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O papel da BDNut na divulgação e preservação da produção intelectual da FCNAUP : expansão, produção e avaliação

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

O papel da BDNut na divulgação e preservação da

produção intelectual da FCNAUP

Expansão, produção e avaliação

Neuza Micaela Pereira dos Santos

Orientador: Prof. Doutor Gabriel David, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Co-orientadora: Mestre Marta Azevedo, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Dissertação

Mestrado em Ciência da Informação

(2)

O papel da BDNut na divulgação e preservação da

produção intelectual da FCNAUP

Expansão, produção e avaliação

NEUZA MICAELA PEREIRA DOS SANTOS

DISSERTAÇÃO

1

MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

APROVADO EM PROVAS PÚBLICAS PELO JÚRI:

o Presidente: António Manuel Lucas Soares (Professor Associado da FEUP)

o Vogal Externo: Maria Manuel Borges (Professora Auxiliar da FLUC)

o Orientador: Gabriel de Sousa Torcato David (Professor Associado da FEUP)

_______________________________________________________________ o Co-orientadora: Marta Rita Gil Marques de Azevedo (Técnica Superior da FCNAUP) 8 de Julho de 2011

1 A investigação desenvolvida no âmbito do MCI foi enquadrada no estágio profissional decorrido na FCNAUP de 1 de Julho de 2010 a 30 de Junho de 2011

(3)

RESUMO

O protótipo da Biblioteca Digital de Nutrição e Alimentação Humana (BDNut) foi desenvolvido em 2009 no âmbito de uma investigação do Mestrado em Ciência da Informação, no contexto da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Para a criação da BDNut foi utilizado o software DSpace que suporta os repositórios digitais aberto e temático da Universidade do Porto, garantindo a integração da biblioteca digital nos serviços e sistemas de informação bibliográfica em uso pela universidade. O protótipo teve por base a utilização de material resultante da produção intelectual do Dr. Emílio Peres, um dos criadores do curso de Nutricionismo, presentemente FCNAUP, e assume um carácter fundacional da produção intelectual da comunidade docente.

A proposta da investigação actual é a expansão e alargamento da BDNut, segundo novos procedimentos definidos para a sua sustentação, e avaliação do resultado conseguido, não só do ponto de vista organizacional, de integração da informação e da infra-estrutura tecnológica, como do ponto de vista do utilizador, enquanto produtor e utilizador de informação. Como resultado da investigação pretende-se a implementação da BDNut para todo o material resultante da produção intelectual da comunidade da FCNAUP, de forma automatizada.

A BDNut tem como princípios a transferência incremental de metadados previamente validados em sistemas de informação bibliográfica em uso pela FCNAUP, nomeadamente o SIGARRA e o ALEPH, e a inserção por auto-depósito de material que não está tratado em nenhum outro sistema da faculdade, o que resulta na garantia de um ponto de acesso único a todo o material resultante da produção intelectual de docentes/investigadores e discentes da instituição.

Da investigação resultou a expansão e alargamento da colecção protótipo, tendo por base a inserção por auto-depósito de material do Dr. Emílio Peres e a migração da BDNut-desevolvimento para a BDNut-produção, divulgada por toda a comunidade FCNAUP e acessível a qualquer utilizador com ou sem vínculo à Universidade do Porto. Houve ainda a determinação de novos procedimentos de transferência de registos e aplicação de testes de transferência na BDNut-desenvolvimento, identificando-se lacunas e estratégias de correcção que se concretizou na redefinição de procedimentos e especificação de requisitos para assegurar a sua implementação de forma automática a toda a produção intelectual da faculdade na BDNut-produção. A avaliação feita pelo público-alvo da BDNut sustenta o seu alargamento a toda a produção intelectual da faculdade e a sua integração no uso actual de sistemas de informação bibliográfica da área.

PALAVRAS-CHAVE

(4)

Ca pít ul o: A BS T RA CT

2

ABSTRACT

The prototype of the Digital Library of Nutrition and Food (BDNut) was developed in 2009 as part of a research Masters in Information Science within the School of Nutrition and Food Sciences, University of Porto. For the creation of BDNut was used DSpace that supports the digital open and thematic repository of the University of Porto, ensuring the integration of digital library services and bibliographic information systems in use by the university. The prototype was based on the use of material resulting from the intellectual production of Dr. Emilio Peres, one of the creators of the course in nutrition, currently FCNAUP, and assumes a character of foundational intellectual production of teaching community.

The current research proposal is the expansion and extension of the prototype according to news defined procedures to sustain BDNut and evaluation of results achieved, not only from an organizational standpoint, integration of information and technology infrastructure, and from the point of view user as a producer and user of information. As a result of research aims to implement the BDNut for the preservation and disclosure of intellectual production by community FCNAUP, in an automatically and incrementally way.

CA BDNut assumes the transfer of metadata previously validated in bibliographic information systems in use by FCNAUP, and in particular SIGARRA and ALEPH, and the inserting by a self-filler that is not treated in any other college system, resulting in ensuring a single point of access to all material resulting from the intellectual production of teachers / researchers and students of the institution.

Research resulted in the expansion and enlargement of the collection prototype, based on the inclusion of self-filler of Dr. Emilio Peres material and the migration BDNut development for BDNut-production, released by the whole community FCNAUP and accessible to any user with or without ties to the University of Porto. There was also the determination of new procedures for transferring records and transfer tests transfer in BDNut-development, identifying gaps and correction strategies which has resulted in the redefinition of procedures and requirements specification to ensure its implementation to all intellectual production in the college, automatically BDNut-production.

The evaluation made by the audience's BDNut sustains its extension to the entire intellectual production of school and their integration into the current use of bibliographic information systems in the area.

KEYWORDS

(5)

Ca pít ul o: A GR A DE CI ME N T OS

3

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Doutor Gabriel David pelo aconselhamento científico, orientação e conhecimento transmitido ao longo de toda a investigação.

À Mestre Marta Azevedo pelo constante incentivo, disponibilidade e todo o carinho e amizade com que me acompanhou ao longo do estágio na FCNAUP e investigação do MCI.

Às equipas de apoio técnico da Universidade Digital, Biblioteca Virtual, Desenvolvimento do SIGARRA da U.Porto e Unidade de Sistemas de Informação do CICA, nomeadamente o Dr. Sérgio Afonso, o Dr. Rui Ramos, a Dr.ª Celeste Pinto e o Dr. Rui Telmo pelo apoio técnico nos testes necessários à investigação;

Aos docentes, investigadores e estudantes da FCNAUP e elementos da comunidade civil que colaboraram na avaliação da BDNut;

À Prof.ª Doutora Helena Santos pelo apoio no desenvolvimento da metodologia de investigação;

À Prof.ª Doutora Bela Franchini pelo incentivo e apoio nas etapas mais decisivas da investigação;

À equipa da Biblioteca da FCNAUP, nomeadamente a Dª Alexandra Pinto pelo apoio na aplicação dos questionários no espaço da Biblioteca;

A toda a minha família pela confiança que sempre depositaram em mim, especialmente:

À minha mãe e ao meu pai por tudo o sempre de si me deram, tudo o que fizer por mim, fá-lo-ei por vocês também.

À minha irmã pelo apoio e presença perenes.

À minha avó por todo o carinho que sempre me dedicou.

Ao Filipe pelo incentivo na continuação do Mestrado, dedicação e apoio em todos os momentos.

A todas as pessoas que com bondade contribuíram para a realização deste percurso.

