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GESTÃO DA DOCÊNCIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR: CONHECIMENTO E INCLUSÃO

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GESTÃO DA DOCÊNCIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR: CONHECIMENTO E INCLUSÃO

Maria Estela Dal Pai Franco1; Sirlei de Lourdes Lauxen2 Eixo Temático: Políticas e Gestão da Educação Superior

Resumo: A docência na Educação Superior (ES) assume maior importância na medida em que tem presente os contextos emergentes e os desafios a serem enfrentados. Neste entorno o objetivo deste estudo busca identificar e analisar implicações da interconectividade entre a gestão institucional e gestão da formação continuada na prática da Educação Superior. Na busca da consecução de tal objetivo foram submetidos à análise de conteúdo sessenta e dois resumos de teses de doutorado presentes na categoria de Gestão da Ciência e Tecnologia na Educação Superior, da Biblioteca digital do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia(IBICT) Foram identificadas duas subcategorias não exclusivas: a presença de espaços participativos e a promoção de mudanças, perpassadas pela interdisciplinaridade e discutidas em relação aos contextos emergentes. As conclusões ressaltam a interconectividade entre gestão institucional e gestão da formação continuada para a docência na ES , mas, também, mostram a gestão da docência para a formação dos novos profissionais; a presença da política e gestão nas mudanças para a inserção no conhecimento, mas, também na institucionalização de condições, que assegurem interconectividade entre a política, gestão institucional e a gestão na formação para docência na ES.

Palavras-chave: Gestão da Educação Superior (ES), Conhecimento e ES, Gestão e docência na ES.

Introdução

Na trajetória da humanidade em seu processo civilizatório, talvez como nunca se enfrente tantas situações desafiadoras que põem em risco a própria sobrevivência e sustentabilidade do planeta. A Educação Superior (ES), neste entorno, é um espaço ímpar para refletir sobre a questão e buscar alternativas viáveis em face aos desafios.

Suas Instituições de Educação Superior (IES), especialmente as universidades, envolvem simultaneamente duas ações fundantes com potencial de vislumbrar possibilidades. De um lado, o aspecto formativo que a educação superior traz consigo, o de ser responsável pelo preparo de novos profissionais exigidos para a vida numa sociedade complexa e, de outro lado, a construção do conhecimento por meio da

1 Doutor em Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul medalpaifranco@ufrgs.br

2 Doutor em Educação, UNICRUZ-Universidade de Cruz Alta, s.lauxen@hotmail.com

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investigação científica. Esta, encontra na educação superior um espaço único, destacando-se a universidade, como modelo organizacional e institucional por excelência e vocacionado para o processo formativo. Neste movimento está incluído o preparo das novas gerações de pesquisadores e de formadores de pesquisadores, os professores, o que realça a vocação de Pedagogia Universitária.

Sob a perspectiva acima sinalizada, a docência na Educação Superior (ES), se configura e assume maior importância na medida em que tem presente os contextos emergentes e os desafios a serem enfrentados para os avanços necessários ao desenvolvimento social e cultural da humanidade. Isso implica construção de estratégias entre a gestão institucional e a gestão da formação, seja ela regular ou continuada em serviço. Assim, pensar a formação do professor que colabora na construção de conhecimentos dos futuros profissionais para o mundo do trabalho assume importância estratégica, o que implica políticas e gestão institucional e suas transposições para as práticas e sua gestão no ‘locus’ onde ocorre o processo formativo.

Neste entorno o objetivo deste estudo busca identificar e analisar a interconectividade entre a gestão institucional e a gestão da formação continuada, em serviço na prática da educação superior.

Cabe aqui registrar que se entende por gestão institucional, no âmbito desse trabalho, a materialização de processos decisórios e as relações intra (setores, pessoal, beneficiários), e inter institucionais, (stakeholders, sistema, organismos políticos governamentais, sociedade civil, entre outros), para o atendimento das responsabilidades, compromissos e objetivos visados pela IES e das estratégias para atendê-los e concretizá-los, num continuum configurado pelo espaço da democratização e da hierarquização (FRANCO, 2006).

