UNIVERSIDADE
DE
SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO
ECONOMICO
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
ADMINISTRAÇÃO
DETERMÍNANTES
PARA
DVVESTIIYIENTQS
EM
GESTÃG
AMBIENTAL:
O
«CASO
DA
HERING
TEXTIL SA
LEANDRO
LUÍS
DARÓS
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA
CATARINA
~
CENTRO
sÓc1o
ECONÓMICO
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
ADMINISTRAÇÃO
DETERNIINANTES
PARA
INVESTIMENTOS
EM
GESTÃO
AMBIENTAL:
O
CASO DA
HERING
TEXTIL SA
Acadêmico
Leandro
Lui sDarós
Orientado por
Prof. Dr. Pedro Carlos Schenini
Área de
Concentração CompetitividadeOscar,
Arma
e Joelque sempre
con Iribuíram
"0
tempo
é algoque
não
volta atrás,portanto, plante seu
jardim
e decoresua
alma
ao
invésde
esperarque
alguém
lhemande
flores
”WILLIAM
S}L4KESPEARE
examinadora que
atribuiu nota ELO
ao alunoLeandro
LuísDarós 9610016-8
na
disciplina Estágio Supervisionado
CAD
5263.BANCA
EXAMIN
«IORA
/;f
_/ ' ,.
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/4
1
P
"s'Ê:=~e~
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lOS SCh6DÍ1'lÍ, DI. Presidente ill
~ ~1'
'll
Pro fo etto to,f
* ' ~
Mer
bro Á Profess ›‹'~fõ ' i J .IErdmann,
Dr.Membro
AGRADECHVIENTOS
-
Ao meu
orientador durante o períodode
bolsa de iniciação científica prof.Fernando
Seabra
que
me
estimulou e contribuiu para a realização deste trabalho;-
Aos meus
grandesamigos
Jailton e Julian Tontini-
A
todos os professoresque
ministram aulasno
cursode
Administração e servidores -daUFSC;
-
Aos meus
colegas: Fabiola Vieira, Helio Schwarz, Piu, Antonio,Luckmann, Marcelo
O
objetivo deste trabalho é discutir as razões para aadoção de
um
sistemade
gerenciamento ambiental(SGA)
e seus efeitos sobre a-eficiência produtiva e econômica.A
análise empírica é baseada
no
estudoda
Hering Têxtil.Como
asdemais
empresas destesetor, a
Hering
experimentou resultados financeiros desfavoráveis durante alguns períodosem
decorrênciada
abertura comercial.Apesar
disto,a
Hering investiu300
mil dólaresem
seu
SGA,
obtendo
a certificaçãoISO
14001
em
junho de
1996.A
hipótese deste estudo éque
este investimentopode
ser vistocomo
uma
estratégiada empresa
para reduzir custos ediferenciar seu produto.
Como
resultados constatou-seque
as principais razões paraa
Hering ter feito investimentos
em
Sistemasde
GestãoAmbiental
estão relacionadascom
diferenciação de produto, condições
de
demanda
e acordos comerciais.ABSTRACT
This
paper
discusses themain
reasons fora
firm
to invest in environmental protectionand
the eflects
of
this investmenton
productiveand
economic
efiíciency.The
empirical analysisis
based
on
the study-caseof
Hering
Textiles. Similarly to other textile companies,Hering
registered unfavourable
financial
results duringsome
periodsdue
basically to theopenness
of
theeconomy.
Despite that,Hering
investedabout
US$
300
thousand
inenvironmental protection,
which
contributed decisively to obtaining theISO]
4001
certification in
June
1996.The main
hypothesis here is that investing in environmentalprotection is
a
.strategy to reduce costsand
dififerentiate the product.As
results,we
verifiedthat
main
reasons forHering has
made
investments in environmental protection arerelated with diflerentiation product,
demand
conditionsand
agreement
frades.SUMÁRIO
RESUMO
... ... .. .7ABSTRACT
... ... ... .8
LISTA
DE
QUADROS
... _.LISTA
DE FIGURAS
... _.LISTA
DE TABELAS
... .. 13 IINTRODUÇÃO
... .. 1.1PROELEMÁTICA
DE ESTUDO
... ._ 1.2OBJETIVOS
... .. 1.2.1 Objetivo geral ... __ 1.2.2 Objetivos especzficos ... ._ 1.3 JUSTIFICATIVA ... __ 1.4HIPÓTESE
DE ESTUDO
... _. 1.5 ES'1'RU'.I'URA D0'I'RAIsAl.110 ... ._3
METODOLOGIA
... .. 3.1TIPO
DE ESTUDO
... _. 3.2DELIMITAÇÃO
DO
ESTUDO
... .. 3.3POPULAÇÃO
E
AMOSTRA
... ._ 3.4FONTE DE
DADOS
... ._3.5
MÉTODO
DE COLETA DE
DADOS
E
INSTRUMENTO
UTILIZADO
3.6
ANÁLISE
DOS
DADOS
... ._4
REVISÃO TEÓRICA
... ...23
4.1
DEGRADAÇÃO
AMÉIENTAI
... ... ..4.2
AS
EMPRESAS FRENTE
A
QUESTÃO AMBIENTAL
... ._4.3
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
... ._4.4
LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL
NO
BRASIL
... ..4. 4. I
O
texto constitucional eo meio
ambiente ... _.4. 4.
2
Legislação ambiental federal ... ..4.4. 3 Legislaçãoambiental
do
estadode
Santa Catarina ... __4.5
A
NORMA
ISO
14000
... _. 4.6 COMPETITIVIDADE...~ ... .. 4.7 TIPOSDE
ESTRATÉGIAS
... _. 4.8ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
... .. 4. 8. 1 Liderançade
custo ... _. 4.8.2 Diferenciação ... _. 4.8.3 Enfoque
... ._ 4.9CADEIA DE
VALORES
... _.4.10
FATORES
DE'I'ERMINAN'I'ESDA
cOMPE'I'I'IIvIDADE ... _.4.10.1 Fatores sistêmicas ... ..
