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Fatores que interferem no sono de idosos alunos da Universidade da Maturidade (UMA), Palmas-TO

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Gerontologia

Fatores que interferem no sono de idosos alunos da

Universidade da Maturidade (UMA), Palmas-TO

Brasília - DF

2014

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NÚBIA KÊNIA CARNEIRO SILVA

FATORES QUE INTERFEREM NO SONO DE IDOSOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE DA MATURIDADE (UMA), PALMAS-TO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Liz Cunha de Oliveira

(3)

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Universidade

セ@

Católica de Brasília

Dissertação de autoria de NUbla Kênia C..urneiro Silva, iutiluludn "'f.'A'fOltES QUE

int e iセferem@ NO SONO Ofl. IDOSOS ALUNOS f)A UN IVF.RSIOAOE OA MATUIUDAOE (UMA), I'Al.il'tAS - TO", opr<-scot11do como requisito flllrclnl pono obl'ençUo do gnw de Mestre tm Gcrontologin da Unh'ersidndc Cnt61iCla de Orasilia. em OS de agosto de 20 14, defcndid1a e nprovada pelu lr.tncn examinadorA abaixo assinadi•:

Ot·ientadorn

P r. , ·tavo Azevedo Carvalho xant.in1tdor Jntcroo

Universid4de C4lóliCll de Br4sllio UCB

. nrco Túlio de Mello Examinador Externo

Universidádc Fcdeml de São Paulo - UNIFESP

Brt1$1lia

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AGRADECIMENTO

A Deus faço o meu agradecimento maior por ser o alicerce da vida. A minha mãe, Neuza de Jesus Carneiro Silva, pela incontinente ajuda e por ser a pessoa primordial para a concretização dos meus sonhos. Que, mesmo sentindo-se contrariada com a distância, gozou da colheita desse fruto tão almejado.

Agradeço especialmente aos meus queridos irmãos, Neuma Kelen Carneiro Silva e Nélio Carneiro Silva, que mesmo distantes, permaneceram ao meu lado, nos bons e maus momentos, lembrando-me sempre que família é o maior presente que Deus pode dar a uma pessoa.

Ao meu amor, Wilton Resplande de Carvalho, que além de fazer-me feliz, ajudou-me durante todo o percurso de minha vida de mestranda, compreendendo-me e ensinando-me a ser uma pessoa melhor e incentivando-me a nunca desistir dos incentivando-meus objetivos traçados.

A minha ex-coordenadora de trabalho e amiga, Luciana Jansen Afonso Alvarenga, pela compreensão de minhas ausências ao trabalho quando necessitava estar em sala de aula e apoio para a realização desse mestrado, sendo uma das pessoas que me acompanhou na minha luta quando estive em Brasília-DF, aconselhando-me e fazendo acreditar que tudo tem seu tempo.

Ao meu odontólogo, Wesley Silva, pelo carinho que tem dispensado por minha pessoa e pela solidariedade comigo nessa jornada dando apoio incondicional, serei eternamente grata.

A minha cunhada, Francinha, pelo inesgotável carinho e atenção dispendidos a mim e ao meu querido esposo.

Ao meu cunhado, Merivaldo, pelo apoio e acolhimento durante parte de minha estada em Brasília.

Ao meu sobrinho, Diêuler Oliveira de Carvalho, pela presteza e colaboração com seus conhecimentos.

Aos alunos e colaborados da Universidade da Maturidade, que permitiram que eu pudesse entrevistá-los.

A todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para esta imensa felicidade que estou sentido nesse momento.

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“A beleza dos jovens está na sua força, e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos”.

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RESUMO

Referência: SILVA, Núbia Kênia Carneiro. Fatores que interferem no sono dos idosos alunos da Universidade da Maturidade (UMA), Palmas-TO. 2014. 68p. Mestrado em Gerontologia – Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF, 2014.

Introdução: o processo de senescência ocasiona mudanças na quantidade e qualidade do sono. Assim a maioria dos idosos tem queixas relacionadas ao sono decorrentes de mudanças fisiológicas específicas do processo de envelhecimento e que podem causar distúrbios relacionados ao sono. Objetivo: verificar quais os fatores que interferem no sono dos idosos alunos da Universidade da Maturidade (UMA), Palmas-TO. Método: trata-se de um estudo descritivo de corte transversal e de natureza quantitativa. Para levantamento dos dados utilizaram-se os instrumentos: questionário de caracterização socioeconômico seguido da Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e do o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI). Resultados: os resultados da ESE revelou que 75% do grupo masculino e 51,9% do feminino apresentaram sonolência diurna excessiva normal com escores <10. Já as respostas abertas do PSQI em relação à hora de deitar 43,8% os homens deitavam entre 23 e 24 horas, já no grupo das mulheres 29,7% deitavam entre 21 e 22 horas; quanto ao tempo para dormir 68,8% dos homens e 63% das mulheres demoravam ≤ 15 minutos; em relação à hora de acordar 75% dos homens e 37% das mulheres acordam entre 6 e 7 horas; em relação a quantas horas de sono dormiu por noite 50% dos homens dormiram entre 7 e 8 horas por noite e 51,9% das mulheres dormiram ≥ 8 horas por noite. Já no PSQI global 56,2% dos homens possuem uma boa qualidade do sono, enquanto 66,7% das mulheres apresentaram má qualidade do sono, apesar de terem uma maior eficiência relacionada ao sono. Conclusão: os distúrbios do sono, no grupo masculino, foram identificados através dos seguintes fatores: levantar para ir ao banheiro; tossir ou roncar forte; problemas para dormir decorrentes de condições climáticas (muito calor). Já no grupo feminino os fatores que interferem no sono foram: acordar no meio da noite ou de manhã muito cedo; levantar para ir ao banheiro; tossir ou roncar forte; e problemas para dormir decorrentes de condições climáticas (muito calor). Os resultados mostraram que os homens tiveram uma boa qualidade do sono e as mulheres tiveram uma má qualidade do sono.

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ABSTRACT

Introduction: the senescence's process entails changes in the amount and quality of sleep, therefore most elderly have sleep-related complaints arising from specific physiological changes due to the aging process which can cause sleep-related disorders. Purpose: to identify the factors which affect the sleep of elderlies, students from the Maturity's University (UMA, in Portuguese). Method: this is a descriptive survey of cross-sectional and quantitative's nature, the following instruments were used for data collecting: socio-economic survey questionnaire followed by the Epworth Sleepness Scale (ESS) and the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI). Results: the ESS results revealed that 75% of the male group and 51.85% of the female group presented normal excessive daytime sleepness with <10 scores. Whilst the PSQI open answers related to the bed time revealed that 43.75% of men would lay at between 11 pm and 0 am, while 29.63% of women would lay at between 9 pm and 10 pm. In relation to the time to fall asleep, 68.75% of men and 62.96% of women took ≤ 15 minutes; in relation to the wake up time, 75% of men and 37.04% of women wake up at between 6 and 7 am; in relation to the sleep time, 50% of men slept between 7 and 8 hours a night and 51.85% of women slept ≥ 8 hours a night. Whilst the global PSQI revealed that 56.25% of men have a good sleep quality and that 66.67% of women presented bad sleep quality, although they have a bigger efficiency related to the sleep. Conclusion: the sleep disorders in the male group were identified due to the following factors: waking up to go to the bathroom; coughing or snoring strong; issues to sleep due to weather (too hot). On the other hand, the factors that interfered with the sleep in the female group were: waking up in the middle of the night or too early in the morning; waking up to go to the bathroom; coughing or snoring strong; and issues to sleep due to weather (too hot). The results showed that men had a good sleep quality and women had a bad sleep quality.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 ENVELHECIMENTO ... 14

2.3 SONO E ENVELHECIMENTO ... 19

2.4 DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO SONO ... 20

2.4.1 Insônia e sonolência diurna ... 20

2.5 PESQUISAS REALIZADAS SOBRE O SONO ... 24

2.6 AVALIAÇÃO DO SONO ... 27

3 OBJETIVOS ... 29

3.1 OBJETIVO GERAL ... 29

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 29

4 ARTIGO ... 30

REFERÊNCIAS da dissertação ... 50

APÊNDICE A QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO ... 58

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE ... 59

ANEXO B - ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH ... 61

ANEXO C - ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURGH ... 62

ANEXO D ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURG -INSTRUÇÕES PARA PONTUAÇÃO ... 65

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1 INTRODUÇÃO

O contínuo envelhecimento da população aumenta a incidência e a prevalência de um dos grandes desafios na área da gerontologia, os distúrbios relacionados ao sono. Com isso, vêm aumentando o número de pesquisas relacionadas a ele (TRANAH, 2010).