Alguns pressupostos têm presença no desenvolvimento do estudo, ambos interligados ao conhecimento como core da educação superior e à inclusão no conhecimento como movimento democratizante. O primeiro é o de que.

“Nas suas múltiplas faces institucionais, mas, especialmente na universidade e pós-graduação, é missão da ES refletir sobre o conhecimento, sua construção, socialização e uso e os rumos que a gestão assume. É inegável que o conhecimento faz parte da missão primordial da universidade.”

(FRANCO, FRANCO e LAUXEN, 2018, p.4).

O segundo refere-se à interconectividade entre a gestão institucional e a gestão da formação que tornam a prática da docência na ES um espaço ímpar de inclusão dos

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envolvidos no conhecimento e o que pode se expressar por meio de fortes implicações no processo formativo e na disponibilização do conhecimento científico, pedagógico e profissional;

Nas considerações até aqui tecidas as expressões mobilizadoras e delimitadoras do trabalho envolvem os seguintes pontos que configuram este trabalho: perspectiva da Ciência e da Tecnologia- indicativos d interconectividade- gestão institucional e

gestão da formação continuada na prática da Educação superior e implicações da gestão da educação superior.

Abordagem Teórico-Metodológica

A embocadura metodológica apoia-se num levantamento bibliográfico sobre o

‘estado do conhecimento’, que é um dos componentes de um projeto mais amplo, ao qual este trabalho está vinculado. É o projeto “Educação Superior e Contextos Emergentes”, desenvolvido pela Rede Sulbrasileira de Educação Superior – RIES3. Faz parte de um dos eixos do projeto, o de políticas e gestão da Educação Superior e o recorte aqui apresentado teve como entrada a expressão ‘gestão da C&T na Educação Superior’ para seleção de trabalhos que têm como foco a gestão da formação continuada na prática da educação superior. A bibliografia foi selecionada da Biblioteca Digital do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia-MCT/Br (IBICT) 4, na categoria de Gestão da Ciência e da Tecnologia na Educação Superior, sendo identificadas 62 teses de doutorado no interregno entre 2013 e 2016, partir dos títulos e

3 É vinculado ao Programa de Apoio a Núcleos de Excelência-PRONEX, do CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul -FAPERGS. O objetivo do projeto mais amplo é consolidar e ampliar ações da rede (RIES) como instância de trabalho coletivo, no que diz respeito aos contextos emergentes da Educação Superior.

4 IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) é vinculado ao Ministério da Ciência Tecnologia Inovações e Comunicações. que mantém a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). O IBICT, articula os sistemas de informação de teses e dissertações das instituições de ES e pesquisa do Brasil e, ainda, promove o registro e a publicação de teses e dissertações em meios eletrônicos. É estratégico pois “possibilita que a comunidade brasileira de C&T publique e difunda suas teses e dissertações produzidas no País e no exterior, dando maior visibilidade à produção científica nacional” .

<http://www.ibict.br/informacao-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/biblioteca-digital- Brasileira-de-teses-e-dissertacoes-bdtd

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de resumos da produção acadêmica. Deles foram extraídos excertos, agrupados pelas convergências temáticas sob o princípio da similaridade próprio da análise de conteúdo.

A discussão dos resultados relativos aos indicadores da interconectividade entre gestão institucional e gestão da formação na prática docente efetuou-se sob a sustentação de autores tais quais B.de S.Santos (2000; 2010) , Raynaut e Zanoni (2011), Isaia e Bolzan (2009), Hargreaves (199;2004).

