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Análise da política de gestão de estoques em uma indústria de massas alimentícias em Maracanaú/CE: Um estudo de caso

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Análise da política de gestão de estoques em uma indústria de massas alimentícias em Maracanaú/CE: Um estudo de caso

Raissa Mary Sampaio Rocha (UNIFOR – Universidade de Fortaleza) raissarocha.eng@gmail.com João Marcelo Carneiro (UNIFOR – Universidade de Fortaleza) joaomarcelo@unifor.br Glawther Lima Maia (IFCE – Instituto Federal de Educação, Ciências e

Tecnologia do Ceará) glawther@ifce.edu.br José Luciano Lopes da Costa Filho (Unichristus – Centro Universitário Christus) luciano.costa@unichristus.edu.br

No ambiente empresarial, baixos níveis de estoque podem levar a perdas econômicas de escala e altos custos pela falta de produto, porém o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidades de capital empatado. Esse trabalho realiza um estudo de caso com abordagem quali-quantitativa, natureza aplicada e objetivos exploratórios e descritivos em uma indústria de massas alimentícias localizada em Maracanaú/CE, especificamente na área de estoque das matérias primas, onde havia falhas na política que impactavam no processo, como também na receita. A pesquisa tem como objetivo analisar o processo de controle de estoques e propor uma política de gestão de estoques para uma indústria de massas alimentícias localizada em Maracanaú/CE, possibilitando o aumento dos lucros a curto prazo e melhorando suas práticas de manufatura. Com base nesses conceitos foi realizado o estudo da situação atual da empresa em relação à gestão de estoques, a partir dos dados de entradas e saídas do estoque em determinado período e com as informações das coletas foram calculados os parâmetros de ressuprimento, como: lote econômico de compra, ponto do pedido, estoque mínimo e estoque máximo. Verificou-se que as falhas seriam, em grande parte, melhoradas se a empresa utilizasse os softwares de controle, que monitorariam os indicadores de ressuprimento e também a necessidade de uma mudança no fluxo do processo, para auxiliar na eficiência foi realizado um mapeamento do cenário proposto. Assim, é possível auxiliar na tomada de decisões de compras com maior exatidão e um melhoramento do fluxo interno.

Palavras-chave: Ressuprimento, Mapeamento de processo, Controle, SIPOC.

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1 1. Introdução

As empresas do ramo de panificação buscam técnicas e ferramentas para melhor se qualificar e atender às demandas com um alto nível de serviço, e consequentemente, se manterem competitivas no mercado. Assim, o não atendimento das demandas de forma correta pode acarretar perdas financeiras e perda de parte do mercado para os concorrentes.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE (2009), a panificação está entre os seis maiores segmentos industriais do país e busca novos desafios e tecnologias que permitam sua afirmação definitiva como setor de relevância no cenário econômico brasileiro e, completa a Associação Brasileira das Indústrias de Panificação e Confeitaria – ABIP (2018), afirmando que em 2017, 64,3% das empresas pesquisadas tiveram vendas maiores ou iguais ao ano de 2016. Diante dessa afirmação mostra-se que é uma obrigação das indústrias panificadoras se prepararem para acolher esse consumo crescente por panificados.

Existe uma concorrência acirrada no ramo de produção alimentícia e estas empresas percebem que um melhor funcionamento interno logístico é uma das iniciativas fundamentais para a empresa se manter firme no mercado. De acordo com Slack e et al. (2015), a compreensão de que bens e serviços de boa qualidade permitem que uma empresa apresente relevante vantagem competitiva, é próspero.

A atividade de controle da estocagem, conforme afirma Araújo (2007), é qualquer método efetuado para registrar, verificar e controlar a entrada ou saída de item de qualquer lugar, seja ele destinado à venda, armazenamento para almoxarifado ou também para a utilidade na produção dos itens (matéria prima).

Conforme Silva, Reichenbach e Karpinski (2010, p.3): “Um bom controle de estoque e um monitoramento da sua movimentação são atividades indispensáveis para a lucratividade e para competitividade da empresa; porém, o custo do controle de estoque não deverá exceder os benefícios que ele possa proporcionar.”