(6)

Ca pít ul o: Ded ic atór ia

4

DEDICATÓRIA

Para a minha Mãe: ‘Alma, sangue e vida em mim’

(7)

Ca pít ul o: SU MÁ RIO

5

SUMÁRIO

RESUMO ... 1 Palavras-Chave ... 1 ABSTRACT ... 2 Keywords ... 2 AGRADECIMENTOS ... 3 Lista de Figuras ... 8 Lista de Tabelas ... 9 Abreviaturas e Símbolos ... 10 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ... 11 1.1 Enquadramento ... 11 1.2 Questão de investigação ... 11

1.3 Objectivos específicos e resultados esperados ... 12

1.4 Planeamento ... 12

1.5 Estrutura da Dissertação ... 13

CAPÍTULO 2. REVISÃO DA LITERATURA ... 15

2.1 Tipos de Documentos e Fontes de Informação ... 15

2.2 A concepção de Bibliotecas Digitais ... 16

2.2.1 A evolução do conceito ... 16

2.2.2 Definição actual do conceito de Biblioteca Digital ... 18

2.2.3 Problemas e desafios da construção de uma Biblioteca Digital ... 18

2.3 A avaliação de Bibliotecas Digitais ... 20

2.3.1 O conceito geral de avaliação ... 20

2.3.2 A avaliação aplicada a Bibliotecas Digitais ... 20

2.3.3 Modelos de avaliação de bibliotecas digitais ... 22

Metodologia de Investigação ... 26

CAPÍTULO 3. O CONTEXTO INFORMACIONAL DA BDNUT ... 27

3.1 A produção intelectual da FCNAUP ... 27

3.2 Os sistemas de informação bibliográfica da Universidade do Porto ... 29

3.2.1 ALEPH ... 29

3.2.2 SIGARRA ... 31

3.2.3 GAUP e SIGARRA (módulo de teses) ... 35

3.2.4 Repositórios digitais ... 36

CAPÍTULO 4. O PROTÓTIPO DA BDNUT ... 39

4.1 O software de construção da BDNut – Dspace ... 39

4.2 As principais características da BDNut ... 40

(8)

Ca pít ul o: SU MÁ RIO

6

4.3.1 Auto-depósito – procedimento fixado ... 44

4.3.2 Procedimento exportação ALeph> DSpace ... 44

4.3.3 Procedimento exportação SIGARRA> DSpace ... 45

CAPÍTULO 5. NOVOS PROCEDIMENTOS DE INSERÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE REGISTOS ... 47

5.1Migração da BDNut ... 47

5.1.1 Depósito directo na BDNut ... 49

5.2 Transferência de registos ALEPH> DSpace ... 52

5.2.1 resultado da transferência para o Repositório Aberto ... 58

5.3 Transferência de registos SIGARRA> DSpace ... 59

5.4 Descrição e análise do resultado final ... 66

5.4.1 Rectificações necessárias ... 67

5.4.2 Redefinição de procedimentos ... 71

CAPÍTULO 6. O PUBLICO-ALVO DA BDNUT E AVALIAÇÃO ... 73

6.1 Definição do público-alvo ... 73

6.2 Caracterização do público-alvo ... 73

6.3 Avaliação do comportamento de pesquisa ... 74

6.3.1 Aplicação de questionários ... 74

6.3.2 Avaliação de resultados ... 77

CAPÍTULO 7. CONCLUSÕES e desenvolvimentos futuros ... 81

7.1 Conclusões gerais ... 81

7.2 Satisfação dos objectivos ... 81

7.3 Evolução do trabalho ... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 87

ANEXOS ... 91

ANEXO 1: Criação e edição da estrutura da comunidade BDNut ... 92

ANEXO 2: Procedimento de depósito directo na BDNut ... 93

ANEXO 3: Gestão da política de acesso aos Objectos digitais ao nível do Bundle. ... 97

ANEXO 4: Template para revisão sistemática da BDNut ... 98

ANEXO 5: Exemplo de um registo inserido por auto-depósito – artigo de opinião ... 101

ANEXO 6: Exemplo de um registo resultante da transferência ALEPH> BDNut ... 102

ANEXO 7: Comparação de registos exportados do SIGARRA com aplicação GAUP e ALEPH ... 104

ANEXO 8: Exemplo de um registo resultante da transferência SIGARRA> BDNut ... 105

ANEXO 9. Proposta de correspondência SIGARRA> Repositório Aberto U.Porto ... 106

ANEXO 10. Proposta de vocabulário DeCS para integrar no campo Assunto do SIGARRA ... 110

ANEXO 11. Exemplo de XML UNIMARC resultante da exportação de metadados do ALEPH ... 113

(9)

Ca pít ul o: SU MÁ RIO

7

ANEXO 12. Folha de estilos XSL revista para conversão de metadados em linguagem

UNIMARC para linguagem Dublin Core da BDNut ... 116

ANEXO 13. Folha de estilos XSL para conversão de metadados em linguagem UNIMARC para linguagem Dublin Core do Repositório Aberto ... 125

ANEXO 14. Procedimento de importação de metadados do ALEPH e objectos digitais para o Repositório de desenvolvimento ... 133

ANEXO 15. Procedimento de importação de metadados e objectos digitais SIGARRA para o Repositório de desenvolvimento ... 139

ANEXO 16: PL/SQL interrogação à base de dados da FCNAUP SIGARRA revisto utilizado nos testes de transferência de registos... 144

ANEXO 17. Folha de estilos XSL para conversão de metadados em linguagem UNIMARC para linguagem Dublin Core da BDNut rectificada a implementar ... 159

ANEXO 18. Folha de estilos XSL para conversão de metadados em linguagem UNIMARC para linguagem Dublin Core do Repositório Aberto da U.Porto rectificada a implementar ... 167

ANEXO 19. PL/SQL interrogação base de dados da FCNAUP SIGARRA rectificado a implementar ... 175

ANEXO 20: Questionário Biblioteca Digital Nutrição e Alimentação Humana - Docentes e Investigadores ... 189

ANEXO 21: Questionário Biblioteca Digital Nutrição e Alimentação Humana - Estudantes ... 196

ANEXO 22: Questionário Biblioteca Digital Nutrição e Alimentação Humana - Comunidade Civil ... 198

ANEXO 23: Análise estatística – Questionário de docentes ... 200

ANEXO 24: Análise estatística – Questionário de estudantes ... 211

(10)

Ca pít ul o: Li sta d e F ig ur as

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Metodologia de Investigação-acção……….26 Figura 2: Diagrama da interacção dos sistemas de informação bibliográfica utilizados actualmente pela FCNAUP para publicações com OD associado……….….28 Figura 2. Publicações disponíveis no Repositório Aberto da U.Porto distribuídas pelas tipologias correspondentes……….……….……….…38 Figura 3: Ferramentas administrativas para criar e editar a estrutura das comunidades. ……….……….……….…………..……47 Figura 4: Registo de material audiovisual na BDNut……….……….…50 Figura 5: Exemplo de XML Dublin Core resultante da conversão do XML UNIMARC impresso do ALEPH pelo XSLt……….……….………56 Figura 6: Diagrama com a proposta de interacção dos sistemas de informação bibliográfica utilizados actualmente pela FCNAUP para publicações com OD associado……….……….……….……….…66

Figura 7: Fluxograma da informação bibliográfica na

BDNut……….………..72

Figura 8: Distribuição dos funcionários da FCNAUP por grau

académico……….……….…73 Figura 9: Distribuição dos estudantes da FCNAUP por grau de ensino a frequentar……….……….…………74 Figura 10: Diagrama de actividades do trabalho desenvolvido.………..…………86

(11)

Ca pít ul o: Li sta d e T abela s

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Informação inserida no GAUP relativa a cada tese entregue…………..……36

Tabela 2: Distribuição das colecções da BDNut pelas 5 sub-comunidades…………..41

Tabela 3: Novos campos utilizados na catalogação das teses e alterações de preenchimento………..52

Tabela 4: Correspondência entre campos em linguagem UNIMARC e campos em linguagem Dublin Core em uso para teses no repositório digital da U.Porto……….53

