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Mais que mil palavras : análise do uso de recursos gráficos e gerenciamento de impressão nos Relatórios da Administração

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Academic year: 2022

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Universidade de Brasília – UnB

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FACE Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais – CCA

Bacharelado em Ciências Contábeis

YSMAEL JONNATHAS CELESTINO DA SILVA

MAIS QUE MIL PALAVRAS – ANÁLISE DO USO DE RECURSOS GRÁFICOS E GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO NOS RELATÓRIOS DA ADMINISTRAÇÃO

BRASÍLIA – DF

2015

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2 Professor Doutor Ivan Marques de Toledo Camargo

Reitor da Universidade de Brasília

Professor Doutor Mauro Luiz Rabelo Decano de Ensino de Graduação

Professor Doutor Roberto de Góes Ellery Júnior

Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Professor Doutor José Antônio de França

Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais e Atuariais

Professora Doutora Diana Vaz de Lima

Coordenadora de Graduação do curso de Ciências Contábeis – Diurno

Professor Doutor Marcelo Driemeyer

Coordenador de Graduação do curso de Ciências Contábeis - Noturno

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

YSMAEL JONNATHAS CELESTINO DA SILVA

MAIS QUE MIL PALAVRAS – ANÁLISE DO USO DE RECURSOS GRÁFICOS E GERENCIAMENTO DE IMPRESSÃO NOS RELATÓRIOS DA ADMINISTRAÇÃO.

Trabalho de conclusão de curso (Monografia) apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciência Contábeis apresentado para banca avaliadora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade.

Orientador: Prof. Dr. Fernanda Fernandes Rodrigues.

BRASÍLIA – DF

2015

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4 A Deus, pois “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”

Tiago 1:17. Soli Deo Gloria.

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5 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela graça que vem me dado em todas as áreas da vida e confiantemente posso declarar “até aqui nos ajudou o Senhor” 1 Samuel 6:12, assim agradeço a Deus pelos meus pais (Laercio e Gilda) pelo apoio, carinho e atenção durante está caminhada e a minha irmã (Keylla) pela contribuição com ideias para execução deste trabalho. A minha namorada Fernanda Alves pelo carinho, incentivo e compreensão. A minha orientadora, Dr. Prof. Fernanda Fernandes Rodrigues por ter me orientado e paciência em apontar sugestões e correções nesta jornada e ao Dr.

Prof. José Alves Dantas, pela contribuição significativa na parte estatística deste

trabalho. Aos meus amigos mitos, em especial Diogenes, Denny, Henrique e Ricardo

pelas mitagens ao longo desta graduação, e ao Tio Sergio pelos conselhos ao longo

dos anos e a minha amiga Andreia pelos ensinamentos práticos na área de auditoria

nestes anos.

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6 RESUMO

Os recursos gráficos possuem a capacidade de evidenciar uma informação de forma atrativa podendo transmitir aos usuários uma informação de fácil assimilação devido ao apelo visual.

Entretanto, os gráficos também podem desviar a atenção de pontos que demonstram aspectos negativos ou reforçar determinadas mensagens, de modo que a utilização de gráficos pode gerar uma mudança na percepção de um relatório. Tal mudança de percepção pode ocorrer através do gerenciamento de impressão que consiste em um processo no qual os esforços envidados por um indivíduo ocorre de maneira especifica afim de criar uma imagem social desejada. No Relatório da Administração, o gerenciamento de impressão através da utilização de gráficos pode ocorrer por meio da melhora de apresentação, que consiste em dar ênfase ou ofuscação nos componentes dos gráficos. Tendo isto em vista, esta pesquisa levantou a seguinte hipótese:

as companhias que utilizam recursos gráficos em seu relatório apresentam maior gerenciamento de impressão por melhora de apresentação quando registram resultados positivos. Para testar tal hipótese foi selecionada uma amostra de 2.700 Relatórios da Administração, referente aos relatórios de 150 Companhias no período de 1997 a 2014, assim foram realizadas regressões com dados em painel utilizando quatro modelos de estimação Polled e Efeitos fixos (seccionais, período e duplo efeito fixo). Verificou-se através da análise descritiva que houve uma evolução do uso de gráficos e realces de apresentação ao longo do tempo, através de teste do χ 2 encontrou evidências de gerenciamento de impressão por realce de apresentação quando comparado relatórios com realce x sem realce e quanto aos testes econométricos não foi encontrada nenhuma relação estatisticamente relevante que comprovassem a hipótese levantada neste trabalho.

Palavras Chave: Gerenciamento de Impressão, Melhora de Apresentação, Gráficos, Relatório da Administração.

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7 1 – INTRODUÇÃO

1.1 – Contextualização

A Contabilidade tem por finalidade providenciar informação que facilite a tomada de decisões, portanto, o mínimo que se pode esperar das demonstrações financeiras é que as informações sejam compreensíveis e claras, para que o usuário possa encontrar as possibilidades de ação e avaliar a que mais se adeque aos seus planos. Para alcançar tal fim, além de elaborar informações relevantes é necessário que elas sejam comunicadas de forma satisfatória, pois se a informação não for relevante diante das finalidades do usuário, em vão terá sido o esforço de produzi-la. Deste modo, pode-se concluir que a comunicação eficaz é aquela que transporta informações úteis, fornecendo meios para que o usuário de tal informação possa decidir com maior segurança (DIAS FILHO; NAKAGAWA, 2001).

Desta maneira um modelo simples de comunicação, em sentido amplo, é constituído dos seguintes elementos: (1) uma fonte de dados que gera uma mensagem, ou série de mensagens a serem transmitidas ao receptor; (2) um transmissor que executa tal mensagem de alguma forma para gerar um sinal possível de ser transmitido através do canal, que é o modo pelo qual é transmitido o sinal; (3) o receptor, que efetua a manobra inversa do transmissor, refazendo a mensagem a partir do sinal; e (4) o destino, que é o indivíduo para a qual se destina a mensagem (BIERMAN; DREBIN, 1979).

Dias Filho e Nakagawa (2001) discorrem que, em um sistema contábil, os referidos elementos podem ser visualizados da seguinte forma: (1) os acontecimentos econômicos são as fontes primordiais da informação contábil; (2) o contador age como transmissor, notando os acontecimentos e compilando-os para comunicar a informação por meio dos relatórios contábeis, que, por sua vez, formam o meio básico de tal tipo de comunicação; (3) e por último, a mensagem é recebida, decifrada e analisada pelo administrador ou tomador de decisão, que figura no processo como destinatário final.

Neste processo de comunicação, notadamente, o canal para transmissão desta, encontra-se o Relatório da Administração, sendo este o meio pelo qual os administradores da empresa se relacionam com o público externo, que devido à sua natureza analítica, possibilita que a

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8 entidade utilize uma linguagem menos técnica, afim de atingir um maior número de usuários (PONTE; OLIVEIRA, 2004).

