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O USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

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Beatriz Borges Pereira

1

Samara Cintia Rodrigues Vieira

2

Eleale Feitosa de Melo

3

Luciene Maria Furtado Pereira³

Patrícia Almeida Tavares Gonçalves³

Yaskara Waleska Teles dos Santos³

Victor Pinheiro Gomes e Albuquerque³

Lois Macêdo Gadêlha³

Amanda de Andrade Marques

4

RESUMO

A busca pelo melhor condicionamento físico e o forte apelo da forma física ideal tem levado pessoas de todas as

faixas etárias à prática das mais variadas modalidades de exercícios físicos em academias, o treinamento resistido

ou treinamento de força, é uma das modalidades mais procuradas e praticadas nos dias atuais. A impaciência em

esperar os resultados com a prática dos exercícios físicos associado à alimentação, faz com que muitos indivíduos

busquem outros meios, como por exemplo, o uso de suplementos nutricionais. Investigar o uso de suplementos

alimentares por praticantes de musculação. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo exploratório,

retrospectivo com delineamento transversal e abordagem quantitativa, que foi realizada na Clínica Escola de

Nutrição da Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN, utilizando prontuários de praticantes de musculação que foram

atendidos entre janeiro de 2016 e maio de 2017. Houve um maior consumo de suplementos alimentares por

pessoas do sexo feminino, com idade entre 18 a 30 anos, onde que muitos deles utilizavam mais de um suplemento

simultaneamente. Os suplementos mais consumidos tanto por homens quanto por mulheres, foram os a base de

proteína e aminoácidos, como Whey protein, Creatina e BCAA. Observou-se que o consumo pregresso de

suplementos por clientes de uma clínica de nutrição que praticavam musculação, foi semelhante ao consumo

estudado em outros ambientes que propiciavam a utilização, como em academias de ginástica, evidenciando que

mesmo a preocupação e procura atual por uma orientação nutricional não limitou o uso anterior.

Palavras chaves: Musculação, hipertrofia, suplementação alimentar.

ABSTRACT

The search for the best physical conditioning and the strong appeal of the ideal physical form has led people of all

age groups to practice the most varied types of physical exercises in academies, resistance training or strength

training, is one of the most sought and practiced these days. The impatience to wait results from physical exercise

associated with eating causes many individuals to seek other means, such as the use of nutritional supplements. To

investigate the use of dietary supplements by bodybuilders. This is a field research, descriptive exploratory,

retrospective with a cross-sectional design and quantitative approach, which was performed at the School of Nutrition

Clinic of the Faculty of Juazeiro do Norte - FJN, using charts of bodybuilders who were attended to Between January

2016 and May 2017. There was a greater consumption of dietary supplements by females, aged between 18 and

30 years, where many of them used more than one supplement at the same time. The supplements most consumed

by both men and women, were those based on protein and amino acids, such as Whey protein, Creatine and BCAA.

It was observed that the previous consumption of supplements by clients of a nutrition clinic that practiced

bodybuilding, was similar to the consumption studied in other environments that favored the use, as in gymnastics,

showing that even the current concern and demand for Nutritional counseling did not limit prior use.

Key words: Bodybuilding, hypertrophy, food supplementation.

1 Nutricionista, Especialista e preceptora do curso de nutrição da Faculdade de Juazeiro do Norte-CE. Autor para correspondência:

bia_borges18@hotmail.com

2 Nutricionista, preceptora do curso de nutrição da Faculdade de Juazeiro do Norte-CE.

ORIGINAL

O USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR

PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

THE USE OF FOOD SUPPLEMENTS BY

MUSCULATION PRACTICERS

(2)

INTRODUÇÃO

A busca pelo melhor condicionamento físico e o forte apelo da forma física ideal tem levado pessoas de todas as faixas etárias à prática das mais variadas modalidades de exercícios físicos em academias, que estão se tornando um polo de encontro de vários interesses, por parte dos frequentadores (MOYA et al., 2009).

