E ⎢ n 0  ⎢I ⎥ I I I ⎣ ⎜ ⎦ Xj j−2 > −u − y ⎟ ⎝ X2 0 >−u−y,...,X2 0 + ⎠ j=3. u + y + X2I0 > 0, . . . , u + y + X2I0 +. qi0 i P. i=1. n . I Xj j−2. > 0 | I0 = i .. j=3 I. I. Como para todo m, n ∈ N, Xnj = Xmj q.c. e as vari´aveis mudan¸ca de portf´olio s˜ao independentes do processo de capital,. P. =. X2I1 > −u − y, X2I1 + X3I2 > −u − y, . . . , X2I1 + k . u + y + X1I0 > 0, . . . , u + y +. i=1. = =. k  i=1 k . I. Xj j−1 > −u − y. j=3. qi0 i P. n . n−1 . I. Xj j−1 > 0 | U0 = u + y, I0 = i. j=1. qi0 i P (U1 > 0, . . . , Un−1 > 0 | U0 = u + y, I0 = i) qi0 i ϕn−1 (u + y, i).. (2.13). i=1. Substituindo (2.13) em (2.10). ϕn (u, i0 ) =. k  i=1.  qi0 i. ∞. −u. ϕn−1 (u + y, i)dFi0 (y), n = 2, 3, . . . . . Consideremos agora o modelo que permite aplicar (ou fazer empr´estimos) a quantia representada pela mudan¸ca de portif´olio a` uma taxa de aplica¸c˜ao e/ou empr´estimo r por per´ıodo. A aplica¸ca˜o sempre se dar´a ao final do per´ıodo n. Utilizamos o modelo Un = u +. n . I. Xj j−1 (1 + r)n−j ,. (2.14). j=1. para modelar a dinˆamica do processo de capital ao final de n per´ıodos. Com as suposi¸c˜oes feitas at´e o momento, a saber, Xni , n = 1, 2, ... e i = 1, 2, ..., s˜ao.

(54) 29 vari´aveis aleat´orias independentes, assumimos tamb´em que a mudan¸ca do portf´olio no n-´esimo intervalo de tempo depende apenas da classifica¸c˜ao de risco de cr´edito da empresa no intervalo de tempo n − 1, e para todo i fixado i = 1, 2, ..., k , Xni = i Xm q.c. para todo m, n = 1, 2, ...., ou seja, se a classifica¸ca˜o de risco ´e a mesma, o. comportamento da mudan¸ca de portf´olio ser´a o mesmo q.c.. Teorema 2.2 Seja ψn (u, i0 ) a probabilidade de ru´ına antes ou no tempo n para o modelo (2.14) com classifica¸c˜ao de risco inicial i0 e um capital inicial u. Considerando n (u, i0 ) satisfaz a seguinte equa¸c˜ ao recursiva ϕ n (u, i0 ) = 1 − ψn (u, i0 ) temos que ϕ ϕ 1 (u, i0 ) = F i0 (−u) ϕ n (u, i0 ) =. k .  qi0 i. ∞. −u. i=1. ϕ n−1 (u + y(1 + r), i)dF i0 (y), n ≥ 2. Demonstra¸ c˜ ao: Para n = 1. ϕ 1 (u, i0 ) = P (U1 > 0 | U0 = u, I0 = i0 ).

(55) = P u + X1I0 (1 + r)0 > 0 | U0 = u, I0 = i0.

(56) = P X1I0 > −u | U0 = u, I0 = i0.

(57) = P X1i0 > −u | U0 = u, I0 = i0.

(58) = 1 − P X1i0 ≤ −u = F i0 (−u). Para n = 2. ϕ 2 (u, i0 ) = P. 2 . Uk > 0 | U0 = u, I0 = i0. k=1. = P (U1 > 0, U2 > 0 | U0 = u, I0 = i0 ).

(59) = P u + X1I0 > 0, u + X1I0 (1 + r) + X2I1 > 0 | U0 = u, I0 = i0.

(60) = P X1I0 > −u, X1I0 (1 + r) + X2I1 > −u | U0 = u, I0 = i0.

