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Academic year: 2021

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Sistema integrado de gestão baseado em ERP - a inserção em

empresas brasileiras

Soraia Alves Rocha, Marina Rodrigues Brochado

Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação - DEPPG

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ Rua Comendador Siqueira, 463 – Jacarepaguá – 22740-366. Rio de Janeiro. RJ. Brasil

srocha@dba.com.br , marina@cefet-rj.br

Abstract. This article intended to investigate the insertion of the ERP systems

in the brazilian organizations. The investigation was carried out with the executives of the organizations that had a important participation in the implementation. The fist thing that this work pretended to know, was if in the implementation exist a natural sequence in the way, if they considered strategic factors like, low cost reduction, productivity or others reasons. The second investigated was if in the organizations existed a prefixed implantation depending in the kind of objectives that they were trying to reach, and how the implantation was having relations with the value chain. The result demonstrated that the organizations, they are utilizing the ERP systems to reach a internal cost reduction and to have a better departments integration.

Resumo. Esse artigo se propôs a estudar a inserção de sistemas integrados

ERP em empresas nacionais. A pesquisa foi realizada com executivos que tiveram uma participação importante na implantação. Primeiro se pretendeu avaliar a existência de uma seqüência natural no seu uso ou algum tipo de evolução de implementação; se eram fatores estratégicos, ou se por outros motivos. Segundo, analisou-se a padronização na implantação de módulos de ERP, se estava seguindo uma estratégia de diminuição de custos, se conhecia que módulos seriam usados e em que atividades. Os resultados demonstraram que as empresas usam-no para uma diminuição de custos, como também para poder alcançar níveis adequados de integração interna e modernização.

1. Introdução

As diversas mudanças de caráter organizacional, tecnológico e empresarial que estão ocorrendo no mundo dos negócios podem ser facilmente observadas.

Uma das aplicações originárias do avanço destas tecnologias é o desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Gestão que permitem a automação integrada das informações resultantes das operações realizadas através dos vários processos de gestão e operação, realizados dentro da empresa.

As empresas necessitam de ter acesso seguro e atualizado às suas informações internas, além de seus fornecedores e rede de distribuidores, em tempo real. Por esta razão, se tem observado, especialmente desde a década de 90, uma crescente aquisição e implementação por parte das empresas dos sistemas integrados de gestão. Uma das vantagens dos Sistemas Integrados de Gestão é que proporcionam, aos executivos,

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informações disponíveis em tempo real e de forma integrada, ou seja, revelam o resultado do que está ocorrendo simultaneamente nas várias áreas da empresa.

O surgimento e a aplicação da tecnologia do ERP1 representa uma inovação que exerceu forte mudança nos softwares de processamento da informação. Com sua capacidade de propiciar a troca rápida de informações entre os setores da empresa, os sistemas integrados baseados em ERP integram as informações decorrentes das operações que agregam valor na cadeia produtiva, facilitando sua análise para efeito de tomada de decisões empresariais. É um “software” destinado a modelar e automatizar os processos básicos de negócios, integrando as informações resultantes das operações realizadas e tornando-as disponíveis, em tempo real, para os executivos da empresa.

Este acesso às informações integradas, propiciadas pelos sistemas integrados de gestão, dá subsídios para os executivos tomarem decisões com maior agilidade e, como isto, asseguram uma vantagem competitiva às empresas que dirigem.

No início da década de 90, os sistemas integrados de gestão ou ERP passaram a ser largamente utilizados pelas empresas. Nessa época, eram extremamente caros, viáveis somente para empresas de grande porte. No transcorrer dessa década, as grandes corporações fizeram suas escolhas sobre os sistemas a serem adquiridos e implantados, saturando assim o mercado das grandes empresas e reduzindo as possibilidades de negócio para os fornecedores de ERP nesse segmento empresarial (Corrêa, 1998).

2. Caracterização dos sistemas integrados de gestão baseados em ERP

A solução ERP visa integrar as informações dentro de uma empresa, tendo como função principal criar um único fluxo de informação.