Segundo Martins (2006), a gestão de armazenagem estabelece várias atitudes que possibilitam ao administrador comprovar se os estoques estão sendo bem operados, bem localizados em relação às divisões da empresa, bem manuseados e bem monitorados.

O objetivo desse artigo é analisar o processo de controle de estoques e propor uma política de gestão de estoques para uma indústria de massas alimentícias localizada em Maracanaú/CE possibilitando o aumento dos lucros a curto prazo e melhorando suas práticas de manufatura.

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2 2. Fundamentação Teórica

2.1 Indústria de Panificação

As empresas de panificação e confeitaria estão muito presentes na vida dos brasileiros. O setor é o responsável direto pelo atendimento à população no consumo de panificados. E este segmento é composto quase totalmente por micro e pequenas empresas, já que aquelas de grande porte não conseguem a mesma penetração junto aos clientes, apesar de terem maior volume de faturamento (SEBRAE, 2009).

Na Figura 1 percebe-se que as padarias e confeitarias passaram por um momento de expansão até o ano de 2010, quando se nota o início do menor crescimento, apesar de um faturamento anual de R$ 90,3 bilhões em 2017 (ABIP, 2018).

Figura 1 – Faturamento e crescimento das padarias e confeitarias

Fonte: ABIP (2018)

2.2 Logística

Entre os agentes críticos para o crescimento das ações de uma empresa está o controle dos materiais (INFANTE; SANTOS, 2007). Razzolini Filho (2006) afirma que existe uma necessidade de as companhias obterem uma melhoria continua nos procedimentos de distribuição e por isso o estoque tomou um lugar estratégico deixando de ser visto apenas como operacional e se mostrando que, se bem controlado, tende-se a ser uma vantagem.

O objetivo da logística é tornar disponível produtos e serviços no local onde são necessários quando são desejados (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Novaes (2007) define logística como a arte de planejar, implementar e controlar de forma eficiente, ao custo certo, com fluxo das matérias primas no tempo certo.

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3 2.3 Gestão de estoques

A gestão de estoque é um conceito amplamente difundido estando presente em praticamente todo tipo de organização. No ambiente empresarial, baixos níveis de estoque podem levar a perdas econômicas de escala e altos custos pela falta de produto, porém o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidades de capital empatado (GARCIA et al., 2006).

A função primordial da gestão de estoque é melhorar o capital investido em estoques, aumentando a eficiência dos processos internos de um empreendimento, para diminuir as necessidades de investimento em estoque (DIAS, 2010).

Slack et al. (2015) divide em quatro os tipos de estoques: a) estoque de proteção: tem como princípio compensar a falta de certezas da demanda; b) estoque de ciclo: por conta de um ou mais estágios que não podem abastecer todos os itens que produzem simultaneamente; c) estoque de antecipação: é usado quando demandas flutuantes são consideráveis e o estoque é realizado antes do período de consumo; e d) estoque no canal de distribuição: trata-se do estoque que foi alocado e estará disponível para a loja de varejo, o estoque em transito.

Slack et al. (2015) consideram sete tipos de custos como os mais relevantes: custo de emitir o pedido, custo do desconto no preço, custo de falta de estoque, custo de capital de giro, custo de estocagem, custo de obsolescência e custo de ineficiência operacional.

2.3.1 Métodos de avaliação dos estoques

Com o intuito de melhorar o lead time dos processos e sintetização dos trabalhos, a busca pelo avanço ininterrupto nos meios de armazenagem e estoques surge como principal estratégia para os níveis estratégicos, tático e operacional e a tecnologia da informação busca cada vez mais mostrar soluções ótimas para o total controle do almoxarifado (LOTTA, 2012).

Segundo Wanke (2011), a junção da característica do produto, processos e demanda pode resultar em diferentes tipos de políticas de gestão de estoque, influindo também no modelo de decisões em gestão de estoque.