Tabela 5: Instrução de pesquisa CCL para impressão dos registos de teses a exportar do ALEPH……….……….55

Tabela 6: Comparação dos campos divergentes nos repositórios ………….………55

Tabela 7: Comparação dos campos DC no Repositório Aberto da U.Porto para teses exportadas através do SIGARRA (com aplicação GAUP) e do ALEPH……….….58

Tabela 8: Correspondência entre tipologias SIGARRA/ BDNut………59

Tabela 9: Correspondência entre campos SIGARRA/Dublin Core……….…….61

Tabela 10: Informação estatística de docentes………..………77

Tabela 11: Informação estatística de estudantes………..78

Tabela12: Informação estatística de elementos da comunidade civil………..78

(12)

Ca pít ul o: A brev iat ura s e Sí m bo los

10

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ALEPH= Sistema Integrado de Gestão de Bibliotecas BD= Biblioteca Digital

BDNut= Biblioteca Digital de Nutrição e Alimentação Humana

BDNut-desenvolvimento= Versão de desenvolvimento do protótipo da Biblioteca Digital de Nutrição e Alimentação Humana

BDNut-produção= Versão de produção da Biblioteca Digital de Nutrição e Alimentação Humana

CDU= Classificação Decimal Universal DC= Dublin Core

DeCS= Descritores em Ciências da Saúde DOI= Digital Object Identifier

EDUCAST= Serviço de gestão de vídeo para registo e distribuição simples de conteúdos lectivos

FCNAUP= Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

HTML= HyperText Markup Language OD= Objecto Digital

OPAC=Online Public Access Catalog

PDF= Portable Document Format

PL/SQL= Procedural Language/Structured Query Language

Registos Académicos da Universidade do Porto

SIGARRA= Sistema de Informação para Gestão Agregada dos Recursos e dos TIFF= Tagged Image File Format

TXT= Text file

UP= Universidade do Porto

XML= Extensible Markup Language XSL= Extensible Stylesheet Language

(13)

Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 1. IN T ROD U ÇÃO

11

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1 ENQUADRAMENTO

A Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) surgiu a partir do Curso de Nutricionismo criado em 1976 na Universidade do Porto, constituindo-se como faculdade no ano de 1996 e tendo reconhecido a designação actual três anos mais tarde. Esta é actualmente a mais recente unidade orgânica da Universidade do Porto. A FCNAUP é a única faculdade pública em Portugal a conferir o grau de licenciado em Ciências da Nutrição.

Na procura de garantir a qualidade do ensino, investigação e ligação à comunidade, a faculdade tem a preocupação de assegurar uma melhoria contínua dos seus serviços, aliando-se às tecnologias de informação e às vantagens que estas oferecem na gestão da informação bibliográfica disponível à comunidade.

Neste sentido, utiliza o módulo de publicações disponibilizado no sistema de informação da U.Porto (SIGARRA). Os outros dois sistemas de informação bibliográfica de destaque utilizados são o Repositório Aberto da U.Porto, onde constam as publicações em acesso livre das várias faculdades que constituem a Universidade, e o ALEPH, que disponibiliza em catálogo a informação do acervo documental que constitui a biblioteca.

No ano de 2009, a Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP) desenvolveu o protótipo da Biblioteca Digital de Alimentação e Nutrição Humana (BDNut) em DSpace, recorrendo para o efeito à versão de desenvolvimento DSpace instalada na reitoria da U.Porto para o Repositório Temático. A colecção do protótipo BDNut é constituída por obras da autoria do Dr. Emílio Peres, um dos criadores do curso de Ciências da Nutrição e assume um carácter fundacional da produção intelectual da comunidade docente da FCNAUP. Este trabalho pretende avaliar a validade da expansão e alargamento da BDNut relativamente à sua colecção actual, no sentido de integrar toda a produção intelectual da FCNAUP, nomeadamente validando os procedimentos de inserção e transferência de registos definidos para a colecção protótipo, definindo os requisitos necessários à extensão da colecção, aplicando esses procedimentos a uma amostra de documentos e avaliando o resultado obtido.

1.2 QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

Qual o papel da BDNut na preservação e divulgação da produção intelectual da FCNAUP?

(14)

Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 1. IN T ROD U ÇÃO

12

1.3 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS E RESULTADOS ESPERADOS

1. Analisar o contexto informacional da BDNut: a produção intelectual da FCNAUP e os sistemas de informação bibliográfica da U.Porto – ALEPH, SIGARRA e repositórios digitais.

2. Analisar o protótipo da BDNut e identificar as suas principais características. 3. Analisar o público-alvo da BDNut, nomeadamente avaliar o seu comportamento

de pesquisa nos sistemas de informação bibliográfica da U.Porto - ALEPH, SIGARRA e repositórios digitais, em Bases de Dados internacionais (Pubmed, Web of Science, Scopus, …) e na BDNut da FCNAUP.

4. Analisar os procedimentos de inserção e transferência de registos definidos para a colecção protótipo da BDNut e aplicá-los a uma amostra de documentos definidos em colaboração com a instituição acolhedora.

5. Definir os requisitos e os procedimentos necessários para a expansão e alargamento da colecção do protótipo.

6. Testar os procedimentos definidos para a expansão da colecção, elaborar uma avaliação preliminar e analisar os resultados.

1.4 PLANEAMENTO1

Plano de Trabalhos - Semestre 1

1. Realizar um estudo do estado da arte da avaliação em bibliotecas digitais. (A entregar: relatório de estado da arte da avaliação em bibliotecas digitais – V1.0: 24/11/2010; V2.0: 15/12/2010; Versão final: 4 de Janeiro de 2010)

2. Analisar o contexto informacional da BDNut: a produção intelectual da FCNAUP e os sistemas de informação bibliográfica da U.Porto – ALEPH, SIGARRA e repositórios digitais. (A entregar: relatório de análise do contexto informacional da BDNut – V1.0: 11/01/2011; V2.0: 01/02/2011)

3. Analisar o protótipo da BDNut e identificar as suas principais características. (A entregar: relatório de análise do protótipo BDNut – V1.0: 11/01/2011; V2.0: 25/02/2011)

4. Analisar os procedimentos de inserção e transferência de registos definidos para a colecção protótipo da BDNut e aplicá-los a uma amostra de documentos definidos em colaboração com a instituição acolhedora. (A entregar: relatório

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Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 1. IN T ROD U ÇÃO

13

de avaliação de utilização dos procedimentos de inserção e transferência de registos na BDNut – V1.0: 25/01/2011)

Plano de Trabalhos - Semestre 2

5. Analisar os procedimentos de inserção e transferência de registos definidos para a colecção protótipo da BDNut e aplicá-los a uma amostra de documentos definidos em colaboração com a instituição acolhedora. (cont.) (A entregar: relatório de avaliação de utilização dos procedimentos de inserção e transferência de registos na BDNut – V2.0: 22/02/2011)

6. Definir os requisitos e os procedimentos necessários para a expansão e alargamento da colecção do protótipo. (A entregar: relatório de análise de requisitos e definição de procedimentos para a expansão da colecção do protótipo – V1.0: 29/03/2011; V2.0: 12/04/2011)

7. Testar os procedimentos definidos para a expansão da colecção. (A entregar: relatório de expansão do protótipo – V1.0: 26/04/2011; V2.0: 10/05/2011)

8. Elaborar uma avaliação preliminar da expansão do protótipo e analisar os resultados, incluindo a análise do público-alvo da BDNut. (A entregar: relatório de avaliação da expansão do protótipo – V1.0: 24/05/2011; V2.0: 07/06/2011)

9. Escrita da Dissertação. (A entregar: dissertação – V1.0: 30/06/2011; V2.0: 31/07/2011)

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A dissertação contém no total 7 capítulos dedicados à investigação realizada. Os primeiros 4 capítulos apresentam o estado de arte no ponto inicial da investigação, o contexto informacional da biblioteca digital e o trabalho desenvolvido anterior à presente investigação. Nos capítulos 5 a 7 é desenvolvido o trabalho de investigação segundo os objectivos propostos, testando os novos procedimentos definidos para a expansão e alargamento da colecção do protótipo, avaliando os resultados alcançados e definindo os passos futuros para concretizar o alargamento e expansão da colecção da biblioteca digital a toda a produção intelectual da comunidade FCNAUP.

