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Motivação intrínseca e extrínseca nas aulas de Educação Física

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Estágio

“Motivação Intrínseca e Extrínseca nas

Aulas de Educação Física”

Mestrando: Carlos Manuel Araújo Ferreira

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

Coorientador: Professor Pedro Cunha

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório Final de Estágio

“Motivação Intrínseca e Extrínseca nas

Aulas de Educação Física”

Mestrando: Carlos Manuel Araújo Ferreira

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

Coorientador: Professor Pedro Cunha

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP

– ECHS,

como requisito para a obtenção do grau de Mestre em

Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e

Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do

artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de

Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação da

Professora Doutora Isabel Gomes.

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Agradecimentos

Aos meus pais, pelo apoio e ajuda demonstrada ao longo deste anos, e sem os quais nada disto seria possível. Obrigado por acreditarem em mim.

À minha irmã Vera e ao meu cunhado Cláudio, pelo suporte e apoio incondicional prestado ao longo destes anos.

À minha namorada Gina, pela compreensão, paciência e motivação concedida naqueles dias menos bons, mas também pela alegria, sinceridade e sorrisos demonstrados em todos os momentos. A ti, e tu sabes mais que ninguém, o meu Muito Obrigado.

Aos meus amigos que me acompanharam ao longo deste percurso académico, bem como os outros, que contribuíram para momentos únicos, quer de estudo, quer de convívio.

Ao meu professor orientador de estágio, professor Pedro Cunha, pelo empenho, dedicação, orientação, disponibilidade, criatividade, conhecimento e liberdade de ação, que em muito contribuíram para a minha aprendizagem e formação.

À orientadora da Universidade, Professora Dr.ª Isabel Gomes, pela orientação, disponibilidade, conhecimentos, conselhos e feedbacks que enriqueceram o meu conhecimento.

Aos meus colegas de estágio, Filipe Oliveira e Ruben Rei, pela partilha de experiências e saberes, assim como por todo o trabalho de grupo, espírito de equipa e companheirismo desenvolvido durante este ano letivo.

Aos meus alunos, pelo empenho, dedicação, partilha de experiências e aprendizagens que me proporcionaram.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a todos os seus elementos, pelos conhecimentos e experiências transmitidas ao longo da Licenciatura e do Mestrado.

À Escola Secundária de Barcelos e a todos os seus elementos, pela disponibilidade, colaboração e apoio prestado ao longo deste ano letivo.

A todos vós,

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Resumo

Este trabalho consiste na elaboração do Relatório Final de Estágio, estando inserido no 2º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física dos Ensinos Básico e Secundário, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real. O estágio pedagógico realizado promove aprendizagem e o aprofundamento de conhecimentos e competências adquiridas através das experiências vivenciadas no contexto escolar, preparando o estagiário para uma prática docente na área da Educação Física. Para além disso, durante o estágio pedagógico, o estagiário vê ainda todas as suas ações e atividades desenvolvidas na escola, supervisionadas e orientadas por professores mais experientes na área, responsáveis pela orientação do estagiário na sua formação e no seu desenvolvimento profissional. O presente Relatório Final de Estágio desenvolveu-se no âmbito do estágio pedagógico que foi realizado na Escola Secundária de Barcelos no ano letivo de 2012/2013, sendo lecionada a disciplina de Educação Física ao 7º ano de escolaridade. Este encontra-se estruturado em quatro capítulos, ao longo dos quais encontra-se apreencontra-senta a descrição e reflexão de todas as atividades desenvolvidas no estágio pedagógico, mas também um último capítulo que apresenta um estudo de investigação. O primeiro capítulo abrange as expetativas e opções iniciais em relação ao estágio pedagógico e o enquadramento concetual, ou seja, o enquadramento com o meio escolar. O segundo aborda a descrição das atividades desenvolvidas, nomeadamente o planeamento e organização dessas mesmas atividades. O terceiro consiste numa reflexão geral que engloba as aprendizagens realizadas como estagiário, o compromisso com as aprendizagens dos alunos, a inovação nas práticas pedagógicas, as dificuldades sentidas e formas de resolução, as dificuldades a resolver no futuro e a formação contínua, a capacidade de iniciativa e responsabilidade, a importância do trabalho individual e de grupo, o impacto do estágio na realidade do contexto escolar e por último a prática pedagógica supervisionada. No quarto capítulo surge o estudo de investigação, cujo tema escolhido foi a “Motivação Intrínseca e Extrínseca nas Aulas de

Educação Física”. Concluísse assim, que o presente documento consiste num instrumento

fundamental de descrição e reflexão de um processo de estágio pedagógico terminado, onde se referem todas dificuldades e aprendizagens sentidas ao longo deste.

Palavras-chave: Estágio Pedagógico, Educação Física, Descrição do Contexto Escolar,

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Abstract

This work consists in writing up the Internship’s Final Report, being part of the 2nd year of the Master in Physical Education Teaching of Basic and Secondary Education from the University of Trás-os-Montes and Alto Douro, based in Vila Real. The teaching internship has promoted the learning and deepening of knowledge and skills acquired through experiences in the school context, preparing the trainee for teaching practice in the area of Physical Education. In addition, during the teaching internship, the trainee still sees all his actions and activities undertaken in school, supervised and guided by experienced teachers in the area, responsible for guiding the trainee in his training and in his professional development. This Internship’s Final Report was developed within the teaching internship that was held at the High School of Barcelos in academic year 2012/2013, being taught Physical Education to the 7th grade classes. The document is structured in four chapters, throughout which is presented a description and a reflection of all activities during the teaching internship, and also a final chapter where a research study is presented. The first chapter covers the initial expectations and options in relation to the teaching internship and the conceptual framework, ie, the school environment. The second deals with the description of the activities, including the planning and organization of these same activities. The third is a general reflection that encompasses the learning achieved as a trainee, commitment to student learning, innovation in teaching techniques, the difficulties and ways of solving them, future problems and continued training, the initiative capacity and responsibility, the importance of individual and group work, the impact of the internship in the reality of the school context the supervised teaching internship. In the fourth chapter comes the research study, whose theme was

“Intrinsic and Extrinsic Motivation in Physical Education Classes”. It is concluded that the

present document is intended as a fundamental instrument of description and reflection of a process of teaching practice ended, which all refer to learning difficulties and felt throughout this.

Keywords: Teacher Internship, Physical Education, School Context Description, Teaching

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Índice Geral

Agradecimentos ... 1 Resumo ... 2 Abstract ... 3 Índice Geral ... 4 Índice de Quadros ... 6 Introdução ... 7

Capítulo I - Dimensão Pessoal e Enquadramento Concetual ... 8

1. Dimensão Pessoal ... 9

1.1. Expetativas Iniciais do Estágio ... 9

2. Enquadramento concetual ... 10

2.1. Escola Secundária de Barcelos ... 10

2.2. Direção da Escola ... 10

2.3. Professores Orientadores ... 11

2.4. Departamento de Educação Física ... 11

2.5. Professores da Escola ... 11

2.6. Auxiliares de Educação/ Serviços Administrativos ... 12

2.7. Núcleo de Estágio ... 12

2.8. Turma ... 13

Capítulo II – Descrição das Atividades Desenvolvidas ... 14

1. Planeamento e Organização das Atividades Desenvolvidas ... 15

1.1. Conceção ... 15

1.2. Planeamento ... 15

1.3. Realização ... 17

1.4. Avaliação ... 22

Capítulo III – Reflexão Geral ... 25

1. Ensino-aprendizagem ... 26

1.1. Aprendizagens realizadas como estagiário ... 26

1.2. Compromisso com as aprendizagens dos alunos ... 28

1.3. Inovação nas práticas pedagógicas ... 29

2. Dificuldades e necessidades de formação ... 30

2.1. Dificuldades sentidas e formas de resolução ... 30

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3. Ética Profissional ... 33