O estoque mínimo, na perspectiva de Bertaglia (2009), tem como função proteger a instituição de imprevistos nos pedidos dos clientes ou entrega de fornecedores. O cálculo do estoque mínimo é calculado pela multiplicação do consumo médio mensal (Cmm) e o fator de segurança (k), conforme a Equação 1:

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 = 𝐶𝑚𝑚 ∗ 𝑘 Eq. 1

O estoque médio é o somatório do estoque mínimo com a metade da quantidade do pedido (Q),

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4 de acordo com Dias (2010), conforme a Equação 2:

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 + 𝑄 2

Eq. 2

O estoque máximo é igual ao estoque mínimo adicionado ao lote de compra (LEC), esse lote de compra poderá ser econômico ou não ser econômico (DIAS, 2010), segundo a Equação 3:

𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 + 𝐿𝐸𝐶 Eq. 3

Segundo Peinado e Graeml (2007), o lote econômico de compra (LEC) deve ser medido matematicamente e equivale à quantidade de material na qual o custo de estocagem se iguala aos custos com pedidos, conforme Equação 4:

𝐿𝐸𝐶 = √2 ∗ 𝐵 ∗ 𝐶 𝐼 ∗ 𝑃

Eq. 4

Sendo: B = Custo do pedido unitário; C = Consumo do item anual; I = Custo de armazenagem ou manutenção; e P = Preço de compra unitário.

O tempo de reposição trata do tempo gasto desde a verificação que o estoque precisa ser reposto até o momento da chegada do produto no almoxarifado da instituição (DIAS, 2010). O cálculo do tempo de reposição (TR) é dado pela somatória do tempo de emissão do pedido de compra ou tempo de burocracia (TB) e do tempo de preparação do pedido e transporte ou prazo de entrega (PE) (DIAS, 2010), calculado na Equação 5:

TR = TB + PE Eq. 5

O ponto de pedido é o momento em que o nível de estoque necessita de ressuprimento do material. Para Ballou (2014), o ponto de pedido (PP) é o produto entre o tempo de reposição (TR) e taxa de consumo ou consumo médio mensal (Cmm), e é calculado conforme Equação 6:

PP = TR ∗ Cmm Eq. 6

2.4 Ferramenta SIPOC

Para Baldam et al., (2014, p.97), “trata-se de uma técnica para identificar elementos básicos de um conjunto de processos ou mesmo processos isolados, tendo a vantagem de consolidar em uma única planilha vários processos a serem analisados”. Os elementos que compõem o diagrama do SIPOC, são: [S] – Supply (Fornecedor); [I] – Inputs (Entradas); [P] – Process

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5 (Processo); [O] – Output (Resultados); e [C] – Customer (Cliente). O uso do SIPOC pode auxiliar nas etapas posteriores, principalmente na modelagem. Uma forma bastante aplicada e simples de modelar processos é com o uso de fluxogramas.

3. Metodologia

Trata-se de um estudo de caso visualizando a situação atual de uma empresa panificadora, de uma pesquisa exploratória na qual irá interpretar os fatos fazendo a análise da forma mais precisa possível, através de uma investigação e tornando-o mais claro, como também de uma pesquisa descritiva, pois ocorrerá por meio da observação, análise e interpretação dos fatos, conforme afirma Gil (2012).

A empresa estudada é de produção alimentícia e está localizada no Maracanaú – Ceará. Ela realiza a produção de pães congelados, que é vendida aos clientes para revender o produto. O sistema de vendas é feito por franquias, na qual a empresa disponibiliza todo o material para montagem de uma padaria. A empresa atende algumas cidades dos estados do Ceará, Piauí e Maranhão. Na produção diária são usadas por volta de 5 toneladas de farinha de trigo, chegando a aproximadamente 7,8 toneladas de massa.

O trabalho foi desenvolvido entre janeiro de 2018 e maio de 2018, porém os dados coletados totalizaram um período de 8 meses, de agosto de 2017 a março de 2018. Os dados foram apurados de forma qualitativa e quantitativa por meio de visitas in loco, de documentos institucionais e entrevistas com o proprietário e com os funcionários, com a intenção de obter um estudo do método atual do controle do estoque. Os dados foram analisados conforme entendimento do pesquisador e comparados com o material teórico existente com a finalidade de refletir as contribuições que podem levar à questão da gestão do estoque da empresa.

