• Nenhum resultado encontrado

10º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Formato On-line - 26, 27 e 28 de Outubro de 2021

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "10º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Formato On-line - 26, 27 e 28 de Outubro de 2021"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

10º FÓRUM INTERNACIONAL ECOINOVAR Formato On-line - 26, 27 e 28 de Outubro de 2021 Área: Agronegócio | Tema: Inovação no Agronegócio

VARIABILIDADE ESPACIAL DO TEOR DE CLOROFILA EM FOLHAS DE TABACO VIRGÍNIA

SPATIAL VARIABILITY OF CHLOROPHYLL CONTENT IN VIRGINIA TOBACCO LEAVES

Alencar Lucas Soares, Regiane Aparecida Ferreira, Mirabor José Leite Junior, Telmo Jorge Carneiro Amado e Lucio De Paula Amaral RESUMO

A produção de tabaco é uma das principais atividades da agricultura familiar na região Sul do Brasil, graças ao seu alto valor agregado e garantia de compra pelas empresas do setor, o que coloca o país como segundo maior produtor e maior exportador do mundo desta cultura. O objetivo deste trabalho é avaliar a variabilidade espacial do teor de clorofila e do número de folhas de plantas de tabaco, cultivadas com e sem aplicação de ferramentas de Agricultura de Precisão (AP). O estudo foi desenvolvido em uma área de cultivo de Tabaco Virgínia, no município de Agudo/RS. Foi utilizado um delineamento experimental Bifatorial em blocos casualizados, comparados dois manejos: implantação de tabaco com princípios de AP (correção do solo e adubação localizada) e implantação de tabaco com manejo tradicional (Fator 1) e dosagens de nitrogênio de 60, 100, 170, 200, 250 kg/ha (Fator 2). As medições do teor de clorofila e contagem do número de folhas aconteceram no 90° DAT, com Clorofilômetro SPAD, apenas no Tratamento 3 (170 kg/ha de nitrogênio), recomendação conforme ROLAS (2004). Os dados foram avaliados por meio da estatística descritiva e análise da dependência espacial, com base nos semivariogramas gerados a partir do software GS+ versão 7.0, onde se procedeu o ajuste dos semivariogramas, interpolação e validação cruzada para a geração de mapas de contorno para a delimitação de zonas homogêneas. Os resultados mostraram que teve existência de variabilidade espacial nas parcelas de teor de clorofila do bloco 1 e 3 com princípios de AP e no número de folhas do bloco 3 com princípios de AP e no manejo tradicional. Conclui-se que a identificação e determinação da variabilidade espacial do teor de clorofila e número de folhas das plantas de tabaco, juntamente com a análise geoestatística é uma ferramenta primordial para o desenvolvimento de mapas e definições de zonas de manejo, viabilizando a adoção de práticas da AP durante o ciclo de produção de cultura.

Palavras-Chave: Tabaco; Teor de Clorofila; Geoestatística.

ABSTRACT

Tobacco production is one of the main activities of family farming in southern Brazil, thanks to its high added value and guaranteed purchase by companies in the sector, which places the country as the second largest producer and largest exporter of this crop in the world. The objective of this work is to evaluate the spatial variability of chlorophyll content and number of leaves of tobacco plants, cultivated with and without application of Precision Agriculture (PA) tools. The study was carried out in a Virginia tobacco growing area, in the city of Agudo/RS. A two-factor experimental design in randomized blocks was used, comparing two managements: tobacco implantation with AP principles (soil correction and localized fertilization) and tobacco implantation with traditional management (Factor 1) and nitrogen dosages of 60, 100, 170 , 200, 250 kg/ha (Factor 2). Measurements of chlorophyll content and counting the number of leaves took place at 90° DAT, with a SPAD Chlorophyllometer, only in Treatment 3 (170 kg/ha of nitrogen), as recommended by ROLAS (2004). Data were evaluated using descriptive statistics and spatial dependence analysis, based on semivariograms generated from the GS+ version 7.0 software, where semivariograms adjustment, interpolation and cross-validation were performed to generate contour maps for delimitation of homogeneous zones. The results showed that there was spatial variability in the chlorophyll content plots in block 1 and 3 with AP principles and in the number of leaves in block 3 with AP principles and in traditional management. It is concluded that the identification and determination of the spatial variability of chlorophyll content and number of leaves of tobacco plants, together with geostatistical analysis, is an essential tool for the development of maps and definitions of management zones, enabling the adoption of practices of PA during the crop production cycle.