3.1. Capacidade de iniciativa e responsabilidade ... 33

3.2. Importância do trabalho individual e de grupo ... 34

4. Conclusões referentes à formação inicial ... 35

4.1. Impacto do estágio na realidade do contexto escolar ... 35

4.2. Prática pedagógica supervisionada ... 36

Conclusão Geral ... 38

Referências Bibliográficas ... 40

Capítulo IV – Estudo de Investigação ... 41

Motivação Intrínseca e Extrínseca nas Aulas de Educação Física ... 42

1. Resumo ... 42 2. Introdução ... 42 3. Metodologia ... 44 3.1. Participantes ... 44 3.2. Instrumentos ... 44 3.3. Procedimentos... 45 3.4. Tratamento de Dados ... 45 4. Resultados ... 45 5. Discussão ... 46 6. Conclusão ... 48 7. Bibliografia ... 50

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Índice de Quadros

Quadro 1: Análise comparativa das variáveis relativamente ao ano de escolaridade ... 45 Quadro 2: Análise comparativa entre géneros ... 46

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Introdução

O presente Relatório Final de Estágio surge na sequência da realização do Estágio Pedagógico, inserido no 2º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física dos Ensinos Básico e Secundário, proposto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado no ano letivo 2012/2013 na Escola Secundária de Barcelos, com o objetivo de descrever e refletir sobre todo o trabalho desenvolvido e as aprendizagens realizadas pelo estagiário. A realização deste documento pretende retratar todos os momentos vividos ao longo do ano letivo, ou seja, dificuldades e aprendizagens realizadas, aspetos positivos e negativos, proporcionando deste modo, uma análise, descrição e reflexão de todas experiências decorridas ao longo do ano.

Este relatório procura ainda promover uma comparação entre as expetativas iniciais e o contexto realmente encontrado, apresentando de forma clara, sucinta e objetiva se essas expetativas foram ou não superadas, e quais as aprendizagens, conhecimentos e competências adquiridas pelo estagiário. Neste sentido, o presente documento explana não só todo o processo de ensino-aprendizagem realizado pelo estagiário, mas também a descrição de todo o seu processo de formação, que decorreu ao longo do estágio pedagógico.

O Relatório de Estágio encontra-se estruturado em quatro capítulos fundamentais, estando o primeiro relacionado com a dimensão pessoal do estagiário e o enquadramento concetual com o meio escolar. Já o segundo capítulo pretende apresentar a descrição das atividades desenvolvidas, particularmente a descrição dos procedimentos utilizados, ou seja, a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação. Relativamente ao terceiro capítulo, consiste numa reflexão geral sobre o processo de ensino-aprendizagem, as dificuldades e necessidades de formação, a dimensão da ética profissional e as conclusões referentes à formação inicial. O quarto capítulo está relacionado com um estudo de investigação sobre a

“Motivação Intrínseca e Extrínseca nas Aulas de Educação Física”.

Finalizando, o presente Relatório de Estágio traduz a evolução do professor estagiário, apresentando todas experiências pelas quais este passou ao longo do ano letivo, sendo um reflexo da sua formação que se pretende contínua, proporcionando futuras prestações mais eficazes e eficientes, sempre com o intuito de ir ao encontro dos interesses e necessidades dos alunos.

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Capítulo I - Dimensão Pessoal e

Enquadramento Concetual

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1. Dimensão Pessoal

1.1. Expetativas Iniciais do Estágio

No início do Estágio Pedagógico as minhas expetativas eram as melhores e as mais diferenciadas. A fundamentação para esta opinião resultava sobretudo da possibilidade de poder desempenhar a atividade de docente no ambiente escolar, colocando em prática todos os conhecimentos adquiridos ao longo do meu percurso académico. Assim, através dessa vivência a minha expetativa passava essencialmente por obter um maior conhecimento sobre carreira profissional do professor de Educação Física, pela oportunidade de assimilar a teoria à prática, bem como por uma maior aprendizagem e aperfeiçoamento dos meus conhecimentos e competências.

Sabia que seria um ano que envolveria bastante trabalho, esforço e dedicação da minha parte, do qual teria de ser um bom observador e um bom ouvinte, aberto aos elogios, mas também a críticas, pois estas são igualmente importantes para que exista primeiro uma reflexão sobre as mesmas, para que só depois possa existir uma modificação do meu comportamento, melhorando-o. Logo, é neste sentido que pretendo evoluir como pessoa e profissional.

Com a proximidade do início do estágio e para poder corresponder às minhas expetativas foram definidos alguns objetivos para este ano letivo, que passaram essencialmente pelo desenvolvimento das minhas competências e conhecimentos relacionados com a organização, planeamento e avaliação das aulas de Educação Física, bem como pelo aperfeiçoamento das técnicas de intervenção pedagógica.

Relativamente aos meus colegas do núcleo de estágio com os quais iria trabalhar, esperava acima de tudo um grupo unido e coeso, pronto a ajudar em qualquer vicissitude que cada um pudesse ter. Contudo, também esperava um contributo crítico da parte destes, pois só assim poderia evoluir e melhorar a qualidade do meu trabalho.

Para terminar, e quanto às dificuldades que pensava que poderia encontrar, estas depreendiam-se fundamentalmente da heterogeneidade do perfil e das atitudes dos alunos que constituiriam as turmas, mais especificamente os alunos mais indisciplinados. No entanto, esperava juntamente com o auxílio dos meus orientadores e colegas de estágio encontrar estratégias que possibilitassem lidar melhor com estes alunos, caso fosse necessário.

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2. Enquadramento concetual

2.1. Escola Secundária de Barcelos

A Escola Secundária de Barcelos foi inaugurada no dia 14 de outubro de 1985. É uma escola com descendência do Liceu de Barcelos, fundado em 1966, que funcionava como Secção Mista do Liceu Sá de Miranda, de Braga. Esta mesma escola solicitou a sua autonomização em 1971. Nesse mesmo ano, o Liceu de Barcelos passou a funcionar de forma autónoma. Finalmente em 1985, o Liceu de Barcelos passa a chamar-se Escola Secundária de Barcelos. Atualmente situa-se na Avenida João Paulo II em Barcelos, e pertence ao distrito do Braga.

Esta escola é constituída por cerca de 900 alunos, divididos por 36 turmas, sendo maioritariamente provenientes das freguesias do concelho de Barcelos. Nela trabalham cerca 110 professores do 3ºciclo e do ensino secundário e 30 funcionários. O Departamento de Educação Física é formado por 10 professores e por 3 estudantes estagiários.

É uma escola que se carateriza pelo desenvolvimento de vários projetos educativos, que visão essencialmente a criação de estratégias alternativas ao processo de ensino-aprendizagem, tendo como único objetivo o desenvolvimento dos conhecimentos e competências dos seus alunos. Para isso, a escola tem ao dispor dos alunos diversos projetos entre os quais: a Academia do Rio, o Arboreto de Barcelos, o Clube Europeu, o Espaço Mais, o Gabinete de Promoção para a Saúde, o Mat XYZ, o Museu de Ciências Naturais, o Port ABC, a Rede de Pequenos Cientistas, a Revista Amanhecer, o Speak Up e ainda o FAQS de Projetos.

Este ano a escola encontrou-se em processo de reconstrução, estando a ser criadas novas infraestruturas, uma vez que que o espaço desportivo exterior esteve interdito várias vezes. Por isso, as aulas de Educação Física foram predominantemente lecionadas no pavilhão, existindo por vezes cinco turmas num só pavilhão. Contudo, as aulas correram sempre dentro da normalidade. À medida que as obras iam ficando concluídas foi possível voltar a usufruir do espaço exterior.