A divulgação do Relatório da Administração (RA) no Brasil é obrigatória para as companhias abertas, devendo conter as informações sobre os negócios sociais e principais eventos administrativos ocorridos no exercício (BRASIL, 2015). Quanto à sua divulgação, Nascimento et al (2013) apontam que os Relatórios da Administração embora sejam relatórios narrativos, diversas vezes apresentam variados tipos de recursos visuais, como tabelas e gráficos. Tais recursos são usados por acreditar que possam descomplicar, ou mesmo resumir as informações, facilitando assim o entendimento.

Segundo Iudícibus (2009), os gestores podem utilizar o Relatório da Administração para satisfazer a suas próprias predileções, pois os relatórios são normalmente enviesados pelo otimismo irresponsável. Isto pode ocorrer através do gerenciamento de impressão que se refere às variadas maneiras através das quais as pessoas tentam regular as impressões que os outros têm delas: seus comportamentos, motivações, moralidade e atributos pessoais, tais como confiança, inteligência e potencial futuro (ROSENFELD, 1997).

Assim, conforme Jones (2011), quando se trata do conteúdo disponibilizado em relatórios anuais, como o RA, as principais formas para ocorrer o gerenciamento de impressão são através de narrativos, gráficos e imagens. Beattie e Jones (1992) discorrem que os gráficos podem ser apresentados de maneira a distorcer as informações, com o objetivo de influenciar a interpretação do usuário da informação. Este gerenciamento pode ocorrer através da melhora de apresentação que consiste na ênfase ou ofuscação deliberada de um ou mais componentes do gráfico, de modo que o significado percebido seja alterado, onde tal melhora de apresentação costuma ser realizada através de realces de apresentação, ao se utilizar gráficos com a escala vertical não baseada em zero ou com o emprego da perspectiva em 3 dimensões (gráficos 3-D).

O que está de acordo com Huff (1954), que define como uma das principais artimanhas na representação de variáveis nos gráficos a utilização de bases diferentes de zero, pois nelas não existe alteração nos números representados, a variação é somente na impressão gerada. E com Mattos (2011) que a respeito da utilização de gráficos em 3D dispõe que a utilização de uma dimensão sem valor numérico além de não ser relevante pode tornar confusa a percepção da profundidade, alterando a interpretação da informação. Ao se deparar com um gráfico que

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9 utiliza de tal recurso, é sabido que a profundidade não está subsidiando nenhuma informação, mas a tendência é de analisar essa profundidade ou compará-la com as outras medidas.

1.2 – Problema de Pesquisa

Dado o cenário apresentado de que o Relatório da Administração pode ser utilizado pelas empresas para o gerenciamento de impressão, o presente trabalho sugere o seguinte problema de pesquisa: Das companhias que utilizam recursos gráficos em seu Relatório da Administração, qual a relação entre o uso de recursos gráficos com realce de apresentação e o resultado da companhia?

1.3 – Objetivo

Tendo em vista o problema de pesquisa apresentado, o objetivo deste trabalho é verificar a existência de gerenciamento de impressão por meio da melhora de apresentação no Relatório da Administração, observando a seguinte hipótese:

Hipótese: As companhias que utilizam recursos gráficos em seu relatório apresentam maior gerenciamento de impressão por realce de apresentação quando registram resultados positivos.

1.4 – Justificativa e Delimitação de Pesquisa

Embora o tema seja objeto de estudo internacional, a exemplo do trabalho realizado por Beattie e Jones (1992), observa-se ainda certa carência de estudos que verifiquem as informações divulgadas nos relatórios emitidos pelas Companhias Abertas Brasileiras (FERNANDES;

SILVA, 2009).

Este trabalho investiga uma amostra composta por uma quantidade maior de empresas e consequentemente um volume maior de relatórios da administração analisados em relação a trabalhos anteriores como o do Miranda et al (2008) que investigaram se há diferenças na quantidade de gráficos de 17 empresas de capital aberto em 37 relatórios, e o presente trabalho também se propõe a fazer uma análise temporal abrangendo 18 anos, de 1997 a 2014, ou seja, todos os anos de informações no sítio da CVM.

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10 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1- A Informação Contábil e sua Evidenciação

A Contabilidade é uma ciência voltada para o fornecimento de informações econômico- financeiras primordiais de uma entidade para as tomadas de decisão dos seus usuários. Entre outros motivos, por causa dessa procura de informações por parte dos gerentes, fornecedores, bancos, clientes e governo, as entidades divulgam suas demonstrações contábeis (MELO;

PONTE; OLIVEIRA, 2007).

Hendriksen e Van Breda (1999) pontuam que a informação possui um papel pré-decisório, pois permite determinar o seu valor antes da tomada de decisão. Assim, para eles o valor esperado da informação é medido pelo aumento de valor que se poderia esperar com a obtenção desta.

Diante disso, há que se pensar não só na forma que a informação é preparada, mas também em como ela é divulgada.

Conforme aponta Malacrida e Yamamoto (2006), a divulgação de dados por parte das empresas é fundamental para os seus usuários no decorrer do processo de tomada de decisões. De acordo com as autoras, torna-se possível ao se ter uma evidenciação objetiva, clara e completa: um maior grau de confiabilidade e segurança ao se decidir por uma alternativa em detrimento de outras. Além disto, segundo Dantas et al (2010), a evidenciação reduz a assimetria da informação entre os variados agentes econômicos.

Entretanto, nem todas as informações têm obrigatoriedade de serem evidenciadas como apontado por Ponte e Oliveira (2004) que para garantir a qualidade das informações disponibilizadas pelas entidades no Brasil, o legislador e os órgãos de regulamentação/

fiscalização têm envidado esforços no sentido de estabelecer quais informações que devem ser evidenciadas nas demonstrações. Porém, nem todas as orientações realizadas pelo legislador têm caráter obrigatório, tornando-se então mais uma questão de ética e sensatez corporativa a divulgação de informações que não são obrigatórias. Segundo Terra e Lima (2006), a informação contábil fornecida pelas entidades ocupa um lugar central para acionistas minoritários das companhias, sendo, muitas vezes, a principal fonte de dados sobre a situação da entidade.

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11 Assim sendo, uma teoria que explica a forma como as informações financeiras afetam os usuários é a Teoria da Divulgação. Segundo Verrecchia (2001), ela está fundamentada em alguns pressupostos que interferem na precificação dos ativos, a exemplo de: 1) os investidores são informados diferentemente; 2) os investidores fazem deduções racionais dos preços de mercado; 3) os investidores antecipam a divulgação racionalmente; 4) os investidores, além de serem informados diferentemente, também têm informação de qualidade diversa ou heterogênea; 5) os investidores examinam a divulgação de maneira diferenciada; 6) os investidores incorporam a divulgação nas suas opiniões de modo diverso, ou seja, alguns agentes incorporam a divulgação nas suas projeções posteriores; 7) os investidores têm as suas opiniões condicionadas conforme estímulos econômicos diversos, ou seja, eles fazem inferências racionais para preços de mercado e volume de transações. Assim o autor pontua ainda que a teoria da divulgação se baseia em três esferas: primeiramente, a associação, na medida em que analisa o relacionamento entre os usuários das informações e as decisões tomadas por eles. Em segundo, o julgamento, quando se busca encontrar como os usuários tomam as decisões e as entidades optam em divulgar ou não determinada informação. E por fim, a eficiência, ao averiguar quais das configurações de informações de divulgação é preferida.

