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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GISELE FERREIRA FEDALTO

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

GISELE FERREIRA FEDALTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR:

CONTROLE ÉTICO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

CURITIBA 2015

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GISELE FERREIRA FEDALTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR:

CONTROLE ÉTICO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

CURITIBA 2015

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

Professora orientadora: Jesséa de Fátima França

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TERMO DE APROVAÇÃO

GISELE FERREIRA FEDALTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR:

CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 03 de dezembro de 2015.

________________________________

Bacharelado em Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Prof. Jesséa de Fátima França Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Maria Aparecida Alcântara Universidade Tuiuti do Paraná

Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns Universidade Tuiuti do Paraná

(4)

À minha mãe Neiva Fedalto, ao meu pai Darley Fedalto e a todos aqueles que sempre me apoiaram e incentivaram em todas as minhas decisões. E principalmente a Deus, por abençoar esta conquista.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, pela paciência e apoio. Em especial à minha mãe Neiva e ao meu pai Darley, que me ensinaram os valores da vida, os quais me fortalecem para seguir em frente. Obrigada pelo incentivo, dedicação e pela fé em mim depositada.

À minha avó Rosa pelo imenso carinho, apoio e confiança.

Ao meu irmão Jeferson pela motivação.

Às minhas amigas e futuras colegas de profissão, Janaínna, Sandra, Milena, Tatielli, Morgana e Paula e a todos os colegas de classe que lutaram comigo por um mesmo objetivo.

A minha amiga de estágio Adriele pelo companheirismo durante essa etapa.

Aos funcionários da Faculdade Evangélica do Paraná e aos professores que tive a honra de conhecer durante esta trajetória da minha formação acadêmica, que transmitiram os seus conhecimentos e mais que isso, me ensinaram que devemos lutar até o fim pelo que acreditamos. A vocês expresso o meu orgulho e gratidão.

À Universidade Tuiuti do Paraná por acolher os alunos em um momento tão delicado para nós.

Aos professores da Universidade Tuiuti do Paraná pela colaboração e ensinamentos.

À querida professora Jesséa, pelo suporte e orientação durante o decorrer desse trabalho.

Aos professores, funcionários e Médicos Veterinários residentes da Universidade Federal do Paraná, em especial a Amanda e Amália, por me proporcionarem o aprendizado de competências próprias da atividade profissional tanto no Hospital Veterinário quanto na Medicina Veterinária do Coletivo.

A Deus, pela vida, proteção e por tornar esse sonho realidade, sua benção foi essencial nessa caminhada.

(6)

E a todos que desejaram o meu bem e contribuíram para a minha formação acadêmica.

(7)

“Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos.”

Louis J. Camuti

(8)

RESUMO

O estágio curricular é fundamental para lapidar todo o conhecimento adquirido durante a graduação, porém de forma prática e rotineira. O objetivo do presente estudo foi realizar uma avaliação da casuística acompanhada em cada área de estágio, descrevendo as atividades executadas. Incluiu-se um levantamento de dados do ano de 2014 do Projeto de Controle Ético Populacional de Cães e Gatos do município de Pinhais, Paraná, com a respectiva revisão de literatura que aborda a importância do manejo dessas populações dentro da saúde pública, pois o crescimento indiscriminado do número de cães e gatos, com todas as suas implicações sanitárias, sociais e humanitárias é extremamente preocupante, sendo necessário difundir conhecimentos, estimular e motivar posturas de guarda responsável.

Palavras-chave: Saúde Pública, Controle Ético Populacional, Pequenos Animais, Guarda Responsável.

(9)

ABSTRACT

The traineeship is essential to polish all the knowledge acquired during the graduation, but in practice and routinely. The aim of this study was to evaluate the sample accompanied at every stage area, describing the activities performed.

Included was a year of data collection in 2014 of population ethical control design of dogs and cats from the city of Pinhais, Paraná, with their literature review that addresses the importance of managing these populations within the public health, because growth indiscriminate number of dogs and cats, with all its health, social and humanitarian implications, is extremely worrying, being necessary to disseminate knowledge, stimulate and encourage responsible ownership postures.

Key Words: Public Health, Population Ethical Control, Small Animals, Responsible Ownership.

(10)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1

FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5

FIGURA 6

FIGURA 7

FIGURA 8

FIGURA 9 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13

FIGURA 14

FIGURA 15 FIGURA 16

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais...

Centro de Controle de Zoonoses de São José dos Pinhais...

Consultório específico para avaliação clínica dos animais...

Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Curitiba...

Investigação de leptospirose em local de manipulação de material reciclável...

Investigação de leptospirose em residência de paciente com óbito confirmado...

Morcego que foi submetido à coleta de material biológico no laboratório do CCZ de Curitiba...

Morcego durante o reconhecimento da sua ordem e família pertencente...

Passeio realizado com o cão Milo pelo campus da UFPR...

Cão Milo abrigado no canil da UFPR...

Cadela Lola abrigada no canil da UFPR...

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais...

Ficha de denuncia de maus tratos aos animais do município de Pinhais...

Retirada da corda onde o cão permanecia preso, durante uma fiscalização de maus tratos aos animais...

Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná...

Ambulatório para atendimento clínico geral do HV UFPR...

17 19 20 21

22

23

24

24 25 26 26 27

29

30 31 32

(11)

FIGURA 17 FIGURA 18 FIGURA 19 FIGURA 20 FIGURA 21 FIGURA 22

Sala de emergência do HV UFPR...

Sala de cirurgia do bloco cirúrgico do HV UFPR...

Internamento geral do HV UFPR...

Internamento exclusivo para gatos do HV UFPR...

Sala de isolamento para doenças infecciosas do HV UFPR Sala de radiografia do HV UFPR...

