• Nenhum resultado encontrado

Realização da prova objetiva (1ª fase) Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Realização da prova objetiva (1ª fase) Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

CALENDÁRIO OAB

Realização da prova objetiva (1ª fase) 18.11.2018

Divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva 18.11.2018

Resultado preliminar da 1ª fase 03.12.2018

Prazo recursal contra resultado preliminar da 1ª fase 04.12.2018 a 07.12.2018 Divulgação do gabarito definitivo da 1ª fase 18.12.2018

Divulgação do resultado final da 1ª fase 18.12.2018

Realização da prova prático-profissional (2ª fase) 20.01.2019

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO

• O prazo para a interposição dos recursos será das 12h00 do dia 04.12 às 12h00 do dia 07.12 (horário de Brasília);

• O recurso deverá ser interposto por meio eletrônico, no site da FGV, com uso da senha de acesso pessoal;

• O recurso será interposto por questão objetiva, limitado a até 5.000 caracteres cada um;

• Ao elaborar o recurso o candidato não poderá criar nenhum dado de identificação, sob pena de ser liminarmente indeferido;

• Ao redigir os argumentos, mesmo utilizando os fundamentos disponibilizados pela Coordenação, redija o texto com suas palavras, evitando padronização ou modelos;

• No texto, tenha clareza e objetividade, requerendo ao final de cada item a “anulação da questão com o deferimento da pontuação respectiva”;

• O recurso poderá ser:

a) contra gabarito – neste caso para atacar o conteúdo da questão (fundamentos para anulação) e/ou;

b) contra a correção/erro material – para que o candidato alegue vício na leitura do cartão de resposta.

Importante: no caso de anulação de questão da prova objetiva, a pontuação correspondente será atribuída a todos os examinandos indistintamente, inclusive aos que não tenham interposto recurso. Caso o candidato tenha acertado a questão e, consequentemente, já tenha ocorrido o cômputo da nota, não haverá a atribuição de nova pontuação em caso de anulação.

(2)

FUNDAMENTOS PARA RECURSOS

A equipe de professores OAB do Damásio Educacional analisou todas as questões da prova, bem como aquelas comentadas nas redes sociais como passíveis de recursos e, deliberou pela fundamentação e pedido de anulação das questões seguintes:

Disciplina Prova 1

Branca Prova 2

Verde Prova 3

Amarela Prova 4 Azul

Ambiental Questão 34 Questão 33 Questão 34 Questão 33 Civil Questão 41 Questão 39 Questão 40 Questão 39 Consumidor Questão 45 Questão 44 Questão 45 Questão 44 Tributário Questão 25 Questão 24 Questão 22 Questão 23

DIREITO AMBIENTAL | PROFESSOR LUIZ ANTÔNIO

Tendo em vista a elevação da temperatura do meio ambiente urbano, bem como a elevação do nível dos oceanos, a União deverá implementar e estruturar um mercado de carbono, em que serão negociados títulos mobiliários representativos de emissões de gases de efeito estufa evitadas. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

A) É possível a criação de mercado de carbono, tendo como atores, exclusivamente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.

B) Não é constitucional a criação de mercado de carbono no Brasil, tendo em vista a natureza indisponível e inalienável de bens ambientais.

C) A criação de mercado de carbono é válida, inclusive sendo operacionalizado em bolsa de valores aberta a atores privados.

D) A implementação de mercado de carbono pela União é cogente, tendo o Brasil a obrigação de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, estabelecida em compromissos internacionais.

ARGUMENTOS PARA RECURSO

Analisando a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assinada em Nova York em 1992 e promulgada pelo Decreto 2.652/98, encontramos a determinação para que os Estados adotem medidas e avaliem a eficácia das mesmas para limitar as emissões e aumentar a remoção dos gases de efeito estufa, mas não há determinação para que adotem o “mercado de carbono”.

