' v
_ _,
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA CATARINA
-
CENTRO
SÓCIO-ECONOMICO
‹DEPARTAMENTO DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTRACAO
COORDENADORIA
DE
ESTÁGIOS
A
ALTERNATIVA
DE
GERAÇÃO
DE ENERGIA
ELÉTRICA
POR PEQUENAS
CENTRAIS HIDRELÉTRICAS
NO
EXTREMO
SUL
DE SANTA CATARINA
-Estudo
de Viabilidade
Econômica
.VALINOR
PAULO SIMON
UNIvEI<sIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
CENTRD
sÓCIo-ECONÓMICO
DEPARTAMENTD
DE
CIENCIAS
DA
ADMINISTILAÇAO
CooRDENADoRIA
DE
EsTÁGIos
~ /
A
ALTERNATIVA
DE
GERAÇAO
DE ENERGIA
ELETRICA
POR PEQUENAS
CENTRAIS
I-UDRELÉTRICAS
NO
EXTREMO
SUL
DE SANTA CATARINA
-Estudo
de Viabilidade
Econômica
VALINOR
PAULO
S]1\/IONProf. Luis Salgado Klaes
Orientador
Área
de Concentração:Administração Geral - Projetos
Este trabalho de conclusão de Estágio foi apresentado e julgado perante a
Banca
Examinadora
que atribuiu a nota aoAluno
Valinor PauloSimon
na
disciplina de Estágio II -
CAD
5401.Banca
Examinadora
Prof. Luis Salgado Klaes
Presidente
Prof. Gilson Luiz Leal de Meirelles
Membro
Prof. Pedro Moreira Filho
AGRADECIIVIENTOS
Agradeço
aosmeus
pais, Paulo e Elisa, pela oportunidadeda
vida;aos
meus
professores, por abrir horizontes;aos amigos, pela paciência
do
convívio;e àqueles
que
contribuíram para realizar este trabalho,'
Nós
vospedimos
com
insistência:Não
digam
nunca:
isso é natural!Diante
dos acontecimentosde
cada
dia,Numa
época
em
que
reina a confusão,Em
que
corre sangue,Em
que
o arbitráriotem
forçade
lei,Em
que
ahumanidade
sedesumaniza,
Não
digam
nunca:
Isso é natural!
Para que nada
passeA
ser imutável!SUMÁRIO
1NTRoDUÇÃo
... __IDENTIFICAÇAO
DO
PROBLEMA
... __OBJETIVOS
... _ _ 3.1 - Objetivo Geral ... ._ 3.2 - ObjetivoEspecífico
... ._3.3 -
Comentário
sobre os Objetivos ... _.FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
... __4.1 -
Fundamentação
dos Aspectos Cooperativistas _: ... ._4.2 -
Fundamentação do
ProjetoEconômico
... ._4.3 - Estudo Teórico dos
Métodos
de Análise de Investimento4.3.1-
Método
do
Valor Presente Líquido ... __i
4.3.2 -
Método
daTaxa Intema
de Retorno ... _.METODOLOGIA
... _ _DESENVOLVIMENTO
... _ _6.1 -
Dados
Primários ... ..6.2 - Matriz energética Nacional ... _.
6.2.1 - Energia Elétrica ... ._
6.2.2 -
Gás
Natural ... _.6.2.3 -
Biomassa
... ._6.3 -
Água
eMeio
Ambiente
... ..6.3.1 - Aspectos Legais sobre o
Uso
dos Recursos Hídricos6.3.2 -
O
Código
deÁguas
... ._6.3.3
A
Nova
Política Nacional dos Recursos Hídricos .... _.7.1 - Estudos Iniciais ... ..
7.2 -
Medição
daQueda
... ..7.2.1 Determinaçao
do Contorno da Área
a SerInundada
... ..7.3 - Determinação
da
Vazão
do
Projeto de Aproveitamento Hídrico ... ..7.3.1 - Processo Flutuador ... ..
7.3.2 - Processo Vertedor ... ..
7.4 - Estimativa Inicial de Custo ... ._
7 .1 - Pesquisa de
Campo
... ..7.5.1 - Consistência
da
Vazão
dos Rios das Bacias Hidrográficas ... ..7.5.2 - Resultado
da
Pesquisa deCampo
... _.7.2 -
Geomorfologia
das Bacias Hidrográficas dos RiosMampituba
e Araranguá7.3 -
Equipamentos
deGeração
de Energia Hidrelétrica ... ..7.4 - Análise
do
Investimento ... ..7.8.1 - Identificação das Alternativas ... ..
7.8.2 - Estudo de Pré-viabilidade das Altemativas ... ..
7.8.3 - Custo de
Geração
da Energia Elétrica porPequena
CentralHidrelétrica .- ... .. ... ..
7.8.3.1 - Receitas e Despesas
do
Projeto deInvestimento ... ..
7.8.3.2 -
Linha
de Financiamento dosEquipamentos Completos
(Turbina, Gerador e Transformador) ... .. 8.
CONCLUSÃO
... .. 9.CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ..LISTA
DE
FOTOS,
QUADROS,
FIGURAS,
TABELAS
E
GRÁFICOS
Foto O1 -
Rio
Pavão, Baciado Rio
Mampituba
Foto
O2
-Rio
Pavão, leito secoFoto O3 - Escarpas
do
ItaimbezinhoFoto
04
-Cânion
da FortalezaFoto 05 - Escarpas da Serra Geral
Quadro
01 -Consumo
edemanda
de energia das Cooperativas de Eletrificação Ruraldo
Extremo
Sul CatarinenseQuadro O2
- Valor correspondenteda
vazão,em
litros por segundo e por metro de largurado
vertedor _Quadro
O3 - Classificação das Centrais Hidrelétricas quanto à potência instaladaQuadro 04
- PreçoMédio
de Aquisição eVenda
da Energia Elétrica Distribuída pelaCOOPERJAMA
Quadro
O5 - Preços Praticados pelas Cooperativas da Microrregião aoConsumidor
Quadro 06
- Visita deCampo
eOrçamento
de Construção deuma
Pequena
CentralHidrelétrica
Quadro O7
- Custo deFuncionamento
deuma
Pequena
Central Hidrelétrica.Quadro O8
- Custodo
MW
h
das AltemativasFigura O1 - Determinação da
queda
naturalFigura
O2
- Determinação daqueda
naturalcom
réguas e tubo plásticoFigura 03 -
Armação
para determinaçãoda
área de contornoFigura
04
- Processodo
vertedorFigura 05 - Aspectos
do
relevoda
baciado Rio
Mampituba
Figura
06
- Aspectosdo
relevo da baciado Rio Araranguá
Figura
07
- Curvas e dados Hipsométricosda
Baciado Rio Araranguá
Figura
O8
- Curvas e dados Hipsométricosda
Baciado Rio
Mampituba
Tabela O1 - Bacia Hidrográfica e sua vazão
Tabela
O2
-Vazão
mínima
de estiagem dos principais riosTabela O3 - Histórico das enchentes na Microrregião
do
Extremo
Sul CatarinenseGráfico 01 -
Número
de consumidores de energia elétricaem Santa Catarina GráficoO2
- Perñl energéticoMundial
edo
BrasilLISTA
DE
ANEXOS
Anexo
I -Mapa
de LocalidadesAnexo
II -Rede
Hidrográficado Rio Araranguá
Anexo
III -Mapa
da
Bacia Hidrográficado Rio
Mampituba
Anexo
IV
-Normas
para Apresentação de Estudos e de Projetos de Exploração deRecursos Hídricos para Geração de Energia Elétrica.
