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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Mestrado Integrado em Medicina| Ano letivo 2018/2019|Faculdade de Ciências Medicas

|Nova Medical School

Junho 2019

Relatório Final

Unidade Curricular: Estágio

profissionalizante

Orientadora: Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto Regente: Professor Doutor Rui Maio

Maria Eduarda Lontro Pereira da Costa

Nº2011734|Turma nº3|6ºano

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"O médico que apenas sabe medicina, nem medicina sabe" Abel de Lima Salazar

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, agradeço a todos os professores e tutores de estágio da Faculdade de Ciências Médicas que me acompanharam neste percurso. Sem a vossa orientação e ensinamentos não teria conseguido fazer este percurso. Fico grata à minha orientadora, Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto, que me orientou na elaboração deste relatório final e ao Dr. Rui Maio, pela sua simpatia e disponibilidade em ajudar os alunos.

Agradeço á minha família, amigos e colegas de faculdade que me acompanharam neste percurso difícil, acreditaram em mim e nunca me deixaram desistir do curso.

Agradeço em especial à minha mãe, irmão, cunhada que estiveram sempre presentes e disponíveis em todos os momentos da minha vida.

Marta Isabel Ferreira, estou-te profundamente grata por me teres ajudado quando eu mais precisei.

A minha gratidão aos recursos humanos da faculdade que sempre me orientaram e ajudaram em tudo o que era possível.

Por fim, uma palavra de agradecimento à comissão de curso que foi incansável e à Nova Medical School, pela instituição de excelência que sempre foi durante todo o meu percurso.

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Índice

Introdução e Objetivos ... 1

Descrição de Atividades Desenvolvidas nos Estágios ... 1

Estágio Parcelar de Cirurgia Geral ... 1

Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 2

Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 3

Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 4

Estágio Parcelar de Pediatria ... 4

Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ... 5

Estágio Opcional ... 6

Elementos valorativos ... 6

Reflexão Crítica ... 7 Anexos

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Introdução e Objetivos

O conhecimento alcançado nos anos do Mestrado Integrado de Medicina contribui para a aquisição de capacidades e saberes importantes na formação e desempenho profissional futuro, em conjunto com a pro-atividade de constante procura do saber do individuo.

O presente relatório final engloba a análise pessoal das atividades desenvolvidas em todos os estágios efetuados ao longo do 6ºano (Cirurgia, Medicina Interna, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e estágio opcional de Medicina Geral e Familiar) com uma avaliação crítica final dos mesmos. Enquadra ainda a abordagem dos objetivos inteligíveis a que me propus, que foram atingidos, contrapondo aos mais difíceis de atingir. Em anexo ao relatório, coloquei os certificados das atividades extracurriculares mais relevantes. Atendendo à leitura recomendada do documento “O Licenciado Médico em Portugal” e do “The Tunning Project - Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe” em conjunto com as fichas de cada unidade curricular, delineei como objetivos gerais: (1) seguir os princípios éticos em toda e qualquer circunstância, identificar os problemas clínicos mais comuns, (2) orientar/realizar consulta, avaliar o doente adequadamente através de uma historia clinica bem orientada, (3) realizar exame objetivo /físico o mais detalhado possível, (4) identificar os problemas e a hipótese diagnóstica mais provável, não esquecendo os diagnósticos diferenciais, (5) delinear o plano /estratégia mais adequada, tendo sempre em mente os conceitos de prevenção e promoção da saúde, (6) relembrar as motivações/estado de espirito/cultura do doente, (6) comunicar adequadamente com o doente e equipa, (7) dar informação e aconselhar conveniente dentro do contexto clinico, (8) prescrever medicação apropriada a cada situação, (9) reconhecer situações de emergência médica, (10) aplicar conhecimentos da medicina baseada na evidência, (11) usar as tecnologias da informação eficazmente, (12) aplicar e desenvolver os atributos profissionais como a honestidade, empatia, criatividade e iniciativa, (13) saber reconhecer os limites de atuação e pedir ajuda, reencaminhando o doente para especialidade apropriada; (14) aprender a trabalhar em equipas multidisciplinares; (15) saber trabalhar autonomamente; (16) ter capacidade de organização e planeamento. No seguimento dos objetivos gerais, defini como objetivos específicos: (1) conseguir ultrapassar o receio de errar, (2) conseguir adequar o discurso/comunicação a cada tipo de utente e (3) estabelecer boas relações com a equipa e ser capaz de perceber quais os limites da minha capacidade para a resolução de um determinado problema.