A coleta se deu de forma primária e secundária, uma vez que parte foi coletada para o estudo e parte foi obtida por meio das pesquisas bibliográficas.

Os dados foram obtidos por meio de relatórios elaborados através de planilhas eletrônicas e em relatórios manuais elaborados pela gerência da empresa e preenchidas diariamente pelos colaboradores. A partir destes chegou-se aos seguintes indicadores propostos: estoque médio, estoque mínimo, estoque máximo, cálculos do LEC, tempo de reposição, ponto de pedido, intervalo de tempo ótimo. Foram elaborados fluxogramas de processo através do Bizagi®v.2.7 para mapeamento do cenário atual, assim como também foi executado para o cenário proposto.

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6 A empresa em estudo possui uma cartela de produtos que por sua vez seguem linhas de produções diferentes. O produto escolhido foi o pão francês por apresentar maior venda e por ser um dos produtos que tem produção diária na empresa.

A partir das informações foram elaborados gráficos demonstrando a situação atual e projeções para cenário futuro, utilizando os conceitos de controle de estoque abordados.

Foi analisado o controle do estoque atual de uma empresa panificadora por meio do mapeamento do processo desde o contato com o fornecedor ao relatório de vendas. Isso permitiu entender o funcionamento atual e as devidas falhas e oportunidades, também como está sendo feito o fluxo físico dos materiais com o fluxo de informações relativas ao gerenciamento do fluxo físico.

Verificado o modelo atual e os pontos de falha, foi elaborada uma nova política de controle de estoque, por meio da análise qualitativa de como os processos acontecem e uma análise quantitativa do estoque, em termos de indicadores.

4. Análises e Resultados

4.1. Coleta das informações iniciais

A empresa possui controle do estoque de forma manual por preenchimento de relatórios diários:

entrada de matéria prima do fornecedor e saída de matéria prima do estoque para produção e não faz uso de indicadores para o controle do estoque. A política de compras atual é visual e de responsabilidade do gerente de produção em relação ao repasse da informação sobre a necessidade de compras e do proprietário em efetuá-las.

Em relação à quantidade do pedido, depende do produto, do período do ano e das condições de compra e pagamentos. Em relação a frequência dos pedidos, são de acordo com as necessidades, discernimento e pesquisas de preços daquele período. O tempo de burocracia e ressuprimento depende de cada produto e de cada fornecedor que estão situados em outras cidades.

Quanto à estocagem, os produtos possuem alta rotatividade, porém já houve perdas de produtos por armazenagem inadequada.

A produção do pão francês é diária e a empresa vem passando por desafios em conciliar a produção deste, que demonstra uma demanda grande e contínua para empresa, com as linhas de produção dos demais produtos. A produção tem como meta uma quantidade de 60.000 unidades de pão francês por dia, porém, apresenta dificuldade de alcançar, tendo uma média de 44.000 pães franceses por dia.

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7 4.2. Mapeamento do processo do controle do estoque

A Figura 2 apresenta o mapeamento do processo para o fluxo do controle de estoque.

Figura 2 – Mapeamento do processo para o fluxo do controle de estoque

Fonte: Autores (2020)

4.3. Análise do cenário atual

Foi selecionada as matérias primas e realizado uma coleta de todas as entradas destes produtos (compras mês a mês), mostrada na Tabela 1. Os meses selecionados foram de agosto de 2017 a março de 2018.

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Tabela 1: Quantidade das entradas das matérias primas no estoque Matérias

primas Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Farinha

(Saco) 2000 300 0 500 835 560 570 586

Sal

(Saco) 300 0 0 0 0 0 0 0

Fermento

(Saco) 100 0 30 50 50 0 20 50

Reforçador

(Caixa) 0 30 0 30 0 13 25 35

Melhorador

(Caixa) 20 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: Autores (2020)

Já na Tabela 2, é exposta a quantidade de matéria prima utilizada na produção mês a mês.