32 33 33 34 34 35

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CCZ UFPR UTP SEMMA FC FR TR TPC

® UPA UMEES SRD HV UTI

Centro de Controle de Zoonoses Universidade Federal do Paraná Universidade Tuiuti do Paraná

Secretaria Municipal de Meio Ambiente Frequência Cardíaca

Frequência Respiratória Temperatura Retal

Tempo de Preenchimento Capilar Marca Registrada

Unidade de Pronto Atendimento

Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde Sem Raça Definida

Hospital Veterinário

Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1

GRÁFICO 2

GRÁFICO 3

GRÁFICO 4

GRÁFICO 5

GRÁFICO 6

Raças caninas acompanhadas durante o período de estágio no HV UFPR...

Raças felinas acompanhadas durante o período de estágio no HV UFPR...

Discriminação dos sistemas mais acometidos em cães, durante o período de estágio no HV UFPR...

Proporção entre as espécies dos animais cadastrados no Projeto de Controle Ético Populacional de Cães e Gatos de Pinhais no ano de 2014...

Proporção entre machos e fêmeas felinos cadastrados no projeto em 2014...

Proporção entre machos e fêmeas canino cadastrados no projeto em 2014...

36

37

37

46

46

47

(14)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1

TABELA 2

TABELA 3

TABELA 4

Proporção entre machos e fêmeas dos 63 casos acompanhados no HV UFPR...

Discriminação dos sistemas mais acometidos em gatos, durante o período de estágio no HV UFPR...

Medicina Preventiva: Vacinações realizadas em cães e gatos, durante o período de estágio no HV UFPR...

Situação dos cadastros realizados em 2014 no Projeto de Controle Ético Populacional de Cães e Gatos do Município de Pinhais...

36

38

38

45

(15)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...16

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO...17

2.1 MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO...17

2.1.1 Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais...17

2.1.2 Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Curitiba...21

2.1.3 Canil da Universidade Federal do Paraná...25

2.1.4 Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais...27

2.2 HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ...31

2.2.1 Atividades Desenvolvidas...35

2.2.2 Casuística...36

3 REVISÃO DE LITERATURA...39

4 LEVANTAMENTO DE DADOS DO PROJETO DE CONTROLE ÉTICO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS DO MUNICÍPIO DE PINHAIS, PARANÁ NO ANO DE 2014...43

5 CONCLUSÃO...48

6 REFERÊNCIAS...49

(16)

1. INTRODUÇÃO

O estágio curricular obrigatório é de extrema importância para que o acadêmico tenha a oportunidade de acompanhar uma rotina de atividades profissionais de sua área, desenvolvendo os conhecimentos que aprendeu em sala de aula, visando à contextualização curricular.

O aprendizado de forma prática permite ao acadêmico fixar o conteúdo a ele lecionado e sanar as dúvidas que lhe reste, visto que sempre estará acompanhado de um supervisor qualificado, além de vivenciar novas experiências na área de interesse, tornando-se assim mais seguro e apto a desenvolver as competências da sua profissão.

O presente trabalho tem como finalidade descrever as atividades exercidas durante o período de estágio curricular realizado como requisito parcial para a conclusão do curso de Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti do Paraná.

O estágio curricular foi desenvolvido em duas áreas diferentes, sob a orientação da professora Jesséa de Fátima França. Durante o período de 03 de agosto a 02 de outubro de 2015, foi realizado na Universidade Federal do Paraná, na área de Medicina Veterinária do Coletivo, totalizando uma carga horária de 359 horas, sob supervisão do Médico Veterinário Alexander Welker Biondo.

No período de 05 de outubro a 30 de outubro de 2015, foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, totalizando uma carga horária de 152 horas, sob supervisão do Médico Veterinário Marlos Gonçalves Sousa.

Este trabalho apresenta a descrição dos locais de estágio, com as respectivas casuísticas e atividades acompanhadas e desenvolvidas e um levantamento de dados do Projeto de Controle Ético da População Canina e Felina do município de Pinhais, com sua respectiva revisão bibliográfica.

(17)

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

2.1 MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO UFPR

A Medicina Veterinária do Coletivo envolve demandas sociais nas áreas de saúde e bem estar animal aplicado em: medicina de abrigos, saúde única, controle populacional canino e felino, medicina veterinária forense, maus tratos, acumuladores, educação em saúde e guarda responsável.

O estágio nessa área preconiza o acompanhamento das atividades realizadas pelos Médicos Veterinários residentes do Coletivo, com a observação do desenvolvimento das atividades ocorridas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Curitiba e no canil da UFPR.

2.1.1 SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Um período do estágio, de aproximadamente um mês, foi realizado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais que está localizada na Avenida Senador Souza Naves, número 420, Centro, São José dos Pinhais, Paraná.

FIGURA 1 – Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São José dos Pinhais

Fonte: Acervo pessoal

(18)

As atividades desenvolvidas no setor de Guarda Responsável foram relacionadas ao Programa de Controle ético da População Canina e Felina, que foi implantado pelo município de São José dos Pinhais pelo Decreto Municipal nº 35/10.

Esse programa contempla cães e gatos de famílias residentes no município, priorizando a população de baixa renda. Para que seus animais passem pelo procedimento cirúrgico de esterilização, as famílias devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e realizar o cadastro, após a confirmação aguardam em uma lista de espera por aproximadamente 6 meses até que sejam chamadas para participar do mini curso, que é uma palestra ministrada pelos Médicos Veterinários da prefeitura em conjunto com os residentes da UFPR objetivando passar informações referentes a guarda responsável, orientando sobre práticas de promoção do bem-estar animal que devem ser exercidas pelo proprietário e também os cuidados pré e pós-operatório dos animais que serão submetidos ao procedimento de castração.

