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Redação módulo único 01 ENEM x UFRGS

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Academic year: 2022

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Redação _________________________________________________________

Redação – módulo único 01 – ENEM x UFRGS

Uma boa nota na redação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) pode ser o diferencial para a conquista de uma vaga em diversas universidades, inclusive na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que admite o SiSU (Sistema de Seleção Unificada) como forma de ingresso. Além disso, a Universidade também tem seu concurso próprio, que exige uma redação também própria.

Sabemos que a redação de qualquer uma das provas pode assumir o papel de bicho-papão, pois é a única etapa da prova que não admite o recurso de múltipla escolha (ou seja, marcar alternativas). Isso dá ao vestibulando apenas a opção de estar muito bem preparado para dissertar sobre o tema proposto.

Ou seja, é preciso dissertar com clareza, precisão, boa ortografia e domínio de gramática.

As provas de redação dos dois concursos têm muitas semelhanças, mas também muitas diferenças. É disso que estamos tratando aqui!

PARTE 1: O ENEM

A redação é uma parte muito importante do ENEM, pois é a única prova em que o aluno pode atingir 1000 pontos. Quando bem feita, ela aumenta, e muito, a média final da prova. Normalmente, as provas de redação do ENEM abordam temas de cunho social e cultural. Ou seja, o estudante deve elaborar um texto dissertativo-argumentativo cujo assunto é baseado em questões sociais, políticas ou culturais. Por exemplo, em 2015, o tema foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”; em 2016, tivemos duas provas aplicadas, e os temas foram “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” e

“Caminhos para combater o racismo no Brasil”; em 2017, a redação da prova abordou como tema

“Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”; em 2018, o tema foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. Já no ano passado, em 2019, a redação abordou a “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”.

Nesse processo seletivo, a proposta sempre vem acompanhada de textos de apoio que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem suas redações, sendo compostos por textos, gráficos, charges, fragmentos de leis ou de literatura,por exemplo. No entanto, o candidato não

deve se prender às ideias ali apresentadas e, muito menos, copiar trechos e torná-los parte de sua argumentação, o que se caracteriza como plágio e acarreta descontos da nota da redação.

De acordo com o Edital, a quantidade de linhas na redação não deve estar fora do limite mínimo de 08 linhas e máximo de 30 linhas.

O título na redação não é obrigatório (não há nem espaço próprio para ele na folha oficial), de forma que fica a critério do estudante colocá-lo ou não; no entanto, é recomendável que, se optar por fazê-lo, o candidato seja criativo e utilize o título como um recurso coesivo, isto é, que represente a tese do texto.

Como, geralmente, o tema da prova do ENEM é de cunho social, é normal que sejam feitas sugestões durante a dissertação. No caso da redação do ENEM, é obrigatório exista uma proposta de intervenção ao problema abordado, que não deve ser uma solução absoluta,mas um primeiro passo, viável e praticável hoje mesmo, no caminho da resolução ou da amenização da questão.

Os critérios de avaliação da prova são genéricos e baseados na observação de cinco competências, definidas no Manual de Redação do Guia do Candidato. Cada um desses critérios vale 200 pontos. As notas são atribuídas de 40 em 40 pontos, isto é, variam de 0 a 200 assim:

0, 40, 80, 120, 160 e 200. Somados os pontos recebidos pelo candidato em cada competência, totaliza-se a nota da redação.

Competência 01:

Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

Competência 02:

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Competência 03

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência 04

Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação.

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Competência 05:

Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

PARTE 2: A UFRGS

A prova da UFRGS é quase sempre uma incógnita. Podem ser abordados diversos temas, mas o propósito da escrita é sempre o mesmo: verificar a competência comunicativa do candidato, que é manifestada por meio de uma redação de caráter dissertativo. De modo geral, é possível dizer que a UFRGS prefere temas de cunho subjetivo, isto é, que se aproximem bastante da realidade próxima do estudante. Para exemplificar o que foi dito, basta investigar os temas dos vestibulares passados: em 2015, a prova questionava sobre “O que é amizade nos dias de hoje?”; já em 2016, a prova propôs como tema “O livro na era da digitalização do escrito e da adoção de novas ferramentas de leitura”, e, em 2017, os participantes precisaram escrever sobre o tema “O que é ter um estilo?”, pensando na construção de uma identidade própria e nas referências que usamos para isso.

A partir de 2018, contudo, foi identificado um novo padrão na redação do Concurso Vestibular.

Nesse ano, o tema foi sobre o artigo “Pai da Pátria”, de Martha Medeiros, propondo aos vestibulandos que se posicionassem “[...] a respeito das ideias da autora sobre o Brasil: contestá-las parcial ou integralmente;

aprová-las parcial ou integralmente”. A ideia de resposta a um texto de opinião seguiu no Vestibular de 2019, quando os alunos foram desafiados a se posicionar diante do texto “Os adolescentes que merecemos” de Contardo Calligaris. Aqui, a Universidade esperava que os vestibulandos se imaginassem cursando o primeiro semestre da graduação, durante uma cadeira sobre Língua Portuguesa, em que debateriam as ideias de adolescência e maturidade apresentadas no texto do escritor. A dinâmica interativa entre o autor do texto-base e o estudante se mantém em 2020, mas dessa vez o Vestibular pedia o posicionamento sobre o artigo “Críticas a ‘Que tiro foi esse?’ e outras canções levantam a questão: a música brasileira está pior?”, de Leonardo Lichote, que abordava os diversos estilos da música nacional e as polêmicas envolvendo sua qualidade. Nessa prova, a Universidade solicitava uma dissertação a ser publicada como resposta ao texto do jornalista na sessão “Opinião do Leitor”.

Dessa forma, portanto, fica clara uma nova tendência de dissertação apresentada pelo Concurso Vestibular da UFRGS: temas de cunho subjetivo, mas agora com um modelo de escrita ainda mais pessoal e comunicativo com o texto.

Tal como no ENEM, a proposta de redação da UFRGS sempre vem acompanhada de textos que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem os seus. Entretanto, o candidato não deve se prender às ideias neles apresentadas e, muito menos, copiar trechos e torná-los parte de sua argumentação.

De acordo com o Edital, a quantidade de linhas na redação da UFRGS não deve estar fora do limite mínimo de 30 linhas e máximo de 50. O título da redação é obrigatório e não faz parte da contagem numérica das linhas do texto. No caso da UFRGS, a proposta de intervenção é uma opção, ou seja, não é obrigatório que o candidato escreva uma sugestão para o problema abordado.