SINOPSE
*Este trabalho de conclusão de estágio foi desenvolvido junto à Federação das
Cooperativas de Eletrificação Rural
do
Estado de Santa Catarina -FECOERUSC,
tendocomo
objetivo principal verificar a viabilidade de aproveitamentodo
potencial hídrico das bacias hidrográficas dos riosMampituba
e Araranguá, localizadasna
microrregiãodo
Extremo
Sul Catarinense, paraque
as pequenas Cooperativas de Eletrificação Ruralque
láatuam
venham
a gerar sua própria energia elétrica, conquistandoautonomia da
dependência
da
CELESC
no fomecimento
ecompra da
energia que distribuem.-
Os
métodos
de pesquisa usadosforam
a entrevista, a pesquisa e coletadocumental
dos aspectos hídricos, de relevo e geomorfologia das bacias
em
questão. Entrevistascom
profissionais
que
trabalhamno
setor e quepossuem
experiência comprovada.Levantadas as informações e dados verificou-se a inviabilidade de aproveitamento
¡ _
dos rios e suas quedas. Contribuíram para essa conclusão: a
pouca
capacidade de vazão dosrios, as características de relevo
da
região, especialmente das escarpasda
Serra Geralem
função
da
declividade acentuada; as características geomorfológicas dos rios de constantemudança
naturaldo
leito normal;o
fenômeno
das chuvas orográficas e a insuficiência de1.
INTRODUÇÃO
_ Este trabalho de conclusão de estágio foi desenvolvido
na
FECOERUSC
-Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural de Santa Catarina, entidade
representativa das 19 Cooperativas de Eletrificação Rural
do
Estado.Foi criada
em
23 denovembro
de 1973, tendocomo
principal objetivo defender osinteresses cooperativos dos seus associados e viabilizar políticas de desenvolvimento para
levar energia elétrica ao
meio
ruraldo
Estado, reconhecidamentemenos
rentávelque o
atendimento das áreas urbanas.
O
objetivo neste trabalho foi verificar a existência de potencial hidrelétricona
microrregiãodo Extremo
Sul Catarinense e fazero
estudo de viabilidadeeconômica da
altemativa das Cooperativas locais de eletrificação rural produzirem (gerar) a energiaque
vendem
ou
de continuarem a revender a energia fornecida pelaCELESC.
'Deste
modo,
os estudos desenvolvidos visaram levantar informações das duasBacias Hidrográficas
da
Microrregião, que são ado Rio
Mampituba
e ado Rio
Araranguá,e se concentraram
na
análise de infonnações hidrológicas, relevo e geomorfologia dos rios2.
11›ENT1F1cAÇÃo
Do
PROBLEMA
O
motivo
é a preocupaçãocom
a possibilidade de blecaute e/ou racionamento deenergia diante de
uma
sobrecargano
sistema daELETROBRÁS,
uma
vez quedependem
da energia distribuída pelaCELESC
e esta gera apenas4%
do
que vende, adquirindoo
restante da
ELETROSUL
(62%)
e da Usina de Itaipu (34%).A
proposta é verificar a viabilidade detomar
as Cooperativas de EletrificaçãoRural
da
Microrregiãodo
Extremo
Sul de Santa Catarina auto-suficientesem
geração de3.
OBJETIVOS
3.1 -
Geral
Enumerar
informações sobreo
setor elétrico e a viabilidadeeconômica
de geraçãode energia por
Pequenas
Centrais Hidrelétricasno
Extremo
Sul de Santa Catarina.3.2 - Específicos
I
listar informaçoes legais sobre o cooperativismo e a geração de energia;I
identificar as tecnologias de geradores disponíveisno
mercado;I
descrever os procedimentos para cálculoda
capacidade daqueda
d°água;I
listar informações hidrelétricas sobre as Bacias Hidrográficas dos RiosAraranguá
eRio Mampituba;
I
apresentarmodelo
básico de Central Hidrelétrica eque
possa ser usadocomo
referência pelas Cooperativas de Eletrificação Rural
da
microrregião;I
elaborar orçamentocom
os custos de construção deuma
Pequena
CentralHidrelétrica; _
I
fazer a análisedo
investimento através dos métodos:- Valor Presente Líquido;
-
Taxa Intema
de Retorno;13
3.3 -
Comentário
sobre os ObjetivosNem
todos os objetivos específicosforam
cumpridos.O
fato de as duasbacias hidrográficas
não
apresentarem condições satisfatórias de geomorfologia ehidrologia para permitir a geração de energia elétrica por pequenas Centrais Hidrelétricas
inviabilizou
o
levantamento dos custos reais. Assim, as condições para análiseeconômica
foram
prejudicadas. VCom
relação à apresentaçãodo
um
modelo
básico depequena
Central Hidrelétrica,foi impróprio para as intenções
do
presente trabalho. Para a consulta de qualquerinteressado
no
assunto, recomenda-seo “Manual
de Microcentrais Hidrelétricas”,da
ELETROBIUÃS,
que
contém
todas as informações e procedimentos, detalhados esimplificados, para se entender e instalar
uma.
Por
último, o objetivo de identificar as tecnologias de geradores foi formulado deforma
incorreta.A
intenção era identificar os fomecedores de equipamentos taiscomo:
gerador, turbina e transformador; que são as partes mais importantes de
uma
Central_
4.