Para isso, é fundamental integrar as informações em um banco de dados único para toda a organização, ao contrário do que acontece na maioria dos sistemas que possuem um banco de dados para cada aplicação. Com isso, consistência e veracidade de dados aumentam e, consequentemente a fidedignidade do fluxo de informações e das informações propriamente ditas.

Os anos 90 assistiram ao surgimento e a um expressivo crescimento dos sistemas ERP no mercado de soluções de informática. As empresas reconheceram a necessidade de coordenar melhor as suas atividades dentro de uma cadeia de valor para eliminar desperdícios de recursos, reduzindo o custo e melhorando o tempo de resposta às mudanças das necessidades do mercado.

Os sistemas ERP podem ser definidos como sistemas de informação integrados, adquiridos na forma de pacotes de softwares comerciais, com a finalidade de dar suporte à maioria das operações de uma empresa (suprimentos, manufatura, manutenção, administração financeira, contabilidade, recursos humanos, entre outros).

Um projeto de tecnologia da informação para implantação de um sistema integrado de gestão baseado em ERP só terá resultado positivo se a empresa tiver definidas suas metas de mercado, souber antes onde quer chegar, qual é a estratégia a seguir e qual a tecnologia necessária. Uma vez definidas as necessidades e metas, o passo seguinte é a integração e o controle de informações operacionais da empresa.

1 ERP (Enterprise Resource Planning) ou Planejamento de Recursos Empresariais também denominado como Sistemas de Gestão Empresarial

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Apesar de ter uma estrutura básica, o ERP será customizado para fornecer as informações desejadas pela empresa e ajudá-la a atingir objetivos futuros. Por isso o ERP deve visto como uma ferramenta não só para as grandes, como para médias empresas e encarado como investimento e não como custo. É a tecnologia possibilitando a redução de custos pela automação do processo e pela agilidade.

Esse mercado vem se desenvolvendo há cerca de 9 anos no Brasil e é disputado por dezenas de empresas de software, das multinacionais às locais, com pacotes inclusive já acrescidos de novas funcionalidades demandadas, como troca de informação entre parceiros da cadeia de abastecimento, Internet e gerenciamento de clientes.

No projeto, três fases devem estar bem definidas: seleção, contratação e implantação do ERP. A escolha do fornecedor é uma etapa importante. O mais importante, porém, é a preparação da empresa para a implantação, através de um planejamento estratégico onde se analisa sua situação tecnológica e prepara seus profissionais adequadamente.

3. Ciclo de Vida de Sistemas ERP

O ciclo de vida representa as diversas etapas pelas quais passam um projeto de desenvolvimento e utilização de sistemas de informação. Os modelos tradicionais de desenvolvimento são análise de viabilidade; análise de sistemas, incluindo análise de requisitos; projeto de sistemas e implementação.

Segundo Souza & Zwicker (2000), o ciclo de vida de pacotes comerciais deve ser considerado de maneira diferente dos tradicionais, pois não se trata efetivamente de desenvolvimento, mas sim de aquisição e adaptação de um sistema comercial desenvolvido para atender diversas empresas. Neste caso, as funções e características de diversos produtos disponíveis no mercado devem ser apresentados aos usuários para que se possa verificar a adequação destes produtos aos requisitos das empresas. O diagrama mostrado na figura 1 apresenta um ciclo de vida de sistemas ERP.

Pacote selecionado Plano de implementação Módulos parametrizados Dados migrados Usuários Treinados Novas necessidades

Conhecimento novo acumulado Novos Parâmetros UTILIZAÇÃO IMPLEMENTAÇAO DECISÃO E SELEÇÃO

Figura 1: Ciclo de vida de sistemas ERP - Adaptado do original Fonte: Souza, C.A e Zwicker, R., (2000), Artigo: “Ciclo de Vida de Sistemas ERP

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3.1. Decisão e seleção

Nesta fase, primeiramente, é necessário especificar quais os objetivos que a empresa deseja alcançar com a implementação de um ERP.

Depois disso, analisar os pacotes disponibilizados, no mercado, que atendam as necessidades da empresa através de:

• Material disponibilizados por fornecedores; • Artigos e publicações;

• Visitas a empresas que já estejam utilizando um ERP em questão.

Por último a análise de viabilidade que envolve: análise custo/benefício, cronograma, análise funcional, que é a compatibilidade entre a empresa e as características do sistema ERP.

