Rlsco
DAS
LERS/DoRTs
Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de Produção
ENFOQUE
PREVENTIVO
REFERENTE
AOS
FATORES
DE
RISCO
DAS
LER§IDORTs
O
CASO
DE
CIRURGIOES-DENTISTAS
Luiz Alberto Langoski
Dissertação apresentada
ao
Programa de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarinacomo
requisito parcial paraobtenção
FLoR|ANÓPoi_is
2oo1
do
Títulode
Mestreem
ENFOQUE
PREVENTIVO REFERENTE
AOS FATORES
DE
RISCO
DAS
LERslDORTs
'O
CASO
DE
CIRURGIÕES-DENTISTAS
Esta dissertação foi julgada
e aprovada
para aobtenção
do
títulode
Mestreem
Engenharia
de
Produção no
Programa de Pós-Graduação
em
Engenhariade
Produção
da
Universidade Federalde
Santa
CatarinaFlorianópolis, 10
de
setembro
de
2001.`
/
,./////Q
Prof.
RICA
_IRAND
BARCIA,
PhD.
ém›l'~
Curso
BANCA
EXAMINADORA
~'
Q»
e¬-Prlof.
Eugenio
An~"
Dr._
Orientador
_
/
M
.
A
meus
queridos fiihos,Lucas e
Luana.Aos meus
pais,Tadeu
e Mercedes,
ao
meu
irmão Fabio,pessoas
muito importantesem
minha
vida.Agradecimentos
Ao
Serviço Socialdo
Comércio
- SESC,
pelo apoio recebido, atravésdo
DiretorQ
Regional
do
SESC/PARANÁ,
Sr.Amauri
Ribasde
Oliveira,e
do
Diretorde
Recursos
Humanos
do
SESC/PARANÁ,
Sr. Paulo Roberto Schubert.Aos
professoresdo
cursode
Pós-graduação
em
Engenharia
de
Produção.J/ão orientador Professor Dr.
Eugenio
Merino, pelacompreensão,
apoioe
dedicação.A
todosque
diretaou
indiretamente contribuíram paraa
realizaçãoH
“A impossibilidade
de
hoje torna-se realidadeamanhã
quando
os
esforçoshumanos
são
alimentados pelo
entusiasmo e
pela paixão”.LISTA
DE
FIGURAS
... ..XLISTA
DE
QUADROS
... _.XIi
LISTA
DE TABELAS
... _.XII|_isTA
DE
REDUÇÕES
... ..x|RESUMO
... __XIV
ABSTRACT
... _.XV
CAPÍTULO
1:DEFINIÇÃO
DO
PROBLEMA
DE PESQUISA
... __1.1
Apresentação
do tema
... _. 1.2 Objetivo geral ... _. 1.3 Objetivosespecíficos
... __ 1.4 Hipótese ... ._ 1.5 Justificativa ... ._ 1.6 Delimitaçãodo
trabalho ... _.1.7 Metodologia geral
da
pesquisa ... __CAPÍTULO
2:REVISÃO
DA
LITERATURA
... ._2.1
Considerações
iniciais sobre asLERs/DORTs
... _.2.2 Terminologias
das
LERs/DORTs
... _.2.2.1 Terminologia
das
LERs/DORTs
em
alguns países ... ._ 102.3.2
Aspectos
psicológicos ... ._2.3.3
Aspectos
organizacionais ... ._2.4 Fatores. multicausais
das
LERs/DORTs
... ._2.4.1 Fatores biomecânicos: relacionados
aos movimentos
humanos
2.4.2 Fatores organizacionais: relacionados
ao
ambiente
de
trabalho 2.4.3 Fatores psicossociais: relacionadosa conduta
mental ... ._2.5 Teorias sobre
as
LERSIDORTS
... ... ._2.6
Causas
das
LERs/DORTs
... ._2.7 Diagnóstico
das
LERs/DORTs
... ._2.8
Prevenção das
LERs/DORTs
... ._2.9
Ergonomia
... _.2.9.1 Conceitos
e
aplicabilidade ... __2.9.2
A
Ergonomia e
a relaçãona
prevenção das
LERs/DORTs
... ._2.10
O
CIRURGIÃO-DENTISTA
EM RELAÇÃO
AS
LERSIDORTS
... _.2.10.1
Casos de
LERs/DORTs
em
cirurgiões-dentistas ... ._2.10_2
Aspecto
posturalna
profissão
cirurgião-dentista ______________________ _.2.10.3
O
estresseem
odontologia eas
LERs/DORTs
... ._2.10_3.1
Concepção
biopsicossocialdo
estresse ... __2.10.3_2 Fatores
do
estresseem
odontologia ... ._2_10_3.3
Prevenção e
controledo
estresse ... _.2.10.3.4
Sedentarismo
e exercícios ... __3.1 Metodologia
do
estudode
caso
... _.73
3.1.1
Modelo
de
estudo ... ._73
3.1.2
Seleção dos
sujeitos ... ._73
3.1.3 Coleta
de
dados
...74
3.1.4
Tratamento
estatístico ... _.74
3.2 Histórico
e
infra-estruturada
empresa do
estudode
caso
... _.74
3.2.1
O
serviço odontológicono
SESC
Paraná
... _.77
3.2.2
Aspectos
organizacionaisda
Odontologiano
SESC/PARANÁ
... ._78
3.3 Análise
dos
dados
obtidos atravésdo
questionário ... ._79
3.3.1 Caracterização
da
população
... ._79
3.4
Considerações
finaisdo
estudode
caso
... ._89
3.5
Recomendações
... _. ... _. 91CAPÍTULO
4:coNs|DERAçõEs
|=|NA|s ... ..95
4.1
Conclusões
... _.95
4.2 Futuros estudos ... _.96
5REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... _.98
6ANEXOS
... ._113
6.1 QuestionárioLERsIDORTs
... ._113
6.2Guia
INSS
... _.119
6.3NR
17-
Ergonomia
... ._ 131LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1:
Concepção
Biopsicosscialdo
Estresse ... .. p.56Figura 2:
Aspectos
do
Estresse ... .. p.58LISTA
DE
QUADROS
Quadro
1:Problemas
em
relaçãoa
algunstermos
usados
LERs/DORTs
p.11Quadro
2: Classificaçãodas
LERs/DORTs
em
relaçäoao
localda
dor ... _. p.16Quadro
3: Estresse:Fase
da reação
de
alarme
... ._ p.57Quadro
4: Estresse:Fase
de
resistência ... _. p.57Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
LISTA
DE
TABELAS
la 1:
Grau
de
comprometimento das
LERslDORTs
... _. p.15a
2:Condições
de
trabalhoem
relaçãoas
LERslDORTs
... _. p.21a
3: Fatores associadosas
causas das
LERslDORTs
... ._ p.28a 4: Caracterização
da população quanto
ao
sexo
... _. p.79a
5:Média
do tempo
de