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
4.1 -
Fundamentação
dosAspectos
CooperativistasAs
cooperativas nacionaistêm
legislação pertinente que é a LeiN9
5.764, dedezembro
de 1971,que
define a Política Nacional de Cooperativismo e institui oregime
jurídico das sociedades cooperativas. Essa é a Lei fundamental, porém, existem
Resoluções
do
Conselho Nacional de Cooperativismoque
acomplementam.
O
Cooperativismo se baseiana
uniao de pessoas ena
soma
de esforços de cadaum
e solidariedade constante e
permanente
procurando melhorar as condições econômicas esociais dos povos. »
Reunida
em
Manchester,em
setembro de 1995, aAssembléia do
Centenárioda
ACI,
com
base nas consultas a seusmembros homologou
a Declaração da Identidade Cooperativa.Os
novos princípiosvêm
reafirmar
oscompromissos mútuos
entre Cooperativa,Cooperado
eComunidade;
abrirnovas
possibilidades de crecimento para as cooperativasem
novo
ambiente; assegurar aautonomia
e independência das cooperativas; e preservar osvalores fundamentais
do
Cooperativismo.Em
resumo
osnovos
princípios são:- adesão voluntária e livre;
- gestão democrática pelos cooperados;
~
participaçao
econômica
dosmembros;
- autonomia e independência;
intercooperaçao;
15
As
principais diferenças entre sociedade cooperativa e sociedade comercialpodem
ser assim delineadas:
SOCIEDADE
COOPERATIVA
-SOCIEDADE
COMERCLAL
-
E
uma
sociedade de pessoas; -E
uma
sociedade de capital;-
Seu
objetivo principal é a prestação de - Objetivo principal é o lucroserviços;
-
Número
ilimitado de associado; -Número
limitado de acionistas;-
Cada
sócioum
voto; -Cada
açãoum
voto;-
Assembléia “quorum”-
é baseadano
- Assembléia“quorum”
- baseadano
número
de associados; capital;-
Não
é permitida a transferência das - Transferência das ações aterceiros; quotas-parte a terceiros'7- Retorno proporcional às operações. -
Dividendo
proporcional ao valor dasações
4.2 -
Fundamentação
do
ProjetoEconômico
Em
primeiro lugar, oque
é projeto?Em
sentido amplo,HOLANDA
define
como
qualquer propósitode ação definida
eorganizada de
forma
racional. (1974, p. 9).Para a
CEPAL,
o
projeto é toda unidadede
atividadeque
permite materializarum
plano de
desenvolvimento.(HOLANDA,1974,
p.9 ).~
Com
certeza, todo livro que abordaro
tema
Projetos terá a definiçaodo
seu autor.Porém,
a definição de projetoeconômico
é mais específica e correspondeao
conjuntode
informações, sistemática e racionalmente ordenadas, quenos
permite estimar os custos e benefíciosde
um
determinado investimento.(HOLANDA,
1974, p. 45).Esse trabalho de busca de informações e
ordenamento
écomplementado
pelaanálise de investimento que, através
do
usode
técnicas e instrumental especifico evitaráuma
alocação “ineficiente'” dos recursos disponíveis.(NEVES,
1982, p. 9).O
papeldo
estudo de viabilidadeeconômica
é serum
instrumento norteadordo
empresário para a
tomada
de decisão.A
objetividadena
elaboração é importanteporque
evita perda de
tempo
com
pesquisa e busca de informações irrelevantes. Portanto,I
16
“o estudo
de
viabilidadede
um
projeto deve forneceruma
base técnico-econômicae comercial
para
uma
decisão de investimento, dejinir e analisar os elementoscríticos que relacionam
a
produção
deum
produto
juntamentecom
asabordagens
de
alternativaspara
tal produção.Deve
fornecertambém
um
projetocom
capacidade
de
produção definida
num
local selecionado,usando
particulartecnologia
ou
tecnologiasem
relaçãoa
materiais einsumos
definidos,aos
investimentos identificados e custo de produção, e receita de vendas, resultandonum
retorno obtidoem
decorrênciado
investimento realizado.(UNIDO, 1987, p.30)”
Logo,
ao proporo
estudo de viabilidadeeconômica
de geração de energia elétricapor pequenas cooperativas rurais
do
Extremo
Suldo
Estado,fica
evidente a identificaçãodos requisitos
mínimos
de capacidade dequeda do
rioem
que
será instalada a CentralHidrelétrica; definição dos fomecedores dos equipamentos
com
as especificaçõesque
atendam
à necessidadedo
tipo de energiaque
deve ser gerada e definição dos custos deprodução dessa energia.
4.3 -
Estudo
Teórico dosMétodos
de
Análisede
Investimentoç
Também
conhecidacomo
engenharia econômica, a análise de investimento éum
conjunto de técnicas e
modelos
matemáticosonde
se verifica a alocaçãodo
capitalinvestido e
o
retomo. Esseretomo pode
ser positivo, negativoou
nulo.No
casode
cooperativas, existe sim a necessidade de obter saldo positivo de suas operações' correntes,
conforme
as anotações legais feitasno
início deste capítulo.“Um
estudode
Engenharia Econômica, compreende
: -um
investimentoa
ser realizado;-
um
levantamento e elaboração das alternativas tecnicamente viáveis;- análise
de
cada
alternativa;-
comparação de
todas as alternativas;17
- seleção
da
melhor
alternativa.” (CAIVIPOS, 1995, p. 20)Para se realizar a análise de altemativas
dispomos
de vários métodos.A
utilidadedestes será para
comparar
os equipamentos disponíveisno mercado
e qual omais
adequado.
Porém, não
é apenas o fator financeiroque
irá determinar o equipamento a serusado, existem as condicionantes técnicas de voltagem e freqüência.