No capítulo da introdução, faz-se o enquadramento do contexto em que a investigação é desenvolvida e identifica-se a questão que a move e os objectivos traçados.

(16)

Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 1. IN T ROD U ÇÃO

14

Segue-se no capítulo 2, a revisão do estado de arte, na qual se apresentam outros trabalhos de interesse no âmbito da investigação que se pretende desenvolver, incidindo sobretudo na avaliação de bibliotecas digitais.

No capítulo 3 é feita a contextualização informacional do protótipo da BDNut perante os sistemas de informação bibliográfica da Universidade do Porto, nomeadamente SIGARRA, ALEPH e Repositório Aberto da U.Porto.

No 4º capítulo é caracterizado o protótipo de desenvolvimento da BDNut, tendo em conta o software utilizado na sua construção e as principais características e é feita uma análise geral deste, descrevendo-se ainda os procedimentos definidos na fase de protótipo e verificando-se a actualidade e pertinência dos procedimentos anteriormente adoptados.

Segue-se o capítulo 5 em que são descritos e testados os novos procedimentos propostos, acompanhando o processo de migração da BDNut-desenvolvimento para a BDNut-produção, sãp analisados os resultados obtidos e propõe-se alterações para as lacunas detectadas, havendo ajustes aos novos procedimentos. No capítulo 6 é feita uma análise do público-alvo, através da aplicação de questionários e realização de um teste de usabilidade e apresentam-se os resultados da avaliação da BDNut do ponto de vista do utilizador a que esta se destina.

Por fim, no capítulo 7, é feita uma reflexão sobre o trabalho realizado, comparativamente ao que foi proposto inicialmente, desafios e trabalho futuro e conclusões.

(17)

Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 2. RE V IS Ã O DA LIT ERA T U RA

15

CAPÍTULO 2. REVISÃO DA LITERATURA

O objectivo do estudo da presente revisão da literatura é a contextualização e conhecimento do estado de arte actual na área da concepção e avaliação de Bibliotecas Digitais, servindo de suporte à realização da investigação.

A revisão da produção científica especializada na área das Bibliotecas Digitais e estudos de caso de modelos de avaliação aplicados em experiências de importância sublinhada, nomeadamente em bibliotecas digitais universitárias e sistemas de apoio ao ensino à distância, resultou na reunião do corpo teórico que sustenta a necessidade de adaptação deste conhecimento à realidade de uma biblioteca digital em Ciências da Nutrição e Alimentação Humana.

2.1 TIPOS DE DOCUMENTOS E FONTES DE INFORMAÇÃO

As bases teóricas do trabalho aqui reunidas, incidem sobre experiências relevantes na avaliação de Bibliotecas Digitais, sob a forma de casos de estudo, bem como investigações acerca do tema e modelos de avaliação desenvolvidos.

Foram revistos artigos científicos, livros, teses e dissertações no âmbito pretendido, de que se salientam as dissertações da Biblioteca Digital temática de

Nutrição2, a que este projecto dá continuidade, e da Biblioteca Digital temática de

Arte3, desenvolvida na mesma plataforma.

A pesquisa da Informação foi realizada em ferramentas de pesquisa como bases de dados bibliográficas de artigos científicos, teses e dissertações, revistas da especialidade, e-books, catálogos de bibliotecas, enciclopédias, assim como em páginas electrónicas de instituições formais, nomeadamente, bibliotecas do âmbito nacional e internacional, com especial enfoque às da área das Ciências da Saúde, e bibliotecas de âmbito académico. A expressão de pesquisa utilizada foi:

((Assessment) OR (Evaluation) AND (Quality)) AND

((Digital) AND (Librar*))

2Azevedo, Marta Rita Gil Marques de - Biblioteca Digital de Alimentação e Nutrição Humana. Porto: [FEUP], 2009. Tese de Mestrado.

3Barroso, Isabel Maria e Silva - BDArt - Biblioteca Digital de Arte : Arquivo e Biblioteca : a integração de fundos de

diferentes proveniências numa infra-estrutura de repositório. Porto : [FEUP], 2009. Tese de Mestrado. Vol. 1: 148 p; Vol. 2: Anexos: 177 p.

(18)

Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 2. RE V IS Ã O DA LIT ERA T U RA

16

2.2 A CONCEPÇÃO DE BIBLIOTECAS DIGITAIS

Para avaliar uma biblioteca digital em fase de protótipo, como sucede com a BDNut na qual se pretende proceder à expansão e alargamento da colecção e respectiva avaliação, é necessário, ainda que de forma resumida, abordar estudos de caso da concepção de outras bibliotecas digitais. Os trabalhos de Azevedo (2009) e Barroso (2009) debruçaram-se sobre a concepção de bibliotecas digitais, resultando o primeiro no protótipo do sistema de informação que se pretende avaliar, a BDNut, pelo que o presente trabalho não será exploratório de investigação nesse domínio, mas uma revisão do caminho percorrido e um breve debruçar sobre outros casos de bibliotecas digitais desenvolvidas.

Muitos foram os termos usados para designar o conceito de uma biblioteca assente em tecnologias de informação com a potencialidade de adicionar funcionalidades, completar ou, em alguns casos, substituir a biblioteca tradicional, até ao uso do termo actual de Biblioteca Digital (Harter 1996).

O facto de as bibliotecas digitais gerarem interesse em diversos grupos profissionais, como engenheiros, advogados, sociólogos e, naturalmente, bibliotecários levou a que esta fosse entendida como uma matéria que ultrapassa fronteiras, sem uma delimitação clara do seu domínio (Lynch 2005). Segundo o autor, a importância das Bibliotecas Digitais revê-se no tratamento de questões relacionadas com a propriedade intelectual das bibliotecas enquanto instituições sociais, culturais e comunitárias. Tal factor parece indicar que o interesse por este domínio ultrapassa o contexto das bibliotecas e abrange diversos sectores, o que é evidenciado pelo facto de terem sido profissionais de áreas distintas que impulsionaram o nascer e progredir da área. Embora a biblioteca digital seja a nova aposta para as bibliotecas e outras instituições, a evolução do conceito conta-se numa história de algumas décadas.

2.2.1 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO

Embora as Bibliotecas Digitais tenham aparecido fortemente na década de noventa, estas já tinham sido previstas e abordadas na obra científica de alguns autores precursores da área da Ciência da Informação, nomeadamente, Vannevar Bush (1945) que vincou a possibilidade do uso de computadores no acesso à informação. O autor projectou uma biblioteca interactiva de materiais indexados e associados entre si, o chamado MEMEX. Os avanços na área das tecnologias da informação impulsionaram o evoluir do conceito de biblioteca digital, que se pretendia acessível a todo o tempo e em qualquer lugar. Ted Nelson (1965), autor do projecto Xanadu (Nelson 1960), criou e publicou os termos de hipertexto e hipermédia, embora a ideia de um sistema que funcionasse como um arquivo comum de textos propostos por especialistas de determinadas áreas, interligados entre si, tenha surgido anteriormente. O autor defendia que os computadores

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deveriam estar disponíveis para todos e a sua interface ser facilmente perceptível para o utilizador comum.

Em meados da década de 1980 já existiam sistemas, tanto no sector comercial como em ambiente investigacional, que se podem considerar aproximações de bibliotecas digitais.