O sono é algo tão natural em nossas vidas que, quando dormimos bem, nós não o valorizamos e mal pensamos sobre como dormimos, com o passar dos anos, nosso corpo passa por diversas transformações até chegarmos ao envelhecimento.

Assim, segundo Espinheira (2013) o sono considerado como o estado de repouso cardiovascular no qual há redução da frequência cardíaca, da pressão arterial sistêmica, do débito cardíaco e da resistência vascular sistêmica.

O sono sofre mudanças na sua arquitetura, que começam a ser observadas no início da idade adulta ou pouco depois (ANCOLI-ISRAEL, 2009). Estas mudanças, por sua vez, costumam trazer diversas alterações fisiológicas e estruturais tais como a diminuição global do tempo de sono noturno, implicando maior permanência de tempo na cama para alcançar a mesma quantidade de sono que os mais jovens. Os idosos deitam-se mais cedo, mas demoram mais tempo a adormecer, o que leva a um aumento da latência do adormecer (BRUCE, BRUCE e VANNELAGANTI, 2009).

O sono do idoso torna-se mais superficial e fragmentado devido às alterações sofridas com a idade, assim tem menor eficiência e pior qualidade (MISSILDINE, 2010).

O termo “qualidade do sono” refere-se ao conjunto de parâmetros quantitativos como latência para o início do sono, duração do sono, eficiência do sono e número de microdespertares. Porém, parâmetros qualitativos também devem ser adicionados à avaliação da qualidade do sono (BARCLAY et al., 2010; BERTOLAZI et al., 2011). A avaliação do sono é importante por se tratar de uma das queixas mais comuns de idosos que relatam dificuldade para adormecer ou para manter o sono durante a noite (BEAUDREAU et al., 2012).

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questão norteadora desta pesquisa: quais os fatores que interferem no sono dos alunos da Universidade da Maturidade (UMA)?

O envelhecer parece acentuar as queixas relacionadas ao sono, que quando desestruturado, pode acarretar doenças e originar problemas sociais ao paciente. O sono exerce papel importante na homeostasia, cujo desequilíbrio favorece o aparecimento de transtornos mentais, diminuição da competência imunológica, prejuízo no desempenho físico e dificuldades adaptativas, causando aumento da vulnerabilidade do organismo idoso e colocando sua vida em risco. Nasce daí a necessidade de ampliar o conhecimento dessas alterações, suas causas, suas consequências e quais doenças cursam concomitantemente. Igualmente relevantes são os instrumentos para firmar diagnóstico e estabelecer condutas terapêuticas (QUINHONES; GOMES, 2011).

O objetivo desta pesquisa foi verificar os fatores que interferem no sono dos idosos participantes da Universidade da Maturidade (UMA) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ENVELHECIMENTO

A Organização Mundial da Saúde considera idosa a pessoa com mais de 60 anos, em países em desenvolvimento e, mais de 65 anos, em países desenvolvidos. Há uma previsão estatística para 2025 de uma população idosa mundial de 1,2 bilhão de indivíduos. O mais surpreendente é que a população mais envelhecida, pessoas acima de 80 anos, constituirá o grupo etário de maior crescimento (LEAL; APÓSTOLO; MENDES, MARQUES, 2014).

Dados do último Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2010, constatou aumento considerável da população idosa com 65 anos ou mais. Em 1991, quando a população brasileira era de 146.825.475 habitantes, eles representavam 4,8% da população. Em 2000, esse índice subiu para 5,9%, no total de 169.799.170 pessoas. E, em 2010, chegou a 7,4% da população 190.755.799 (IBGE, 2010).

Por muito tempo, acreditava-se que a população brasileira ainda era jovem, e não se deu crédito às informações demográficas que projetavam o envelhecimento (COSTA; CEOLIM e NERI, 2012). O envelhecimento da população é um grande desafio da saúde pública contemporânea, pois vem acentuando notadamente as demandas sociais e econômicas. Esse processo teve início em países desenvolvidos, porém é nos países em desenvolvimento que o envelhecimento vem trazendo repercussões para a atenção à saúde (LIMA, 2009).

Fortuna (2005) e Rolim e Forti (2006), citam como fatores que contribuíram para o aumento do número de idosos na população brasileira a redução da mortalidade infantil, queda da taxa de mortalidade da população idosa e a redução da fecundidade, que atingiu altos índices nos anos 50 e 60 e sofreu uma queda considerável nas últimas décadas. Esses fatores aumentam a expectativa de vida ao nascer e contribuem para o envelhecimento da população.

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Outra definição de envelhecimento pode ser descrita como um processo dinâmico e progressivo, em que há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de doenças que acabam por levá-lo à morte (SOUZA; FEIJÃO, 2010).

O envelhecimento está associado ao aumento da esperança média de vida e a redução da taxa de mortalidade das pessoas jovens e de meia-idade. Muitos fatores são indicados como responsáveis pelo aumento da esperança média de vida, como: os avanços científicos na área da saúde, maior conscientização e investimentos nas políticas sociais e de saúde, e a mudança no comportamento humano, especialmente na adoção de estratégias de prevenção e promoção da saúde (MONTEIRO; SANTOS e COSTA, 2014).

Levando-se em conta às várias alterações fisiológicas e patológicas pertinentes ao processo de envelhecimento, os idosos perdem sua autonomia e independência, com a limitação da capacidade para o autocuidado, o que, consequentemente, compromete a qualidade de vida do indivíduo e seu processo de interação social (MAFRA, 2011).

Com o envelhecimento os idosos acabam tendo problemas relacionados ao sono, sendo a população mais prejudicada, pois seu padrão de sono com qualidade tende a declinar (SEIB et al., 2014). Sabe-se que o sono é indispensável para a manutenção de uma vida saudável, influenciando condições físicas, psicológicas e sociais (ARAÚJO; CEOLIM, 2010). Alterações na qualidade do sono podem ocorrer ao longo do envelhecimento, sendo o aumento dos despertares após o inicio do sono, dificuldade em adormecer novamente, diminuição das horas dormidas, as queixas mais constantes contribuindo para uma má qualidade do sono global prejudicando a saúde física, cognitiva, emocional e diminui a qualidade de vida aumentando a morbidade e mortalidade (OLIVEIRA; YASSUDA; BRETAS e NERI, 2010).

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Portanto, o fenômeno do envelhecimento causa mudanças com repercussões específicas nos aspectos funcionais, sociais, emocionais e ambientais. Junto a essas transformações, ocorrem as doenças crônicas, exigindo do idoso modificações em seus hábitos de vida diária e no desempenho das atividades antes consideradas simples (MARIN, 2008).

Portanto, o envelhecimento parece aumentar as queixas relacionadas ao sono, que quando desorganizado, pode acarretar doenças e causar problemas sociais ao paciente. É o que iremos ver adiante.

2.2 SONO

O sono é um fenômeno essencial para a vida, sendo vital para a manutenção da existência quanto à alimentação. O sono é uma função biológica fundamental na consolidação da memória, estabilização das funções endócrinas, termorregulação, conservação e restauração da energia, e na restauração do metabolismo energético cerebral. Devido a essas funções, os distúrbios do sono podem acarretar alterações expressivas no funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social do indivíduo, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida (RIBEIRO; SILVA e OLIVEIRA 2014). Assim, para que se tenha uma boa qualidade do sono é preciso cuidar da sua higiene.

A higiene do sono são orientações gerais a serem seguidas para que o indivíduo preserve seus relógios internos, por meio do ajuste biológico do ciclo vigília-sono. Portanto, para a alojamento do sono é preciso um ambiente adequado, com um quarto sem claridade, com temperatura agradável e sem ruído. É preciso ter um horário regular para dormir e acordar. Evitar o consumo de substâncias estimulantes como cafeína, nicotina e o álcool, bem como, a realização de atividades físicas excessivas, ingestão de alimentos calóricos próximos ao horário de dormir (VIGETA, et al., 2013).