Descrição de Atividades Desenvolvidas nos Estágios

Estágio Parcelar de Cirurgia Geral de 10 de setembro a 2 de novembro de 2018 (Regente: Professor Doutor

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O meu 1º estágio foi o de Cirurgia Geral, que decorreu durante 8 semanas. A 1ª semana foi dedicada a sessões teórico-práticas e ao curso Trauma Evaluation And Management (TEAM). As 7 semanas remanescentes foram mais práticas e tiveram lugar no Hospital das Forças Armadas (HFAR), sob tutela do Dr. Pedro Maurício e equipa, onde frequentei as consultas externas, o bloco operatório, o internamento, “Unidade de cirurgia de ambulatório”, sessões clínicas, as reuniões multidisciplinares de decisão terapêutica com Oncologia, Imagiologia e Cirurgia Geral e tive a oportunidade de observar alguns casos na urgência. Nas consultas externas, acompanhei consultas pré-operatórias, fiz seguimento pós-operatório após procedimento cirúrgico, onde sob supervisão realizei a avaliação dos doentes (anamnese, exame objetivo, hipóteses de diagnóstico, discussão de exames), vigilância/pesquisa de possíveis complicações cirúrgicas, evolução de ferida operatória, mudança de penso, remoção de pontos/agrafos e avaliação do prognóstico. Nas consultas, fiz ainda o acompanhamento de consultas 1ª vez e de patologias sem indicação cirúrgica. Foi no bloco onde passei a maior parte do meu tempo, tendo participado como 2ª ajudante em 7 de 22 cirurgias, nas quais pude encerrar a ferida cirúrgica com agrafos e ajudar durante a cirurgia. No bloco operatório, foi possível aprender a técnica de preparação para cirurgia desde a preparação pré-cirúrgica das mãos até á colocação de bata e luvas. Observei a desinfeção e posicionamento dos doentes, preparação de campo cirúrgico, indução anestésica e alguns procedimentos como entubação orotraqueal. No internamento fiz a nota de admissão de novos doentes para cirurgia eletiva ou internados em contexto de urgência, acompanhamento contínuo dos doentes no pré e no pós-operatório, com registos diários da observação e análise do penso, ferida cirúrgica e sistema de drenagem, assim como fiz notas de alta. Na “cirurgia de ambulatório”, participei em 3 de 6 procedimentos como 1ª ajudante na colocação de cateter totalmente implantável, excisão de lipomas e excisão de quistos sebáceos, onde foi possível realizar sutura para encerramento de ferida cirúrgica. Realizei outras atividades muito interessantes como a visita à secção de Treino Fisiológico (câmara hipobárica), ao Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva e à câmara hiperbárica, onde adquiri novos conhecimentos em áreas estimulantes. Por último, na última semana decorreu o Minicongresso, onde apresentei um trabalho em grupo sobre o tema: “O que esconde uma dor? Mais do que uma simples obstipação.” (caso clínico de um adenocarcinoma do colon transverso), que foi importante para estimular a nossa pro-atividade na pesquisa e aprendizagem.