2.2. Direção da Escola

A Direção da Escola apresentou uma grande disponibilidade para com os Estagiários, demonstrando-se sempre muita amável e atenciosa. A sua recetividade manteve-se constante ao longo do ano letivo, colaborando em todos as atividades propostas, quer através dos seus serviços, quer nas autorizações necessárias a estas. De referir que este

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órgão da Escola nunca recusou qualquer projeto do Núcleo de Estágio, incentivando sempre a que estes se realizassem.

2.3. Professores Orientadores

O professor Pedro Cunha, orientador da escola, demonstrou ser uma pessoa com grandes conhecimentos e competências, muito organizado, responsável, sendo exemplo de dedicação e de ética profissional. Através da sua transmissão de conhecimentos e competências foi-nos possível evoluirmos como professores, havendo em constante aprendizagem. Com as suas intervenções pedagógicas pertinentes, aprendemos a interpretar melhor os nossos comportamentos, questionando as nossas ações, de forma a sabermos o que era certo ou errado.

Quanto à orientadora da Universidade, Professora Dr.ª Isabel Gomes, revelou ser acima de tudo bastante competente e prestável ao longo de todo o estágio. Interessada em ajudar nas tarefas dos estagiários demonstrou ser sempre um grande alicerce para o nosso processo de aprendizagem como professores estagiários. De referir que todo o seu conhecimento pedagógico foi essencial durante todo este processo de formação.

2.4. Departamento de Educação Física

O Departamento de Educação Física e mais concretamente o grupo de professores que o constituía foram bastante importantes para que houvesse uma melhor integração na Escola. Estes demonstraram-se sempre muito disponíveis ajudar, partilhando conhecimentos e experiências. Desta forma, estabeleceu-se assim um espírito de companheirismo e entreajuda.

É certo que o convívio com alguns professores de Educação Física foi mais evidente com uns do que com outros, contudo todos eles contribuíram de forma direta ou indireta, para o desenvolvimento dos meus conhecimentos e competências.

2.5. Professores da Escola

O relacionamento com os professores foi sempre regido de grande simpatia. Estavam sempre dispostos a apoiar e auxiliar os estagiários, independentemente da área a que estivessem ligados. Exemplo disso foi a realização da atividade de peddy-papper do Magusto, onde estiveram inseridos os professores de matemática, francês e espanhol. De salientar, que toda esta atenção dada pelos professores aos estagiários foi patente durante todo o estágio pedagógico, mantendo uma preocupação constante com a nossa adaptação à Escola, bem como com o decorrer do estágio.

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2.6. Auxiliares de Educação/ Serviços Administrativos

A relação com os auxiliares de educação foi primada com grande amabilidade, pois estes demonstraram-se sempre muito prestáveis e disponíveis, colaborando com todos os pedidos que lhe eram feitos pelos estagiários. É claro que o destaque principal vai para os auxiliares do pavilhão desportivo, uma vez estes foram inexcedivelmente muito profissionais em tudo o que fizeram.

Quanto aos funcionários dos serviços administrativos, estes mantiveram-nos logo desde o início bastante prestáveis para nos informar sobre as principais normas de funcionamento da Escola, assim como todas as diligências que teriam de ser feitas caso necessitássemos de organizar alguma atividade. Estes esclarecimentos foram fundamentais para que o nosso processo de adaptação à Escola fosse mais fácil.

2.7. Núcleo de Estágio

O Núcleo de Estágio foi constituído pelo Carlos Ferreira, Filipe Oliveira e Rúben Rei, pertencendo a cada um destes a importante tarefa de lecionar uma turma referente ao orientador da escola.

Este Núcleo de Estágio demonstrou desde do primeiro dia ser um grupo muito coeso e com um grande espírito de equipa. A relação existente foi continuamente acompanhada de grande amizade, companheirismo e respeito mútuo. De certa forma foi sempre um grupo caraterizado pela ambição da aprendizagem e pelo aperfeiçoamento constante. Para além disso, o contributo criativo e inovador de cada um construi um grupo muito unido capaz de dinamizar e de idealizar vários projetos.

É claro que também existiram divergências, no entanto estas fazem parte do processo ensino-aprendizagem, tendo de ser encaradas de uma forma natural. Nestes casos o bom senso prevaleceu, sendo respeitada a opinião de cada um. Contudo, quando esta opinião tinha de ser unânime, procurávamos um meio para chegar ao entendimento, de modo a que todos saíssem satisfeitos e que a atividade ou projeto que pretendêssemos realizar corresse da melhor forma.

O contributo crítico foi igualmente utlizado por cada estagiário, porém nunca foi visto como uma elo de rotura ou uma dificuldade, mas sim como uma mais-valia, uma vez que todas elas foram críticas construtivas, havendo sempre uma reflexão sobre as mesmas.

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Em suma, posso dizer que toda esta união e cumplicidade foram fundamentais para que existisse uma perfeita harmonia entre o grupo, contribuindo de forma positiva para a minha evolução ao longo deste ano letivo.

2.8. Turma

Quando começamos um estágio pedagógico torna-se importante perceber quais são as principais caraterísticas da turma, assim como as caraterísticas de cada aluno. Para tal, foi elaborada uma ficha de caraterização individual, na qual se podem obter informações sobre vários parâmetros considerados pertinentes, com a intenção de potenciar as intervenções no processo ensino-aprendizagem.

Desde logo, os parâmetros desse documento são os seguintes: a identificação pessoal, o encarregado de educação, a constituição do agregado familiar, os hábitos/saúde e de higiene, a rotina diária/deslocação para a escola, a nutrição, a vida escolar, os tempos livres e ainda a disciplina de Educação Física.

Depois de analisadas as respostas dos alunos, chegou-se a várias conclusões, mas o fundamental consistiu em compreender e identificar as áreas onde o professor estagiário de Educação Física poderia intervir pedagogicamente, ajustando um conjunto de soluções, com o intuito de aperfeiçoar a prestação e o rendimento dos alunos.

O 7ºA era constituído por 24 alunos inicialmente, passando para 25 no 2º período, devido à transferência de um aluno para a presente turma. Destes, 13 são raparigas e 12 são rapazes, com idades compreendidas entre os 11 e 14 anos.

Esta turma demonstrou ser muito empenhada e dedicada durante todo o ano letivo, tendo sido uma experiência bastante enriquecedora poder tido a oportunidade de trabalhar com eles. É claro que existiram também momentos menos bons, mas foram sobretudo através destes que pude evoluir e refletir sobre as melhores estratégias a adotar.

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Capítulo II – Descrição das Atividades

Desenvolvidas

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1. Planeamento e Organização das Atividades Desenvolvidas

1.1. Conceção

A conceção é uma das fases preponderantes para que o processo de ensino aprendizagem possa ser mais eficaz e eficiente. Para que assim seja, torna-se necessária reunir um conjunto de informações quer da comunidade escolar, quer do meio em que esta está inserida. Todo o processo de ensino carece do conhecimento dessa informação e como tal foi realizado um levantamento dos documentos que me permitissem perceber melhor o funcionamento da escola. Desses, destaco o Projeto Educativo de Escola, o Projeto Curricular de Educação Física, o Regulamento Interno, o Projeto Curricular de Turma e o Programa Nacional de Educação Física. A estes documentos foi ainda adicionada uma Ficha de Caraterização Individual entregue pelo núcleo de estágio aos alunos de cada turma, criada para o efeito. Todas estas informações foram fundamentais para o conhecimento de toda a dinâmica que envolve a escola, fornecendo um enquadramento necessário à criação de estratégias que promovessem o sucesso e a motivação dos alunos. Realizada uma análise a toda esta informação, foi efetuada uma reflexão sobre a mesma, começando-se a ter uma ideia do que seria necessário planear ao longo do ano letivo. Só assim foi possível ter um conhecimento mais profundo sobre o funcionamento da escola, bem como do seu meio envolvente, facilitando o planeamento do ano letivo.

