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Revisão de Literatura Sobre TDAH: Análise da produção de conhecimento de 2013 à 2018

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Academic year: 2021

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¹Graduanda do curso em Psicomotricidade Clínica e Escolar da UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN;

²Orientador e Mestre em Educação pela UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN.

REVISÃO DE LITERATURA SOBRE TDAH: Análise da produção

de conhecimento de 2013 à 2018

Carla Andresa Pereira da Costa¹ Moaldecir Freire Domingos Junior²

RESUMO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDAH, é um transtorno neurobiológico de causas multifatoriais que surge na infância e acompanha o indivíduo até a fase adulta. O presente trabalho foi realizado através de revisão de literatura com o intuito de esquematizar os estudos sobre o TDAH e os subsídios da psicomotricidade neste campo. Os procedimentos metodológicos foram: levantamento de estudos bibliográficos de artigos publicados na Revista de Psicopedagogia e Na Revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales entre os anos de 2013 e 2018. Trata-se de uma pesquisa com relação a produção de conhecimento sobre o transtorno, que ocasiona inquietações em diversos âmbitos no indivíduo com TDAH. Os objetivos a serem atingidos são mapear a produção de conhecimento sobre TDAH entre 2013 e 2018; verificar a mudança na compreensão sobre TDAH; identificar implicações da psicomotricidade na terapia em TDAH através da revisão de literatura. A psicomotricidade é indicada como uma das modalidades para o tratamento do TDAH, atenuando os sintomas e contribuindo dessa forma para o desenvolvimento motor e das questões psicossociais. Contudo, constata-se que são necessárias mais pesquisas que relacionem diretamente a terapia psicomotora como intervenção para minimizar as consequências ocasionadas pelo transtorno.

PALAVRAS-CHAVE: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade; psicomotricidade; dificuldades de aprendizagem; desenvolvimento motor.

ABSTRACT

Attention Deficit Hyperactivity Disorder, ADHD, is a neurobiological disorder of multifactorial causes that arises in childhood and accompanies the individual until adulthood. The present study was carried out through a literature review with the aim of outlining the studies on ADHD and the psychomotricity subsidies in this field. The methodological procedures were: survey of bibliographic studies of articles published in the Revista de Psicopedagogia and in the Revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales between the years of 2013 and 2018. This paper deals with a research regarding the production of knowledge about the disorder, which causes concerns in several settings in the individual with ADHD. The objectives to be achieved are to map the production of knowledge about ADHD between 2013 and 2018; verify the change in the understanding of ADHD; to identify implications of psychomotricity in ADHD therapy through literature review. Psychomotricity is

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indicated as one of the modalities for the treatment of ADHD, attenuating the symptoms and contributing to motor development and the development of psychosocial issues. However, more research is needed to directly relate psychomotor therapy as an intervention to minimize the consequences of the disorder.

KEYWORDS: Attention Deficit Hyperactivity Disorder; psychomotricity; learning difficulties; motor development.

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho trata de uma pesquisa com relação a produção de conhecimento sobre o Déficit de Atenção e Hiperatividade, TDAH, que ocasiona inquietações em diversos âmbitos no indivíduo com o transtorno.

O TDAH tem sido um tema bastante discutido no contexto escolar, pois de acordo com Rodríguez (2010) apud Paterno (2015), trata-se uma transtorno de conduta que é um dos motivos mais frequentes de baixo rendimento escolar e de dificuldade nas relações sociais na infância, devido as suas características: desatenção, hiperatividade, e impulsividade.

Dessa forma, traçamos os seguintes objetivos: mapear a produção de conhecimento sobre TDAH entre 2013 e 2018; verificar a mudança na compreensão sobre TDAH; identificar implicações da psicomotricidade na terapia em TDAH.

De acordo com a ABDA- Associação Brasileira de Déficit de Atenção/hiperatividade (TDAH), é definido como um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda sua vida. Caracteriza-se por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade que interferem de forma significativa na vida e no desenvolvimento normal da criança ou do adulto. Segundo Carvalho, Ciasca & rodrigues (2015), não é possível determinar uma etiologia responsável pelo TDAH. Kuntcher (2004) apud Carvalho, Ciasca & Rodrigues (2015), diz que estudos com neuroimagem demonstram alterações significativas nas regiões do córtex pré-frontal dorsolateral, regiões do gânglio da base e cerebelo. O que vem a ocasionar dificuldades relevantes nas funções executivas, como planejamento e organização das atividades, fluência e memória operacional, resolução de problemas, inibição de comportamentos, controle da atenção, criatividade (CARTA E CIPOLLONE, 2015).