Estágio Parcelar de Medicina Interna de 5 de novembro de 2018 a 11 de janeiro de 2019 (Coordenador:

Professor Doutor Fernando Nolasco; Tutor: Dr. Miguel Valente)

O estágio de Medicina Interna foi o meu 2º estágio. Este estágio, como outros, está dividido em componente prática e teórico-prática, composto por 6 seminários de uma qualidade exímia para discussão de casos clínicos ligados à urgência e emergência, sob a coordenação do Prof. Dr. Pedro Povoa, às quartas-feiras à tarde, por 6 sessões formativas de eletrocardiografia, sessões clínicas e uma sessão formativa sobre

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“precauções básicas em controlo de infeção”. A componente prática do estágio foi organizada de modo a acompanhar o meu tutor nas consultas externas do Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC), no serviço de urgência do HSJ e em conjunto com a equipa adstrita da ala masculina, com a qual frequentei a enfermaria do serviço 2.1 do HSAC nas diversas atividades clínicas. Nas consultas externas assisti à consulta da Diabetes, onde os doentes eram observados previamente pela enfermagem e em consulta, avaliávamos os registos de glicémia diários (pré-prandial e pós-prandial), o peso, a HbA1c, restantes análises e tensão arterial. Posteriormente, falávamos com o doente sobre a melhoria ou não do seu estado clínico e o que não estaria a resultar: alimentação, exercício e/ou medicação. A partir daí, ajustávamos a terapêutica e alimentação e se tivesse outras intercorrências de outra especialidade (retinopatia, nefropatia ou outras), referenciávamos à especialidade com a respetiva justificação. Na enfermaria, assisti a reuniões de “passagem” de doentes (onde se apresentava o doente, antecedentes, motivo de internamento, discussão da evolução, da melhor abordagem do diagnóstico/tratamento, das intercorrências diárias e do plano a seguir). Tive oportunidade de adquirir mais autonomia na avaliação do doente durante a anamnese, exame objetivo, gasimetrias, colheita de sangue, registos e interpretação de exames, o que se perpetuou nos dias de urgência. Também tive oportunidade de realizar notas de alta, observar exames mais invasivos como uma toracocentese e paracentese evacuadora e realizar a transmissão de diagnóstico, prognóstico e terapêuticas aos doentes e familiares. Na penúltima semana, apresentei um trabalho em grupo sobre “Tuberculose”, baseado num caso clínico com respetiva revisão bibliográfica.

Estágio Parcelar de Saúde Mental de 21 janeiro de 2019 a 15 de fevereiro de 2019 (Coordenador: Professor

Doutor Miguel Talina; Tutor: Dr. Henrique Pereira)

O estágio de saúde mental, apesar de ter sido só 4 semanas, surpreendeu-me muito pela positiva. Na parte teórico-prática, abordámos questões relevantes como a exclusão em primeira instância da causa orgânica. Antes de estabelecermos diagnóstico diferencial de causas de saúde mental, debatemos ainda o “estigma” em saúde mental, que continua a ser muito prevalente na sociedade, mesmo entre os profissionais de saúde. O estágio decorreu em pedopsiquiatria, na Clínica da Juventude, área que até então desconhecia, onde observei primeiras consultas e consultas subsequentes com o meu tutor (Dr. Henrique Pereira) e outros Pedopsiquiatras (Dra. Paula Vilariça, Dra. Joana Crawford e a Dra. Joana Reis), dedicadas à avaliação de adolescentes dos 13 aos 18 anos. Observei um total de 24 doentes (12 do sexo masculino e 12 do sexo feminino) com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos (média de 16 anos), sendo as patologias mais prevalentes, a Perturbação Depressiva e a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Os doentes, na sua maioria, têm fragilidades socioeconómicas, encontrando-se em instituições. Participei nas reuniões de serviço, às quartas-feiras, que eram uma fonte muito importante de aprendizagem, pela discussão dos casos clínicos de consulta e hospital dia. No último dia de estágio, fizemos a discussão do

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relatório com o Professor Doutor Miguel Talina, que nos permitiu refletir sobre os conhecimentos e competências que adquirimos.

Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar de 18 de fevereiro a 15 de março de 2019 (Coordenadora:

Professora Doutora Isabel Santos; Tutora: Dra. Mafalda Bento)

O estágio teve duração de 4 semanas na USF AlphaMouro, que tem uma população diversificada, tendo eu participado principalmente em consultas de Doença Aguda e Programadas de Saúde de Adultos. Assisti ainda a consultas de Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Diabetes, Consulta ao Domicilio e Planeamento Familiar. O ensino tutelado ajudou-me na abordagem ao doente, melhorando as técnicas de comunicação, respeitando o doente e tentando perceber se compreende o que lhe é transmitido. O relatório de estágio passou por abordagem a 2 casos clínicos: o 1º foi uma análise de situação de um pedido de exames complementares de diagnóstico que permitiu incorporar a importância de uma boa história clínica, juntamente com os exames que sejam custo-benefício necessários, não esquecendo os riscos físicos e psicológicos dos mesmos para o doente. O 2º caso foi sobre uma doente polimedicada, com múltiplas patologias, com o desafio de apresentar uma perturbação somatoforme, associada a um perfil depressivo/ansioso. Esta perturbação é um dos grandes desafios da medicina atual, à qual ainda não conseguimos dar resposta efetiva. O fato de contactar com patologias tão variadas permitiu-me rever um pouco todas as especialidades e de poder acompanhar uma realidade diferente do meio hospitalar, que muito me apraz. Sublinho as boas relações entre profissionais, que permitiram ter um estágio com um ambiente de qualidade.

Estágio Parcelar de Pediatria de 18 de março a 12 de abril de 2019 (Coordenador: Professor Doutor Luís

Varandas; Tutora: Dra. Ana Casimiro)

O estágio de Pediatria decorreu no Hospital Dona Estefânia (HDE) e à imagem de muitos anteriores, também teve uma excelente componente teórico-prática e prática. A componente teórico-prática foi composta por sessões clínicas (rastreio de trombofílias hereditárias, imunoterapia oral com leite de vaca), sessões formativas (anafilaxia, anemia na criança, sessão sobre o Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e Jovem em Risco) e “workshop” de urgências pediátricas. Na prática, acompanhei a minha tutora e respetiva equipa nas suas atividades diárias, nas consultas de Pneumologia Pediátrica, nas 5 broncofibroscopias que observei, no apoio aos serviços do HDE, para acompanhamento dos doentes crónicos, nas reuniões de serviço das 9h (com discussão dos novos doentes entrados nos diferentes serviços) e no serviço de urgência. Tive ainda a oportunidade de assistir a consultas de Imunoalergologia com a Dra. Helena Finelli, cujas patologias mais prevalentes foram asma e rinite alérgica, e de acompanhar um dia na enfermaria 5.2 com o Dr. Cavaco. As consultas de Pneumologia foram dedicadas ao

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acompanhamento de crianças, na sua maioria com doença crónica, desde alterações genéticas que levam a alterações estruturais e da função respiratória (como distrofia muscular de Duchenne, fibrose quística, paralisia cerebral, atrofia espinhal tipo 1 e 2, distrofia muscular, miopatia congénita, atresia do esófago), requerendo o uso de ventilação não invasiva permanente. Observei um total de 62 doentes (36 do sexo masculino e 26 do sexo feminino), com idades compreendidas entre as 23 semanas e os 17 anos de idade. No serviço de urgência, observei um total de 31 casos clínicos com diferentes patologias como otite média aguda, nasofaringite, gastroenterite aguda, chalázio, encefalite pós-exantema bolhoso, pancreatite aguda, pneumonia base direita, varicela, infeção urinária, amaurose/cataratas, prurigo estrófulo. No final do estágio apresentei um trabalho de grupo sobre o tema Comunicação com a criança e família: das interações diárias à capacidade de transmitir informações. Neste trabalho abordámos a evolução da comunicação, a comunicação na educação médica e na prática clínica, bem como a abordagem das más notícias.

Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia de 22 abril de 2019 a 17 de maio de 2019 (Coordenadora:

Professora Doutora Teresinha Simões; Tutoras: Dra. Sílvia Vieira, Dra. Patrícia Amaral)

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia teve lugar na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e dividiu-se em 2 componentes: 2 semanas de Ginecologia e 2 semanas de Obstetrícia. Durante o estágio, participei no internamento maternofetal, bloco de partos, consultas de alto risco, consultas de referência, consultas de diabetes, consultas de Ginecologia, consulta de Uroginecologia, bloco de Ginecologia, serviço de ecografias, serviço de histeroscopias e serviço de urgência da MAC. No final, participei num Workshop em grupo com o tema “Epilepsia na gravidez”. Na enfermaria, acompanhei a Dra. Sílvia, onde observei um total de 11 doentes com risco obstétrico médio a elevado para perda fetal (desde bolsa rota, hiperémese gravídica, pielonefrite, colo curto e placenta prévia). A equipa médica efetuava, cumulativamente, as cesarianas eletivas e outros procedimentos programados como as 2 cerclages que observei sob anestesia. Nas consultas de Obstetrícia (alto risco, referência, diabetes), observei 29 grávidas, 25 de alto risco e 3 de risco baixo). As grávidas de alto risco apresentavam doença prévia de base ou adquirida após gestação, tais como: diabetes gestacional, hipertiroidismo, diabetes prévia, obesidade, cirurgia bariátrica, hipertensão arterial e restrição de crescimento intrauterino. Nas consultas de Ginecologia e Uroginecologia observei mulheres na menopausa e em idade fértil, num total de 24 mulheres. Nestas consultas fez-se follow-up de patologias ginecológicas, focando a prevenção, a avaliação e tratamento de patologias benignas (pólipos, miomas, metrorragias), assim como a observação de mulheres com problemas do sistema urogenital, como infeções, incontinência urinária de esforço, de urgência e/ou mista e prolapsos. Consoante o grau da incontinência e do prolapso e o resultado do stress test, instituía-se o plano terapêutico mais adequado (fisioterapia, medicação, cirurgia). Ainda neste contexto, tive a oportunidade de efetuar o exame ginecológico e toque vaginal bimanual. Nas ecografias contactei com patologias com necessidade de

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esclarecimento do diagnóstico ou simplesmente seguimento. Constatei a extrema importância deste exame pela sua baixa radiação e múltiplas aplicações. Sendo a GO uma área médico-cirúrgica, tive oportunidade de participar no bloco, o que foi muito profícuo. No serviço de fertilização in vitro (FIV), observei uma punção folicular sob anestesia e algumas ecografias, para comprovar o crescimento e a evolução de folículos. Ao nível da histeroscopia, contemplei a extração de pólipos em contexto terapêutico e no contexto diagnóstico foi realizado o exame para perceber se existiam alterações uterinas e perceber se a utente estaria apta a FIV. No serviço de urgência, acompanhei intercorrências da gravidez como bolsa rota e infeções urogenitais, e urgências ginecológicas como perdas hemáticas e dor pélvica. Na sala de parto, vi rutura de membranas, episiotomias e episiorrafias, clampagem do cordão, dequitadura de placenta e membranas. No bloco de partos, observei cesarianas, um parto distócico por fórceps e ainda algumas induções de parto.

Estágio Opcional de Medicina Geral e familiar de 20 maio de 2019 a 31 de maio de 2019 (Regente: Professor José António Pereira Delgado Alves; Tutora: Dra. Patrícia Ladeiro)

A escolha do estágio opcional recaiu em Medicina Geral por ter tido menos contato com a área de cuidados de saúde primários durante a minha formação e no intuito de observar todo o tipo de patologias, das mais variadas áreas, visto esta área ser transversal a todas as áreas de conhecimento o que seria uma mais-valia para o estudo do exame de acesso à especialidade. Apesar de ter realizado estágio nesta área anteriormente, pensei que fazia muito sentido reforçar este conhecimento durante 2 semanas por ser num contexto mais rural e em extensão de saúde, meio não experienciado previamente. Presenciei durante o estágio a consulta Aberta, consulta de Saúde de Adultos, Saúde Infantil, Planeamento Familiar e de Diabetes.