Após a participação no mini curso, o proprietário é orientado a levar o seu animal para a avaliação clínica na data e horário agendados pela SEMMA. A avaliação é conduzida pelo Médico Veterinário no CCZ de São José dos Pinhais (FIGURA 2). Na avaliação clínica realizada em um consultório especifico para o programa (FIGURA 3), é feita a anamnese e são checados os parâmetros vitais do animal, como FC, FR, TR, TPC, hidratação, presença de linfonodos reativos, presença de alterações à palpação, escore corporal e presença ou não de doença.

Se o animal estiver apto para a cirurgia e não for vacinado regularmente, ele recebe vacina polivalente contra as doenças dos cães ou gatos (Vanguard®) e vacina antirrábica (Rabisin®), ambas gratuitas.

No momento da avaliação é agendada a data e local da castração e também são repassadas orientações sobre os cuidados com relação ao pré e pós-operatório. A prefeitura é conveniada com três clinicas veterinárias, Acupet, Animalis e Vip Vet, que são responsáveis por realizar a esterilização dos animais. Na data marcada, os proprietários são orientados a levar seus animais na clínica conveniada de sua preferência, lá permanecendo para a realização do procedimento cirúrgico, e ao final do dia, se estiver recuperado e apto para retornar a sua casa, o animal recebe alta médica.

(19)

Os cães e gatos são excluídos do programa caso apresentem idade avançada, presença de tumores, doença debilitante, cadelas prenhas ou em situações em que o procedimento constitua maior risco ao animal.

FIGURA 2 – Centro de Controle de Zoonoses de São José dos Pinhais

Fonte: Adriele Aparecida Binhara Braz, 2015

(20)

FIGURA 3 – Consultório específico para avaliação clínica dos animais

Fonte: Acervo pessoal

Durante o período de estágio, foram acompanhados 156 animais, os quais foram submetidos a avaliação clínica. Posteriormente, foram liberados 124 animais para a castração e 32 foram excluídos do programa, pois não estavam aptos para o procedimento cirúrgico.

Desses 156 animais, 127 eram caninos (81,41%) e 29 felinos (18,58%). Dentre os caninos 104 eram fêmeas e 23 machos e com relação aos felinos 21 eram fêmeas e 8 machos.

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2.1.2 CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES E VETORES DE CURITIBA Um período do estágio, de aproximadamente 14 dias, foi realizado no CCZ de Curitiba que está localizado na Rua Lodovico Kaminski, sem número, CIC, Curitiba, Paraná.

FIGURA 4 – Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Curitiba

Fonte: Acervo pessoal

Uma das atividades desenvolvidas no CCZ de Curitiba foi a investigação dos casos confirmados de leptospirose humana, visando obter informações como provável local de infecção e promover o esclarecimento de possíveis dúvidas relacionadas à zoonose em questão.

Após a identificação dos casos confirmados de leptospirose humana, o Médico Veterinário juntamente com sua equipe, vai até a residência do paciente para avaliar a sua atual situação e realiza algumas perguntas sobre a renda familiar, escolaridade, o local de atendimento médico (UPA ou rede particular) e como foi a evolução do caso (em tratamento/cura ou óbito). Também faz o levantamento do provável local de infecção do paciente, verificando se o mesmo teve contato com as seguintes situações nos trinta dias anteriores ao início dos sintomas, como:

jardinagem, limpeza de terreno, horta, situação de enchente, contato com valeta/rio, terreno encharcado, manipulação de material reciclável, presença de abrigo e

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alimento para roedores, presença de acesso, sinais ou mesmo dos roedores no domicílio, trabalho ou local de lazer.

Em seguida o Médico Veterinário promove a educação em saúde, esclarecendo eventuais dúvidas sobre a leptospirose e explicando como o paciente deve proceder para desenvolver atitudes positivas para efetivação das ações de prevenção de zoonoses.

Durante o período de estágio foram acompanhadas seis visitas aos pacientes com casos confirmados de leptospirose. As visitas ocorreram em bairros distintos de Curitiba, tendo em comum as residências humildes ou locais de trabalho em situação de risco (manipulação de material reciclável).

FIGURA 5 – Investigação de leptospirose em local de manipulação de material reciclável

Fonte: Adriele Aparecida Binhara Braz, 2015

(23)

FIGURA 6 - Investigação de leptospirose em residência de paciente com óbito confirmado

Fonte: Acervo pessoal

O recolhimento de um morcego encontrado caído em um local não comum a espécie durante o dia (suspeito de raiva) também foi uma atividade acompanhada, o CCZ recebeu a informação pela central de atendimento e informações 156, de que um morcego encontrava-se na garagem de uma residência no bairro Bigorrilho, Curitiba, Paraná.

Em seguida uma equipe especializada para o recolhimento deste animal deslocou-se até a residência para recolher o mesmo, que foi encaminhado para o CCZ. Como a pessoa entrou em contato com o morcego, este foi eutanasiado, para posteriormente realizar-se a coleta e encaminhamento do material biológico para realização de exame de raiva.

(24)

FIGURA 7 – Morcego que foi submetido à coleta de material biológico no laboratório do CCZ de Curitiba

Fonte: Acervo pessoal

FIGURA 8 - Morcego durante o reconhecimento da sua ordem e família pertencente

Fonte: Acervo pessoal

(25)

2.1.3 CANIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Durante os 2 meses de estágio realizados na Medicina Veterinária do Coletivo, nas segundas e sextas-feiras foram executadas atividades no canil da UFPR.

O canil abriga 8 cães, dentre eles estão animais abandonados e resgatados de situações de maus tratos ou oriundos de acumuladores, 7 deles estão disponíveis para adoção e 1 está em processo de treinamento comportamental.

A maioria dos cães presentes no canil apresentam alterações comportamentais, que são trabalhadas pelos Médicos Veterinários residentes, mestrandos, estagiários e alguns alunos da UFPR.