10
4.103
Fatores estruturais ... ..54
5
FATORES DETERMÍNANTES
QUE
GERAM
COMPETITIVIDADE
COM
INVESTIMENTOS
EM
SISTEMAS
DE
GESTÃO AMBIENTAL
... .~. ... ..565.1
DETERMINANTES
ENDÓGENOS
... ... _.56
5.1.1 Estratégias competitivas relacionadascom
SGA
... ..56
5.1.1.1 Estratégia
de
custo ... ..56 5.1.1.2 Estratégiade
diferenciação ... ..58 5.2DETERMINANTES EXÓGENOS
... ..59 5. 2. 1Condições
dedemanda
... ._59
5.2.2Regulamentação
ambiental ... ..60
5. 2. 3Acordos
comerciais ... .. 61 5. 3.4
Responsabilidade social ... .. 61õ
o
cAso DA
HERING
TEXTIL SA
... ... ..õs 6.1HISTÓRICO
DA
EMPRESA
... ... ..63
6.2
A
EMPRESA
HOJE
... ..636.3
A
HERINGEOMEIO
AMBIENTE
... ..646.4
A
HEMNG
E
os 1Nu1cADoREs
i~1NANcEu‹osDEsEAvoRÁvE1s
... ..65
6.5
DETERMINANTES
DA
HERING PARA
INVESTIMENTOS
EM
SGA
... ..67
7
CONCLUSÃO
... ... ..72DE
QUADRGS
QUADRO
1-
D1V1sÕEs
DA
sÉR1E1so
14000
... ..LISTA
DE
FIGURAS
FIGURA
1 -ESTRATÉGIAS
COMPETITIVAS E
SISTEMA
DE
GERENCIAMENTO AMBIENTAL
... ..FIGURA
2
-DETERMINANT
ES
PARA
INVESTIMENTOS
EM
SISTEMAS
DE
DE TABELAS
TABELA
1-
INDICADORES
ECONÔMICOS
E FINANCEIROS
DA
I-IERING.1
iNTRor›UÇÃ0
A
discussão acerca de crescimentoeconômico
e agressão aomeio
ambientenão
érecente.
Desde
a
revolução industrial já. haviapreocupação
com
este tema.Nos
últimostempos
uma
importânciamaior
vem
sendo atribuída ao crescimentosem
agressão aomeio
ambiente
que
é exigidonão
só porconsumidores
preocupados
com
a preservaçãodo
meio
ambiente,
mas
também
por empresas e países,que
vêm
reduzindo seus negócioscom
aqueles
que de
alguma
forma agridem
omeio
ambiente.1.1
Problemática
de
estudoO
processo de abertura comercial ea
globalização dosmercados
experimentadosnas últimas duas décadas
engendraram
um
novo
e mais acirrado padrãode
competiçãoentre as empresas.
A
busca
emanutenção
por fatiasde mercados
em
um
mundo
globalizado
tem
levado as empresas aadotarem
diferentes estratégiascom
o objetivode
aumento
de competitividade`
A
reduçãode
barreiras à importação, iniciada nos anos90
e estimulada pelo acordodo
Mercosul
ea
estabilização -econômica,tem
requeridoda
indústria brasileira-
especialmente
do
setor têxtil-
investimentoscom
o
objetivode aumentar a
competitividade. Dentre estes investimentos estão os de gestão ambiental
que
começaram
aser implantados
no
Brasil recentementecom
o surgimentoda ISO
14000.Algumas
empresas,
em
particulardo
setor têxtil, jávinham
há
algum
tempo
tentando adequar suasatividades a
uma
políticade não
agressão aomeio
ambiente.Com
aISO
14000
houve
a
possibilidade
de
certificação desse processo.Por
outro lado,o
custo deuma
certificação eadequação
asnormas
muitas vezespode
ser alto e a relação custo-beneficiodeve
sercriteriosamente analisada
Uma
altemativa seria asempresas
adaptarem-se a exigênciade
não
agressão, respeitando as legislaçõesa
esse respeitosem
necessariamente ter anecessidade
de
uma
certificação internacionalcomo
ada
ISO
14000. Dentro destecontexto,
uma
perguntaque
surge é: quais são os detemiinantes,ou
quais razões,levam
1.2 Objetivos
Para
execução
deste trabalho estabelece-se os seguintes objetivos.1.2.1 Objetivo geral
O
objetivo geral deste trabalho é identificar os determinantes,ou
razões, paraa
adoção de
um
Sistemade Gerenciamento Ambiental
(SGA)
e seus efeitosem
termosde
eficiência produtiva e econômica.
A
análise empírica é baseadano
estudo de casoda
Hering Têxtil.
1.2.2 Objetivos específicos
a) Identificar os fatores determinantes
que
geram
competitividadecom
a adoção
de
um
Sistemasde
Gestão Ambiental;b) Identificar as estratégias competitivas relacionadas aos Sistemas
de
Geren'eiamentorAmbiental; M g
c) Identificar os detenninantes da"-='Hering.ât.?l7êxtil,,¿,,SA, ,para investimentos
em
Sistemas
de
GestãoAmbiental
em
periodosde
dificuldades financeiras; 1.3 JustificativaA
sintetização e esquematização dos determinantesque levam
empresasem
geral afazer investimentos
em
Sistemas de GestãoAmbiental
ea
tentativa de relacionar as teoriasde
competitividade e de estratégias competitivas,em
especial asde
Porter (1992),justificam
a
existência desse trabalho.O
estudode
casoda
Hering é justificado pelo caráterpioneiro
de
investimentoem
proteção ambiental e certificação etambém
pelo fatode
que a
empresa
investeem
seuSGA
em uma
época de
crise financeira. Localizadaem
Blumenau/SC,
a Hering é a das grandes empresasdo
setor têxtil brasileiro.Como
asdemais
empresas deste setor,experimentou
resultados financeiros desfavoráveisno
periodo1993-1995
em
decorrênciada
abertura comercial.Apesar
disto,a
Hering investiu cercade
16
300
mil dólares*em
seuprograma
de gerenciamento ambiental,obtendo
a certificaçãoISO
14001
emjunho
de
1996.1.4
Hipótese
de
estudoA
hipótese deste estudo éque
este investimentopode
ser vistocomo
uma
estratégiada empresa
para reduzir custos e diferenciar seu produto para ganharnovos
mercados.1.5
Estrutura
do
trabalhoO
traballio está organizadocom
a seguinte estrutura. Inicialmente,o
tema
éintroduzido
com
a
contextualizaçãoda
exigênciade
sistemasde
proteção aomeio ambiente
como
estratégia competitiva.Acerca
disso são estabelecidos a problemáticado
estudo,objetivos, justificativa e a hipótese
do
trabalho.Em
seguida, são apresentados os objetivosgerais e específicos. Basicamente, os objetivos estão concentrados
na
discussãode
investimentos
em
SGA
como
estratégia competitiva analisando-seo
casoda
Hering.Como
metodologia
empregada
para a consecução desses objetivos utiliza-seum
estudoqualitativo exploratório descritivo através
de
estudo de caso.Já
no
capítulo 4, inicia-sea
revisão teórica dostemas
relacionadoscom
a pesquisa.Apresenta-se
a
degradação ambiental por qual o planetavem
passando e suas implicações.A
seguir contextualiza-se o papel das empresas e sua atuação frente a problemáticaambiental.
Logo
após aborda-se alguns conceitos relativos a desenvolvimento sustentado esua aplicabilidade.