A redação da UFRGS pode ser desclassificada nos seguintes casos: fuga ao tema; fuga à tipologia; não atingir o número mínimo de 30 linhas.

Os critérios de avaliação da prova são precisos e consistem em:

Expressão linguística:

Convenções ortográficas, semântica, pontuação, sintaxe e morfossintaxe.

Estrutura e Conteúdo:

Domínio da tipologia, organização do texto, desenvolvimento do tema proposto, qualidade do conteúdo, coesão textual e investimento autoral.

A redação da UFRGS pode ser desclassificada nos seguintes casos: fuga ao tema; fuga à tipologia; não atingir o número mínimo de 30 linhas.

LEMBRE-SE!

DIFERENÇAS ENEM UFRGS

Linhas 08 a 30 30 a 50 Título Opcional Obrigatório Proposta de

intervenção Obrigatória Opcional Avaliação Competências Expressão

e Conteúdo

Tema Social Subjetivo

SEMELHANÇAS ENEM UFRGS

Texto de apoio Sim Sim

Neutralidade Não Não

Qualidades

discursivas Sim Sim

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02 – Revisar e reescrever

Reescrita e revisão são passos essenciais no processo de produção textual. Contudo, muitas pessoas acham que são a mesma coisa!

A revisão diz respeito à gramática e à ortografia, e é o que você deve fazer após o rascunho, antes de passar sua redação para a folha oficial. Ortografia e gramática, ou se sabe ou não se sabe, certo? Errado! Durante a escrita, o foco permanece na área das ideias, da organização, dos argumentos e da nitidez do que se escreve (aquele famoso “deixa eu escrever aqui rapidão, abreviado e sem plural mesmo, só para não perder essa ideia!”).

Assim, acaba-se esquecendo dos detalhes que formam o texto. Acentuação e pontuação, por exemplo, quando colocadas adequadamente, trazem uma leitura coesa e com fluidez. Quando se é esquecida alguma vírgula ou determinada flexão verbal, o corretor acaba por interromper a leitura e, por conseguinte, a compreensão da ideia trabalhada é prejudicada. Ou seja, depois de todos os argumentos colocados e organizados, é essencial ao texto uma revisão, pois inadequações gramaticais, geralmente causadas pela falta de atenção, influenciam diretamente na compreensão da tese.

PRIMEIRA VERSÃO REVISÃO

Vá onde quiser, mas

fique morando conosco. Vá onde quiser; fique, porém, morando

conosco.

No exemplo acima, observamos que as duas mudanças feitas já deram outro ar à frase, embora passem exatamente a mesma mensagem. As alterações de vírgula e de ponto e vírgula demonstram um ótimo conhecimento das funções da pontuação, e a troca das conjunções, além de explicitar domínio dessa matéria, também aponta valor de registro, já que “mas” é utilizado mais frequentemente na fala do que “porém”.

Já a reescrita diz respeito ao texto: objetivo, interlocutor, registro, gênero/tipo textual, organização e por aí vai. É nesse momento que devem ser utilizadas todas as dicas e feedbacks recebidos para praticar e, então, compreender a maneira de escrever e de otimizar o texto. Sabemos que o processo de escrita, primeiramente, já é delicado e dificultoso por si só. Com isso, redações de vestibulares e afins tornam-se ainda mais cansativas devido ao modelo específico exigido, o que requer tempo e treino, fazendo, assim, com que a reescrita

seja uma atividade indispensável. Escrever nada mais é do que um constante ato de reescrever. Não há truques, não há mágica, só dominamos essa arte com a prática.

PRIMEIRA VERSÃO REVISÃO

Minha irmã odeia cobras desde quando

era pequena.

Minha irmã odeia cobras, pois foi picada

por uma quando era criança e ficou traumatizada desde

então.

Esse exemplo mostra um dos tópicos que aprimoramos reescrevendo: no texto, deve-se entender tudo o que está sendo passado. Assim, na segunda versão, podemos ver como a ideia permanece, mas mostrada de uma maneira mais completa, sem deixar lacunas à compreensão do fato.

Pensando em tudo o que falamos acima, listamos algumas dicas para que a reescrita se torne um processo mais convidativo:

Título, introdução, desenvolvimento e conclusão. A base já é conhecida, e de nada adianta estudar a teoria repetidas vezes se a prática não está presente também repetidas vezes. Não serão três redações ao longo do ano que lhe farão ter o êxito desejado em novembro. É preciso escrever!

Durante a escrita, pare, volte e releia a linha, o parágrafo, o texto todo, se necessário for. Saiba que caminho sua redação está tomando, pois é muito fácil se perder entre as ideias e acabar com construções confusas e tangenciadas.

Muitas vezes, devido à ansiedade para o término da escrita, não paramos para ler o que acabamos de escrever. Escreva sempre com sua chuva de ideias ao lado, conferindo se todas as informações que você julgou importantes estão mesmo indo para o texto.

Após escrever sua primeira versão, dê um tempo para seu cérebro (“um tempo”, não semanas, não abandone suas escritas!). Volte um pouco depois e tente reler, atentamente, com outros olhos.

Lembre-se de que você a escreveu, seus pensamentos e sua escrita ficaram sincronizados por muito tempo. Pense que a redação deve funcionar para aqueles que não têm acesso às ideias que

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você teve até chegar ao texto final. Portanto, certifique-se de que as frases possuem sentido, de que os argumentos estão bem encaixados e com concretude, ou seja, de que seu texto está independente e completo.

Lembre-se: o texto só é nosso até o momento em que o entregamos para alguém ler; depois disso, o leitor pode interpretar o que bem entender do que você escreveu. Portanto, nada de deixar coisas confusas, certo?

Tão importante quando escrever é compreender os erros que impediram a ascensão da nota. Novamente: não percebemos muitos de nossos erros de escrita pois compreendemos claramente o que queremos dizer, mas o corretor não. Preste atenção nas anotações de correção e entenda os motivos pelos quais você comete tais inadequações. Busque, a partir do que está escrito, deixar-se mais claro para quem está lendo. Não adianta nada reescrever apenas mudando as palavras marcadas na correção: na hora da prova, será apenas você, sem correção de nenhum/a profe, portanto, compreenda seus erros e procure, a partir da reescrita, desenvolver um processo de escrita para saná-los.