Gestão Institucional e de Gestão da formação em serviço na prática da Educação Superior-indicativos

Inicialmente cabe destacar que na linha de Claude Raynaut e Zanoni ( 2011), a interdisciplinaridade implica diálogo entre saberes, entre campos de conhecimento e tem em mira a formação de um novo profissional . Franco e Krahe ( 2015) trabalharam sobre o conceito no sentido de viabilizar a identificação de indicativos da presença da interdisciplinaridade. As autoras denominaram de perspectiva interdisciplinar a presença de políticas e práticas na educação superior, sustentadas por concepções e ações que potencialmente facilitam, fomentam e promovem o diálogo entre campos disciplinares e entre os seus interlocutores, tendo em vista novas concepções, processos formativos e de produção do conhecimento .

Foram identificadas duas categorias não exclusivas e que são indicativas da gestão da formação continuada na prática da Educação Superior e dentro da categoria maior que delimitou o estudo, ou seja, gestão da Ciência e da Tecnologia na educação superior: a presença de espaços participativos e a promoção de mudanças, perpassadas pela interdisciplinaridade, sustentabilidade e discutidas em relação aos contextos emergentes.

a) Indicativos de espaços participativos na perspectiva interdisciplinar

Discutir a questão de espaços participativos na universidade requer tecer algumas reflexões e ressaltar o entendimento de espaço na perspectiva da analogia geo- social , assumida por Hargreaves (1999) . Para o autor, o espaço não é limitado às conceituações do mundo físico, mas adentrao social e o cultural. Ao mostrar as localizações físicas das áreas de conhecimento num campus universitário, o autor mencionado percebe que a primazia da ocupação resulta do respeito acadêmico, da

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visibilidade das áreas de conhecimento e até mesmo de interesses específicos daquelas áreas com maior status ou ligadas aos que estão no comando. Acrescenta-se o espaço social profissional como expressivo de conquistas.

Um dos princípios definidos por Hargreaves (1999) na perspectiva da analogia geo-social é o de que o espaço é uma característica central das organizações. Este princípio encaminha a atenção para a relação com a interdisciplinaridade e adentra questões políticas e de práticas institucionais e sua gestão. No que diz respeito à interdisciplinaridade, as relações de gestão institucional e de formação em serviço ficam mais claras pela perspectiva interdisciplinar como

“... a presença de políticas e práticas na educação superior, sustentadas por concepções e ações que potencialmente facilitam, fomentam e promovem o diálogo entre campos disciplinares e entre os seus interlocutores, tendo em vista novas concepções, processos formativos e de produção do conhecimento” (FRANCO e KRAHE, 2015, p.5 ).

Nesta relação foram identificados alguns indicativos construídos a partir de convergências temáticas e seus descritores, expressivos para a questão interdisciplinar:

Presença de políticas institucionais que estimulam e garantem a participação de docentes em pesquisas interdepartamentais e interinstitucionais e internacionais;

Foco em novos cenários e espaços no ambiente externo e interno da instituição e criação de mecanismos para captá-los e identificar possíveis repercussões institucionais ; sensibilidade e desenvolvimento de estratégias em face à novos cenário e aos movimentos oriundos de relações globais, que se delineiam.

Criação e Disponibilização de espaços pedagógicos e físicos para a ocorrência de reuniões de trabalho de caráter interdepartamental e interdisciplinar . Isaia e Bolzan (2009) entendem o conhecimento compartilhado como constituinte da professoralidade.

A interdisciplinaridade pode ser um caminho que permeia os saberes e a prática pedagógica do professor na construção de sua identidade. Assim, a pesquisa da prática, a pesquisa em sala de aula, a pesquisa como princípio educativo à iniciação científica e a pesquisa institucional poderão estabelecer diferentes conexões entre a epistemologia do conhecimento e o mundo que os cerca (LAUXEN, 2011 p. 46). Para os docentes que acreditam na educação como um bem universal, como espaço público e como espaço

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democrático,encontram o desafio de preservar o direito humano e social na construção da identidade e no exercício da cidadania. Isso significa desenvolver uma prática com qualidade social e compromisso político da transformação. Isso envolve relações entre pessoas, projetos, processos que se produzem mutuamente, embasados uma visão ser humano, educação e sociedade( LAUXEN, 2011 p. 53)

b) Indicativos de promoção de mudanças e interdisciplinaridade.