Na
sessão seguinte faz-seuma
revisão das legislações relativas aosmeio
ambiente, partindo-seda
Constituição Federalde 1988
com
as leis federais edo
estado
de
Santa Catarina.Ainda
no
capítulo4
aISO
14000
é apresentadacom
ênfasena
série
14001 que
tratade
Sistemas deGerenciamento
Ambiental. Finalmente, discute-se osconceitos
de
competitividadecom
ênfase nas teoriasde
Michael Porter (1992) sobre asvantagens competitivas, estratégias e cadeia
de
valores.Com
base nesses conceitos fomia-se
uma
definiçãode
competitividadeque
é utilizadono
decorrerdo
trabalho.*
O
investimentoem
um
SGA
é de dificil mensuração e o valor citado é estimado. Isto se deve ao fato demuitas vezes a aquisição de
uma
nova tecnologia ou equipamento que não agrida o meio ambiente estar aoNo
capítulo 5,com
basena
revisão teórica, inicia-se aformação do arcabouço
teórico sobre os detemiinantes
da
decisãode
se fazer investimentosem
SGA.
Essesdetemainantes são divididos
em
endógenos
Veexógenos
a atividadeda empresa
Nos
detemtinantes
endógenos
são classificados as estratégias de custo e diferenciação. Jáno
determinantes
exógenos
são estipulados quatro itens: condiçõesde demanda,
acordoscomerciais, legislação ambiental e responsabilidade social. Esses pontos são explicados e
discutidos
no
decorrerdo
trabalho.No
capítulo seguinte inicia-se a discussãodo
casoda
Hering Têxtil.A
empresa
éintroduzida
com
seu histórico, sua atuaçãono mercado
atualmente e sua açõesde
comprometimento
com
o
meio
ambiente.Em
seguida são apresentadosnúmeros
financeiros
da empresa
no
momento
anterior e posterior a implantaçãode
seuSGA.
Com
base nesses
números
eno
arcabouço teórico analisa-se a decisãoda Hering
em
investirem
um
SGA.
'Finahnente, apresenta-se
algumas
conclusões e considerações a respeito do'trabalho.
3
METODOLOGIA
3.1
Tipo
de
estudoPara a elaboração desse trabalho foi realizado
um
estudo qualitativo exploratóriodescritivo -que
de
acordocom
Rudio
(2000) caracteriza-se por descobrir e observarfenômenos,
procurando descreve-los, classificá-los e interpreta-los.Como
o
objetivoda
pesquisa é
comparar
os determinantesde
investimentoem
gestão ambientalcom
o
casoda
Hering
este tipode
estudo adequa-se a necessidadeda
pesquisa.3.2
Delimitação
do
estudoEste trabalho realizou
uma
pesquisa atravésde
estudode
casoda
Hering Têxtilno
período
que
vaide 1993 a 2001 que
foi duranteo
quala
Hering planejou eimplementou
seu
SGA
com
certificaçãoISO
14001. Este espaçode
tempo
procura evidenciara
situaçãoda
Heringnos
três anosque antecedem o
período de reestruturação e os resultadosalcançados após a certificação.
Como
definiçãodo que
sejaum
SGA
trabalhou-secom
aquele descritoconforme a
norma
ISO
14001.3.3
População
eamostra
Por
ser esteum
estudode
casoo
objetoda
pesquisa é aempresa
Hering.Como
amostra
foram tomadas
entrevistascom
os gerentes e responsáveis peloSGA
atravésde
visita
a
empresa.Na
visita pode-se observar a implantaçãona
práticado
programa
do
gerenciamento ambiental e esta foi
de extrema
importância para a pesquisa, jáque
com
elapode-se ter
uma
visão realdo
tema
estudado.Na
empresa foram
visitados as áreasde
produção
e os sistemasde
tratamento de efluentes,além
da
discussãocom
gerentes sobreo
papel
da
ISO
14001
como
estratégia competitivaDurante
a entrevistacom
um
dos
responsáveis pela
SGA
ecom
outros gerentes procurou-se verificarem
quais dos aspectosdeterminantes para investimentos
em
um SGA
a Hering enquadrava-se e quais,ou
qual,3.4
Fonte de
dados
Os
dados
primáriosforam
coletadosna
própriaempresa
atravésda
entrevista e asfontes
foram
os próprios gerentes e outros funcionários envolvidoscom
oSGA.
Já osdados
secundáriosforam
obtidosem
periódicos eem
livros relacionados ao tema.No
decorrer
do
traballio apresentam-sealgumas
informações financeiras relativas aHering
para demonstrar sua situação antes
da
implantação e apósa
certificaçãocom
aISO
14001.O
período analisadocompreende
os anosde 1993
a2001
e sãodados
secundários.3.5
Método
de
coletade
dados
einstrumento
utilizadoO
método
de coleta dedados
foi à entrevista,sem
o
usode
questionáriomas
com
um
roteiro pré estabelecido,conforme
as etapas abaixo e oconhecimento
e contatodo
autor
com
aempresa
e seus funcionários.A
entrevista desenvolveu-seno
decorrerde
todoo período
que
sepermaneceu na empresa (aproximadamente
5 horas). Inicialmentequestionou-se
como
aconteceu a implantaçãodo
SGA,
sua evolução etempo
de
implantação.
Em
seguida, abordou-se otema
decomo
oSGA
contribuicom
aempresa
na
medida que
controla processos e reduz custos.Nesse
ponto,o
autor incitou osentrevistados
a
falarem principalmente sobre controlede
efluentesdo
qual o setor têxtiltem enorme
responsabilidade.Logo
após, discutiu-secom
um SGA
certificado pelaISO
14000 pode
serum
fator decisivona
aberturade
mercados
e competiçãonum
mercado
globalizado.
As
questões nessa parteforam do
tipo:a
Hering enfrenta barreirasnão
tarifárias?
Há
apelo de consumidorespor
produtosque
sejam ambientalmente corretos?A
empresa
objetiva usar a certificação ambientalcomo
uma
forma
de marketing?Além
dasentrevistas durante a visita, a leitura de periódicos e
de
entrevistascom
diretoresda Hering
em
revistas especializadas de sites relacionados ao setor têxtil contribuíramna
coleta dessasinformações.