Na década que decorreu entre 1994 e 2004 houve um financiamento substancial para a pesquisa na área das bibliotecas digitais. Foram criadas duas grandes iniciativas nos Estados Unidos da América de financiamento competitivo, a Digital

Libraries e a DLI-2, que contaram com o contributo dos investigadores do ensino

superior no uso dos protótipos desenvolvidos. A organização promotora foi a National Science Foundation (NSF), que contou com a colaboração de organizações como a DARPA, a NASA, a National Library of Medicine pelo National Institutes of Health, a Biblioteca do Congresso, entre outras (Lynch 2005).

Desta forma, com os resultados das investigações geradas, tem-se observado ao longo da última década um forte crescimento da área das bibliotecas digitais, de tal forma que, sobretudo no meio académico, estas têm assumido um papel preponderante de parceria com a biblioteca tradicional.

Actualmente observa-se um forte investimento em infra-estruturas digitais de apoio à criação de colecções digitais e gestão de repositórios institucionais e objectos digitais, em destaque no governo, no ensino superior, na preservação da memória cultural e nos sectores comerciais.

Os novos avanços na área das bibliotecas digitais, patentes na literatura recente, são a inclusão na sua arquitectura de sistemas ou funcionalidades de redes sociais. A Web 2.0 abrange conceitos como o Book Marking que consiste na sinalização por parte do utilizador de obras que considerou importantes, permitindo a recuperação das mesmas por parte de outros potenciais utilizadores. Das potencialidades das redes sociais pretendem os profissionais envolvidos na criação de bibliotecas digitais extrair o que lhes permita assegurar um serviço de referência ao utilizador. Desta forma há uma aproximação do utilizador ao gestor da biblioteca digital, o que possibilita um melhor conhecimento das suas necessidades informacionais e uma resposta adequada às mesmas e do conteúdo da biblioteca digital ao próprio utilizador.

Pode-se verificar no presente que as bibliotecas digitais dispõem de um conjunto relativamente evoluído de ferramentas, abordagens técnicas e tecnologias de extrema utilidade ao serviço de muitas organizações.

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2.2.2 DEFINIÇÃO ACTUAL DO CONCEITO DE BIBLIOTECA DIGITAL

O conceito de biblioteca digital gera algum debate, sobretudo por factores como o uso de diversos termos e da falta de uma definição clara destes por parte da comunidade de bibliotecários até à chegada do termo actual e ainda por serem designados por bibliotecas digitais sistemas que não têm correspondência com estas segundo a visão dos bibliotecários e cientistas da informação. O facto de este ser um sistema agregador de inúmeras áreas de pesquisa e cada comunidade científica o descrever em função do seu objecto de estudo e dos seus objectivos particulares é outro dos factores que torna difícil iluminar e definir exactamente o conceito, de uma forma global (Nurnberg 1995). É de aceitação geral que uma biblioteca digital é voltada para os mesmos objectivos da biblioteca tradicional, nomeadamente o desenvolvimento e gestão de colecções, a análise dos documentos tendo em consideração os metadados a extrair, a criação de índices, a preservação e acessibilidade dos objectos e o serviço de referência ao utilizador (Cleveland 1998).

As instituições constituintes da Digital Library Federation salientam que as bibliotecas digitais são construídas para atender a uma comunidade específica ou a um conjunto de comunidades, sendo para tal organizadas por profissionais especializados para seleccionar, estruturar, interpretar, oferecer acesso intelectual, distribuir, preservar e garantir a persistência ao longo do tempo de colecções de obras digitais (Waters 1998). Ainda segundo o autor, a maioria das bibliotecas digitais na DLF dedicam-se a apoiar o acesso à produção intelectual das áreas científicas respectivas e fomentar a investigação no ensino superior e justificam o investimento na evolução do ambiente digital como sendo um meio de prossecução dos objectivos institucionais das comunidades académicas que servem.

2.2.3 PROBLEMAS E DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL Os desafios ao desenvolvimento de uma biblioteca digital prendem-se com questões como Arquitectura Técnica, Construção das Colecções das Bibliotecas

Digitais, Digitalização, Metadados, Gestão dos Direitos de Autor e Preservação

(Cleveland 1998). Segundo o autor, os desafios levantados quanto à Arquitectura Técnica referem-se essencialmente à alocação de diferentes sistemas e recursos ligados em rede e integrados numa única interface, como bases de dados bibliográficas que apontam para os formatos analógico e digital, índices, diversos formatos digitais e ligação à página das revistas. Ainda pelo autor, a construção do acervo digital implica etapas como o trabalho de digitalização (processo dispendioso- implica a selecção do que importa disponibilizar em formato digital), a aquisição de obras digitais da autoria de docentes e investigadores e o acesso a recursos externos apenas disponíveis em determinadas redes, fornecendo

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indicações de páginas externas, colecções de outras bibliotecas ou servidores dos editores. Os metadados são outra questão central para o desenvolvimento de bibliotecas digitais, uma vez que tem a função de descrever o conteúdo e os atributos de um determinado item numa biblioteca digital. A norma mais

importante de descrição dos metadados é o Dublin Core4, que tem definido um

conjunto de quinze elementos descritores (OAI-PMH, 2000). Pretende-se que estes sejam simples para serem perceptíveis pelos autores e suficientemente exploratórios para garantir a recuperação da informação que o utilizador pretende. A importância de existir um esquema exclusivo de identificadores prende-se com a persistência dos metadados relativa aos objectos digitais de determinada biblioteca digital, independentemente da permanência da organização promotora e com a desvinculação a locais ou processos.

A necessidade de gestão dos direitos de autor deve-se a que as bibliotecas são normalmente uma ponte entre os produtores da informação e os utilizadores finais, não detendo a propriedade intelectual sobre as obras que constituem o seu acervo documental. Esta questão revela-se um desafio para as bibliotecas digitais na sua expansão e alargamento por implicar uma negociação com as editoras no que se refere às restrições no acesso à informação. Relativamente à protecção de dados, neste contexto, por norma o acesso à informação é distinguido de entre utilizadores institucionais para utilizadores externos.

Uma biblioteca digital deve ser planeada para garantir o acesso à informação sem limite temporal. Aqui, subentende-se o desafio da preservação, que tem como principal entrave a obsolescência técnica. Cada vez mais, os profissionais envolvidos na construção ou desenvolvimento de bibliotecas digitais têm uma consciência desperta para a questão de preservação dos objectos digitais a longo prazo e da necessidade de definir previamente as estratégias a adoptar em resposta a esta necessidade. A crescente intensidade da produção científica, acentuada no decorrer das últimas duas décadas, reforça a importância da preservação e acessibilidade dessa informação, sobretudo ao nível universitário, em que é necessário um conhecimento constante e actual da produção intelectual da área.

Os desafios futuros de uma biblioteca digital residem na automação dos processos, como é proposto em trabalhos na área, concretizando-se numa biblioteca digital do futuro que use um software com os princípios da inteligência artificial, ou seja, capaz de gerir, acompanhar e alocar serviços e recursos tais como acontece numa biblioteca tradicional, mas com a particularidade de não exigir o empenho humano (Wellman et al 1996).

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2.3 A AVALIAÇÃO DE BIBLIOTECAS DIGITAIS

2.3.1 O CONCEITO GERAL DE AVALIAÇÃO

O conceito de avaliação é entendido de diversas formas, de acordo com diferentes autores. De uma forma genérica, entende-se avaliação como o “processo de determinar o mérito, validade ou valor de alguma coisa, ou o produto de determinado processo" (Nicholson 2004). A avaliação pode analisar aspectos humanos, do sistema, de usabilidade, etnográficos, antropológicos, sociológicos ou económicos.