Em meio as atividades físicas, o treinamento resistido ou treinamento de força, é uma das formas de exercício mais procuradas e praticadas nos dias atuais e sua popularidade cresce ininterruptamente (CAPORROS et al., 2015). É considerado o melhor exercício físico para a alteração da composição corporal pelo aumento da massa muscular (COFFEY et al., 2007; MENON e SANTOS, 2012). Além disso, possui múltiplos benefícios para a promoção à saúde, tanto quanto o treinamento aeróbico, podendo-se destacar os benéficos cardiovasculares (SHAW et al., 2015).

Embora sejam vários os fatores que interfiram no desempenho físico, tais como, genéticos, ambientais, tipo e intensidade de treinamento, entre outro, a relação com a nutrição tem sido fortemente associada com os resultados obtidos, já que a ingestão de líquidos e a manipulação dietética são componentes essenciais para a melhora do desempenho em qualquer modalidade esportiva (LIMA, NASCIMENTO e MACÊDO, 2013).

A nutrição e atividade física tem uma importante relação, raramente um indivíduo conseguem atingir um rendimento elevado no esporte sem que haja uma alimentação adequada (PACHECO et al., 2012). O bom desempenho na realização desses exercícios pode ser alcançado adotando-se uma alimentação adequada quanto à quantidade, qualidade e horário da ingestão, aliada a uma reposição hidroeletrolítica antes, durante e após o treino (BARBOSA et al., 2015).

No entanto a impaciência em esperar os resultados com a prática dos exercícios físicos associado a uma boa alimentação, faz com que muitos indivíduos busquem outros meios para alcançar os resultados esperados, como, por exemplo, o uso de Suplementos Alimentares (SA) (MILANI, TEIXEIRA e MARQUEZ, 2014). Na maioria dos casos esses consumidores são induzidos por amigos, sites na internet ou pela mídia e não por profissional capacitado e apto para tal (ALVES e LIMA, 2009). Inúmeras pesquisas confirmam a ampla utilização dos SA em diversas regiões do Brasil, na maioria desses estudos a prevalência de indicação do uso de não foi realizada por um nutricionista (ANDRADE et al., 2012).

Segundo a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas nº 380/200527, que dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, delibera como atribuição privativa do nutricionista a prescrição de suplementos necessários à complementação da dieta na Área de Nutrição em Esportes.

Porem os suplementos alimentares nos dias atuais podem ser facilmente adquiridos em lojas especializadas, farmácias e academias, o que favorece ainda mais o seu uso abusivo por praticantes ou não de atividade física com propósito de melhorar o desempenho ou puramente estético (ANDRADE et al., 2012).

De forma geral, esses suplementos são anunciados e oferecidos com a finalidade de melhorar algum aspeto do desempenho físico, como aumento da massa muscular,

redução da gordura corporal, aumento da capacidade aeróbica, melhoria na recuperação do treino ou promoção de alguma caraterística que melhore no desempenho esportivo (SANTOS et al, 2013).

Existe uma grande variedade de suplementos, sendo eles constituídos a base de: carboidratos (que produz energia de forma rápida), suplementos proteicos e a base de aminoácidos (para aumento e produção da síntese proteica muscular), suplementos lipídicos (para possíveis aumentos da oxidação muscular esquelética), os hipercalóricos (para atletas ou praticantes de exercício de grande aporte calórico), os Fat Burners (queimadores de gordura para redução do peso corporal) e suplementos vitamínicos (eliminação de radicais livres) (Schneider, 2008).

O suplemento mais utilizado continua sendo o whey protein, é habitualmente consumido pela possível promoção de síntese proteica nos músculos, por ter boa digestibilidade e rápida absorção prometem hipertrofia muscular (ARANHA et al., 2012). Outro SA que promete bons resultados é o BCAA (Branched Chain Amino Acids), em português, Aminoácidos de Cadeia Ramificada, composto de leucina, isoleucina e valina. O BCAA foi relatado na lipólise, lipogênese, metabolismo da glicose, transporte de glicose, função de barreira intestinal e absorção (NEGRO et al., 2008), podendo ainda auxiliar na hipertrofia muscular, retardar a fadiga e poupar os estoques de glicogênio muscular (ALVES, 2005).

