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Análise do consumo de álcool e outras drogas em escolares do ensino fundamental no município de Antônio Prado-RS

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Academic year: 2022

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ESTRUTURA DO PORTFÓLIO

ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - UNA-SUS/UFCSPA

No Curso de Especialização em Saúde da Família da UNA- SUS/UFCSPA, o trabalho de conclusão de curso (TCC) corresponde ao portfólio construído durante o desenvolvimento do Eixo Temático II - Núcleo Profissional. Neste eixo são desenvolvidas tarefas orientadas, vinculando os conteúdos com a realidade profissional. O portfólio é uma metodologia de ensino que reúne os trabalhos desenvolvidos pelo estudante durante um período de sua vida acadêmica, refletindo o acompanhamento da construção do seu conhecimento durante o processo de aprendizagem ensino e não apenas ao final deste. O TCC corresponde, portanto, ao relato das intervenções realizadas na Unidade de Saúde da Família contendo as reflexões do aluno a respeito das práticas adotadas.

A construção deste trabalho tem por objetivos:

I - oportunizar ao aluno a elaboração de um texto cujos temas sejam de conteúdo pertinente ao curso, com desenvolvimento lógico, domínio conceitual, grau de profundidade compatível com o nível de pós-graduação com respectivo referencial bibliográfico atualizado.

II – propiciar o estímulo à ressignificação e qualificação de suas práticas em Unidades de Atenção Primária em Saúde, a partir da problematização de ações cotidianas.

O portfólio é organizado em quatro capítulos e um anexo, sendo constituído por: uma parte introdutória, onde são apresentadas características do local de atuação para contextualizar as atividades que serão apresentadas ao longo do trabalho; uma atividade de estudo de caso clínico, onde deve ser desenvolvido um estudo dirigido de usuários atendidos com patologias e situações semelhantes aos apresentados no curso, demonstrando ampliação do conhecimento clínico; uma atividade de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; uma reflexão conclusiva e o Projeto de Intervenção, onde o aluno é provocado a identificar um problema complexo existente no seu território e propor uma intervenção com plano de ação para esta demanda.

O acompanhamento e orientação deste trabalho são realizados pelo Tutor do Núcleo Profissional e apresentado para uma banca avaliadora no último encontro presencial do curso.

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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE PÓS GRADUAÇÃO EM MEDICINA DA FAMÍLIA

PRISCILA DAL BOSCO LORENCET

ANÁLISE DO CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO –RS

ANTÔNIO PRADO – RS

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PRISCILA DAL BOSCO LORENCET

ANÁLISE DO CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO –RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNASUS/UFSCPA, como requisito parcial para conclusão da Pós Graduação em Medicina da Família.

ANTÔNIO PRADO

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Sumário

1 INTRODUÇÃO...04

2 ESTUDO DE CASO CLÍNICO ... 06

3 PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS ... 23

4 VISITA DOMICILIAR / ATIVIDADE NO DOMICÍLIO ... 24

5 REFLEXÃO CONCLUSIVA ... 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 29

ANEXO I – PROJETO DE INTERVENÇÃO ... 30

OUTROS ANEXOS ... 31

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1- INTRODUÇÃO

Me chamo Priscila Dal Bosco Lorencet, tenho 25 anos, natural de Nova Prata - RS, médica formada pela Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC) há 01 ano. Durante este ano, trabalho atualmente na Unidade Básica de Saúde Planalto por meio do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB), no município de Antônio Prado - RS. Trabalho também como médica plantonista no Hospital São João Batista, na cidade de Nova Prata.

No município de Antônio Prado, há 05 equipes de Estratégia de Saúde da Família, tendo 05 unidades básicas de saúde (UBS Aparecida, Centro, 21 de abril, Planalto e Santana).

Atualmente, faço parte da equipe UBS Planalto a qual é composta por 01 médica, 01 enfermeira, 02 técnicas de enfermagem e 05 agentes comunitárias de saúde. A unidade de saúde localiza-se dentro da área local de abrangência.