A redação possui uma estrutura curta e, para isso, é preciso ter uma escrita sucinta, já que são poucas linhas para dissertar sobre um denso tema. No entanto, também é necessário explicar e argumentar com precisão em virtude do tema. Como realizar ambos? De que maneira? Reorganize, mude palavras, desloque orações, inverta parágrafos. Só se sabe o tipo de texto que melhor funciona para cada aluno a partir de tentativa e erro. Com esse processo, você vai percebendo qual modelo de escrita é mais confortável às suas ideias, otimizando, assim, seu processo de produção textual.

Leia. Livros (as leituras obrigatórias!), revistas, bulas de remédio, letras de músicas, cartazes das ruas, legendas de filmes. Nós absorvemos muito mais informação do que imaginamos. Lendo, naturalizamos expressões, normas gramaticais, vocabulário, o que torna o processo de escrita mais orgânico e menos sofrido (“ai, profe, eu sei pensar na ideia mas não sei as palavras pra botar no papel”). Clichê? Muito. Mas lá vamos nós: alimente seu cérebro.

03 – Checklist da redação

Elaboramos esta listinha para que, ao escrever, revisar e reescrever sua redação, você possa se guiar pelas perguntas norteadoras.

Antes de entregar cada texto, confira aqui se ele atende todos os tópicos abaixo. Boa escrita!

Projeto de texto: Há uma tese clara, com dois bons argumentos e com dois a

três repertórios?

Extensão do texto: ENEM: Tem entre 08 e 30 linhas?

UFRGS: Tem entre 30 e 50 linhas?

Título: É relacionado com a argumentação do texto?

(UFRGS: obrigatório; ENEM:

opcional) Interpretação do

tema:

O questionamento presente no texto está claro? Há um porquê

por trás do texto?

Tese/

posicionamento:

A introdução direciona claramente o conteúdo dos parágrafos seguintes? Há um ponto de vista sobre o tema?

Tese x desenvolvimentos:

É possível identificar coerência entre a tese e os argumentos

que a sustentam?

Repertório: Há repertório sociocultural para desenvolver a argumentação do tema? Todos os argumentos têm repertório para embasá-los?

Autoria: As ideias estão apresentadas com criatividade e propriedade,

fugindo do senso comum?

Concretude: É possível visualizar os argumentos com clareza e

facilidade?

Organização: O texto está organizado de modo objetivo? Todas as ideias

apresentadas são relevantes para a defesa do ponto de

vista/tese?

Conclusão: ENEM: Há uma intervenção com agente, ação, meio, detalhamento e finalidade? A

proposta é praticável?

UFRGS: A conclusão fecha com os elementos apresentados,

sintetizando-os?

Revisão de coesão:

Há textualizadores nas passagens entre orações e parágrafos? O vocabulário está

variado, sem repetições?

Revisão de expressão:

A gramática e a ortografia foram revisadas?

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04 – Do micro ao macro

Antes de começarmos a escrever nossos textos, precisamos entender como funciona a estrutura dessa produção. Comecemos, então, do micro ao macro, analisando e aprendendo todos os pequenos processos e as partes integrantes que precisamos dominar até chegar ao nosso grande objetivo: o texto. Vejamos, então, as quatro estruturas internas do texto: frase, oração, período e parágrafo, seus conceitos e um esquema com essa estruturação abaixo:

FRASE

A frase é toda unidade da língua. É a forma mais básica de como nós expressamos e comunicamos linguisticamente. Por isso, ela acontece pela fala e pela escrita. Também é preciso entender que ela, a frase, pode ter ou não ter verbo. Quando uma frase não possui verbo, a classificamos como frase nominal; quando possui, é chamada de frase verbal.

Bom dia.

Eita!

Tudo bom?

Ontem tomei o melhor suco da minha vida.

ORAÇÃO

A oração é toda a frase que possui verbo. O verbo é então o elemento mais importante de uma oração. É interessante lembrar que as locuções verbais valem como se fossem um verbo só e, por conseqüência disso, uma oração só.

Ontem tomei o melhor suco da minha vida.

Pode chover na tarde de hoje.

Eles tinham demorado quase nove horas de carro de Porto Alegre até Curitiba.

PERÍODO

O período é formado pelas orações. Ele pode ser simples ou composto. O período simples é formado por apenas uma oração, já o período composto é formado por pelo menos duas orações. Lembrando que se não houver verbo na frase, ela não é uma oração, e, por conseqüência, não é um período.

Ontem tomei o melhor suco da minha vida. – Período simples

Pesquisas dizem que é saudável tomar água. – Período composto

Todo mundo é um pouco artista. – Período simples

Chutaram a bola tão forte que quebrou a janela da casa do Seu Matias. – Período composto

PARÁGRAFO

O parágrafo é uma das unidades de composição do texto. Ele é formado por, no mínimo, dois períodos e tem a função de manter a organização e a simetria da redação. Além de proporcionar divisão gráfica, ele também é responsável pela divisão do conteúdo. Ou seja, cada parágrafo tem uma função específica (introduzir um assunto, desenvolvê-lo ou concluí- lo) e deve desenvolver uma idéia única em relação ao tema. Assim como a redação é formada por uma estrutura externa, o parágrafo também tem uma estrutura interna. Essa estrutura tem a função de promover a progressão temática do parágrafo, ou seja, a maneira como as ideias são desenvolvidas. Se dividirmos a dissertação do vestibular em três partes, fazemos a mesma separação com o parágrafo:

Tópico-frasal: consiste na oração inicial do parágrafo, que expressa de maneira geral e sucinta a sua ideia central.

Desenvolvimento:é formado pelas orações que esclarecem essa ideia central, discutindo-a em detalhes.

Conclusão: está contida em uma oração

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final que enuncia a parte mais interessante ou o clímax do parágrafo, ou, ainda, que sintetiza seu conteúdo.

Veja a seguir um exemplo de parágrafo que precisa ter a sua pontuação/organização das ideias melhoradas. O segundo exemplo nos mostra uma sugestão de reescrita já com a pontuação. Repare também no uso dos nexos.

1) O governo, por sua vez, se mostra ineficiente no combate a essas doenças, pois existem poucos projetos de conscientização para a população, considerando, ainda, que as propostas para institucionalizar a educação sexual nas escolas, o que amenizaria o problema a longo prazo, são constantemente descartadas e criticadas, percebe-se uma crescente no número de infectados por ISTs, devido à falta de investimento e ao pensamento conservador e desinformado de muitas autoridades.