(61) = P X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1  I(X i0 >−u,X i0 +X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 ) dP = 1 1 2 Ω  I(X i0 >−u) I(X i0 +X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 ) dP = 1 1 2 Ω I(X i0 +X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 ) dP. = i. (X10 >−u). 1. 2. (2.15) (2.16).

(62) 30 Utilizando a defini¸ c˜ ao A.8 de esperan¸ca condicional segue .   E I(X i0 +X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 ) | X1i0 dP i 1 2 (X 0 >−u)  ∞1   E I(X i0 +X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 ) | X1i0 = y dFi0 (y) = 1 2 −u ∞

(63). P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y | X1i0 = y dFi0 (y). =. ϕ 2 (u, i0 ) =. −u. Como as vari´aveis mudan¸ca de portf´olio para intervalos de tempo diferentes s˜ao independentes temos ent˜ao  ϕ 2 (u, i0 ) =. ∞. −u.

(64). P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y dFi0 (y).. (2.17).

(65) Podemos reescrever P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y da seguinte forma

(66). P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y.

(67) = P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y, I1 ∈ S, I0 = i0 = = =. k  i=1 k  i=1 k  i=1. = = =. k  i=1 k  i=1 k .

(68) P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y, I1 = i, I0 = i0.

(69) qi0 i P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y | I1 = i, I0 = i0

(70). qi0 i P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y | I1 = i  qi0 i E I(X I1 (1+r)−1 >−u(1+r)−1 −y) | I1 = i 2 qi0 i E [f (I1 ) | I1 = i] =. k . qi0 i E [f (I0 ) | I0 = i]. i=1.

(71). qi0 i P X2I0 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y | I0 = i .. i=1. Como foi suposto, temos que o capital inicial independe do processo de capital e I. I. que para todo m, n ∈ N, Xmj = Xnj , q.c. temos que.

(72) 31.

(73) P X2I1 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y = = =. k  i=1 k  i=1 k .

(74). qi0 i P X1I0 (1 + r)−1 > −u(1 + r)−1 − y | U0 = u + y(1 + r), I0 = i

(75). qi0 i P u + y(1 + r) + X1I0 > 0 | U0 = u + y(1 + r), I0 = i qi0 i P (U1 > 0 | U0 = u + y(1 + r), I0 = i). i=1. =. k . qi0 i ϕ 1 (u + y(1 + r), i).. (2.18). i=1. Substituindo (2.18) em (2.17) temos que. ϕ 2 (u, i0 ) =. k .  qi0 i. ∞. −u. i=1. ϕ 1 (u + y(1 + r), i)dFi0 (y).. Para n qualquer. n.  ϕ n (u, i0 ) = P (U1 > 0, U2 > 0, . . . , Un > 0) | U0 = u, I0 = i0 k=1. = P (U1 > 0, U2 > 0, . . . , Un > 0 | U0 = u, I0 = i0 ) =

(76) = P u + X1I0 > 0, u + X1I0 (1 + r) + X2I1 > 0, u + X1I0 (1 + r)2 + X2I1 (1 + r). n  Ij−1 n−j I2 +X3 > 0, . . . , u + Xj (1 + r) > 0 | U0 = u, I0 = i0 = P.

(77). j=1. X1i0. >. −u, X1i0 (1 + n  j=1.  i (X10 >−u). I. Xj j−1 (1 + r)n−j > −u | U0 = u, I0 = i0. +X3I2 > −u, . . . , =. r) + X2I1 > −u, X1i0 (1 + r)2 + X2I1 (1 + r). I⎛. I i ⎜ i0 n−1 + ⎝ X1 (1+r)+X2 1 >−u,...,X10 (1+r). j=2. ⎡. I Xj j−1 (1. n−j. + r). ⎞ dP. > −u⎟ ⎠ ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ i ⎛ ⎞ | X 0 ⎥ dP E⎢ I n 1 ⎥  I ⎢ i (X10 >−u) i I ⎣ ⎜ ⎦ Xj j−1 (1 + r)n−j > −u⎟ ⎝ X10 (1+r)+X2 1 >−u,..., ⎠.  =. n . j=1.

(78) 32 ⎡. ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ i0 ⎥ ⎢ ⎛ ⎞ E ⎢I | X n 1 ⎥ dP  I i n−j j−1 (X10 >−u) i0 I1 ⎟ ⎣ ⎜ ⎦ Xj (1 + r) > −u⎠ ⎝ X1 (1+r)+X2 >−u,...,.  =. j=1. . ∞. . ∞.