Elementos valorativos

Durante o meu percurso académico procurei sempre desenvolver o meu lado ético, humano, de comunicação e de procura constante do conhecimento, pondo a minha pro-atividade como ferramenta primordial. Considero que um dos grandes elementos valorativos foi todo o contato humano com o doente que sempre procurei ter durante a minha atividade profissional como farmacêutica, que me acompanhou durante todo o meu percurso académico em Medicina, e permitiu que valorizasse as necessidades das pessoas como ser humano, para além da doença (o que pensam, como se sentem, o que esperam). Essa experiência permitiu-me apreender algumas técnicas de comunicação e empatia. Contudo, com a passagem para outro tipo de funções senti um acréscimo de responsabilidades. A par de uma sensação de confiança, existia também o receio de falhar, que procurei superar com a realização de um estágio observacional numa das áreas mais desafiantes na medicina, a Emergência Médica (Anexo 8). Neste estágio

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observei os procedimentos de atuação do INEM (Viatura Médica e Reanimação e na Ambulância de Suporte Imediato de Vida), manobras de reanimação, funcionamento do CODU e alguns procedimentos burocráticos. Previamente, realizei o Curso de Eletrocardiografia e Arritmia (Anexo 1), o Suporte Básico de Vida com DAE (Anexo 2), o Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) (Anexo 4) e o Workshop iMed Conference® 10.0 - Paediatric Emergencies (Anexo 7), tendo adquirido competências importantes para o contexto de emergência médica. Estas formações, a par de outras como o Workshop Exame Neurológico (Anexo 3), o Workshop iMed Conference® 10.0 - Imagiology (Anexo 6), o 10º Curso de Antibioterapia (Anexo 9), as 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia (Anexo 10), a 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa (Anexo 11), contribuíram de forma significativa para atualização de conhecimentos. Futuramente, pretendo dar continuidade à aprendizagem e transmissão/partilha de conhecimentos como uma mais-valia profissional e pessoal.

Reflexão Crítica

O estágio de Cirurgia Geral teve uma organização exemplar e transcendeu as expectativas e os

meus objetivos pessoais, pois participei como ajudante em diferentes cirurgias, suturando ferida cirúrgica, elaborei notas de admissão e de alta, assim como diários clínicos. Consegui integrar conhecimentos e apresentar um doente de forma estruturada, percebi a dinâmica do serviço de cirurgia integrado numa equipa multidisciplinar e apreendi que estas valências são muito importantes na minha formação, independentemente da especialidade que venha a seguir, sendo transversais a todas elas. Neste estágio aprendi a gerir os “meus medos” e as responsabilidades relacionadas com a “gestão” do doente. A integração numa equipa multidisciplinar ajudou muito. Não obstante, ainda tenho um longo caminho a percorrer, tanto ao nível de “comunicação” como ao nível da minha “formação”. O estágio de Medicina foi muito proveitoso pela diversidade de patologias, pelo consolidar de conhecimentos, o melhorar em muitos níveis, os “registos”, interpretação e pedido de exames e mesmo na perceção das terapias mais apropriadas, que me levou a desenvolver mais um pouco o raciocínio clínico. Nestes estágios percebi a importância da pro-atividade como uma das ferramentas mais importantes de aprendizagem. O estágio de

Saúde Mental em Pedopsiquiatria foi soberbo, pois o trabalho realizado com os adolescentes em consulta

e hospital dia é algo nobre, de muita persistência e sensibilidade, qualidades importantes a serem desenvolvidas em todas as áreas da medicina, as quais consegui melhorar, apesar de algumas dificuldades em gerir as minhas emoções. Neste estágio, percebi a importância do estigma em Saúde Mental e como isso está muito presente, sendo preciso trabalhar para realizar mais e melhor pelos doentes que são seres humanos com muitas fragilidades. Ressalvo a importância do dever ético para com os pacientes que em todas as áreas tem de estar sempre presente. No estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar desenvolvi as técnicas de comunicação apreendidas na teoria e observei como era importante a empatia. Senti muita