2.2 - Relatório da Administração

Dado este panorama a respeito da informação contábil e sua divulgação, sabe-se que segundo Ponte e Oliveira (2004), a forma pela qual uma entidade disponibiliza o seu desempenho financeiro aos usuários externos – mediante as demonstrações contábeis - pode determinar o seu êxito ou fracasso ao tentar buscar recursos junto aos investidores, acionistas, credores e principalmente junto ao Governo. Ocorre que as informações divulgadas nas demonstrações tradicionais parecem não atender às necessidades dos diferentes tipos de usuários. Daí a evidenciação de informações adicionais através das Notas Explicativas ou do Relatório da Administração.

O Relatório da Administração tem sua evidenciação obrigatória conforme disposição legal ( Lei 6.404, art. 133), que determina que deve discorrer sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo, sendo obrigatórias as divulgações de aquisição de debêntures de própria emissão da empresa (art. 55, § 2.º); as disposições sobre a política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos constantes de acordo de acionistas (art.

118, § 5.º); e a relação dos investimentos em sociedades coligadas e controladas e as

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12 modificações ocorridas durante o exercício (art. 243). Desta forma cumpriria seu objetivo que, segundo Hendriksen e Van Breda (1999), é fornecer informações úteis para a tomada de decisões.

Conforme Silva et al (2006), o RA, por ser um relatório qualitativo, no qual a administração disponibiliza informações sobre o funcionamento da empresa e que, por apresentar maior maleabilidade que os demais relatórios e ser menos técnico, pretensamente seria uma importante ferramenta de avaliação da situação patrimonial, para os usuários em geral.

Ponte et al (2007), entende que a posição da CVM quanto ao Relatório da Administração, é que ele constitui elemento poderoso de comunicação da companhia junto aos investidores e à comunidade em que está inserida, devendo ser escrito em linguagem simplificada, para ser acessível ao maior número de pessoas e empresas. Isto se deve porque decidir sobre o que é útil ou não para o usuário é uma missão difícil devido à enorme quantidade de diferentes usuários, que utilizam as informações geradas de diferentes formas em suas tomadas de decisões.

Portanto nos RA’s devem estar contidas informações cujos dados financeiros sejam importantes e relevantes. Desta forma a apresentação da situação financeira através do Relatório da Administração no Brasil é de forma narrativa e possui grande poder de comunicação, podendo prestar conta das ações realizadas e demonstrar a perspectiva sobre desempenhos futuros (RODRIGUES et al, 2007).

Além disto, o RA é a parte dos relatórios anuais que mais frequentemente ajuda os investidores a analisar e avaliar os resultados financeiros do ano anterior e as expectativas futuras da companhia (SPRINGER 1992, apud Rodrigues et al, 2007). Entretanto, este relatório apesar de ser de grande valia para os acionistas ele não é auditado, assim tornam-se necessárias pesquisas que validem a transparência das informações fornecidas pela administração. Uma vez que os Relatórios da Administração possuem enorme quantidade de dados sobre as empresas e são usados pelos acionistas em decisões de investimento, mas estes relatórios são diversas vezes enviesados pelo otimismo da administração (RODRIGUES et al, 2007).

Segundo Rowbottom e Lymer (2010) os investidores também reconhecem o enviesamento no Relatório da Administração. Em seu estudo eles constataram que embora os analistas reconheçam a importância dos relatórios da administração para tomada de decisão, eles têm considerado os relatórios da administração como uma ferramenta de relações públicas onde os

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13 gestores podem fornecer uma imagem enviesada de seu desempenho, assim eles têm buscado outras fontes mais independentes de informações não financeiras.

2.3 – Recursos Gráficos e Gerenciamento de Impressão

A respeito dos recursos gráficos, Miranda et al (2008) afirmam que a utilização de recursos gráficos pode auxiliar e facilitar a comunicação entre emissor da mensagem e o seu receptor, pois propicia uma linguagem mais simples para os usuários. Ele ainda diz que o trabalho com recursos gráficos melhora a compreensão pelos usuários e se torna mais interessante, em função do apelo visual e a maior facilidade de compreensão por parte de seus usuários. Da mesma forma, dispõe Solio (2006), que ao discurso editorial de qualquer informação se associa o discurso gráfico, inteligentemente usado afim de reforçar determinada mensagem ou no sentido de proporcionar ao ‘leitor’ uma mensagem complementar/subliminar, ou muitas vezes não percebida conscientemente.

Segundo Spence (2004, apud Miranda et al, 2008), a utilização de recursos gráficos do modo como a conhecemos surgiu a partir dos estudos de Playfair entre os anos de 1786 e 1801, o qual inventou o gráfico de barras, linhas e o gráfico circular e, segundo Levine (2005), a finalidade desta apresentação gráfica é exibir informações de forma clara e correta. Assim, Miranda et al (2008) colocam que a utilização de recursos gráficos tem o intuito de evidenciar pontos importantes na comunicação, entretanto, também pode afastar a atenção do usuário de dados que demonstram fragilidade, como, por exemplo, o desempenho negativo da entidade. Nesse sentido, Silva (2003) ressalta que a principal vantagem dos recursos gráficos está na sua habilidade de mostrar uma informação de forma interessante e atrativa, permitindo entender rapidamente eventos que dificilmente viriam a ser notados de outra forma. Durante a execução deste trabalho foi possível observar isto nos gráficos utilizados nos RA, a exemplo, da figura 1, que demonstra a evolução da receita líquida ao longo dos anos da Companhia Souza Cruz S.A, onde as colunas do gráfico estão representadas pelo principal objeto de comercialização da empresa: cigarros.

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14 Figura 1 – Gráfico da Evolução da receita Líquida da Souza Cruz

Fonte: Relatório da Administração, Souza Cruz, ano 2009, p. 6

Wurman (1991) explicita que, mesmo existindo gráficos que realmente distorcem os dados essenciais, tornando difícil para o usuário deduzir a realidade, não quer dizer que eles são um meio de comunicação menos válido do que as palavras. O autor afirma que qualquer ferramenta utilizada para transmitir informações pode ser usada para iludir. Entretanto, para evitar esse aspecto vulnerável dos diagramas, eles devem ser usados como simples mapas, cujo fim específico é facilitar o processamento de informações pelos usuários e assim auxiliar no processo decisório. Assim, para Miranda et al (2008) os recursos gráficos podem ocasionar uma mudança na compreensão de um relatório contábil.

