Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades
Instituto de Artes
Daniela Corrêa Seixas
Desenho-escrita a ponto de verbo
Rio de Janeiro 2011
Daniela Corrêa Seixas
Desenho-escrita a ponto de verbo
Dissertação apresentada, como requisito parcial de obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea.
Orientadora: Profª. Dra. Leila Maria Brasil Danziger
Rio de Janeiro 2011
CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/CEHB
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação, desde que citada a fonte.
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Assinatura Data
S462 Seixas, Daniela Corrêa
Desenho-escrita a ponto de verbo / Daniela Corrêa Seixas. – 2011.
87 f. : il.
Orientadora: Leila Maria Brasil Danziger.
Dissertação (mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Artes.
1. Desenho – Teses. 2. Escrita – Teses. 3. Comunicação escrita – Teses. 4. Apontamentos – Teses. 5. Artistas – Estudos preparatórios – Teses. I. Danziger, Leila Maria Brasil. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Artes. III. Título.
CDU 74:372.45
Daniela Corrêa Seixas
Desenho-escrita a ponto de verbo
Dissertação apresentada, como requisito parcial de obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Área de concentração: Arte e Cultura Contemporânea.
Aprovada em 01 de abril de 2011.
Banca examinadora:
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Profª. Dra. Leila Maria Brasil Danziger (orientadora) Instituto de Artes da UERJ
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Prof. Dr. Márcio Seligmann-Silva
Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP
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Prof. Dr. Ricardo Roclaw Basbaum Instituto de Artes da UERJ
Rio de Janeiro 2011
AGRADECIMENTOS
Mãe, pai, Rachel e Victor, pelo apoio e amor incondicionais; e pelas coisas acumuladas pela casa.
Davi, por acompanhar a minha insistência na tentativa; pela brisa e carinho;
dobraduras e paciência.
Amigos Raphael, Joana, Nena, Mariana e Daianne, pela ajuda, sugestões e ouvidos à disposição.
Fábio, por comprar as minhas idéias a qualquer hora e em qualquer material.
Leila, por sua orientação, leitura cuidadosa e confiança.
Malu, por compartilhar suas aulas de desenho.
Professor Rogério Luz, pelo interesse despertado através de suas aulas e textos.
Márcio Seligmann-Silva, Ricardo Basbaum e Roberto Corrêa dos Santos por aceitarem participar das bancas e contribuírem com suas trajetórias.
A CAPES, pelo financiamento ao final da pesquisa.
RESUMO
SEIXAS, Daniela Corrêa. Desenho-escrita a ponto de verbo. 2011. 87 f. Dissertação (Mestrado em Arte e Cultura Contemporânea) - Instituto de Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
A pesquisa é um dos desdobramentos possíveis da ação do desenho como exigência do próprio corpo. O trabalho propõe a tentativa – e o fracasso – como movimentação do fazer artístico. Por acreditar na experiência cotidiana com a força escritural, em seu caráter performático, investe na possibilidade de ativar o desenho latente no mundo.
Ao investigar a palavra como tentativa de ordenação e como uma condição de possibilidade da arte contemporânea, discute-se (e, simultaneamente, pratica-se) o risco, o acidente introduzido pelo poético em seu caráter desestabilizador,a fim de debruçar-se sobre o aspecto não estável das relações prático-teóricas, entre o texto e a matéria plástica, entre imagens e palavras. A dissertação busca, (na tensão da) experiência, a reflexão inesgotável diante da energia gasta na convivência com a
“matéria-pensamento”, com a palavra que é carne. O horizonte da pesquisa é a impossibilidade - dentro do texto do artista que tangencia seu próprio trabalho – de colocar-se em movimento em direção a um fim que não seja o caminho.
Palavras-chave: Desenho. Escrita. Experiência. Tentativa. Impossibilidade.
ABSTRACT
The research is one of the possible development of the action of drawing as a requirement of the body. This work proposes the attempt - and the failure - such as the movement of making art. Believing in the everyday experience with the scriptural force in its performative character, invests in the possibility of activating the latent drawing in the world.
By investigating the word as an attempt at ordering and as a condition of possibility of contemporary art, discusses (and, simultaneously, practices) the risk, the accident introduced by his destabilizing poetic character, to look into the not stable aspect of the practical-theoretical relations between the text and plastic matter, between images and words. The dissertation intent to, (in tension of) experience, reflect on the inexhaustible energy expended in the intimacy with the material-thoughts, with the word that is flesh. The horizon of the research is the impossibility - within the artist’s text who formulates about his own work - to puts in motion towards an end other than the path.
