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Eficiência de uma rede neural artificial para prognose em sistema agrossilvipastoril

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MONIQUE SABIONI LOPES

EFICIÊNCIA DE UMA REDE NEURAL ARTIFICIAL PARA

PROGNOSE EM SISTEMA AGROSSILVIPASTORIL

Viçosa

Minas Gerais-Brasil

2015

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Engenharia Florestal.

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MONIQUE SABIONI LOPES

EFIC

IÊNCIA DE UMA REDE NEURAL ARTIFICIAL PARA

PROGNOSE EM SISTEMA AGROSSILVIPASTORIL

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Engenharia Florestal.

Sílvio Nolasco de Oliveira Neto (Coorientador)

Carlos Alberto Araújo Júnior (Coorientador)

Helio Garcia Leite (Orientador)

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ii

Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pela força e pela luz.

À minha mãe Mônica Sabioni pelo amor desprendido e o grande incentivo nos estudos. Ao meu pai Henrique Cavalcanti Moreira Lopes pelo carinho e atenção.

Aos meus irmãos Luckas Sabioni Lopes e Henrique Sabioni Lopes pelos conselhos, amizade e companheirismo.

Aos meus sobrinhos pelo afeto.

À minha família pela presença e apoio constante.

À Universidade Federal de Viçosa pela oportunidade de realizar o curso de Engenharia Florestal nessa magnífica instituição.

Aos funcionários do Departamento de Engenharia Florestal pelo auxílio e disposição. Ao professor Hélio Garcia Leite pela orientação, ensinamentos e amizade.

Ao professor Sílvio Nolasco e Carlos Araújo Júnior pela coorientação, disponibilidade e atenção.

Aos meus amigos que foram sempre presentes e grandes apoiadores da minha caminhada. A todos que de alguma maneira contribuíram nessa conquista.

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iii

Sumário

Resumo ... iv 1 – Introdução ... 1 2 - Material e métodos ... 4 2.1 – Dados ... 4

2.2 – Modelagem do crescimento e da produção utilizando modelo de regressão ... 5

2.2 - Redes neurais artificiais ... 8

3 – Resultados e Discussão ... 10

4 – Conclusão ... 17

(5)

iv

Resumo

Este estudo foi conduzido empregando dados de inventário florestal contínuo conduzido em um sistema agrossilvipastoril, com sete clones de eucalipto. Objetivo foi avaliar a eficiência relativa do emprego de um modelo de rede neural artificial em relação aplicação de um modelo de densidade variável. Realizou-se treinamento das redes neurais utilizando o software Neuroforest 3.3. O tipo de rede foi Multilayer Perceptron (MLP) com treinamento feito pelo método Resilient Propagation, com oito neurônios na camada escondida (oculta). A função de ativação das camadas ocultas e de saída foi a sigmóide considerando diferentes proporções dos dados para treinamento e validação: com 100% dos dados, 90% (10% para validação), 80% (20% para validação) e assim por diante, até 20% dos dados para treinamento e 80% para validação. Com a melhor partição de dados de treino e validação, foram treinadas novas redes neurais. Sendo essas comparadas aos resultados obtidos através do modelo de Clutter ajustado por clone. Com base nos resultados foi possível concluir que a prognose da produção volumétrica do componente arbóreo (volume de madeira) do sistema agrossilvipastoril pode ser feita para todos os clones utilizando uma única rede MLP, com função de ativação sigmóide nas camadas de entrada e saída, resultando em maior exatidão e consistência, em relação ao emprego do modelo de Clutter ajustado por clone.

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1

1 – Introdução

No ano de 2012, o valor bruto da produção obtido pelo setor florestal totalizou 56,3 bilhões de reais, com aumento de 4,6% em relação ao ano de 2011. A arrecadação de tributos correspondeu a 7,6 bilhões de reais (0,5% do arrecadado nacionalmente). O saldo da balança comercial da indústria nacional de base florestal (5,5 bilhões de dólares), embora 3,8% abaixo ao alcançado em 2011, ampliou sua participação no superávit da balança comercial nacional de 19,1% para 28,1%. Grande parte do sucesso do setor se deve ao fato de que a indústria de base florestal no Brasil é caracterizada pela diversidade de produtos, como por exemplo, polpa celulósica, madeira processada mecanicamente, painéis de madeira, carvão vegetal e biomassa, dentre outros (ABRAF, 2013).