Não há um teste de diagnóstico resoluto, então o diagnóstico é bem amplo, e inclui entrevista clínica, avaliações dos professores e pais, pois problemas com hiperatividade e atenção podem ser decorrentes de quadros de depressão,

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problemas de sono e desordens na aprendizagem (WNUK et al., 2018). Os sintomas relacionados ao comportamento devem ocorrer tanto na escola, quanto em casa, para garantir um diagnóstico de TDAH mais preciso.

Quanto ao tratamento, após o diagnóstico, o médico define o modo mais adequado, pode ser por meio de drogas, como estimulantes, e também através de intervenções comportamentais, que incluem apoio organizacional, exercício e meditação.

Deste modo, o tema é relevante para oportunizar reflexões sobre como a psicomotricidade pode contribuir na terapia com indivíduos diagnosticados com TDAH, implicando positivamente no seu desenvolvimento.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) caracteriza-se pelos seguintes sintomas: déficit de atenção, hiperatividade e impulsividade. Estes sintomas geram dificuldades nos âmbitos familiar, escolar e dificuldades nas interações sociais.

Porém, esses sintomas também encontram- se presentes em indivíduos que não possuem o transtorno, causando uma imprecisão sobre o TDAH por parte dos pais e professores. Comumente diagnosticado na infância, o TDAH é um transtorno de conduta com bases neurobiológicas e componente genético (PATERNO, 2015).

Segundo Rubio et al. (2014) apud Paterno (2015), as causas que originam o TDAH são multifatoriais: genética, baixo peso ao nascer, problemas sociais, consumo de cigarro e álcool durante a gestação. Implica ainda alteração das funções executivas, tais como memória, planejamento e organização, inibição de comportamentos, controle da atenção, dificuldade em concluir tarefas, etc.

É importante ressaltar que o TDAH não é considerado uma dificuldade de aprendizagem, trata-se de um transtorno de atenção e comportamento que pode gerar ou não uma dificuldade de aprendizagem. Embora de acordo com algumas individualidades próprias do transtorno, os indivíduos possam ter prejuízos na vida acadêmica. (BALDEZ E SILVA, 2012 apud LUIZÃO E SCICCHITANO, 2014).

Nessa mesma perspectiva, Poeta & Rosa Neto (2004), afirmam que a dificuldade de aprendizagem, bem como as perturbações motoras e o fracasso escolar, são manifestações que acompanham o TDAH.

No que se refere ao diagnóstico do TDAH, Wnuk et al. (2018), diz que não há teste diagnóstico objetivo para o TDAH, é necessária uma avaliação abrangente, incluindo entrevista clínica, avaliação de professores e pais, pois é possível que haja comorbidades que ocasionem os mesmos sintomas. As comorbidades mais frequentes são Transtorno Opositor Desafiador- TOD (40%-60%), Transtorno de Ansiedade (30%-45%), Depressão (4%-30%), TOC’s, entre outros (VERDÚ, 2014 apud PATERNO, 2015).

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Dessa forma, Paterno (2015) diz que é necessária uma avaliação sobre o histórico de desenvolvimento da linguagem, psicomotor, médico e psicológicos, histórico e ambiente familiar, as relações sociais e a evolução da escolarização.

Até hoje não há pesquisas que falem sobre a cura para o TDAH, porém, existem tratamentos que amenizam as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que tem o referido transtorno, à exemplo o tratamento com medicamentos, como os estimulantes, intervenções comportamentais, ou até mesmo ambos. Dependendo de como o indivíduo lida com o transtorno, o profissional indicará o método mais adequado.

A psicomotricidade vem a contribuir como sendo um dos meios de tratamento para indivíduos que possuem TDAH, pois baseia-se numa visão global do homem considerando a interação entre o comportamento emocional, cognitivo e motor (MARTINS, 2015).

“A Psicomotricidade baseia-se em uma concepção unificada da pessoa, que inclui as interações cognitivas, sensório-motoras e psíquicas na compreensão das capacidades de ser e de expressar-se, a partir do movimento, em um contexto psicossocial. Ela se constitui por um conjunto de conhecimentos psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacionais que permitem, utilizando o corpo como mediador, abordar o ato motor humano com o intento de favorecer a integração deste sujeito consigo e com o mundo dos objetos e outros sujeitos” (COSTA, 2002 apud Associação Brasileira de Psicomotricidade).