2) O governo, por sua vez, se mostra ineficiente no combate a essas doenças, pois existem poucos projetos de conscientização para a população.

Nesse sentido, as propostas para institucionalizar a educação sexual nas escolas, o que amenizaria o problema a longo prazo, são constantemente descartadas e criticadas. Logo, percebe- se uma crescente no número de infectados por ISTs, devido à falta de investimentos e ao pensamento conservador e desinformado de muitas autoridades.

IMPORTANTE: Para que a sua redação seja bem desenvolvida e suas ideias sejam colocadas com clareza, é essencial que cada parágrafo tenha NO MÍNIMO dois períodos e IDEALMENTE três períodos em cada parágrafo.

05 – Tipologias e gêneros textuais

Há muita confusão entre os termos tipologias textuais e gêneros textuais. Porém, cada um dos conceitos servem para distinguir aspectos diferentes

do texto. Os gêneros textuais são as espécies de texto que circulam no mundo, que cumprem funções em situações comunicacionais e compartilham características gerais comuns facilmente identificáveis– como forma, estrutura e assunto. Ou seja, os gêneros textuais são classificados levando em conta a finalidade do texto, o papel dos interlocutores, a situação comunicacional.

Alguns exemplos de gêneros textuais são:

piada, conto, romance, notícia de jornal, cartaz, palestra, carta do leitor, propaganda, bula de remédio, entre vários outros.

As tipologias do texto, porém, classificam a estrutura gramatical específica em que o texto será construído. Assim, cada tipo apresenta propriedades linguísticas dentro de si, como o vocabulário, as relações lógicas, os tempos verbais, as construções frasais e outras características que, no fim, vão dar forma aos gêneros.

São quatro os principais tipos textuais:

narrativo, dissertativo, descritivo e expositivo. O principal tipo com que iremos trabalhar para as redações é o dissertativo.

ATENÇÃO: Um gênero textual pode conter uma ou mais tipologias textuais! Por exemplo, em crônicas ou romances, predominam os tipos narrativo e descritivo.

Já para uma redação de vestibular, principalmente de universidades como a UFRGS, a tipologia obrigatória é a narrativa, mas muitas vezes a narrativa é uma possibilidade, de acordo com o exigido pelo concurso.

A DISSERTAÇÃO

Esse tipo textual tem como objetivo debater sobre algum assunto, expondo o conhecimento que o autor tem sobre ele e defendendo um ponto de vista a partir de argumentos, na tentativa de convencer o interlocutor sobre o seu posicionamento. A construção de um texto dissertativo pressupõe o conhecimento prévio sobre o assunto a ser tratado durante o texto, por isso é sempre bom se preparar na hora da escrita de um texto dissertativo, tendo opinião consistente e argumentos para corroborar sua tese sobre o problema encontrado ou lançado no tema. Essa tipologia textual é utilizada em gêneros como:

ensaio, carta argumentativa, dissertação-

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argumentativa, editorial etc.

Um texto dissertativo se organiza em três grandes divisões, quando se trata de estrutura do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão. Ele pode ser mais expositivo ou mais argumentativo, dependendo da finalidade da escrita (ou seja, do gênero):

EXPOSITIVO (predomínio da exposição,

explicação)

ARGUMENTATIVO (predomínio da

opinião, com o conhecimento do

autor) Introdução Apresentação

do assunto sobre o qual se

escreve (apresentando

a tese).

Apresentação do assunto sobre o qual

se escreve (apresentando a tese) e do ponto de

vista assumido em relação a ele.

Desenvolvimento Exposição das informações e conhecimentos

a respeito do assunto (momento da

discussão da tese).

Fundamentação do ponto de vista e sua

defesa com argumentos bem

embasados (articulando a tese

proposta anteriormente).

Conclusão Finalização do texto, com o encerramento

do que foi abordado.

Retomada do ponto de vista para fechar o texto de modo

persuasivo e autoral.

O TEXTO NARRATIVO

Esse tipo textual tem como objetivo narrar, contar uma experiência a partir de um ponto de vista (do autor ou de algum personagem). A história pode ser ficcional ou não, mas, geralmente, está inserida em um tempo e em um espaço, onde também transitam os personagens que estão vivendo o que está sendo narrado. O narrador tem grande importância na construção do texto, pois pode ser narrador-personagem ou narrador-observador, sendo onisciente, onipresente, ou não. Dessa forma, a narrativa pode estar estruturada em várias pessoas do discurso, mas geralmente se encontra em tempos do pretérito, por estar sendo contada posteriormente ao acontecimento.

Alguns pontos são essenciais para a construção da narrativa. São eles:

Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários);

Enredo (o que/ como aconteceu – fatos reais ou imaginários);

Espaço (onde? /quando? aconteceu).

Essa tipologia é utilizada em gêneros como contos, crônicas, fábulas, romance e biografias.

"Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo.

Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez [...]”. Felicidade clandestina, de Clarice Lispector (fragmento de conto).

O TEXTO DESCRITIVO

Esse tipo textual tem como objetivo fazer com que o leitor crie, na sua cabeça, uma imagem do que está sendo descrito sobre uma pessoa, um lugar ou um objeto. Para isso, utiliza- se muito a qualidade discursiva explicitada por Paulo Guedes chamada concretude, pois ela nos permite explorar certos aspectos que tornam a descrição mais concreta, ou seja, palpável para o leitor. Assim, pode-se explorar os sentidos (olfato, tato, audição e paladar) para descrever sensações, ou também comparar objetos ou sentimentos a outros similares, para que fiquem mais próximos do que foi imaginado pelo autor.

Uma descrição pode ser:

Objetiva, predominando a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita, não havendo a interferência da opinião de quem descreve, mas sim a tendência de se privilegiar o que é visto, em detrimento do sujeito que vê;

Subjetiva, aparecendo, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi descrito.

Essa tipologia é utilizada em gêneros como laudo, relatório, ata, guia de viagem (objetivos) ou também em textos literários compostos majoritariamente por narração (mais subjetivos).

“É na parte alta que fica o colorido Pelourinho, bairro histórico e tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade. Em suas ruas e vielas estão centenas de casarões dos séculos 17 e 18 que abrigam de museus a terreiros de candomblé, além de templos católicos que atraem estudiosos do mundo todo – é o caso da igreja de São Francisco, considerada a obra

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barroca mais rica do país [...]”. Descrição objetiva de um guia de viagem.