(79) P X1i0 (1 + r) + X2I1 > −u, X1i0 (1 + r)2 + X2I1 (1 + r) + X3I2 > −u, −u. n  I Xj j−1 (1 + r)n−j > −u | X1i0 = y dFi0 (y) , . . . , X1i0 (1 + r)n−1 +. =. = −u n  j=2 ∞.  =. −u n . j=2.

(80). P X2I1 > −u − y(1 + r), X2I1 (1 + r) + X3I2 > −u − y(1 + r)2 , . . . ,. I. Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 | X1i0 = y dFi0 (y)

(81) P X2I1 > −u − y(1 + r), X2I1 (1 + r) + X3I2 > −u − y(1 + r)2 , . . . ,. I. Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1. dFi0 (y).. (2.19). j=2. Note que P. X2I1. > −u − y(1 + r), . . . ,. n . I Xj j−1 (1. n−j. + r). n−1. > −u − y(1 + r). j=2. pode ser reescrita da seguinte forma. X2I1 > −u − y(1 + r), . . . ,. P = P. I. Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1. j=2. X2I1. n . > −u − y(1 + r), . . . ,. n . I. Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 , I1 ∈ S,. j=2. I0 = i0 ). k n   I I1 qi0 i P X2 > −u − y(1 + r), . . . , Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 | = i=1. j=2. I1 = i, I0 = i0 ). k n   I I1 qi0 i P X2 > −u − y(1 + r), . . . , Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 | = i=1. I1 = i) k  qi0 i E (f (I1 , I2 , . . . , In−1 ) | I1 = i) = i=1. j=2.

(82) 33. = =. k  i=1 k . qi0 i E (f (I0 , I1 , . . . , In−2 ) | I0 = i). X2I0. qi0 i P. > −u − y(1 + r), . . . ,. i=1. n . I. Xj j−2 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 |. j=2. I0 = i) . I. I. Como foi suposto, temos que Xnj = Xmj q.c. para todo m, n ∈ N e que o capital inicial independe do processo de capital, ent˜ao. n  I P X2I1 > −u − y(1 + r), . . . , Xj j−1 (1 + r)n−j > −u − y(1 + r)n−1 = j=2. =. k . qi0 i P. u + y(1 + r) +. X1I0. n−1. > 0, . . . , u + y(1 + r). +. i=1. n−1 . I. Xj j−1 (1 + r)n−j−1 > 0 |. j=1. U0 = u + y(1 + r), I0 = i) k  qi0 i ϕ n−1 (u + y(1 + r), i) =. (2.20). i=1. Substituindo (2.20) em (2.19). ϕ n (u, i0 ) =. k  i=1.  qi0 i. ∞. −u. ϕ n−1 (u + y(1 + r), i)dFi0 (y), n = 2, 3, . . . .. Obtemos o resultado desejado.. 2.4. . Distribui¸ c˜ ao do Tempo de ru´ına Para cada n ≥ 1, obtemos uma probabilidade de ru´ına (inadimplˆencia) usando a. equa¸ca˜o recursiva do Teorema 2.1 (ou Teorema 2.2). A probabilidade de ru´ına no tempo n pode ser calculada com base na probabilidade de ru´ına no tempo n − 1 e na distribui¸ca˜o da vari´avel aleat´oria mudan¸ca de portf´olio. A seguir ser´a discutida a distribui¸c˜ao do tempo de ru´ına (Tempo de inadimplˆencia). Pela analogia nos c´alculos dos modelos (2.2) e (2.14) apresentamos nesta se¸ca˜o apenas os c´alculos do modelo (2.2) e os resultados seguem para o modelo (2.14)..