A variedade de produtos das florestas tem atraído os produtores rurais interessados em rever seus modelos de produção, pois além da oscilação dos preços dos produtos e implementos agrícolas, o manejo inadequado do solo vem ocasionando queda na produtividade e aumento da degradação de áreas agricultáveis. Isto é mais observado em regiões com predomínio de pecuária extensiva, em solos com qualidade inferior quando comparados àqueles utilizados pela agricultura (MACEDO, 2005). Dentro desse contexto o sistema agrossilvipastoril tem sido importante por diversificar a produção através do consórcio de culturas agrícolas, árvores, pastagens e, ou, animais (OLIVEIRA NETO et al., 2010). Além da importância econômica, esse sistema está sendo visto como uma alternativa para resolução de problemas de baixa produtividade, falta de alimentos e degradação ambiental.

Os sistemas agrossilvipastoris tem aplicabilidade tanto para agricultores familiares quanto para grandes produtores (SALLES, 2010). Conforme esse, o sistema é

(7)

2

atrativo, pois a exigência quanto a uma produção de impacto reduzido vem crescendo, principalmente pela cobrança de grupos ambientalistas e escassez de recursos. Já para agricultores familiares, que baseiam sua produção em áreas agricultáveis reduzidas, os sistemas agrossilvipastoris são uma alternativa. Esses sistemas podem resultar em rendimento econômico expressivo por área (ABDO et al., 2008), produzindo, num mesmo espaço, produtos madeireiros e não madeireiros, grãos, carne e, ou leite, por todo o ano (BALBINO et al., 2011).

Para que as vantagens sejam efetivas os sistemas agrossilvipastoris devem ser estabelecidos e manejados de forma apropriada, considerando características de local, sociais e econômicas das propriedades rurais. Isso possibilita aumento do faturamento no decorrer do ano, diversificação de produtos, melhoria das características físicas, químicas e biológicas dos solos e das condições hidrológicas, além da criação de ambiente confortável aos animais (OLIVEIRA NETO et al., 2010).

Visando estimular a implantação de sistemas agrossilvipastoris pela agricultura familiar, o governo tem utilizado o PRONAF Floresta (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Floresta), linha de crédito de investimento para Sistemas Agroflorestais (BCB), e o plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono). Esse plano incentiva a adoção de sistemas de produção sustentáveis que possam neutralizar a emissões de gases do efeito estufa e, aumentar a renda dos produtores, principalmente por meio de: recuperação de pastagens degradadas; fixação biológica do nitrogênio (FBN); sistema plantio direto (SPD); integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) e sistemas agroflorestais (SAF). Na implementação da iLPF, tem-se o comprometimento com a ampliação da área em de cerca de 4 milhões de hectares, e será contemplada também, a implantação de SAF pela agricultura familiar, em 2,76 milhões de hectares (Plano ABC, 2012).

Apesar da importância desses sistemas, ainda existe uma carência quanto ao acompanhamento contínuo de espécies arbóreas dos mesmos, que é importante para entender sobre o desempenho produtivo dessas áreas (GAMA, 2003). Tal fato pode, também, implicar na falta de domínio dos processos e desfavorecimento da difusão dos resultados obtidos sobre o tema aos produtores (VIEIRA et.al., 2007), assim como para agências financiadoras de projetos.

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3

O acompanhamento do crescimento das árvores pode ser feito por meio de inventário florestal contínuo (IFC). Além de acompanhar o volume em cada medição, é necessário estimar o mesmo para idades futuras. Os dados do IFC podem ser utilizados para ajuste de modelo de crescimento e produção de Clutter (1963). Nos últimos anos, fontes de inteligência computacional, como redes neurais artificiais (RNAs), tem sido empregadas para modelagem e prognose da produção. Os estudos conduzidos em monocultivos de eucalipto tem mostrado grande exatidão (DIAMANTOPOULOU, 2005; BINOTI et al., 2009; GÖRGENS et al., 2009; BINOTI, 2010; LEITE et al., 2011).