3.2. Implementação

A implementação de um ERP pode ser definida como o processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em funcionamento em uma empresa. É um processo pelo qual se busca a melhor adaptação entre o pacote ERP e a empresa e é realizado em várias etapas de adaptação, uma para cada módulo ou grupo de módulos, que ocorrem simultaneamente ou seqüencialmente, de acordo com o que foi definido no plano geral de implementação.

3.3. A etapa de utilização

Após o processo de implementação, a utilização do sistema passa a fazer parte do dia-a-dia das operações.

Somente quando o sistema ERP já está em funcionamento é que pode visualizar seus benefícios e seus problemas. Somente com o sistema em uso é que será possível efetuar avaliações concretas. Portanto, todas as etapas de decisão e seleção e implementação são fundamentais para o sucesso da etapa de utilização.

4. O Sistema SAP R/3

O Sistema SAP R/3, de agora em diante R/3, é um sistema integrado, que permite um melhor planejamento e controle do negócio, visto que possui um sem número de atividades já moldadas e prontas para serem utilizadas.

O R/3 não é um sistema simples, pelo contrário, é um sistema de alta complexidade decorrente do fato de que ele considera como processo de negócio a totalidade da cadeia funcional envolvida no desenvolvimento do mesmo. Isto implica que a cadeia do negócio pode utilizar diferentes módulos do R/3, o que traz complexidade na utilização destes tipos de pacote integrado.

A intenção do R/3 é colaborar na gestão e na administração dos processos do negócio, simplificando, ao máximo, as tarefas envolvidas nesta administração e gestão. Numa empresa ou companhia, as funções de trabalho estão divididas em áreas organizacionais; o SAP também está dividido desta forma, possuindo três grandes módulos ou blocos de funções do R/3: módulos Financeiro, Logística e Recursos Humanos. Cada um desses módulos é composto de subsistemas que incluem as seguintes funcionalidades:

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Módulo Financeiro Sigla Descrição FI Financeiro CO Controladoria TR Tesouraria AM Ativo Fixo Módulo Logística Sigla Descrição SD Vendas e Distribuição PP Produção PS Projetos MM Materiais PM Manutenção QM Qualidade

Módulo Recursos Humanos

Sigla Descrição

RH Recursos Humanos

5. A Implantação do R3

A inovação tecnológica já não está só confinada aos processos de manufatura. A tecnologia já se encontra inserida em quase todos os tipos de processos e serviços, como, por exemplo: na área de finanças de uma empresa, na educação, na área de saúde e em outras.

O conteúdo dessas atividades inovadoras se caracteriza por um aumento no uso da tecnologia. Porém, para que as organizações possam assegurar vantagem competitiva através da tecnologia, se faz preciso que a introdução desses novos processos, produtos e serviços seja realizada de forma planejada. Para tanto, as organizações precisam definir estratégias nos níveis corporativo e de negócios, como também promover políticas de desenvolvimento tecnológico e de mudança dentro da organização.

Um resultado deste aumento de importância da tecnologia como aspecto estratégico é que esta se encontra em um estado muito mais avançado e centralizado; este movimento faz com que a tecnologia possua uma importância estratégica maior.

Uma vez compreendida a importância da tecnologia de informação no processo estratégico da organização, devem procurar-se as formas de como este processo será realizado e implementado. Uma das formas mais claras de se chegar a este tipo de implementação é através da utilização de aplicações que ajudem a alcançar estes

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objetivos. Durante anos este tipo de aplicações ou sistemas foram conhecidos por diferentes denominações. Seguindo a evolução, nasceram os sistemas ERP.

A implementação deste tipo de Sistemas ERP tem por objetivo alcançar as metas definidas no plano estratégico da organização. Mas a implementação é uma conseqüência e não um objetivo; esta conseqüência deve indicar certos parâmetros ou considerações a serem tomados em conta para assim poder intentar e assegurar o êxito.