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pela presença de ondas corticais sincronizadas, à atividade psicológica mínima no encefalograma, à redução do tônus muscular. Sendo subdividido em três estágios, desde o mais superficial até o mais profundo: estágios N1, N2, N3 e N4 (PERINE, 2013). Esses estágios representam sono profundo, com altas chances de despertares. O sono normal inicia com o sono não REM representando o N1. O complexo K (que são ondas bifásicas de grande amplitude que podem ser espontâneas ou estar relacionadas com reações de despertar) e os fusos do sono caracterizam o N2, ocupando 50% da noite dos adultos, as ondas delta representam o N3 e o estágio mais profundo do sono ocorre no N4 (VERONEZI, 2013).

Portanto, a sequência dos estágios do sono e a precisa cronologia dos eventos são denominadas de arquitetura do sono que podem ser descritos como:

 Estágio N1: incide a transição da vigília para o sono, em que a consciência permanece parcialmente conservada. É superficial e pode ser interrompido facilmente. O tônus muscular é menor que durante a vigília e os movimentos oculares são lentos e intermitentes. Corresponde aproximadamente 5 a 10% do tempo de sono, pois ocorre a cada reinício de sono, nas trocas de estágio, durante toda a noite;

 Estágio N2: há a variação cíclica entre as ondas excitatórias (complexos K) e inibitórias (fusos do sono). Com duração de aproximadamente metade do tempo do sono. Há predomínio de frequência theta e mínima frequência alfa no EEG. Esses complexos K ocorrem de 1 a 5 vezes por minuto e representam uma resposta cortical para eventos exógenos (ex.: ruído) ou endógenos (ex.: mudança na pressão arterial). Esses eventos são claramente associados com movimentos periódicos dos membros durante o sono. Os fusos do sono são uma sequência de seis a sete ondas de 12 a 15Hz, que aumentam e diminuem de amplitude de forma fugaz- 0,5 a 2s.

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sono, concentrando-se especialmente na primeira metade da noite (assim, é mais difícil acordar uma pessoa no início da noite). Os estágios 1 e 2 se caracterizam por um sono leve e ocorrem geralmente no último período do sono. Como os humanos passam da vigília ao sono profundo, a atividade elétrica do cérebro (EEG), as atividades lentas e simpáticas cardíacas autonômicas reduzem.

 Sono REM: possui característica eletroencefalográfica e frequência theta com baixa voltagem, semelhante ao estágio 1. As ondas theta assumem em alguns momentos uma característica bífida, que pode ser útil para o reconhecimento do sono REM. Os fusos e o complexo K estão ausentes. As atividades cerebrais EEG aumentam e se tornam altamente dessincronizados ou como recentemente chamado, altamente ativado. Sono REM é também caracterizado por um retorno da atividade simpática cardíaca variável que algumas vezes há mais que níveis de despertar. Contudo, um fenômeno paradoxal é observado durante o sono REM: movimentos oculares fásicos ocorrem sobre um fundo de depressão paralela no tônus muscular a um nível em que os músculos da mandíbula e dos membros estão em estado de atonia. Portanto, os sonos REM e NREM ocorrem em 3-6 ciclos num intervalo de tempo de 60-90min (CASTILLO, 2014).

A qualidade de vida do idoso pode ser influenciada por diversos fatores biológicos, como a presença de doenças crônicas, capacidade funcional (competência para realizar tarefas cotidianas) e ritmos circadianos (UENO et al., 2012). Este ritmo é constituído de forma cíclica e endogenamente nas 24 horas do dia, combinado às alterações entre claro e escuro. Entre as suas funções, estão à variação de secreção hormonal, o controle metabólico e dos ritmos de temperatura corporal, a alimentação e o ciclo de vigília/sono (FENG; LAZAR, 2012).

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2.3 SONO E ENVELHECIMENTO

A idade é um fator fundamental na alteração da arquitetura do sono, pois a idade avançada está inteiramente relacionada com a prevalência de distúrbios do sono, além do impacto negativo na qualidade de vida do idoso (PIRES, 2012).

Com a idade, muitas são as transformações que ocorrem no organismo. Uma transformação importante que ocorre nessa fase da vida é com relação à arquitetura do sono. O adulto saudável apresenta, em média, 7-8 horas de sono, com despertares noturnos que representam até 5% do tempo total na cama. O idoso dorme cerca de 6 horas, o período de latência é maior, o sono é mais superficial, com ausência dos estágios mais profundos (CÂMARA e CÂMARA, 2002).

As alterações dos ritmos circadianos, em idosos, podem ter maior intensidade devido a outras transformações que ocorrem com o envelhecimento e contribuem para alterações no ciclo de vigília/sono. Nessa fase da vida, o sono torna-se mais superficial, menos duradouro e facilmente interrompido por despertares (PAGANIA et al., 2011).

No idoso saudável, ocorrem mudanças na quantidade de horas de sono noturno, com diminuição do tempo total na cama, apesar do tempo de 24 horas existir períodos de sono diurno. Isto significa que, no idoso, não é a necessidade de sono que está reduzida, e sim a capacidade de dormir suficientemente (CÂMARA, 2006).

Tais alterações tornam-se motivo de queixas entre os idosos, que podem apresentar sonolência diurna e cochilos durante o dia, além de interrupções do sono noturno, resultando em insônia e em um padrão fragmentado do ciclo de vigília/sono (OLIVEIRA; YASSUDA; CUPERTINO; NERI, 2010).

Alguns fatores que contribuem para mudanças nos padrões de sono na velhice podem ser agrupados nas seguintes categorias: 1) dor ou desconforto físico; 2) fatores ambientais; 3) desconfortos emocionais e 4) alterações no padrão do sono. Nesse última item, incluem-se as queixas referentes ao tempo despendido na cama sem dormir, dificuldade para reiniciar o sono, menor duração do sono noturno, maior latência de sono e despertar pela manhã mais cedo do que o desejado (GEIB et al., 2003).

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deitar, restringir cochilos diurnos; sair da cama se possuir dificuldade para dormir e retornar apenas quando o sono aparecer; não ingerir cafeína à noite; reduzir a ingestão de líquidos e alimentos durante a noite; possuir um quarto com temperatura adequada e silêncio suficiente (WANNMACHER, 2013).

Em virtude disso, é possível associar o processo de envelhecimento a uma provável diminuição ou modificação do sono no idoso, assim, é preciso utilizar medidas preventivas de forma a diminuir este processo para que se possa alcançar uma melhor qualidade do sono e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida.

2.4 DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO SONO

A seguir serão apresentados alguns transtornos do sono e outras condições relacionadas a ele.

2.4.1 Insônia e sonolência diurna

O envelhecimento, por si só, pode trazer alterações no padrão habitual do sono, tais como redução quantitativa dos estágios do sono profundo e aumento dos estágios de sono superficial, fragmentação do sono noturno, maior latência para o início do sono, redução da duração total do sono noturno e transições mais frequentes entre os estágios do sono durante a noite. A prevalência de distúrbios respiratórios do sono e relacionados ao aumento da atividade mioclônica noturna também são mais comuns acima dos 60 anos de idade, de modo que as queixas de sintomas de insônia encontram-se entre as mais frequentes entre os idosos (WOLKOVE, ELKHOLY, BALTZAN e PALAYEW, 2007 e; CORRÊA, CEOLIM, 2008). A insônia é definida como a percepção individual de insatisfação na quantidade ou qualidade do sono. É um sintoma que une queixas como dificuldade para iniciar ou manter o sono, despertar precoce e incapacidade de voltar a dormir, além de sono não reparador. Ela compromete o alerta diurno e as funções cognitivas, causando alterações de humor e declínio da qualidade de vida (LAKS; TELLES, 2014).