As atividades desenvolvidas foram voltadas para o comportamento animal, sendo treinados comandos com os cães e também passeios pelo campus para estimular a socialização dos mesmos.

FIGURA 9 – Passeio realizado com o cão Milo pelo campus da UFPR

Fonte: Acervo pessoal

(26)

FIGURA 10 – Cão Milo abrigado no canil da UFPR

Fonte: Acervo pessoal

FIGURA 11 – Cadela Lola abrigada no canil da UFPR

Fonte: Acervo pessoal

.

(27)

2.1.4 SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PINHAIS

Um período do estágio, de aproximadamente 14 dias, foi realizado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais que está localizada na Rodovia João Leopoldo Jacomel, 11427, Pineville, Pinhais, Paraná.

FIGURA 12 - Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais

Fonte: Acervo pessoal

Uma das atividades desenvolvidas na seção de Defesa e Proteção Animal foi relacionada ao Projeto de castração gratuita de cães e gatos (Lei Municipal 1356/2012).

O programa contempla caninos e felinos (machos ou fêmeas) de famílias residentes no município de Pinhais que possuam renda de até três salários mínimos.

Para que os animais passem pelo procedimento cirúrgico de esterilização, os proprietários devem entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente para realizar o cadastro e em seguida assistir uma palestra sobre guarda responsável.

Após o cadastramento, o animal é microchipado e caso não seja vacinado regularmente, a Prefeitura se responsabiliza pela vacinação do animal no momento da avaliação clínica, esta realizada pelo Médico Veterinário durante a visita domiciliar.

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A cirurgia é realizada na clínica veterinária conveniada da prefeitura Paulo Miranda ou pela UMEES, ambas em data e horário marcados previamente pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pinhais.

Outra atividade desenvolvida na SEMMA de Pinhais foi o projeto Carroceiros, que iniciou em 2008 sendo uma parceria da Prefeitura Municipal de Pinhais com a Universidade Federal do Paraná.

A cada três meses os equinos são levados até a Secretaria Municipal de Educação em Pinhais, e recebem pela equipe de alunos, estagiários, residentes e professores da UFPR, todo o atendimento necessário, visando manutenção de sua saúde, ou seja, exame físico completo, exame de fezes, exames de sangue, além de receberem vermífugos e vacinas contra encefalomielite, tétano, leptospirose e raiva.

Os animais doentes ou que precisavam de outras intervenções eram levados ao Hospital Veterinário da UFPR, onde recebiam a assistência necessária.

Dessa forma, o projeto Carroceiros é um programa de grande importância para o bem estar dos equinos usados para o trabalho no município de Pinhais.

A fiscalização de maus tratos aos animais também foi uma atividade acompanhada durante o estágio, já que o abandono e a prática de ato de abuso ou maus tratos caracterizam crime, de acordo com a Lei Municipal 1356/2012.

A partir da denúncia realizada pelo contato telefônico, é preenchida uma ficha (FIGURA 13) com os dados do denunciante (sigiloso), dados do denunciado, motivo da denúncia, quantidade, espécie e características do animal envolvido. Após o registro, os fiscais de proteção animal vão até o local para investigação, possuindo a ficha de vistoria que permite descrever o que foi observado durante a visita e colocar o parecer técnico.

Se confirmada a denúncia ou qualquer outra situação de maus tratos, a conduta do fiscal pode ser orientação, notificação ou autuação, sempre utilizando o embasamento legal para respaldar as suas decisões.

(29)

FIGURA 13 – Ficha de denúncia de maus tratos aos animais do município de Pinhais

Fonte: SEMMA de Pinhais

No decorrer do estágio foram realizadas oito vistorias em imóveis no município de Pinhais com a presença dos fiscais de Proteção Animal. Em uma destas, observou- se três cães SRD, todos com evidência de maus tratos, com escore corporal inadequado (2/5), presos em uma corda curta sem acesso a água e comida, num ambiente sujo com presença de muitas fezes, indicando comprometimento das cinco liberdades do bem-estar animal. O proprietário foi orientado a remover a corda que mantinha os animais presos, fazer melhorias no local e manter água fresca e alimento sempre disponível.

(30)

FIGURA 14 – Retirada da corda onde o cão permanecia preso, durante uma fiscalização de maus tratos aos animais

Fonte: Acervo pessoal

(31)

2.2 HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Um período do estágio, de aproximadamente um mês, foi realizado no Hospital Veterinário da UFPR que está localizado na Rua dos Funcionários, número 1540, Juvevê, Curitiba, Paraná.

FIGURA 15 – Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná

Fonte: Acervo pessoal

O curso de Medicina Veterinária da UFPR é o mais antigo do estado do Paraná e possui um Hospital Veterinário (HV) com excelente estrutura para atendimento clínico e cirúrgico de animais de pequeno porte, grande porte e animais silvestres.

O HV da UFPR presta serviços de atendimento clínico geral e serviços especializados em oftalmologia, cardiologia, odontologia, oncologia, cirurgia de tecidos moles, ortopedia, anestesiologia, diagnóstico por imagem, emergência e terapia intensiva.

A estrutura do HV dispõe de seis ambulatórios (FIGURA 16), uma sala de emergência (FIGURA 17), um bloco cirúrgico (FIGURA 18), um internamento geral (FIGURA 19), um internamento exclusivo para gatos (FIGURA 20), uma sala de isolamento para doenças infecciosas (FIGURA 21), salas de pré-operatório e pós- operatório; laboratórios de diagnóstico por imagem (FIGURA 22), sala de eletrocardiograma e ecocardiograma, Setor de Histopatologia, Parasitologia,

(32)

Patologia Clínica e Microbiologia, sala de necropsia, lavanderia e alojamento para Médicos Veterinários plantonistas.