A preparação para a implementação pode levar ao sucesso ou ao fracasso do ERP na organização; para tanto, existem vários pré-requisitos que devem ser considerados na preparação da implementação. As razões mais comuns para o fracasso da implementação de um ERP são as seguintes:

• Não entender o significado do projeto que se está começando • Não alocar os recursos competentes ao projeto

• Não administrar a mudança de forma adequada

• Não administrar os benefícios obtidos com a implementação adequadamente • Não utilizar a integração alcançada como é devido

• Não ter planejado a finalização do projeto antes que este comece • Não possuir uma estratégia de implementação do projeto

A participação das distintas áreas da empresa a serem afetadas com a implantação do projeto é condição indispensável para o sucesso. Isto pode ser obtido pela designação de representantes, de nível executivo e/ou operacional, que possuam profundos conhecimentos de cada uma das funções de negócio a serem integradas ao sistema.

O apoio irrestrito da alta direção da empresa em torno do projeto, além de atuar como fator agregador, contribui, para a eliminação das resistências e para a definição da importância dada ao projeto.

Lozinsky (1998) define quatro fases no trabalho de implementação, no qual cada fase produz um resultado intermediário que pode ser avaliado, ajustado e então aprovado, garantindo a continuação do projeto.

Estas fases são:

Compreendendo o problema

O objetivo é entender o negócio e verificar a sua relação com o pacote para ajustá-lo, se for o caso. A equipe do projeto precisa determinar as características dos sistemas atuais, quais partes serão mantidas e como os dados serão gerados para o novo sistema;

Definindo as soluções

Esta é a fase mais crítica, momento em que os conceitos associados à operação do sistema serão definidos e simulações serão realizadas para identificar as diferenças entre os processos atuais e os novos. Resumindo, cria-se um protótipo ou um modelo para as operações no futuro;

Executando as tarefas

Compreende a carga dos dados iniciais, o desenvolvimento, customização e testes, tudo de acordo com o ambiente destino. Coloca-se em funcionamento tudo aquilo que

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foi levantado na primeira e definido na segunda fase, ou seja, põe-se em prática o plano de trabalho e as soluções encontradas. A customização, as interfaces, os controles, os pré-requisitos, a infra-estrutura, a segurança, tudo deverá estar concluído antes do início dos testes;

Implantação

É nesta fase que o software começa a ser utilizado. Quando possível deve ser feito um processamento em paralelo com os sistemas em produção.

Um dos métodos para a obtenção do sucesso tão esperado para o projeto é o envolvimento dos funcionários. Afinal, são eles quem detêm o conhecimento do negócio da corporação, na realidade, o seu capital intelectual e parte integrante de sua cultura. Outrossim, a implantação de um pacote ERP não é apenas um projeto, mas sim um movimento contínuo, pois sempre existirão novos módulos e versões a instalar, assim como ajustes entre o negócio e o sistema.

6. A pesquisa efetuada

Dentro desse contexto, este artigo tem por objetivo relatar o resultado de uma pesquisa, que ocorreu entre 2000 e 2001, sobre a adoção de sistemas ERP por empresas nacionais e revelando o comportamento dessas empresas no processo de adoção de ERP.

Este trabalho procurou identificar se existia uma seqüência natural de crescimento na utilização de ERP dentro das empresas; se existia algum tipo de evolução de implementação; se eram considerados fatores estratégicos como produtividade ou diminuição de custos, ou se esta implantação e posterior utilização se efetivavam por outros motivos, como, por exemplo: exigência dos clientes, orientação dos consultores ou atualização dos sistemas existentes, entre outros.

Em seguida, se procurou analisar se existia alguma padronização na implantação de módulos de um ERP, dentro da organização. Em outras palavras, se a organização, por exemplo, estava seguindo uma estratégia de diminuição de custos, se conhecia que módulos do ERP deviam ser utilizados e em que tipos de atividades, fossem estas primárias ou secundárias segundo Porter (1985) para alcançar o objetivo desejado.

Devido ao aspecto prático do trabalho, por motivos tanto de caracterização de um sistema integrado como também a quantidade de sistemas implantados, se decidiu focalizar o trabalho em empresas de consumo em massa e que utilizaram o pacote R/3 da SAP como sistema integrado a implantar.