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sono), normal até 30 minutos. Indivíduos que sofrem de insônia comumente apresentam padrões de sono fragmentado, com eventos de despertares noturnos, apresentando-se cansados e sonolentos durante o dia. Isso pode explicar, inclusive, o aparecimento de dor crônica nesses indivíduos (RIBEIRO; SILVA e OLIVEIRA 2014).

A insônia é a dificuldade em iniciar e/ou manter o sono durante pelo menos três semanas, e pode estar ligada a transtornos respiratórios, síndrome das pernas inquietas, bruxismo, parassonias, transtornos psiquiátricos e neurológicos (CORRÊA; BITTENCOURT; TUFIK; HACHUL, 2014).

A classificação da insônia é realizada em dois tipos, conforme a seguir:

 Aguda: é apresentação inicial da doença, tendo como gravidade leve, sendo frequente, mas com mínimo comprometimento da qualidade de vida;  Crônica: tendo duas formas de apresentação, a primeira é a intermediária, sendo moderada e sua frequência é diária, com comprometimento moderado da qualidade de vida e presença de sintomas como, irritabilidade, ansiedade e fadiga. A segunda, terminal, sendo grave, com frequência diária e com importante impacto na qualidade de vida e presença de sintomas graves (LAKS; TELLES, 2014).

A insônia pode causar diversos impactos na vida das pessoas, dentre eles, estão: sonolência diurna, fadiga, irritabilidade, ansiedade, falta de concentração e de memória, dores musculares, depressão, acidentes de trabalho, diminuição da libido, risco de depressão. Esses problemas afetam diretamente a qualidade de vida do individuo, pois a pessoa com insônia não conseguirá fazer suas atividades rotineiras normalmente (CHAVES, 2012).

Os idosos estão mais predispostos a desenvolver insônia, devido às modificações do sono no envelhecimento e mudanças nos ritmos circadianos. Entre os sintomas de insônia podem ser descritos o período de latência prolongada, o despertar precoce, o sono fragmentado, de menor duração ou de qualidade ruim (OLIVEIRA; YASSUDA; BRETAS; NERI, 2010).

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clinicas. Sendo, as queixas de sono mais frequentes com o avanço da idade (VIGETA, et al., 2013).

Os idosos estão entre os grupos mais predispostos a desenvolver insônia, devido às alterações do sono no envelhecimento e alterações nos ritmos circadianos. Entre os sintomas de insônia podem ser descritos o período de latência prolongada, o despertar precoce, o sono fragmentado, de menor duração ou de qualidade ruim (OLIVEIRA; YASSUDA; BRETAS; NERI, 2010).

A insônia pode causar diversos impactos na vida das pessoas, dentre eles podemos citar a: sonolência diurna, fadiga, irritabilidade, ansiedade, falta de concentração e de memória, dores musculares, depressão, acidentes de trabalho, diminuição da libido, risco de depressão”. Esses problemas afetam a qualidade de vida do individuo, pois a pessoa com insônia não consegue fazer suas atividades rotineiras normalmente (CHAVES, 2012).

A sonolência excessiva é conceituada como sono noturno prolongado e a sonolência diurna caracteriza-se pelo prejuízo na execução das atividades sociais e ocupacionais (SANTOS, 2014).

Para que o individuo possa ter uma qualidade no sono é preciso descobrir as causas que estão privando-o de ter um sono ideal. O avanço da medicina nos proporciona uma melhor avaliação dos problemas relacionados à saúde, bem como os problemas relacionados ao sono, que interferem muito na qualidade de vida das pessoas em qualquer idade.

A SDE ou hipersonolência é um problema de saúde pública que leva a comprometimento da capacidade cognitiva, redução dos reflexos e aumenta os riscos de acidente automobilísticos. A sonolência pode ter repercussões importantes no trabalho, na vida social e na qualidade de vida do paciente. Apesar, dos fatores associados à SDE não serem bem conhecidos (KNORST, SOUZA, MARTINEZ, 2008).

Os problemas de sono estão cada vez mais sendo identificados por seu potencial de prejudicar a saúde dos idosos podendo levá-los até a morte.

2.4.2 Apneia do sono e ronco

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(HERSI, 2010). Sendo considerado um distúrbio respiratório caracterizado por recorrentes episódios de obstrução da via aérea durante o sono (TOSCANO et al., 2014).

A Síndrome da Apneia e Hipopneia do Sono (SAHOS) se caracteriza pela justaposição da língua nas paredes laterais da orofaringe e no palato mole, o que promove um colapso destas estruturas e a diminuição ou a ausência do fluxo aéreo ao menos cinco vezes por hora de sono. O primeiro sintoma é o ronco associado a períodos apneicos de dez segundos ou mais. Assim, a obstrução das vias aéreas superiores durante o sono leva à parada da respiração, à diminuição do oxigênio no sangue e um microdespertar, reiniciando o mesmo processo (CATÃO et al., 2014).

O ronco é conceituado como ruído fricativo nos tecidos moles das vias aéreas superiores. Este sintoma de forma isolada pode ser descrito nos exames de polissonografia como ronco isolado ou primário, no qual a presença de ronco ocorre sem evidências de apneias obstrutivas do sono ou hipoventilação, sem despertares ou insônia. Já o ronco secundário é acompanhado por interrupções do fluxo aéreo como apneia e hipopneia, ou seja, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono de grau leve a severo (MATSUMURA, 2014).

O ronco está presente em potencialmente todos os pacientes com Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) e, geralmente, precede as queixas de Sonolência Diurna Excessiva (SDE) (SCHWAB, 2003).

A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) está associada a diversos sintomas e comorbidades, que incluem sonolência excessiva diurna, problemas cognitivos, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica, diminuição da qualidade de vida, aumento significativo do risco de acidentes laborais e de trânsito, além de ser considerada fator independente de risco para doenças cardiovasculares e acidente vascular encefálico isquêmico (ZANCANELLA ET AL., 2014).

Os episódios de obstrução das vias aéreas superiores ocorrem em todos os estágios do sono, especialmente no sono REM e no estágio N2 do sono não REM. Durante o sono REM as apneias tendem a ser mais longas e a dessaturação da oxi--hemoglobina mais acentuada, devido principalmente à atonia nesse estágio do sono (KRYGER; ROTH; DEMENT, 2014).

(22)

SAOS convive com a doença cardiovascular, podendo estar envolvida no seu início, progressão e resistência às estratégias terapêuticas convencionais. Entre as doenças cardiovasculares que estão associadas com a SAOS, destacam-se a hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial coronariana e arritmias (CHAN; WILCOX, 2010).

Alguns tratamentos e mudanças de hábitos podem ser utilizados para a melhoria da qualidade do sono, tais como: “[...] perda de peso e higiene do sono, a SAHOS requer, frequentemente, tratamento com o uso do Continuos Positive Airway Pressure (CPAP), que tem provado melhorar a SDE e outras consequências da

SAHOS” (MORGENTHALER, 2006).

Assim, ressalta-se a importância do diagnóstico e posterior tratamento da SAHOS se deve ao fato dela ser uma das principais causas de sonolência diurna excessiva.

2.5 PESQUISAS REALIZADAS SOBRE O SONO

Em nosso levantamento bibliográfico encontramos uma grande variedade de pesquisas sobre o sono: No primeiro grupo destacamos aquelas que têm o idoso como objeto de pesquisa. Nesta linha relatamos a pesquisa desenvolvida por Costa et. al. na cidade de Campinas-SP que abordou os problemas de sono e suporte social: estudo multicêntrico – fragilidades em idosos brasileiros. Objetivando identificar, em idosos residentes na comunidade, a relação entre a qualidade do suporte social percebido e problemas de sono e hábito de cochilar. A população foi composta por 900 idosos da cidade de Campinas-SP. A metodologia utilizada foi um recorte da investigação de caráter multicêntrico, multidisciplinar e populacional, sobre condições de saúde e bem-estar de homens e mulheres de 65 anos ou mais, denominado estudo da fragilidade em idosos brasileiros. Dos resultados obtidos alguns idosos demoravam para adormecer e dormiam mal à noite e apresentaram escores inferiores aos dos que negavam esses problemas, na escala de percepção de qualidade de suporte social (COSTA; CEOLIM; NERI, 2011).