FIGURA 16 – Ambulatório para atendimento clínico geral do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

FIGURA 17 – Sala de emergência do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

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FIGURA 18 – Sala de cirurgia do bloco cirúrgico do HV UFPR

Fonte: Adriele Aparecida Binhara Braz, 2015

FIGURA 19 – Internamento geral do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

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FIGURA 20 – Internamento exclusivo para gatos do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

FIGURA 21 – Isolamento para doenças infecciosas do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

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FIGURA 22 – Sala de radiografia do HV UFPR

Fonte: Acervo pessoal

2.2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas compreenderam a área de Clínica Médica de Pequenos Animais. Nesse setor foram realizadas consultas no ambulatório (com horário marcado) e com senha (sem horário marcado) que incluíam a anamnese e exame físico dos pacientes, em seguida o caso clínico era passado para o Médico Veterinário residente responsável. A interpretação dos exames complementares e conduta de tratamento eram discutidas com o residente, após o termino da consulta, na ausência do proprietário.

No internamento efetuou-se a monitoração dos pacientes internados, a partir da aferição dos parâmetros vitais (TR, TPC, FC, FR e avaliação de mucosas), administração de medicamentos, controle da glicemia e pressão arterial, fornecimento de dietas e verificação da fluidoterapia. No isolamento as atividades executadas foram as mesmas do internamento, porém visando não disseminar as doenças infecciosas ali existentes.

Durante os casos de emergência, o estagiário, auxilia quando requerido, na fluidoterapia, oxigenioterapia, colheita de material para exame ou qualquer outra

(36)

atividade determinada pelo residente responsável, após a estabilização do paciente, é realizada a anamnese junto ao proprietário, bem como a monitoração constante do paciente. Se necessário a utilização da UTI, os cuidados são repassados para os estagiários e residentes de anestesiologia.

2.2.2 CASUÍSTICA

Durante o período de estágio foram acompanhados os atendimentos de 63 animais, entre casos novos e retornos. Dentre esses, 49 animais (78%) eram da espécie canina e 14 animais (22%) eram da espécie felina. Dentre os cães, um total de 60% eram fêmeas, enquanto que, dentre os gatos, 57% eram machos.

TABELA 1 – Proporção entre machos e fêmeas dos 63 casos acompanhados no HV UFPR ESPÉCIE MACHOS FÊMEAS TOTAL DE ANIMAIS

CANINA 20 29 49

FELINA 8 6 14

Com relação a raça dos 49 cães atendidos, 37% eram SRD, dos que possuíam raça definida, eram mais representados pela raça Yorkshire (13%) e Pinscher (10%), seguido pelas demais raças (GRÁFICO 1), entre os gatos, a maioria (86%) não possuíam raça definida (GRÁFICO 2).

GRÁFICO 1 – Raças caninas acompanhadas durante o período de estágio no HV UFPR

0 5 10 15 20 25 30 35 40

(37)

GRÁFICO 2 – Raças felinas acompanhadas durante o período de estágio no HV UFPR

O gráfico 3 mostra os principais atendimentos realizados em cães, durante o período de estágio. O sistema mais acometido foi a dermatologia (23%), seguido do equilíbrio entre os casos gastrointestinais (13%), musculoesqueléticos (13%), endócrinos (13%) e oncológicos (13%).

GRÁFICO 3 - Discriminação dos sistemas mais acometidos em cães, durante o período de estágio no HV UFPR

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

SRD SIÂMES PERSA

Gastrointestinal Dermatologia Genitourinário

Doenças Infectocontagiosas Respiratório

Neurológico Musculoesquelético Endocrinologia Oncologia Cardiologia 23%

13%

10% 2%

6% 2%

13%

13%

13% 5%

(38)

Com relação aos sistemas mais acometidos em gatos (TABELA 2), acompanhados durante o período de estágio, em maior número encontram-se os casos genitourinários (34%), seguido dos problemas dermatológicos (25%) e endócrinos (17%).

TABELA 2 – Discriminação dos sistemas mais acometidos em gatos, durante o período de estágio no HV UFPR

Atendimentos Número de casos %

Cardiologia 1 8

Dermatologia 3 25%

Genitourinário 4 34%

Infectocontagiosas 1 8%

Gastrointestinal 1 8%

Endocrinologia 2 17%

Total 12 100%

A tabela 3 mostra que parte dos proprietários vem até o HV UFPR com objetivo de profilaxia dos seus animais, sendo a vacina múltipla contra as doenças dos cães ou gatos a mais procurada, seguida pela vacina da raiva.

TABELA 3 – Medicina Preventiva: Vacinações realizadas em cães e gatos, durante o período de estágio no HV UFPR

Espécie Raiva Múltipla

Canina 2 7

Felina 1 1

Total 3 8

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3. REVISÃO DE LITERATURA

A interação entre seres humanos e animais requer o desenvolvimento de ações conscientes para que sejam mantidos os equilíbrios social, biológico e ambiental entre as espécies (ACHA; SZYFRES, 2003).

Os animais de estimação representam uma significante parcela de espécimes introduzidos no âmbito das relações humanas, tornando impactante a sua agregação ao cotidiano dos grupos comunitários (VIEIRA et al., 2005). Os cães e gatos são mantidos nas residências ou em outros ambientes, estimulando o desenvolvimento de hábitos, atitudes e valores culturais das famílias, devido à capacidade de proporcionar a complementação de interesses afetivos com as pessoas (SÃO PAULO, 2009).

Os interessados em conviver com animais de estimação assumem o compromisso ético de manter hábitos e posturas de promoção à saúde e bem estar dos mesmos. Esse compromisso de prover alimentação e controle de mobilidade parece simples, porém a manutenção consiste em uma postura que abranja cuidados com abrigo, sustento, prevenção de doenças e agravos diversos, controle da reprodução e responsabilidade jurídica, diante dessa relação de dependência, faz-se necessária uma nova cultura, com ações de guarda responsável (INSTITUTO PASTEUR, 2000).