Em estudo comparativo realizado por Carvalho, Ciasca & Rodrigues (2015), constatou-se que indivíduos com TDAH, Dificuldade Escolar e Transtorno de Aprendizagem, apresentam idade motora inferior à idade cronológica. Os indivíduos com TDAH tiveram as habilidades motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, orientação espacial e orientação temporal, mais comprometidas. Fonseca (1995) apud Carvalho, Ciasca & Rodrigues (2015), descrevem ainda que as crianças com dificuldade de aprendizagem, costumam ter mais déficit na noção de corpo, orientação, adaptação e exploração espacial.

Dessa forma, os objetivos centrais da reabilitação e aptidão são eliminar ou diminuir os sintomas principais do TDAH (e comorbidade), otimizar o rendimento escolar e as relações sociais, adaptar o meio as particularidades do sujeito e facilitar a transição para a vida adulta (PATERNO, 2015).

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3. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de revisão de literatura ou bibliográfica, que segundo Gil (2002) “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, com o intuito de esquematizar os estudos sobre o TDAH e os subsídios da psicomotricidade neste campo. Os procedimentos metodológicos foram: levantamento de estudos bibliográficos de artigos publicados na Revista de Psicopedagogia e Na Revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales entre os anos de 2013 e 2018.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foram selecionados 10 artigos relevantes ao tema proposto publicados entre os anos de 2013 e 2018, sendo 6 desses na Revista de Psicopedagogia e 4 na revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales.

Tabela 1- Artigos Publicados na Revista Psicopedagogia entre os anos de 2013 e 2018

ANO TITULO AUTOR(ES)

2013 Habilidades sociais em crianças com queixas de hiperatividade e desatenção

Guidolim, F; Ferreira T.L; e

Ciasca S.M.

2014

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: um recorte da produção

cientifica recente

Luizão, A.M; e Scicchitano,

R.M.J.

2015

A construção e a desconstrução do rótulo do TDAH na intervenção psicopedagógica

Jafferian, V.H.P; e Banone, L.M.C. Psicomotricidade no contexto da

neuroaprendizagem: contribuições à ação psicopedagógica

Moraes, S; e Maluf, M.F.M.

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Há relação entre desenvolvimento psicomotor e dificuldade de aprendizagem? Estudo comparativo de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, dificuldade

escolar e transtorno de aprendizagem

Carvalho, M.C; Ciasca, S.M; e Rodrigues, S.D.

2017

Desempenho percepto-motor, psicomotor e intelectual de escolares com queixa de

dificuldade de aprendizagem

Silva, S.L.Z.R; Oliveira, C.C; e

Ciasca, S.M.

Tabela 2- Artigos Publicados na Revista Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales entre os anos de 2013 e 2018

De acordo com os nossos estudos, percebemos que atualmente o TDAH tem sido um tema bastante discutido, principalmente no âmbito escolar. As produções cientificas colaboram positivamente no que se refere a esclarecimentos e tratamentos sobre o transtorno.

Os conceitos do transtorno trazidos nos artigos selecionados não divergem na sua essência, estando estes relacionados a desatenção, hiperatividade e/ou

ANO TÍTULO AUTOR(ES)

2015

Algunas preguntas y sus respuestas sobre el transtorno por déficit de atención com

heperactividad (TDAH)

Paterno, R.M.

Intervención psicomotriz: una mirada desde la neurociência ¿qué hay de los factores psicomotores en las funciones ejecutivas?

Carta, C.M; e Cipollone, M.D.

2016 Potenciando el ámbito cognitivo desde la

dimensión psicomotriz Pinto, T.G.

2017 Corpo pulsional e transitivismo: qustões para

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impulsividade, que ocasionam problemas de desenvolvimento nas relações sociais, dificuldade na aprendizagem e desempenho motor.

Observamos ainda a contribuição de outras áreas para enriquecer os estudos sobre o TDAH, por exemplo, a neurociência, que investiga sobre os circuitos responsável pelas diferentes maneiras de apreensão do mundo e aprendizagem efetiva, que possibilita o indivíduo relacionar-se nele (MORAES E MALUF, 2015). O que traz novas abordagens sem desprezar as fundamentações que orientam as práticas atuais.