Após uma sessão de treinamento de força, a taxa de síntese protética mostra-se elevada por até 48 horas em indivíduos alimentados, ocorrendo assim síntese de proteínas miofibrilares quanto mitocondriais (WILKINSON et al, 2008). Por isso a importância do nutricionista para adequação de um plano alimentar individualizado e uma melhor orientação de SA se assim for necessário. Deste modo, vê-se a necessidade de contribuir com o diagnóstico da situação do uso de suplementação nutricional entre praticantes de musculação sem a orientação nutricional.

Para tanto o presente estudo pretende investigar o uso de suplementos alimentares por praticantes de musculação, verificar qual categoria suplementar é mais consumida e observar qual gênero e faixa etária é mais predominante dentre os usuários.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo exploratório, retrospectivo com delineamento transversal e abordagem quantitativa, realizada na Clínica Escola de Nutrição da Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN. A Clínica está localizada no bairro São Miguel, município de Juazeiro do Norte – CE. Esta cidade está localizada na região metropolitana do Cariri, Sul do estado do Ceará e conta, atualmente, com uma população de 268.248 habitantes e área territorial de 248,832 km2 (IBGE, 2016).

Foram utilizados 127 prontuários de praticantes de musculação que foram atendidos entre janeiro de 2016 e maio de 2017. Os critérios de inclusão utilizados foram: idade superior a 18 anos e inferior a 60 anos. Os critérios de exclusão foram: possuir alguma deficiência física e/ou mental. Os dados foram obtidos por meio de um Check List, onde constava, o sexo, idade, uso de suplemento e qual categoria de suplemento era utilizada.

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Os dados foram analisados de acordo com a estatística descrita. Os números foram organizados e posteriormente tabulados com auxílio do software Microsoft Office Excel 2013 onde foram elaboradas planilhas com os resultados, para posterior apresentação em forma de gráficos e tabelas.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Juazeiro do Norte (CEP/FJN), obtendo número do Parecer 2.122.342.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 127 prontuários de pessoas praticantes de musculação, compreendendo ambos os gêneros, destes 33,1% (n=42) eram homens e 66,9% (n=85) mulheres. A idade dos participantes variou entre 18 a 56 anos. Dentre os praticantes de musculação, 25,20 % (n=32) utilizavam suplementos, enquanto 75,80% (n=95) não faziam uso (gráfico 1).

A maior parcela dos participantes da pesquisa era do sexo feminino (66,9%), e a idade variou entre 18 a 56 anos, dados semelhantes foram encontrados por Almeida e Balmant (2017) em um estudo feito em São Paulo com praticantes de musculação, onde do total de entrevistados 58,75% eram do sexo feminino a idade variou entre 18 a 59 anos.

Em outro estudo realizado por Andrade et al., (2012), com clientes de uma clínica de nutrição esportiva de São Paulo também verificou que 61,7% dos participantes eram do gênero feminino, concentrando a faixa etária da maioria dos participantes entre 20 a 50 anos.

No presente estudo 25,20% da amostra fazia uso de suplementos, dados parecidos foram encontrados por Frade et al., (2016) onde 32,2% dos participantes da pesquisa também utilizavam suplementos. No estudo de Andrade et al., (2012), esse número foi mais expressivo, 43,3% dos participantes declararam fazer uso de algum tipo de suplemento antes de procurar uma clínica de nutrição. Esses dados não representam a maioria dos participantes, mas é um número bem relevante a julgar pelas complicações que a utilização de suplementos sem a orientação de um nutricionista pode causar à saúde humana.

Outros estudos encontraram maiores valores referentes ao consumo de suplementos alimentares, como o de Fernandes e Machado (2016) que 58% da população analisada fazia uso de suplementos, enquanto 42% não utilizavam. O de Moreiria et al (2014) encontrou resultados

quase idênticos, mostrando que do total de entrevistados 58,4% faz uso de suplementos, enquanto 41,6% não.