Não
obstante, por sero
autor naturalda
cidadede
Blumenau, onde
se localizaa Hering, seu
conhecimento
da empresa
e contatocom
frmcionáriosajudaram
no
enquadramento
dos determinantesda
Hering para investimentos 'emSGA
Um
dos pontos bastante enfatizado e questionado durantea
entrevista foio
fatoda
Hering ter investido
uma
grande quantiaem
um SGA
justamenteem
um
momento
de
sua20
discussão as razões
da
Hering acreditarque
com
esta estratégia de investimento poderiareverter os resultados desfavoráveis e alcançar a
retomada do
crescimento.3.6 Análise dos
dados
Para a consecução dos objetivos deste trabalho foi realizada inicialmente
uma
revisão bibliográfica sobre competitividade. Procurou-se desenvolver os conceitos
de
competitividade de vários autores para formulação de
uma
única definiçãoque
envolvesseos
demais
conceitosde forma que
esta fosse abrangente e clara,podendo
seradequada
a qualquer situação.A
seguir, seguindo o estudo competitivo,foram
estudadas as estratégiascompetitivas
que
as empresaspodem
adotar paraganhos de
parcelasno
mercado. Nessasestratégias,
foram
utilizadas principalmente as citadas porPORTER
(1992) jáque
estas seenquadram
nas utilizadas pela indústria têxtil estudada.Logo
após,foram
identificados osfatores detemrinantes
da
competitividade, procurando observar-sede
forma ampla
todos osfatores
que de alguma forma
interferemna
competitividade deuma
empresa.Os
autoresutilizados
foram
principalmenteFERRAZ,
KUPPER
eHAGUENAUER
(1995)por serem
autores utilizados
em
vários estudos sobre competitividade.Para a realização
da
revisão bibliográfica sobreISO
14000
procurou-se estudara
norma.da
ISO na
suaforma
original,ou
seja,sem
a interpretação denenhum
autor;Através dessa revisão pode-se observar
como
estão os processosde
regulamentação -dasnormas da
ISO
14000. Procurou-se darmaior
ênfase ao estudo a sérieISO
14001 que
tratasobre sistemas
de
gerenciamento ambiental, pois estanorma
foi a implantadana
Hering
Têxtil.
No
estudo definiu-se aISO
como
instituição intemacionalde
normalização e apartir
de
então se partiu parao
estudode
suanorma
14000 que
trataexclusivamente sobremeio
ambiente.O
trabalho nesta parte norteou-se ao estudoda ISO
14001
eem
relação aooutras
normas
fez-se apenasuma
descrição geral, jáque
muitas delas aindanão
estãoem
vigência e
não
possuem
nenhum.
tipode
certificação até omomento.
No
decorrerda
leitura
da
ISO
14001,foram
feitosresumos
emontado
uma
estrutura demodo
a simplificara
norma,
paraque
fossecompreendida
demaneira
fácil.É
importante salientarque
os dois primeiros objetivosdo
trabalho não estãorelacionados diretamente
com
a
Hering,mas
sim
com
aformação de
um
arcabouço teóricofinalidade
tomam
decisõesde
fazer investimentosem
SGA.
Para a confecção destearcabouço teórico resgata-se as informações apresentadas
na
revisão teórica ea
partir delasinicia-se a discussão dos determinantes para empresas investirem
em
SGA.
No
arcabouço
preferiu-se separar os detemiinantes entre
endógenos
eexógenos
a capacidadeda
empresa
Essa separação ocorreu apenas a titulo
de melhor
esclarecimento.Os
determinantesendógenos
estão relacionados às estratégias competitivasda
empresa,conforme
osegundo
objetivo e os
exógenos
a condiçõesde mercado,
de acordocom
0 primeiro objetivo.A
identificação de quais fatores
deveriam
fazer partedo
arcabouço foidefinida
pelo autorcom
basena
revisão teóricado tema
apresentadono
trabalho ena
observação das atuaiscondições
de mercado
e economia.A
discussão acercade aumento de
competitividadecom
a decisãode adoção de
um
SGA
aconteceno
seguinte escopo:há ou
não
relação,não
importando
quanto.Ou
seja,um SGA
contribui parao
aumento
de competitividade?Aceitou-se
que sim na medida que
reduz custos (através de controlede
processos, reduçãode custos, abertura
de
mercados).O
quantode
competitividade gera?Não
é intenção destetrabalho discutir tal tema, pois se assim
o
fizesse, entrar-se-ianuma
discussão e análisetécnica
que não
éo
objetivo aqui.Definido
aformação do
arcabouço teóricocom
determinantes endógenos: reduçãode custos e diferenciação de produtos e exógenos: condições
de demanda,
regulamentaçãoambiental, acordos comerciais e responsabilidade ambiental fez se
algumas
consideraçõese relacionou-se este pontos
com
aumento de
competitividade.Após
aformação
deste arcabouço enquadra-sea
Hering dentredo
contextona
tentativa
de
averiguar-se quais daqueles fatores seriam os decisivos para a Heringtomar
adecisão
de
realizar investimentosem
SGA.
Esseenquadramento
relaciona-secom
o
últimoobjetivo
do
trabalho. Para isso,foram
resgatados as entrevistas realizadasna
empresa, asentrevistas
de
diretoresem
periódicos eo conhecimento
e contatodo
autorcom
a Hering.É
consensona
Heringque
0SGA
é partede
um
processomaior
de reestruturação pelo qual aempresa
vem
passando desde 1994.Outro
ponto destacado nas entrevistas éo
usodo
SGA
com uma
forma de
gestão -da empresa,ou
seja, a incorporaçãoda preocupação
ambientalno
modo
de agirda empresa
No
enquadramento
dos principais determinantesdo
caso
da
Hering destaca-se a diferenciaçãodo
produto jáque
uma
das estratégiasda
empresa segundo
sua administração é a agregaçãode
valor ao produto.A
certificaçãodo
SGA
conforme
aISO
contribuiria parao
fortalecimentoda marca
Heringno
Brasil eno
22
foi bastante enfatizado pelos entrevistados. 'Outro fator
também
citado durantea
visita éo
relacionamento
da
Heringcom
acomunidade
e sua históriade preocupação
constantecom
o
meio
ambientecomo
fator decisivo para a certificação pela ISO.No
entanto, esse fatornão
foi considerado pelo autorcomo
principalna
análise pelo fatoda empresa
estarem
dificuldades financeiras e o custo
da
certificaçãoda
ISO
14000
ser alto.A
Hering poderia adequar-se as legislações e padrões de proteção ambientalsem
a necessidade de certiñcartal processo
com
o dispêndio de capitalem
um
momento
mim
financeiramente.Para o
melhor
entendimentoforam
criadas figuras e processos esquemáticosde
4.1
Degradação
ambiental
O
problema de
degradação ambientalnão
é restrito a algunspoucos
países. Pelocontrário, são
comuns
a
grande maioria dos paísesdo
planeta enão
faz distinção entresistema
econômico
ou
nívelde
desenvolvimento.Alguns
autoresafirmarn
que
adegradação ambiental é
uma
patologiamais
graveque
inflação alta, dívida externaou
estagnação econômica.i
O
desflorestamento, a degradação das bacias hidrográficas,a
perdada
diversidadebiológica,
a madeira
combustivel,a
falta e contaminação das águas,a
erosãodo
solo, oaumento
excessivo das áreasde
pastagem, a pesca abusiva e a poluiçãodo
ar sãoproblemas
comuns no
desenvolvido Sudeste Asiático,na
desértica África ena
endividadaAmérica
Latina.“Embora
o
crescimento econômico, potencialmente capacite os países alidarem mais efetivamente
com
os problemas ambientais, a experiênciatem
produzido, atéaqui,
uma
abundânciade
fracassos euma
escassezde
sucessos”(PANAYOTOU,
1994,p.15).