(23)

estudos localizados em Baltimore; Minneapolis; Portland e do Vale do Monongahela. Os dados foram coletados por uma média de quatro períodos consecutivos de 24 horas. Parâmetros do sono medidos objetivamente incluíram o tempo total de sono, eficiência do sono, a latência do sono, vigília após o início do sono, e hora de dormir. Portanto, os resultados sugeriram que as mulheres na pós-menopausa usando Terapia Hormonal (TH) melhoraram a qualidade do sono (TRANAH et. al., 2010).

Foi realizada uma pesquisa na Cidade de Bambuí – MG com o objetivo de estimar a prevalência de SDE e sua associação com características sociodemográficas e estilo de vida em idosos. Os resultados da pesquisa mostraram que entre os 1.742 residentes com 60 anos ou mais, 1.514 (86,9%) participaram. A prevalência de SDE foi 13%. Concluindo-se que, a prevalência de SDE encontrou-se dentro da faixa observada em estudos conduzidos em países desenvolvidos (HARA, 2008).

Um segundo grupo de pesquisa trata do sono em outras categorias que não idoso e deduz diversas interferências no sono como o estudo realizado no Distrito Federal (BR) tratou dos fatores que interferem na qualidade do sono de pacientes internados, tendo como objetivo identificar as principais queixas relacionadas ao sono desses pacientes em uma instituição hospitalar pública. Foram pesquisados 52 indivíduos utilizando um estudo observacional, transversal e descritivo de natureza quantitativa. Tal estudo evidenciou que a maioria dos entrevistados apresentaram dificuldades para dormir, interrupções do sono noturno e cochilos diurnos (SILVA; OLIVEIRA; INABA, 2012).

(24)

Um estudo de revisão bibliográfica abordou a relação entre os problemas do sono, desempenho funcional e ocorrência de quedas em idosos da comunidade. Realizaram uma revisão bibliográfica entre 21 e 30 de setembro de 2009, no idioma inglês. Foram utilizadas bases de dados PubMed, Angeline e Scielo. Identificaram 52 estudos, dos quais foram avaliados dez que preencheram os critérios de inclusão. Os estudos mostraram que os distúrbios do sono podem piorar o desempenho funcional, além de representarem fatores de risco independente para quedas em idosos (PEREIRA; CEOLIM, 2011).

Outro estudo objetivou avaliar a qualidade do sono em pacientes cirúrgicos oncológicos, utilizando o questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI), para mensurar a qualidade subjetiva do sono e a ocorrência de seus distúrbios. Consistiu em pesquisa com delineamento observacional-transversal, envolvendo 46 pacientes com diagnóstico de câncer, submetidos a procedimentos cirúrgicos das especialidades Cabeça e Pescoço e Urologia. Seis componentes do PSQI foram estatisticamente significantes e 73,9% dos entrevistados apresentaram comprometimento da qualidade do sono. Entre as causas dos distúrbios do sono destacou-se: demorar a dormir, acordar no meio da noite, levantar para ir ao banheiro e cochilar durante o dia (BARICHELLO et al., 2009).

(25)

2.6 AVALIAÇÃO DO SONO

2.6.1 Escala de Sonolência de Epworth

A Escala de Sonolência de Epworth (ESE) é um teste onde se avalia a probabilidade de adormecer em oito circunstâncias, permitindo estudar a prevalência de sonolência diurna. Essa escala foi traduzida para 52 línguas, validada internacionalmente por Johns em 1991, e utilizada amplamente em estudos populacionais e clínicos. A validação da ESE para a população brasileira deu-se no laboratório de sono do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, em 2008, por Bertolazi e colaboradores (ESPINEIRO, 2013).

Assim, essa escala avalia a probabilidade do individuo cochilar ou dormir em diversas situações como: sentado e lendo, assistindo TV, sentado, quieto, em um lugar público, andando de carro por uma hora sem parar como passageiro, ao deitar-se à tarde para descansar, quando possível, deitar-sentado conversando com alguém, sentado quieto após o almoço sem bebida alcoólica, em um carro parado no trânsito por alguns minutos (FREEDMAN, 2012).

O paciente deve responder qual seria a chance de cochilar em cada uma das situações apresentadas, pontuando de 0 (nenhuma chance) a 3 (alta chance). A ESE é simples e facilmente aplicada, podendo discriminar pacientes com alguns distúrbios do sono e indivíduos normais. É relativamente estável quando reaplicada em controles saudáveis e é capaz de detectar variações da Sonolência Excessiva em pacientes submetidos a tratamento, particularmente nos pacientes com apneia obstrutiva do sono (BITTENCOURT et al., 2005).

(26)

2.6.2 Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh

O Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI) é um instrumento eficaz usado para medir a qualidade e padrões de sono. Diferencia o “bom” do “mau” sono medindo sete áreas: qualidade de sono subjetiva, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono subjetiva, perturbações do sono, utilização de medicação para dormir, disfunção diurna por sonolência no mês anterior (CUNHA; ZANETTI; VANDERLEI, 2008).

O PSQI foi desenvolvido por Buysse e colaboradores, em 1989, tendo como objetivos: fornecer uma medida confiável, válida e padronizada de qualidade de sono; discriminar entre qualidade de sono boa e ruim; ser um índice de fácil utilização e interpretação por clínicos e pesquisadores; avaliar de forma breve uma variedade de distúrbios do sono que podem afetar a qualidade do sono (ESPINHEIRA, 2013).

(27)

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar quais os fatores que interferem no sono dos idosos alunos da Universidade da Maturidade (UMA) com base nas escalas de Epworth e Pittsburgh.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar o perfil socioeconômico do idoso que frequenta a UMA e verificar se existe associação entre a situação socioeconômica e o distúrbio de sono.  Avaliar a porcentagem de sonolência diurna excessiva entre os alunos da

UMA, através da aplicação da escala de sonolência de Epworth;

 Caracterizar a qualidade subjetiva de sono: latência do sono, duração do sono, eficiência do sono, perturbações do sono, uso de medicação para dormir e por último a disfunção diurna destacando os fatores que interferem no sono dos idosos de uma universidade através das questões abertas do Índice de Qualidade de Sono de Pittisburgh;

(28)

4 ARTIGO

REVISTA GERIATRIA E GERONTOLOGIA – QUALIS B1

Fatores que interferem no sono de idosos alunos da Universidade da

Maturidade (UMA), Palmas TO.

Factors that interfere with the sleep of older students at the University of Maturity (UMA), Palmas-TO

Núbia Kênia Carneiro Silva

Maria Liz Cunha de Oliveira

Resumo:

Objetivo: verificar quais os fatores interferem no sono dos idosos alunos da

Universidade Método: estudo descritivo transversal, de campo, com abordagem

quantitativa. Os dados foram obtidos pelo preenchimento de questionário

socioeconômico, Escala de Sonolência de Epworth, Índice de Qualidade de Sono de

Pittsburgh- PSQI por 74 idosos 14 homens e 40 mulheres Resultados:. Do total de

entrevistados 15 (35,19%) apresentaram sonolência diurna excessiva. O PSQI

global 57,1% dos homens possuem uma boa qualidade do sono, enquanto 67,5%

das mulheres apresentaram má qualidade do sono. Os distúrbios do sono, mais

frequente foi a fragmentação do sono o despertar precoce como; seguido de sono

não restaurador (dormir mal à noite) e latência aumentada para início do sono

(demorar para adormecer) e ainda problemas para dormir decorrentes de condições

climáticas (muito calor). Conclusão: fundamental à promoção de conhecimento

(29)

Palavras-chave: Idoso. Sono. Distúrbios relacionados ao sono.