O TEXTO EXPOSITIVO

Esse tipo textual nos expõe a um determinado assunto, informando e esclarecendo algum fato sem a emissão de qualquer opinião ou parecer subjetivo do autor. Assim, fazendo uso de linguagem clara, objetiva e impessoal, está, na maioria das vezes, colocado em presente do indicativo. Essa tipologia é utilizada em gêneros como reportagem, resumo, fichamento, seminário etc.

“[...] Em Poá, região metropolitana de São Paulo, quatro mulheres desenvolvem a difícil e honrosa missão de comandar, cada uma, uma casa com nove crianças. Chamadas de mães-sociais, elas são cuidadoras permanentes de crianças que foram destituídas de seus lares por causa de maus-tratos, abuso ou falta de cuidados [...]”. Fragmento de uma reportagem publicada na revista Carta Capital.

06 – Estrutura da redação

O PROCESSO DE ESCRITA

O processo de escrita é composto por algumas etapas muito importantes. É fundamental ter cada fase bem definida, sempre prestando muita atenção no tempo dedicado a cada um desses passos do processo.

É recomendado, em provas como o ENEM e o vestibular da UFRGS, começar pelo rascunho da redação, escrevendo uma primeira versão completa.

Depois, você realiza a prova objetiva e, ao terminar essa parte, já com a mente mais leve em relação à redação, você retorna ao texto, revisando e reescrevendo para a versão final.

A TESE

A tese é um dos principais elementos da

composição do texto. Ela é definida a partir do seu ponto de vista sobre o tema da proposta de redação, através da chuva de ideias. É por meio da tese que você explana qual será o seu posicionamento abordado ao longo de sua produção, portanto, é ideal que ela já apareça logo na introdução. Você deve ter a tese de seu texto bem definida e deve argumentar para defendê-la, justificá-la e sustentá-la para o leitor, fazendo isso através de uma argumentação concreta e bem embasada, consistente e sempre trabalhando para validá-la, tomando muito cuidado para, em nenhum momento, contradizê- la. A tese também aborda muito do seu posicionamento crítico, sendo fundamental para a avaliação de autoria.

É essencial para uma tese bem definida e bem posicionada que os dados escolhidos para a argumentação sejam trabalhados para corroborar a tese, não atuando como argumentação isolada no texto. No texto dissertativo-argumentativo, os argumentos devem ser equilibrados entre a informação e a opinião. Uma boa redação é construída a partir do ponto de vista sobre a proposta, os argumentos que se relacionam a essa tese e os conhecimentos próprios, trazendo ainda mais tópicos de autoria à produção.

argumentativo, os argumentos devem ser equilibrados entre a informação e a opinião.

Uma boa redação é construída a partir do ponto de vista sobre a proposta, os argumentos que se relacionam a essa tese e os conhecimentos próprios, trazendo ainda mais tópicos de autoria à produção.

REPERTÓRIO, AUTORIA E ESTILO Tanto o ENEM quanto a UFRGS esperam que o candidato demonstre, em seu texto, esforço pela autoria, isto é, que apresente abordagens diferenciadas na tentativa de fugir do senso comum, organizando e conectando as ideias de forma criativa e original.

Para isso, além de construir um bom texto no que diz respeito à forma e à norma (expressão), é necessário que o candidato mobilize várias áreas do conhecimento e utilize seu repertório sociocultural de modo a evidenciar Rascunhar

(chuva de ideias)

Revisar e

reescrever Redação final

OPINIÃO INFORMAÇÃO

É essencial para uma tese bem definida e bem posicionada que os dados escolhidos para a argumentação sejam trabalhados para corroborar a tese, não

atuando como

argumentação isolada no texto. No texto dissertativo-

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que há alguém conduzindo a escrita em busca do convencimento do leitor.

Os vestibulares entendem que quem constrói uma redação tem, sem dúvidas, um ponto de vista sobre o tema tratado. Nesse sentido, eles esperam que o candidato consiga justificar as suas opiniões (argumentos) de maneira concreta, fazendo uso de uma das mais importantes qualidades textuais: a concretude. Construir um texto envolve um diálogo com o leitor. Assim, todo texto pressupõe um outro alguém que lê e que precisa compreender os sentidos veiculados por tal escrita. Desse modo, a forma mais didática de se estabelecer contato com o outro por meio do texto é usando exemplos.

Antes mesmo de chegar à escola, toda pessoa já construiu, em casa ou noutros espaços sociais, uma carga de conhecimentos de mundo, e provavelmente já consegue dimensionar o que está por trás do conceito de “carinho” ou de “criança”, por exemplo, significados que, logicamente, variam de indivíduo para indivíduo. Esses saberes vão se ampliando à medida que ficamos em contato com as mais variadas áreas do conhecimento (linguagens, artes, ciências etc); assistimos a filmes, séries ou documentários; lemos jornais, livros ou conteúdos online etc. A partir da soma da experiência pessoal com a experiência escolar, fortifica-se, portanto, o repertório sociocultural, que nada mais é do que o conjunto de informações relacionadas à sociedade e à cultura nela inserida que foi construído ao longo de sua jornada. Para Paulo Freire1 (1993)2,

“Um exercício crítico sempre exigido pela leitura e necessariamente pela escuta é o de como nos darmos facilmente à passagem da experiência sensorial, que caracteriza a cotidianidade, à generalização, que se opera na linguagem escolar e desta ao concreto tangível. Uma das formas de realizarmos este exercício consiste na prática que me venho referindo como "leitura da leitura anterior do mundo", entendendo-se aqui como "leitura do mundo" a "leitura" que precede a leitura da palavra e que, perseguindo igualmente a compreensão do objeto, se faz no domínio da cotidianidade. A leitura da palavra, fazendo-se também em busca da compreensão do texto e, portanto, dos objetos nele referidos, nos remete agora à leitura anterior do mundo.

É necessário, enquanto vestibulandos, comprovar para os concursos de vestibular que se tem uma boa leitura de mundo e que se consegue transpô-la através da palavra e, consequentemente, que se tem um bom repertório sociocultural. Isso pode parecer difícil, já que muita gente acha o

1 Célebre educador brasileiro, foi pedagogo, professor e filósofo, além de ser o Patrono da Educação Brasileira.

2 FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Editora Olho D’Água, 10ª Ed, p. 27.

conceito de “cultura” um pouco complicado e distante. Porém, não há dúvidas de que todos têm um bom repertório – já que estão imersos na sociedade – e, mais do que isso, têm ótimas chances de ampliá-lo sempre, afinal esse conjunto deve ser uma constante em crescimento.