Analisando o Protocolo de Quioto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assinado na cidade de Quioto, Japão, em 11 de dezembro de 1997, e promulgado pelo Decreto 5.445/05, encontramos no art. 6.1 que “A fim de cumprir os compromissos assumidos sob o Artigo 3, qualquer Parte incluída no Anexo I pode transferir para ou adquirir de qualquer outra dessas Partes unidades de redução de emissões resultantes de projetos

(3)

visando a redução das emissões antrópicas por fontes ou o aumento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa em qualquer setor da economia”, ou seja, prevê a possibilidade do mercado de crédito de carbono, mas não determina que seja obrigatoriamente adotado.

Analisando o Acordo de Paris sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assinado na cidade de Paris, em 12 de dezembro de 2015, e promulgado pelo Decreto 9.073/17, há o compromisso da redução dos gases de efeito estufa, mas não há determinação expressa no sentido da adoção do “mercado de carbono”.

Resta a análise da nossa Lei Federal 12.187/09 - Lei da Política Nacional da Mudança do Clima – que dispõe:

Art. 4o A Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC visará:

II - à redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em relação às suas diferentes fontes;

VIII - ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE.

Art. 9o O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE será operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e entidades de balcão organizado, autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, onde se dará a negociação de títulos mobiliários representativos de emissões de gases de efeito estufa evitadas certificadas.

Como se vê, a nossa lei prevê como objetivo “a redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa” e “o estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões”, que “será operacionalizado em bolsas de mercadorias e futuros, bolsas de valores e entidades de balcão organizado, autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM”.

Para alguns a interpretação seria de uma “norma programática”, mas numa visão ambientalista, especialmente por força do art. 225 caput da Constituição Federal, que considera o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana, e impõe, ao Poder Público, o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, pode-se interpretar que a norma imporia, de forma obrigatória, a criação do “mercado de carbono”.

Inclusive, é interessante notar que o enunciado da questão que “a União deverá implementar e estruturar um mercado de carbono, ...”, o que importa considerar que o próprio enunciado indica que a União teria obrigação nesse sentido, o que deveria resultar na alternativa “D” como correta .

Diante disso, entendemos caber recurso, sob o viés interpretativo ambiental, para que a alternativa “D” também seja considerada correta.

(4)

DIREITO CIVIL | PROFESSOR MAURÍCIO BUNAZAR

Fernando, 15 anos, mora com seus pais Ana e Aluísio, grandes empresários, titulares de vultoso patrimônio, e utiliza com frequência as redes sociais. Em seu perfil pessoal em certa rede social, realiza vídeos em que comenta a vida privada de seus colegas de escola, ofendendo-os e atribuindo-lhes apelidos constrangedores. Sobre o caso apresentado, em eventual ação de indenização por danos morais, assinale a afirmativa correta.

A) Será responsável o menor, na forma subjetiva.

B) Apenas será responsável o menor caso este seja titular de patrimônio suficiente, na forma objetiva.

C) Serão responsáveis os pais do menor, na forma subjetiva.

D) Serão responsáveis os pais do menor, caso este não tenha condições de fazê-lo, na forma objetiva.

ARGUMENTOS PARA RECURSO

Todas as questões estão erradas, pois fazendo a leitura do artigo 928 do Código Civil:

‘’Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.’’

• A responsabilidade do incapaz é subsidiária, ou seja, ele não responde primeiramente.

Primero quem deve responder são os seus pais e somente em havendo irresponsabilidade dos pais ou falta de meios, é que o incapaz responde. A questão está justamente de forma contrária.

Afasta a responsabilidade objetiva do menor e qualquer responsabilidade subjetiva dos pais, deixando claro que todas as assertivas estão incorretas.

Artigos para fundamentação do recurso:

- Artigo 928 do Código Civil - Artigo 932, inciso I

- Artigo 942, parágrafo único.

(5)

DIREITO DO CONSUMIDOR | PROFESSOR MURILO SECHIERI

O posto de gasolina X foi demandado pelo Ministério Público devido à venda de óleo diesel com adulterações em sua fórmula, em desacordo com as especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Trata-se de relação de consumo e de dano coletivo, que gerou sentença condenatória.

Você foi procurado(a), como advogado(a), por um consumidor que adquiriu óleo diesel adulterado no posto de gasolina X, para orientá-lo.

Assinale a opção que contém a correta orientação a ser prestada ao cliente.