Introdução

Atualmente no mundo, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou

mais e, estima-se que em 2050 esta relação seja de um para cinco, sendo a

perspectiva no quantitativo de centenários (com 100 anos ou mais) aumentará 15

vezes de 1999 a 2050.1

Com o aumento da população idosa observou-se um aumento da incidência e

da prevalência de um dos grandes desafios na área da gerontologia, os distúrbios

relacionados ao sono. Com isso, vêm aumentando o número de pesquisas

relacionadas a esta área do conhecimento.2

O sono é algo natural em nossas vidas, sendo considerado como estado de

repouso cardiovascular no qual há redução da frequência cardíaca, pressão arterial

sistêmica, débito cardíaco e resistência vascular sistêmica.3

O sono normal é constituído por dois estados, nos quais ocorre alternância

dos estágios REM (Rapid Eye Movement) e o NREM (Non Rapid Eye Moviment), sendo subdividido em três estágios, desde o mais superficial até o mais profundo:

estágios a sequência dos estágios do sono e a precisa cronologia dos eventos são

denominados de arquitetura do sono descritos6 como: N1, N2, N3 e N4.4

O sono normal inicia com o sono não REM representando o N1. O complexo

K (que são ondas bifásicas de grande amplitude que podem ser espontâneas ou

estar relacionadas com reações de despertar) e os fusos do sono caracterizam o N2,

ocupando 50% da noite dos adultos, as ondas delta representam o N3 e o estágio

(30)

À medida que se envelhece, o sono torna-se cada vez mais motivo de queixa,

tornando-se mais fragmentado, com interrupções do tempo de sono, o que provoca

sonolência excessiva ao longo do dia, diminuição no estado de alerta e “cochilos”

curtos. Há uma diminuição da quantidade total de horas do sono no período de 24

horas.7

O sono exerce papel na homeostasia, cujo desequilíbrio favorece o

aparecimento de transtornos mentais, diminuição da competência imunológica,

prejuízo no desempenho físico e dificuldades adaptativas, causando aumento da

vulnerabilidade do organismo idoso e colocando sua vida em risco. Nasce daí a

necessidade de ampliar o conhecimento dessas alterações, suas causas,

consequências e quais doenças cursam concomitantemente.8

Existem dois métodos de avaliação de sono: objetivo e subjetivo. Cada um

deles pode permitir, por sua vez, o estudo do sono a curto ou a longo prazo. Nesta

pesquisa utilizaremos o método subjetivo.

O método subjetivo tem sido desenvolvido para medir aspectos do sono,

assim destacamos dois questionários acerca de qualidade do sono: o Índice de

Qualidade de Sono de Pittsburgh- Pittsburgh Sleep Quality Index. O PSQI foi traduzido e sua validação para a língua portuguesa deu-se no laboratório de sono do

Hospital das Clínicas de Porto Alegre, em 2008, sendo publicado em 2011, por

Bertolazi e colaboradores.9

Outro método é a Escala de Sonolência de Epworth (ESE), é um teste onde

se avalia a probabilidade de adormecer em oito circunstâncias, permitindo estudar a

prevalência de sonolência diurna. Essa escala foi traduzida para 52 línguas, validada

internacionalmente por Johns em 1991, e utilizada amplamente em estudos

(31)

laboratório de sono do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, em 2008, por Bertolazi

e colaboradores.9

Muitas pesquisas estão sendo realizadas sobre o sono tendo o idoso como

sujeito de pesquisa. Um estudo que chama atenção foi à pesquisa epidemiológica

longitudinal de Vigília-sono realizado em 3.123 mulheres com idades entre 77 a 99

anos, que avaliaram a utilização de hormônios pós-menopausa e qualidade do sono

em idosos, utilizando o Estudo de Fraturas Osteoporóticas (SOF). Parâmetros do

sono medidos objetivamente incluíram o tempo total de sono, eficiência do sono, a

latência do sono, vigília após o início do sono, e hora de dormir. Os resultados

sugeriram que as mulheres na pós-menopausa usando Terapia Hormonal (TH)

melhoraram a qualidade do sono.2

Em Campina Grande, Paraíba, foi realizada uma pesquisa com objetivo de

observar a relação entre a Sonolência Diurna Excessiva (SDE) e a presença de

fatores de risco de disfunção cardiovascular, depressão e obesidade em idosos. A

amostra composta por 168 idosos selecionados aleatoriamente de acordo com os

distritos sanitários no ano de 2010. Concluiu-se que a obesidade em mulheres,

depressão e risco de disfunção cardiovascular em homens revelaram associação

com a SDE em idosos.10

Este estudo teve como objetivo, identificar alguns fatores responsáveis pelos

distúrbios do sono bem como o perfil socioeconômico do idoso, verificar se existe

relação entre a situação socioeconômica e o distúrbio de sono bem como,

caracterizar a qualidade subjetiva de sono e a disfunção diurna destacando os

(32)

Método

Este é um estudo descritivo transversal, de campo, com abordagem

quantitativa O local de estudo foi a Universidade da Maturidade (UMA) da

Universidade Federal do Tocantins (UFT), situada na cidade de Palmas-TO. O

ingresso do aluno na universidade ocorreu através de inscrição em processo seletivo

realizado anualmente e através da elaboração de uma Carta cujo tema será

informado em cada edital. Não são aceitos alunos analfabetos e com déficit de

cognição que deverão ser informados no momento da inscrição.

A UMA possui 114 alunos regularmente matriculados, desses 74 (5%) são

idosos com idade maior ou igual a 60 ou mais e qualquer nível de escolaridade.

Para seleção da amostra de idosos, foi usado a formula abaixo, e na

estratificação da mesma levou-se em consideração a variável sexo, que resultou em

14 indivíduos do sexo masculino e 40 do sexo feminino, e além da técnica de

amostragem proporcional estratificada foi usada também a aleatória simples.

N

z p q

e N q p z n       

2 2

2 2 2 1   Onde:

N = número de idosos que estudam na UMA, em Palmas-TO.

2

z

= escore de normalidade, sendo o valor deste de 1,96, pois o nível de

confiança é de 95%;

(33)

p e q são, respectivamente, as proporções que satisfaz e que não satisfaz; e

como não foi realizada uma amostra piloto, assumiu-se que estas são de igual valor,

ou seja, de 50%, sendo 74 indivíduos onde, 14 (n = 14) homens e 40 (n = 40)

mulheres.

Trata-se de um método não randômico, pois os sujeitos da seleção foram

indivíduos que estiveram dispostos a participar da pesquisa de forma aleatória. Não

foram aceitos indivíduos que não faziam parte da Universidade da Maturidade,

idosos com diagnóstico de apneia e transtornos mentais.

Para o levantamento dos dados foram aplicados 03 questionários: um

questionário socioeconômico, a Escala de Sonolência Epworth e o PSQI.

A coleta de dados ocorreu no período de setembro e outubro de 2013.

Análise dos dados foi realizada através da estatística descritiva empregada

para caracterização da população e da qualidade do sono. O teste utilizado para

comparação e correlação entre variáveis foi ANOVA, que é uma coleção de modelos

estatísticos no qual a variância amostral é particionada em diversos componentes

devido a diferentes fatores. Através desta partição, a ANOVA estuda a influência

destes fatores na característica de interesse, assim, essa técnica permite que vários

grupos sejam comparados a um só tempo. O nível de significância adotado para os

testes estatísticos foi de 5% (p<0,05).

Todos os participantes desta pesquisa receberam, leram e após concordância

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O trabalho foi submetido

ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília e APROVADO

(34)

Resultados

Tabela 1 - Características socioeconômicas dos alunos da Universidade da

Maturidade, Palmas-TO, 2014.

Masculino Feminino Total

% % %

Faixa etária: 60 a 69 anos 8 57,1 28 70 36 66,7

acima de 70 anos 6 42,9 12 30 18 33,3

Estado Civil: Solteiro 2 14,3 6 15 8 14,8

Casado 11 78,6 12 30 23 42,6

Viúvo 0 0,0 14 35 14 25,9

Separado (divorciado) 1 7,1 8 20 9 16,7

Escolaridade :

Ensino Fundamental 4 28,6 15 37,5 19 35,2

Incompleto

Ensino Fundamental

Completo 3 21,4 5 12,5 8 14,8

Ensino Médio Incompleto 4 10 4 7,4

Ensino Médio Completo 5 35,7 12 30 17 31,5

Ensino Superior Incompleto 2 5 2 3,7

Ensino Superior Completo 2 14,3 2 5 4 7,4

Renda

Mensal: Menos de 1 (um) salário mínimo 0 0,0 6 15 6 11,1

1 (um) salário mínimo 3 21,4 15 37,5 18 33,3

Entre 1 (um) e 2 (dois)

salários mínimos 6 42,9 14 35 20 37,0

(35)

Tabela 2 - Escala de Sonolência de Epworth dos alunos da UMA, Palmas-TO, 2014.