Uma RNA é um sistema computacional paralelo, composto com várias unidades de processamento simples (neurônios artificiais), interligadas entre si de uma forma específica para a execução de uma determinada tarefa (BULLINARIA, 2010). Os problemas aplicáveis às redes neurais enquadram-se nas tarefas de aprendizagem, classificação de padrões, aproximação de função, agrupamento de dados, predição (séries temporais), recuperação de conteúdo, otimização e controle (JAIN et al., 1996; HAYKIN, 2001). Por conta de tais características, a RNA tem se mostrado bastante eficiente e utilizada por algumas empresas brasileiras para estimar altura da árvore, densidade e volume da madeira.

Em virtude do potencial das redes neurais, da necessidade de melhorar as análises volumétricas em sistemas agrossilvipastoris e do custo da modelagem, às vezes expressivo, foi idealizado este estudo, cujo objetivo foi avaliar a eficiência relativa da aplicação de RNA em relação à modelagem feita com emprego de um modelo de crescimento e produção ajustado por Salles (2010).

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4

2 - Material e métodos

2.1 – Dados

Os dados utilizados neste estudo são provenientes de um inventário florestal contínuo em povoamento de eucalipto em sistema agrossilvipastoril, localizados no município de Paracatu, na região Noroeste do Estado de Minas Gerais.

O sistema estudado é composto por 38 clones de híbridos de eucalipto em espaçamento 10 x 4 m, onde as árvores foram destinadas à serraria, energia e postes. No presente estudo e no realizado por Salles (2010) foram utilizados dados de 7 clones (2, 8, 13, 36, 44, 58, 62) mais representativos em termos de área de plantio. Nesses povoamentos, para evitar competição e injúrias às raízes das árvores e facilitar os tratos culturais, manteve-se um espaçamento de 1m entre as linhas de plantio de eucalipto das demais culturas.

No primeiro ano (ano 0) o consórcio foi realizado com cultivo de arroz, pela sua menor exigência em fertilidade. No segundo ano (ano 1), semeou-se soja no lugar do arroz, sendo mantida uma densidade populacional de 200.000 plantas por hectare. Os restos culturais da colheita da soja foram incorporados ao solo, sendo feita a primeira manutenção do povoamento de eucalipto, com capinas manuais, aceiros, conservação de estradas e combate às formigas. A partir do ano seguinte (ano 2), formou-se pastagens de capim-braquiária para engorda de gado de corte. Ainda nesse ano, quando as árvores de eucalipto apresentavam cerca de 6 m de altura e 18 meses de idade, as árvores foram desramadas até 4 m de altura, observando-se uma remoção de no máximo 50% de copa

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5

viva. No ano 3, após 90 dias do estabelecimento das pastagens, iniciou-se a engorda de bois. Nesse ano, houve mais uma manutenção no povoamento, uma segunda desrama até 6 m de altura, colocação de cercas vivas e instalação de aguadas para o gado. No ano 4, ocorreu apenas a manutenção do componente arbóreo e a partir do ano 5 estabeleceu-se e sistema silvipastoril (SALLES, 2010).

Os dados utilizados nesse estudo são oriundos de parcelas permanentes de 1.200 m² (30 x 40 m), composta por três fileiras de 10 árvores. Sua implementação atendeu aos critérios de inventário florestal contínuo por amostragem casual estratificada, com intensidade amostral de uma parcela para cada 10 ha. Em talhões com área inferior a 15 ha não foram lançadas parcelas. Mensurou-se um total de 650 parcelas permanentes em cinco ocasiões (2004, 2005, 2006, 2007 e 2008), contemplando os 7 clones (SALLES, 2010).

2.2 – Modelagem do crescimento e da produção utilizando modelo de regressão

Para a determinação da capacidade produtiva Salles (2010) utilizou o método da curva-guia (idade índice = 72 meses), ajustando modelos Logístico e Gompertz, cujas relações funcionais são, respectivamente:

       I e Hd 2 1 0 1 e       () 0 2 1 I e e Hd em que:

Hd = altura dominante, em metros; I = idade dos povoamentos, em meses;

2 1 0, ,

 = parâmetros dos modelos; e ε = erro aleatório, ε ~ N (0, 2

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6 Fonte: SALLES (2010)

Seguindo os procedimentos descritos por Campos e Leite (2013), as equações transformadas para estimar índices de local, em função da altura dominante, foram:

         (72) 1 ) ( 1 2 2 1 1 e e Hd S I (Modelo Logístico) e            ) ( 2 1 ) 72 ( 2 1 I e e e e Hd S (Modelo de Gompertz)

As equações estimadas por genótipos por Salles (2010) e utilizadas no presente estudo, foram relacionadas na Tabela 1.