Keywords: Drawing. Writing. Experience. Effort. Impossibility.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Frases sólidas. Waltércio Caldas, 2006... 37
Figura 2 – Sem título. Mira Schendel, (c.1965)... 37
Figura 3 – Apollo and the Artist. Cy Twombly, 1975…... 37
Figura 4 – Ceci n'est pas une pomme. René Magritte, 1964……... 37
Figura 5 – Página dos cadernos de Antonin Artaud, c.1945-48…..……… 37
Figura 6 – Diagramme de Foucault. Gilles Deleuze, 1986………….……. 37
Figura 7 – Titled (Art as Idea as Idea) [Art]. Joseph Kosuth, 1967….…… 37
Figura 8 – The Artist’s Reserved Rights Transfer and Sale Agreement. Seth Sieglaub, 1971………... 37
Figura 9 – Anotações (Desjejum, desdenho, desenho.) Daniela Seixas, 2008…... 44
Figura 10– Dibutades or the Invention of art of drawing. Joseph Benoit Suvée c.1791... 45
Figura 11– Fig. Copiando Leda and Swan, Cy Twombly 1962 (Espelho mágico).Daniela Seixas, 2010... 47
Figura 12– Frames do vídeo Horizonte. Daniela Seixas, 2009... 49
Figura 13– A coleta da neblina. Brígida Baltar, 1998... 49
Figura 14– Frames do vídeo entrelinha. Daniela Seixas, 2009... 50
Figura 15– A heao of language, Robert Smithson, 1966... 50
Figura 16– Walking a line in Peru, Richard Long, 1972……….….. 54
Figura 17– Frames do vídeo e desenho Como desenhar Ainda não. Daniela Seixas 2009... 54
Figura 18– Paisagem com a queda de Ícaro (c. 1555). Pieter Bruegel, 1987 ………... 55
Figura 19– Paradox of Praxis 1 - Sometimes Making Something Leads to Nothing Francis Alÿs, 1997………. 55
Figura 20– La Pluie (Project pour un texte). Marcel Broodthaers, 1969….. 55
Figura 21– Evaporação da nuvem (diagrama de resolução de conflitos da
Teoria das Restrições)... 57
Figura 22– Tornado. Francis Alÿs, 2000-2010………..………. 57
Figura 23– Finger Gloves. Rebecca Horn, 1972………...…...… 59
Figura 24– Como ampliar reduzir ou copiar qualquer desenho. Daniela Seixas Vídeo-instalação, Centro Cultural Justiça Federal, 2012... 59
Figura 25– Migrações. Cadu, 2000-2005... 59
Figura 26– The Error. Antonie Coypel, c. 1702………. 60
Figura 27– Blindfolded Catching, 3 Adaptation Studies series. Vito Acconci 1970... 60
Figura 28– Salto no vazio. Yves Klein, 1960... 61
Figura 29– Sem título. Mira Schendel, 1964... 61
Figura 30– Foz de todo nome. Daniela Seixas , 2009... 61
Figura 31– Sem título, da série Letras. Mira Schendel, 1965... 62
Figura 32– Frames do vídeo Quando o céu vir a mar. Daniela Seixas, 2010... 62
Figura 33– Caminhando. Lygia Clark, 1963... 63
Figura 34– Imagem do miolo do livro Ficções, de Jorge Luis Borges... 63
Figura 25– Monumento a Borges. Daniela Seixas, 2007-2010... 63
Figura 36– 12 meses. Cadu, 2004-2005... 64
Figura 37– Desjejum, desenho, desenho. Daniela Seixas, 2008... 64
Figura 38– Criado mudo. Daniela Seixas, 2008... 64
Figura 39– Imagem do miolo do livro O quatro iconoclasmo, de Arlindo Machado ... 71
SUMÁRIO
INTRODUÇÕES GERAIS... 8
1 DESENHO-ESCRITA: POESIA, DESPESA ENTROPIA... 18
2 RISCO: CORPO DE MOBILIDADE PRÁTICO-TEÓRICA ... 36
3 SOMBRA... 45
4 SISTEMAS DE FALHA: DESENHO COMO MEDIAÇÃO E INSTRUMENTO DE PERDER-SE ... 53
5 CONSIDERAÇÕES ... 65
REFERÊNCIAS ... 79
ANEXO A – Créditos das Ilustrações ... 84