Dos participantes que utilizavam suplementos, 59,38% (n=19) eram do sexo feminino, enquanto 40,62% (n=13) eram do sexo masculino (gráfico 2).

Ao analisarmos o uso de suplementos segundo o gênero, pode-se observar um maior consumo entre as mulheres (59,38%), que entre os homens (40,62%). Andrade et al., (2012), ao avaliarem o consumo pregresso de SA por praticantes de musculação observou justamente o inverso, onde os homens perfaziam 60,9% da amostra e as mulheres 32,4%. Assim como sustentado por Moya et al., (2009), que também observaram um maior consumo de suplementos alimentares entre os homens (79,17%) do que em mulheres (20,83%).

Quando se fez a correlação da utilização de suplementos com a faixa etária dos indivíduos, foi possível observar que a maior parte dos usuários encontrava-se na faixa etária ente 18 a 30 anos, tanto os indivíduos do sexo masculino (92,31%), quanto os do sexo feminino (89,47%) (gráfico 3).

A maior prevalência dos usuários encontrava-se em pessoas que tinham entre 18 a 30 anos, tanto para o sexo masculino (92,31%) quanto para o feminino (89,47%). Achados semelhantes foram encontrados por Nogueira et al. (2015) em um estudo sobre a prevalência de uso de recursos ergogênicos em praticantes de musculação na cidade de João

25,20% 75,80% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00%

Utilizam suplementos Não utilizam suplementos

Gráfico 1: Frequências do uso de suplementos alimentares por praticantes de musculação atendidos em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE.

40,62% 59,38%

Masculino Feminino

Gráfico 2: Caracterização quanto o sexo do uso de suplementos alimentares consumidos por praticantes de musculação atendidos em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE, segundo gênero.

92,31% 89,47% 7,69% 10,53% 0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% Masculino Feminino 18-30 anos >30 anos

Gráfico 3: Caracterização do uso de suplementos alimentares relacionado à faixa etária dos praticantes de musculação atendidos em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE.

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Pessoa, Paraíba, onde 72,8% dos que relataram consumir suplementos, tinham idade entre 18 e 27 anos.

Tozi (2015) também observou que a utilização de recursos ergogênicos prevaleceu entre homens e mulheres de faixa etária entre 21 a 30 anos 62,77% e 72,22% respectivamente. Outro ensaio clínico feito por Maioli (2012) apontou do mesmo modo que 84% das mulheres que faziam uso de suplementos tinham idade entre 18 a 30 anos.

Isto pode sugerir que os adolescentes e jovens adultos são mais vulneráveis a influência externa sobre o consumo de suplementos, visto que nesta idade a busca por resultados rápidos é elevado (HIRSCHBRUSH, FISBERG e MOCHIZUKI, 2008).

Em relação ao número de suplementos alimentares utilizados pelos praticantes de musculação foi possível observar que a maioria fazia uso de apenas um tipo 63,16% das mulheres e 46,15% dos homens, entretanto parcela significativa dos homens (30,77%) e mulheres (21,05%) utilizavam dois tipos, outros ainda utilizavam três e cinco tipos de SA simultaneamente (gráfico 4).

O presente estudo demonstrou que apesar da maioria dos praticantes de musculação fazerem uso de apenas um suplemento, grande parcela dos usuários consumia de dois até cinco SA simultaneamente.

O uso de dois ou mais suplementos, ao mesmo tempo, é um fator agravante dos efeitos deste tipo de produto, principalmente quando ingeridos sem a devida orientação de profissional capacitado (MENDES, 2012).

Dessa forma foi possível observar que 30,77% dos homens e 21,05% das mulheres, presentes nesta pesquisa, utilizavam dois tipos de suplementos, outros utilizavam três tipos 10,53% para o sexo masculino e 23,07% para o feminino e ainda 5,26% das mulheres utilizou cinco tipos de SA simultaneamente. Colusso, Nassif e Bouças (2014) também avaliaram a quantidade de suplementos separadamente em relação ao sexo, e verificou que 23,07% mulheres utilizavam dois de suplementos, 7,69% utilizavam três tipos, e 30,76% faziam uso de mais de três suplementos. Em relação aos homens, 29,41% faziam uso de dois suplementos, 20,58% utilizavam três suplementos e 29,41% utilizavam mais de três suplementos.