4.3.1 -
Método
do Valor
PresenteLíquido
Este
método
trabalha“com a soma
de
todos os valores existentesno
fluxo
de
caixatrazidos
a
valor presente,para
uma
determinada taxade
juro."(ARRUDA,
1996, p. 48)A
decisão a ser tomada, nesse caso de análise de investimento, é aceitarou não
uma
~
condiçao de investimento
ou
de financiamento baseadono
custoou na
rentabilidade..O primeiro passo para se chegar ao Valor Presente de
um
projeto é identificar as‹r
altemativas de investimento, depois, monta-se
um
fluxo
de caixaonde
são registradas asreceitas operacionais e a despesas operacionais anuais
do
investimento, o resultado seriao
lucro futuro; neste caso
temos
a taxa(i) que é dada, ofluxo
Ro/Do, o tempo
vida utildo
empreendimento
e assim se calcula,ou
se trás, a ValorAtual/ValorPresente esses fluxos,sendo aceita a proposta
que
aparentemente apresentarmaior
valor atual.Nem
sempre
aafirmativa
acima pode
ser adotada, ela vale para altemativas similares detempo
de vidaútil, valor
do
investimento e taxas equivalentes. Explico melhor:suponha que
um
investimento(l) de 100 reais
retome
um
ValorAtual de200
reais, outra altemativa apresentaum
investimento(2) de40
reais e retorneum
ValorAtual de 120 reais.Isoladamente
pode
ser aceito o investimento(l) por apresentarmaior
retomo, porém, aproporção
do
retorno sobreo
capital investido leva a crer que o investimento(2) émais
vantajoso, pois é de 3: 1, ao passo
que
o
investimento(l) é de 2: 1.4.3.2 -
Método
da
Taxa
Internade
Retorno
Para
GITMAN
“éa
taxade
desconto que levao
valor atual das entradasde
caixa18
Para
GITMAN
“éa
taxa de descontoque
levao
valor atualdas
entradasde
caixaa
se igualdremao
investimento inicial referentea
um
projeto. ”( 14987, p. 447) Essemétodo
consisteno
cálculoda
taxade
retornodo
projeto ena comparação
destacom
a
Taxa
A/finíima de Atrativídade.(ARRUDA,
1996, p. Sl). EssaTMA
pode
ser a aplicaçãoda
poupança ou
outra qualquer alternativaque
apresenteuma
taxa deremuneração
qualquer para esse capital a ser investido.
No
método
daTaxa Intema
de Retornotemos
ofluxo
Ro/Do,
igualamoso
Custodo
Investimento ao Valor Atual,temos
otempo
de vida útildo empreendimento
enão
temos
a taxa(i);Aqui
reside o grandeproblema
deste método,com
qual taxadevo
comparar? Existem discussões intermináveis sobre
o
tema.Ao
usaruma
taxa comparativanacional estou usando
um
índice irreal emomentâneo
que o pais pratica paracomparar
com
um
investimento de30
anos de vida útil. Posso usar entãouma
taxa intemacional,mas
qual? Seria coerente se obtivessem,também,
um
financiamento intemacional.Para finalizar, os
métodos
de análise de investimento através da verificaçãodo
VPL
eTIR
foram escolhidos por serem considerados os mais confiáveis e usadosatualmente.
São métodos
de análise porfluxo
de caixa descontadoque
consideram o valordo
dinheirono
tempo. ~5.
METQDÓLQGIA
Parte integrante
do
projeto de estágio, a metodologia deve ser vistacomo “um
caminho
a
serusado
pelo pesquisadorpara
termais
segurançano
processodecisório
”.(LAKATOS,
1986, p. 41). Basicamente deve ser usadacomo
ponto dereferência para
que
se atinja o resultado desejado. Evitando a perda detempo
e trabalhocom
fatos relevantes ao que se pesquisa.Os
métodos
de coleta de informação aserem
usados serão: análise documental;entrevistas infonnais e observações pessoais.
De
acordocom
FERRARI
“a pesquisadocumental
éa
investigação feitaem
documentos
pertencentesa
órgãos privadosem
geral. ”(1982, p. 30). Essas publicações são fontes seguras e confiáveis, devido ao grande
respaldo técnico dos autores.
Durante as pesquisas certamente surgirão dúvidas e nesse
momento
a entrevistainformal é
o
instrumento mais ágil de esclarecimento. ParaLAKATOS
a “entrevista éo
encontro entre
duas
pessoas,a
jim de que
uma
delas obtenha informaçõesa
respeitode
determinado assunto, mediante
uma
conversação de natureza pessoal. ” (1986, p. 190)O
fato de estagiar, de conviver
com
pessoasque
jáatuam na
atividadeque você
pretenteestudar leva-0 a usar muito esse instrumento.
No
caso dos apontamentos pessoais, serão decorrência dessa interação dasentrevistas e das verificações junto aos documentos.
No
levantamento dos custos de geração,o
uso de planilhas eletrônicas seráinstrumento útil para elaborar
um
orçamento padrão.Coletados os dados e informações,
o próximo
passo é analisá-los.O
objetivo
do
trabalho é comparativo,uma
vezque
se pretende verificar quais as vantagens e20
~
adquirindo
da
CELESC.
A
fundamentaçao da
análise feita pelométodo
comparativopode
ser retirada de
FERRARI
que
o
definecomo
sendo “oprocedimento
cientifico controladoque
examina
os vários casos,fenômenos ou
coisas análogas deuma
série,para
descobriro
que écomum
a
todos, isto é, as regularidadesou
leisque
são válidas e significativas. ”(1982, p. 46) V
Determinada
a metodologia de pesquisa, a metodologiado
projeto de viabilidadeeconômica
segue,conforme
NEVES
(1981, p. 13), as seguintes fases:Fase 1 Identificação das
Altemativas
identificação das altemativas de investimento.
Fase 2: Estudo de Pré-viabilidade
das Altemativas
estimação preliminar dos investimentos,
custos e receitas dos projetos anteriormente
identificados.
Fase3 Seleção das Alternativas a
Nível Preliminar
aplicação
de
critérios simplesde
decisão e seleção preliminar das altemativas.Fase 4: Estudo de Viabilidade das
Altemativas Selecionadas
estimação detalhada dos investimentos, custos
e receitas das altemativas selecionadas e
aplicação dos critérios quantitativos de
decisão.
Fase 5 Considerações Adicionais e
Tomada
de Decisãoconsiderações sobre risco, incerteza, análise
de fatores intangíveis etc. sobre as altemativas
selecionadas e seleção final das altemativas.
Fase 6: Realização das Altemativas
Selecionadas
implantação dos projetos de investimento
selecionados até o funcionamento normal.
6.