Nesse sentido, Moraes e Maluf (2015) dizem ainda que, as ações multidisciplinares entre a psicomotricidade, psicopedagogia e neurociências, servem para além de auxiliar no diagnóstico de problemas de aprendizagem, prevenir e intervir, visando sua superação.

No que se refere a etimologia, ainda não foi estabelecida uma causa especifica para o TDAH, mas sabe-se que se trata de um transtorno com bases neurobiológicas, envolvendo aspectos genéticos e ambientais (PATERNO, 2015); (LUIZÃO; SCICCHITANO, 2014).

Verificamos que no intervalo dos anos pesquisados, houve mudanças discretas referentes ao seu diagnóstico, a exemplo disso, podemos citar a atualização do DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), na sua 4ª edição, DSM-IV, para a criança ser classificada como TDAH, os sintomas deveriam estar presentes antes dos sete anos de idade (GUIDOLIM, FERREIRA e CIASCA, 2013). Já no DSM-V, essa idade foi alterada para doze anos, baseado nas possíveis mudanças de comportamento que podem vir a ser confundidas com esse transtorno de hiperatividade (JAFFERIAN e BARONE, 2015).

Os estudos de Guidolim, Ferreira e Ciasca (2013) assim como os de Luizão e Scicchitano (2014), concordam que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, não é tratado como dificuldade de aprendizagem, mas que devido algumas particularidades, pode ocasionar prejuízos na vida acadêmica.

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Nessa mesma direção, Poeta e Rosa Neto (2004), afirmam que a dificuldade de aprendizagem, bem como as perturbações motoras e o fracasso escolar, são manifestações que acompanham o TDAH.

Considerando que o desempenho motor, também é comprometido em pessoas com TDAH, analisamos como este é abordado nos artigos selecionados. Nesse sentido, os estudos de Paterno (2015), Moraes e Maluf (2015), Carvalho, Ciasca e Rodrigues (2015), Pinto (2016) e Silva, Oliveira e Ciasca (2017), relatam que os indivíduos com TDAH e transtorno de aprendizagem, apresentam déficit motor considerável, principalmente no equilíbrio, organização temporal e espacial e esquema corporal.

De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor é um processo de contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente

Os estudos de Carvalho, Ciasca e Rodrigues (2015), nos revelam que os indivíduos com TDAH tiveram idade motora inferior à idade cronológica, bem como pior desempenho em todas as habilidades avaliadas por meio da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM).

Fonseca (1995), citado no estudo das autoras referenciadas acima, diz que crianças que possuem dificuldades de aprendizagem, geralmente tem mais dificuldade na noção de corpo, orientação, adaptação e exploração espacial.

Os autores dos artigos selecionados, apontam a psicomotricidade como fator de relevância para melhora do desempenho motor, acadêmico e das relações sociais para indivíduos com TDAH, pois ajudam a diminuir e controlar os principais sintomas do transtorno.

Na perspectiva de Merleau-Ponty, o corpo é fonte de conhecimento, através dele percebemos o mundo e tudo quanto existe nele. As experiências ficam registradas no corpo, as ações são vivenciadas pelo indivíduo e o mesmo sente que faz parte do meio.

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Dessa forma, Pinto (2016), compreende que o corpo não deve ser entendido como objeto, mas como o espaço onde se elaboram as aprendizagens, em que se conjugam os aspectos cognitivos, neuromotores e psicoafetivos.

Rigal (2006) apud Pinto (2016), comenta que, segundo Piaget e Wallon, a evolução precoce da motricidade e do psiquismo estão estreitamente relacionadas, já que para eles, a motricidade desempenha uma função de importância no desenvolvimento da inteligência e das funções cognitivas, assim como no estabelecimento de relações com o meio. Neste caso, a ação motora, como algo concreto, serve de ponto de partida para a aquisição de conceitos abstratos.

Falar em psicomotricidade, de acordo com Sassano (2008) in Pinto (2016), é considerar a integração em ações que põem em jogo a totalidade do sujeito, tal qual é, em função da sua própria história, com os outros e os objetos.

Nessa perspectiva, Castellani (2016) afirma que, não se considera a motricidade desde o plano anátomo-fisiológico, mas desde a integração, como ação que põe em jogo a totalidade do sujeito, em função da sua história, os outros e os objetos.