profissão ... ... ._ p.80a
6:Média
de
idade ... ._ p.80la 7:
Média
da
carga horáriade
trabalho seanal ... __ p.80la 8:
Conhecimento
a respeitodas
LERslDORTs
... p.81 la 9:Problemas
sugestivos relacionadosas
LERslDORTS
... _. p.81Tabe
Tabel
Tabe
a
10:Sintomas
que
apresentam
maior intensidade ___________________________ ._ p.82a
11: Períododo
diacom
maior manifestaçãodos
sintomas ... ._ p.82a
12: Períododa
semana
com
maior manifestaçãodos
sintomas ... ._ p.83Tabela
13Presença de fomigamento
em
alguma
regiãodo
corpo ... __ p_84Tabe
Tabe
Tabel
na 14:
Presença de sensação
de
cansaço
... ._ p_84la 15:Utilização
de medicamentos
... ._ p_84 la 16:Ritmo
de
sono
... __ p_85Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabe
Tabela
17:Região
do
corpocom
maior desconfortoou
dormuscular
________ _. p_85Ia 18: Realização
de
exercícios preventivos ... ._ p.86a
19: Freqüênciade
realizaçãode
atividades físicas ... _. p.86a
20:Conhecimento
sobreo
sedentarismo ... ._ p.87na 21: Realização
de
tratamento fisioterápico ... _. p.87a
22: Atual estadode
saúde
... ._ p_88|.|sTA
DE
REDUÇÕES
Siglas
CDs
Cirurgiões-DentistasDORTs
DistúrbiosÓsteomusculares
Relacionadosao
TrabalhoLERs
Lesões
por Esforços RepetitivosNR
Norma
Regulamentadora
SESC
Serviço Socialdo
Comércio
RESUMO
LANGOSKI,
Luiz Alberto.Um
enfoque
preventivo referenteaos
fatoresde
riscodas
LERs/DORTs
-O Caso de
Cirurgiões-Dentistas. Florianópolis, 2001. 138f. Dissertação (Mestradoem
Engenharia
de Produção)-Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2001.As
Lesões
por Esforços Repetitivos(LERs)
ou
DistúrbiosÓsteomusculares
Relacionados
ao
Trabalho(DORTs), são
doenças que
podem
ter caráterocupacional,
e que
atingem principalmenteos
membros
superiores. Entreas
conseqüências
destefenômeno,
estãoas
dificuldadesque
se estabelecem
para
o
exercícioda
atividade profissional,como
o
ritmode
trabalhoque tem
chamado
a
atenção.Os
Cirurgiões-Dentistasencontram-se
inseridosno grupo
de
riscopara o acometimento
destas lesões, poisa
atividade desenvolvida exigeem
muitas situações, esforços físicos oriundosde
posturas inadequadas,uso
de
força excessiva, repetitividade, e muitasvezes
associadosao
estressee
ao
estilode
vida.O
estudo realizado revelao
pertildo
Cirurgião-Dentistaquando
se
refere aestreita relação entreas
LERs/DORTs
e os
fatoresde
risco associadoscom
as
atividades executadas.O
estudoaponta
ainda a diferençaem
vários itens analisadosquando
compara-se o sexo
masculino e feminino,mostra
também
a
importânciada
atividade fisicacomo
um
fator decisivocomo
prevenção.
Os
resultadosda
pesquisamostram
anecessidade de programas
de
prevenção
contraas
LERs/DORTs, onde
cuidadoscom
os
fatoresbiomecânicos, o estresse
e o
sedentarismosão
de
grande
importância.ABSTRACT
LANGOSKI,
Luiz Alberto.Um
enfoque
preventivo referenteaos
fatoresde
riscodas
LERs/DORTs
-O caso
de
Cirurgiões-Dentistas. Florianópolis, 2001. 138f. Dissertação (Mestradoem
Engenharia
de
Produção)
-Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
2001
Culative
Trauma
Disorders(CTD)
or Worked-related muskulosketetal Disorders(WMSD),
they are diseases thatcan have
occupational character,and
that reach mainly the superiormembers.
Among
theconsequences
of thisphenomenon,
are the difficulties that there are in theaccomplishment
of theprofessional activity,
as
thework
rhythm thathas drawn
our attention. Dentistsare inserted in the roup of risk for the suffetring of these lesions,
because
thedeloped activity
demands
in a lot of situations, physical efforts originated ofinadequate postures,
use
of excessive force,movement
repetition,and a
lottime associated with the stress
and
style of life.The
accomplished
study revealsDentistis`profile
when
referring to the narrow relationshipbetween
CTD/WMSD
and
the tisk factors associated with theexecuted
activities.The
study still pointsout the difference in several analyzed items
when
themale and
femalesex
iscompared,
it alsoshows
te importance of the physical activityas a
decisivefactor
as
prevention againstCTDIWMSD,
where
the care with the factors biomechanic, the stressand
the sedentary style of life are of great importance.1.1
Apresentação
do tema
O
trabalhoé
a linha mestrada
atividadehumana, da
dinâmica produtiva.É
um
dos poucos
fatores essenciaisna
criaçãode
recursose
de
desenvolvimento
das
sociedades. Delenascem
a
tecnologia,as
organizaçõesprodutivas,
os
sistemasde
trocaque
constituemos mercados, os
recursosque
possibilitam a vida individual
e
coletiva. Ele encontra-seno
âmago
da
possibilidade
de
satisfaçãode
necessidades humanas, das mais
básicasàs
mais
sofisticadas.A
saúde
é
a condição principal paraa
existênciado
trabalho,assim
como
o
reflexoda
sua
realização dentrode
limitesadequados.