A avaliação leva à ampliação da consciência sobre determinado programa ou projecto o que possibilita que escolhas e decisões apoiadas em dados possam ser feitas resultando num processo de aprendizagem sistemático e intencional para apurar o mérito, a relevância e a qualidade de processos e resultados (Brandão et al 2005). Segundo os autores, sem avaliação não há desenvolvimento e esta só é bem sucedida se tiver origem dentro da instituição, em que se unam procedimentos de avaliação ao objecto em estudo, sem usar moldes gerais pré-concebidos e inapropriados ao caso particular. Os autores salientam ainda as 5 dimensões a considerar numa avaliação, a saber, o Poder (relações sociais estabelecidas), a Motivação (significado permanente dos processos de avaliação), a Identidade (construção de sujeitos, ampliando consciências, aprofundando conhecimentos, revendo práticas, evoluindo na abordagem profissional), as Competências (de facilitação de processos, de gestão de processos e de investigação da realidade) e os Recursos (conjunto de elementos essenciais ao processo de avaliação).

Diferentes áreas do saber têm-se dedicado ao estudo sobre a metodologia de avaliação em especial a psicologia, a sociologia, e os domínios da educação.

Dependendo da abordagem utilizada, a avaliação pode ser focalizada ou mais abrangente, fixa ou dinâmica, imposta ou participativa, purista ou eclética (Haynes 2007).

2.3.2 A AVALIAÇÃO APLICADA A BIBLIOTECAS DIGITAIS

A evolução das tecnologias de informação e consequente emergência das bibliotecas digitais, revista na dimensão da produção literária em torno desta problemática, desperta para a necessidade de definição de uma contextualização específica para a aplicação da avaliação. Torna-se fulcral desenvolver o projecto de avaliação, segundo objectivos bem definidos em função do perfil de utilizadores da biblioteca digital em foco.

A complexidade do processo de avaliação de bibliotecas digitais fica patente na generalidade dos estudos revistos, resultando na necessidade de definir

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metodologias e sistemas de avaliação que validem os modelos teóricos de boas práticas de uma biblioteca digital.

2.3.2.1 INVESTIMENTO E RETORNO DA AVALIAÇÃO

Embora a avaliação implique dispêndios para a organização, sobretudo pela necessidade de profissionais especializados dedicados integralmente a esta tarefa e custos monetários, o retorno desta acção prende-se essencialmente com questões relacionadas com a sustentação de decisões sobre a aplicação dos investimentos, pelo impulsionar de desenvolvimentos técnicos e conceptuais de projectos específicos da biblioteca digital, pela aproximação dos grupos profissionais envolvidos na biblioteca digital aos utilizadores, de forma a definir soluções para melhorar o uso e os suportes informacionais da biblioteca digital. A avaliação tem ainda mais valias como a documentação da evolução de um projecto específico de biblioteca digital e, sobretudo, focando-se na pesquisa, ajuda a explicar os resultados de uma biblioteca digital e relacioná-los com questões de importância crucial que abarquem a sua evolução e impacto.

Assim, a avaliação auxilia a tomada de decisões, fornecendo informações sobre os pontos fortes e fracos de serviço, expondo as suas lacunas, indicando as áreas onde podem ser implementadas melhorias significativas e sugerindo novos rumos (Lynch 2005).

2.3.2.2 AVALIAÇÕES QUANTITATIVA VS QUALITATIVA

A bibliografia revista apresenta os métodos qualitativos e quantitativos como ferramentas de condução para a estruturação da investigação em torno da biblioteca digital. As ferramentas quantitativas permitem o acesso a dados estatísticos por meio de ensaios, medições, questionários, teste de diagnóstico baseados em pontuações, entre outros. Entende-se como uma abordagem científica que procura a exactidão das respostas, mas que surte efeito se completada pelo uso de ferramentas de investigação qualitativas. Os métodos qualitativos reúnem informações descritivas, através da observação de grupos de foco, estudos de caso, questionários de resposta aberta e entrevistas. A vantagem destas técnicas de resposta aberta deve-se à explicação dos dados quantitativos, fornecendo um significado contextual. Em suma, as ferramentas quantitativas definem claramente o quê – What, enquanto os métodos qualitativos fornecem o porquê – Why, (Pawson e Tilley 1997) e, por conseguinte, uma abordagem mista na avaliação das bibliotecas digitais seria mais enriquecedora no processo avaliativo.

Saracevic (2000) reforça que uma avaliação implica o levantamento de questões de partida que respondam o porquê de avaliar, o que irá ser avaliado, como será realizada a avaliação, o que se pretende saber exactamente e que acções serão tomadas após a análise dos resultados. Segundo o autor, para que haja de facto avaliação e não uma an|lise “quantitativa” ou “qualitativa”, é necess|rio abordar o conceito de desempenho que inclua objectivos bem delineados. A avaliação

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subdividir-se-á em Avaliação da Eficácia (quão bem o sistema realiza suas tarefas) e Avaliação da Eficiência (qual o custo implicado na realização das suas tarefas). A avaliação tradicional de bibliotecas digitais tem-se centrado nos cálculos da eficiência, ou seja, recursos que têm entrado no sistema e o reflexo destes na sua utilização, de utilidade para questões como o financiamento e as alterações de recursos.

2.3.2.3 AVALIAÇÃO CENTRADA NO UTILIZADOR

A avaliação da qualidade de uma biblioteca digital, estando esta tão fortemente voltada para o utilizador, revela-se uma avaliação das necessidades de informação científica do próprio utilizador. A investigação desenvolvida num projecto de avaliação de uma biblioteca digital não é bem sucedida se resumir-se a uma recolha de dados e deve procurar compreender a qualidade dos serviços da biblioteca e o valor destes para o utilizador. Uma avaliação centrada no utilizador é voltada para resultados.

O que a generalidade das experiências parece apontar é a prevalência da importância do papel do utilizador no desenvolvimento da biblioteca digital, visível e a considerar quer durante a fase de concepção da biblioteca digital quer na fase posterior à sua implementação, embora em alguns casos só nesta etapa haja uma tomada de consciência da importância do utilizador final e uma cristalização do sistema em função deste. Daqui resulta uma ressalva que durante o processo de avaliação da biblioteca digital haja um planeamento estratégico das mudanças e melhorias que devem ser impulsionadas na biblioteca digital.

Há uma distinção que importa ressalvar, a biblioteca digital não deve ser encarada enquanto produto, um sistema agregador de fontes de informação para o utilizador, mas antes com uma missão enquanto a sua actuação como processo de satisfazer as necessidades informacionais do utilizador. Esta consciência é fulcral na melhoria dos serviços prestados pela biblioteca digital (Kuhlthau 1993). Tal factor pode evidenciar a necessidade de contemplar na biblioteca digital diferentes perfis de utilizadores e o conhecimento dos diferentes ‘stakeholders’ associados.

2.3.3 MODELOS DE AVALIAÇÃO DE BIBLIOTECAS DIGITAIS

Um modelo de avaliação deve ter um conjunto de parâmetros que o responsável pela avaliação se propõe seguir. Um método de avaliação consistente procura recolher as características gerais da biblioteca digital, o fundo documental que a constitui e o seu enquadramento, por exemplo, na produção intelectual da instituição, de forma a delinear propostas e recomendações de actuação futura que visem a sua expansão e alargamento, como será caso do presente trabalho. Importa ainda definir como será realizada a avaliação, tendo como base um

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conjunto de critérios de avaliação consequentes da interpretação realizada durante a caracterização da biblioteca digital.

Isolando parâmetros, é consequente estipular que na avaliação de uma biblioteca digital é preciso ter em conta o público-alvo desta, de forma a compreender de que modo as suas especificidades fornecem uma resposta à dimensão do utilizador final. A adopção de um modelo e método de avaliação consistente, implica que este anteveja a comparação entre sistemas, conteúdos e serviços.