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dificuldade em dirigir a consulta em 15 - 20 minutos, onde tive de conseguir fazer escuta ativa do doente, realizar uma boa história dirigida ao motivo de consulta com exame físico e ainda efetuar os registos. Em todos os estágios percebi a importância de saber trabalhar bem com os programas informáticos, que são muito importantes e uma mais-valia no trabalho diário, não conseguindo apreender todo o tipo de tarefas e executar com a rapidez necessária que o trabalho exige. Sublinho ainda a medicina baseada na evidência e a consulta de bibliografia que suporte as nossas escolhas ao nível de diagnóstico e terapêutica, assim como o custo-benefício da prescrição de meios complementares de diagnóstico, que foi transversal a todos os estágios. Durante o estágio parcelar de Pediatria acompanhei essencialmente as áreas de Pneumologia e Imunolaergologia, o que foi muito produtivo tanto a nível de consulta externa, como no serviço de urgência, pela diversidade/quantidade de casos que presenciei. Algumas dificuldades ao nível do exame físico foram, de certa forma, colmatadas neste estágio, o que me deu alguma tranquilidade em futuras observações. Aprendi a gerir o meu receio de lidar com as crianças e pais e constatei novamente a importância de uma comunicação efetiva, principalmente pela diversidade étnica e cultural que experienciei. Apesar de a pediatria ter sido um dos estágios que mais me surpreendeu, continuei com a dificuldade de gerir emoções em contexto de consulta, o que foi importante para saber que limitações terei de melhorar futuramente. Ao nível do estágio de Ginecologia e Obstetrícia, pude participar em muita diversidade de tarefas, contribuindo para uma visão diferente da área que passei a gostar ainda mais. Reforço que, mais uma vez, percebi que as boas relações da equipa e o ambiente que se gera são uma mais-valia para ser melhor profissional. Enquanto aluna do 6º ano, a boa relação tutor/aluno será sempre o que me vai marcar numa futura escolha de uma especialidade. Consegui maior autonomia nesta área, a certos níveis, como no exame ginecológico e entendi a importância de ser autónomo versus pedir ajuda sempre que percebemos que não temos capacidade de resolução de determinado problema.

Em suma, todas as vertentes destes estágios foram muito frutuosas pelo contato com as diferentes patologias de foro cirúrgico e médico, assim como pela interação médico-doente a diferentes níveis, sendo importante as técnicas de comunicação para saber como abordar as más notícias, ou até explicar os procedimentos aos quais o doente vai ser submetido. Posso ainda concluir que consegui atingir os objetivos a que me propus, os quais poderei ainda melhorar futuramente. O que defini como pro-atividade vai perpetuar-se através da eterna aluna, que terá sempre muito para aprender com todos os aspetos da vida pessoal e profissional.

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Anexos

Anexo 1 - Curso de Eletrocardiografia e Arritmia Anexo 2 - Suporte Básico de Vida com DAE Anexo 3 - Workshop Exame Neurológico

Anexo 4 - Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) Anexo 5 - iMed Conference® 10.0 Lisbon 2018

Anexo 6 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Imagiology

Anexo 7 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Paediatric Emergencies Anexo 8 - Estágio de Observação no INEM

Anexo 9 - 10º Curso de Antibioterapia

Anexo 10 - 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia Anexo 11 - 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa

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Anexo 4 - Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) – (13/09/2018 – 14/09/2018)

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Anexo 8 - Estágio de Observação no INEM na Viatura Médica e Reanimação e na Ambulância de Suporte Imediato de Vida – (15/10/2018, 15/10/2018, 23/10/2019, 30/10/2019)

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Referências

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