Estas afirmações
têm
diversas implicações. Primeiro, existem causas subjacentesde
degradação ambiental
que
sãocomuns
a paísesem
diferentes locações geográficas,com
diferentes culturas e
em
diferentes níveis de desenvolvimento.Segundo,
o crescimentoeconômico
por si só,não
provoca,nem
remedia,a
degradação ambiental. Terceiro, osproblemas
ambientais são irrsidiosos e rebeldes,ou
pelomenos, mal
compreendidos,resultando
em
negligênciaou
em
intervençõesque
tratam dos sintomasem
vezde
causassubjacentes. V
A
degradação ambiental acontece emiíndices cumulativos que, se deixadosde
lado,no
final das contas, irãominar
o crescimento econômico.Por
essa razão, a proteçãoambiental
não
ésomente
uma
preocupação
de luxo dos países industrializados,mas
étambém
crucial para os paísesem
desenvolvimento.Clamar por
uma
proteção ambientalbaseada, simplesmente, nas taxas de erosão
do
soloou
poluiçãodo
ar é urnaforma
deavaliação equivocada e superficial.
As
manifestações fisicasda
degradação ambiental sãomorosas
e, por isso, indicações enganosasdo
desenvolvimento sustentável. Certamente, as24
aqueles
que desejam
adotarum
desenvolvimento sustentável, vistoque surgem
tantoem
raízes das causas quanto os possíveis remédios para a degradação ambiental.
O
dano
ambientalpode
estar associado àmá
economia
oriunda de políticasgovemamentais mal
orientadas emercados
distorcidosque
estabelecem preços impróprios para os recursos naturais.O
desenvolvimento sustentável, portanto, requerque
ogovemo
corrija essas falhas
de mercado
e a falta de reformas políticas.A
despeito das negociaçõesaparentemente livres a curto prazo, a
boa
economia
eo
bom
meio
ambienteandam
de
mãos
dadas, especialmente nos paísesem
desenvolvimento,onde
existe grande potencialpara melhorar a eficiência
na
alocação e utilização dos recursos primários.A
má
economia
funciona parapromover
a degradação ambiental e destemodo. ameaçar
o crescimento econômico.Conquanto
existamem
abundância tentativas fracassadasde
proteger osrecursos naturais,
também
tem
havido sucessosque oferecem
esperançade
progresso emodelos
paraemulação
e adaptação. Esses casos, os sucessos e fracassos,ambos
instrutivos para os legisladores nos países
em
desenvolvimento, para as instituiçõesde
assistência bilateral e multilateral e para grupos
de
.ambientalistasque esperam
provocaro
desenvolvimento sustentável.
O
tenno
ambiente refere-se igualmente a qualidade e a quantidade de recursosnaturais renováveis e
não
renováveis. Inclui ainda omeio
ambientedo
qualfazem
partea
paisagem, a
água
ea
atmosfera constituindoum
dos elementos essenciaisda
qualidadede
vida.
Assim
definido, o ambiente éum
deterrninante críticoda
quantidade, qualidade emanutenção
das atividadeshumanas na
vidaem
geral.Degradação
ambiental, então, é a diminuiçãodo
ambienteem
quantidade e sua deterioraçãoem
qualidade.Seguindo
essa linhade
raciocínioPanayotou
(1994) colocaque
osproblemas
ambientais
têm
uma
dimensão
idênticaem
quantidade e qualidade.Os
problemas
relacionados
com
aágua
incluem tanto a sua faltacomo
a deterioração de sua qualidadeatravés
da
poluição eda
sua contaminação.Os
problemas
florestais incluem tantoo
desflorestamento,
no
sentido de suaperda de
cobertura florestal, quantoa
degradaçãoflorestal
no
sentidoda
reduzida produtividade florestal,perda
de
diversidade e substituiçãodas florestas primárias por florestas secundárias.
Os
problemas
relativos à terraincluem
aescassez
de
terra fértil, a erosão,encharcamento
e salinizaçãodo
solo.Os
problemas da
pesca
abrangem a
pesca excessiva e as alterações verificadas pela substituição das espéciespor
outrasmenos
valiosas,ou
seja,um
aumento da
quantidade de peixes baixa qualidademeio
ambiente incluem a densidadedemográfica,
isto é, congestãodemográfica
e, consequentemente,menos
espaço disponívelpor
pessoa, tanto quanto a poluiçãodo
ar,da
água
e atéa
poluição sonora.Na
medida
em
que
osproblemas vão
se agravando, eles setomam
problemas
quantitativos.
Por
exemplo, devido à excessiva poluição, aágua poderá
setomar
completamente
impotável.A
terrapoderá
setomar inadequada
para o cultivo, devido aexcessiva erosão.
Qualquer
área florestalpoderá
perdercompletamente
a sua coberturadevido a degradação,
o que
ocorre, por exemplo,quando há
o encurtamentodo
ciclode
repousonum
sistema rotativode
culturado
solode
que
resulta a substituiçãoda
floresta por erva daninha cuja eliminação é muito dispendiosa. Certas áreas urbanas(como
favelase áreas residenciais
próximas
dos vertedourosde
lixo ede
instalações fabris, químicasou
nucleares)
poderão
setomar
locais insuportáveis para viver devido a sua excessivacontaminação e poluição.
Os
problemas de
qualidadetambém
setomarão problemas de
quantidadeporque
a quantidade é limitada a qualidade.Por
exemplo,a
faltade água
potável,
de
terras boas para a agricultura ede
florestas primáriaspodem
coexistircom
a
abundância
de água de
baixa qualidade, terra improdutiva e florestas secundárias.Ainda segundo Panayotou
(1994) expandir o suprimentode
uma
fonteou ambiente
às custas
de
outropode
serbenéfico
até certoponto
mas,na medida
que
determinadorecurso estiver sendo excessivamente explorado e
em
extinção, a diversidade está perdidaecom
ela perde-setambém
a opção de
desenvolvimento eum
elemento de qualidadede
vida.
A
diversidade de espécies e ambientes é essencial parauma
produtividadeprolongada e para a sustentabilidade
do
desenvolvimento econômico. Preservar adiversidade é
uma
forma
de investimento para0
futuroou
um
seguro contra incertezasfuturas.
Sua
diminuição constitui-seem
degradação ambientalmesmo
que
um
recursoigualmente produtivo tenha substituído a diversidade
como
fatorde produção
ou
uma
fonte de,consumo.
É
importante manterem
mente, quand_o estiver-se discutindode
degradaçãoambiental suas três dimensões: quantidade, qualidade e diversidade.
Além
de
suasinterdependências.