1.2. Planeamento

1.2.1. Plano Anual

O Plano Anual consiste em planear um conjunto de tarefas, de acordo com os objetivos e conteúdos a abordar nas diferentes matérias, sendo um importante instrumento na organização das nossas ações durante o ano letivo. Para isso, foram fundamentais a análise e reflexão de todos os documentos referidos anteriormente durante a fase de conceção. Contudo, esta tarefa tornou-se mais simplificada, uma vez que uma parte do planeamento (Plano Anual) já tinha sido elaborada pelo Departamento de Educação Física da Escola antes do início do ano letivo, estando a critério de cada docente a importante função de atribuir o número de blocos necessário para cada Unidade Didática. Alicerçado à escolha do número de blocos por Unidade Didática, estava ainda inerente as caraterísticas de cada turma e a distribuição dos espaços de aula (roulement).

Este plano tem como pressuposto uma atualização constante, não podendo ser entendido como algo inalterável, mas sim como guia para as nossas ações. Desta forma, este deve ser entendido como um processo moldável consoante as respostas que vamos obtendo dos

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nossos alunos. Assim torna-se importante planear e refletir sobre todos os processos e as suas consequências inerentes à lecionação, nomeadamente no que concerne às dimensões do processo de ensino aprendizagem (instrução, gestão, clima e disciplina) e de forma mais específica à abordagem de cada modalidade.

Por fim, foram definidos objetivos, conteúdos, metodologias e estratégias de ensino adaptadas ao contexto encontrado, procurando desde logo enquadrar e posicionar a avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa) como elemento de promoção das aprendizagens dos alunos.

1.2.2. Unidade Didática

As Unidades Didáticas foram elaboradas de acordo com uma análise do Programa Nacional de Educação Física, das opções do Departamento de Educação Física da Escola (organização do plano anual), do “roulement” e da avaliação diagnóstica dos alunos. Este último fator é um dos principais motivos para que existam alterações neste processo, uma vez que é através da avaliação diagnóstica que nos é possível identificar as principais dificuldades evidenciadas pelos alunos, tendo muitas vezes de existir uma restruturação das Unidades Didáticas. Logo, a Unidade Didática não deve ser considerada um processo estanque, mas sim um processo que está em constante reorganização, garantindo, tanto quanto possível, que os alunos caminhem no sentido do sucesso.

Assim, no âmbito da estruturação da Unidade Didática foram contemplados os seguintes aspetos: a população alvo (grau de ensino, número de alunos, género, idade, entre outros), os recursos (materiais, temporais e humanos), os objetivos (domínio socio afetivo, domínio cognitivo e domínio psicomotor), a estruturação (sequencialização) de conteúdos, os métodos de controlo do processo (avaliação diagnóstica, formativa e sumativa) e por último as estratégias de abordagem da Unidade Didática.

1.2.3. Plano de Aula

Para a elaboração do plano de aula esteve sempre implícito um conjunto de informações necessárias à sua conceção, nomeadamente, a identificação da Escola, o professor (estagiário), a data e a hora da aula, o tempo horário, o ano e a turma a quem se dirigia a aula, a referência ao nome da Unidade Didática, o total de aulas lecionadas, bem como o número da aula lecionada naquela Unidade Didática. Para além disso, incluía ainda a instalação onde decorria a aula, o objetivo específico, a função didática, os conteúdos, os objetivos operacionais (com a identificação da ação, do contexto e dos critérios de êxito) e o material. De salientar, que toda esta informação encontrava-se sempre na primeira página

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do plano de aula. Já na segunda página estavam as informações relativas às tarefas a desenvolver, ou seja, a instrução, a organização, o aquecimento, a atividade, o tempo de duração de cada tarefa, e as estratégias a aplicar. Assim sendo, esta segunda página encontrava estruturada em três partes fundamentais, designadamente, a fase inicial, a fase principal e a fase final. No término de cada aula era ainda anexado ao plano um balanço final, em que todas as decisões e opções tomadas eram sujeitas a uma análise crítica e a uma reflexão. Desta forma, o objetivo consistia em identificar as estratégias sucesso ou insucesso, apresentando estratégias de aperfeiçoamento e sugestões para as aulas seguintes.

Ao lecionar-se a aula, inicia-se a fase de execução, colocando-se em prática o plano de aula. Contudo, nesta fase, existem por vezes imprevistos, sendo essencial tomar decisões que promovam a aprendizagem dos alunos. Neste sentido, tínhamos a noção de que o plano de aula não teria de ser sempre cumprido na sua totalidade, porém sabíamos que poderia e deveria ser visto como um recurso orientador da organização e estruturação da aula.

Por fim, a realização dos planos de aula procurou sempre proporcionar situações de aprendizagem variadas, mantendo uma sequência lógica dos conteúdos delineados na Unidade Didática, tendo em vista uma melhor intervenção pedagógica.

1.3. Realização

Durante o processo de realização, o professor deve dominar e aplicar em cada sessão de ensino diversas técnicas de intervenção pedagógica, que estão diretamente ligadas às quatro dimensões de Siedentop (1998): instrução, gestão, clima e disciplina.

Segundo Aranha (2004) “as destrezas que compõem estas dimensões interrelacionam-se,

não devendo, por isso, ser entendidas cada uma por si, mas sim como um conjunto sólido que quando corretamente dominado permite ao professor a prática do ensino mais eficaz”.

Acompanhando esta linha de pensamento, procuraremos de seguida apresentar as estratégias de cada dimensão, bem como a relação entre elas.

1.3.1. Instrução

Na dimensão instrução, e partindo da comunicação da informação sobre a matéria de ensino, tivemos sempre a preocupação de utilizar técnicas de intervenção pedagógica tais como a preleção, explicação, demonstração, feedback e questionamento.

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Quanto à preleção e explicação, optámos pela transmissão de informação de forma clara e objetiva, ajustando a linguagem ao nível dos alunos. Durante essas preleções foram utilizadas por vezes estratégias de aperfeiçoamento da apresentação de informação, através de auxiliares educativos, como por exemplo quadros, facilitando a perceção do aluno relativamente ao conteúdo da informação. Desde logo, podemos relacionar esta dimensão com a dimensão gestão, pois o facto de utilizarmos um quadro permite uma rápida assimilação dos exercícios e dos aspetos organizativos, diminuindo por sua vez os tempos de transição. Consequentemente a dimensão disciplina, também se encontrava nesta dimensão, pois durante as preleções e explicações eram sempre referidas as regras e regulamentos de funcionamento das aulas/tarefas, promovendo assim a manutenção de comportamentos apropriados dos alunos.

Relativamente à demonstração, decidimo-nos essencialmente pela utilização de duas estratégias. A primeira consistiu na demonstração por parte do professor do exercício e consequentemente do gesto técnico. Como tal, esta foi somente utilizada quando não existia nenhum aluno capaz de o demonstrar melhor do que o professor. Naturalmente, a segunda estratégia passou por utilizar os melhores alunos como agentes de ensino, compensando algumas carências de execução que pudessem existir por parte do professor. Contudo, esta estratégia também foi utilizada nos alunos com mais dificuldades, para que o professor pudesse salientar quais os principais erros existentes, ou até mesmo questionar os restantes alunos em relação a estes. Neste caso, esta demonstração só era utilizada quando o erro era identificado nos vários alunos da turma, sendo posteriormente realizada uma nova demonstração, com intuito de demonstrar o gesto técnico corretamente. Em todos estas demonstrações, procurámos colocar sempre os agentes intervenientes num campo de visão passível de ser visto por todos os alunos. No decorrer destas demonstrações também podemos encontrar a dimensão disciplina, pois enquanto está a ser realizada uma demonstração, os alunos encontram-se não só atentos à mesma, mas também organizados de acordo com a orientação do professor, diminuindo desta forma comportamentos menos corretos.