(2)

1 VARIABILIDADE ESPACIAL DO TEOR DE CLOROFILA EM FOLHAS DE

TABACO VIRGÍNIA 1 INTRODUÇÃO

A Fumicultura, atividade agrícola ligada ao cultivo de tabaco (Nicotiana tabacum L. - Família Solanaceae), caracteriza-se como principal atividade econômica da agricultura familiar na Região Central do Rio Grande do Sul, estado que lidera a produção de tabaco (VIDAL, 2016). Na Região Sul do Brasil, o número de pessoas que dependem do tabaco vem diminuindo, na safra 2019/2020 para a safra 2020/2021 houve uma redução de 7,9%, 11.812 famílias produtoras deixaram a atividade, 17.041 hectares não são mais cultivados com tabaco, uma diferença de 4.532 toneladas de tabaco que não foram produzidas. Isso é preocupante, pois o setor fumageiro brasileiro gera em torno de 2 milhões de empregos diretos, revelando a importância econômica e social do tabaco como principal produto agrícola gerador de renda local, superando culturas como trigo, uva e cacau (AFUBRA,2020).

O Brasil representa hoje o segundo maior mercado produtor de tabaco em folha (ficando atrás somente da China), mantendo, assim, a posição de maior exportador deste produto no mercado mundial. Em 2020, cerca de 87% da produção tiveram como destino a exportação para a União Europeia, Ásia e Estados Unidos, tornando o tabaco um dos produtos agrícolas de maior importância para a balança comercial do país. Dados do mesmo ano revelam que a exportação brasileira girou em torno de 514.287 toneladas, com uma geração de valores na ordem de R$ 8,60 bilhões (AFUBRA, 2020).

Por ser uma das atividades agrícolas não-alimentícias mais importantes do planeta, o tabaco contribui de forma significativa para a economia de diversos países no mundo. Os maiores incentivos aos agricultores na fumicultura são a estabilidade de preços proposta pelas empresas que compram a produção e o alto valor agregado do produto final. Dessa forma, toda a produção de fumo brasileira é realizada no Sistema Integrado à Indústria, no qual as empresas fumageiras são responsáveis pelo fornecimento dos insumos utilizados em todo processo produtivo, desde financiamentos, assistência técnica ao produtor e garantia de compra do produto (SOUZA CRUZ, 2016).

Ao contrário do que se pensa, o cultivo de tabaco não produz matéria-prima apenas para a indústria do cigarro. Por meio do melhoramento genético, plantas como Nicotiana tobaccum estão sendo convertidas em matéria-prima para a fabricação de produtos que atendem uma grande variedade de terapias com base em proteínas para tratamento do ebola, do câncer e do HIV/AIDS (ZAMPIERI, 2015). Isso justifica a importância da continuidade do cultivo de tabaco, não se restringindo apenas para produção de cigarros e fumo (INCA, 2019).

O desenvolvimento de tecnologias para o meio rural, através da pesquisa, bem como a difusão do conhecimento e o treinamento de pessoas, promovido pelos programas de extensão rural, quando realizados em conjunto, podem auxiliar a quebrar este paradigma e ajudar o fumicultor a continuar suas atividades e permanecer no campo. A adoção de técnicas de Agricultura de Precisão (AP) enquadra-se neste cenário como um dos conjuntos de ferramentas com as quais estes agricultores podem ser beneficiados. A AP pode ser definida como uma técnica que faz uso intenso de dados para entender as variações dos recursos naturais em uma área, vinculados com os elementos que incidem sobre a produção (SRINIVASAN, 2009).

Dentre as técnicas de AP mais empregadas na fumicultura, destaca-se, principalmente, a análise e correção dos nutrientes do solo, processo que contam com a análise de fertilidade do solo e correção para alcançar os níveis ideais de produção. O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade espacial do teor de clorofila (%) e o número de folhas de plantas de tabaco Virgínia, cultivadas com aplicação de princípios de AP e manejo tradicional.