Para aumentar o repertório sociocultural e garantir boas ideias, é importante se conectar a conteúdos diversos. Os livros que lemos e os filmes que assistimos fazem sempre relação com períodos históricos, com descobertas científicas e com crítica social. Seja em contextos fictícios ou reais, a possibilidade de encontrarmos exemplos para os temas de redação é infinita. Esse hábito de buscar por novas fontes e por novas explicações para o que acontece com os indivíduos e com o mundo fortalece a capacidade de argumentação em discussões e ajuda-os na hora de relacionar sua tese com dados relevantes – pesquisa, livro, período histórico, leis ou documentos, música, filme, série, artes visuais, notícias etc –, os quais os farão sustentar seus posicionamentos.

Vejamos alguns exemplos de uso de repertório sociocultural:

O uso dos repertórios, por conseguinte, faz

“Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação (...)”

Isabella Barros Castelo Branco - Piauí (nota mil no ENEM 2017)

“Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas históricas de preconceito.

A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do indivíduo é determinada por características biológicas.

Desse modo, infere-se que (...)” Larissa Fernandes Silva de Souza - Pará (nota mil no ENEM 2017)

“Aos 75 anos, o uruguaio Pepe Mujica assumiu a presidência de seu país. Aos 74, o brasileiro Sebastião Salgado segue fotografando as múltiplas histórias do mundo. Também aos 74, Chico Buarque desestabiliza a zona de conforto dos brasileiros com o disco Caravanas. Esses três homens, mesmo na faixa etária dos 70, continuam marcando (...)”

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com que a autoria do texto apareça, pois são eles que diferenciam o seu texto do dos outros. Os repertórios dão luz de destaque à individualidade do escritor e, assim, ao seu estilo. Dessa maneira, eles são importantes para a qualidade do conteúdo do texto (Competência II e parcialmente III do ENEM e parte da nota de Estrutura e Conteúdo da UFRGS) e se destacam, quando aliados a outras estratégias na escrita, já que há um percentual da nota da redação da UFRGS é reservada para investimento autoral.

A autoria é uma nota razoavelmente difícil, porque ela une as qualidades do texto que se diferenciam, que fogem do comum. Um bom desempenho nesse quesito pode ser alcançado com:

Estilística na escrita: uso de pontuações, vocabulário vasto, inversões sintáticas bem sucedidas, criatividade etc;

Título (obrigatório na UFRGS): os títulos que se relacionam com algum repertório utilizado ou com a frase final da conclusão (frase de

“enlace” do texto) demonstram que o autor criou um bom projeto antes de escrever, o que é fundamental para a escrita de um texto organizado;

Introdução com parte narrativa:

você pode experimentar o gênero narração quando for explicar o seu repertório. Uma história ou uma notícia podem ser narradas por duas ou três linhas, criando uma entrada de texto bem diferente da dos outros candidatos. Utilize o parágrafo de introdução caso deseje fazer esse movimento e não se esqueça de, ao fim do texto, ter abordado uma relação à narração durante a construção do argumento.

07 – Qualidades discursivas

As qualidades discursivas são conceitos criados pelo professor Paulo Coimbra Guedes, apresentados no livro Da redação escolar ao texto – um manual de redação (2004). As qualidades são um conjunto de características que determinam a relação que o texto vai estabelecer com seus leitores por meio do diálogo que trava não só diretamente com eles, mas também com os demais textos. São elas unidade temática, questionamento, concretude e objetividade.

UNIDADE TEMÁTICA

Essa qualidade serve para organizar as questões do texto, já que nas redações ENEM e UFRGS escrevemos para falar algo sobre um ponto específico, e não para dizer qualquer ponto ou vários tópicos. Mudanças sucessivas de assunto obrigam o leitor a ir construindo sucessivas hipóteses sobre qual seria, afinal, o tema do texto. Isso torna o processo de leitura denso e conflituoso. A unidade temática dá, então, um rumo ao trabalho que o leitor terá que fazer para atribuir sentido a cada palavra e estabelecer relações entre elas.

É imprescindível tratar no texto sobre apenas um aspecto, uma só particularidade ou um só assunto. Somente assim conseguimos compor os argumentos de maneira organizada e encadeada. Dessa maneira, a unidade temática é o primeiro degrau para um texto convincente: sem ela, dificilmente o texto alcançará as demais qualidades discursivas.

ENEM: Essa qualidade discursiva é considerada nas competências II, III, IV e V. Está relacionada, por exemplo, à competência II no que se refere à compreensão da proposta de redação e ao não tangenciamento do tema proposto.

UFRGS: Essa qualidade está diluída em toda a correção de estrutura e conteúdo da prova. É evidente, por exemplo, no item 1 (domínio da tipologia): é possível identificar claramente a tese e os argumentos que a sustentam. No item 3 (coesão textual), a unidade temática se relaciona à aproximação da abordagem em relação ao tema proposto. Ela é, além disso, fundamental para que haja uma progressão temática, destacada no item 4 de avaliação dessa prova (qualidade de conteúdo).

QUESTIONAMENTO

O questionamento é o porquê do texto.

Precisa apresentar ao seu leitor um problema, uma questão que possa afetá-lo incomodá-lo, agradá-lo, além de propor uma solução para esse problema ou equacioná-lo, mostrando o caminho pelo qual ele poderia talvez ser resolvido, ou, ainda, denunciá-lo, trazendo-o ao conhecimento, à consciência do leitor.

IMPORTANTE: Não há possibilidade de sermos neutros ao lidarmos com palavras. Ao escrevermos, colocamos diante do leitor uma opinião, uma tese e uma argumentação para

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que ele as confronte com suas próprias opiniões, com seus próprios argumentos e cresça com esse diálogo.

ENEM: O questionamento levantado no texto é importante para uma boa pontuação nas competências II e III, relativamente ao desenvolvimento do tema por meio de uma argumentação consistente e pela defesa de um ponto de vista, respectivamente.

UFRGS: O item 3 (desenvolvimento do tema proposto) ressalta a importância da expressão do posicionamento ao abordar o tema. No item 6 (investimento autoral), por sua vez, é avaliado se o texto apresenta abordagens diferenciadas e tentativa de sair do lugar comum.

OBJETIVIDADE

É importante que o leitor tenha diante de si todos os elementos para compor uma história. Isso parece óbvio, porém não nos damos conta de que, na maioria das vezes, dizemos sem dizer. Mas atenção!