DESENVOLVI1V[ENTO
6.1 -
Dados
Primários
A
Microrregiãodo
Extremo
Sul de Santa Catarina écomposta
por 13 municípios(Anexo
I), que são: pela Baciado Rio
Araranguá: Araranguá, Maracajá,Ermo,
JacintoMachado,
Tuwo, Timbé
do
Sul,Morro
Grande
e Meleiro; pela Baciado Rio
Mampituba:
Praia Grande, Sombrio,São
Joãodo
Sul, SantaRosa
do
Sul e Passo de Torres.O
principal municípioda
Microrregião é Araranguá,com
uma
população de 50.579habitantes e distante
220
km
de Florianópolis.O
consumo
anual de energia elétricaem
Santa Catarina, durante o ano de 1995,ficou
em
tomo
de 9.305.649MWh.
Em
1996aumentou
para 9.494.643MWh.
Gráfico
1 -Número
de
Consumidores
de Energia
Elétricaem
Santa Catarina
1990-94. _› ç p .ízüo _,/_ ..._....V.._`_...-,,,,_..¡....-.t_...,.. .,______... congzimiiio es u ç _ «won ooo 800 nos E Industrial 600 000 D Residencial ` 400 000 . › .`~zoo.ooo Outros , 1990 1991 l992_ _ 1983 › ` 1894 _ '
Fonte: Celesc. Boletim Estatístico Anual.
Segundo
o Anuáriodo
Cooperativismo Brasileiro - Edição 1997, existem três22
COOPERJAMA
- Cooperativa de Eletrificação Rural de JacintoMachado
Ltda.Av. Pe. Herval Fontanella, 1380 - C. P. 13 -
CEP
88950-000. JacintoMachado
- SC. Fone:(048) 535-1199. Possui 3.627 cooperados.
CERPRAG
- Cooperativa de Eletrificação Rural de PraiaGrande
Ltda.Rua Dona
Maria
José,318
- C. P.52
-CEP
88990-000. PraiaGrande
- SC. Fone: (048)532-0034
-FAX:
(048) 532-0135. Possui 6.510 cooperados.CERSUL
- Cooperativa de Eletrficação Rural Sul Catarinense Ltda.Rua
Antônio
Bezbatt, 525 - C. P. O8 -
CEP
88930-000.Turvo
- SC. Fone: (048) 525-0322. Possui10.024 cooperados. -
O
consumo
e ademanda
de energia elétrica das três Cooperativasdo
Extremo
SulCatarinense durante
1996
foi de:Quadro
01 -Consumo
eDemanda
de Energia
das Cooperativas.COOPERATIVA
CONSUMO
TOTAL
DEMANDA
TOTAL
COPERJAMA
9.576.000kWh
2.352CERSUL
36.490.160kWh
8.960kW
CERPRAG
15.993.000kWh
"4.442
kW
6.2 -
Matriz
EnergéticaNacional
Os
principais segmentosda
área de energiano
País são: energia elétrica, petróleo e23
Grádico
2 - Perfil EnergéticoMundial
edo
Brasil:it ‹:1.~+;. , , tim. U “W ` -» . --.-,»fr¬1_›'4-. ,ê=¿:«=~›.‹ .zf 1*-.cm *"` `”` , K ~ ._
W
,_W
xi as W. ` ' "› ' ~.v.~'|'r.*"!.'‹f |3|;:.;\;:_ r':tr:-~l.»:: lmtiôàst-^.fi “ 1.-zm !.›,~' ‹.~› |§1z-, =\.z=z,›_zf g¿›_¬,¬,¿.‹,× .-¡ g ¬:-2 ;. .. HI ,lg mz Fonte: Conjuntura Econômica, OCDE e BEM/MME6.2.1 -
Energia
ElétricaO
Brasil,segundo
estudo publicadona
Revista ConjunturaEconômica
daFundação
Getúlio Vargas, necessitará até
o
ano de2005
ampliarem
70%
a oferta de energia elétricapara suportar
um
crescimento anual de4,5%
a.a.,o que
representa investimentosda
ordem
de
50
bilhões de dólares.Dos
atuais54
GW
produzidos, o acréscimo deverá serde mais 37
GW.
Sendo que 29
GW
dessademanda
ficarão nas Regiões Sul e Sudeste.O
setor elétrico viveum
desconfortoem
funçãoda
falta de investimentosprogramados
para a geração.A
preocupação é viabilizar a entrada de capital privadona
construção de novas usinas.Sem
dúvida é discussão das mais dificeis e trabalhosas parao
Govemo
Federal. Porum
lado, está oconsumidor
edo
outroo
capital ávido por retornorápido.
As
termoelétricaspossuem
a característica de baixo investimento imobilizado,porém, alto custo variável, devido à matéria-prima.
Têm
ao seu lado a rapidezde
implantação
da
planta e a possibilidade de suprir necessidades de culto prazo.No
caso das hidrelétricas, o papel inverte-se por ser 0 investimento imobilizadovultuoso.
O
seu custo de capital éenorme
e os efeitos pelafonnação
dos lagos trazemproblemas ambientais e sociais,
com
a necessidade deremoção
decomunidades
inteiras.Porém, o
uso hidráulico e renovável daqueda
d'água elimina o custo da matéria-prima. É,sem
sombra
de dúvidas aforma
mais barata de geração,mas
necessita detempo
paraplanejamento e construção, alto
volume
de capital investidoem
imobilizados, verificaçãode impacto ambiental e tratativas
com
a população atingidano
caso de indenizações e24
O
potencialeconomicamente
viável de exploração de energia hidrelétrica estimadodo
Brasil é de 133GW.
Considerando que toda ademanda
de energia para2005
seja de 91GW,
é até limitado.Por
isso a necessidade de pesquisar novas fontes de energia renováveise
não
poluentes,como
ocorre hoje nos países desenvolvidos.São
altemativasque
seapresentam promissoras a energia solar e a eólica.
6.2.2 -
Gás
Natural
A
representatividadedo
gás natural épequena
no
consumo
nacional, apenas 2,4%,enquanto na matriz energética mundial representa
20%,
quase dez vezes mais.Sua
perspectiva futura é otimista devido a iniciativa estatal de viabilizar a construçãodo
gasoduto Brasil-Bolívia. Projeto esteque
irá atender indústriasde
todoo
país e terá reflexo muito positivo
na
Região Sul de Santa Catarina,um
marco
competitivopara a indústria cerâmica. Outra
forma
de aproveitamentodo
gás natural seria a geraçãode
energia por termoelétrica.