A
insuficiênciade
atividade,
em
última instância,de
trabalho, tornao
corpoe a
mente
indolentes,não
permitindoo
seu funcionamento
em
estadosde
maior vitalidade.Em
decorrência disso, diversas disfunções
podem
ocorrer.O
excesso
de
trabalho leva à rupturado
equilíbriodo
corpoe da
mente,fazendo
surgira doença
físicae
psíquica.' i
A
ciência, atravésda sua capacidade
de
pesquisa, forneceos
subsídiospara
a
definiçãodos
limites dentrodos
quaiso
trabalhoé
construtivo para pessoas, organizaçõese
sociedades.As
LERs/DORTs
nos
trabalhadores,vêm
ganhando
cada vez mais espaços
nos
estudos realizadosnos
últimos anos, principalmenteem
países industrializados.Nas
relações entre trabalhadore
trabalho,cada vez mais
procura-se verificaras conseqüências
desta interação.Todos
os
resultadostrabalhador está
em
risco. Portanto, ressalta-sea
importânciade
serem
aplicados esforços para
o
diagnósticoe
aprevenção das
LERs/DORTs.
As
síndromes
clínicas conhecidasno
Brasilcomo
“Lesões
por EsforçosRepetitivos” (LERs),
vêm
sendo
renomeadas
como
“DistúrbiosÓsteomusculares
relacionadosao
trabalho”(DORTs), tem causado problemas
em
alguns centros urbanos,com
prejuízos generalizados para pessoas,organizações, Previdência Social
e
sociedade, (RIO, 1998).O
estigma criadoem
tornodas
LERsIDORTs,
contribui paraque
o
pacientetenha receio
em
recorrer à assistência médica, anão
serquando
jáse
encontracom
dificuldadesde manter o
ritmode
trabalho.Somado
a
esta situação,o
paciente enfrenta
a
possibilidadede
afastamentodo
trabalho,o
que
significageralmente perda
econômica e
afastamentodo
círculoque
lheé
habituale
no
qual
tem
um
papel definido socialmente.As
LERs/DORTs,
decorrentesda inadequação
do
trabalhoao
homem,
são
um
fenômeno
mundial, atingindoum
número cada
vez mais
crescentede
diversas categorias profissionais. Atualmente,
os
relatostêm
aumentado
significativamente,
sendo
que,em
1984
foi considerada anova
“EpidemiaIndustrial”,
(FERGUSON,
1984).São
doenças, manifestaçõesou síndromes
patológicasque
se
instalaminsidiosamente
em
determinados
segmentos do
corpo,em
conseqüência
de
trabalho realizado
de
forma
inadequada.Assim
o
diagnósticofundamenta-se
numa
boa
anamnese
ocupacional eem
relatóriosde
profissionaisque
conhecem
a
situaçãode
trabalho, permitindo a correlaçãodo
quadro
clínicocom
a atividade ocupacional efetivamentedesempenhada
pelo trabalhador.As
discussõese as
práticas sobre otema têm
sido desenvolvidasde forma
pouco
precisa,gerando
uma
profusãode
generalidades, freqüentemente,de
base
ideológicae
emocional, ( RIO, 1998).As
LERs/DORTs
são
consideradas gravese
invalidantes, atingindoa
faixa etáriade
maior produtividade,sendo a
reabilitação profissionalextremamente
difícil devido
a
possibilidadesde
reincidências.O
tratamentonão
é
simplesnem
normatizado.Há
faltade
médicos
habilitadosna
rede públicae
privada.O
mais
voltados paraos quadros médicos
clássicose
por isso, resistentesem
aceitaro nexo
causal entreas
situaçõesde
trabalho eos
sintomasapresentados
pelos trabalhadores.Além de
especialistas, faltam serviçosespecializados
em
doenças
ocupacionaisno
setor públicoem
muitas regiõesdo
pais(OLIVEIRA,
1993).Além
disso, constata-se a tentativa por partede
alguns setores
da
sociedade,em
deslocaras causas
da doença de
seu
eixocentral associando-a a fatores
humanos
individuais(MARTINS,
1993).A
ocorrênciadas
LERslDORTs
em
grande
números de
pessoas
em
diferentes países
provocou
uma
mudança
no
conceito tradicionalde que
o
trabalho pesado,
envolvendo
esforço fisico,é
mais
desgastanteque o
trabalholeve,
envolvendo
esforço mental,com
sobrecargados
membros
superiorese
relativo gasto
de
energia.As LERs/DORTs
é
a linguagemque
expressa melhor
esta angústia. Elaé
difícil
de
lidar,sequer
de
diagnosticar,também
ela éimune
a
uma
singela,relação
de causa
e efeito, exigindomais
e mais o
esforço interdisciplinar(CODO
&ALMEIDA,
1998).O
desenvolvimentodas
LERs/DORTs
é multicausal,sendo
importante analisaros
fatoresde
risco envolvidos diretaou
indiretamente.A
expressão
"fator
de
risco” designa,de maneira
geral,os
fatoresdo
trabalho relacionadoscom
as
LERs/DORTs.
Os
fatores foram estabelecidos,na
maior partedos
casos, por
meio de observações
empíricase
depois confirmadoscom
estudosepidemiológicos.
Os
fatoresde
risconão são
independentes.Na
prática,há
a interaçãodestes fatores
nos
locaisde
trabalho.Na
identificaçãodos
fatoresde
risco,deve-se
integraras
diversas informações.Para
OLIVEIRA
(1993),o caminho
que
se afigura mais
viávelna contenção
das
LERs/DORTs,
é
a aplicação rigorosada Ergonomia nos
processosde
trabalho,
no
sentidode
prevenção, já que,após
instalada,as
LERsIDORTs
são
de
difícil solução.A
eficáciade
um
programa
de
prevenção
paraas
LERslDORTs
é adotada
com
base
em
algumas medidas
de
controleque
devem
ser implantadase
trabalhadores envolvidos diretamente
com
a
produção. Ressalta-se ainda,a
responsabilidade
de
todosos
profissionais dentroda
empresa
com
o programa
de
prevenção
deste problema, tanto peloseu
compromisso
com
a
produção,como
pela qualidadede
vidadaqueles
que
participam destaprodução
(DuNcA|vi, 1996). ,
" f
1.2
Objetivo
geral
Levantare
analisaros
fatoresde
risco relacionadosas
LERs/DORTs
em
Cirurgiões-Dentistas
do
SERVIÇO
SOCIAL
DO COMÉRClO
-
SESC
no
estadodo
Paraná.1.3
Objetivos
específicos
o Levantar informações científicas a respeito
das
LERslDORTs,
proporcionando
um
material informativoaos
Cirurgiões-Dentistas;o Analisar
os
resultados obtidos atravésde
uma
pesquisa qualitativa,verificando
os
fatoresde
risco relacionadosas
LERsIDORTs;
ø Traçar
um
perfildo
Cirurgião-Dentistano
Serviço Socialdo
Comércio
no Paraná quanto ao acometimento das
LERsIDORTs;
ø Elaborar sugestões,
que
possibilitem prevenirou
minimizar situações1.4
Hipótese
Uma
sociedade cada vez mais
industrializada,novas
tecnologiassempre
em
evidênciae
acobrança de
uma
produtividadecada vez
maior, fazdo
Cirurgião-Dentista
um
profissionalcom
grande
exigência físicaem
relação aaspectos biomecânicos,
sendo
o mais
evidentea
postura estática,além
da
carga mental.