Categoria Masculino Feminino Total

n % n % n %

Normal (escores < 10) 10 71,4 25 62,5 35 64,8

Anormal/sonolência diurna excessiva

(escores ≥ 10) 4 28,6 15 37,5 19 35,2

Total 14 100 40 100 54 100

Tabela 3 - Frequência e porcentagem das respostas dos sujeitos nas questões

abertas do PSQI.

Perguntas Respostas Masculino Feminino

F % F %

1 - A que horas foi deitar 19 ⱶ 20h 0 0 2 5

20 ⱶ 21 0 0 2 5

21 ⱶ 22 2 14,3 10 25

22 ⱶ 23h 3 21,4 13 32,5

23 ⱶ 24h 6 42,9 9 22,5

24 ⱶ 1h 3 21,4 4 10

2 - Quanto tempo (em minutos demorou

para dormir ≤ 15 min 10 71,4 22 55

16-30min 3 21,4 10 25

31-60min 1 7,1 4 10

> 60min 0 0,0 4 10

3 - A que horas acordou de manhã 4 ⱶ 5h 0 0,0 3 7,5

5 ⱶ 6h 3 21,4 9 22,5

6 ⱶ 7h 10 71,4 15 37,5

7 ⱶ 8h 0 0,0 8 20

≥ 8h 1 7,1 5 12,5

4 - Quantas horas de sono por noite

dormiu 3 ⱶ 4h 0 0,0 2 5

4 ⱶ 5h 2 14,3 2 5

5 ⱶ 6h 0 0,0 3 7,5

6 ⱶ 7h 3 21,4 10 25

7 ⱶ 8h 7 50,0 6 15

(36)

Tabela 4 - Mostra as características habituais do sono do grupo feminino e

masculino no qual engloba: horário de deitar, horário de despertar, duração e

eficiência do sono.

Mas. Fem. Mas. Fem. Mas. Fem. Mas. Fem. Características

Habituais de Sono

Média Mínimo Máximo DP

Horário de

Deitar 23:12 22:25 21:00 19:00 00:00 02:00 0,99 1,25 Horário de

Despertar 06:25 06:34 05:00 04:00 08:00 10:00 0,73 1,12 Duração do

Sono 07:00 07:00 04:30 02:00 08:30 10:00 1,22 1,49 Eficiência do

Sono - - 23,7% 10,5% 53,7% 76,9% - -

Tabela 5 - Resultados obtidos através da aplicação do PSQI, em idosos,

Palmas-TO, 2014.

Pontuação Global do PSQI Masculino Feminino

% %

PSQI > 5 6 42,9 27 67,5

PSQI < 5 8 57,1 13 32,5

TOTAL 14 100 40 100

Discussão

Quanto ao diagnóstico socioeconômico observa-se na tabela 1 a prevalência

de idosos na faixa de 60 a 69 anos, sendo a maioria do sexo feminino. Em relação

ao estado civil, há prevalência de casados no grupo masculino. Já no grupo feminino

(37)

De acordo com Aires, Paz e Perosa11 observa-se um predomínio de mulheres

em relação aos homens consequente à feminilização do processo de

envelhecimento e menor número de novo casamento quando viúvas ou separadas,

conforme relatado no último censo em 2010.1

Este resultado é esperado, pois a viuvez acarreta na adaptação do sujeito ao

envelhecimento, sendo um dos acontecimentos que mais afeta a população idosa

feminina. 12,13

Com o aumento da idade dos idosos há uma perda de relações, sendo isto

potenciado pelo falecimento dos seus pares. A falta do cônjuge, segundo Arber14

prejudica o sono. São os idosos casados que, em média, apresentam o nível mais

baixo de problemas relacionados ao sono.

Quanto à escolaridade na tabela 1 observou-se que proporcionalmente os

homens possuem maior nível de escolaridade em relação às mulheres

Segundo Campos et. al15 a baixa escolaridade dos idosos reflete a

desigualdade social e as políticas de educação predominantes nas décadas de 1930

e 1940, devido ao acesso à escola nesse período ser muito restrito. Assim, de

acordo com os dados do último censo, o peso relativo dos idosos no número de

analfabetos brasileiros passou de 34,4% para 42,6%1.

Observa-se ainda na tabela 1 que em relação à renda mensal o grupo

masculino apresentou maiores salários. Segundo Belo20 essa disparidade de renda

diz respeito a atual geração de mulheres idosas que exerceram, ao longo da vida, o

trabalho doméstico não remunerado, estando subordinada, economicamente, aos

homens.

Em relação aos resultados obtidos na ESE a tabela 2 demonstra que a

(38)

diurna normal, no entanto, 28,57% dos entrevistados do sexo masculino

apresentaram sonolência diurna excessiva (SDE), este número é ainda mais

expressivo quando avaliamos o sexo feminino que atingiu 37,50% das entrevistadas.

Diferenças regionais de hábitos de vida, como horário de dormir, duração da

jornada de trabalho e realização de atividades de lazer, assim como maior

ocorrência de doenças metabólicas como a obesidade e diabetes, podem estar

relacionados com o aparecimento da SDE.16

.A SDE tem sua importância, pois trás prejuízos nas funções cognitivas, tais

como concentração, atenção e memória que prejudicam o desempenho profissional

e social e, muitas vezes, não são valorizadas pelo paciente, pois ocorrem de forma

gradual e podem ser reconhecidas como sendo parte do “processo normal”

associado ao envelhecimento.17

Em relação as questões abertas do PSQI, na tabela 3, verificou-se que os

homens dormem uma hora a menos que as mulheres, até porque apresentam

menos queixas relacionadas ao sono. Ambos os grupos demoram ≤ 15 minutos para

pegar no sono, acordam nos mesmos horários, entre 6 e 7 horas da manhã.

Pesquisa realizada em uma instituição de longa permanência, utilizando o

PSQI, apresentou resultados semelhantes ao presente estudo, sendo 52,6% dos

idosos iam deitar entre 21 e 22h e 34,2% entre 22h30min e 23h. Em relação à hora

de deitar 50% conciliavam o sono entre 21h e 22h30min e 36,8% entre 22h35min e

24h10min. O horário de despertar situava-se entre 5h e 6h para 57,9% dos idosos e

entre 6h30min e 7h para 28,9%.18

Quanto às características habituais do sono, No grupo masculino

(39)

do presente estudo deita em média às 23h12min (DP±0,99), indo deitar no mínimo

às 21h e no máximo 00h.

Em relação ao horário de despertar, a população do presente estudo acorda

em média às 6h25min (DP±0,73), no qual acordam no mínimo às 5h e no máximo às

8h00min.

Quanto à duração do sono, possuem em média 7h de sono por noite

(DP±1,22), tendo no mínimo 4h30min de sono por noite e no máximo 8h30min.

Em relação à eficiência do sono, há uma eficiência mínima de 23,68% e no

máximo 53,67%.

Os alunos do grupo masculino apresentam um sono de 7h, no entanto não é

um sono contínuo, pois eles despertam no meio da noite devido aos distúrbios do

sono como pesadelos, necessidade de ir ao banheiro, movimentos bruscos, insônia,

entre outros.

A população feminina deita em média às 22h25 (DP±1,25), indo deitar no

mínimo às 19h e no máximo 2h.

Em relação ao horário de despertar, os alunos acordam em média às

6h34min (DP±1,12), no qual acordam no mínimo às 4h e no máximo às 10h.

Quanto à duração do sono, possuem em média 7h de sono por noite

(DP±1,4), tendo no mínimo 4h de sono por noite e no máximo 10h.

Em relação à eficiência do sono, há uma eficiência mínima de 10,53% e no

máximo 76,92%.

As alunas do grupo feminino não apresentam um sono contínuo, pois eles

despertam no meio da noite devido aos distúrbios do sono como pesadelos,

(40)

Apesar dos grupos apresentarem a mesma duração média do sono de 7h,

observa-se na tabela 4 que os indivíduos do sexo masculino deitam mais tarde e

despertam mais cedo, no entanto, o comparativo entre os grupos que apesar de

deitar mais cedo as mulheres demoram mais tempo para conseguir dormir que os

homens, em média 21h56min, enquanto que os indivíduos do sexo masculino

demoram em média 13h32min.