Texto com objetividade não é sinônimo de texto sem subjetividade, sem sentimentos. Quando falamos em objetividade discursiva, queremos dizer que o texto deve ser objetivo em sua construção, sem

“enrolações”. Se aquelas palavras estão no seu texto, elas devem ter um fundamento para isso. Um texto com objetividade é um texto limpo, direto, que possibilita ao leitor uma divagação, mas sem fugir dos aspectos relevantes ao tema proposto.

ENEM: A objetividade é fundamental para uma boa pontuação nas competências III e IV, dado que num texto objetivo as informações são muito bem selecionadas e organizadas, e o uso de conectivos é muito importante para isso.

UFRGS: Os itens 2 (organização do texto) e 3 (coesão textual) indicam se o autor foi objetivo na construção de sua redação, tanto na organização interna dos parágrafos quanto na transição entre eles. Além disso, a coesão

“através do emprego de nexos, de referências anafóricas e de substituições lexicais” garante que o texto não tenha informações desnecessárias e repetitivas, tornando o texto mais direto e, consequentemente, mais objetivo.

CONCRETUDE

. A concretude é a qualidade que consiste em determinar para o leitor os significados com os quais se quer que ele converse. É trabalhar no texto a partir da atribuição de formas mais visíveis e relacionáveis ao texto, produzindo imagens por

ideias mais concretas e com clareza na definição de conceitos. Não adianta o autor lidar apenas com palavras: é preciso produzir o significado delas. O sentido de um texto é o resultado de uma negociação entre leitor e texto e, para isso acontecer, o autor precisa construir no texto esses significados para que o leitor enxergue sem esforços esse sentido. A concretude permite uma criação de significados de uma maneira mais fácil para o leitor, que ao invés de se utilizar da abstração para compreender o que está acontecendo no texto, visualiza a informação de forma mais direta, tornando assim a intenção do autor mais clara e dando mais força às argumentações

No texto a seguir, de Larissa Fernandes Silva de Souza, do Pará, com pontuação nota mil no ENEM de 2017, podemos visualizar (conforme análise e legenda abaixo) como as quatro qualidades discursivas estão presentes na redação. O tema da prova foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”:

A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, o precário serviço de educação pública do Brasil e a exclusão social vivenciada pelos surdos impede que essa parcela da população usufrua desse direito internacional na prática. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema de educação inclusiva do país.

Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente ENEM: A concretude é muito considerada na competência III, pois diz respeito à apresentação de informações, fatos e opiniões que contribuem para a compreensão concreta do que o autor quer defender nos seus argumentos. Ela também é de extrema importância na competência V, pois a proposta de intervenção necessita estar detalhada, de modo que seja possível que o leitor visualize mentalmente sua concretização.

UFRGS: A mobilização de dados e a densidade informacional que garantem a inteligibilidade e interpretabilidade do texto no item 4 (qualidade de conteúdo) dizem respeito à concretude com a qual o autor tece seu texto. Além disso, o uso de exemplos inusitados pode contribuir para o investimento autoral do texto (item 6 da tabela de correção).

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no que diz respeito à formação educacional dos surdos no país, bem como promoção da inclusão social desse grupo. Quanto a essa questão, é notório que o sistema capitalista vigente exige alto grau de instrução para que as pessoas consigam ascensão profissional. Assim, a falta de oferta do ensino de LIBRAS nas escolas brasileiras e de profissionais especializados na educação de surdos dificulta o acesso desse grupo ao mercado de trabalho. Além disso, há a falta deformas institucionalizadas de promover o uso de LIBRAS, o que contribui para a exclusão de surdos na sociedade brasileira.

Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, infere-se que a incapacidade associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta de consciência coletiva de inclusão desse grupo pela sociedade civil.

É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientes auditivos tenham pleno acesso à educação no Brasil.Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias no sistema público de ensino do país, por meio de sua adaptação às necessidades dos surdos, como oferta do ensino de LIBRAS, com profissionais especializados para que esse grupo tenha seus direitos respeitados. É imprescindível, também, que as escolas garantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que os surdos tenham sua dignidade humana preservada.

Analisando as qualidades discursivas na prática, podemos perceber:

UNIDADE TEMÁTICA: podemos visualizar, pelo realce em marca-texto, como toda a redação se centra no tema proposto pela prova, de modo que a autora utiliza os argumentos de ineficiência no sistema educacional e exclusão social dos surdos em todos os parágrafos, desenvolvendo, assim, o tema.

QUESTIONAMENTO: a precariedade da educação pública no Brasil e a exclusão dos surdos na educação e na sociedade em geral são os questionamentos, destacados em negrito, trazidos pela autora, que os coloca no primeiro parágrafo e

os reafirma no segundo, para desencadear a argumentação.

OBJETIVIDADE: conforme os exemplos em sublinhado, a autora é objetiva na medida em que apresenta sua tese e seu posicionamento sem rodeios. Além disso, utiliza-se de nexos e faz referências anafóricas a fim de dar coesão e objetividade à escrita.

CONCRETUDE: como destacado em itálico, a autora utiliza a Declaração Universal dos Direitos Humanos como um exemplo concreto que corrobora a importância de assegurar a educação dos surdos. Ela também usa outros exemplos que garantem concretude ao texto, como a falta de oferta do ensino de LIBRAS nas escolas e a menção a um momento histórico, ilustrando, assim, as ideias que a autora defende.

08 – A introdução

Em primeiro lugar, redigir uma boa introdução confere à dissertação a qualidade discursiva do questionamento, que é o diálogo entre o autor e o leitor, isto é, o motivo para que o leitor leia o que está lendo. Em segundo lugar, é também nela que se dá ao texto o primeiro traço do que chamamos de unidade temática, que é o ponto de vista sobre o qual o tema será abordado por meio de argumentos.

Do ponto de vista estrutural, a introdução é a primeira parte de um texto dissertativo, ou seja, é o seu parágrafo de abertura. É ela que vai direcionar a escrita dos parágrafos de desenvolvimento, logo ela deve ser organizada de acordo com os argumentos. A sua função primordial é servir como a “vitrine” da argumentação, e, para que isso aconteça, ela deve conter a contextualização do tema, o problema (ou questão) em relação ao tema e a tese defendida pelo autor.