A construção de um modelo de avaliação implica um percurso de 5 etapas conforme avançam Martins e Theóphilo (2007). A conceitualização (suportada por outras teorias que se tenham debruçado sobre o facto a representar), a modelagem (sucede ao desenvolvimento de estruturas teóricas, transpondo-se estas para o facto a representar), a solução do modelo operacional (refere-se à correlação entre o modelo operativo do sistema e os resultados decorrentes), a implementação (aceitação dos resultados obtidos pela solução do modelo operativo) e a validação de todas as etapas anteriores (implica a capacidade de sustentar e antever o impacto do modelo).

Fuhr et al. (2001) apresentaram um modelo conceptual de bibliotecas digitais que tem como base quatro dimensões principais. Os autores consideraram que as relações entre os metadados e colecções, Sistema e tecnologia, Utilizadores e Utilização permite criar descrições detalhadas das bibliotecas digitais que podem ser aplicadas para definir ambientes de teste ou para comparação entre as mesmas.

Sandusky (2002), identificou um grupo de seis atributos da biblioteca digital, que definiu como sendo Audiência (Público-alvo e utilizadores), Instituição (entidade que financia e suporta a sua criação), Acesso (condições de utilização e suporte de acesso ao conteúdo), Conteúdo (informação que integra a biblioteca e as colecções de documentos), Serviços (competências humanas e potencialidades das tecnologias base que interligam as colecções tendo em vista a sua utilização e ligam as pessoas umas às outras), Design e Desenvolvimento (processo de construção e manutenção).

Os modelos de avaliação de bibliotecas tradicionais podem ser transpostos para a avaliação de uma biblioteca digital (Nicholson 2004). Através de um modelo que combina tópicos de medições e perspectivas, o responsável pela avaliação pode definir melhor o que avaliar na biblioteca e como avaliar. O modelo tem como directrizes as visões interna e externa do sistema e de uso, que contemplam em que se concretiza o sistema, a sua efectividade, utilidade e modos de manipulação, respectivamente.

A avaliação da interacção do utilizador com a Biblioteca Digital é de tal forma crucial que é recorrente na literatura serem desenvolvidas bases de avaliação

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desta relação. Neste contexto, define-se que a interacção é formada por três componentes: o utilizador, o conteúdo e o sistema (Tsakonas et al. 2004). O autor considerou três categorias de critérios de avaliação abrangendo as relações entre os três componentes considerados. Classificou-os como sendo a Usabilidade (interacção entre o utilizador e o sistema) que se concretiza nos critérios de eficácia, eficiência e satisfação do utilizador, Utilidade (correspondência entre o conteúdo e as necessidades do utilizador), assente nos critérios de existência de recursos da biblioteca que atendem à necessidade de informação do utilizador (informação alvo) e qualidade dos recursos em geral disponíveis para o utilizador, e Desempenho (qualidade de disponibilização do conteúdo) que tem por base a precisão, relevância e tempo de resposta.

A produção científica revista projecta uma série de possíveis questões na avaliação de bibliotecas digitais que retratam directa ou indirectamente, os componentes de interacção expostos no modelo anterior:

Utilidade

1. Há alguma representação do utilizador durante o desenvolvimento da biblioteca digital e selecção do material?

2. Qual a extensão e abrangência dos conteúdos das colecções que compõem a biblioteca digital?

3. Qual a coerência entre os conteúdos efectivos das colecções definidas na biblioteca digital abrangem os temas existentes coerentemente?

Usabilidade

1. O acesso à biblioteca digital é condicionado ou sem restrições? A que níveis se definem as restrições, a toda a biblioteca digital, ou a determinados objectos digitais?

2. A biblioteca digital é colaborativa, possui ferramentas de interacção com o utilizador?

3. A biblioteca digital tem um serviço de referência e contacto com os especialistas?

4. Quais as funcionalidades de recuperação da informação disponíveis no sistema ao nível da navegação, realização de pesquisa e visualização de resultados? 5. De que forma é possível refinar a informação recuperada na pesquisa? 6. Quais os operadores aplicados na Pesquisa simples e na Pesquisa Avançada? 7. Qual é a informação apresentada sobre cada documento recuperado?

8. Quais as funcionalidades associadas às modalidades de pesquisa (guardar ou imprimir)?

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Desempenho

1. Há algum limite de tamanho para os objectos digitais alocados à biblioteca digital?

2. Que funcionalidades têm os sistemas que permitam extrair dados para analisar a sua eficiência?

3. Qual o nº de utilizadores simultâneos que o sistema suporta? 4. …

A avaliação da qualidade tem de privilegiar o papel do utilizador final do sistema de informação, o que é verificável na incursão pela literatura e nas experiências e projectos desenvolvidos. Para os administradores dos sistemas é essencial iluminar a noção de qualidade do ponto de vista do utilizador, da forma como este a define. Esta experiência pode ser desenvolvida através de questionários, fichas de diagnóstico acerca da utilização da biblioteca digital e medições da importância dos diferentes parâmetros de qualidade para o utilizador enquanto indivíduo e para o desempenho da biblioteca digital.

O retorno de informação sobre o utilizador, o sistema e interacções entre ambos é esquematizado, envolvendo informação como o contexto social e de conhecimento do utilizador, os serviços que executou e o tráfico de rede (Klas et al. 2006). A complexidade de informação como a que se refere à identidade do utilizador implica o recurso a entrevistas ou inquéritos, bem como a observação directa, mas informações da actividade no sistema também são importantes e os administradores da biblioteca digital podem de uma forma metódica e sistemática ter este retorno.

Um modelo largamente explorado na avaliação da qualidade das bibliotecas digitais é o modelo de Qualidade 5S, havendo já uma ferramenta desenvolvida suportada neste modelo, a 5SQual (Gonçalves et al. 2007). Este modelo tem por base o formalismo matemático, incluindo uma ontologia para definir conceitos, relações e o regulamente da biblioteca digital. Pode ser considerado um modelo mais geral para avaliação de bibliotecas digitais. A sigla 5S refere-se a Sequences and Structures (Sequências e estruturas) spaces (Espaços), scenarios (Roteiros) e societies (Sociedades) (Gonçalves et al. 2004).

O modelo de qualidade dos 5S define componentes e dimensões que servem para a compreensão rigorosa dos pontos de foque da avaliação da qualidade da biblioteca digital. Relativamente ao Objecto Digital importa ter presente conceitos como Acessibilidade, Pertinência, Preservação, Relevância, Similaridade, Significado e Actualidade. Outra das componentes que este modelo aborda é a Especificidade dos metadados, tendo em conta o seu Grau de perfeição, Exaustividade e Conformidade. Na Colecção devem ser abordadas as dimensões de Exaustividade e Factor de Impacto e nos Serviços prestados a Eficiência, Eficácia, Extensibilidade, Reutilização e Confiança.

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Dos modelos de avaliação da qualidade de bibliotecas digitais estudados, retira-se a relevância acentuada do utilizador como agente condicionante da qualidade considerada do sistema. No momento da concepção da biblioteca digital deve ser tido em consideração se a instituição já utiliza outros sistemas de informação e qual o papel do novo sistema em articulação com os existentes anteriormente, definindo uma estratégia de procedimento que viabilize a sua implementação. Como aspectos gerais a considerar na avaliação de uma biblioteca digital, pode-se numerar a organização da colecção, as funcionalidades de pesquisa (exemplo: opções de campos de pesquisa, opções de navegação e terminologia adoptada), os resultados de pesquisa (exemplo: pertinência e ordenação dos resultados obtidos, e utilidade), a descrição dos registos (exaustividade e utilidade da descrição), a qualidade dos objectos digitais associados ao registo, a usabilidade, utilidade e funcionalidade do sistema, entre outros.