Tabela 2: Quantidades das saídas das matérias primas do estoque para produção Matérias

Primas Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Farinha

(Saco) 730 602 668 628 749 701 560 650

Sal

(Saco) 28 23 25 24 28 27 21 25

Fermento

(Saco) 33 27 30 28 34 32 25 29

Reforçador

(Caixa) 15 13 14 13 16 15 12 14

Melhorador

(Caixa) 2 2 2 2 2 2 1 2

Fonte: Autores (2020)

A produção do pão francês não atende sua necessidade mensal e um dos motivos é a falta de planejamento do controle do estoque. Existe também uma dificuldade de conciliar com as outras produções que são realizadas pela mesma mão de obra, equipamentos, espaço e entre outras dificuldades.

A empresa entendendo suas limitações, firmou um relacionamento com os clientes de forma que ela “puxa” a quantidade de produtos que tem em estoque de acordo com os pedidos dos clientes, porém nem sempre é possível atender a quantidade necessária.

Percebe-se que a empresa não possui planejamento necessário no controle atual do seu estoque e que necessita de indicadorespara dar suporte ressuprimento das matérias primas e produtos.

Paradas de produção por falta de matéria prima vem se repetindo, acarretando em compras com valores maiores devido a urgência na reposição.

Existe um sistema utilizado apenas para aspectos financeiros gerais. Este não realizao o controle

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9 do estoque de maneira rápida e confiável.

A falta de planejamento está acarretando atraso na produção, aumento do custo unitário do produto e insatisfação dos clientes.

4.4. Proposta de uma política para a gestão de estoques

Após analisar os dados calculou-se os seguintes indicadores: estoque médio, estoque mínimo, estoque máximo, cálculos do LEC, tempo de reposição, ponto de pedido, intervalo de tempo ótimo. Na Tabela 3 são apresentados os resultados dos cálculos utilizados.

Tabela 3: Resultado dos parâmetros de ressuprimento.

Farinha Sal Fermento Reforçador Melhorador

Agosto 730 28 33 15 2 unidades

Setembro 602 23 27 13 2 unidades

Outubro 668 25 30 14 2 unidades

Novembro 628 24 28 13 2 unidades

Dezembro 749 28 34 16 2 unidades

Janeiro 701 27 32 15 2 unidades

Fevereiro 560 21 25 12 1 unidades

Março 650 25 29 14 2 unidades

Média 661,00 25,13 29,75 14,00 1,88 unidades

Fator de segurança 95% 95% 95% 95% 95% -

Estoque mínimo 627,95 23,87 28,26 13,30 1,78 unidades

B = Custo de pedir, por pedido 25 25 25 25 25 R$

C = Consumo do item anual 7932 302 357 168 23 unidades

I = Custo de armazenagem 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08

P= preço de compra unitário 80 5,4 160 50 110 R$

Lote econômico de compra 247 185 37 45 11 unidades

Estoque máximo 874,88 209,17 65,30 58,76 12,98 unidades

Tempo de burocracia 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 mês

Prazo de entrega 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 mês

Tempo de reposição 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 mês

Ponto do pedido 727,10 27,64 32,73 15,40 2,06 unidades

Estoque médio 751,41 116,52 46,78 36,03 7,38 unidades

Fonte: Autores (2020)

A farinha de trigo apresentou uma demanda mensal de 661 unidades em média no período do estudo, com custo por pedido de 25 reais a unidade, custo de armazenagem de 8% ao ano e

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10 preço de compra unitário de R$ 80,00. Obteve-se um lote econômico de compra de 247 unidades, ponto do pedido de 727 unidades, estoque mínimo de 628 unidades e estoque máximo de 875 unidades.

O sal apresentou uma demanda mensal de 25,13 unidades em média no período do estudo, com custo por pedido de 25 reais a unidade, custo de armazenagem de 8% ao ano e preço de compra unitário de R$ 5,40. Obteve-se um lote econômico de compra de 185 unidades, ponto do pedido de 27,64 unidades, estoque mínimo de 23,87 unidades e estoque máximo de 209,17 unidades.