Não
éuma
forma econômica
de usodo
Gás
Natural porrepresentar
uma
perda de50%
da
sua energia potencialna
queima.6.2.3 -
Biomassa
Com
a perspetiva de falta de petróleo e o esgotamento das capacidades hídricasdo
país, a
Biomassa
é vistacomo
importante alternativa.Toma-se
como
exemplo o
álcoolcombustível, derivado
da
cana-de-açúcarque
hoje éuma
realidadenão
muito agradável aobolso
do
cidadão brasileiro.Com 26%
de participaçãona
matriz energética nacional, engloba as fontesde
energias renováveis que são: álcool anidro, carvão vegetal, a lenha e outros materiaisusados para
queima
e aquecimento de máquinas.O
reflorestamento é hojeuma
realidadeque
mostra-se altamente viávelem
tennoseconômicos.
Porém,
tudotem
o seu preço.O
uso de espécies exóticas de árvores parareflorestar provoca
um
desequilíbriodo
ecossistema original.O
usodo
Pinus eliotis éo
25
superficie.
A
densa formação de folhasimpede
a entrada de sol e acamada
que seforma
no
chão,que
também
contém
acidez, praticamente elimina a possibilidade deformação
defauna e flora nesses locais.
6.3 -
Água
eMeio Ambiente
A
água
potável já éum
tema
discutido a nível mundial.O
futuro nos faz crerque
será fator de segurança nacional e fonte de disputas entre povos.
O
Extremo
Sul de Santa Catarina, regiãodo
enfoque deste trabalho, sofreatualmente
com
a falta de cuidadoscom
os seus rios.Os
lençóis freáticos estãocontaminados pelo uso de agrotóxicos da lavoura de arroz e pelos dejetos da criação de
suínos e aves.
A
contaminação pela rizicultura irrigada é devastadora.A
água dos rios e riachosda região é capitada para dentro das canchas de irrigação e ali recebe parte
do
agrotóxico aplicadona
planta, depois é drenado, juntamentecom
terra, para o leitodo
rio. Assim,além do
produto químico existe o assoreamento dos rios peloacúmulo
de terra nos seusleitos.
Os
lençóis freáticostambém
são contaminados pela ação dos dejetos suínos dosinúmeros criatórios
da
região.Atualmente as localidades mais afetadas
no
meio
rural estão recebendo água tratadapela
Companhia
Catarinense deÁgua
eSaneamento
-CASAN
ou
pelos SistemasMunicipais de Abastecimento de
Água
e Esgoto -SAMAE,
administrado pelas PrefeiturasMunicipais.
6.3.1 -
Aspectos
LegaisSobre
oUso
dosRecursos
HídricosAté pouco tempo
a matéria era regulamentada peloCódigo
de Águas, editado amais de
60
anos.Em
8 de janeiro de1997
foi publicado a Lei n°. 9.433que
instituiu aPolítica Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e
o
Sistema Nacional de26
Constituição Federal. “Essa
nova
Leiprocura
garantir0
usodos
recursos naturaisbrasileiros
de
forma
harmoniosa
”.2A
finalidade é garantir, à atual e às futurasgerações, a disponibilidade de
água
em
quantidade ecom
qualidade necessárias.6.3.2 -
O
Código de
Águas
O
Código
deÁguas
teveuma
história dificil e tumultuada. Iniciouem
1906
com
aLei
N9
1.167 que autorizava o Congresso Nacional a elabora-lo.No
ano seguinte foiapresentado
um
projeto e este ficou 7 anos engavetadona Comissão
de Constituição eJustiça
da
Câmara
dos Deputados. Foi objeto de discussões e acabounovamente
engavetado até o início
da
década de 30.Somente
em
1934,27
anos depois,o Código
deÁguas
viria a ser adotado, atravésdo
Decreto n°. 24.643, de 10/O7/34.Dentre as deliberações
do
Código
deÁguas
de1934
pode-se destacar:a)
A
incorporação das quedas diágua ao patrimônioda
União;b) Atribuição e competência da
União
na outorga de concessão para geração e distribuiçãode energia hidráulica;
c) Exclusividade para empresas brasileiras
ou
aqui formadas para outorga de concessões deserviços de eletricidade,
com
exceção das jáem
atividade;d) Instituição
do
princípiodo
“custo histórico” edo
“serviço pelo custo” para a fixaçãode
tarifas.
Métodos
que semostraram
ineficientes paramanter
a atratividade da atividade,desestimulando os investimentos;
e) Autorização para a criação
do
Conselho Nacional deÁguas
e Energia Elétrica;f)
Poder
de fiscalização subordinado ao Ministérioda
Agricultura.6.3.3 -
A
Nova
PolíticaNacional
dosRecursos
HídricosAs
principaismudanças
com
a Lei ng 9.433, de 8 de janeiro de 1997, são: aágua
passa a ser
um
bem
dedomínio
público,ou
seja, não existe mais a classificaçãodo
antigo27
Código
deÁguas
-Águas
públicas e particulares.Ainda
que se situeem
terras particularesela passa a ser de
domínio
público.No
que
cabe à outorga de concessão paraaproveitamento dos potenciais hidrelétricos é responsável a União, respeitando
o
PlanoNacional de Recursos Hídricos.
O
artigo 21 da Lei n°. 9.433 dispõeque o
valor a serpago
pela outorga deverá serbaseado
no
volume
retiradodo
corpo de água.A
legislação brasileira classifica os aproveitamentos hidrelétricosem
dois tipos,conforme
a finalidade da energia produzida:I
serviços públicos;I
uso exclusivo.Os
aproveitamentos destinados aos serviços públicos são aqueles cuja energiaelétrica gerada, independentemente da potência da usina, se destina ao uso geral, sendo
para isso comercializada pela
empresa que
recebeu a concessão.Nos
aproveitamentos de uso exclusivo a energia gerada se destina ao uso de seuprodutor,
que
sedenomina
Autoprodutor.Pode
depender deuma
simples notificaçãoou
deautorização federal,
ou
ainda de concessão federal,conforme
a potência instalada.A
legislação vigente (Lei
N9
8987/95, de 13/12/97) estabelece as seguintes faixas:I
até 1000kWh
simples notificação;I
de 1000KWh
até 10.000KWh,
requer projeto básico;I
acima
de 10.000kWh
concessão.A
notificação, solicitaçãoou o
pedido de concessão deve serencaminhada
aoDNAEE,
conforme
rege odocumento
“Normas
para Apresentação de Estudos ede
Projetos de Exploração de Recursos Hídricos para Geração de Energia Elétrica”,publicação
do
Ministério dasMinas
e Energiaque
visa padronizar, disciplinar e simplificar ocumprimento
das exigências necessárias à aprovação dos pedidos submetidos à análisedo
DNAEE
(Anexo
IV).Enúerzçoz
DEPARTAMENTO
NAcioNAL
DE
ÁGUAS
E
ENERGIA ELÉTRICA
SGAN
603 -ED.