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

A metodologia de investigação seleccionada para aplicar à investigação é a

Metodologia de Investigação-acção. Dado o âmbito de actuação teórico-prático do

trabalho com uma componente técnica bastante relevada, esta metodologia é adequada para assegurar um planeamento estratégico da actuação ao longo de toda a investigação.

A metodologia pressupõe investigação para aumentar a compreensão por parte do investigador e acção para obter mudança na organização.

A investigação-acção apresenta um conjunto de 4 processos realizados de forma cíclica.

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CAPÍTULO 3. O CONTEXTO INFORMACIONAL DA BDNUT

3.1 A PRODUÇÃO INTELECTUAL DA FCNAUP

De um modo geral, entende-se por produção intelectual institucionalizada a realização metódica de investigação científica ou tecnológica por investigadores e docentes, divulgada segundo os meios reconhecidos pela comunidade da área. Os ciclos de estudo ministrados na FCNAUP abrangem as Ciências Básicas, as Ciências Sociais e Económicas, as Ciências da Educação, as Ciências da Saúde Pública e as Ciências da Nutrição e Alimentação, pelo que a produção científica da instituição passa por estas áreas temáticas, debruçando-se genericamente sobre questões relacionadas com a Saúde Pública.

De entre a produção intelectual da FCNAUP destaca-se a publicação de artigos em revistas científicas, livros de actas de conferências e outras publicações, livros, relatórios, trabalhos académicos e teses. A participação dos docentes em congressos e reuniões científicas de carácter nacional ou internacional resulta na apresentação de comunicações e posters em conferências. Inclui-se a produção científica e não científica da autoria de investigadores, docentes, técnicos superiores e alunos da faculdade. A produção não científica abrange material utilizado para ensino e aprendizagem, material para extensão comunitária e formação e material de comunicação com os media. As publicações distribuem-se actualmente pelos sistemas de informação bibliográfica ALEPH e SIGARRA, sendo que as publicações em acesso livre disponíveis no SIGARRA, alimentam o Repositório Aberto da U.Porto.

No ALEPH está catalogado o acervo documental da biblioteca, constando descrição dos metadados e, para algum tipo de material, ligação para o objecto digital. No SIGARRA está presente a produção intelectual corrente da faculdade, tendo o depósito sistemático no módulo sido instituído apenas em 2009, referente às publicações do ano anterior, ainda que alguns docentes tenham adoptado a prática do depósito retrospectivo. No Repositório Aberto constam as publicações da autoria de docentes em acesso livre exportadas através do módulo de publicações do SIGARRA da FCNAUP e teses de doutoramento e dissertações de mestrado, exportadas a partir do módulo de teses através da aplicação GAUP, conforme apresentado (figura 2).

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Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 3. O CON T EX T O IN FORMA CI O N A L DA B DN U T

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SIGARRA

ALEPH

Módulo de publicações Módulo de teses (com aplicação

GAUP) Artigos/ Catálogos/ Capítulos ou

partes de Catálogos/ Livros/ Capítulos ou partes de Livros/ Livros de Actas de Conferência/ Patentes/ Posters em Conferência/ Relatórios/ Capítulos ou partes de Relatórios/ Resumos de

Comunicação em Conferência/ Teses Doutoramento/ Trabalhos Académicos Teses de doutoramento/ Dissertações de mestrado Acesso

público Universidade Autores Acesso livre

Módulo de catalogação Teses de licenciatura Servidor auxiliar para alojar OD Período de sigilo Acesso livre T ip o de ac es so T ip o de publi ca ção Módu lo Si ste m a

Repositório Aberto da U.Porto

Figura 2: Diagrama da interacção entre os sistemas de informação bibliográfica utilizados actualmente pela FCNAUP para publicações com OD associado.

Teses de doutoramento/ Dissertações de mestrado Período de sigilo

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Ca pít ul o: CAP ÍT U LO 3. O CON T EX T O IN FORMA CI O N A L DA B DN UT

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3.2 OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO BIBLIOGRÁFICA DA UNIVERSIDADE

DO PORTO 3.2.1 ALEPH

O ALEPH, instalação da reitoria, foi disponibilizado pela U.Porto em 2004 para as bibliotecas da Universidade do Porto, tendo a FCNAUP sido uma das sete faculdades incluídas no projecto de aquisição da plataforma. O ALEPH funciona como um sistema integrado de gestão de bibliotecas que integra todos os aspectos do processamento da biblioteca, desde a aquisição à catalogação, circulação e pesquisa. O ALEPH tem diversos módulos para os diferentes processos do funcionamento da Biblioteca, que por serem indispensáveis, exigem a sua utilização para que haja um registo e controlo do fluxo de acções realizadas de forma integrada. No contexto do tratamento de informação bibliográfica, é o módulo de catalogação que é usado para esse fim, sendo por isso, o que importa realçar no contexto da investigação.

No catálogo da biblioteca da FCNAUP estão catalogadas todas as publicações disponíveis aos utilizadores em formato em papel na Biblioteca.

De salientar a importância deste sistema para a gestão do conhecimento da FCNAUP, utilizado tanto no que respeita à produção científica dos discentes, através das teses, como no apoio às unidades curriculares, através da disponibilização da bibliografia necessária no âmbito curricular e na produção científica dos docentes, posto que era catalogada no ALEPH anteriormente ao depósito sistemático no módulo de publicações do SIGARRA a partir do ano 2009. A linguagem de catalogação utilizada no sistema ALEPH é o UNIMARC - Universal

Machine Readable Cataloging, que procura a descrição uniforme da informação nas

bibliotecas para que esta seja compatível internacionalmente.

O ALEPH é utilizado a nível interno pela faculdade, tendo os colaboradores da biblioteca a tarefa de catalogar e indexar o acervo documental que constitui a biblioteca, de modo a que todo o material seja consultável pelo utilizador no catálogo online da biblioteca.

O catálogo online é acessível a todos os utilizadores, não havendo restrições de acesso ao seu conteúdo informacional podendo as ligações aos objectos digitais estarem condicionadas mediante a política de acesso definida para a publicação, mas serve sobretudo como remetente para o espaço da Biblioteca e como forma de autonomizar o utilizador no acesso à informação. Pretende-se que o utilizador utilize o sistema para localizar a informação que pretende e associá-la aos materiais que a contêm, através de uma interface de simples utilização que permite a pesquisa integrada e com funcionalidades avançadas.

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Uma vez que o acesso ao catálogo é feito através da página da biblioteca da FCNAUP no SIGARRA, este é um componente que funciona integrado no próprio SIGARRA.

Embora actualmente o ALEPH não exporte registos para o Repositório Aberto da U. Porto, o objectivo é que este seja o sistema responsável por alimentar o repositório no que se refere às teses académicas para garantir um tratamento de qualidade da informação apresentada, responsabilizando a Biblioteca pelo tratamento informacional e garantindo a integração dos diferentes sistemas de informação bibliográfica onde existe registo de determinada publicação.

Este processo implica a criação de uma tabela de correspondência entre campos UNIMARC e campos Dublin Core, para que a apresentação dos metadados seja adequada ao âmbito da unidade orgânica da universidade. A informação extraída no contexto do repositório aberto é de natureza diferente da informação exigida no repositório temático, uma vez que este último pretende funcionar enquanto biblioteca digital. A correspondência de campos UNIMARC e Dublin Core especificamente para o Repositório Aberto é abordada no capítulo 5.1, expressa na tabela 4, que permite identificar o campo de cada linguagem de descrição que se pretende preencher e a sua tradução em língua portuguesa para o utilizador final. Esta correspondência traduz as necessidades no contexto de teses e dissertações, dado que perante o contexto actual dos sistemas de informação e a capacidade do SIGARRA de garantir o tratamento e exportação das publicações científicas dos docentes institucionais, são o único tipo de publicações que a biblioteca da FCNAUP se propõe a exportar a partir do ALEPH.

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