Outros estudos observaram que uma quantidade considerável dos praticantes de musculação não utilizava, apenas, um SA. Milani, Teixeira e Marquez (2014) afirmaram que 28% da amostra do seu ensaio clínico consumia dois tipos de suplementos, 19% três tipos, e 6% consumia quatro ou mais suplementos simultaneamente. Do mesmo modo Tozi (2015) verificou que 17,02% dos homens utilizam até três recursos ergogênicos (RE) simultaneamente e observou, inclusive, que 5,32% dos participantes do sexo masculino utilizam mais de cinco. Entre as mulheres 27,78% utilizava dois recursos ergogênicos simultaneamente e 5,56% das mulheres relatou consumir cinco RE, resultado quase idêntico ao encontrado no presente estudo.

Foi possível descrever os suplementos utilizados pelos praticantes de musculação, observando quais tipos de suplementos foram mais consumidos pelo gênero feminino e masculino, neste contexto o whey protein vem em primeiro lugar, seguido por BCAA e creatina (tabela 1).

Tabela 1: Tipos de suplementos alimentares consumidos por praticantes de musculação, segundo o gênero, em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE

Suplementos Feminino Masculino

n % n % Whey protein 12 63,15 8 61,54 Creatina 4 21,05 5 38,46 BCAA 5 26,32 3 23,08 Hipercalórico 1 5,26 2 15,38 Glutamina 1 5,26 1 7,69 Malto dextrina 2 10,53 - - Albumina - - 1 7,69 Leucina - - 1 7,69 Dextrose 1 5,26 - - GH Max - - 1 7,69 Energético 1 5,26 - - Termogênico 1 5,26 - - Colágeno 1 5,26 - - Vitaminas e minerais 1 5,26 - -

Fonte: Dados da pesquisa

Ao analisarmos os tipos de suplementos mais consumidos pela população estudada, pode se observar que os suplementos proteicos e aminoácidos tiveram maior

63,16% 21,05% 10,53% 5,26% 46,15% 30,77% 23,07% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

Utilizam um suplemento Utilizam dois suplementos Utilizam três suplementos Utilizam cinco suplementos Feminino Masculino

Gráfico 4: Número de suplementos alimentares utilizados simultaneamente por praticantes de musculação, segundo o gênero, em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE

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prevalência de uso em ambos os sexos, seguidos por hipercalóricos e carboidratos, e em uma frequência bem menor apareceram os energéticos, termogênicos, vitaminas e minerais.

Considerando a prevalência do consumo de cada suplemento isoladamente, foi possível observar que o whey protein foi o mais utilizado pelos participantes tanto pelos homens (61,54%) quanto pelas mulheres (63,15%), seguido pela Creatina com 38,46% e 21,05% para homens e mulheres respectivamente. Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) também tiveram um grande consumo tanto para o gênero masculino (23,08%) quanto feminino (26,32%). Os hipercalóricos apareceram com menos frequência que os anteriormente citados, sendo que 15,38% dos homens e 5,26% das mulheres faziam uso.

Resultados parecidos foram encontrados por Andrade et al (2012) onde o whey protein também assumiu a liderança de consumo tanto pelos homens (71,4%), quanto pelas mulheres (33%). Em seguida veio o consumo de creatina e termogênicos pelos homens ambos com 50%. No caso das mulheres 33% BCAA, vitaminas e minerais, seguido de termogênicos (25%).

Os produtos à base de proteínas também foram os mais consumidos em um estudo realizado por Santos et al (2013), onde Whey protein, BCAA e Albumina perfaziam 31% do total. Observou-se também um alto consumo da creatina (15%). Entre as fontes de carboidratos a mais utilizada foi a Maltodextrina (18%).