(3)

2 METODOLOGIA

O estudo foi desenvolvido em uma área de cultivo de Tabaco Virgínia, na safra 2020/2021, entre as coordenadas geográficas de latitude 29°40'55,56" e longitude 53°15'11,81", numa altitude média de 65 metros. A área está localizada na zona rural do município de Agudo - RS, conhecida como Cerro Chato. A área da cultura possui em torno de 0,25 hectares com declividade máxima de 5% e o solo é classificado como Neossolo Regolítico Eutrófico Típico (STRECK et al., 2008). A área vem sendo cultivada há 10 anos com a cultura do tabaco.

Figura 1 - Localização da área de estudo.

Fonte: IBGE. Reprodução: autores.

A semeadura do tabaco foi realizada no dia 08/05/2020, em 25 bandejas na cor branca que suportam 200 sementes cada, preenchidas com dois sacos de substrato, umedecido com 10 litros de água limpa e postas em canteiro (3x5 m) confeccionado de tijolos, revestido com lona plástica e sustentado por arcos de metal, formando um túnel, completos com uma profundidade de 10 cm de água. A cultivar utilizada foi do tipo Virgínia (PVH 2299), com uso de semente certificada de primeira geração (C1).

O preparo do solo na lavoura foi realizado com o uso de uma grade aradora e aterrador acoplado ao trator para construção de 30 camalhões com uma altura aproximada de 40 cm, que servem de suporte para realizar o plantio do tabaco. Para a adubação de plantio foram utilizados 35 kg/ha de Nitrogênio com aplicação de adubo NPK na formulação química 14-16- 10, aplicados 14 dias antes do transplante (DANT).

O transplante do tabaco para a lavoura foi realizado no dia 03/08/2020, totalizando 87 dias após a semeadura. O plantio foi realizado com auxílio de uma plantadeira manual, modelo 135R Krupp, com 93 cm de altura e ponta redonda para fazer a abertura no solo (cova). A distribuição das mudas de tabaco foi ordenada por camalhão com uma distância entre plantas de 0,50 m e entre linhas 1,20 m.

(4)

3 Figura 2 - Experimento do tabaco na lavoura (plantio e data de medições).

Fonte: autores.

O experimento foi conduzido com Delineamento Bifatorial em blocos ao acaso. O primeiro fator (Fator 1) foi a aplicação de manejos com princípio de AP e a forma tradicional de cultivo realizada pelo agricultor e o segundo fator (Fator 2) foram as doses de nitrogênio (60, 100, 170, 200, 250 kg/ha). O experimento apresentou três blocos casualizados, sendo uma repetição de cada tratamento por bloco. Cada repetição do tratamentos conteve 100 plantas, totalizando 1.000 plantas por bloco e 3.000 para o experimento.

Figura 3 - Fluxograma da implantação do experimento com tabaco.

Legenda: DAT - Dias Após o Transplante; NPK - Nitrogênio, Fósforo e Potássio; kg - Quilograma; ha - Hectare;

Fonte: autores.

Para a análise e a geração da estatística dos dados do teor de clorofila e do número de folhas por planta, foram analisados os dados apenas do Tratamento 3 (com princípios de AP e manejo tradicional), na qual foi aplicada uma dose de 170 kg/ha de nitrogênio, recomendação conforme a Comissão de Química e Fertilidade do Solo - RS/SC (2004).

(5)

Figura 4 - Distribuição das plantas no experimento.

Legenda: T - Tratamento; COM - Com princípios de AP; SEM - Forma tradicional; m - Metros.

Fonte: autores.

As aplicações de adubação de cobertura foram divididas em duas etapas, na qual as seis repetições do T3, receberam no 21° Dias Após o Transplante (DAT) a aplicação de 65 kg/ha de N e no 43° DAT a aplicação de mais 70 kg/ha de N via salitre do chile (15-00-15), posto a uma distância de 10 cm da planta. Nas repetições com princípios de AP, o adubo foi aplicado em covas e nas repetições com o manejo tradicional, sobre o camalhão.

Para a medição do teor de clorofila nas folhas das plantas, foram usadas 34 plantas de cada parcela, de forma intercalada sistematicamente e com coordenadas conhecidas no experimento/repetição, que estavam georreferenciados com precisão. Foi utilizado o Clorofilômetro portátil SPAD, sendo realizadas leituras instantâneas. Além disso, foi realizada a contagem do número de folhas nas plantas onde a clorofila foi estimada. O total de folhas refere-se à soma das folhas de baixeira, meeira e ponteira do tabaco. As leituras efetuadas com Clorofilômetro correspondem ao teor relativo de clorofila presente na folha. Os valores são calculados pelo equipamento com base na quantidade de luz transmitida pela folha, em dois comprimentos de ondas, com diferentes absorbâncias da clorofila (MINOLTA, 1989).