Apesar de toda boa introdução dar conta desses três itens, há várias formas diferentes de redigi-la. É aconselhável que o vestibulando experimente-se na escrita de mais de um tipo de introdução, a fim de conferir investimento autoral à produção textual.

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TIPO I: INTRODUÇÃO POR DEFINIÇÃO DO TEMA Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos estilísticos da linguagem, a exemplo da metáfora e das frases de efeito, como atrativo na vendagem de produtos, a manipulação de instrumentos a serviço da propaganda infantil produz efeitos que dão margem mais visível ao consumo desnecessário. Com base nisso, estabelecem-se propostas de debate social acerca do limite de conteúdos designados a comerciais televisivos que se dirigem a tal público.

Fonte: http://abre.ai/aHaW

Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil Estudante: José Querino de Macêdo Neto

TIPO II: INTRODUÇÃO POR DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE O TEMA

A violência contra a mulher no Brasiltem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.

Fonte: http://abre.ai/aGaJ

Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Estudante: Amanda Carvalho Maia Castro

TIPO III: INTRODUÇÃO POR ÁREAS DO CONHECIMENTO

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação.

Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade.

Fonte: http://abre.ai/aHaY

Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil Estudante: Thaís Fonseca Lopes de Oliveira

TIPO IV: INTRODUÇÃO POR CONTEXTO HISTÓRICO DO TEMA

O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVi e XIX, foi marcado pela tentativa de converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de soberania. Embora date de

séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século XXI, sugere as mesmas conotações de sua origem: imposição de dogmas e violência.

No entanto, a lenta mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a resolução dessa problemática, o que configura um grave problema social.

Fonte: http://abre.ai/aHa3

Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

Estudante: Helário Azevedo e Silva Neto

TIPO V: INTRODUÇÃO POR CITAÇÃO RELACIONADA AO TEMA

“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças”. A frase do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as questões referentes à infância. Dessa forma, é válido analisar a maneira como o excesso de publicidade infantil pode contribuir negativamente para o desenvolvimento dos pequenos e do Brasil.

Fonte: http://abre.ai/aHa8

Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil Estudante: Dandara Luíza da Costa

09 – O(s)

desenvolvimento(s)

O desenvolvimento da dissertação é o espaço em cujo núcleo estão os argumentos do autor, ou seja, é o espaço em que a tese é respaldada por meio da opinião. Nesse espaço do texto, constroem-se, pela consistência argumentativa, tanto a qualidade discursiva da objetividade, que consiste em colocar ideias de forma objetiva diante do leitor, quanto a da concretude, que é o desenvolvimento do ponto de vista por intermédio de argumentos.

Existem formas diferentes de escrever desenvolvimentos de redações, pois as maneiras de fazer-se justificar um ponto de vista são várias: é possível, por exemplo, dar validade ao que escrevemos por meio da relação com outros textos, da exposição de fatos do cotidiano, da mobilização de conhecimentos aprendidos na escola e do raciocínio lógico.

É importante que, tanto na redação do vestibular da UFRGS quanto na do ENEM, o aluno mobilize várias das estratégias possíveis para a construção da sua argumentação. Os excertos

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abaixo são apenas algumas possibilidades de construção do(s) desenvolvimento(s) na redação.

ESTRATÉGIA I: ARGUMENTO POR CITAÇÃO/PARÁFRASE E ANÁLISE

De acordo com Jean Paul Sartre, o homem é condenado a ser livre. Nessa lógica, o uso de informações do acesso pessoal para influenciar o usuário confronta o pensamento de Sartre, visto que o indivíduo tem sua liberdade de escolher impedida pela imposição de conteúdos a serem acessados.

Dessa forma, a internet passa a ser um ambiente pouco democrático e torna-se um reflexo da sociedade contemporânea, na qual as relações de lucro e interesse predominam. Faz-se imprescindível, portanto, a dissolução dessa conjuntura.

Fonte: http://abre.ai/aJgY

Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

Estudante: André Bahia

ESTRATÉGIA II: ARGUMENTO POR MOBILIZAÇÃO DE ÁREAS DO CONHECIMENTO

Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de regulação dos sites quanto ao acesso aos dados de quem está inserido no ambiente virtual. Segundo o filósofo Kant, a pessoa é um fim em si mesma, e não um meio de conseguir atingir interesses particulares.

Nesse sentido, rompe-se com tal lógica humanista ao verificar-se que, hoje, muitas empresas transformam o consumidor em um instrumento de lucro. Isso ocorre porque os entraves para o controle da manipulação, caracterizados pela dificuldade de identificação dos agentes de tal ação, inviabilizaram a proteção dos usuários, sobretudo nas redes sociais, que são o principal elo de ligação das pessoas com as empresas e suas propagandas publicitárias. Por conseguinte, os indivíduos são bombardeados por anúncios, que contribuirão para traçar perfis individuais, direcionar o consumo e, ainda, influenciar as escolhas e gostos de cada um.

Fonte: http://abre.ai/aJg1

Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

Estudante: Isabel Dória

ESTRATÉGIA III: ARGUMENTO POR REPERTÓRIO CULTURAL

Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreira para capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como maior presente de uma boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira, haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos a proximidade com portadores

de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda língua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pela inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a que possuem.

Fonte: http://abre.ai/aJg7

Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Estudante: Beatriz Servilha

ESTRATÉGIA IV: ARGUMENTO POR DEMONSTRAÇÃO E ANÁLISE DE FATOS

Em primeira análise, o descaso estatal com a formação educacional de deficientes auditivos mostra-se como um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso porque poucos recursos são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na educação de pessoas surdas, bem como à capacitação de profissionais para atenderem às necessidades especiais desses alunos. Ademais, poucas escolas são adeptas do uso de libras, segunda língua oficial do Brasil, a qual é primordial para a inclusão de alunos surdos em instituições de ensino. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimante na educação de pessoas especiais, dificulta a universalização desse direito social tão importante.

Fonte: http://abre.ai/aJgT

Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Estudante: Yasmin Lima Rocha

ESTRATÉGIA V: ARGUMENTO POR DISCUSSÃO DE DADOS ESTATÍSTICOS

Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 2016, apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a criança tem contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para relações sócio- econômicas.

Fonte: http://abre.ai/aJgR

Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

Estudante: Clara de Jesus

ESTRATÉGIA VI: ARGUMENTO POR REFERÊNCIA A FATO HISTÓRICO

Ademais, a influência de milhares de usuários se dá pela negligência e abuso de poder governamental. Durante a Era Vargas, a

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Referências

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