(83) 34 Seja Gn (u, i0 ) = P (T = n | U0 = u, I0 = i0 ). (2.21). usando o m´etodo recursivo, obtemos os seguintes resultados: Teorema 2.3 A distribui¸c˜ao do tempo de ru´ına pode ser obtida usando a seguinte equa¸ca˜o recursiva. G1 (u, i0 ) = Fi0 (−u) (2.22)  k ∞  qi0 i Gn−1 (u + y, i)dFi0 (y) (2.23) Gn (u, i0 ) = i=1. −u. Demonstra¸ c˜ ao: Observe que, para n = 1, temos G1 (u, i0 ) = P (T = 1 | U0 = u, I0 = i0 ) = P (inf{k; Uk ≤ 0} = 1 | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U0 > 0, U1 ≤ 0 | U0 = u, I0 = i0 ) ! " = E I(U0 >0,U1 ≤0) | U0 = u, I0 = i0 . Ent˜ao com u > 0 temos I(U0 >0) = 1. Da´ı, ⎧ ! " ⎨ E I (U0 >0,U1 ≤0) | U0 = u, I0 = i0 , se u > 0 G1 (u, i0 ) = ⎩ 0, se c.c Assim, para u > 0.

(84) G1 (u, i0 ) = P u + X1I0 ≤ 0 | U0 = u, I0 = i0.

(85) = P X1i0 ≤ −u = Fi0 (−u). Recursivamente, Gn (u, i0 ) = P (T = n | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U1 > 0, . . . , Un−1 > 0, Un ≤ 0 | U0 = u, I0 = i0 ). n−1  I = P u + X1I0 > 0, . . . , u + X1I0 + Xj j−1 > 0, u+ j=2. +X1I0. +. n  j=2. I Xj j−1. ≤ 0 | U0 = u, I0 = i0. ..

(86) 35 Substituindo o valor da vari´avel I0 na express˜ao acima e como as vari´aveis mudan¸ca de portif´olio, Xj , independem do capital do processo, segue. X1i0 > −u, . . . , X1i0 +. Gn (u, i0 ) = P. I⎛. Ω ⎜ i0 ⎜ X >−u,...,X i0 + 1 ⎝ 1. n−1 . I Xj j−1. i (X10 >−u). n . I. Xj j−1 ≤ −u. j=2. >. −u, X1i0. +. j=2.  =. I. Xj j−1 > −u, X1i0 +. j=2.  =. n−1 . n . I Xj j−1. ⎞ dP ⎟. ≤ −u⎟ ⎠. j=2. I⎛. ⎜ i ⎜ X 0 +X I1 >−u,...,X i0 + 2 1 ⎝ 1. n−1 . I. Xj j−1 > −u, X1i0 +. j=2. n . I. ⎞ dP. ⎟. Xj j−1 ≤ −u⎟ ⎠. j=2. Note que (X1i0 > −u) ∈ σ(X1i0 ), ent˜ao pela defini¸ca˜o de esperan¸ca condicional devemos ter ⎡. ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ i0 ⎥ ⎛ ⎞ ⎢ E ⎢I | X n n−1 1 ⎥ dP  I  I i ⎟ (X10 >u) ⎣ ⎜ ⎦ j−1 j−1 i I ⎜ X 0 +X 1 >−u,..., Xj > −u, Xj ≤ −u⎟ 2 ⎝ 1 ⎠.  Gn (u, i0 ) =. =. i. (X10 >u) n . = −u n . P. I. Xj j−1 > −u, X1i0 +. dP. X2I1. n−1  j=2. I. ∞. j=1. X1i0 + X2I1 > −u, . . . , X1i0 +. P. Xj j−1 ≤ −u | X1i0. j=2. . j=1. . > −u − y, . . . ,. n−1 . I. Xj j−1 > −u − y,. j=2. I. Xj j−1 ≤ −u − y | X1i0 = y dFi0 (y).. j=2. Como as vari´aveis mudan¸ca de portf´olio em intervalos de tempos distintos s˜ao independentes, a equa¸c˜ao acima se reduz a.  ∞. Gn (u, i0 ) =. −u. P. X2I1 +. X2I1. n  j=3. > −u −. y, . . . , X2I1. I. +. n−1 . I. Xj j−1 > −u − y,. j=3. Xj j−1 ≤ −u − y dFi0 (y).. (2.24).