O
estresse aliadoao
sedentarismopodem
ser fatores sugestivosao aparecimento das
LERsIDORTs.
1 .5
Justificativa
A
históriado
trabalho repetitivoé
tão longaquanto a
do
próprio trabalho,visto
que
na
agricultura primitivae no comércio
antigo, já existiam tarefasaltamente repetitivas,
como
por exemplo: sapateirose
ferreiros.Devido a sua
condição históricae
primitiva,pensou-se
que o
trabalhocom
movimentos
repetitivos iria desaparecer,dando
lugar àautomação.
Entretanto,WHITE
(apudKUORINKA,
1995) afirmaque
essa
tendêncianão pode
ser consideradacomo
totalmente verdadeira, poisa manipulação manual
tem
assumido
um
papel relevanteem
tarefasque
amáquina não
consegue
executar,
sendo que
os
esforços repetitivos, muitas vezes,são
desenvolvidospor
mãos
humanas.
,Atualmente,
temos
assistido-a
um
relatode aumento
substancialna
incidência
das
LERs/DORTs.
O
que
antes reduzia-seapenas
à “doença dos
digitadores”, hoje constata-se
abranger
um
número
considerávelde
profissões
que tem
em
comum,
principalmente, a repetiçãode movimentos
em
espaços
de
tempos
determinados pela organizaçãoespecífica do
trabalho. lsso implicanum
quadro
clínicoque
resultaem
fadiga,queda da
performance
no
trabalho,dor, incapacidade parcial
ou
total parao
trabalho (RIO, 1998).Em
virtudedo acometimento
de
outras categorias profissionais, hojeas
LERslDORTs,
jásão
consideradasum
problema
de saúde
pública. Estecenário
de pessoas comprometidas
fisiologicamenteou
psicologicamente,podem
produzirum
processode
absenteísmo,de
baixa produtividade,e
principalmentena
qualidadedos
serviços,os
quaissão
fatoresque
influem
diretamente
na empresa,
tendoconseqüências
financeiras,e na
credibilidadedos
serviços oferecidos.Nesta
ótica, a relação entrea
qualidadede
vidae
a qualidadede
vidano
trabalho,
são
fundamentais,em
funçãoque
as pessoas
passam
grande
partedo
seu
tempo
no
trabalho.Alguns
aspectoscomo
o
estresse,as
condiçõesdo
ambiente
físico, a satisfaçãocom
o
trabalho, a carga horária, entre outros;são
aspectos
que
devem
teruma
atenção
especial, para tornaro
trabalhomais
compensador e
menos
prejudiciala
saúde
e
bem
estardo
Cirurgião-Dentista.1.6
Delimitação
do
trabalho
O
estudodesenvolveu-se
com
os
Cirurgiões-Dentistasdo
Serviço Socialdo
Comércio-SESC,
em
todoo
estadodo
Paraná.Ao
todo aempresa tem
em
seu
quadro
funcional76
Cirurgiões-Dentistas (CDs), distribuídosem
17 cidades.A
possibilidadede
obter-sedados
a respeitodo
perfil destes profissionais,só
foipossível através
de
questionários,em
funçãoda
distância entreas
cidades.Porém, o
referido estudopoderá
servircomo
base
para realizaçãode
orientações,
a
respeitodo
Cirurgião-Dentistae as
doenças
ocupacionais,e
colaborar para
uma
melhoriadas
condiçõesde
trabalho.1.7
Metodologia
geral
da
pesquisa
A
Pesquisa
tem
um
enfoque
qualitativoe
também,
quantitativoonde
foirealizado
um
estudode
caso
junto aCDs,
utilizando para a coletade
dados,A
metodologia utilizadabaseou-se na
revisão da. literatura sobreas
LERs/DORTs,
com
o
levantamentode
alguns fatoresde
risco relacionadoscom
aprofissão
do
Cirurgião-Dentista taiscomo
a questão
postural,o
estresse,o
sedentarismo eos movimentos
repetitivos.O
questionário aplicadona
pesquisae
composto de
questões
relacionadasas
LERs/DORTs,
estressee
estilode
vida .O
trabalho foi concluídocom
o
tratamentodos
dados,a
elaboraçãoda
conclusão
e
aapresentação
do
estudo para a administraçãodo
2.1
Considerações
iniciaissobre as
LERsIDORTs
As
LERslDORTs,
são
consideradas velhas patologias, ligadasdesde seu
início,
ao
trabalho.Em
1700,Bernardo
Ramazzini,médico
do
trabalho italiano ,descreveu
a patologia,fazendo as
correlações entre adoença
e a
ocupação
das
pessoas, referindo-seas competições
olímpicasda
Grécia (RIO, 1998).A
denominação da
patologianão é
homogênea
em
todosos
países, muitomenos
no
Brasil.De homogêneo
são as
possíveis-causas da
mesma,
organização
do
trabalhoe
fatores psicológicos.Inúmeros
estudosvêm
sendo
desenvolvidosao
longodas duas
últimasdécadas
no
sentidode
se
esclarecerema
correlaçãodas
LERs/DORTs
entreos quadros
clínicose
situaçõesde
trabalho. Entretanto aindanão se
alcançouconsenso
Científico (RIO, 1998).Reconhecer
adoenças
ocupacionalcomo
um
problema
social, implicana
consciênciae
convicçãode
que
as doenças
ocupacionaisnão são
casuaise
inevitáveis produtos
do
trabalho. Atualmente, jánão
émais
possíveldesconhecer o
carátercomplexo dos
processosque
levam
ao
aparecimentodas doenças
em
gerale das doenças
relacionadasao
trabalhoem
particular.Segundo LIMA
(1992), dentreas
teorias atuaisque
se
ocupam
da
relaçãosaúde
- trabalho, aquelasmais
evoluídassão unanimes
em
assinalara
natureza social elou histórica
do
processosaúde
- doença.Autores
como
LAURELL
et al. (1989),tem
reveladoas
determinaçõessociais
e o conteúdo
históricodesse
fenômeno
multifacéticoque
é a
doença.No
caso das
LERslDORTs,
esses
determinantes sociais presentescom
menor
ou
maior intensidadeem
todo processosaúde
-doença
na
esferado
trabalho,são
ainda relativamentepouco