Os achados do estudo feito por Pereira (2014) seguem a mesma linha dos anteriores, mostrando os suplementos proteicos como os mais consumidos pela população estudada, onde os homens preferencialmente relataram consumir Whey Protein (61,81%), Creatina (47,27%) e BCAA (47,27%). Entre as mulheres o resultado foi semelhante, Whey Protein (40,90%), BCAA (31,81%) e Creatina (27,27%).

Em relação aos tipos de suplementos utilizados pela amostra deste estudo, foi possível observar que no grupo feminino Houve uma maior variedade em relação ao grupo masculino que por sua vez consumiram mais os a base de proteína. Desta forma as mulheres consumiram 6 tipos de suplementos que os homens não fizeram uso, foram eles: termogênicos, energéticos, colágenos, dextrose, malto dextrina, vitaminas e minerais.

Achados divergentes foram encontrados em outros estudos. Milani, Teixeira e Marquez (2014), observaram que os homens utilizavam cinco produtos que as mulheres não faziam uso, sendo eles os hipercalóricos, glutamina, bebidas isotônicas, anabolizantes, vitaminas e minerais. Souza e Ceni (2014) também observaram maior variedade dos tipos de suplementos utilizados pelos homens em relação às mulheres, forma eles: Glutamina, megamass, repositor hidroeletrolítico/isotônico, préworkout e beta hidroxi beta metilbutirato.

Dados preocupantes foram encontrados neste ensaio clínico, além do consumo simultâneo de dois até cinco suplementos, pode ser observado que a maioria dos participantes utilizavam simultaneamente suplementos que tinham componentes parecidos, ou a mesma base nutricional, como aminoácidos e suplementos proteicos. Isso fica claro ao

observar que muitos participantes consumiam concomitantemente dois ou três suplementos proteicos combinando dessa forma whey protein, BCAA, Creatina e/ou Albumina.

O fato dos usuários utilizarem mais suplementos ricos em proteínas insinua que estes acreditam que o excesso de proteínas aumenta a massa muscular (CANTORI, SORDI e NAVARRO, 2009). Contudo a suplementação com proteínas acima das recomendações individuais deve ser desestimulada, pois grandes quantidades de proteínas podem levar a desidratação, hipercalciúria, ganho de peso, e sobrecarga renal e hepática (MAHAN, ESCOTT-STUMP e RAYMOND, 2013).

COSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo mostrou que houve um maior consumo de suplementos alimentares por pessoas do sexo feminino, com idade entre 18 a 30 anos e que muitos deles utilizavam mais de um suplemento simultaneamente. Com relação aos SA mais utilizados, constatou-se que os mais consumidos tanto por homens quanto por mulheres, foram os de base proteica e aminoácidos, como Whey protein, Creatina e BCAA.

Dessa forma pode se observar que o consumo pregresso de suplementos por clientes de uma clínica de nutrição que praticavam musculação, foi semelhante ao consumo estudado em outros ambientes que propiciavam a utilização, como em academias de ginástica, evidenciando que mesmo a preocupação e procura atual por uma orientação nutricional não limitou o uso anterior.

Sabe-se que o nutricionista e o profissional capacitado para prescrever e orientar quanto a utilização de suplementos, porém muitas pessoas utilizam os mesmos por conta própria ou orientados por outros profissionais que não são habilitados para tal. Dessa forma faltam fiscalizações, por parte dos órgãos competentes, junto a outros profissionais para que estes não venham a orientar equivocadamente a população, evitando práticas irracionais e potencialmente perigosas do uso incorreto.

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Gráfico 3: Caracterização do uso de suplementos alimentares  relacionado à faixa etária dos praticantes de musculação  atendidos em uma clínica escola de nutrição de Juazeiro do  Norte-CE.
Tabela  1:  Tipos  de  suplementos  alimentares  consumidos  por praticantes de musculação, segundo o gênero, em uma  clínica escola de nutrição de Juazeiro do Norte-CE

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