Na categoria promoção de mudanças nos contextos emergentes, são duas as direcionalidades: para e pela inclusão do conhecimento. Elas reverberam e remetem a papeis sociais e culturais na formação do docente de ES e na formação dos futuros profissionais contribuindo para a formação humana e para o fortalecimento da vida dos sujeitos.

Para a inclusão no conhecimento a mudança ocorre na medida em que a gestão institucional desenvolve mecanismos estratégicos de disponibilização do conhecimento.

Inúmeros exemplos estão presentes na gestão institucional com repercussões nítidas na gestão formativa. É o caso das políticas e da gestão de iniciativas para que todo o corpo de pessoal tenha acesso aos conhecimentos e informações como sites, salões de iniciação científica, projetos interdisciplinares e grupos interdisciplinares de estudos.

Pela inclusão no conhecimento é o caso de programas de mobilidade estudantil e de docentes em outras instituições no país ou no exterior, bem como a formação de redes que possibilitem essas discussões com práticas interdisciplinares.

Adentrar a questão da promoção de mudanças traz consigo a introdução de políticas e gestão institucional que possibilitem mudanças em toda a vida acadêmica institucional. Tal posição se estende pela criação de espaços organizativos já mencionados, mas geridos por mais de uma unidade institucional e com focos investigativos que tragam como exigência a associação de no mínimo duas áreas e/ou dois campos de conhecimento. Entretanto, é importante registrar que aqui se trata de formação continuada de docentes de educação superior e que existe uma concordância quase-tácita de que tal formação, assumida como profissão, abarca um processo que se desenvolve ao longo de toda a trajetória formativa (ISAIA e BOLZAN, 2009;

LAUXEN, e FRANCO, 2017; LAUXEN, 2011 ; CUNHA, 2016).

Na interconectividade entre a gestão institucional e a gestão da formação continuada na docência da Educação Superior a promoção de mudanças apresenta duas direcionalidades : a promoção de mudanças para a inclusão do conhecimento e a

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promoção de mudança pela inclusão no conhecimento . Ambas as categorias e seus descritores remetem para papeis sociais e culturais na formação do docente de ES, para o espaço da inovação e para a formação que ele promoverá em futuros profissionais, como se pode ver a seguir:

Promoção de mudanças para a inclusão no conhecimento ocorre na medida em que a gestão institucional desenvolve e aciona mecanismos estratégicos para criar condições garantidoras da inclusão no processo de formação continuada.

As estratégias transitam numa variada gama de possibilidades garantidoras da inclusão no conhecimento, desde a abertura de horários, bolsas, viagens, condições organizativas e de modalidades de oferecimento de cursos e vagas, disponibilização de informações entre outras. A estruturação de condições certamente implica inovações e mudança;

 Promoção de mudanças pela inclusão no conhecimento refere-se aos desdobramentos do próprio conhecimento desenvolvido e construído na trajetória que forma a ‘profissionalidade’. É mais profundo, pois significa uso do conhecimento e seus desdobramentos e se refere à programas e práticas inovadoras, ao compartilhar de saberes com outros docentes e profissionais em outras instituições no país ou no exterior. Envolve facilitar e viabilizar a participação em seminários cursos, frequência à disciplinas de pós-graduação e aos próprios programas certificatórios como os cursos e programas de mestrado e doutorado.( CORRÊA e RIBEIRO, 2013 ;CUNHA, 2016)

O conhecimento sistematizado pela pesquisa científica e o conhecimento profissional docente que constituem o professor na sua trajetória fazem parte da promoção de mudanças pela inclusão do conhecimento acrescidos da disponibilização do conhecimento. Inúmeros exemplos ocorrem na gestão institucional com repercussões nítidas na gestão institucional e formativa especialmente tendo presente a mudança paradigmática que se processa e xige novas reflexões (SANTOS, 2000;

2010) .