conhecidos.Segundo
GARCIA
(1996),a
doença
ocupacionalé
um
acometimento
sérioe
preocupante,
que
passou
a atingiro
homem
peloganho
da
tecnologia.Com
atecnologia
pouco
racionalizada, herda-sea produção
em
sériee
o
estresse,em
detrimento
do
própriohomem. Se
não
se olharo
trabalhadorcomo
um
indivíduo global, levando
em
contao
biopsicossocial, a tendência seráo
aumento de
casos
de doença
ocupacional.Atualmente, várias
são
asabordagens
que
procuram
explicare
resolveras
doenças
originadasdo
trabalho.No
entanto, muitasdas doenças
que
conhecemos
hoje foram detectadas atempos
atrás por trabalhadores, patrõese
comunidade
médica. Esteé o caso das
LERsIDORTs
que
afetamos
membros
superiorese
têm
origem ocupacional.Em
1700,RAMAZZINI,
já havia descritoa
tenossinovite (principalquadro
clínicodas
LERsIDORTs,
mas
não
o
único)
como
sendo
a
doença
dos
escribas. Acreditavaque
essas
lesões,usualmente na
regiãodas mãos,
tinhamcomo
principalcausa os movimentos
repetitivos, posturas forçadas
e
estresse mental geral. Foi a primeiradoença
descrita
na
literatura associadaàs
atividadesque
envolvem
movimentos
repetitivos
(KROEMER,
1989).De
acordo
com
OLIVEIRA
(1991),as
LERsIDORTs
são as doenças mais
freqüentesnas sociedades
industrializadas,e
mostrauma
tendênciaa
aumentar
faceaos
processos industrializados.Porém, nas sociedades
altamente industrializadas
nas
quais existeuma
diversificada ofertade
funções,e
onde
apopulação
trabalhadora apresenta maior qualificação profissional,o
problema
das
LERsIDORTs,
apesar
de
sua
freqüência,se
apresentacom
maior resolutividade.2.2
Terminologias
das
LERsIDORTs
Variadas terminologias
têm
sidousadas
para definiras
lesõesocasionadas
relato
de sobreuso das
extremidades superioresdo
corpo, geralmente poratividades repetitivas.
No
Brasil,o termo Lesões
por Esforços Repetitivos(LERs)
foi introduzidopelo
médico
Mendes
Ribeiroem
1986
duranteo
I Encontro Estadualde
Saúde
dos
Profissionaisde
Processamento de
Dados do
RioGrande do
Sul. Estetermo
é
a
traduçãode
Repetitive Strain Injun'es(ROCHA,
1989).Porém, nas
últimas décadas,as
LERs/DORTs
receberam,em
cada
país,denominações e
deflnições distintas. Entreos termos
freqüentementeusados
incluem: Occupational Cervicobrachial Disorders
(OCD),
RepetitiwTrauma
Disorders, Cumulative
Trauma
Disorder (CTD), Repetitive Strain OccupationalOveruse
Syndrome (OOS)
(ARMSTRONG
et al., 1993).2.2.1
Terminologia
das
LERs/DORTs
em
alguns países
Na
Austrália, inicialmente adotou-sea
denominação
de
“OccupacionalOveruse
injury' (OOI),mudando
em
1980
para a terminologia “Repetitive StrainInjun`es” (RSI).
A
partir dissoBROWNE
et al. (apudASSUNÇÃO,
1995),definiram
esta terminologiacomo: doenças
músculo-tendinosasdos
membros
superiores,
ombros
e
pescoço,causadas
pela sobrecargade
um
grupo
muscular
particular, devidoao
uso
repetitivoou
pelamanutenção de
posturascontraídas,
que
resultemem
dor, fadigae
declíniono
desempenho
profissional.Nos
Estados
Unidos, CumulativeTrauma
Disorders(CTD) é usado
para descreverum
grupo
de
lesõese desordens
do
tecidomole
que são
precipitadas
ou agravadas
por atividades ocupacionaisque
incluemmovimentos
repetitivos,extensões
forçadase
posturas inadequadas.São
freqüentemente
observadas nos
nervos, tendões, bainhados tendões e
músculos
da
extremidade superior(ARMSTRONG,
1991).Nos
EUA
e Inglaterrao termo
RepetitiveTrauma
Disorderstambém
é
usado (KILBOM,
1987).PEREIRA
(1992),observa
críticasna
literatura especializadaem
relaçãoao
termo adotado nos
EUA
devidoa
ausênciada
ênfase nestadenominação
nas
patologias associadasao
trabalho,marcando
sua
distinçãoem
relaçaoàs
demais
propostas.No
Japão, foiadotada
a
terminologia “Occupacional CervicobrachialDisorder”
(OCD),
que
vem
a serum
“distúrbio ocupacional funcional e/ouorgânico produzido pela fadiga
neuromuscular
devidoa
exercícios estáticose/ou repetitividade
dos músculos dos
braçose das
mãos”
(AOYAMA
et al.,apud
ASSUNÇÃO,
1995).BAMMER
(1993),aponta
que
atéo
momento
não
existeum
acordoem
relação à terminologia usada,
bem
como
não
existeuma
padronizaçãonas
definições
dadas
à
esta doença,no
entanto, verifica-seque
as
definiçõesmencionadas
tem
em comum
apercepção
de
uma
doença
cujoaparecimento
estáassociado
aexecução
de movimentos e
esforços repetitivos.Nesse
campo,
STONE
(apudALVES,
1995), consideraque
as
váriasnomenclaturas
propostasrefletem o desconhecimento
a respeitoda
afecçãoem
questão, 'assimcomo
acontece
com
todasas
doenças que
envolvem
uma
variedadede
entidades clínicas.Concordando
com
essa
perspectiva,BAMMER
& BLIGNAULT
(1987) referemtambém
que
as
LERs/DORTs
é
uma
síndrome
neuro-músculo-tendinosacom
sintomascomplexos e mal
definidos,considerando assim,
a
subjetividadedos
sintomas referidos porcada
paciente,conforme quadro
1.Quadro 1: Problemas
em
relação a alguns dos termos usados:O
termo Repetitive Trauma Disorders sugere que a repetição é o fatorcausal; entretanto, outros fatores tal
como
a postura estática podem levaràdoença.