O feedback é essencial na interação pedagógica, levando o aluno a ter mais ganhos na aprendizagem, pois permite ao professor informar o aluno do sucesso ou insucesso do seu comportamento motor (Rosado & Mesquita, 2009). Assim, procurámos ao longo do ano letivo diversificar os nossos feedbacks, em função do desempenho motor do aluno e no sentido da concretização dos objetivos de aprendizagem. Segundo Aranha (2007) o

feedback pedagógico pode assumir diferentes categorias, designadamente, quanto à forma

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quanto ao objetivo (prescritivo, descritivo e avaliativo) e quanto à valorização (positivo ou negativo). Neste âmbito, procurámos transmitir feedbacks pertinentes, centrados nos erros mais significativos, mas também nas ações bem executadas, visando a melhoria do desempenho e da motivação do aluno. Em termos de feedbacks pedagógicos privilegiámos o feedback positivo, prescritivo e descritivo, podendo ser quanto à forma do tipo auditivo, visual ou misto, e quanto à direção, dirigidos para um aluno, para um grupo ou para a turma em geral, com o objetivo de criar ambiente de entusiasmo e positivo (dimensão clima). Durante a emissão desses feedbacks pedagógicos, optámos sempre por utilizar ciclos de

feedbacks ou vários ciclos de feedbacks, de modo acompanhar execução da tarefa,

seguindo-se, logo após à execução, um novo feedback (neste caso avaliativo).

Por fim, utilizámos o questionamento, sendo este tipo de método de ensino aplicado várias vezes durante as aulas, particularmente, na instrução inicial, na explicação dos exercícios e no balanço final da aula. O intuito deste método residia sobretudo no desenvolvimento da capacidade de reflexão dos alunos, promovendo uma melhor assimilação dos conteúdos.

1.3.2. Gestão

Quanto à dimensão gestão, optámos por utilizar técnicas que promovessem as estruturas de organização e rentabilizassem o tempo útil da aula, no sentido de procurar o máximo envolvimento dos alunos com a matéria de ensino e de gerir melhor as transições entre tarefas e as instruções fornecidas.

Inicialmente foram criadas estratégias que mobilizassem rapidamente os alunos, com o intuito de obter uma gestão eficaz da aula. Dessas estratégias destacámos a pontualidade, o processo de chamada rápida, a definição de sinais reunião, atenção e transição e finalmente jogos de organização. Relativamente à pontualidade, foi assumido desde logo um compromisso com os alunos, de que o professor seria sempre o primeiro a chegar à aula, iniciando-a cinco minutos após o toque de entrada. Caso algum aluno ultrapassasse esse tempo, seria-lhe marcado atraso, ou até mesmo falta (só aplicável dez minutos após o toque). Esta estratégia revelou-se persuasiva uma vez que existiram poucos atrasos ao longo do ano, havendo uma maximização do tempo útil de aula. Quanto ao processo de chamada rápida, este funcionava de uma forma muito simples, pois do intervalo de tempo decorrido, entre o toque de entrada e os cincos minutos disponíveis após esse toque para se iniciar a aula, eram registadas as presenças dos alunos, à medida que estes iam chegando ao espaço de aula. Para além disso, este processo também era utilizado quando existiam grupos previamente definidos para aula, sendo registada a presença dos alunos, de

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acordo com os elementos que formavam o grupo. Em relação à definição dos sinais de reunião, atenção e transição, optámos por utilizar preferencialmente sinais sonoros (exemplo: apito), sempre complementados por gestos já acordados com os alunos. Ainda para os sinais de reunião e transição, era acrescentada uma contagem decrescente de cinco segundos, para que os alunos se deslocassem para o local pré estabelecido pelo professor. Por último, para organização dos alunos da turma, foram utilizados por vezes, jogos lúdicos, cujo objetivo consistia na formação de grupos, de acordo com o número de elementos referido pela voz de comando do professor. Esta estratégia foi principalmente utilizada nos aquecimentos, usufruindo-se assim da formação destes grupos para os restantes exercícios das aulas. Nesta situação, existia também uma relação com a dimensão clima, pois este exercício proporcionou sempre uma grande interação entre vários alunos da turma, promovendo um ambiente de aula positivo. Porém, outras estratégias de organização de grupos (homogéneos/heterogéneos) foram também utilizadas, sendo a sua organização feita previamente, antes do início da aula.

Concluindo, e ainda no âmbito da gestão, procurámos utilizar estratégias que promovessem o reforço positivo, recompensando e elogiando os alunos, sempre que ocorressem comportamentos recomendados e desejados, mantendo desta forma o entusiasmo e a motivação destes, uma vez que de acordo com Aranha (2004) “a aprendizagem só é efetiva

quando acompanhada de reforço”. No que concerne à gestão da dinâmica da aula, optámos

por aulas organizadas com uma sequência lógica, adequada ao nível dos alunos, no sentido de manter um ritmo de continuidade e sem interrupções. Em relação às preleções, explicações e feedbacks a estratégia passou por tentarmos ser o mais claros, precisos e breves, focando-nos nos aspetos relevantes e relacionados com os objetivos de aprendizagem. Importa ainda referir, que todas estas técnicas de intervenção pedagógica procuraram rentabilizar ao máximo o tempo de aula, assim como o tempo de atividade motora de todos os alunos.

1.3.3. Clima

O clima de uma aula deve ser pautado por um ambiente positivo e harmonioso, promovendo as interações entre os vários alunos e o professor. Seguindo esta ideia, procurámos desde do início manter uma boa relação com os alunos, promovendo o entusiasmo destes, em relação a todo o processo ensino-aprendizagem. Neste sentido, decidimos implementar estratégias que promovessem o desenvolvimento de atitudes positivas de cada aluno, o respeito pelos colegas e a cooperação entre estes.

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Todavia, estas estratégias permitiram também proporcionar ao longo do ano letivo uma interação ao nível das outras dimensões de ensino, nomeadamente a gestão e a disciplina. A gestão, porque se os alunos se encontram mais motivados e empenhados, as transições e organizações serão muito mais rápidas e breves. A disciplina, pois são incutidas nos alunos normas e regras e privilegiam o respeito pelos colegas e a cooperação entre estes, diminuindo assim comportamentos menos corretos e inapropriados.

Sintetizando, destacamos que para exista um bom clima de ensino e aprendizagem, o professor deve demonstrar uma afetividade positiva, proporcionando cuidado, cordialidade, aceitação e valorização pelos seus alunos. Assim, este deve ter em consideração o desenvolvimento das competências destes, promovendo e valorizando a aprendizagem e a melhoria pessoal, pois o importante é aprender e melhorar. Em suma, ao longo deste ano letivo, o nosso objetivo passou sempre por proporcionar um ambiente positivo e agradável, favorável à aprendizagem.

1.3.4. Disciplina

A disciplina das aulas esteve dependente das regras de funcionamento e normas de conduta que foram estabelecidas desde início, havendo uma relação direta com as restantes dimensões (instrução, gestão e clima). Desta forma, tentamos incutir nos alunos um compromisso de responsabilidade, incentivando à ocorrência de comportamentos apropriados. Para além disso, procurámos manter uma circulação constante e correta pelo espaço de aula, de modo a observar e avaliar as tarefas executadas pelos alunos, mas também a garantir a disciplina da turma. Concomitantemente, com esta estratégia pretendíamos intervir antecipadamente, evitando que comportamentos desviantes surgissem.