Figura 5 - Medição do teor de clorofila na planta.

Fonte: autores.

(6)

5 Os dados foram importados para o programa geoestatístico GS+ versão 7.0 (GAMMA DESIGN SOFTWARE, 2004), onde se procedeu o ajuste dos semivariogramas isotrópicos, validação cruzada e interpolação por krigagem ordinária pontual. O semivariograma é uma das funções mais utilizadas para expressar a variabilidade espacial entre amostras, sendo uma função que só depende do vetor h (distância entre os pares de pontos amostrais). Quando h aumenta, o semivariograma aproxima-se da variabilidade total dos dados, formando o patamar, e havendo estacionariedade de segunda ordem, o semivariograma expressa o grau de dependência espacial da variável em análise (OPROMOLLA et al., 2006).

Após definição dos modelos, parâmetros dos semivariogramas, comprovada a dependência espacial e averiguada a qualidade dos ajustes pela validação cruzada, foi utilizado o método de interpolação de krigagem ordinária pontual para estimar os valores em locais não medidos, os quais foram utilizados para a elaboração dos mapas de variabilidade espacial das variáveis em estudo. O Índice de Dependência Espacial (IDE) foi classificado de acordo com Zimback (2001). A dependência espacial é considerada fraca para até 25%, entre 50% e 75%

moderada e acima de 75% forte.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Utilizando a estatística descritiva utilizou-se a mesma para resumir os dados, pois ela possui medidas de posição, dispersão, assimetria e forma e substitui o roll original dos dados e todos os registros, permitindo interpretar a variabilidade que os dados possuem.

Tabela 1 - Estatística descritiva para as mensurações do teor de clorofila (%) e quantidade de folhas em tabaco Virgínia, cultivado em Agudo-RS, Brasil.

PARCELAS M. E.P. MD. Moda D.P. K Assim Intervalo Mín. Max CV%

% ClorofilaB1SAP 38.854 0.773 37.975 36.500 4.509 20.332 -0.160 0.224 18.850 29.250 48.100 11.605 N de Folhas B1SAP 23.912 0.425 23.500 22.000 2.479 6.143 0.176 0.868 10.000 20.000 30.000 10.366

% Clorofila B1CAP 39.962 0.725 40.225 39.000 4.225 17.849 1.767 0.390 22.750 30.000 52.750 10.572 N de Folhas B1CAP 24.265 0.290 24.000 23.000 1.693 2.867 0.961 0.870 8.000 21.000 29.000 6.978

% Clorofila B2SAP 36.574 0.804 36.900 36.300 4.686 21.961 0.234 -0.327 20.800 25.350 46.150 12.813 N de Folhas B2SAP 24.176 0.328 24.000 24.000 1.914 3.665 1.452 1.027 9.000 21.000 30.000 7.918

% Clorofila B2CAP 32.334 0.843 33.175 32.950 4.918 24.184 1.079 -0.741 23.650 20.250 43.900 15.209 N de Folhas B2CAP 21.706 0.352 22.000 23.000 2.053 4.214 1.088 -0.739 10.000 16.000 26.000 9.457

% Clorofila B3SAP 39.924 0.840 39.475 #N/D 4.899 24.003 -0.674 0.371 17.850 32.350 50.200 12.272 N de Folhas B3SAP 23.118 0.585 23.000 21.000 3.409 11.622 -0.117 0.205 14.000 16.000 30.000 14.747

% Clorofila B3CAP 36.215 0.751 35.575 34.700 4.382 19.200 -0.363 0.117 18.300 28.150 46.450 12.100 N de Folhas B3CAP 21.441 0.420 21.000 19.000 2.452 6.012 -0.725 0.370 10.000 17.000 27.000 11.435 Legenda:- M= média, E.P.= erro padrão, MD. = mediana, D.P.=desvio padrão, S2= variância , K.= curtose,

Assim.= assimetria, min= mínimo, máx.= máximo, C.V.%= coeficiente de variação.

Fonte: autores.

Na tabela 1 encontram-se os dados de assimetria e curtose, e as estatísticas descritivas de todos os dados de teor de clorofila e número de folhas na folhas. A média, moda e mediana

(7)

foram próximos entre si melhor, o que sugere que os dados apresentam distribuição normal.