4.2
As empresas
frentea
questãoambiental
A
aceitaçãoda
responsabilidade ambiental pressupõeuma
tomada
de consciência26
enquanto estiver atendendo a
uma
demanda
da
sociedade.Se a
demanda
cessar,ou
senão
for atendida pela empresa, esta perde a sua razão
de
existir.A
necessidade quanto a produtos e serviçosparecem
ser mais explicita,porém, a
crescente
preocupação
com
a preservação ambientalpor
partedo
consumidor,nem
sempre
é percebida
ou
considerada.A
conscientizaçãono
Brasilnão
parece ser das melhores, sua evolução foi inequívoca e irreversível,muito
dissoem
funçãodo
desenvolvimentoretardado
da
legislação ambiental, faltade
apoioda mídia
e a ausênciade
Organizaçõesnão
Govemamentais.
De
qualquer fonna, abusca
recentede algumas empresas de busca
pela certificaçãoISO
14000
parece demonstraruma
tendência amudança
de
posturaem
relação aos custosambientais, antes considerados incompatíveis
com
a necessidadede
sobrevivênciaeconômica.
A
polêmica Leide Crimes
Ambientais (Lei n°9605/98)
colocou definitivamenteem
destaque essas questões, pois estabelece a responsabilidadeda
pessoa jurídica,inclusive penal,
chegando
a possibilidadede
liquidaçãoda
empresa,em
certo casos, à.transferência de seu patrimônio para o Patrimônio Penitenciário Nacional.
Nenhuma
outralei
mereceu
tanta atençãono
mundo
dos negócioscomo
esta.Enquanto algumas
empresas seperguntam
quanto custa implementarum
Sistemade Gerenciamento
Ambiental, outraschegam
a conclusãoque
émuito
mais caronão
tero
sistema, face aos diversos riscos
que
estão sujeitos,como
acidentes, multas ambientais,danos
a
imagem,
barreirasnão
tarifárias, etc.Com
base nessas afirmaçõesMoreira
(2001) cita os principais motivosque
levarnurna
empresa
aimplementar
um
SGA:
barreiras a exportação, pressãopor
parte de clientes,pressão
da
matriz, pressãoda
concorrência, percepçãode
riscos.O
autor aindacomplementa
dizendoque
o beneficioda
certificação percebido pelas empresas étomar
sua
imagem
mais atraente para o mercado. Entretanto, muitos outros beneficiosdeveriam
ser percebidos, tais
como:
a) melhoria
do desempenho
ambiental associado a reduçãode
custos (poluição éperda
de
matériaprima
e energia);b)
manutenção
ou
aumento da
atraçãode
capital (acionistasem
geralnão
searriscam investindo
em
empresasque
poluem);c) prevenção de riscos e possibilidade de redução dos custos
com
seguro;,I
e)
boa
reputação juntoa
órgãosgovemamentais
eONGS;
Í) possibilidade
de
obtenção definanciamentos
a taxas menores;g)
homogeneização
da
forma de
gerenciamento ambientalem
toda a empresa,especialmente
quando
suas unidades estão dispersas geograficamente;h) beneficios intangíveis
como
melhoriado
gerenciamentoem
funçãoda
culturasistêmica,
da
padronização pessoal, rastreabilidadede
informações técnicas, etc.É
bastante provávelque
uma
empresa que
se considereadequada
aos requisitoslegais
não
perceba qual seriao beneficio da
implantaçãode
um SGA
além do
apelode
marketing.
Nesse
contexto, poluição éum
problema de
responsabilidadedo
departamentode
meio
ambiente,que não
tem
autoridade sobreo
processo produtivo, e portanto, sótem
condições
de
atuarna
linha finaldo problema
A
implantaçãode
um
SGA
proporciona o envolvimentoda empresa
como
um
todo.A
responsabilidade ambiental é disseminadapor
toda a empresa. Então, todospassam
aenxergar a questão ambiental sob
a
mesma
ótica, soluções criativascomeçam
a surgirem
toda a
empresa
explorando a oportunidadede
aproveitamento de rejeitos, substituiçãode
insumos, eliminação de perdasnos
processos, reciclagem, reduçãodo
consumo
de energia,redução
da
geraçaode
resíduos,mudanças
tecnológicas, etc.Quando
tunaempresa
implantaum
Sistema de GestãoAmbiental
adquireuma
visão estratégica
em
relação aomeio
ambiente e deixade
agirem
função apenas de riscosepassa
a
percebertambém
as oportunidades. lssosomente
é possível se todos compartilharem amesma
visão e estiveremmotivados
a contribuir. Esse é omaior
diferencial.
4.3
Desenvolvimento
sustentávelO
termo
desenvolvimento sustentávelcomeçou
a ser utilizadona
esfera empresarialcom
apreocupação
do
esgotamento dos recursos mineraisno
planeta a partirda
década de
80.Desde
então muitos autoresvem
escrevendo sobreo
tema
e muitas teorias estãosendo
desenvolvidas.
O
ponto centralda
discussão concentra-seem
encontrarum
pontoótimo
entre crescimento
econômico
e desenvolvimento sustentável.Em
meio a
debates sobremeio
ambiente,economia
e política surgiuem
1987
oconceito
de
desenvolvimento sustentável atravésdo
relatórioda Comissão Mundial
das28
definiu
0 desenvolvimento sustentávelcomo
“desenvolvimentoque
corresponde àsnecessidades
do
presentesem
comprometer
as possibilidadesde
gerações futurasde
satisfazer suas próprias necessidades”
Para Donaire (1995) o conceito
de
desenvolvimento sustentado apoia-seem
trêsgrandes pilares: o crescimento econômico, a equidade social e
o
equilíbrio ecológico,incute
um
espíritode
responsabilidade atravésda
qual aconteceum
processo demudança
que
visa buscarum
sentidoharmonioso
para a utilização dos recursos naturais, osinvestimentos financeiros e as vias
de
desenvolvimento tecnológico.De
acordocom
Maimon
(1999)o
desenvolvimento sustentável émais
do
que
um
novo
conceito, éum
processode mudança, onde
a exploraçãode
recursos, a orientação dosinvestimentos, os
rumos
do
desenvolvimento ecológico e amudança
institucionaldevem
levar
em
conta as necessidades das gerações futuras.A
ênfasena
ecologia estána
origem
do
termo
sustentável,quando da
procurado
equilíbrio entre os ritmosde
extraçãoque
assegurem
um
mínimo
de renovabilidade para o recurso.A
ênfaseno
econômico
acarretaabusca de
estratégiasque visem
a sustentabilidadedo
sistema econômico. E, a ênfaseno
social visa criar as condições sócio
econômicas
da
sustentabilidade.A
responsabilidade das empresascom
relação aomeio
ambiente nasceno
momento
em
que
estasmanejam
recursos naturais e são responsáveis pelo seu uso, aproveitamentoedesatinação
de
resíduos.“ao invés de produzir materiais que poderão ser reciclados, deve-se optar por aqueles que
possam ser reutilizados, e os que serão colocados
em
aterros sanitários poderiam sertransfomiados
em
energia através da incineração. Assim, redur-se-ia o volume de residuos já no inicio do processo produtivo estendendo-se para as demais etapas da cadeia produtiva.Outro fator de relevância refere-se ao modelo de produção deve ser realizado mediante a
utilização da menor quantidade de energia e materiais possivel
com
o objetivo de gerarmenos resíduos” Demajorovic (1995;43)
Ações
dessa natureza só se farão presentes seforem
adotadas políticas deemprego
de tecnologias limpas,
com
reduçãode
desperdícios e baixovolume
de
ernissões, essesistema
complexo pode
sercomplementados
pelo setorde
consumo
que, orientado parauma
posturade
rejeição aos produtos ambientalmente inadequados, estará contribuindosubstancialmente para
um
crescimento sustentável.São
necessáriasmudanças
de hábitoe
atitudes;
uma
nova
postura frente às preocupações ambientais,na
qual os interessescoletivos se
sobreponham
aos interesses individuais, querde
indústriasou
de
indivíduos,Necessita-se hoje,
um
tipode
desenvolvimento centrado tanto nas pessoascomo
concentradona
melhoriada
condiçãode
vida, quantona
conservação,mantendo
avariedade e produtividade
da
natureza.Deve-se
parar de discutir conservação edesenvolvimento
como
selambos
estivessem opostosum
ao outro e reconhecerque
sãopartes essenciais
de
um
processo único e indispensável.“a empresa que quiser ser vencedora no futuro terá que assumir compromissos morais, éticos e ambientais, pois estes constituirão o componente critico da estratégia competitiva.