No que concerne à turma que lecionámos, acreditamos que o facto de desde o início termos estabelecido o conjunto de medidas, permitiu conseguir a conduta ordenada dos alunos nas atividades escolares, promovendo o desenvolvimento da responsabilidade, do autodomínio e do autocontrolo do aluno. A promoção deste tipo de competências proporcionou um melhor clima de aula, aumentando assim os hábitos de participação, cooperação, convivência e solidariedade entre os alunos. No que respeita à interação do professor-aluno, tentámos instituir de uma forma explícita e positiva o respeito pelo aluno, intervindo sempre que achámos pertinente sobre os comportamentos inapropriados, explicando o porquê daquele comportamento ser considerado incorreto, para que posteriormente o aluno pudesse melhorar a sua atitude. Concluindo, procurámos criar um ambiente harmonioso, sem tentar impor a nossa autoridade a todo o custo, pois só assim poderia existir uma maior

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motivação e envolvimento dos alunos para a tarefa, logo a diminuição de comportamentos inapropriados.

1.4. Avaliação

“Paralelamente ao caráter informativo a avaliação permite classificar. Ela tem um caráter regulador, tendo também um papel regulador da atividade do professor e dos alunos, permitindo o controlo e avaliação”.

(Aranha & Coelho, 2008)

Atualmente a avaliação é um processo complexo e contínuo, que visa uma constante melhoria e adaptação da prática de ensino conforme as necessidades e o contexto envolvente, com o objetivo de obter sucesso no processo de ensino-aprendizagem. A importância deste instrumento tornou-se fundamental para a identificação das principais dificuldades dos alunos, permitindo-nos adequar estratégias que possibilitassem a evolução dos resultados destes.

Ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem foram utilizadas três modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e sumativa), resultando da recolha de informações referentes aos diferentes domínios (psicomotor, cognitivo e socio-afetivo).

1.4.1. Avaliação Diagnóstica

Para Aranha & Coelho (2008) a “avaliação diagnóstica tem como objetivo avaliar o nível de

prestação inicial dos alunos relativamente aos pré-requisitos exigidos, para se adaptarem ao plano de atividades proposto”.

Esta avaliação tornou-se extremamente importante em todo o planeamento inicial, seleção de conteúdos e extensão de matéria, possibilitando a adequação do ensino aos alunos, para que este seja o mais eficaz possível. Por estes motivos, a avaliação diagnóstica, foi sempre efetuado na primeira aula de cada Unidade Didática, tendo um caráter meramente informativo, não influenciando a classificação final do aluno, sendo o único propósito fornecer informações ao professor sobre o nível global da turma. Para tal, foi elaborada uma ficha de classificação, cujo conteúdo era referente às modalidades abordadas, permitindo aferir o nível inicial de desempenho dos alunos. Consequentemente, a seleção desses conteúdos e dos critérios de êxito pretendidos para a classificação dessa ficha, tiveram por base uma análise do Programa Nacional de Educação Física.

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Assim, através da análise dos resultados obtidos foi executada uma análise criteriosa às dificuldades dos alunos, permitindo conhecer o nível médio da turma relativamente às diversas modalidades, definir a complexidade dos exercícios e dos conteúdos, a função didática, os feedbacks e os estilos de ensino, respeitando e adaptando às dificuldades observadas.

Como podemos verificar a avaliação diagnóstica permite reorganizar as unidades didáticas de acordo com o nível médio encontrado na turma. No entanto, esta avaliação e reorganização não aconteceram apenas nesta fase inicial, mas também ao longo das aulas e das unidades didáticas, através da avaliação formativa e contínua.

1.4.2. Avaliação Formativa

No que concerne à avaliação formativa, Mendes, Clemente, Rocha, & Damásio (2012) dizem-nos que este momento de avaliação confere “um grau de adequação do ensino em

favor da aprendizagem”. Para Aranha & Coelho (2008), este tipo de avaliação tem como

objetivo “o controlo do processo ensino-aprendizagem, através de uma observação

sistemática, que visa detetar possíveis dificuldades, registar o processo dos alunos e fornecer-lhes informações sobre o seu rendimento”.

Esta avaliação ocorreu de forma contínua e sistemática, proporcionando ao professor informações sobre o desenvolvimento das aprendizagens e competências dos alunos, de modo a analisar e refletir sobre as principais dificuldades destes, no sentido de desenvolver estratégias que visam a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Ao longo do ano letivo e nas aulas inerentes a este tipo de avaliação, optámos por elaborar para cada unidade didática, fichas de observação e de registo de comportamento para todos os domínios (domínio cognitivo, psicomotor e sócio afetivo). Todos esses registos foram realizados no final de cada aula, permitindo-nos retirar o máximo de informações acerca dos conteúdos abordados na aula, ou seja, avaliar e refletir sobre o cumprimento ou não dos objetivos. Para além disso, foram ainda realizados balanços no final de cada aula, que consistiam essencialmente numa reflexão sobre todo o processo ensino-aprendizagem, remetendo para os ajustes e estratégias que teriam que ser adotados na aula seguinte, caso fosse necessário. Como tal, estes balanços tornaram-se parte integrante do processo de avaliação formativa, tendo como principal objetivo a eficácia pedagógica e o sucesso dos alunos.

Em suma, gostaríamos de salientar que esta avaliação teve um papel regulador bastante importante, permitindo através das estratégias já referidas e tal como acontecia na avaliação

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diagnóstica, reorganizar as aulas e as unidades didáticas, sempre fosse necessário. Assim, durante este método de avaliação existiu sempre uma preocupação de melhorar as nossas aulas, potenciando a aprendizagem dos alunos, respeitando as suas diferentes caraterísticas.

A avaliação formativa permitiu-nos perceber a evolução por parte dos alunos, uma vez que se trata de um método de avaliação contínuo com fins classificativos, sendo indispensável para a realização da avaliação sumativa, pois forneceram-nos informações bastante importantes que permitiram consolidar a avaliação sumativa.

1.4.3. Avaliação Sumativa

A avaliação sumativa tem um caráter classificativo e informativo, ocorrendo na última aula da Unidade Didática, sendo essa informação fornecida aos alunos com o objetivo de os consciencializar para a etapa final da avaliação. Contudo, essa avaliação só era realizada quando existia uma consolidação de todos os conteúdos propostos inicialmente.

Segundo Aranha & Coelho (2008), este tipo de avaliação permite “verificar a diferença entre

os objetivos propostos e os alcançados”. Logo, pretende-se deste modo avaliar a evolução

dos alunos desde o primeiro momento de avaliação até este, ou seja, desde da avaliação diagnóstica até à avaliação sumativa, analisando se o grau de sucesso do processo ensino-aprendizagem foi atingido pelos alunos. Para isso, foi elaborada uma ficha de classificação, exatamente igual à da avaliação diagnóstica, com o intuito de comparar os resultados atingidos, com os obtidos inicialmente. Assim, o objetivo deste momento de avaliação, passou por tentar perceber a progressão dos alunos na aquisição de conhecimentos e competências, ao longo de cada unidade didática.

No que concerne aos exercícios que foram adotados de forma a cumprir a avaliação sumativa, tentámos que estes fossem adequados às exigências dos alunos e aos objetivos propostos, promovendo sempre as aprendizagens dos alunos.

De salientar, que este tipo de avaliação, não foi entendido como uma referência faccionária em relação aos restantes momentos de avaliação, mas sim, como uma forma contínua, que visa o aperfeiçoamento e a melhoria do processo ensino-aprendizagem, no que respeita os domínios psicomotor, cognitivo e sócio afetivo.