A) Cuida-se de interesse individual homogêneo, bastando que, diante da sentença condenatória genérica, o consumidor liquide e execute individualmente, ou, ainda, habilite-se em execução coletiva, para definir o quantum debeatur.

B) Deverá o consumidor se habilitar no processo de conhecimento nessa qualidade, sendo esse requisito indispensável para fazer jus ao recebimento de indenização, de caráter condenatória a decisão judicial.

C) Cuida-se de interesse difuso, afastando a possibilidade de o consumidor ter atuado como litisconsorte e sendo permitida apenas a execução coletiva.

D) Deverão os consumidores individuais ingressar com medidas autônomas, distribuídas por conexão à ação civil pública originária, na medida em que o montante indenizatório da sentença condenatória da ação coletiva será integralmente revertido em favor do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados.

ARGUMENTOS PARA RECURSO

A alternativa “A” contém, em sua parte final, um erro evidente, quando se afirma que o consumidor poderia se habilitar em “execução coletiva, para definir o quantum debeatur”.

De fato, diante de uma condenação genérica proferida em ação ajuizada pelo Ministério Público para a defesa de interesses individuais homogêneos, os consumidores vítimas poderão liquidar o valor dos prejuízos efetivamente sofridos.

Após a descoberta do valor, sempre por meio da liquidação, poderá ser executado o valor encontrado.

Há duas formas possíveis para a execução: a individual, prevista no art. 97 do CDC; e a coletiva, tratada no art. 98 do mesmo diploma legal.

Seja qual for a espécie de execução, não é nela que se define o valor devido a cada um dos consumidores vítimas. Ao contrário, a execução pressupõe que os valores já tenham sido liquidados, caso contrário, faltará um dos requisitos da obrigação estampada no título executivo, qual seja, a liquidez.

Repita-se: a liquidação prévia é requisito para qualquer das duas modalidades de execução, a individual ou a coletiva.

Assim, a afirmação constante da alternativa “A” de que a habilitação na execução coletiva

(6)

serviria para “definir o quantum debeatur” não corresponde à realidade.

Não bastasse a ordem lógica das coisas (liquidação seguida de execução), o texto legal é expresso no sentido de ser indispensável a prévia liquidação para a execução coletiva. Eis o teor do § 1º do art. 98 do CDC: “a execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado”.

Como se vê, é inegável que na execução coletiva não poderá ser definido o “quantum”

devido a cada uma das vítimas. Mas, uma vez definido tal valor, por liquidação da sentença genérica, a execução poderá ser individual ou coletiva.

Assim sendo, a alternativa “A” é inválida porque contém afirmação incorreta. Não restando outra alternativa que esteja correta, a questão deve ser anulada pela Banca Examinadora.

Dispostivos legais relacionados (ambos do CDC – Lei 8.078/1990):

Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art.

82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.

§ 2° É competente para a execução o juízo:

I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;

II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

(7)

DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSOR CAIO BARTINI

Em dezembro de 2017, João adquiriu o domínio útil de um terreno de marinha. No ano de 2018, foi surpreendido com a chegada de duas notificações: uma da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), para pagamento do foro anual à União; outra do Município, contendo a cobrança do IPTU do imóvel. Acerca desse cenário, assinale a afirmativa correta.

A) A cobrança do IPTU é devida, pois o titular do domínio útil também é contribuinte do IPTU.

B) A dupla cobrança é indevida, pois, tratando-se do mesmo imóvel, a base de cálculo e o fato gerador do foro anual e do IPTU seriam idênticos, configurando um bis in idem vedado em matéria tributária.

C) A cobrança do IPTU é indevida, pois, sendo o imóvel de propriedade da União, goza da imunidade recíproca.

D) Como ambos os tributos (foro anual e IPTU) destinam-se a entes federados distintos, é admissível a dupla cobrança.

ARGUMENTOS PARA RECURSO

Em síntese os terrenos da marinha são imóveis de propriedade da União, sem destinação determinada, mas que podem ser explorados por ela para obtenção de renda. Existem duas formas de concessão para utilização destes imóveis por particulares: o aforamento e a ocupação. Pelo aforamento é concedido ao particular o domínio útil mediante o pagamento de contraprestação. Assim o imóvel deve estar preliminarmente demarcado e cadastrado na Superintendência do Patrimônio da União (SPU) como terreno da marinha.