O
conceito de competência mudou, passou a incorporar esses fatores ignoradosanteriormente, que agora também são exigidos pelo consumidor, o qual está percebendo cada vez mais o irnpacto ambiental causado pelos produtos que adquire”. Para Pauli (1 996,84)
Por
outro lado,a
globalização e oavanço
das tecnologias nos sistemas deinformação
proporcionam
o acesso ao conhecimento, aoaumento
das denuncias e afacilidade
da
divulgação nosmeios
decomunicação
sobreo
desrespeito ao ambiente.A
humanidade
precisa aprender a viver dentro das limitaçõesdo
meio
fisico enquantofomecedor de insumos
etambém
escoadouro de
detritos.Apesar
deno
curtoprazo a degradação ambiental
não
apresentarum
risco real a sobrevivênciada
humanidade,
pode
resultarem uma
reduçãoda
qualidade de vidaÉ
urgenteque
seassuma
a responsabilidade para
com
as outras espécies ecom
a proteçãoda
biodiversidade.Assim
sendo, Donaire (1994) enfatizaque
os investimentos aplicadosem
prevenção
da
poluição,além de proporcionarem
a reduçãoda
degradação ambiental eo
aumento da
produtividade , contribuemtambém
para evidenciara
imagem
da empresa
tanto nacional
como
intemacionalmente.A
preocupação
com
o meio
ambiente e suaproteção,
lembra
o autor, está se convertendoem
boas
oportunidades para asempresas
conquistarem maiores fatias
de
mercado.A
exigênciade
uma
postura ambiental pelasempresas materializa-se através
da
crescente hostilidadede mercados
intemacionais aos produtosque não
satisfazem aos padrões ambientais estabelecidos.As
variáveis ambientaisque
asempresas
devem
considerar estão diretamenterelacionadas aos
insumos de suaprodução.
Dentre eles pode-se citar: constunode
água,energia e outras matérias primas
que
devem
ser devolvidasou
recolocadasno
meio
30
4.4 Legislação
ambiental
no
BrasilA
legislação ambientalno
Brasil divide-sede
acordocom
a hierarquia das leis epor
regiões.
Assim
tem~se a Constituição Federalcomo
a direcionadora efixadora de
princípios e as legislações federais e estaduais regulando a matéria. '
4.4.1
O
texto constitucional e omeio
ambienteA
Constituiçãode 1988
trata o assunto relativo aomeio
ambientecom
profundidade e atualidade,
muito
porque
esta espelhou-senos
26
princípios fundamentais de proteção ambiental declaradosem
junho de
1972,quando
da
Conferência dasNações
Unidas,em
Estocolmo, Suécia, eem
constituiçõesmodernas de
paísesque
estãomais
avançados no combate
a poluição ambiental.O
texto constitucionalabordando
otema
iniciacom
a
referência aomeio
ambienteno
artigo 5°, alínea LXXIII,que
confere a qualquer cidadão a legitimidade parapropor
ação popular
que
vise neutralizar atos lesivos aomeio
ambiente, patrimônio histórico ecultural.
No
artigo 23, evidenciaque
éde competência da
União, Estados, Distrito Federale Municípios proteger e preservar
o meio
ambiente e seus patrimônios naturais ecombater
a poluiçãoem
todas as suas formas.Em
seguida,no
artigo 24,em
suas alíneas VI, VII eVIII, entre outros títulos,
promove
à União, Estados e Distrito Federal acompetência
paralegislar concorrentemente sobre a conservação
da
natureza, defesado
solo e dos recursosnaturais, proteção ao
meio
ambiente e controleda
poluição,bem
como
sobrea
responsabilização
por
danos aomeio
ambiente e ao consumidor.Um
artigo de grande relevância é o 170,que
em
sua alínea VI, consideraa
defesado meio
ambientecomo
um
dos princípiosda ordem
econômica,o que
envolve a consideraçãode
que
toda atividadeeconômica
só desenvolve-se legalmentequando
atendea
esse princípio, entre outros relacionadosno
mesmo
artigo,que
estabelecem a aplicaçãode responsabilidades administrativas, civis e penais às
empresas
e seus dirigentesna
fonna
prevista
no
artigo 173, § 5° eno
artigo 2°da
Lei Federal 9.605/98.No
artigo 200, alíneaVIII, é declarado
que
éde
responsabilidadedo
SistemaÚnico de
Saúde, entre outrasatribuições, colaborar
com
a proteçãodo
meio
ambiente,no
qualcompreende
os locaisde
Dando
segmento
aos tratadosda
questão ambiental, expressosnos
artigosde maior
relevância para esse trabalho,
temos
que,no
artigo 220, § 3°, alínea II, é feitauma
referência
de
grande importância quanto àcompetência da
lei federalem
estabelecer osmeios
legaisque garantem
às famílias e aos cidadãos a possibilidadede
sedefenderem
da
propaganda enganosa de
produtos, serviços e práticas nocivas aomeio
ambiente e àsaúde
pública.