As modificações no ambiente, a falta de saneamento básico, o crescimento desordenado das cidades e o desequilíbrio na população animal elevam a possibilidade de disseminação de doenças, principalmente as zoonoses (MAGNABOSCO, 2006). Portanto o excesso de cães e gatos na maioria dos centros urbanos representa um risco para a saúde humana, ambiental e animal (GUTJAHR, 2013).

As atividades isoladas de recolhimento e eliminação de cães e gatos não são efetivas para o controle da dinâmica dessas populações, sendo necessário atuar na causa do problema: a procriação animal sem controle e a falta de responsabilidade do ser humano quanto a sua posse (LIMA; LUNA, 2012).

As cadelas e gatas são animais pluríparos de gestação curta (aproximadamente 60 dias) e proles numerosas que podem atingir a maturidade sexual a partir de 6

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meses de idade. Esses fatores contribuem para o alarmante crescimento populacional de cães e gatos (PAULA, 2012).

O descontrole da população canina e felina está intimamente relacionado com as condições sociais, econômicas e culturais de cada comunidade (SÃO PAULO, 2009).

Atualmente emerge um novo paradigma que visa o respeito e a proteção das formas de vida no controle das zoonoses, já que durante anos a forma de controle populacional animal era a eliminação do susceptível ou da fonte de infecção para promover a saúde humana (SLATER, 2001).

Motivos tais como doenças, alteração de comportamento, crias indesejadas, mudança de residência, viagens e férias familiares ou a simples presença do cão na rua levavam a captura e o extermínio do mesmo (GUTJAHR, 2013).

Essas medidas de eliminação mostravam-se ineficazes, pois a apreensão e remoção de cães errantes desenvolvidas sem conotação epidemiológica, sem o conhecimento prévio da população e segundo técnicas agressivas e cruéis mostraram pouca eficiência no controle da raiva e de outras zoonoses e de diferentes agravos. Bem como, isoladamente a apreensão de cães também não era um fato resolutivo para o controle da dinâmica populacional canina, pois se a capacidade de suporte do ambiente garantir a sobrevida, a reprodução e o ingresso de novos espécimes no grupo, eles suprirão numericamente o desfalque (LIMA;

LUNA, 2012).

O controle das zoonoses e das populações de animais deve ser contemplado em programas ou políticas públicas nos diferentes municípios, necessitando de aporte financeiro, técnico e humano. Sendo imprescindível um planejamento que englobe diagnóstico, controle, ações preventivas e monitoramento (PAULA, 2012).

É de extrema importância que se conheça a dinâmica populacional da área que se pretende interferir, com a realização de censos ou estimativas populacionais, bem como o registro e identificação de animais, que são instrumentos de responsabilização do proprietário e possibilitam dimensionar a quantidade da população canina e felina em determinada região (VIEIRA et al., 2005).

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Segundo o documento Guidelines for dog population management (WHO; WSPA, 1990), os estratos de populações de cães apresentam importância para a saúde pública, podendo ser classificados em:

1. Cães supervisionados ou de proprietários: São animais restritos as dependências de uma moradia. Dependem de um proprietário definido para sua alimentação, cuidados básicos de higiene e prevenção de doenças, obedecem a diferentes comandos.

2. Cães parcialmente supervisionados ou de família: São parcialmente restritos, podendo circular pelas ruas e logradouros públicos sem supervisão.

Dependem parcialmente da intervenção de pessoas para sua alimentação, cuidados básicos de higiene e de prevenção de doenças, respondendo ou não a comandos simples.

3. Cães de vizinhança ou de comunidade: São irrestritos e podem desfrutar de cuidados de pessoas da comunidade, inclusive vacinação e esterilização cirúrgica, sem que haja um responsável. Podem não depender completamente das pessoas para realizar a alimentação.

4. Cães ferais: São independentes e irrestritos. Unem-se em grupos de 10 a 15 animais, à semelhança de matilhas. A interação com seres humanos não ocorre e são de difícil localização, por se abrigarem em locais inusitados de áreas urbanas.

A manutenção de espécimes sem controle de mobilidade e sem supervisão por parte de pessoas que se proponham a com eles interagir, cria condições para que os estratos populacionais de animais de vizinhança e ferais sejam incrementados, aumentando a sua densidade demográfica (GUILLOUX, 2011).

Pode-se dizer que cães e gatos domiciliados, semidomiciliados e errantes apresentam maior risco na transmissão de zoonoses pelo convívio mais estreito com o ser humano, constituindo um sério problema de saúde pública, e isso se agrava em virtude do acelerado grau de reprodução desses animais, o que tornam, conforme já mencionado, extremamente ineficazes todas as medidas amparadas no método de captura e extermínio (PAULA, 2012).

A discussão ética no controle das populações felinas e caninas acontece num período transacional na saúde pública, focando esses animais não apenas como

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potenciais zoonóticos, mas sim, como integrantes das famílias e comunidades, e com valor intrínseco agregado. Os cães e gatos são agentes que interferem na promoção da saúde, positiva ou negativamente, dependendo das políticas públicas implantadas e da guarda responsável, seja para a estabilização dessas populações e prevenção das zoonoses e demais agravos que esses animais possam produzir ao indivíduo e coletividade, seja para o bem-estar dos próprios animais (GARCIA, 2008).