Verifica-se, que os coeficientes de variação apresentaram valores baixos. Segundo Pimentel Gomes (1985), ao estudar diversos ensaios agrícolas, o CV% pode ser classificado da seguinte forma: baixo, quando inferior a 10%; médio, entre 10 e 20%; alto, quando entre 20 e 30%; e muito alto, quando são superiores a 30%. Nesse estudo os CV enquadram-se entre médio e baixo, deste modo, representam média a alta precisão experimental.

Os resultados foram submetidos à análise geoestatística que detectou a existência de variabilidade espacial dos dados nas parcelas de Teor de Clorofila do bloco 1 e 3 com princípios de AP e no número de folhas do bloco 3 com princípio de AP e do bloco 3 com o manejo tradicional, por meio de semivariogramas e mapas de krigagem. A modelagem mostrou-se eficiente para representar e descrever os dados dessas repetições.

Figura 6 - Ajuste dos semivariogramas do número de folhas e teor de clorofila das plantas de tabaco.

Fonte: autores.

Para o semivariograma ajustado para o número de folhas de tabaco, no bloco 3, cultivadas com princípios de AP, o ajuste foi obtido pelo modelo gaussiano, onde foram encontrados os seguintes parâmetros: patamar 5,05; efeito pepita 0,01; alcance 1,80 e a soma dos quadrados dos resíduos 0,899. O grau de dependência espacial foi forte, maior que 75%, conforme Zimback (2001). Já para o semivariograma ajustado para o número de folhas de tabaco, no bloco 3 cultivadas com o manejo tradicional, o ajuste foi obtido pelo modelo exponencial, onde foram encontrados os seguintes parâmetros: patamar 5,05; efeito pepita 0,01; alcance 1,80 e a soma dos quadrados dos resíduos 0,899. O grau de dependência espacial deste semivariograma também foi forte, maior que 75%.

(8)

7 Tabela 2 - Parâmetros do variograma do número de folhas e teor de clorofila das plantas.

Variável Modelo C + Co Co C a (m) (C/(C+Co))*100 GD SQR

Número de folhas

B3 COM AP Gaussiano 5.07 0.01 5.06 1.80 99.8 Forte 0.899

Número de folhas

B3 TRADICIONAL Exponencial 11.25 1.89 9.36 1.7 83.2 Forte 0.080

Teor de Clorofila

B3 COM AP Exponencial 16.91 4.59 12.32 3.0 72.85 Moderada 0.239

Teor de Clorofila

B1 COM AP Esférico 15.64 3.11 12.53 5.65 0.80 Forte 3.46

Legenda: Co = efeito pepita; Co+C = patamar; a = alcance; SQR = soma dos quadrados dos resíduos; R2= coeficiente de variação; GD = dependência espacial.

Fonte: autores.

Para o semivariograma ajustado para o teor de clorofila em plantas de tabaco no bloco 3, cultivadas com princípios de AP, o ajuste foi obtido pelo modelo esférico, onde foram encontrados os seguintes parâmetros: patamar 16,91; efeito pepita 4,59; alcance 3,0 e a soma dos quadrados dos resíduos 0,239. O grau de dependência espacial foi moderado, ficando entre 50% e 75%, conforme Zimback (2001). Já para o semivariograma ajustado para o teor de clorofila em plantas de tabaco no bloco 1, cultivadas com princípios de AP, o ajuste foi obtido pelo modelo esférico, onde foram encontrados os seguintes parâmetros: patamar 15,64; efeito pepita 3,11; alcance 5,65 e a soma dos quadrados dos resíduos 3,46. O grau de dependência espacial deste semivariograma foi forte, maior que 75%. Este semivariograma mostrou-se bem estruturado, pois se encontra pontos na região de ascendência do semivariograma teórico e com pequena influência de aleatoriedade na dependência espacial devido ao patamar ser curto.

Para tanto, foram utilizada técnicas para detectar sobreajustes dos dados, ou seja, a não generalização do modelo, tanto para os dados de número de folhas, como para os dados de clorofila das folhas, para posterior a geração de mapas de contorno para a delimitação de zonas homogêneas.

Figura 7 - Validação cruzada do número de folhas e teor de clorofila das plantas de tabaco.

Fonte: autores.