Esta percepção de mudança em um relatório contábil pode se dar através do Gerenciamento de Impressão (GI) que segundo Mendonça et al (1999), não é apenas um processo desenvolvido para controlar as impressões sobre um indivíduo, mas também como possíveis comportamentos voltados para a criação de impressões positivas de grupos e de organizações como um todo.

Segundo Deaux e Wrightsman (1988, apud Mendonça; Andrade, 2003), é o processo geral pelo qual as pessoas se comportam de modos específicos para criar uma imagem social desejada.

Mendonça e Helal (2011) discorrem que o GI é usado para descrever os esforços que um indivíduo realiza para gerar, manter, resguardar ou modificar uma imagem mantida para uma audiência direcionada.

Deste modo Mendonça e Andrade (2003 p.6) discorrem que:

“O processo de gerenciamento de impressões pode ser compreendido como aquilo que se constrói na relação organização-ambiente face aos objetivos de legitimidade, pois, como observa Brown (1994), as organizações fazem parte do ambiente social do qual elas são dependentes e necessitam ter um status legítimo para obter facilidades.

Apesar de certas formas de gerenciamento de impressões serem usadas de maneira desonesta, outras envolvem a apresentação honesta e acurada dos atributos de sujeitos

5.792,7

5.300,6

4.846,7

4.241,0

3.727,0

2005 2006 2007 2008 2009

R$ Milhões

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15 ou objetos... Conforme Grove e Fisk (1989), as atuações – ou performances – empreendidas pelos indivíduos podem ser tanto “sinceras”, no caso do ator considerar – ou acreditar em – sua atuação, quanto “cínicas”, quando a atuação é vista pelo ator apenas como um meio para atingir um determinado fim.”

Tal posicionamento está alinhado com o que dispõem Beattie e Jones (2008), que apontam que é abrangido pelo gerenciamento de impressão a manipulação estratégica das informações divulgadas pelos organizadores, de forma que influencie as percepções e decisões de seus diversos stakeholders. Beattie e Jones (1992) afirmam que considerando o conteúdo divulgado em relatórios corporativos, os principais meios utilizados para o gerenciamento de impressão são: imagens, narrativas e gráficos. Assim para Beattie e Jones (2008), o gerenciamento de impressão por meio de gráficos é abordado de três formas:

1) Seletividade Gráfica - consiste na escolha deliberada das organizações pela utilização de gráficos apenas para apresentação de notícias positivas relacionadas ao seu desempenho, para que tenham mais destaques entre as demais.

2) Distorção de medidas - consiste na manipulação deliberada da forma física dos gráficos apresentados, de modo que estes não representem proporcionalmente os dados numéricos tratados.

3) Melhora de apresentação - consiste na ênfase ou ofuscação deliberada de um ou mais componentes do gráfico, de modo que o significado percebido seja alterado. Esta que para Beattie e Jones (1992), é um apelo quase sempre desnecessário e que não preza pela precisão e coerência da representação visual dos dados.

Lima (2007) verificou o gerenciamento de impressão por meio do realce de apresentação, tendo como base questionários respondidos por 1.850 alunos dos cursos de Administração e Ciências Contábeis. Ele observou isto ao apresentar aos entrevistados dois gráficos de duas empresas que possuíam as mesmas informações financeiras, entretanto um deles apresentava base diferente de zero, e perguntou em qual dos gráficos a empresa apresentava menor risco. Os resultados demonstraram que a empresa que apresentou o gráfico não considerando a origem zero, apresentava, segundo os entrevistados, maior risco ao investimento. Assim o autor constatou que utilização de gráficos com base zero, pode gerar um efeito da dispersão dos dados visualmente parece menor podendo amenizar a apresentação dos riscos da entidade assim a

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16 apresentação de gráficos nos relatórios anuais pode alterar a percepção dos usuários e influenciar no processo decisório.

Outra forma de gerenciamento de impressão, segundo Kraemer (2005), é pela inclusão ou não de informações no Relatório da Administração, pois, dependendo da informação, deduzem-se conclusões erradas, tanto sobre o passado quanto sobre as perspectivas futuras da entidade.

2.4 – Pesquisas Anteriores

Entre as pesquisas relacionas ao tema abordado pode ser destacado os trabalhos realizados por Beattie e Jones (1992) que analisaram 240 relatórios anuais de entidades no Reino Unido, referente ano de 1989, registrando a natureza e o tamanho dos gráficos apresentados, afim de identificar e avaliar casos de não-conformidade com os princípios de construção de gráficos e investigar a relação entre a ocorrência do uso de gráficos na descrição do desempenho das empresas. A pesquisa encontrou que as demonstrações apresentam, em média, 5,9 gráficos.

Além disso, também foi encontrado que havia seletividade na utilização dos gráficos e não- conformidade com os princípios de sua construção. Também foi verificado que companhias com desempenho financeiro favorável têm maior probabilidade de apresentar recursos gráficos em seus relatórios. Eles também analisaram em 2000 se a utilização de recursos gráficos nos relatórios anuais dependia do desempenho financeiro da empresa. Foram analisados os relatórios de 137 empresas do Reino Unido em um intervalo de 5 anos, na qual foram encontradas evidências de gerenciamento de impressão.

Rodrigues et al (2005) analisaram os Relatórios da Administração extraídos da base de dados da CVM no período entre 2001 a 2003 e investigaram se existe relação entre estes e o desempenho financeiro das empresas. Os autores concluíram que o Relatório da Administração possui informações importantes sobre as empresas, entretanto observou-se a ocorrência de certo viés nos dados divulgados, sendo que este podem vir a atrapalhar a análise dos investidores, ou mesmo distorcer a percepção dos usuários da informação.

Miranda et al (2008) investigaram em 17 empresas de capital aberto, se há diferenças na quantidade de gráficos em 37 relatórios. Na área destinada a representações gráficas e na natureza das variáveis representadas graficamente, concluíram que empresas que apresentam prejuízo ou situação desfavorável em relação ao período anterior apresentam menor quantidade de gráficos em seus relatórios do que empresas que apresentam situação positiva. Com relação

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17 ao tamanho dos gráficos apresentados, constatou-se que empresas em situação favorável disponibilizam uma extensão maior em seu relatório para as representações gráficas. Também foi constatado que empresas com prejuízo mostram gráficos de situações que foram benéficas para a empresa no período referente ao prejuízo ou deixam de colocar gráficos que façam referência a situações que não foram favoráveis, mesmo está apresentando lucro no período.

Além disso, foi verificado que as variáveis em gráficos apresentados por empresas com situação financeira favorável são diferentes das variáveis apresentadas por empresas em situação financeira desfavorável. Ainda, verificou- se que empresas com situação financeira favorável, porém com resultado inferior ao anterior, tendem a demonstrar as causas para a essa redução.