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1. Ensino-aprendizagem

1.1. Aprendizagens realizadas como estagiário

As aprendizagens adquiridas ao longo deste ano letivo foram sem dúvida bastante enriquecedoras, proporcionando um crescimento quer ao nível da profissão de professor de educação física, quer ao nível de intervenção pedagógica. Neste sentido, importa refletir sobre as aprendizagens obtidas ao longo deste Estágio Pedagógico, que estão diretamente relacionadas com a aquisição de conhecimentos e competências nas várias fases do planeamento, realização e avaliação.

Na fase de planeamento foram elaborados diversos documentos, nomeadamente, o plano anual, a unidade didática e os planos de aula. À medida que se desenrolava a prática pedagógica, apercebemo-nos que todos estes documentos tinham um caráter flexível, servindo-nos deste caráter, para a realização de um reajustamento constante do processo ensino-aprendizagem. Assim, a elaboração e produção destes, proporcionaram uma prática de ensino mais eficaz e consciente, melhorando a nossa condução do processo de ensino, de acordo com as caraterísticas dos alunos, da escola e do meio envolvente. Neste contexto, todos os documentos são importantes, contudo, nesta fase de planeamento destacámos o plano de aula, pois foi com este que trabalhámos regularmente, sendo também com este que sentimos uma maior evolução. Com a elaboração e reflexão de cada plano de aula, aprendemos a selecionar criteriosamente os exercícios e as estratégias a privilegiar para cada tarefa, demonstrando-se um importante instrumento, no que concerne ao nosso progresso relativamente às nossas técnicas de intervenção pedagógica, particularmente, no diz respeito às dimensões instrução, gestão, clima e disciplina.

Relativamente à realização e no que respeita à instrução, fomos adquirindo e desenvolvendo a nossa capacidade intervenção em termos de comunicação, tanto na fase inicial, final, como durante as aulas, melhorando assim a nossa qualidade e pertinência das instruções. Ao longo do ano letivo, e também através da ajuda do professor orientador da escola, apercebendo-nos que nem sempre as instruções que contém muita informação são as melhores, levando muitas vezes à dispersão dos alunos, logo tentámos centrar-nos nos aspetos mais importantes da aula, sendo o mais claros e sucintos possíveis, garantido boas instruções e minimizando o seu tempo, proporcionando desta forma um maior tempo de empenhamento motor dos alunos. Nesta fase, percebemos também a importância dos auxiliares de ensino, pois permitem uma melhor aprendizagem e assimilação dos conteúdos por parte dos alunos, promovendo instruções mais breves e concisas. Para além disso, durante estas instruções, destacámos ainda a aplicação do questionamento, principalmente

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na parte inicial e final da aula, que nos permitiu verificar se as aprendizagens eram efetuadas pelos alunos, proporcionando um instrução mais eficaz. Quanto ao feedback pedagógico, evoluímos no sentido de intervir com maior qualidade durante a aula, uma vez que passámos de um feedback pouco espontâneo, para um o feedback mais frequente, com caráter positivo, prescritivo e descritivo, transmitido de uma forma espontânea e pertinente, focado não só nos erros mais significativos, mas também nas ações bem executadas, visando sempre a aprendizagem do aluno.

No que diz respeito à gestão, a implementação de rotinas e estratégias relativamente à pontualidade, ao processo de chamada rápida, à definição de sinais reunião, atenção e transição e aos jogos de organização, tal como já foi referido anteriormente, foram fundamentais para um maior aproveitamento do tempo de empenhamento motor, de aprendizagem, diminuindo os tempos de transição e organização dos exercícios. Todas estas estratégias foram aplicadas desde o início, com o objetivo de obter os resultados pretendidos, contudo existia uma preocupação constante do tempo das tarefas, do tempo da transição destas, da organização espacial dos alunos e dos exercícios, o que com a experiência adquirida ao longo das aulas, se foi desvanecendo, permitindo-nos estar mais atentos às aprendizagens dos alunos. Aprendemos ainda a elaborar planos de aula com uma sequência lógica de tarefas que facilitasse a transição e a organização entre as mesmas, introduzindo variantes, ou estruturando as tarefas por estações, de modo a que as transições e organizações fossem breves e simples, potenciando assim o tempo de aprendizagem motora dos alunos.

Em relação ao clima, percebemos que a manutenção de um ambiente positivo e agradável, oferecia um conjunto de benefícios, tanto para o professor, como para os alunos. Para o professor porque a manutenção desse ambiente promovia alunos mais motivados e empenhados, tornando assim mais fáceis as tarefas de transição, organização e instrução. Para os alunos porque todo esse ambiente proporcionava um conjunto de aprendizagens contínuas e com poucas pausas entre exercícios, havendo uma menor predisposição para comportamentos inapropriados e proporcionando interações positivas. Em suma, percebemos que para manter um clima positivo e benéfico às aulas de educação física devem ser criadas melhores condições, em termos das interações pessoais, relações humanas e ambiente, de forma a que o aluno se mantenha entusiasmo, interessado e motivado em relação às aulas.

Quanto à disciplina, foram definidas desde logo não só leis gerais da escola, como também regras específicas da disciplina, tais como normas de convivência e das tarefas propostas.

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Desta forma, percebemos a implementação destas regras no início do ano letivo são muito importantes, proporcionando uma diminuição dos comportamentos desviantes e permitindo uma melhor interiorização de regras por parte dos alunos. Neste sentido, os alunos foram adotando ao longo do ano atitudes de responsabilidade, de autodomínio e de autocontrolo, o que ocasionou apenas a existência de comportamentos desviantes em situações esporádicas, sendo resolvidas rapidamente.

No que concerne à avaliação, fomos desenvolvendo ao longo do ano letivo diversas aprendizagens, sobretudo na criação e aplicação dos processos de avaliação das unidades didáticas. Neste âmbito, sentimos uma grande evolução, particularmente no que diz respeito à observação do desempenho dos alunos durante as aulas.

Concluindo, as aprendizagens adquiridas ao longo deste ano letivo foram muito enriquecedoras, contudo sabemos que esta é apenas uma etapa inicial, de muitas que estão para vir, havendo ainda aspetos a melhorar e muito mais para aprender.

1.2. Compromisso com as aprendizagens dos alunos

Desde o início do ano letivo que existiu um compromisso bastante elevado com as aprendizagens dos alunos, tentando sempre ir ao encontro das suas necessidades. Para tal, entendemos o processo ensino-aprendizagem como flexível, nomeadamente, em relação ao planeamento, realização e avaliação, tendo como ponto de partida a reflexão resultante da avaliação diagnóstica. Desta forma, procurámos adequar o processo ensino-aprendizagem às caraterísticas e dificuldades específicas dos alunos, promovendo uma diferenciação pedagógica no concerne aos objetivos, aos conteúdos, aos grupos de nível, às estratégias, às tarefas e ao tempo, valorizando sempre a aprendizagem dos alunos. Pretendemos assim que o aluno desenvolva a sua autonomia, responsabilidade, iniciativa e criatividade na resolução de problemas, proporcionando uma evolução nas suas competências e conhecimentos. De salientar, que também a avaliação formativa assume igual importância na reestruturação de todo o processo ensino-aprendizagem, permitindo-nos estabelecer objetivos realistas e alcançáveis aos alunos. Em suma, e considerando todas as estratégias referidas anteriormente, pretendíamos minimizar os níveis de ansiedade do processo avaliativo (avaliação formativa e sumativa) dos alunos, relativamente aos objetivos terminais definidos, permitindo-lhes encarar a avaliação de uma forma tranquila e positiva.