(87) 36 Mas,. X2I1 > −u − y, . . . ,. P. n−1 . I Xj j−1. n−1 . +. I Xj j−1. j=3. =. k . I. ≤ −u − y, I1 ∈ S, I0 = i0. X2I1. > −u −. y, . . . , X2I1. i=1 n . qi0 i P. ≤ −u − y. Xj j−1 > −u − y, X2I1 +. j=3 n . I Xj j−1. j=2. X2I1 > −u − y, . . . , X2I1 +. = P. > −u − y,. j=2. n . +. n−1 . I. Xj j−1 > −u − y, X2I1 +. j=3. I. Xj j−1 ≤ −u − y | I1 = i .. j=3. Sabe-se que {Ij , j = 1, 2, . . . .} ´e uma cadeia de Markov homogˆenea e que para I. I. todo m, n ∈ N, Xnj = Xmj q.c., e al´em disso pela defini¸ca˜o de esperan¸ca condicional para vari´aveis aleat´orias discretas, devemos ter. n−1 n   Ij−1 Ij−1 I1 Xj > −u − y, Xj ≤ −u − y P X2 > −u − y, . . . , j=2. =. k . j=2. qi0 i E (f (I1 , I2 , . . . , In−1 ) | I1 = i). i=1. =. k . qi0 i E (f (I0 , I1 , . . . , In−2 ) | I0 = i). i=1. Contudo, temos que o capital inicial independe das vari´aveis Xj assim,. n−1 n   I I Xj j−1 > −u − y, Xj j−1 ≤ −u − y P X2I1 > −u − y, . . . , =. k . qi0 i P. X1I0 > −u − y, . . . , X1I0 +. i=1 n−1 . j=2. j=2 n−2 . I. Xj j−1 > −u − y, X1I0 +. j=2. I. Xj j−1 ≤ −u − y | U0 = u + y, I0 = i. j=2. = =. k  i=1 k . qi0 i P (U1 > 0, . . . , Un−2 > 0, Un−1 ≤ 0 | U0 = u + y, I0 = i) qi0 i Gn−1 (u + y, i).. (2.25). i=1. Substituindo (2.25) em (2.24) e como Gn−1 (u + y, i) ´e uma sequˆencia de fun¸c˜oes mensur´aveis n˜ao negativa, ent˜ao a express˜ao da distribui¸c˜ao do tempo de ru´ına fica.

(88) 37 determinada por  Gn (u, i0 ) =. ∞. k . qi0 i Gn−1 (u −u i=1  ∞ k . =. qi0 i. i=1. −u. + y, i)dFi0 (y). Gn−1 (u + y, i)dFi0 (y). . Usando este modelo proposto por Hailiang Yang[29] para considerar o risco de inadimplˆencia, n˜ao somente obtemos a probabilidade de inadimplˆencia, como tamb´em a distribui¸ca˜o do tempo de inadimplˆencia. Al´em disso, veremos na pr´oxima se¸c˜ao como obter a distribui¸ca˜o da severidade de ru´ına. Note que tudo que fizemos foi para um tempo de ru´ına finito. Vejamos agora como proceder para o c´alculo da probabilidade de ru´ına no horizonte infinito, isto ´e,. lim ψn (u, i0 ) = ψ(u, i0 ).. n→∞. A probabilidade de ru´ına no horizonte infinito ´e definida por. ψ(u, i0 ) = P. ∞ . {Uk ≤ 0} | U0 = u, I0 = i0. .. k=1. Ent˜ao, por defini¸c˜ao. ψ(u, i0 ) =. ∞ . Gn (u, i0 ).. n=1. De fato, seja A = {w; inf{k; Uk (w) ≤ 0} < ∞} e B =. ∞ . {w; Uk (w) ≤ 0},. k=1. mostremos que A = B.. Seja a ∈ A, ent˜ao existe k0 ∈ N tal que Uk0 (a) ≤ 0. Assim a ∈ {w; Uk0 (w) ≤ 0} e ∞  {w; Uk (w) ≤ 0}. Logo temos que a ∈ B, ou seja A ⊂ B. Agora seja portanto, a ∈ k=1. b ∈ B, temos b ∈. ∞ . {w; Uk (w) ≤ 0}. Ent˜ao existe um k0 ∈ N tal que Uk0 (b) ≤ 0. Logo,. k=1. inf{k; Uk (b) ≤ 0} ≤ k0 < ∞ e, assim inf{k; Uk (b) ≤ 0} < ∞ e b ∈ {w; inf{k; Uk (w) ≤ 0} < ∞},ou seja B ⊂ A. Destas duas inclus˜oes conclu´ımos que A = B. Note que, P (T ≤ n) ↑ P (T < ∞).