Cunha e Silva (2009) investigaram a existência de evidência de gerenciamento de impressões, mediante a análise da facilidade de leitura das narrativas contábeis de empresas brasileiras com ações negociadas na bovespa. O período estudado refere-se aos anos de 2003 a 2007. Com relação ao seu desempenho econômico - a variação no preço das ações, no valor do lucro, do ativo e da receita. Assim, o estudo analisa as Notas Explicativas e Relatórios da Administração e utiliza também a fórmula Flesch, que classificou os textos, para a maioria dos casos, como de difícil leitura. Segundo os autores, os resultados encontrados sugerem fracas evidências de gerenciamentos de impressões nas narrativas estudadas. Entretanto há relação entre o porte da empresa, o crescimento contínuo e a melhora na facilidade de leitura de seus textos.

Nascimento et al (2013) em seu trabalho buscou identificar o emprego de recursos visuais nos Relatórios de Administração das companhias brasileiras e analisou a influência dos gráficos na neutralidade das informações divulgadas. Em seu estudo foram analisados os relatórios de 203 empresas, referentes ao período compreendido entre 1997 e 2009. Destes, buscou-se analisar a quantidade, tipos e características dos elementos visuais apresentados (gráficos, tabelas, fotos, etc.). O resultado do trabalho evidenciou que, com o passar do tempo, a utilização desses recursos visuais foi aumentando, em geral. Entretanto, os tipos de gráficos exibidos não sofreram modificações, sendo os que utilizam colunas em sua composição os mais empregados.

O estudo mostrou também que uma parcela desses diagramas pode dar margem a uma interpretação indevida em consequência das técnicas empregadas em sua elaboração.

Penteado (2013) realizou um estudo investigando os relatórios de sustentabilidade de 50 empresas brasileiras de capital aberto, aonde verificou se foram utilizados gráficos para gerenciamento de impressão. Ela constatou que embora existam evidências de seletividade e distorções de medidas nos gráficos analisados, os resultados apontam com mais segurança uma

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18 falta de preparo dos responsáveis pela elaboração da informação que alguma tentativa de gerenciamento de impressão.

3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 – Seleção da Amostra

A amostra foi selecionada a partir de um universo de 653 empresas que correspondem as Companhias com cadastro ativo no sítio da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, em 31 de dezembro de 2014. A amostra foi restringida as empresas com pedido de abertura de capital concedido até o ano de 1997 e cujos Relatórios da Administração estivessem disponibilizados no sítio da CVM a partir desse ano. Foram encontradas 203 empresas com esses requisitos. A partir destas 203 empresas foram selecionadas 150 através de um sorteio aleatório sem repetição no Excel. Sendo assim a amostra final deste estudo conta com 2.700 relatórios da administração, que compreende os relatórios disponibilizados pelas 150 empresas selecionadas nos 18 anos, de 1997 a 2014.

3.2 – Coleta de Dados

Para a realização deste estudo foi necessário coletar os seguintes dados: 1) Valor do Ativo; 2) Lucro / Prejuízo Líquido; 3) Total de gráficos; e 4) tipo de realce de apresentação (3D, base maior que zero e linha) por Relatório da Administração.

O ativo e o resultado líquido das empresas foram coletados através das demonstrações contábeis anuais de cada companhia (balanço patrimonial e demonstração do resultado de exercício, respectivamente) diretamente obtidos do sítio da CVM. Já os dados referentes ao total de gráficos foram coletados a partir de contagem manual direta de cada Relatório da Administração.

Segue exemplo nas figuras 2, 3 e 4 de modelos de gráfico em 3D, base maior que zero e gráfico com presença de linha, extraído dos relatórios da administração analisados.

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19 Figura 2 – Modelo de Gráfico 3D (Distribuição do Valor Adicionado da CIA Souza Cruz)

Fonte: Relatório da Administração da CIA Souza Cruz, 2009.

Figura 3 Modelo de gráfico com base maior que zero ( Evolução do valor da ação da Companhia Ampla)

Fonte: Relatório da Administração da CIA Ampla, 2010, p. 16.

Figura 4 – Modelo de Gráfico com Linha (Dívida Líquida da Companhia Ampla em 2010)

Fonte: Relatório da Administração da CIA Ampla, 2010, p.14.

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20 3.3 – Procedimento para Análises dos Dados e Testes para a Hipótese da Pesquisa

Esta pesquisa levanta à seguinte hipótese: Os relatórios da administração que possuem gráficos apresentam maior gerenciamento de impressão por melhora de apresentação quando registram desempenhos financeiros positivos.

Para testar essa hipótese, foi estabelecido como variável dependente o gerenciamento de impressão e o desempenho financeiro como variável independente. Deste modo, a partir dos dados coletados calculou-se para avaliar o desempenho financeiro de cada companhia foi estabelecido observar se a companhia apresentou lucro ou não, através de uma variável dummy de controle, assumindo 1 para resultados indicando lucro e 0 para os demais resultados.

Alternativamente para testar o desempenho financeiro foi analisado o Retorno sobre o Ativo (ROA = Lucro ou Prejuízo Líquido/ Ativo)

E para mensurar o gerenciamento de impressão por realce de apresentação (GIRA) foi formulada a seguinte expressão:

GIRA = (Gráficos com 3D/ Total de Gráficos) + (Gráficos com base maior que 0/ total de gráficos) + (Gráficos com linha/ total de gráficos).

Assim, para testar a hipótese, com 150 empresas e series temporais ( times series) de 18 anos, foi realizada uma regressão usando a metodologia de dados em painel (painel data) que considera o comportamento das variáveis tanto na dimensão temporal quanto na espacial e que, conforme indicado Gujaratti (2006), apresenta-se da seguinte forma:

Yit = β1 + β2X2it + uit

Seguindo tal formato, foram formulados os seguintes modelos:

Para o Lucro/ Prejuízo como variável independente - GIRA i ,t = 0 + 1LUCRO i,t + Ei,t.

&

Para o ROA como variável independente: GIRA i,t = 0 + 1ROA It + Ei,t

A partir destes modelos foram realizadas as regressões com dados em painel utilizando quatro modelos de estimação. O Polled, que é um modelo de estimação que presume que os parâmetros

(21)

21 BO e B1 são comuns para todos os indivíduos e Efeitos fixos (seccionais, período e duplo efeito fixo), no qual o efeito fixo é um processo de estimação que pressupõe que a heterogeneidade dos indivíduos é captada pela parte constante, que difere de indivíduo para indivíduo ( NUNES, et al 2013).

Para garantir ainda a robustez dos parâmetros diante do risco da existência de heterocedasticidade e autocorrelação dos resíduos (DANTAS, 2012), foi utilizado o método de erros padrões seccionais SUR - PCSE (Seemingly Unrelated Regression Panel Corrected Standard Errors ) na estimação do modelo.