Porém,
éno
único artigodo
capítulo VI, titulo VIII, constante dessa constituição,que
se encontra expressocom
maior
desenvolvimento a tutelado meio
ambiente:o
artigo 225.A
Constituição Federal, 1988, assegura, pormeio do
artigo 225, que:"todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o qual, é
bem
de usocomum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida da coletividade, sendo dever do poderpúblico e da coletividade defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações,
sejam elas brasileiras ou estrangeiras." (Art. 225 CF;94)
A
Constituição assegura, ainda, atravésde
seu § 1°do
artigo 225,que
é deverdo
poder
públicopromover
aeducação
ambientalem
todos os níveis de ensino ea
conscientização pública para a preservação
do meio
ambiente. E, para o controle dasatividades produtivas
que
possam
causara
degradaçãodo meio
ambiente, ela expressa,no
mesmo
artigo,que
opoder
público deve:a) alínea IV: exigir,
na
forma
da
lei, para instalaçãode
obraou
atividadepotencialmente causadora
de
significativa degradaçãodo meio
ambiente, aadoção do
instrumentode
prevençãode
degradaçãodo meio
ambiente,ou
seja; o estudo préviode
impacto ambiental, aque
se dará publicidade;b) alínea V: controlar
a
produção, a comercialização e 0emprego
de técnicas,métodos
e substânciasque
comportem
risco à vida, à qualidade de vida e aomeio
ambiente.Em
seu § 3°, as condutas e atividades consideradas lesivas aomeio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas fisicasou
jurídicas, a sançõespenais e administrativas, independentemente
da
obrigaçãode
reparar osdanos
causados.
A
Além
dos textos constitucionais aqui apresentados, existem muitos outrosque
enriquecem
essa cartade
fundamental importância paraum
desenvolvimento sustentável. 32
de normas
ambientais constantesda
Legislação Ambiental Federal ede
seus Estados-Membros.
,4.4.2 Legislação ambiental federal
O
processode
conscientização ecológica,em
tomo
da
sustentabilidadeda
vidaglobal,
tem
proporcionado o desenvolvimentodeuma
nova
postura ambiental normativaem
nível mundial.Em
alguns países pode-se observarum
processode
adaptaçãode
suaslegislações ambientais às atuais circunstâncias
em
tomo da
presente questão, enquantoque
em
outros encontramos legislaçõesde
carátermoderno
em
vistado
que
está acontecendoem
termos de competitividade demercado
etambém
no
tocanteã
garantias de qualidadede
vida para a atual e futuras gerações.No
caso brasileiro, a evolução- juridica dos textosque
tratamdo
tema
meio
ambiente
vem
transpondo a barreirade
projetos legislativos,tomando
o corpode
textosconstitucionais
com
caráter de legitimidadede
direito a vida,como
visto anteriormente.A
elaboração das
normas
ambientaistem
sido sustentada pelos conceitosmodernos de
desenvolvimento sustentável, a partir dos quais a LegislaçãoAmbiental
Brasileiratomou
seu corpo, tendo a sua mais recente edição sancionada pela Lei Federal 9.605/98.
Ainda
assim,
um-
grandenúmero
dos textos das legislações anteriorespermanecem
exercendosuas legalidades.
As
primeirasnormas
protetorasderam-se
por voltade
1923, atravésdo
artigo554/23 do Código
Civil, de teormuito
restrito.Em
seguida, surgiuo Regulamento de
Saúde
Pública pormeio do
Decreto 16.300/23, cujas finalidades eram:a) licenciar todos os estabelecimentos industriais novos, assim
como
as oficinas,exceto os de produtos alimentícios;
b) impedir
que
as indústrias prejudicassem a saúde dosmoradores de
suavizinhança, possibilitando o afastamento das indústrias nocivas
ou
incômodas.A
Legislação Federal de1934
apresentouem
seu textoalgumas
normas de
referência ao
meio
ambiente, taiscomo: o
Código
Florestal [Dec. 23.793/34] substituidopela atual Lei Federal 4.771/65;
0
Código
de águas [Dec. 24.643/34]de imensa
importância para a legislação
da
causa ambiental, aindaem
vigor,que
tratada
poluição das águas públicas;o
Código
de pesca [Dec-Lei 794/381, entre outros.Por
voltada segunda metade da década de
60,o
tratamento legislativo pertinenteaesse
tema
teveque
ser revisado, resultando, assim,na
Legislação Federal de 1967.Essa
partiu
do
Decreto-Lei 248/67,que
instituiu a Politica Nacionalde Saneamento
Básicovoltada
com
maior
ênfase para 0programa de
abastecimentode
água
e esgoto sanitário,conhecida
como
"Poluiçãoda
Pobreza". Juntamentecom
o decreto-lei anterior, tivemoso
Decreto-Lei 303,que
criou oConselho
Nacional de Controleda
PoluiçãoAmbiental
com
a finalidade específicade promover
o controleda
poluição decorrente das atividadesmausmzús.
'
As mudanças
em
tomo
dasnormas que
regem
os atos das atividadeshumanas
frente à questão ambiental,
em
finaisda década de
610 e princípio dos anos 70,eram
intensas e literalmente galopantes.
Naquele
mesmo
ano,de
1967, a Lei 5.318 instituiuuma
nova
Política Nacionalde Saneamento
e a criaçãodo Conselho
Nacional deSaneamento
Básico, cujas atribuições tratavam das diretrizes
de saneamento
básico paraa
drenagem
deesgotos pluviais, modificações artificiais
de massas de
água, das inundações e erosões.Em
seguida,no
ano de
1973, atravésdo
Decreto 73.030, artigo 1°, foi criada a.SEMA
~ Secretaria Especial deMeio
Ambiente
- orientada para a conservaçãodo meio
ambiente e o uso racional dos recursos naturais,
que
foi substituída anos depois peloIBAMA.
\
As
normas
ambientais, referentes àtutelado
meio
ambiente, continuaram evoluindojuntamente
com
o'avanço
das discussões sobre o assunto,mas
nenhum
resultadosatisfatório há.
de
ser alcançado caso sejam desconsiderados os princípios básicosde
antecipação, precaução e prevenção
de
impacto aomeio
ambiente. Esses princípiosbem
interpretados
podem
representara
sustentabilidade das atividadeseconômicas
dentro deum
contextobenéfico
de qualidade de vida para ahumanidade.
A
seguir apresentam-sealgumas
normas
ambientaisde
destaqueque fazem
partedo
processo de evolução
da
LegislaçãoAmbiental
Federal:a) Lei Federal 2.312/54, regulamentada pelo Decreto 49.974/61: dispõe sobre o
dever
do
Estado quantoà
defesa e proteçãoda
saúdedo
individuo;b) Lei Federal 5.357/67 e Decreto Federal 50.877/61:
dispõem
sobreo
lançamentode
resíduos tóxicosou
oleosos nas águas interioresou
litorâneasdo
País;c) Decreto 76.389/75 juntamente
com
o
Decreto-Lei 1.413/75:dispõem
sobre ocontrole