ANEXO
Do
DNC
70830-030
-BRASÍLIA
-DF
7.
PROJETO DE
VIABILIDADE
O
objetivo principal deste trabalho é verificar a viabilidade de geração de energiapor Pequenas Centrais Hidrelétricas nas Bacias dos Rios
Araranguá
eMampituba.
Paraisso, é condição de viabilidade a qualidade das quedas de água, o
volume
e consistênciadas vazões nessas quedas, a possibilidade de impacto ambiental a montante e jusante
do
local escolhido e, ainda, conflito
com
outras atividades econômicas dependentes desterecurso hídrico.
7.1 -
Estudos
IniciaisSegundo
oManual
de Microcentrais Hidrelétricasdo
Ministério deMinas
eEnergia , os estudos iniciais
devem
começar pela
obtenção dedados
básicospara
a
determinação dos locais existentes
na
áreade
interessei.Que
é feito através da visita decampo
aos locais potenciais.As
informações colhidasdevem
ser anotadasna
planilhaque
segue.
Feita a visita ao local e colhidos os dados, é possível ter
uma
idéia mais precisado
potencial de geração.
É
possível determinar a necessidadeou
não de represamento,ou
seausina
pode
serdo
tipofio
d'água. São constatações importantes porque existindo a necessidade de represamento o impacto ambientalpode
inviabilizar o empreendimento.3 Manual de
29
Aproveitamento n°. ... .. Município de ... ..PLANILHA
DE
CAMPO
1.IDENTIFICAÇAO
Nome
da cachoeira: ... .. cursowàguzz
..._..._..._..._...-..._..._...ÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÂÍÍÍÍÍÍÍ(nome e tipo<arroio, rio, lajeado, etc>)
Afluente
damargem
... _.do
... _.(direita/esquerda) (rio/arroio/lajeado)
~
2.
LOCALIZAÇAO
Distância até: a sede
do
município: ... ..km até a foz'km
d
àre
e daCELESC:
... ..kmàrede
da(Obs: se possível, anexar fotocópia
da
cartado
exército,do
trechoonde
se encontra esteaproveitamento,
com
identificaçãoda
planta utilizada).3.
TOPOLOGIA
Altura Bruta ... _.
m
Medida
com:
... _.(teodolito/fio de nylon/mangueira/nível, etc)
Distância horizontal entre os pontos de
medição
e altura: ... ..m
Canal
do
rioacima
daqueda
édo
tipo:U
V
V
espraiado(marque com circulo a melhor opção)
Altura
máxima
possível para a barragem: ... ..m
4.HIDROLOGIA
Vazão: ... .. m/s
Método
utilizado: ... ..(flutuador/vertedouro)
5.
EXISTE
OU
EXISTIU
ALGUM
APROVEITAMENTO NESTE
LOCAL?
Em
caso afirmativo, descreva-o resumidamente.... de de 19...
Proprietário: ... _ .
Nome
do
informante7.2 -
Medição da
Oueda
Uma
maneira muito simples para se efetuar amedição da
altura da queda, e ao30
nivel de carpinteiro e duas réguas
bem
retas, sendouma
de 3 a 4 metros e a outracom
cerca de 2 metros de
comprimento
e dotada de escala métrica para facilitar a medição.Escolhido o local potencial
onde
será instalada a usina, os procedimentos pararealizar a
medição
são os seguintes(MCHR,
1988. p. O6):“- coloca-se
a régua maior
no
chão
e controla-secom
0
nívela sua
posiçãohorizontal;
-
mede-se
a
seguira
altura (h),'-
marca-se o
ponto de
descansoda régua
maior, coloca-seno
mesmo
lugara
régua
menor
em
posição vertical e prossegue-secom
a medição
morro
acima. ”O
resultado final será asoma
de todas asmedições
(h1+h2+h3+....+hn),ou
seja, aaltura bruta total. Para evitar enganos recomenda-se realizar
uma
medição
demontante
eoutra de jusante à queda,
devendo o
resultado ser omesmo.
Outra
forma
demedição
é o uso de réguas e tubo de plástico. Neste casoo
procedimento é o seguinte:
“colocam-se as
duas
réguasem
posição vertical sobre dois pontos quaisquer“E
”e
“F
”, entre os quais deseja-semedir
0
desnivelamento “h5 ”.Com
o
auxíliodo
tubo plásticoflexível e transparente, cheio
de
água
corada, determina-se ,em
cada
régua,
pontos
e“F
em
medição,dará
a
diferença de nívelh5
entre esses dois pontos,conforme
mostraa figura
2. " (MCI-IR, 1988. p. O7)Figura
01 -Determinação
da
queda
natural._1 Ls I-1' T na 1;. ' G hr lrlul
É
21.
Ls I I_!
hg i 'we , L ' F A *_ ` e ,› 55 Q _ L. ' ' Q-É &oh¡Çhz1h'51›hq¢k51hg.~v1I~z-fhg E * 'z ` `› J' . 'W `›* L 1 o' 3 l' al L ifc`
_ Qu nl ._ vida nufufcl Is' “Cn H -.lflurc ll fãÂ
.b -fl ff, ..Í
"-T.-_ - ' ..* 1 ,u. ›Figura 02
-Determinação
da
queda
naturalcom
réguas etubo
plástico. Ii l ll _..._
_
1 mp r n Í |'5*|*: "hr “_i'_ 2 üz I ` ` I hs ` iu Fgä ,Z7.2.1 -
D
eterminação
do contorno da
área a serinundada
Objetivo desta operação é verificar,
n
o caso de represamento, os pontos e áreasribeirinhas que serão afetadas.
Para a determinação
da
curva de contornoda
linha d°águado
reservatório, pode-seusar os
mesmos
equipamentos para amedição
das curvas de níveldo
terreno.O
método
consiste“no emprego
deuma
armação
rígida construídacom
réguasde
madeira
leve,montadas
em
forma
de letra“A
Com
um
nívelde
carpinteiropreso
no
meio
da
régua
horizontal,conforme
a
figura 3(MCHR.