4 – ANÁLISE DE RESULTADOS

4.1 – Análise Descritiva dos Dados

Dos 2.700 relatórios da administração analisados referente as 150 empresas contidas na amostra durante os anos de 1997 a 2014, foi identificado emprego de recursos gráficos em 852 desses relatórios, o que corresponde aproximadamente a 31,56% dos relatórios, como demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Relatórios da Administração com x sem gráficos MODELO QUANTIDADE %

RA sem gráficos 1848 68,44 RA com Gráficos 852 31,56

TOTAL 2700 100

4.1.1 - Análise descritiva dos RA’s que apresentaram gráficos

Das 150 empresas analisadas somente as Companhias Vale S.A e a Guararapes Confecções S.A, utilizaram recursos gráficos em todos os relatórios da administração no período analisado, e nenhuma empresa empregou realce de apresentação em todos os anos, embora as Companhias B.R.F S.A; Light Serviços de Eletricidade S.A e Saneamento Básico Estado de São Paulo S.A tenham utilizado realce de apresentação nos gráficos em 16 dos 18 anos analisados.

(22)

22 É possível perceber um crescimento na quantidade de relatórios que utilizaram de gráficos, como mostra o gráfico 1, sendo o pico entre os anos de 2010 a 2013, onde em 2010, 66 companhias apresentaram gráficos em seus relatórios, um aumento de 450% se comparado com a quantidade registrada em 1997, de apenas 12 gráficos. O desvio padrão de relatórios que apresentaram gráfico ao longo do período analisado foi de aproximadamente 16,59, enquanto a moda foi da quantidade de relatórios com gráficos foi de 61 (que ocorreu nos anos de 2007 e 2013) e 65 (nos anos de 2011 e 2012).

Gráfico 1 – Quantidade de relatórios com gráfico por ano

O total de gráficos nos 852 relatórios que apresentaram ao menos um recurso gráfico é de 6.101, o que corresponde a aproximadamente uma média de 7 gráficos por cada relatório e uma média de 2,26 considerando-se todos os relatórios. A Companhia que apresentou a maior quantidade de recursos gráficos ao longo do período analisado foi a Braskem S.A, que utilizou 243 gráficos nos 18 Relatórios da Administração analisados, apresentando, portanto, uma média de 13,5 gráficos por relatório. Na Tabela 2 é demonstrado a quantidade de RA’s que apresentaram gráficos por ano e o total de gráficos desses relatórios, bem como a sua média anual.

12 20

29 28 35

40

45 46

54 50

61 59 57

66 65 65

61 59

0 10 20 30 40 50 60 70

QUANTIDADE DE RA COM GRÁFICO

(23)

23 Tabela 2 – Total de Relatórios com gráfico, total de gráficos por relatório por ano.

QUANTIDADE TOTAL DE

DE RA COM GRÁFICO GRÁFICOS NOS RA'S

1997 12 37

1998 20 64

1999 29 117

2000 28 121

2001 35 164

2002 40 200

2003 45 232

2004 46 300

2005 54 352

2006 50 346

2007 61 438

2008 59 415

2009 57 431

2010 66 582

2011 65 570

2012 65 557

2013 61 562

2014 59 613 TOTAL 852 6.101

ANO

No gráfico 2 é demonstrado o comportamento da média da quantidade de gráficos por Relatório da Administração, o ano de 2014, foi o que apresentou maior média (10,39) um aumento de quase 237% se comparado com o primeiro ano da analise deste estudo aonde a média em 1997 era de 3,08.

Gráfico 2 – Evolução da média de gráficos por relatório por ano

3,08 3,20

4,03 4,32 4,69 5,00 5,16

6,52 6,52 6,92 7,18 7,03 7,56

8,82 8,77 8,57 9,21 10,39

- 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00

(24)

24 As empresas que mais utilizaram gráficos em seu RA no ano de 1997 foram a Vale S.A e a Companhia de Gás de São Paulo, a Vale S.A também foi à empresa que registrou o máximo de gráficos em um relatório nos anos de 1998 e 2000. Já em 1999 e 2001, a CIA Energética do Ceará – Coelce foi a que empregou maior quantidade de gráficos em seus relatórios, enquanto que em 2002 foi a Light Serviços de Eletricidade S.A. Nos anos de 2003, 2004, 2005 e 2009 Braskem S.A foi à companhia que mais utilizou de recursos gráficos, enquanto que em 2006 e 2007 a Randon Implementações e Participações S.A assumiu está posição. Em 2008 a Centrais Elétricas S.A passou a ser a Companhia que apresentou mais recursos gráficos no RA, enquanto que em 2010, 2012 e 2013 a Companhia Cyrela Brazil S.A registrou mais recursos gráficos que as demais Companhias, e por fim a São Paulo Alpargatas S.A, nos anos de 2011 e 2014 foi quem registrou a maior quantidade de gráficos no Relatório da Administração.

Na tabela 3, são demonstrados o mínimo e o máximo de gráficos encontrados nos relatórios que apresentaram gráficos em cada ano bem como o Desvio Padrão deste período.

Tabela 3 – Quantidade mínima e máxima de gráficos por relatório anualmente

ANO MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO

1997 1 9 2,87

1998 1 12 2,82

1999 1 13 3,27

2000 1 17 3,60

2001 1 13 3,32

2002 1 17 3,78

2003 1 20 3,49

2004 1 24 4,51

2005 1 21 4,74

2006 1 21 4,76

2007 1 20 4,85

2008 1 29 5,90

2009 1 21 5,18

2010 1 36 8,60

2011 1 32 7,53

2012 1 36 7,70

2013 1 33 7,39

2014 1 45 9,51

Dos RA’s que apresentaram gráficos, em 623 deles (73,12%) ocorreu pelo menos uma vez algum realce de apresentação (base maior que 0, 3D ou linha) conforme demonstrado na Tabela 4:

(25)

25 Tabela 4 – Quantidade de relatórios Com e Sem realce de apresentação

MODELO QUANTIDADE %

com realce 623 73,12

sem realce 229 26,88

TOTAL 852 100

Desses 623, em 159 deles, foram empregados mais de um tipo de realce, conforme demonstrado na Tabela 4:

Tabela 5 – Quantidade de relatórios com um ou mais tipos realce de apresentação

MODELO QUANTIDADE %

com 1 tipo de realce 464 74,48

com mais de 1 tipo de realce 159 25,52

TOTAL 623 100

Foram encontrados um total de 2824 realces de apresentação. Sendo 2017 relacionados à 3D (71,42%), 127 com base maior que zero (4,50%) e 680 (24,08%) de gráficos com linha, conforme demonstrado no Gráfico 3. Observa-se ainda que a mediana, está referente ao realce por presença de linha e o desvio padrão das quantidades para o tipo de realce é de aproximadamente 972, ressalta-se ainda que o Banco do estado do Sergipe S/A, foi a que apresentou a maior quantidade de realces de apresentação no mesmo relatório, que foi no ano de 2013, onde registrou 35 realces:

Gráfico 3 – Quantidade por tipo de realce de apresentação

2017

127

680

0 500 1000 1500 2000 2500

3D BASE MAIOR QUE

ZERO

LINHA

(26)

26 O total de realces representa uma média de aproximadamente 4,53 realces de apresentação nos gráficos por relatório. No gráfico 4 é demonstrada a evolução no uso de realces ao longo do tempo, sendo o pico o ano de 2012 que registrou 248 realces, o que representa um aumento de aproximadamente 1358% se comparado com a quantidade de realces registrada no ano de 1997, que contou com 17 realces de apresentação. A média de realces por ano é de aproximadamente 157 enquanto o desvio padrão é de 77,96.