Tabela 1 –Equações utilizadas para classificação da capacidade produtiva

Modelo Clone ˆ0 ˆ1 ˆ2 Gompertz i I i

e

e

Hd

i

 

       1 2 0 i i i

e

e

e

e

Hd

S

  Ii

 

    ) ( 2 1 ) 72 ( 2 1 2 29,89300 1,19433 0,05170 36 33,95678 1,10516 0,04546 44 40,09134 0,83154 0,02700 58 33,34864 0,87728 0,03664 Logístico i I i i

e

Hd

2 1 0

1

i I i i

e

e

Hd

S

i

 

(72) 1 ) ( 1 2 2

1

1

8 26,84907 9,55447 0,08642 13 30,13399 10,65674 0,07027 62 33,63743 4,71980 0,04856

(12)

7

Para projeção do crescimento e produção foram utilizadas as equações apresentadas na Tabela 2. Tais equações foram obtidas pelo ajustamento de Clutter (1963), sendo: i S I I I I I I B B                           1 2 1 1 2 1 0 2 1 1 2 ln 1 1 ln

i I B B S I S B S I V                           2 2 6 2 1 5 2 1 4 2 3 1 2 2 1 0 2 ln ln ln ln em que: 1

I = idade atual, em meses;

2

I = idade futura, em meses;

1

B = área basal na idade atual, em m²ha−1; 2

B = área basal na idade futura, em m²ha−1; 1

S = índice de local, em m;

2

V = volume futuro na idade futura em m³ha−1; ln = logaritmo neperiano; i i   , = parâmetros do modelo; e ε = erro aleatório, ε ~ N (0, 2 ).

Tabela 2 – Modelos atribuídos a cada clone para projeção de volume e área basal

Clone Equações 2                2 1 2 1 1 2 ln 2,996751 ln I I I I B B ) ln ( 0,02203 50,72825 -4,11828 ln 1 2 2 2 S B I V         8                2 1 2 1 1 2 ln 0,101321 ln I I I I B B                 2 2 1 2 2 ln 70,66470 0,03532 138,15768 -3,28414 ln I B S I V Continua...

(13)

8 Fonte: SALLES (2010)

2.2 - Redes neurais artificiais

Os mesmos dados empregados por Salles (2010) foram aqui aplicados para treinamento de redes neurais artificiais (RNA) utilizando o software gratuito Neuroforest 3.3. As análises foram realizadas sem a distinção dos clones. O tipo de rede foi Multilayer Perceptron (MLP) com emprego da função de ativação sigmóide nas camadas ocultas e de saída. Para aumentar a velocidade e o desempenho do treinamento o algoritmo utilizado foi Resilient Propagation (Riedmiller e Braun, 1993), com oito neurônios na camada escondida (oculta).

Realizou-se treinamento das redes considerando diferentes proporções dos dados para treinamento e validação: com 100% dos dados, 90% (10% para validação), 80% (20% para validação) e assim por diante, até 20% dos dados para treinamento e 80% para

13                2 1 2 1 1 2 ln 2,809741 ln I I I I B B                 2 2 2 1 2 1 2 ln 33,90143 ) ln ( 2,97053 -2,78908 0,02892 ln I B B S I S V 36                2 1 2 1 1 2 ln 2,820371 ln I I I I B B ) ln ( 0,01913 60,57303 -4,31141 ln 1 2 2 2 S B I V         44 1 2 1 2 1 2 1 1 2 ln 1,949621 0,035481 lnB B I I I I I IS                       2 1 2 2 0,04845 0,68214ln 72,78284 -2,82397 ln S B I V          58 1 2 1 2 1 2 1 1 2 ln 2,317991 0,022021 ln S I I I I I I B B                        2 1 2 2 0,01027 1,27575ln 22,46774 -1,72047 ln S B I V          62                2 1 2 1 1 2 ln 2,992671 ln I I I I B B                 2 2 2 1 2 1 2 ln 25,19531 ) ln ( 0,02841 -2,75009 3,11240 ln I B B S I S V