Tension Neck Syndrome induz a pensar que a dor é localizada na região do
pescoço, mas na realidade existe dor
em
outras regiões como ombros e braço.Do
mesmo modo
Overuse Syndrome é também considerado inadequadoporque
em
alguns casos o sobreuso físico não pode ser determinado.F0nteI
KILBOM
(1987)Termos que
se referem a entidades clínicasbem
definidas taiscomo
epicondilites, tendinites
ou síndrome do
túneldo
carposão
incorretos poisno
A
consideraçãode que
o termo
LERs/DORTs
tendeao
desaparecimento
surge frente à
inadequada
utilizaçãoe
generalizaçãodo
termo
que
abrange
muitos tipos
de
patologias.Além
disso,o
fatode
haver outros fatorespredisponentes
que
somam-se
à
repetitividade,podendo
cooperar parao
desenvolvimentodas
LERsIDORTs
e
tomando amplo
o
mecanismo
causador
da
lesão, contribui para aconfusão taxonómica
em
tornoda
doença
(PEREIRA
&
LECH,
1997).O
termo
LERs/DORTs
é
também
criticado por alguns autores,que
o
consideram
incorreto, pois reduzos
fatores causaisaos movimentos
repetitivose negligencia
a
importânciade
outros fatores(COUTO,
1994;STONE,
1983).Mas
como
afirmaOLIVEIRA
(1991), estetermo
é
usado
pela maioriados
autores,
uma
vez
que
são os movimentos
repetitivosuma
constanteno
desenvolvimento
das
patologias encontradas,podendo,
ainda, existir asuperposição
de
outros fatores taiscomo
temperatura, pressão psicológica,vibração, ferramentas, entre outros.
Segundo
este autor,a
denominação de
LERs/DORTs
parece amais
apropriadacom
as
condiçõesem
que
as
lesõessão
produzidas, pois englobaos elementos
esforçoe
repetitividade. Acreditaainda,
que
no
desempenho
das
várias tarefas produtivashá
quase sempre
a preponderânciade
um
ou
outro fator,mas
que
no
conjuntonão
alterao
conceito,
além
de
sermais
abrangente.Segundo
ASSUNÇÃO
(1995), agrande
causa das
LERs/DORTs,
e
arelação
com
a realizaçãodos
esforços repetitivos,que
justificam anecessidade
de
reconhecê-la,e
a partir dai, procurarmétodos
e
instrumentosque possam
melhor entendê-la. Assim, neste
momento
histórico, é importante apontarmos,inclusive
no
'nome'LERs/DORTs,
a relaçãocom
o
trabalho,no
sentidode
fortalecer
um
movimento que
possa
contribuirna
melhoriadas
condiçõesde
trabalho.
2.3
Aspectos
relevantes
das
LERsIDORTs
LERs/DORTs,
as
respostasdo
organismo,os
aspectos psicológicos,onde
ressalta-se a carga mental
de
trabalho,e os
aspectos organizacionais,com
ênfase
nas
tarefas,produção e
situaçõesdo
ambiente
de
trabalho.2.3.1
Aspectos
fisiológicosNa
vidade
um
sapateiro, todoo
trabalho,desde
acompra do
couroao
acabamento da
peça, ele faz gestos distintos para cortara
matéria-prima, colocar rebites,pequenos
pregos, fechose
cadarços,pondo
todoo
corpoem
movimento.
Já o dia-a-diade
um
digitador,de
um
metalúrgicoou
de
um
dentista,
que
ficam horasexercendo
amesma
atividade,é
muito pobreem
variedadede
movimentos, ou
seja,grande
partedos movimentos tem
uma
carga estática
de
trabalho,podendo
serum
fatorde
risco parao
surgimentodas
LERs/DORTs.
O
ritualdo
trabalhoque
solicitados
funcionários aação
dos
mesmos
grupos
musculares, por
meses
ou
anos,é
um
campo
fértilno
qual viceja verdadeiraepidemia
de
lesões.A
fisiatra Lin TchiaYeng,
afirma que
essas
lesõesconhecidas
como
Lesões
por esforço repetitivo(LERs)
foram rebatizadase
agora
sechamam
DistúrbioOsteomuscular
Relacionadoao
Trabalho(DORTS).
Caracteriza-se
como
um
conjuntode
afecçõesdo
aparelho locomotor,principalmente
dos
membros
superiores, resultantesde
atividades ligadasao
trabalho
e
que acomete
músculos, fáscias musculares,vasos
sangüíneos,tegumentos, tendões, ligamentos articulações
e
nervos,(CODO,
1998).Em
outras palavras:nada no
corpoescapa
ilesoao
ataque da
doença.O
primeiro sinal
é
dor, muita dor.Que,
pode
ser localizadaem
regiõescomo
punhos,
ombros
e
costas,ou
também
latejarem
pontos distantesdo seu
localde
origem.Para
fugirdesse
incômodo, apessoa
assume
posturasinadequadas, retrai tendões,
fica
com
as
articulações rígidase
até contraio
rosto.