Desenvolver este tipo de pesquisa significa poder conhecer mais acerca dos ERP, de seu crescimento dentro das organizações, e de como este crescimento esta acontecendo, para, assim, poder conhecer se este tipo de sistemas realmente é utilizado como uma ferramenta para promover a operacionalização da estratégia da empresa ou organização.

O presente estudo favorecerá descobrir-se padrões de utilização da tecnologia de informação dentro das empresas e qual a percepção do executivo com respeito à utilização da tecnologia de informação dentro de sua empresa, especificamente.

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O problema nasceu sob forma de uma inquietude para estudar como era a inserção dos sistemas ERP nas empresas brasileiras.

Foi feita uma pesquisa de campo com caráter exploratório e empírico. Exploratório porque avança sobre um terreno pouco conhecido, procurando mapeá-lo, e empírico porque foi realizada por meio de estudo de casos reais.

A pesquisa foi realizada com quatorze empresas de médio e grande porte que desenvolvem suas atividades relacionadas à produção de bens de consumo. Estas empresas implementaram o produto R/3 da SAP. Escolheu-se este segmento face à grande quantidade de empresas que haviam implementado este produto.

Para realização da pesquisa, primeiro houve um contato telefônico e depois o envio de um questionário com perguntas a serem respondidas. Esse questionário, mostrado no anexo 1, foi enviado a pessoas ligadas à informática e à direção empresa.

O trabalho se propôs, através de uma investigação de campo, afirmar ou contestar as hipóteses abaixo:

• As empresas brasileiras da área de Produtos de Consumo estão utilizando a Tecnologia de ERP como parte fundamental de seu plano estratégico.

• O objetivo procurado para a implantação de ERP dentro da Empresa é a satisfação de atividades primárias, segundo Porter (1985).

Com relação à primeira hipótese se pode identificar que as quatorze empresas pesquisadas estavam utilizando a tecnologia ERP tanto para a satisfação de objetivos estratégicos, quanto operacionais. O quadro abaixo apresenta esta distribuição.

Com respeito à segunda hipótese se pode apreciar que os objetivos a ser alcançados por estas empresas, são objetivos de satisfação interna da mesma, com grande ênfase nos seguintes aspectos:

• redução de custos; • redução dos tempos; • melhoria da qualidade; • modernização da organização;

• possibilidade de centralizar e dinamizar as informações; • melhor controle da organização

Mas quais são os setores que estão sendo atingidos com esta implantação do ERP na organização? As áreas onde a utilização do R/3 apresenta maior impacto são tanto nos módulos associados a questões financeiras, como também nos módulos associados a questões de logística. Isto demonstra que existe, por parte das empresas pesquisadas, uma grande preocupação com atividades associadas a satisfazer atividades tanto primárias como secundarias da organização. Os módulos de TR, PP, QM e RH não são muito utilizados (fornecedores, qualidade e recursos humanos).

Observa-se que não existe nenhuma utilização de módulos orientados para o relacionamento com clientes e fornecedores, apesar da importância estratégica dos relacionamentos com clientes e fornecedores.

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Os resultados foram analisados mediante utilização das respostas da pesquisa de forma agrupada para que, assim, fosse possível apropriar-se, de forma global, da visão da empresa com respeito a utilização dos sistemas ERP na mesma.

8. Conclusões

O objetivo do trabalho era verificar se existia algum modelo de inserção dos ERP nas empresas e como este modelo de inserção era utilizado. Ficou razoavelmente estabelecido que esta inserção se realiza para a satisfação de atividades internas da empresa, sejam elas primarias ou secundarias.

Segundo Souza (2000), o fenômeno da dos sistemas tipo ERP trouxe consigo uma riquíssima oportunidade de estudo para a área de administração de informática, uma vez que sua abrangência e complexidade permitem a análise simultânea de diversos aspectos relacionados ao uso de sistemas de informação em empresas. A realização deste trabalho permitiu a ampliação da visão a respeito dos processos de implementação e utilização de sistemas de informação em geral.