(9)

Na validação cruzada do número de folhas do bloco 3 cultivadas com princípios de AP, o coeficiente de regressão foi de 0,810, o erro padrão estimado de 0,194, e o coeficiente de determinação de 0,376. Já o número de folhas do bloco 3 com a forma tradicional, o coeficiente de regressão foi de 0,792, o erro padrão estimado de 0,394 e o coeficiente de determinação de 0,122.

Na validação cruzada do teor de clorofila do bloco 3 cultivadas com princípios de AP, o coeficiente de regressão foi de 0,746, o erro padrão estimado de 0,380, e o coeficiente de determinação de 0,114. Já o teor de clorofila do bloco 1 cultivadas com princípios de AP, o coeficiente de regressão foi de 0,795, o erro padrão estimado de 0,242 e o coeficiente de determinação de 0,258.

Tabela 3 - Parâmetros da análise de validação cruzada do número de folhas e do teor de clorofila nas plantas.

Variável C.R. E.P R2 Y

Número de folhas

B3 COM AP 0.810 0.194 0.376 4.12

Número de folhas

B3 TRADICIONAL 0.792 0.394 0.122 4.88

Teor de Clorofila

B3 COM AP 0.746 0.380 0.114 9.23

Teor de Clorofila

B1 COM AP 0.795 0.242 0.258 8.16

Legenda: C.R = Coeficiente de regressão; EP = Erro padrão do CR; R2 = coeficiente de determinação; Y = Intercepto.

Fonte: autores.

Para o mapa de distribuição espacial do número de folhas nas amostras das plantas de tabaco, no bloco 3, cultivadas com princípios de AP, observou-se que houve uma maior concentração de folhas por planta de tabaco delimitada na lateral direita da parcela, assim como um menor número de folhas na lateral esquerda da parcela, com uma variabilidade dentro da parcela variando entre 17 a 26 folhas por planta.

Já para o mapa de distribuição espacial do número de folhas nas amostras das plantas de tabaco, no bloco 3, cultivadas com o manejo tradicional do agricultor, observou-se que houve uma maior concentração de folhas delimitada na parte inferior da parcela, assim como um menor número de folhas na parte superior até o centro da parcela, com uma variabilidade dentro da parcela, variando entre 18 a 28 folhas por planta.

Com este resultado, pode-se observar que a média total do número de folhas para a data analisada, foi inferior nas parcelas com princípio de AP. Isto é justificado pelo fato dessas boas práticas de agricultura de precisão (correção de acidez de solo e adubação incorporada) acelerar o ciclo das plantas, e consequentemente antecipar precocemente a florescência das plantas, originando um menor número de folhas por planta, comparado ao tabaco com o manejo tradicional cultivado pelo agricultor, que tem o seu desenvolvimento e crescimento das folhas mais lento, originando ao longo do tempo, um maior número de folhas por planta de tabaco, porém com um peso e valor agregado final, menor.

(10)

9 Figura 8 - Mapas da distribuição espacial do número de folhas e do teor de clorofila das plantas.

Fonte: autores.

Para o mapa da distribuição espacial do teor de clorofila das plantas de tabaco no bloco 1, cultivadas com princípios de AP, pode-se visualizar uma região de alto teor de clorofila nas folhas delimitadas na parte superior da parcela, assim como valores baixos de teores de clorofila no centro da parcela, contendo transições gradativas entre estas regiões, com uma variabilidade dos teores de clorofila dentro da parcela, variando entre 45,0 a 33,2%.

Para o mapa da distribuição espacial do teor de clorofila das plantas de tabaco no bloco 3, cultivadas com princípios de AP, pode-se visualizar uma região de baixos teores de clorofila nas folhas delimitadas na lateral esquerda da parcela e altos teores de clorofila delimitadas na lateral direita da parcela, contendo transições gradativas entre estas regiões, com uma variabilidade dos teores de clorofila dentro da parcela, variando entre 30,4 a 40,4%.

Como os dados de análise geoestatística e a modelagem mostraram-se eficiente e com variabilidade tanto para o teor de clorofila como para o número de folhas para a mesma parcela (bloco 3 cultivado com princípios de AP), observou-se que, quanto maior o número de folhas por planta de tabaco em determinada região do mapa, maior a concentração de teor de clorofila nas plantas, assim como quanto menor a concentração do número de folhas em determinada região no mapa, menor o teor de clorofila nas plantas de tabaco.