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9

validação. Para avaliar a qualidade dos ajustamentos observaram-se as estatísticas: bias percentuais, raiz do erro quadrático médio (RQEM) e correlação de Pearson (ρ); além de análises gráficas de resíduos. Estas estatísticas foram estimadas pelo Neuroforest, sendo:

  n i î i Y Y n Bias 1 ^ 1 ) ( = ( 100 ^ 1 1 1 Y Y n Y RQEM n i i    

i i i i Y Y Y Y ^ ^ var var ) , cov(   em que: n = número de casos.

Yi e Ŷi = valores observado e estimado da variável sob análise;

Y

_

= média dos valores observados; cov = covariância;

var = variância.

Com a melhor partição de dados de treino e validação, foram treinadas novas redes neurais, com uma camada intermediária contendo 14 neurônios. Este número de neurônios foi definido em função das variáveis contínuas de entrada (idade atual e futura, área basal atual, altura dominante e volume na idade atual) e do número de níveis das variáveis categóricas, que foram: projeto (15) e clone (7). Assim, (15+7+5)/2 = 13,5, resultando na definição de 14 neurônios para a camada escondida.

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3 – Resultados e Discussão

Avaliando-se os resultados de treinamento das redes neurais com diferentes proporções entre a quantidade de dados para treino e para validação, pode-se notar que, para todos os casos, os resíduos das estimativas de produção futura se concentraram em ±10% (Figura 1). 20% de treinamento 30% de treinamento 40% de treinamento 50% de treinamento Volume (m³ha-1) Continua... Er ro%

(16)

11

60% de treinamento 70% de treinamento

80% de treinamento 90% de treinamento

100% de treinamento

Volume (m³ha-1) Figura 1 - Erros percentuais 100(

^

V - V)/V, para o conjunto de todos os dados das parcelas, para redes Multilayer Perceptron treinadas com diferentes dados percentuais.

Por isso, como não houve grandes diferenças entre os resultados encontrados decidiu-se pelo emprego de 70% dos dados para treinamento e 30% para validação, sendo esse percentual usado em grande parte das pesquisas com RNA na área de mensuração florestal, como nos trabalhos de Binoti (2012) e Binoti (2010). Com a relação das estatísticas dos treinamentos para diferentes proporções de dados de treinamento (Tabela

Er

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12

3), também pode-se verificar que a diminuição no percentual de dados do treinamento não alterou a exatidão das estimativas de modo expressivo. Tal fato também foi observado no trabalho de Binoti (2012), onde constatou a possibilidade de redução da quantidade de alturas medidas nos inventários sem perda de exatidão e precisão no ajustamento. Tabela 3 – Estatísticas de precisão e de exatidão das estimativas de produção obtida com RNA

A Figura 2 permite comparar os resultados obtidos com a rede neurais treinadas e com os resultados obtidos através do modelo de Clutter ajustado por clone, por Salles (2010).

Tipo Dados % de dados Bias RQME Correlação

Treino 20% 89,5646 96,1385 0,9820 Validação 80% 91,7098 99,0236 0,9675 Treino 30% 91,2096 97,3892 0,9683 Validação 70% 89,9587 96,5201 0,9571 Treino 40% 89,8782 96,6344 0,9807 Validação 60% 91,1094 97,6541 0,9551 Treino 50% 89,5203 95,5978 0,9704 Validação 50% 91,6328 98,0733 0,9661 Treino 60% 90,4994 97,1145 0,9765 Validação 40% 89,5808 96,1024 0,9609 Treino 70% 89,3482 96,2161 0,9814 Validação 30% 91,5712 97,7573 0,9658 Treino 80% 90,5338 96,8726 0,9640 Validação 20% 87,7066 93,9228 0,9373 Treino 90% 89,9758 96,4700 0,9777 Validação 10% 90,9703 98,2866 0,9733 Treino 100% 90,0976 96,5958 0,9792

(18)

13

Volume (m³ha-1)

Continua...

Er

(19)

14

Volume (m³ha−1)

Figura 2 – Gráficos de resíduos das estimativas geradas através do modelo de Clutter e RNA a 70% de treinamento para todos os clones e por clone individualmente.