Gráfico 4 – Quantidade de realces de apresentação por ano

Quanto às informações financeiras, dos 2.700 relatórios analisados o maior lucro registrado foi da Companhia Vale S.A no ano de 2011, onde ela apresentou um lucro de R$ 37.813.723,00 ( em milhares de reais), no Relatório da Administração da Vale S.A deste ano ela apresentou 6 gráficos com 3 realces de apresentação enquanto o maior prejuízo foi da Empresa Haga S.A no ano de 2014, onde ela registrou um resultado negativo de R$ 9.114.315,00 (em milhares de reais), a empresa neste ano não apresentou nenhum gráfico em seus relatórios. Nestes, 2.700 em 1.832 dos casos, as companhias apresentaram lucro, 24 apresentaram resultado próximo de zero e 844 apresentaram resultado negativo no exercício social correspondente ao Relatório da Administração analisado.

Dos 852 relatórios que apresentaram gráficos, em 674 (79,11%) deles a companhia apresentou lucro no período correspondente ao relatório conforme demonstrado no Gráfico 5:

17

47 52 72

91 103

126136 227

206 235

161175

226241 248

224237

0 50 100 150 200 250 300

(27)

27 Gráfico 5 – Percentual de relatórios em função do seu resultado

Destes 674 relatórios que apresentaram lucro e gráficos, 503 (80,74%) deles apresentaram ao menos um gráfico com realce de apresentação conforme tabela 7.

Tabela 6 – Percentual de gráficos por especificação em função do lucro

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2700

COM LUCRO 1832

% 67,85

RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO COM GRÁFICO 852

COM LUCRO E GRÁFICO 674

% 79,11

RELAT. DA ADM, COM REALCE DE APRESENTAÇÃO NOS GRÁFICOS 623

COM LUCRO E REALCE DE APRESENTAÇÃO 503

% 80,74

Percebe então que os Relatórios da Administração que possuem gráficos, apresentam situação de lucro no exercício a mais em 11,26% do que em relação ao total de relatórios com gráficos contendo lucro ou não, e esta variação aumenta para 12,89% quando considerado os relatórios que somente tiveram realce de apresentação em relação ao total.

4.1.2 - Análise descritiva dos RA’s sem gráficos

Das 150 empresas analisadas, 51 delas (34%), não apresentaram gráficos em nenhum dos anos analisados. Em relação aos 1.848 relatórios que não apresentaram nenhum gráfico, 1.158, referem-se a períodos em que a Companhia registrou um resultado superavitário, ou seja

674

178

LUCRO PREJUÍZO

(28)

28 aproximadamente 63% dos relatórios que não possuem gráficos estão relacionados a períodos em que a companhia obteve um resultado positivo, conforme demonstrado na Tabela 8:

Tabela 7 – Quantidade de relatórios sem gráfico em função do seu resultado RESULTADO FINANCEIRO QUANTIDADE %

POSITIVO 1158 62,66

NULO/ NEGATIVO 690 37,34

TOTAL 1848 100

Este percentual de 63% está abaixo do percentual geral de 67,85% de relatórios que estão relacionados a períodos que apresentaram lucro, bem como está abaixo do percentual de 79,11% e 80,74%, referentes aos relatórios que possuíam gráficos em geral e gráficos com realce de apresentação, respectivamente, e que estão relacionados a períodos em que a empresa obteve um desempenho positivo, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Tabela 8 – Percentual de gráficos por especificação em função do lucro

RA'S TOTAL RA'S COM GRÁFICO RA'S COM GRÁFICO E REALCE RA'S SEM GRÁFICO 2.700

852 623 1.848 C/ LUCRO NO PERÍODO C/ LUCRO NO PERÍODO C/ LUCRO NO PERÍODO C/ LUCRO NO PERÍODO

1.832

674 503 1.158

% DE RA'S C/ LUCRO % DE RA'S C/ LUCRO % DE RA'S C/ LUCRO % DE RA'S C/ LUCRO 67,85

79,11 80,74 62,66

A diferença percentual de Relatórios da Administração que não possuem gráficos e apresentaram lucro em relação aos relatórios que apresentaram gráficos com realce e obtiveram lucro no período é de 18,08%, conforme pode ser observado no Gráfico 6:

Gráfico 6 – Percentual de relatórios em função do seu tipo que estão relacionados a períodos em que a companhia registrou resultado positivo

(29)

29 Assim, a análise descritiva dos dados aponta para uma evidência de que a diferença entre relatórios com gráficos em períodos de lucro em relação aos com gráficos com realce é de apenas 1,63%. Entretanto, quando comparado a diferença de relatórios de gráficos com realce para com relatórios sem gráfico em períodos que registraram lucro é de 18,08%.

4.2 – Análise Inferencial dos Dados

Segundo Conti (2009) o teste do qui-quadrado (χ 2) destina a encontrar um valor da dispersão para duas variáveis nominais, avaliando a associação existente entre variáveis qualitativas.

Admitindo-se um grau de significância de 5%, para um grau de liberdade de 1, o valor do χ 2 deve ser superior a 3,841, para ser estatisticamente relevante, conforme demonstrado na tabela 9.