Em busca do sucesso da aprendizagem dos alunos, procurámos ainda favorecer um clima de aula positivo, através de um ambiente agradável, possibilitando um bom relacionamento entre os alunos e o professor. Por sua vez, privilegiámos o feedback positivo, prescritivo e

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descritivo, mantendo uma postura equitativa em relação a estes, reforçando o sentimento de capacidade e autoestima na prática de atividades físicas por parte dos alunos. Tentámos ainda envolver os alunos ao máximo em todas as aulas, utilizando-os muitas vezes como agentes de ensino, de forma a mantê-los motivados e interessados.

Neste âmbito, o compromisso com a aprendizagem dos alunos foi uma constante, procurando incessantemente o sucesso do processo ensino-aprendizagem destes e proporcionando uma evolução dos seus conhecimentos e competências.

1.3. Inovação nas práticas pedagógicas

A inovação da prática pedagógica é um dos fatores de sucesso nas aulas de Educação Física, havendo da nossa parte uma preocupação na construção de um processo efetivo de aprendizagem, que visa proporcionar aos alunos novas experiências pedagógicas, com o intuito de proporcionar uma maior motivação e interesse nas aulas.

Partindo deste prossuposto, procurámos sempre demonstrar rigor, imaginação e criatividade recorrendo com regularidade aos mais diversos recursos, de modo a que os alunos pudessem melhorar as suas aprendizagens.

Neste sentido, tivemos o cuidado de elaborar planos de aula diversificados, com exercícios dinâmicos e atrativos, visando um maior motivação e participação dos alunos para as tarefas. Assim, no que concerne às tarefas realizadas durante as aulas, e para além dos diferentes exercícios que procurámos aplicar, foram sempre que possível implementados aquecimentos lúdicos e específicos, em detrimento do aquecimento mais tradicional, proporcionando situações de aprendizagem divertidas e motivantes, mantendo os alunos mais interessados nas atividades propostas.

Para além disso, construímos documentos de apoio para serem utilizados nas aulas pelos alunos, mais concretamente na Ginástica Acrobática, sendo um importante auxiliar de ensino para que estes conseguissem visualizar as diferentes figuras, bem como a execução destas de forma lenta e progressiva, possibilitando uma melhor e mais rápida assimilação dos conteúdos aos alunos.

Concluindo este ponto, pretendemos no futuro continuar a promover novas experiências de aprendizagem aos alunos, associadas sempre à qualidade do processo ensino-aprendizagem.

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2. Dificuldades e necessidades de formação

2.1. Dificuldades sentidas e formas de resolução

No decorrer do estágio pedagógico foram sentidas muitas dificuldades, principalmente no início do ano letivo, consequência da pouca experiência que tínhamos. Contudo com o desenrolar das aulas e do ano letivo as dificuldades foram sendo resolvidas, face às muitas reflexões feitas no final de cada aula, às observações das aulas dos colegas e do orientador, às conversas com o professor orientador da escola e à muita pesquisa realizada. Inicialmente tivemos dificuldades ao nível do planeamento anual, ou seja, na articulação das modalidades, bem como a distribuição dos seus blocos, de acordo com o roulement, quer ao longo do ano letivo, quer por período. Neste capítulo, recorremos à ajuda do professor orientador da escola, que nos orientou primeiro para uma análise ao planeamento realizado pelo Departamento de Educação Física da Escola (referia somente as modalidades a abordar em cada período) e para do Programa Nacional de Educação Física, sendo que só depois, e após efetuada uma reflexão destes documentos, se procedeu à elaboração do plano anual.

Quanto às intervenções pedagógicas, as dificuldades existentes foram as mais diversas no concerne às diferentes dimensões, particularmente na instrução, gestão e disciplina. Ao nível da instrução, a aplicação do feedback pedagógico demonstrou algumas carências da nossa parte, nomeadamente no fecho do ciclo de feedbacks, principalmente numa fase inicial. Esta situação deveu-se sobretudo à demasiada preocupação da aplicação do

feedback de forma igualitária e quantitativa a todos os alunos. Porém, através das reflexões

das aulas e das várias conversas com o professor orientador da escola, percebemos que esta forma de intervenção pedagógica não era exequível, pois não conseguíamos aplicar vários feedbacks individuais e coletivos com qualidade a todos os alunos numa só aula, optando assim por uma diferenciação pedagógica relativamente ao feedback individual, no sentido de incidir particularmente nos alunos com mais dificuldades. Todavia, e apesar de ser dada uma maior autonomia aos alunos com menores dificuldades, a utilização do

feedback não deixou de ser feita, sendo aplicado sempre achássemos pertinente e

necessário. Não obstante, também utilizámos outras formas de feedback, como o da classe e de grupo, sempre que a classe ou algum grupo tinham o mesmo erro, incluindo assim um maior número de alunos. Com a aplicação deste tipo de estratégias podemos melhorar não só a qualidade do feedback, como também o número, fechando sempre o ciclo destes. Ainda nas instruções procurámos transmitir informação de forma clara e objetiva, ajustando

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a linguagem ao nível dos alunos, de forma a proporcionar uma melhor e mais rápida assimilação dos conteúdos, promovendo um maior tempo de atividade motora.

Relativamente à gestão, as principais dificuldades depreenderam-se sobretudo no tempo adequado para a duração de cada exercício, bem como no tempo de transição e organização das tarefas. Em relação ao tempo de determinado para os exercícios, fomos percebendo que ao longo do ano letivo, quer através da avaliação diagnóstica, quer através de um maior conhecimento do perfil dos alunos, qual o tempo mais apropriado para cada exercício. Assim, o bom conhecimento dos alunos foi fundamental para a identificação do tempo pertinente para cada tarefa, permitindo-nos solucionar este problema. No que diz respeito aos tempos de transição e organização, tal como foi referido anteriormente no tópico gestão, estratégias como o processo de chamada rápida, a definição de sinais reunião, atenção e transição, jogos de organização e a pré-seleção de grupos antes do inicio das aulas, foram cruciais no sentido de rentabilizar o tempo útil de aula, gerindo melhor as transições entre tarefas e as instruções fornecidas, de modo a aumentar o tempo de empenhamento motor por parte dos alunos.

Quanto à disciplina, e apesar de ter sido uma turma com um comportamento satisfatório, existiram alguns problemas relacionados com comportamentos menos apropriados para as aulas. Neste âmbito, a aplicação das estratégias já referidas no tópico disciplina foram essenciais para que pudéssemos resolver e diminuir esses comportamentos desviantes. No que concerne ao processo avaliativo, algumas das principais dificuldades sentidas, dizem respeito à construção das grelhas de avaliação e à capacidade de avaliar e registar nesses mesmos instrumentos, ao mesmo tempo que temos de controlar toda a turma. Para a construção das grelhas avaliativas optámos sempre por fazer uma reflexão com todos os elementos do Núcleo de Estágio e com o professor orientador da escola, o que simplificou a escolha dos conteúdos que prendíamos avaliar, permitindo-nos construir instrumentos de avaliação mais simples, no sentido de contribuir para uma melhor intervenção pedagógica. Desta forma, a nossa capacidade de observação, controlo e avaliação dos alunos foi melhorando, promovendo o desenvolvimento das suas competências e conhecimentos, assim como das suas aprendizagens. De salientar ainda, que optámos preenchimento das grelhas da avaliação diagnóstica e formativa no decorrer e no final de cada aula. Já para as grelhas da avaliação sumativa a opção passou pelo pré-preenchimento com os dados da avaliação formativa, realizando-se reajustes caso fosse necessário. Assim, através deste tipo de estratégias foi-nos possível proporcionar técnicas de intervenção pedagógica mais ativas e eficazes durante as aulas.

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