Na grande maioria dos casos, pode-se perceber que os sistemas ERP trazem a possibilidade de ganhos muito grandes e reais de eficiência empresarial, pelo controle que proporcionam e pela sincronização das atividades que obrigam seu melhor planejamento. Claramente os sistemas ERP propõem-se a melhorar a eficiência da empresa, sendo isso obtido pela integração. As respostas dos entrevistados indicaram, também, melhorias de eficácia e ganhos competitivos, seja pela sua integração a outros sistemas ou extensão de suas funcionalidades. As respostas também indicaram que os sistemas ERP permitiram a redução das despesas da informática nas empresas.

Conseguiu-se identificar, claramente, que a tecnologia de informação cumpre um papel muito significativo dentro das empresas pesquisadas, onde já não tem apenas um papel de pano de fundo, mas se revela importantíssima para alcançar e subsidiar as políticas e estratégias das organizações pesquisadas.

Pode-se verificar claramente que as empresas pesquisadas estão utilizando o sistema integrado R/3 internamente. Os módulos que poderiam ter alguma relação com os clientes e fornecedores ou com alguma estratégia de diferenciação são os menos utilizados. (QM e RH) Outros módulos não são utilizados porque não têm muita aplicação ao tipo de mercado a que pertencem as empresas pesquisadas.

Pode-se avaliar claramente que os objetivos a serem alcançados pelas empresas, com a utilização de este tipo de tecnologia, são tanto estratégicos, como operacionais.

Está claramente firmado que as empresas querem possuir um parceiro tecnológico para o desenvolvimento, acompanhamento e execução de seus planos estratégicos. A maioria das empresas procuram, com o R/3, a satisfação dos seus objetivos ou metas.

Os motivos mais apontados pelas empresas pesquisadas para a implantação deste tipo de sistema são: redução de custos; redução dos tempos; melhoria da qualidade; modernização da organização; possibilidade de centralizar e dinamizar as informações; melhor controle da organização.

As áreas onde a utilização do R/3 apresenta maior impacto são tanto nos módulos associados a questões financeiras, como nos módulos associados a questões de logística.

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Isto mostra que existe, por parte das empresas pesquisadas, uma grande preocupação com atividades associadas a satisfazer atividades tanto primárias como secundárias da organização. Os módulos de TR, PP, QM e RH não são muito utilizados, é possível que isto se deva ao fato de que o tipo de organização pesquisada não se apoia muito na utilização destes módulos.

As empresas brasileiras estão utilizando a tecnologia de ERP como parte fundamental de seu desenvolvimento estratégico e o objetivo para a implantação de ERP é tanto a satisfação de atividades primárias como das atividades de apoio.

9. Referências Bibliográficas

Basile, F.D. e Santos, S.A. (2000) “Sistema integrado de gestão baseado em tecnologia ERP: uma análise do processo de adoção e resultados alcançados XXI“. Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica.

Cabral Filho, C.A. Pesquisa: “Sistemas ERP – Impacto na Organização e Negócios”, MIS 95-025.

Corrêa, H.L. (1998). “ERPs: por que as implantações são tão caras e raramente dão certo?“ Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Industriais, 1. Anais... São Paulo: FGV-SP, p. 288-300.

Cotteleer, R. (1999), “Estudo sobre Implantação de Sistemas ERP”, <http://www.people.hbs.edu/mcotteleer/>, Jan/2004.

Lozinsky, S. (1998). “Enterprise Wide Software Solutions”. Addison Wesley Longman, Inc.

Porter, M.E. (1989), “Vantagem Competitiva – Criando e Sustentando um Desempenho Superior”, (12 ª ed.) São Paulo: Ed. Campus.

Porter, M.E , (1985) “Competitive Advantage” , The Free Press , New York.

Porter, M., Millar V. (1985) “How Information gives you Competitive Advantage”, Harvard Business Review Julho – Agosto, Pág 149 – 160

SAP Brasil. Site Oficial SAP. <http://www.sap.com/brazil>, Jul/2003.

Souza, C.A e Zwicker, R., (2000), Artigo: “Ciclo de Vida de Sistemas ERP”. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, V.1, No 11.

Souza, C.A. (2000). “Sistemas integrados de gestão empresarial: estudos de caso de implementação de sistemas ERP”. Dissertação de Mestrado. FEA/USP. São Paulo.