Tabela 9 – Tabela para análise do Qui - Quadrado

Fonte: Conti (2009)

Foi realizado o teste do qui-quadrado em relação aos relatórios que apresentaram realces x os que não apresentaram realce em relação ao resultado positivo/ negativo, o valor para χ 2 encontrado foi de 61,66, portanto havendo evidências de que existem gerenciamento de impressão por melhora de apresentação quando comparado aos relatórios que não utilizam realce. Quando restringindo para os relatórios que possuem gráficos, e comparando os relatórios com gráficos e com realce x os relatórios com gráficos sem realce o valor encontrado de χ 2 foi de 3,73, abaixo do valor crítico, portanto não se podendo rejeitar a Hipótese nula. Conforme demonstrado nos cálculos nos quadros 1 e 2:

(30)

30 Quadro 1 – Cálculos do teste do Qui – Quadrado para relatórios com realce x sem realce

VALORES OBSERVADOS

LUCRO PREJUÍZO TOTAL

COM REALCE 503 120 623

SEM REALCE 1329 748 2077

TOTAL 1832 868 2700

VALORES ESPERADOS

LUCRO PREJUÍZO TOTAL

COM REALCE 422,72 200,28 623 SEM REALCE 1.409,28 667,72 2077

TOTAL 1832 868 2700

Aplicando a fórmula χ2 = Σ [(o - e)2 /e] temos:

LUCRO PREJUÍZO

COM REALCE 15,25 32,18 SEM REALCE 4,57 9,65

χ2 = 15,25+ 4,57+ 32,18+9,65

χ2 = 61,66, acima do valor crítico

Quadro 2 – Cálculos do teste do Qui – Quadrado para relatórios com realce x com gráfico e sem realce

VALORES OBSERVADOS

LUCRO PREJUÍZO TOTAL

COM REALCE 503 120 623

SEM REALCE 171 58 229

TOTAL 674 178 852

VALORES ESPERADOS

LUCRO PREJUÍZO TOTAL

COM REALCE 492,84 130,16 623 SEM REALCE 181,16 47,84 229

TOTAL 674 178 852

Aplicando a fórmula χ2 = Σ [(o - e)2 /e] temos:

LUCRO PREJUÍZO

COM REALCE 0,21 0,79 SEM REALCE 0,57 2,16

χ2 = 0,21+ 0,79+ 0,57+ 2,16

χ2 = 3,73, abaixo do valor crítico

(31)

31 O R2 segundo Gujarati (2006) é uma medida resumida que diz o quanto a linha de regressão amostral se ajusta aos dados, assim ele mede a proporção da variação explicada pelo modelo de regressão, os seus limites é ele ser igual ou maior que zero e igual ou menor que 1, aonde 1 representa um ajustamento perfeito e zero significa que não há qualquer relação entre o regressando e o regressor. Para a variável independente ROA em seus modelos estimados ( Pooled, efeito fixo seccional, efeito fixo período e duplo efeito fixo) o R2 foi de 0,000036;

0,397296; 0,012977 e 0,012700 respectivamente. Enquanto para o modelo que possuí a variável lucro como independente foi de 0,000000; 0,396047; 0,012700 e 0,412471.

O erro padrão da regressão segundo AHRENS (1983), é uma medida da dispersão dos resíduos da regressão. A sua determinação permite definir intervalos de confiança para os parâmetros de um modelo e quanto menor o seu valor, mais precisa são as inferências elaboradas a partir de um modelo. O erro padrão no modelo em que o ROA é a variável independente o seu valor para a estimação realizada através do método Poleed foi de 0,448366, e para os efeitos fixos seccional, efeito fixo período e duplo efeito fixo de 0,369038; 0,450117 e 0,449722, respectivamente. Enquanto que no modelo aonde o LUCRO é a variável independente os valores encontrados foram de 0.448057, 0.368731, 0.449722, 0.367831, para os métodos Poleed, efeitos fixos seccional, efeito fixo período e duplo efeito fixo, respectivamente.

Segundo Gujarati (2006), o R2, é uma função não decrescente do número de variáveis explanatórias presentes no modelo, assim ele quase que invariavelmente aumenta e nunca diminui quando o número de regressores aumenta, tendo isto em vista Henry Theil formulou o R2 ajustado que aumenta menos que R2. O modelo de informação Akaike (CIA), levou adiante onde em sua formula, impõe mais restrições ao acréscimos de regressores, seguindo a mesma linha de raciocínio o Critério de Informação Schwarz (CIS), impondo penas ainda mais duras para o acréscimos de regressores que o (CIA), e tanto quanto o CIA como CIS, quanto menor o seu valor, melhor é o modelo. Na tabela 10, é demonstrado os valores do R2 ajustado, CIA e CIS, para ambos os modelos utilizados.

Tabela 10 – R2 ajustado, CIA e CIS

POOLED EF. FIXO SECCIONAL EF. FIXO PERÍODO DUPLO EF. FIXO R2 AJUSTADO -0.001176 0.321752 -0.009011 0.327622

CIA 1.236.001 0.949781 1.264.088 0.958769

CIS 1.247.411 1.480.320 1.372.478 1.586.288

R2 AJUSTADO -0.001176 0.321947 -0.008635 0.325253

CIA 1.234.550 0.946254 1.261.675 0.958589

CIS 1.245.695 1.470.049 1.367.549 1.577.113

ROA

LUCRO

(32)

32 Na Tabela 11 está o resumo dos testes realizados para o modelo do ROA como variável independente - GIRA i T = 0 + 1ROA It + Ei T.

Tabela 11 – Resumo dos testes – variável independente ROA

POOLEDEFEITO FIXO SECCIONALEFEITO FIXO PERÍODODUPLO EFEITO FIXO

coe ficie nte 0,51818 0,5184 0,5182 0,5184

P- value 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

coe ficie nte -0,0033 0,0228 -0,0007 0,0275

P- value 0,8722 0,2289 0,9716 0,1544

C ROA

Na Tabela 12 está o resumo dos testes realizados para o modelo do LUCRO como variável independente - GIRA i T = 0 + 1LUCRO It + Ei T.

Tabela 12 – resumo dos testes – variável independente LUCRO

POOLED EFEITO FIXO SECCIONAL EFEITO FIXO PERÍODO DUPLO EFEITO FIXO

coeficiente 0,5133 0,5206 0,5072 0,5134

P- value 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000

coeficiente -0,0004 -0,0097 0,0071 -0,0006

P- value 0,9888 0,8139 0,8459 0,9874

C LUCRO

Arsham (1988) dispõe que o P-value depende diretamente de uma dada amostra, assim tenta fornecer uma medida da força dos resultados de um teste, em contraste a uma simples rejeição ou não rejeição. Se a hipótese nula for verdadeira e a chance da variação aleatória for à única razão para as diferenças amostrais, então o P-value é uma medida quantitativa para alimentar o processo de tomada de decisão como evidência. Deste modo o P-value é uma medida de quanta evidência existe contra a hipótese nula. Quanto menor o P-value, mais evidência se tem.

Assim, ele dispõe a Tabela 13, da relação do P – Value em relação a hipótese nula.

Tabela 13 – Interpretação do P - Value

P-value Interpretação

P < 0,01 evidência muito forte contra H0 0,01< = P < 0,05 evidência moderada contra H0 0,05< = P < 0,10 evidência sugestiva contra H0

0,10< = P pouca ou nenhuma evidência real contra H0 Fonte: Arsham (1988)

Como é possível observar tanto no modelo em que o ROA era a variável independente quanto no modelo em que o Lucro era a variável independente, o P-value, independente da estimação

Referências

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