1988. p O8)Figura 03
-Armação
para determinação
da
áreade
contorno.i_ __ __ .ano n g _ _
J
MATERIAL:
Madeira
\
mm32
7.3 -
Determinação
da
Vazão do
Projetode
Aproveitamento
Hídrico7.3.1 - Processo
Flutuador
Escolhe-se
um
trechodo
canal, córregoou
rioque
seja bastante reto cujo leito sejaunifonne, e
onde
aágua
corra serenamente.Mede-se
o seucomprimento
o
qual,sendo possível, deve ter cerca de 10 metros.
Marcando-se o
começo
e o fim desse trecho,lança-se então,
no
começo,um
corpo flutuante (garrafa fechada,com
água até a metade,laranja
ou
um
pedaço de madeira) e determina-se pelo relógio quantos segundos sãonecessários para o flutuador efetuar o trajeto (é necessário
que o
flutuadorfique
sempre
bem
no
centrodo
canalou
rio enunca
próximo
às margens).Com
a largura“L” do
rioou
canal,com
a profundidade“H”
da água,com
o
trajeto“C”
percorrido pelo flutuador, ecom
o
tempo
“T”
gasto neste percurso, determina-se avazão pela seguinte fórmula: ›
Vazão
=
800
L
x
H
x
C
litros/segT
Obs:
As
medidas
L,H
eC
são todasem
metros.Se
o rioou
canalonde
serámedida
a vazãonão
for de seção regular, toma-se entãopara a fórmula acima, a largura e a profundidade médias.
Exemplo:
Largurado
rioou
canal: .... ..L
=
2,50m
Profundidade: ... ._
H
=
0,40m
Trajeto percorrido ... ..
C
=
8,00m
Tempo
gastono
trajeto ... ._T
=
10 sVazão
=
800
(2,50x
0,40x
8,00)=
640
I/s10
7.3.2 - Processo
Vertedor
No
caso de haveruma
represano
rio,mede-se
a altura da lâmina d°água “h”em
centímetros,
ou
então fecha-seo
córrego pormeio
deuma
represa de tábuas que tenhauma
33
ser chanfrados
na
direção da corrente,confonne
indica a figura, nãodevendo
havervazamentos.
Em
ambos
os casos, represa de pedraou
concreto e represa de tábuas,o fundo
do vertedor deve estar
no
nível. - Para se determinar a vazão, toma-se o valor de “h”em
centímetros, e procura-se
na
tabela abaixo o valor correspondenteda
vazão,em
litros porsegundo por metro de largura
do
vertedor.Obs:
A
altura da lâmina d'água tende a diminuir nas proximidadesdo
vertedor.Por
issoo
valor de “h” terá de ser
tomado no
minimo
2,0m
acima do
vertedor.Quadro
02
-Valor correspondente
da
vazão,em
litrospor segundo
epor
metro
de
largura
do
vertedorh vazão
h
vazãoh
vazãoh
vazãoh
vazão
cm
l/scm
l/scm
l/ scm
l/scm
1/s .IÃL›Jl\)›-4 1,7 1056
19 14832
324
50
634
5 11 6520
16034
335 55 731 9 1274
21 17236
387
60
833 14 1384
22
18538
420
65939
20
14 93 23 19740
453
70
26
15 10424
210
42
488
75 33 16 114 25237
44
523 -40
17 12528
265
46
558
- 948
18 13630
294
48
596
- o0`lO\u\ 1051 1163Fonte: Möller Indústria Metalúrgica Ltda.
Exemplo:
Altura da lâmina d'água: h=
28
cm em
que na
tabela corresponde à265
l/s. largurado
vertedor:b
=
1,80m
-A
vazão será então:Vazão
=
265
x 1,80=
477
1/sFigura 04
- Processodo
vertedor.2,00
m
lr .fi-" "`ao.”
i 1'/É» ' '\,/2%*
~000:?
J./' ,, _ ' .__ff
.-' _.. Í I' _J
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ü_Ug__×O_% Ompšxm _ g_§£ Om%_ãE_ öfišü ë____<H
“O_ã_____aEOOU
H__W__mãE ë¬_O8ã> Eägãm HO§UE_š_ ö_ššm_ 896 NU 832 öãmâgz gOF_9On_ ë_ä_D ägãog
Wãätgogg HOmgN__8O|_ “Oš_Eš_m_>Oa< OU UEOZ <O_m____W_|_MN_D_I |_<W____ZMOON_O__>_ <D OFWDO OD |_<_O_Z_ <>_l__<_>____"WW <E<n_ <Il__Z<I_n_ ~ OHQPQ G1 _fimO:; “>=_===mm_ I *Ê35
7.5 - Pesquisa
de
Campo
O
objetivo nessa Pesquisa deCampo
foi realizar o levantamento de locaispotenciais para geração de energia por
Pequenas
Centrais Hidrelétricas nas BaciasHidrográficas dos Rios
Mampituba
e Araranguá.As
Centrais Hidrelétricas classificam-se pela sua potência em:Quadro
03
- Classificação das Centrais Hidrelétricasquanto
à potência instaladaPotência Instalada
Queda
de
Projeto(m)
DENOMJNAÇÃO
(KW)
Baixa
Média
Ana
Micro-central Hidrelétrica até 100 - de 15 15-50
+
de50
Mini-central Hidrelétrica 100 a 1.00020
20-100
+
de 100Pequena
Central Hidrelétrica 1.000 a 10.00025
25-130
+
de 130Fonte: Eletrobrás/DNAEE
Reforçando o objetivo principal, este trabalho de conclusão de estágio visa
identificar locais potenciais para aproveitamento hidrelétrico de Pequenas Centrais
Hidrelétricas, e
que
conforme o
quadro classificação, produzaacima
de 1.000KW.
Durante o ano de
1996
ademanda
de energia elétrica das três Cooperativas queatuam na
região ficou em:
COPERJAMA
- 2.352kW;
CERSUL
- 8.960kW;
CERPRAG
- 4.442kW.
Portanto, dentro da faixa de potência daschamadas PCH's.
A
potência da Central é definida nãosomente
pela queda,mas
inclusive pelavazão
do
rio.A
fórmula de cálculo para a “determinaçãoda
potência aproveitável é,na
realidade,
a
determinaçãodo
potencialmáximo
que o
local escolhidopode fomecer
com
as suas características topográficas
de
desnível (queda natural) e hidrológicas de vazãodisponível
do
cursod
'água.”(MCI-IR, 1985, p. 60)Esse potencial
em
KW
pode
ser determinado pela seguinte fórmula:|
Potencial
=
7,16H.
Q
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