A
dor éapenas
o
primeiro sinalde
um
ciclo viciosodetonado
peladoença.
médicas
solicitadas pelos trabalhadores brasileiros.Com
um
detalhe:a grande
maioria
das
vítimas (a proporçãoé
oito para dois)é
de
mulheres. Suspeita-seque
as causas sejam a
constituição frágile
a dupla jornada(DUNCAM,
1996). _Devido
à abrangênciada
conceituaçãode
LERslDORTs,
e
paramelhor
especificar
e
caracterizaras
estruturasacometidas
do
pontode
vista clínico,no
Brasil,
o
Instituto Nacionaldo Seguro
Social(INSS
1993), atravésdas
Normas
Técnicas
para Avaliaçãoda
Incapacidade relativaàs
LERslDORTs,
classificaesta
síndrome nas
seguintesformas
clínicas:~ Tenossinovites: tenossinovite
dos músculos
extensoresdos
dedos
e
tenossinovite
de
De
Quervain;0 Epicondilites;
o Bursites;
ø Tendinites: tendinite
do
músculo
supra-espinhosoe
tendinitedo
músculo
biciptal;
0 Cistos Sinoviais;
o
Dedo
em
Gatilho;o Contratura
ou
Moléstiade
Dupuytren;o
Compressão
dos Nen/os
Periféricos:síndrome
do
Túneldo
Carpo;síndrome
do
Canal de Guyon; síndrome
do
músculo
pronador redondo;síndrome
cervicobraquial;sindrome
do
desfiladeiro torácico;sindrome
da
Tensão
do
Pescoço.A
presença
destas patologiasde
origem ocupacional variamde
acordocom
as
atividades realizadasno
trabalho.Os
músculos e
fáscias,os tendões
e
a bainhadesses tendões
(sinóvia), as articulaçõese
nervosem
várias partespodem
ser atingidos.Dependendo
da
estrutura afetada diferentes distúrbiospodem
ocorrer.BROWNE
et al. (1984), ressaltamque
o
conjuntode
patologiasque
compõe
as
LERs/DORTs
não é causada
somente
pelo trabalho,podendo
estarassociada a atividades
de
lazer e esportes.Segundo
estes autores,as
lesõesnão
ocupacionaisapresentam
recuperação favorável,comparadas
às
lesõesocupacionais.
A
principal razão, para esta diferençaé
o
fatode
que nas
15
pronador
sm
rome
o
interosseo anteriorsm
rome
e
in erseçao,doença de
De
Quervain,Sindrome
do
tuneldo
carpoe
dedo
em
gatilhoSabe-se
que
as
LERs/DORTs
sao doenças
evolutivascom
tendenciaao
estadiamento
Sendo
assim
o
INSS
(1993) classificaos
estagios evolutivosdas
LERs/DORTs,
objetivandoo reconhecimento das
fases clinicas,bem
como
d
C
d f l dLER /DORT
da
orientaçaona con
utaa
aorma
cinicaas
s s apresentaquadro
clinico especificomas
para melhorcompreensao
sao
consideradosos
estagiamentos
das
LERsIDORTs
em
geralem
grausde
comprometimento,
conforme
descritona
tabela 1:Tabela
1:Grau
de
comprometimento das
LERs/DORTs
Grau , Sintomas Prognóstico
GRAU
I Sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea, àsvezes
em
pontadas, sem irradiação nítida, de caráter ocasional duranteajornada de trabalho sem interferir na produtividade. Melhora
com
o repouso. Éem
geral leve e fugaz.Os
sinais clínicos estão ausentes.ou
interrompendoa
atividadequando
os
sintomas iniciaisaprecem, ou
retomá-Ias gradativamente
quando
os
sintomas diminuem.THOMPSON
&
PHELPS
(1990),também
agrupam
as
LERs/DORTs
em:
epicondilite,
síndrome
do
túnel cubital,síndrome
do
túnel radial,síndrome
do
7 , d d _ , . y , d d _ t
-~
Tem
bom
Prognóstico de recuperaçãoGRAU
IIA
dor é mais persistente, mais localizada, mais intensa e aparecedurante a jornada de trabalho de
modo
intermitente. É tolerável e permite o desempenho da atividade profissional,mas com
redução da produtividade nos períodos de exacerbação. Pode haver distúrbios de sensibilidade e irradiação definida.A
dor pode não melhorarcom
orepouso e a recuperação é mais demorada.
Os
sinais clínicos estãoGUSGHÍBS.
Prognóstico Favorável
de
recuperação
GRAU
IllA
dor é mais persistente, mais forte e irradiação mais definida.O
repousoem
geral só atenua a intensidade da dor.Há
sinais de distúrbiossensitivos mais graves. Há sensível queda da produtividade, quando não
impossibilidade de executar a função. Sinais clínicos presentes e,
freqüentemente o retomo à atividade produtiva é problemático.
Prognóstico reservado
de
recuperação
GRAU
IVA
dor é forte, contínua, por vezes insuportável e é exacerbada pormovimentos podendo estender-se por todo o membro. Há perda da força
e do controle dos movimentos constantemente.
Podem
surgirPrognóstico
Sombrio de
deformidades.
A
capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade deum
trabalho produtivo regular. Os atosda vida diária são prejudicados.
Comumente
ocorrem alteraçõespsicológicas.
Fønteí INSS (1993)
As
LERs/DORTs,
são
classificadasde acordo
com
o
localonde a
dorse
manifesta,conforme
descritono quadro
2:Quadro 2 - Classificação da doença, de acordo
com
o local da dor Grau 1 Dor localizadaem
uma
região durante a realização daatividade causadora da síndrome;
Grau2
Dor desencadeadaem
outras atividades damão
e sensibilidade das estruturas;Grau3
Dor desencadeadaem
outras atividades damão
e sensibilidade das estruturas;Grau 4 Dor presente
em
qualquer movimento da mão, dor após atividade com mínimo de movimento e dorem
repousoà`
noite;
Grau5
Perda da capacidade de usar amão
devido à dorcontinua.