(89) 38 De fato, considerando An = {w; inf {k; Uk (w) ≤ 0} ≤ n}temos que, se a ∈ An , ent˜ao inf {k; Uk (a) ≤ 0} ≤ n ≤ n + 1 o que implica An ⊂ An+1 . Portanto, quando n → ∞ ∞ . An ↑. An .. n=1. Pela continuidade de probabilidade condicional,. ψn (u, i0 ) = P (T ≤ n|U0 = u, I0 = i0 ) ↑ P (T < ∞ | U0 = u, I0 = i0 ) = ψ(u, i0 ). Ent˜ao,. ψ(u, i0 ) = P (T < ∞ | U0 = u, I0 = i0 ). ∞.  (T = n) | U0 = u, I0 = i0 = P =. ∞ . n=1. P (T = n | U0 = u, I0 = i0 ). n=1. =. ∞ . Gn (u, i0 ). n=1. = G1 (u, i0 ) +. ∞ . Gn (u, i0 ).. (2.26). n=2. Substituindo a equa¸ca˜o da distribui¸c˜ao do tempos de ru´ına (2.23) em (2.26) temos. k  ∞ ∞   ψ(u, i0 ) = G1 (u, i0 ) + qi0 i Gn−1 ((u + y), i)dFi0 (y) . (2.27) n=2. −u. i=1. Como os termos envolvidos em (2.27) s˜ao positivos e Gn−1 ((u+y), i) ´e mensur´avel n˜ao negativa, segue ψ(u, i0 ) = G1 (u, i0 ) + = G1 (u, i0 ) + = G1 (u, i0 ) + = G1 (u, i0 ) +. k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1. qi0 i. ∞  . ∞ . −u. n=2. ∞. ∞ . −u. n=1.  qi0 i.  qi0 i. −u. ∞.  qi0 i. n=2. ∞. Gn−1 ((u + y), i)dFi0 (y). Gn−1 ((u + y), i) dFi0 (y). Gn ((u + y), i) dFi0 (y). ∞. −u. ψ(u + y, i)dFi0 (y)..

(90) 39 Portanto a probabilidade de ru´ına no horizonte infinito pode ser expressa da seguinte maneira. ψ(u, i0 ) = G1 (u, i0 ) +. k .  qi0 i. i=1. 2.5. ∞. −u. ψ(u + y, i)dFi0 (y), i0 = 1, 2, . . . , k.. Distribui¸ c˜ ao da severidade de ru´ına Na teoria da ru´ına, al´em do interesse na probabilidade de ru´ına, tamb´em estuda-. se a gravidade no momento da ru´ına, ou seja, qu˜ao s´erio (grande) foi o preju´ızo que levou a companhia a` ru´ına. Para estudar esta caracter´ıstica, devemos introduzir uma fun¸c˜ao que modela tal propriedade. Esta fun¸c˜ao deve ter como vari´aveis as informa¸c˜oes dispon´ıveis no in´ıcio do processo bem como o n´ıvel de preju´ızo estamos considerando, ou seja, as vari´aveis dessa fun¸ca˜o s˜ao: • O capital inicial, u ≥ 0.. • A classifica¸ca˜o de risco inicial I0 = i0. • A severidade da ru´ına que desejamos estudar, y > 0. Considere a fun¸c˜ao H : R+ × R+ × S −→ [0, 1], onde S ´e espa¸co de estados do processo, definida por H(u, y, i0 ) = P (UT ≤ −y, T < ∞ | U0 = u, I0 = i0 ) que nos d´a a distribui¸c˜ao da severidade de ru´ına, isto ´e, a probabilidade da empresa ruir num tempo finito e no instante da ru´ına o preju´ızo ser maior que y, dado que o capital inicial da empresa ´e u e classifica¸ca˜o inicial de risco ´e i0 . Podemos reescrever H(u, y, i0 ) da seguinte maneira.