O fermento apresentou uma demanda mensal de 29,75 unidades em média no período do estudo, com custo por pedido de 25 reais a unidade, custo de armazenagem de 8% ao ano e preço de compra unitário de R$ 160,00. Obteve-se um lote econômico de compra de 37 unidades, ponto do pedido de 32,73 unidades, estoque mínimo de 28,26 unidades e estoque máximo de 65,30 unidades.

O reforçador apresentou uma demanda mensal de 14,00 unidades em média no período do estudo, com custo por pedido de 25 reais a unidade, custo de armazenagem de 8% ao ano e preço de compra unitário de R$ 50,00. Obteve-se um lote econômico de compra de 45 unidades, ponto do pedido de 15,40 unidades, estoque mínimo de 13,30 unidades e estoque máximo de 58,76 unidades.

O melhorador apresentou uma demanda mensal de 1,88 unidades em média no período do estudo, com custo por pedido de 25 reais a unidade, custo de armazenagem de 8% ao ano e preço de compra unitário de R$ 110,00. Obteve-se um lote econômico de compra de 11 unidades, ponto do pedido de 2,06 unidades, estoque mínimo de 1,78 unidades e estoque máximo de 12,98 unidades.

4.5. Utilização do software

A empresa até então fazia o controle de todo o estoque por meio de relatórios manuais, porém afirma que já possui um software e que nele é possível realizar o controle do estoque. Segundo o proprietário, eles não utilizam por falta de treinamento e por precisar de investimento para aquisição de mais computadores para a área do estoque para o lançamento dos dados.

4.6. Proposta do novo mapeamento do processo

Com a utilização do software, o funcionamento do controle do estoque será mais eficaz e eficiente, auxiliando na contagem e na redução do tempo para preenchimento de relatórios.

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11 Foi proposto um novo mapeamento do processo de controle do estoque, conforme Figura 3.

Figura 3: Proposta de mapeamento do processo de controle do estoque

Fonte: Autores (2020)

No fluxo proposto, os sistemas de informação de estoque facilitarão a reprodução dos dados necessários e nos cálculos dos parâmetros de ressuprimento. Assim, as atualizações nos registros serão diárias e farão parte da rotina do funcionário responsável pelo estoque, possibilitando decisões com exatidão em relação aos níveis de estoque e compras. Por fim, ao analisar os parâmetros de ressuprimento, recomenda-se o alinhamento dessas informações a relatórios facilitando na visualização e monitoramento do desempenho do controle de estoque.

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12 5. Considerações Finais

Por meio da proposta de gestão de estoque na indústria de massas alimentícias foi possível analisar a situação atual da empresa, em relação a sua gestão de estoque, com o intuito de detectar as falhas existentes e propor uma política eficiente.

Ao entrevistar os funcionários e o proprietário foi possível analisar o modelo atual, por meio de observação in loco foi realizado o mapeamento do modelo e através das coletas dos dados foi possível calcular os parâmetros de ressuprimento e através deles obter as quantidades mínimas e máximas em estoque, estipular o lote econômico de compra e o momento certo de iniciar o pedido. Tais resultados possibilitam compras que atendem à demanda da empresa, também diminuindo falhas, como: falta de produto, compras excessivas, atrasos na produção e compras de urgências.

Após as análises dos cálculos e verificação das falhas do modelo atual, foi sugerido uma política por meio da implantação do controle por softwares, e foi realizado o novo fluxo do processo.

A falta de controle dos materiais pode acarretar em prejuízos para empresa, seja pela falta ou excesso de estoque necessário. Na empresa em estudo as duas ocasiões eram comuns devido à falta de planejamento e já trouxeram prejuízos, como relatado.

Recomenda-se que o estudo seja implantado nas matérias primas das outras linhas de produção da empresa, para assim ter uma gestão de estoque completa.

É interessante, além da implantação do modelo proposto, que a empresa utilize do planejamento, programação e controle da produção (PPCP) para melhor atender a sua demanda de acordo com as suas respectivas linhas de produção, visto que a demanda não é atendida também por falhas na programação da produção.

REFERÊNCIAS

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WANKE, Peter; Gestão de estoques na cadeia de suprimento: decisões e modelos

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