A ocupação é posse precária e diferente do aforamento, pois os imóveis não foram demarcados e nem cadastrados como tais junto à União. Nessa situação, o particular passou a ocupar o terreno e somente após isso foi realizada demarcação e cadastro do imóvel junto à SPU.

Conforme expressamente previsto em lei, o fato gerador do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é a propriedade e o domínio útil ou a posse do bem. A posse é um dos direitos da propriedade e, para que se configure, é necessário que haja o

“animus domini”, ou seja, que o possuidor utilize a coisa como se fosse sua.

No caso dos terrenos da marinha não há possibilidade de existir posse com “animus domini”, tendo em vista que a propriedade desse imóvel é somente da União, conforme determinação constitucional. Assim, não havendo aforamento, o particular é somente ocupante do imóvel, e não possuidor.

Desta forma não há possibilidade de cobrança de IPTU dos particulares ocupantes de terrenos da marinha, pois primeiramente não há ocorrência de fato gerador (propriedade, posse ou domínio útil) e tampouco a legitimidade do particular como contribuinte, já que este não é proprietário do imóvel, não possui seu domínio útil e não é possuidor.

(8)

OUTROS COMENTÁRIOS

Disciplina Prova 1

Branca Prova 2

Verde Prova 3

Amarela Prova 4 Azul

Ética Questão 01 Questão 03 Questão 05 Questão 07 Direito

Processual Penal

Questão 67 Questão 68 Questão 69 Questão 65

ÉTICA | PROFESSOR ALYSSON RACHID

Guilherme é bacharel em Direito, não inscrito na OAB como advogado. Ao se deparar com situações de ilegalidade que ameaçam a liberdade de locomoção de seus amigos César e João, e com situação de abuso de poder que ameaça direito líquido e certo de seu amigo Antônio, Guilherme, valendo-se de seus conhecimentos jurídicos, impetra habeas corpus em favor de César na Justiça Comum Estadual, em 1ª instância; habeas corpus em favor de Antônio, perante o Tribunal de Justiça, em 2ª instância; e mandado de segurança em favor de João, na Justiça Federal, em 1ª instância. Considerando o que dispõe o Estatuto da OAB acerca da atividade da advocacia, assinale a afirmativa correta.

A) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César, mas não pode impetrar habeas corpus em favor de Antônio, nem mandado de segurança em favor de João.

B) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, mas não pode impetrar mandado de segurança em favor de João.

C) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio, e também pode impetrar mandado de segurança em favor de João.

D) Guilherme pode impetrar mandado de segurança em favor de João, mas não pode impetrar habeas corpus em favor de César e Antônio.

COMENTÁRIOS

A FGV, dentro de suas atribuições, já efetuou a correção do erro material presente, afastando maiores possibilidades de discussão na questão.

A alternativa correta é a A) Guilherme pode impetrar habeas corpus em favor de César, mas não pode impetrar habeas corpus em favor de Antônio, nem mandado de segurança em favor de João.

Uma vez retificado pela própria FGV, não há razão para recurso nesta questão.

(9)

DIREITO PROCESSUAL PENAL | PROFESSOR RODRIGO PARDAL

Após receber denúncia anônima, por meio de disquedenúncia, de grave crime de estupro com resultado morte que teria sido praticado por Lauro, 19 anos, na semana pretérita, a autoridade policial, de imediato, instaura inquérito policial para apurar a suposta prática delitiva. Lauro é chamado à Delegacia e apresenta sua identidade recém-obtida; em seguida, é realizada sua identificação criminal, com colheita de digitais e fotografias. Em que pese não ter sido encontrado o cadáver até aquele momento das investigações, a autoridade policial, para resguardar a prova, pretende colher material sanguíneo do indiciado Lauro para fins de futuro confronto, além de desejar realizar, com base nas declarações de uma testemunha presencial localizada, uma reprodução simulada dos fatos; no entanto, Lauro se recusa tanto a participar da reprodução simulada quanto a permitir a colheita de seu material sanguíneo. É, ainda, realizado o reconhecimento de Lauro por uma testemunha após ser-lhe mostrada a fotografia dele, sem que fossem colocadas imagens de outros indivíduos com características semelhantes.