(91) 40. UT ≤ −y,. H(u, y, i0 ) = P = =. ∞  n=1 ∞ . ∞ . (T = n) | U0 = u, I0 = i0. n=1. P (UT ≤ −y, T = n | U0 = u, I0 = i0 ) P (Un ≤ −y, U0 > 0, U1 > 0, . . . , Un−1 > 0, Un ≤ 0 | U0 = u, I0 = i0 ). n=1. =. ∞ . " ! E I(Un ≤−y,U0 >0,U1 >0,...,Un−1 >0,Un ≤0) | U0 = u, I0 = i0 .. n=1. Como u > 0, temos I(U0 >0) = 1. Da´ı, ⎧ ∞  ! " ⎪ ⎪ ⎨ E I(U1 >0,...,Un−1 >0,Un ≤0,Un ≤−y) | U0 = u, I0 = i0 , se u > 0 H(u, y, i0 ) = n=1 ⎪ ⎪ ⎩ 0, c.c Observe que (Un ≤ 0, Un ≤ −y) = (Un ≤ −y). Assim, para u > 0,. H(u, y, i0 ) = =. ∞  n=1 ∞ . P (U1 > 0, . . . , Un−1 > 0, Un ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ). P. u+. X1I0. > 0, . . . , u +. X1I0. +. n−1 . n=1. I. Xj j−1 > 0, u+. j=2. X1I0 +. n . I Xj j−1. ≤ −y | U0 = u, I0 = i0. j=2. =. ∞ . X1i0 > −u, . . . , X1I0 +. P. n=1 n . n−1 . I. Xj j−1 > −u, X1I0 +. j=2 I Xj j−1. ≤ −y − u | U0 = u, I0 = i0. .. j=2. Considere hn (u, y, i0 ) = P. X1i0 > −u, . . . ,. n−1 . I Xj j−1. > −u,. j=1. n . I Xj j−1. ≤ −y − u | U0 = u, I0 = i0. j=1. onde, hn (u, y, i0 ) ´e a probabilidade de que a ru´ına ocorra no tempo n e o capital da empresa no momento da ru´ına ser inferior a −y dado que o capital inicial da empresa ´e u e a classifica¸c˜ao de risco inicial ´e i0 . E podemos escrever a distribu¸ca˜o da severidade da ru´ına da seguinte maneira H(u, y, i0 ) =. ∞  n=1. hn (u, y, i0 ).. ..

(92) 41 Mostremos que podemos calcular hn (u, y, i0 ) recursivamente e obtermos h1 (u, y, i0 ) = P (X1i0 ≤ −u − y) = Fi0 (−u − y)  ∞ k  qi0 i hn−1 (u + x, y, i)dFi0 (y). hn (u, y, i0 ) = −u. i=1. Para n = 1. h1 (u, y, i0 ) = P (T = 1, U1 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U1 ≤ 0, U1 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (u + X1I0 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (X1i0 ≤ −u − y) = Fi0 (−u − y). Para n = 2. h2 (u, y, i0 ) = P (T = 2, U2 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U1 > 0, U2 ≤ 0, U2 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U1 > 0, U2 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (u + X1I0 > 0, u + X1I0 + X2I1 ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (X1i0 > −u, X1i0 + X2I1 ≤ −u − y)  = I(X i0 >−u,X i0 +X I1 ≤−u−y) dP 1 1 2 Ω  I(X i0 >−u) I(X i0 +X I1 ≤−u−y) dP = 1 1 2 Ω  I(X i0 +X I1 ≤−u−y) dP. = i. (X10 >−u). 1. 2. Note que (X1i0 > −u) ∈ σ(X1i0 ), consequentemente   h2 (u, y, i0 ) = E I(X i0 +X I1 ≤−u−y) | X1i0 dP i i 1 2 (X 0 >−u)∈σ(X10 )  ∞1  E I(X i0 +X I1 ≤−u−y) | X1i0 = x dFi0 (x) = 1 2 −u ∞

(93) i0. P X1 + X2I1 ≤ −u − y | X1i0 = x dFi0 (x) = −u ∞

(94). P x + X2I1 ≤ −u − y | X1i0 = x dFi0 (x). = −u. (2.28) (2.29).

(95) 42 Como as vari´aveis mudan¸ca de portf´olio em intervalos de tempos distintos s˜ao independentes,  h2 (u, y, i0 ) =. ∞. −u.

(96). P X2I1 ≤ −u − y − x dFi0 (x).. (2.30). Mas,.