Adentrando a questão da promoção de mudanças, os espaços participativos nos contextos emergentes coloca as instituições de educação superior como promotoras e disseminadoras do conhecimento na formação dos futuros tomadores de decisões. Ao mesmo tempo, o papel multiplicador das IES na busca por alternativas dos problemas concretos da sociedade (TAUCHEN, 2007).

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Em conformidade com o Relatório da Unesco, para a educação no século XXI, Delors (1999) destaca que a educação superior, principalmente as universidades, desenvolvem inúmeros papeis, dentre eles o lugar onde se aprende e é fonte de saber; o lugar da cultura e onde se produz e socializa o conhecimento. Para que a mudança ocorra é necessário que as instituições se comprometam com ações voltadas para reformulações dos seus processos e com novos modelos de gestão. Isso implica, conforma Freitas (2007), numa cultura organizacional permeada por comportamentos, ideologias, valores e normas a serem seguidos nos processos de decisão.

Considerações e questões que se antevê

As conclusões ressaltam a interconectividade na formação para a docência na ES (educação continuada e em serviço), mas, também, na docência para a formação dos novos profissionais; a presença da política e gestão nas mudanças para a inserção no conhecimento, mas, também na institucionalização de condições, que assegurem interconectividade entre a política, gestão institucional e a gestão na formação para docência na ES.

Na produção acadêmica certificatória analisada, existe interconectividade entre a gestão institucional e a gestão da formação continuada na docência da educação superior. A análise mostra a importância estratégica da gestão neste processo, o que implica em políticas e na própria gestão de suas transposições para práticas inovadoras.

Uma das implicações marcantes, da interconectividade mencionada refere-se à crucialidade de identificar e agir no plano político e de gestão sobre espaços participativos vinculados aos novos cenários. Estes parecem continuamente e incessantemente criarnovos movimentos que se apresentam no mundo, nas redes, nas comunicações e nas ações e exigem uma visão antecipativa da IES e de seus docentes

Neste entorno e a partir das análises pode-se afirmar que o objetivo deste estudo foi atendido, mesmo com limitantes, pois ressalta diversas implicações da interconectividade entre a gestão institucional e gestão da formação continuada para a docência na educação superior, o que torna de grande valia o processo de desenvolvimento de políticas institucionais e de sua transposição para a prática estreitamente ligado à gestão.

A importância e a necessidade de se multiplicarem práticas sociais, via espaços participativos, baseadas no fortalecimento do direito ao acesso a informação e à

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educação ambiental numa perspectiva integradora. O desafio que está colocado é o de não só reconhecer, mas estimular práticas que reforcem a autonomia e a legitimidade dos atores sociais que atuem articuladamente numa perspectiva de cooperação, no processo de fortalecimento da democracia e da cidadania. Nesse sentido o papel da docência é essencial para impulsionar as transformações de uma educação que assume o compromisso com a formação de valores de sustentabilidade, como parte de um processo coletivo.

Neste sentido a gestão da docência pode tornar a educação superior em espaço possível de mudanças para a sustentabilidade a partir da educação para a cidadania, a partir da formação crítica que paute pela ética; pelos direitos humanos; pela participação; pelas condições humanas de trabalho; assim como pelas relações sociais, da cultura, da transparência, da educação voltada para à liberdade política e social, conforme nos coloca Freire (2008).

Conclui-se que existe interconectividade entre gestão institucional e gestão da formação continuada tendo presente indicativos de interdisciplinaridade e de promoção de mudanças. Entretanto as instituições e as praticas de formação não protagonizam suficientes possibilidades que ampliem diálogos que favoreçam a interdisciplinaridade e a promoção de mudanças e inovações e possam, fazer a crítica ao modelo hegemônico.

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