Sendo assim, existem três métodos de intervenção na capacidade reprodutiva de cães e gatos. O método cirúrgico que induz à esterilidade permanente por meio de alterações anatômicas, com remoção cirúrgica total (ovário-salpingo-histerectomia e orquiectomia) ou parcial (ovariectomia e vasectomia) dos órgãos do aparelho reprodutivo. O método farmacológico que em fêmeas suprime indiretamente a fertilidade pela inibição da secreção dos hormônios gonadotróficos, previne o desenvolvimento embrionário, interfere na atividade cíclica ou induz a perda embrionária ou fetal e em machos ocorre a degeneração testicular com consequente diminuição no número de células germinativas. Já o método imunológico interfere na atividade reprodutiva por meio da imunização contra proteínas ou hormônios essências na reprodução (SÃO PAULO, 2009).

O método cirúrgico de esterilização vem sendo utilizado para o controle ético de caninos e felinos em diferentes municípios, sendo uma das formas mais eficazes de reduzir o abandono, garantir uma vida digna aos animais e conter o crescimento das populações (WHO; WSPA, 1990). Sua principal vantagem é o fato de ser realizado em um único procedimento, causando a perda irreversível da capacidade reprodutiva (SLATER, 2001).

As fêmeas esterilizadas cirurgicamente não apresentam cio e os machos orquiectomizados perdem progressivamente a libido, diminuindo assim a possibilidade de ninhadas não desejadas, minimizando a ocorrência de brigas, agravos a seres humanos e disseminação de doenças (NEILSON et al., 1997).

Com uma menor quantidade de animais nas ruas, os índices de captura pelos Centros de Controle de Zoonoses são reduzidos, juntamente com o número de animais sacrificados. A população de cães e gatos errantes é diminuída e há uma melhoria na saúde pública e animal (ACHA; SZYFRES, 2003).

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Portanto é necessário difundir conhecimentos, estimular e motivar posturas de propriedade, posse ou guarda responsável e apresentar propostas alternativas para cada grupo comunitário (PAULA, 2012).

A conscientização da população e do próprio órgão público sobre a importância do serviço de controle da população animal como mecanismo de interação sadia entre os seres humanos e os animais, a fim de garantir a segurança e saúde pública, a preservação do meio ambiente e o resguardo social, será automaticamente obtida com a prestação de um serviço de qualidade e com uma atuação que prime pela ética (ACKEL, 2001).

Controlar as populações canina e felina não é apenas equilibrar a demanda de animais com o número de tutores responsáveis por eles, mas neutralizar os fatores que colaborem para o abandono (GARCIA,2009).

4. LEVANTAMENTO DE DADOS DO PROJETO DE CONTROLE ÉTICO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS DO MUNICÍPIO DE PINHAIS, PARANÁ NO ANO DE 2014

O Médico Veterinário tem papel essencial na saúde pública contemporânea e deve estar inserido nas atividades realizadas nos diversos níveis desse segmento, já que o mesmo deve desempenhar papel fundamental na saúde e bem-estar dos animais perante as necessidades sanitárias humanas, trabalhando através de uma visão complexa que contempla a integração da saúde animal, humana e ambiental (GARCIA, 2008).

Partindo desse ponto de vista a Medicina Veterinária do Coletivo é uma área que cresce rapidamente no campo da medicina Veterinária, pois existe uma necessidade urgente de especialistas em medicina de abrigos, maus tratos contra animais, saúde única, guarda responsável e controle populacional canino e felino (MILLER, 2013).

O conceito de Medicina do Coletivo é uma adaptação do Shelter Medicine e visa proporcionar treinamento avançado em controle, manejo e prevenção de zoonoses, bem como investigação de surtos, proporcionar oportunidade de treinamento na saúde pública incluindo princípios de epidemiologia, trabalhar questões relacionadas

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a acumuladores e medicina veterinária forense. Sendo que um dos pilares do Coletivo no Brasil é o desenvolvimento de programas de controle das populações caninas e felinas, já que a questão do manejo das populações desses animais é relevante para a maioria dos municípios brasileiros (PAULA, 2012).

Esse tema ainda traz muitos questionamentos, pois não apresenta um conjunto de políticas e ações que permitam uma padronização das orientações para as atividades municipais no manejo das populações de cães e gatos. Entretanto, nos últimos anos, vários avanços foram obtidos através de experiências de diversos municípios e instituições, permitindo construir fundamentos iniciais para orientar os serviços que gerenciam essas populações (VIEIRA et al., 2005).

A preocupação com a superpopulação de cães e gatos no município de Pinhais originou ações quanto à implantação de um projeto de controle ético populacional desses animais, respaldado pela lei municipal número 1356 de 14 de Dezembro de 2012 que dispõe sobre a proteção e bem-estar animal.

Nos art. 11 e 12 dessa lei é possível observar que o órgão municipal de controle de zoonoses adotará procedimentos visando o manejo da população de cães e gatos, como disposto em decreto, sendo proibida a eutanásia como método de controle desses animais.

A partir dessas informações foi realizado um levantamento de dados do projeto de controle ético populacional de cães e gatos do município de Pinhais no ano de 2014.

A planilha com os dados utilizados nesse levantamento foi concedida pela Secretária Municipal de Meio Ambiente de Pinhais, nela constavam informações referentes aos dados pessoais do proprietário disposto a esterilizar seu animal (que foram mantidas em sigilo), número e data do cadastro, espécie, nome e sexo do animal e a situação em que o cadastro encontrava-se (aguardando castração, cancelado ou castrado).

O total de cadastrados no projeto foram 810 animais no ano de 2014. Sendo que cada proprietário pode cadastrar apenas um cão ou gato por vez. A Tabela 3 ilustra os resultados obtidos no referido período.

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TABELA 4 – Situação dos cadastros realizados em 2014 no projeto de controle ético populacional de cães e gatos do município de Pinhais

CADASTROS QUANTIDADE %

Castrados 310 39

Cancelados 235 29

Aguardando castração em

2015 265 32

Total 810 100

Os cadastros que foram cancelados apresentam como motivos: o falecimento do animal, castração do cão ou gato realizada em clínica particular sem vínculo com a prefeitura de Pinhais, animais não aptos para a realização do procedimento cirúrgico devido a enfermidades ou a falta de contato telefônico com o proprietário após 5 ligações em datas distintas.