Ao ser informado sobre os fatos, na defesa do interesse de seu cliente, o(a) advogado(a) de Lauro, sob o ponto de vista técnico, deverá alegar que

A) o inquérito policial não poderia ser instaurado, de imediato, com base em denúncia anônima isoladamente, sendo exigida a realização de diligências preliminares para confirmar as informações iniciais.

B) o indiciado não poderá ser obrigado a fornecer seu material sanguíneo para a autoridade policial, ainda que seja possível constrangê-lo a participar da reprodução simulada dos fatos, independentemente de sua vontade.

C) o vício do inquérito policial, no que tange ao reconhecimento de pessoa, invalida a ação penal como um todo, ainda que baseada em outros elementos informativos, e não somente no ato viciado.

D) a autoridade policial, como regra, deverá identificar criminalmente o indiciado, ainda que civilmente identificado, por meio de processo datiloscópico, mas não poderia fazê-lo por fotografias.

COMENTÁRIOS

A presente questão versa sobre a possibilidade de a denúncia anônima justificar, por si só, a deflagração de investigação criminal. Envolve crime de estupro com resultado morte.

Em que pese os comentários efetuados, nós da equipe de Penal do Damásio não vislumbramos possibilidade substancial de anulação da questão.

A nulidade, segundo seus defensores, se justificaria pelo fato de ter sido objeto da questão mudança oriunda da Lei 13.718/18 que, dentre outros pontos, alterou a regra da ação penal nos crimes contra a dignidade sexual, especificamente o artigo 225 do Código Penal.

Primeiramente nota-se que para o crime objeto da questão (estupro com resultado morte) a doutrina era pacífica no sentido de que referido delito já era de ação penal pública incondicionada, o que se justifica principalmente por envolver crime complexo do qual um dos elementos, por si só, já é de ação penal pública incondicionada. Portanto, a nova lei não alterou a ação penal para esta modalidade de estupro.

Ainda que se entendesse que houve alteração da ação penal a nova lei em nada influencia no

(10)

gabarito da questão que diz respeito à aptidão da denúncia anônima para, per si, instaurar inquérito policial. Tampouco as demais alternativas que são equivocadas são influenciadas.

Portanto, a mudança operada pela lei não influenciou na resposta da questão e seu conhecimento não era exigido para se aferir a alternativa escorreita.

De fato, não é de bom grado que a OAB coloque crimes sobre os quais, direta ou indiretamente, tenha havido mudança legislativa, pois tal postura pode gerar insegurança no candidato.

Contudo, na questão não há vício técnico e nosso objetivo não é despertar esperanças por respeito ao aluno.

Por estes motivos, cremos não haver motivo técnico para a anulação da questão em apreço.

Referências

Documentos relacionados

Você deverá relatar para a classe o procedimento que foi utilizado durante esta ses- são. Apresentamos, a seguir, um conjunto de perguntas que podem auxiliar a descrever

CLÁUSULA QUADRAGÉSIMA QUARTA - GARANTIA AO TRABALHADOR AFASTADO PELO INSS Ao empregado afastado do serviço por motivo de doença, que venha a perceber o benefício

Aos 60 DAA o nível de infestação das plantas daninhas (PD) já estava maior e os métodos foram significativos; a testemunha capinada (M2), onde a cana-de-açúcar

E que ele as corrigirá atribuindo a cada pergunta o valor de 2,5 pontos por resposta correta e zero ponto por resposta errada, NÃO existe acerto de parte da

Risco de Crédito está associado à possibilidade de perda resultante da incerteza quanto ao recebimento de valores pactuados com tomadores dos financiamentos, contrapartes de

Consideramos a experiência do terapeuta uma experiência estética, que busca a verdade ou essência do objeto, assim como é dada imediatamente no sensível (Dufrenne 2004), e que toma

[r]

A) promover o envolvimento do cidadão na sua segurança, por meio da implementação do programa “Paciente pela Segurança do Paciente”, que estabelece que haverá