(97) P X2I1 ≤ −y − u − x = P (X2I1 ≤ −y − u − x, I1 ∈ S, I0 = i0 ) = = = = = =. k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1.

(98) P X2I1 ≤ −y − u − x, I1 = i, I0 = i0

(99). qi0 i P X2I1 ≤ −y − u − x | I1 = i . qi0 i E I(X I1 ≤−y−u−x) | I1 = i 2 qi0 i E [f (I1 ) | I1 = i] qi0 i E [f (I0 ) | I0 = i]  qi0 i E I(X I0 ≤−y−u−x) | I0 = i . 2. Vale ressaltar que a express˜ao acima n˜ao se refere a` classifica¸ca˜o de risco inicial, I0 , uma vez que ao iniciarmos o estudo do processo fixamos I0 = i0 . Al´em disso temos I. I. que para todo m, n ∈ N, Xnj = Xmj q.c. e que as vari´aveis aleat´orias mudan¸ca de portf´olio independe do processo de capital inicial, ent˜ao. P (X2I1. ≤ −y − u − x) = = = =. k  i=1 k  i=1 k  i=1 k  i=1. . qi0 i E I(X I0 ≤−y−u−x) | I0 = i 1

(100). qi0 i P X1I0 ≤ −y − u − x | U0 = u + x, I0 = i

(101). qi0 i P u + x + X1I0 ≤ −y | U0 = u + x, I0 = i qi0 i P (U1 ≤ −y | U0 = u + x, I0 = i).

(102) 43 Assim, P (X2I1 ≤ −y − u − x) =. k . qi0 i h1 (u + x, y, i).. (2.31). i=1. Substituindo (2.31) em (2.30), a probabilidade de que a ru´ına ocorra no tempo n = 2 e o capital no momento da ru´ına seja inferior a −y ´e dada por. h2 (u, y, i0 ) =. k .  qi0 i. ∞. −u. i=1. h1 (u + x, i)dF i0 (x).. Para n qualquer temos hn (u, y, i0 ) = P (T = n, Un ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ) = P (U1 > 0, . . . , Un−1 > 0, Un ≤ 0, Un ≤ −y | U0 = u, I0 = i0 ). n−1 n   Ij−1 I I0 Xj > 0, u + Xj j−1 ≤ −y | = P u + X1 > 0, . . . , u + j=1. j=1. U0 = u, I0 = i0 ). = P. u+. X1i0. > 0, . . . , u +. X1i0. +. n−1 . I Xj j−1. > 0, u +. X1i0. +. j=2. U0 = u, I0 = i0 ). u + X1i0 > 0, . . . , u + X1i0 +. = P. n−1 . I⎛. =. Ω ⎜ ⎜ u+X i0 >0,u+X i0 +X I1 >0...,u+X i0 + 1 1 2 1 ⎝. =. I⎛. i. (X10 >−u) ⎜ i0 ⎜ X +X I1 >−u,...,X i0 + 2 1 ⎝ 1. ∞. = −u. . > 0, u + X1i0. n−1 . n . −u. ≤ −y. I. Xj j−1 > 0, u + X1i0 +. I Xj j−1. n . ⎞ dP ⎟. I. Xj j−1 ≤ −y ⎟ ⎠. j=2. > −u, X1i0 +. n . I Xj j−1. ⎞ dP ⎟. ≤ −u − y ⎟ ⎠. j=2. ⎤. ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ i0 ⎛ ⎞ ⎢ ⎥ dFi0 (x) E ⎢I | X = x n n−1 1 ⎥   ⎟ Ij−1 Ij−1 ⎣ ⎜ ⎦ i0 ⎜ X i0 +X I1 >−u,...,X i0 + ⎟ X > −u, X + X ≤ −u − y 2 1 1 j j ⎝ 1 ⎠ j=2. ∞. =. n−1 . I Xj j−1. j=2. j=2. ⎡ . I Xj j−1. j=2. . I. Xj j−1 ≤ −y |. j=2. j=2. . n . P. X2I1 > −u − x, . . . ,. −y − x |. X1i0. = x dFi0 (x).. n−1  j=2. j=2 I. Xj j−1 > −u − x,. n  j=2. I. Xj j−1 ≤ −u.

Referências

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