A partir da análise dos artigos, consideramos que é possível afirmar que a terapia psicomotora pode contribuir significativamente para indivíduos com TDAH, pois as intervenções trabalham tanto os aspectos motores deficitários, considerando as alterações motoras citadas de acordo com os estudos dos autores referenciados, associados aos aspectos cognitivos, quanto auxiliam para minorar os sintomas de desatenção e hiperatividade.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos estudos realizados, foi possível observar a relação entre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e baixo índice nas habilidades psicomotoras, bem como dificuldades de aprendizagem.

Os estudos sobre TDAH entre os anos de 2013 e 2018, não apresentaram discrepâncias significativas, sendo perceptível a concordância dos autores sobre o transtorno e métodos de tratamentos, como medicamentos e terapias comportamentais.

A psicomotricidade é indicada como uma das modalidades para o tratamento do TDAH, atenuando os sintomas e contribuindo dessa forma para o desenvolvimento motor e das questões psicossociais.

Contudo, constata-se que são necessárias mais pesquisas que relacionem diretamente a terapia psicomotora como intervenção para minimizar as consequências ocasionadas pelo transtorno.

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6. REFERÊNCIAS

CARTA, C.M, CIPOLLONE, M.D. Intervención psicomotriz: una mirada desde la neurociência ¿qué hay de los factores psicomotores en las funciones ejecutivas? Rev. Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales, 2015, nº40, p.83-93. CARVALHO, M.C, CIASCA, S.M, RODRIGUES, S.d.D. Há relação entre desenvolvimento psicomotor e dificuldade de aprendizagem? Estudo comparativo de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, dificuldade escolar e transtorno de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia, 2015, v.32, ed.99, p.293-301. CASTELLANI, M.N. La psicomotricidade em el ámbito hospitalário; conquistando espacios... Rev. Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales, 2016, nº41, p.47-56.

CASTRO, C.X.L, LIMA, R.F. Consequências do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na idade adulta. Rev. Psicopedagogia, 2018, v.35, ed. 106, p.61-72.

GALLAHUE, D.L, OZMUN, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2005.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed, São Paulo: Atlas, 2002.

GUIDOLIM, K, FERREIRA, T.L, CIASCA, S.M. Habilidades sociais em crianças com queixas de hiperatividade e desatenção. Rev. Psicopedagogia, 2013, v.30 ed.93, p.159-168.

JAFFERIAN, V.H.P, BARONE, L.M.C. Aconstrução e a desconstrução do rótulo do TDAH na intervenção psicopedagógica. Rev. Psicopedagogia, 2015, v.32 ed.98, p.118-127.

LUIZÃO, A.M, SCICCHITANO, R.M.J. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: um recorte da produção científica recente. Rev. Psicopedagogia, 2014, v.31, ed.96, p.289-297.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. 2ª ed, São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MORAES, S, MALUF, M.F.M. Psicomotricidade no contexto da neuroaprendizagem: contribuições à ação psicopedagógica. Rev. Psicopedagogia, 2015, v.32, ed.97, p.84-92.

PATERNO, R.M. Algunas preguntas y sus respuestas sobre el transtorno por déficit de atención com hiperactividad (TDAH). Rev. Iberoamericana de Psicomotricidad y Técnicas Corporales, 2015, n°40, p.147-158.

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PINTO, T.G. Potenciando el ámbito cognitivo desde la dimensión psicomotriz. Rev. Iberoamericana de Psicomotricidad Y Técnicas Corporales, 2016, nº41, p.23-35. POETA, L.S, ROSA NETO, F. Estudo epidemiológico dos sintomas do transtorno de comportamento em escolares da rede pública de Florianópolis usando o EDAH. Rev. Bras. Psiquiatr. 2204, v.36, ed.3, p.150-155.

SILVA, S.L.Z.R, OLIVEIRA, C.C, CIASCA, S.M. Desempenho percepto-motor, psicomotor e intelectual de escolares com queixa de dificuldade de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia, 2017, v.34, ed.103, p.33-44.

WNUK, A. et al. Brain Facts: a primer on the brain and nervous system. New York: Society for Neuroscience, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. O que é psicomotricidade?. Rio de Janeiro. Disponível em: <www.psicomotricidade.com.br/sobre>. Acesso em: 02/07/2018

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Oq que é TDAH? Rio de Janeiro. Disponível em: <www.tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah> Acesso em: 25/06/2018.

Referências

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