Symnetics (1999), “Implementações referenciais: Robert Bosch Limitada, estudo de caso de implementação de SAP R/3”. Documento disponibilizado pela Simnetics Taurion C. (1998). ERP: Como será o dia seguinte”. Computerworld Brasil,

26/06/1998.

Wagle, D. (1998). “The case for ERP systems” The McKinsey Quartely, n. 2, p. 130-138

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Anexo 1:

Questionário utilizado na Pesquisa de Campo

1- Até que ponto a TI, doravante chamada de TI, é valorizada como instrumento de estratégia empresarial dentro da empresa?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco

2- A sua área possui um plano de ação estratégico formalmente alinhado com o plano estratégico da empresa?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco 3- O plano de ação estratégico da sua área é baseado em alguma prospeção dos cenários da TI?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco 4- Em que medida o plano de ação estratégico da sua empresa é apoiado pela TI?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco 5- Quais posicionamentos tecnológicos a sua empresa passou ou está passando

Automação dos Processos internos existentes Preocupação com clientes e fornecedores

Oferecimento de novos serviços para melhorar a relação com clientes e fornecedores

Redefinição dos objetivos do negócio, face a criação de novas áreas devido ao uso da tecnologia 6- Em que área se encaixam as estratégias que pretendem ser obtidas por sua empresa

Redução de custos, aumento de capacidade, downsizing da organização Aumento dos negócios

Preocupação em relação às novas áreas de atuação da empresa

Redefinição dos objetivos do negócio, face a criação de novas áreas devido ao uso da tecnologia 7- Existe algum tipo de interação para a satisfação dos Objetivos ou Metas Estratégicas a serem

alcançados pela sua empresa com a utilização do SAP?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco 8- A implantação do SAP pretende satisfazer objetivos deste tipo?

( )Muito ( )Mais ou menos ( )Pouco 9- Por que a utilização de um ERP?

Redução de Custos Diferenciação

Melhoria da Qualidade Redução de Tempo

Possibilidade de centralizar e dinamizar as informações Exigência da matriz no Exterior

Orientação dos consultores Pressão dos Usuários

Exigência dos Clientes Modernização da Organização Atualização dos Sistemas existentes Melhor controle da Organização Reengenharia da Organização

10- Seu papel no processo decisório em relação ao uso da TI dentro da empresa, pode ser definido como? ( )Possui relação ( )Sem relação ( )Indiferente 11- Sistemas de reserva e venda ou processamento de pedidos automáticos em agências, lojas ou pontos

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 12- Sistemas on-line de transações operados por clientes ou fornecedores

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 13- Sistemas de informações para compras e controle de fornecedores

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( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 14- Sistemas de apoio e controle de assistência técnica ou manutenção

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 15- Sistemas de processamento de pedidos on-line ligando clientes e fornecedores

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 16- Sistemas de controle de qualidade fornecendo informação para fornecedores

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 17- Televendas, Telemarketing: Informatizados.

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 18- Sistemas on-line de apoio ao consumidor

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 19- Sistemas de diagnóstico remoto

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 20- Sistemas automáticos de manufatura flexível

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 21- Sistemas de transmissão de texto e automação de escritório ligados a clientes ou fornecedores

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 22- Sistemas móveis e/ou portáteis para processos junto ao cliente ou fornecedor

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 23- Sistemas de controle de processos

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 24- Robôs ou ferramentas de controle numérico

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 25- Sistemas de otimização

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 26- Intercâmbio eletrônico de dados

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 27- Sistemas de logística de distribuição

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 28- Sistemas de apoio móvel e remoto aos agentes de venda

( )Utiliza ( )Utilizará ( )Não sabe 29- Existem informações geradas pela empresa que podem passar a ser vendidas?

( )Sim ( )Não ( )Não sabe

30- Existe na sua empresa capacidade de processamento de informação para iniciar um novo negócio?

( )Sim ( )Não ( )Não sabe

31- A TI pode ser usada para viabilizar a produção de novos itens relacionados ao produto da empresa?

( )Sim ( )Não ( )Não sabe

32- A TI poderia dar origem a novos negócios na sua empresa?

( )Sim ( )Não ( )Não sabe

33- Identifique os módulos de SAP que estão sendo ou serão usados na sua empresa e em que áreas será.

Referências

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