Analisando os resultados da Figura 2, verifica-se que as redes neurais resultaram em maior exatidão, com melhor distribuição do erros, para todos os clones.

É oportuno mencionar, além da exatidão proporcionada, permite utilizar uma menor amostra de dados. Isto é importante pois, conforme Loures (2014) e Bezerra (2009), a redução do número de parcelas permanentes diminui custos do inventário.

Salles (2010) demonstra que cada genótipo (clone) pode ser melhor descrito por diferentes componentes do modelo de produção de Clutter. Em alguns estratos a representatividade e a quantidade de dados no campo pode não ser adequada para uso da regressão. O emprego da RNA de certo modo resolve este problema, uma vez que nesse caso é mais importante ter variabilidade e qualidade dos dados.

E r r o %

(20)

15

O modelo de Clutter tem sido empregado em diversos estudos (BINOTI, 2010; SALLES, 2010; ALCÂNTARA, 2012). Ele é indicado tanto em casos que visam somente a estimação de v/ha quanto para multiprodutos. Nesse último caso é necessário aplicar desbastes nos povoamentos (CAMPOS e LEITE, 2013). Esse desbaste é melhor controlado pela variável área basal. Quando emprega-se RNA nesse caso é normal incluir área basal futura (B2) como variável de saída e de entrada, de modo que seja possível simular desbastes nos povoamentos, conforme feito por Binoti (2010) para manejo destinado a produção de madeira para celulose.

Os resultados obtidos no estudo mostraram que a modelagem e prognose do componente florestal em sistema agrossilvipastoril é mais eficiente com o emprego de redes neurais artificiais. Além de maior exatidão nas estimativas, a modelagem é muito mais simples e requer menos amostras de parcelas permanentes em relação aos modelos de crescimento e produção.

Outra comprovação do estudo é que o emprego de RNA não necessita da classificação da capacidade produtiva, uma vez que a variável altura dominante e idade atual são suficientes para obter exatidão. Ou seja, não é preciso modelar previamente a altura dominante. Assim, utilizando apenas a idade, altura dominante, área basal, volume atual, mais o genótipo, obtêm-se estimativas de produção futura com grande exatidão e consistência.

Para todos os clones os resíduos gerados pelas estimativas do modelo de Clutter variaram entre -30% e 50%, ao passo que os resíduos gerados pela aplicação da RNA tiveram valores concentrados entre ±10%. Tal tendência também ocorre ao analisar os clones individualmente. Na Tabela 4 são apresentados os coeficientes de correlação entre produção observada e estimada pelo Clutter e pela RNA. Em todos os casos (clone), a correlação foi maior ao empregar RNA senão iguais.

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Tabela 4 – Correlação de Pearson para avaliar qualidade do ajustamento de Clutter e RNA

As estatísticas obtidas para o treinamento da RNA, com 70% de treinamento dos casos são apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 – Estatísticas da RNA com 70% de treinamento

Essa rede foi salva para uso com o software Neuroforest 3.3 e linguagem computacional Java 8, podendo ser usada em sistema agrossilvipastoris semelhantes.

ρ

Clone Clutter RNA 2 0,9769 0,9935 8 0,9752 0,9935 13 0,9690 0,9837 36 0,9765 0,9765 44 0,9792 0,9935 58 0,9938 0,9938 62 0,9947 0,9947

Tipo Dados % de dados Bias RQME Correlação Treino 70% 77,2648 84,1050 0,9958 Validação 30% 84,6002 92,3328 0,9897

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4 – Conclusão

A prognose da produção volumétrica do componente arbóreo (volume de madeira) do sistema agrossilvipastoril pode ser feita para todos os clones utilizando uma única rede neural artificial MLP, com funções de ativação sigmóide na entrada e na saída, com 70% de treinamento e 30% de validação e com um número de neurônios na camada oculta igual a



i j ij nc n 5 , 0 , onde:

nc= número de variáveis contínuas; i = número de variáveis categóricas;

j= número de níveis da variável categórica i.

É possível fazer a prognose no sistema agrossilvicultural com a maior exatidão e consistência, em relação ao emprego do modelo de Clutter ajustado por clone, reduzindo o custo, por meio da RNA.

(23)

18

5 - Referências Bibliográficas:

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