Os cadastros dos animais que não foram cancelados ou castrados no projeto permanecem na fila de espera para a realização da esterilização cirúrgica no ano seguinte (2015).

Dentre os animais participantes do projeto em 2014 observou-se uma maior proporção de caninos (GRÁFICO 4). Com relação ao sexo tanto de cães e gatos a proporção de fêmeas é expressivamente maior quando comparada a de machos (GRÁFICO 5 e 6).

No caso das fêmeas o procedimento cirúrgico de esterilização é ovário-salpingo- histerectomia e no caso dos machos o procedimento é a orquiectomia.

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GRÁFICO 4 – Proporção entre as espécies dos animais cadastrados no projeto de controle ético populacional de cães e gatos de Pinhais no ano de 2014

GRÁFICO 5 – Proporção entre machos e fêmeas felinos cadastrados no projeto em 2014 CANINO FELINO 71%

29%

FELINOS

FÊMEA MACHO 72%

28%

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GRÁFICO 6 – Proporção entre machos e fêmeas caninos cadastrados no projeto em 2014

A conscientização de que a esterilização cirúrgica de cães e gatos se faz necessária, aliada a uma campanha séria de controle populacional, propicia uma maior tranquilidade ao futuro dos animais, evitando a dor, fome e sofrimento.

Ao esterilizar seus animais, as pessoas conseguem evitar a procriação indesejada e manter o controle do animal sob sua responsabilidade, visando assim fornecer e facilitar a aplicação de conhecimentos que envolvam a guarda responsável de animais de estimação, preservando o ser humano de doenças e agressões por parte desses animais.

O controle populacional por meio da esterilização cirúrgica colabora para uma vida digna aos animais, proporcionando bem-estar, tranquilidade e segurança aos seus proprietários e aos demais membros da comunidade.

CANINOS

FÊMEA MACHO 77%

23%

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5. CONCLUSÃO

O estágio curricular obrigatório propiciou a oportunidade de conhecer e conviver com profissionais de diferentes instituições com diferentes condutas terapêuticas e de abordagem na saúde pública, tanto na área da Medicina Veterinária do Coletivo como na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, sendo possível acrescentar valores profissionais e pessoais e colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a graduação.

A guarda responsável de animais é uma questão a ser tratada com maior ênfase, uma das medidas mais eficientes contra a superpopulação de animais começa na conscientização da população sobre o impacto que ela causa, portanto o planejamento e a execução de ações para o controle ético de cães e gatos é de grande importância para tentar minimizar os problemas decorrentes do elevado número de animais observados em vias públicas sem supervisão de um tutor ou responsável e auxiliam no controle de zoonoses e agravos que envolvam essas espécies, assim como garantem a proteção e incremento do bem-estar dos mesmos.

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6. REFERÊNCIAS

ACHA , P. N.; SZYFRES, B. Zoonosis y enfermidades comunes al hombre y a los animales . 3. Ed. Washington, DC.: Organizacion Panamericana de La Salud, 2003.

ACKEL, F. D. Direitos dos Animais. São Paulo: Themis; 2001.

GARCIA, R. C. M. Estudo da dinâmica populacional canina e felina e avaliação de ações para o equilíbrio dessas populações em área da cidade de São Paulo, SP, Brasil. 2009. 264 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

GARCIA, R. C. M. et al. Controle populacional de cães e gatos. Ciência Veterinária. Recife, Pernambuco, v. 11, suplemento 1, p. 106-110, 2008.

GUILLOUX, A. G. A. Estimativa de população de cães errantes e a sua associação com fatores socioeconômicos e ambientais. 2011. 148 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

GUTJAHR, M. Estudo do impacto da esterilização cirúrgica no controle populacional canino por distrito administrativo no município de São Paulo, SP.

2013. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, 2013.

INSTITUTO PASTEUR. Controle de populações de animais de estimação. São Paulo: Instituto Pasteur. 2000.

LIMA, A. F. M.; LUNA, S. P. L. Algumas causas e consequências da superpopulação canina e felina: acaso ou descaso? Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP/ Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. v. 10, n. 1, p. 32-38, 2012.

MAGNABOSCO, C. População domiciliada de cães e gatos no município de São Paulo: perfil obtido através de um perfil multicêntrico. 2006. 110 f. Dissertação

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(Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

MILLER, L.; ZAWISTOWSKI, S. Shelter Medicine for Veterinarians and Staff. 2 ed. 2013.

NEILSON, J. C. et al. Effects of castration on problem behaviors in male dogs with reference to age and duration of behavior. JAVMA. 1997.

PAULA, S. A. Política publica de esterilização cirúrgica de animais domésticos , como estratégia de saúde e educação. 2012. 40. Monografia Especialização em Gestão Pública Municipal. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012.

SÃO PAULO. Programa de controle de populações de cães e gatos do estado de São Paulo. Boletim Epidemiológico Paulista. v. 6, 2009. Suplemento 7.

SLATER, M. R. The role of veterinary epidemiology in the study of free-roaming dogs and cats. Preventive Veterinary Medicine, v. 48, p. 273-286, 2001.

VIEIRA, A. M. L. et al. Programa de controle de populações de cães e gatos do estado de São Paulo. Boletim Epidemiológico Paulista. v. 3, n. 23, 2005.

WHO; WSPA. (WORLD HEALTH ORGANIZATION. WORLD SOCIETY FOR THE PROTECTION OF ANIMALS) Guidelines for the dog population management.

Genebra: WHO; WSPA, 1990. 128 p.

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