4 CONCLUSÃO

O Teor de clorofila em folhas de plantas de tabaco Virgínia apresentou dependência espacial nas parcelas do bloco 1 e bloco 3 com princípio de AP e no número de folhas nas parcelas do bloco 3 com princípios de AP e bloco 3 com a manejo tradicional. Conclui-se que, neste experimento, quanto maior o número de folhas por planta de tabaco, maior a concentração de teor de clorofila nestas plantas, assim como quanto menor o número de folhas por planta de tabaco, menor a concentração do teor de clorofila nas plantas de tabaco. Além disso, a determinação da variabilidade espacial do teor de clorofila e do número de folhas das plantas de tabaco, explorado por meio da análise geoestatística, foi uma ferramenta primordial para o desenvolvimento de mapas e definições de zonas de manejo, viabilizando a adoção de práticas da AP durante o ciclo de produção da cultura.

(11)

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO DOS FUMICULTORES DO BRASIL (AFUBRA). Fumicultura no Brasil.

Fumicultura regional, 2020. Disponível em: <https://afubra.com.br/fumicultura-brasil.html>.

Acesso em: 14 de setembro de 2020.

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 10ª Ed. Porto Alegre:

SBCS Núcleo Regional Sul; UFRGS, 2004. 400P.

GAMMA DESIGN SOFTWARE. GS+: Geostatistics for the Environmental Sciences, Versão 7.0. Gamma Design Software, Plainwell, Michigan, 2004. CD-ROM.

INCA - Instituto Nacional do Câncer. Disponível em:

<https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/consumo cigarros-capita>. Acesso em: 17 de julho de 2020.

MATHERON, G. Principlesofgeoestatistics. Econ. Geol.,58:1246-66, 1963.

MINOLTA, C. C.; Ltda. Manual forchlorophyll meter SPAD 502. Osaka, Minolta, Radiometric Instruments divisions. 1989. 22p.

OPROMOLLA, P.A.; DALBEN, I.; CARDIM, M. Análise geoestatística de casos de hanseníase no Estado de São Paulo, 1991-2002. Rev Saúde Pública.2006;40(5):907-13

PIMENTEL G. F.. Curso Estatística Experimental. 12. ed. Piracicaba: Livraria Nobel, 1985.

SRINIVASAN, A. Precision Agriculture: An overview. In: SRINIVASAN, A. (Ed.)

Handbook of precision agriculture, Principles and applications. Boca Raton: CRC Press, 2009.

SOUZA CRUZ, Impacto e Importância econômica, 2016. Disponível em:

<http://www.souzacr uz.com.br/group/sites/SOU_7UVF24.nsf/vwPagesWebLive/DO7V9>.

Acesso em: 15 de janeiro de 2021.

STRECK, E.V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R.S.D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C.;

GIASSON, E. & PINTO, L.F.S. Solos do RS. Porto Alegre, Emater/RS, 2008. 222p.

VIDAL, L. R.. Aplicação de técnica de agricultura de precisão em áreas do cultivo do fumo na agricultura familiar. 2016. Dissertação (Mestrado em Agricultura de Precisão),Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 104 p., 2016.

ZAMPIERE, A. G. As Plantas de Tabaco Podem Ser os Medicamentos do Futuro.

Motherboard Techby Vice. 2015. Disponível em: <https://www.vice.com/pt_br/article/gvdxn7 /as-plantas-de-tabaco-podem-ser-os-medicamentos-do-futuro>. Acesso em: 15 de agosto de 2020.

ZIMBACK, C.R.L. Análise espacial de atributos químicos de solos para fins de

mapeamento da fertilidade do solo. 2001. Tese (Livre-Docência)-Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2001.

Referências

Documentos relacionados

2. Identifica as personagens do texto.. Indica o tempo da história. Indica o espaço da história. Classifica as palavras quanto ao número de sílabas. Copia do texto três

Combinaram encontrar-se às 21h

After this matching phase, the displacements field between the two contours is simulated using the dynamic equilibrium equation that bal- ances the internal

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

Não tentarei sintetizar a interpretação de Armindo de Sousa sobre o parlamento medieval, dado que as suas propostas mais fraturantes foram já evidenciadas, de forma incisiva, por

(essencialmente toalhas adamascadas, damasquilho de linho e algodão, panos de linho e lenços de linho e algodão, desenvolvidos essencialmente em 17 freguesias do concelho