Quanto à pontuação global do PSQI a tabela 5, a maioria dos indivíduos do

grupo masculino apresentou uma boa qualidade do sono, uma vez que 57,14%

apresentaram pontuação inferior a 5. Já no grupo feminino obteve resultado

contrário, 67,50% obtiveram pontuação superior a 5, demonstrando assim uma má

qualidade do sono.

Outro estudo realizado em idosos não institucionalizados, isto é, que moram

só ou com familiares, apresentou que 84,6% dos participantes tinham uma boa

qualidade do sono.18

A falta de sono influencia as funções do sistema nervoso central. Assim, a

taxa aumentada de insônia que se verifica nas mulheres, pode estar relacionada a

diversos fatores, que incluem aspectos afetivos, psicológicos, culturais, sociais e

influências ambientais.19

Com relação à qualidade do sono dos alunos da UMA, segundo os

componentes e escores obtidos no PSQI, o componente 1 avalia a qualidade do

sono, os resultados nos mostram uma boa qualidade do sono, sendo 57,14% dos

homens e 57,50% das mulheres apresentaram uma boa qualidade do sono.

O resultado encontrado difere da pesquisa realizada por Silva et al.20 em

idosos não institucionalizados apresentou que 63% tinham má qualidade do sono.

(41)

encontrou que 69% dos participantes possuíam má qualidade do sono, enquanto em

31% era boa.

Araújo e Ceolim23 analisaram 38 idosos em instituições de longa

permanência e verificaram que 81,6% dos sujeitos da amostra referiam dormir bem.

Já o componente 2 avalia a latência do sono, trata-se de uma desordem de

sono relativamente grave e pode ocorrer em qualquer idade, mas habitualmente está

associada à idade avançada.20 Assim, ambos os grupos apresentaram uma boa

qualidade do sono, não tendo problemas para dormir em até 30 minutos.

Uma pesquisa realizada com idosos institucionalizados observou-se que a

latência do sono não traduzia um sono de má qualidade, visto que 65,8% relatavam

demorar menos de 30 minutos para adormecer.24

Estudo com idosos não institucionalizados sobre a latência do sono,

apresentou 69,2% dos indivíduos, de ambos os sexos, referiam adormecer em

menos de 30 minutos; entretanto, 30,8% demoravam mais de 30 minutos para

dormir.18

Outro estudo realizado com idosos institucionalizados observou-se que a

latência do sono não traduzia um sono de má qualidade, visto que 65,8% relatavam

demorar menos de 30 minutos para adormecer.24

Componente 3, refere à duração do sono, ambos os grupos dormem mais que

7 horas de sono por noite, apresentando um sono de boa qualidade.

Os dados demonstram certa equivalência, especialmente no grupo feminino,

com o estudo referente à duração do sono (superior às 7h para 47,4%) e a eficiência

do sono (superior a 85% para 57,9% dos entrevistados), indicando sono de boa

(42)

É complexo estabelecer uma relação direta entre a duração do sono e o

bem-estar, diversos fatores apontam para diferentes direções, sendo inadequado afirmar

que dormir muito ou pouco causaria problemas de saúde. Apesar desta dualidade,

vários estudos têm demonstrado que dormir cerca de 6 a 8 horas por dia está

associado a um menor risco de mortalidade.19

Componente 4: refere-se à eficiência do sono que compõe o número de horas

dormidas e a quantidade de horas entre deitar e levantar, ou seja, o número de

horas que o indivíduo fica na cama. Neste componente os escores do grupo

masculino apresentaram uma eficiência do sono >85%. Já o grupo feminino possui

eficiência do sono >85%.

Componente 5: refere-se aos distúrbios do sono que menciona 9 questões do

questionário do Pittsburgh, onde quanto maior o escore final, mais distúrbios do

sono cada indivíduo apresenta e maior frequência que este distúrbio ocorre.25

No grupo masculino a maioria teve escore 1, apresentando distúrbios do sono

leve, sendo baixa a frequência com que ocorrem. No grupo feminino tiveram escore

2, apresentando um distúrbios do sono médio e moderada frequência com que

esses distúrbios ocorrem.

Segundo Vigeta et al.26 são considerados fatores de risco para insônia: sexo

feminino, o envelhecimento, a ocorrência de transtornos mentais ou de doenças

clínicas. As queixas de sono tornam-se mais prevalentes com o avançar da idade.

Após a menopausa, esse índice atinge entre 28 a 63% da população idosa feminina.

Componente 6: refere-se ao uso de medicações para dormir. Em ambos os

grupos a maioriados indivíduos não usavam medicações para dormir no último mês,

(43)

que usavam medicações para dormir foram, 1 (7,2%) do grupo masculino e 7

(17,5%) do grupo feminino.

Estudo referente à qualidade do sono dos idosos mostrou não ser comum o

uso de medicamentos para dormir. Efetivamente 57,8% dos idosos dormem sem

recorrer a qualquer tipo de medicação, mas 36,7% recorrem à medicação para

dormir três ou mais vezes por semana. São as idosas (60,6%) as maiores

utilizadoras de medicação, três ou mais vezes por semana.7

Comumente, os idosos citam queixas relacionadas ao sono, no entanto,

muitos não o fazem por não idealizar como disfunção, mas como evento normal do

processo de senescência. Isto colabora para o subdiagnóstico e acréscimo do

consumo de drogas hipnóticas, nem sempre prescritas e consumidas com

observância à sensibilidade farmacodinâmica da idade.2

A prescrição desses medicamentos deve ser precisa, de curta duração,

levando-se em conta os seus efeitos benéficos e colaterais, a etiologia do transtorno

de sono presente e, em essencial, a idade do paciente.17

Componente 7: refere-se a disfunções diárias que avalia a sonolência diária e

entusiasmo que estes indivíduos sentiram durante o último mês. Neste componente

quanto maior o escore, maior as disfunções diárias.

A pontuação do grupo masculino apresentou nenhuma dificuldade em manter

o entusiasmo para fazer as coisas no último mês. Já o grupo feminino apresentou

problemas leves.

Estudo com idosos institucionalizados negou SDE para maior a parte (94,7%).

Entretanto, 34,% dos idosos apontaram indisposição moderada ou alta para as

(44)

A avaliação do sono é necessária para o planejamento de ações de saúde,

considerando seu impacto na qualidade de vida do idoso e seu bem estar.

Recomenda-se que sejam realizados outros estudos com delineamento

longitudinal e prospectivo, bem como a comparação entre grupos diferentes de

idosos, que permitam avançar na compreensão das relações causais entre a

qualidade do sono e os fatores que interferem nele, o que não foi possível e

constituiu limitação deste estudo, devido ao caráter transversal e retrospectivo.

Conclusão

Em relação ao perfil socioeconômico dos idosos pesquisados, observou-se a

prevalência de casados no grupo masculino e viúvas no feminino. Os homens

apresentaram maior nível de escolaridade e salários. Assim, ressalta-se que o fator

renda não interfere de forma significativa nas pontuações obtidas na ESE, portanto

não existe relação entre a situação financeira e o distúrbio de sono neste grupo

pesquisado.

Ao avaliar a sonolência diurna 4 (28,6%) dos idosos do sexo masculino e 19

(37,5%) do sexo feminino, representando 15 (35,2%) do total de entrevistados

apresentaram SDE.

Ao caracterizar a qualidade subjetiva do sono os resultados obtidos através

dos componentes do PSQI, durante o último mês, verificou-se que ambos os grupos

apresentaram uma boa qualidade do sono.

Com relação à latência do sono os indivíduos dos dois grupos não

apresentaram problemas para dormir em até 30 minutos, e outra parte igual do

Imagem

Tabela  1  -  Características  socioeconômicas  dos  alunos  da  Universidade  da  Maturidade, Palmas-TO, 2014
Tabela 2 - Escala de Sonolência de Epworth dos alunos da UMA, Palmas-TO, 2014.

Referências

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