Fonte:
DENNETT
&
FRY
(apudASSUNÇÃO,
1995)Da
mesma
forma,BROWNE
(apudGUIDOTTI,
1992), apontaos
sinaise
sintomas
como
indicadoresdas
atitudesa serem
tomadas, e
consideraque
o
desenvolvimento das
LERs/DORTs
em
geral, ocorre freqüentementeem
três estágios:ø Estágio 1- caracteriza-se por fadiga
e
dorque
aumentam
com
o
trabalhoe
melhoram
com
repouso
e é
uma
situaçãode
advertênciado
corpo. o Estágio 2-a
fadigatem
inícioprecoce e
persiste por todoo
diade
trabalho. Este estágio indica
que
a
lesão estáse desenvolvendo e
necessitaque
sejam
tomadas
providências.o Estágio 3- ocorre
uma
condição crônicade
dor, fadigae
fraquezaque
A
partirdo quadro
evolutivo, a sintomatologia clinicaobservada nos
pacientes
com LERs/DORTs
envolve queixasnas
extremidades superiores,ombros
e
pescoço.As
principais delas referem-se a: dor,a
qualpode se
agravar -com
o uso
do membro,
com
o
frio,com
mudanças
bruscasde
temperatura
e
estresse emocional; parestesias; limitaçãode
movimentos;
edema
subjetivo; rigidez matinale
alterações subjetivasde
temperatura.São
ainda
comuns
as
queixasde
cefaléiae
dificuldadede
dormir durante a noite(HIGGS
& MACKINNON,
1995;ASSUNÇÃO,
1995).De
acordo
com
os
autores, a perturbação
no
sono
pode
ser devidaàs
posturasadotadas
ao
dormir,
o
que pode
submeter
o
membro
afetadoà
compressão
ou
posiçãoincômoda desencadeando
dor.Segundo
KILBOM
(1994),os
estágios iniciaisda
doença
são
reversíveis,mas
a
partirdo
momento
em
que
tornam-se crônicos,a
curaé
muito difícilmesmo
que
os
principais fatoresde
riscosejam
abolidos.É
importanteressaltar
que
o quadro
clínicodas
LERs/DORTs
é
progressivo,sendo
fundamental
o
diagnóstico precoce paraque
sejam
evitadasas
lesões.Segundo
ARMSTRONG
et al. (1993),um
diagnóstico exatoe
importante,embora
nem
sempre
seja possivel realizá-lo, particularmentenos
estágiosiniciais
de
desenvolvimentoda
doença.No
entanto,é
necessário intervir antesque
os
sintomasse
agravem
e
antesque
ocorrauma
redução da capacidade
de
trabalho.Outro aspecto relevante
é
que
muitos trabalhadoresnão
têm
acesso às
informações sobre
as conseqüências
do
trabalho repetitivo para a saúde,sendo
assim,desconhecem
a
origemda
dor, retardandoa
ajuda médica. issopode
trazerconseqüências
negativas parao
tratamentoda
LERslDORTs,
poisas
microlesões continuadastornam
o grupo muscular
susceptível anovas
lesões, o
que
dá
oportunidadeao quadro
clínicode
assumirum
caráterextremamente
recidivantee
invalidante.Muitos estudos identificam a associação entre
determinados
processosde
trabalho
e
a incidênciadas
patologiasque
compõem
as
LERs/DORTs,
bem
al., (1992);
OHARA
et al., (1976), relatamum
aumento
dos
pacientescom
sintomas crônicos
na
regiãodo
pescoço
e ombro,sendo
estes sintomascomuns
em
trabalhosque
exigem
contrações estáticase
repetitivasdo
ombro,com
elevaçãodos
braçosacima ou ao
níveldo
ombro.Os
problemas
músculo-esquelétioosna
regiãodo
pescoço,ombros
e
costassão
também
freqüentes entre trabalhadoresque operam
terminaisde
vídeo,bem como
em
trabalhadoresem
funções
tradicionais(BAMMER,
1990;ARNDT,
1983).UPFAL
(1994),também
consideraque
os
fatoresde
risco parao
aparecimento das
LERs/DORTs
incluemmovimentos
repetitivos (repetiçãode
tarefas por muitas horas),
movimentos
fortes(como
agarrarou
apertar),posturas estressantes (desvio lateral
do
punho,extensão
do
pescoço), impactomecânico de
tecidosmoles
(bordosde
ferramentasque
pressionam
apalma da
mão), vibração
e
ocasionalmente, baixas temperaturas.ATTARAN
(1996),afirma
aindaque
as
LERs/DORTs
é
causada
porambientes
de
trabalhopobremente
projetadosque
não
contemplam
uma
relaçãoharmônica
entrehomem
e
trabalho.De
acordo
com
HIGGS &
MACKINNON
(1995), amanutenção
de
posturasanormais
(cabeça inclinada, torçõesdo
tronco, curvar-se para frente,articulações
não
ocupando
posições neutras),ou
seja, posturasque
sobrecarreguem músculos ou
articulações,são as
principaiscausas
de
LERs/DORTs
porprovocarem
desequilíbriomuscular
e
compressão
dos
nervos.
Relatam
que
se certosgrupos
musculares
são
subutilizados,há
indicação
de que
outros estão sofrendode
sobreuso,sendo
que
esta situação leva aum
ciclo vicioso posturale do
equilíbrio muscular. Certas posiçõestambém aumentam
a
pressãoao
redordo
nervoou
o
distendem,podendo
levar a
uma
condição crônicade
compressão.
Visto isso,
LUDUVlG
(1996), relataque somente
a
sobrecargade tendões
causada
pormovimento
repetitivonão se
constituiem
causa
únicadas
LERslDORTs,
poisnem
todas aspessoas
que
executam
tarefas repetitivasdesenvolvem a
doença. Entretanto, amelhor
resposta encontrada por pesquisadores para responder estaquestão
até agora,é
que
cada pessoa
com
sua
história peculiar,responde
de
maneira
diferenteaos
estímulosdo
meio.Existem funcionários
que
realizamsuas
atividades prazerosamente,enquanto
outrosagregam
à
atividade todaa
tensão inerenteao
trabalho.2.3.2
Aspectos
psicológicos
Na
áreada
Psicologia, a relaçãodo
comportamento das pessoas
frenteao
trabalho, contribui efetivamente parao
desenvolvimento das
LERslDORTs.
A
tensãoe o
esforço excessivode
pessoas
com
perfil independentee
perfeccionista,
sempre
preocupadas
em
daro
máximo de
sie
em
não cometer
erros,
poderiam
seruma
das causas da
lesão.Os
sinaisde
sofrimento psíquicopodem
ser vinculadosaos
aspectos específicosde
certosgrupos
de
tarefas.Esses
aspectos caracterizammais
particularmente
modalidades
perigosasde
organização. Dentre elas,podemos
citar
o
trabalhosob
exigênciade
tempo,mas
também
as
situaçõesde
conflito,o uso de
códigos múltiplos,as
tarefasfreqüentemente
interrompidas,as
atividadesque
induzem a
uma
auto-aceleração mental etc,(WISNER,
1994).O
reconhecimento
da
carga mental juntocom
a carga física fez progrediro
estudo
da
fadigano
trabalho. Contudo,também
surgiram discordâncias entreo
sentimento
de
fadigae a medida da
carga físicada
carga mental,(WISNER,
1994).Segundo
DEJOURS
(1992),a
insatisfaçãodo
operárioé
um
grande
indicadorde
comportamento
favorávelao
aparecimento
de
lesões.É
importante ressaltarque
os
aspectos psicológicossão
de
grande
importância
no
estudodas LERs/D()RTs,
mas
não
fazem
partedo
focoprincipal