A área é composta por aproximadamente 2000 pessoas, sendo 85% localizadas na área rural. Nossa equipe possui 02 Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambas localizadas dentro do território de atuação. A UBS Planalto (FIGURA 1) que se localiza na cidade a qual atuo todas as manhãs e onde são realizadas as reuniões de equipe nas quintas-feiras à tarde. Além disso, contamos também com a UBS Santana a qual localiza-se há aproximadamente 15 km da cidade. Para nos locomover até Santana utilizamos do carro da prefeitura. A UBS Santana (FIGURA 2) tem atendimento três tardes por semana, sendo duas tardes com atendimento médico e uma tarde com atendimento com a enfermeira da equipe.

As características da população adscrita, são pacientes que trabalham na agricultura, que sobrevivem exclusivamente deste meio. Dentre as plantações constata-se a plantação de uva, bergamota, laranja, caqui, ameixas, pêssegos, morango, tomate, cebola, pimentão, alho e milho. Os costumes diários, em especial, a gastronomia, são semelhantes à descendência italiana.

Devido ao trabalho extenuante, as doenças osteomusculares são muito prevalentes principalmente nos períodos de safra e colheita. O município possui convênio com algumas especialidades na cidade de Caxias do Sul. Entretanto, com a atual crise financeira

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principalmente na especialidade de ortopedia, não estão sendo atendidos. Por outro lado, a grande maioria dos pacientes adscritos na área possui plano de saúde ou tem condições de realizar uma consulta via particular, tendo então a resolução do caso.

Além disso, dentro da área adscrita, há a Escola Estadual Santana, localizada no interior do município. Foi nesta escola onde executei o projeto de intervenção, o qual foi realizado devido ao número expressivo de usuários de álcool e outras drogas dentro da comunidade onde a Unidade Básica de Saúde atua.

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2- ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Na rotina diária da UBS Planalto, diariamente surgem pacientes que se preocupam com o seu atual estado de saúde e comparecem a consulta para realizar os chamados "exames de rotina", como é o caso do paciente A.L.

Paciente A.L., 56 anos, natural e procedente de Antônio Prado, branco, casado, agricultor e alfabetizado. Compareceu a consulta desejando realizar exames de rotina. No momento, estava assintomático, não apresentando nenhuma queixa.

Na história patológica pregressa utilizava enalapril 10mg/dia para controle da pressão arterial há aproximadamente 03 anos. Não utilizava nenhuma outra medicação.

Em sua vida, nunca realizou procedimentos cirúrgicos. Nos hábitos de vida, nega ser tabagista, ingere bebida alcoólica (vinho - produzido pelo próprio paciente) diariamente durante as principais refeições (almoço e janta). Além disso, não realiza atividade física.

Em sua história familiar, seu pai faleceu devido à cirrose com 42 anos e sua mãe falecida por complicações de doença cardiovascular (diabetes e hipertensão arterial) aos 77 anos.

Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, lúcido, hidratado, corado.

Ausculta Pulmonar: Murmúrio vesicular bilateral presente, sem ruídos adventícios, eupneico.

Ausculta Cardíaca: em dois tempos, bulhas normofonéticas, ausência de sopros. Pressão arterial: 135x80mmHg;

Membros inferiores: ausência de edema, ausência de empastamento de panturrilha, pulsos palpáveis.

IMC 29.1; Circunferência Abdominal 97,5cm.

Como conduta, ao paciente hipertenso, orientei que sua pressão estava controlada de acordo com a última Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, onde a meta para o paciente hipertenso, sem outras comorbidades deve-se manter menor que 140x90mmHg. Além disso,

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realização de 150 minutos/semana de atividade física recomenda pela American Heart Association que irá ajudar na redução da pressão arterial como também no tratamento de sobrepeso apresentado pelo paciente. Não obstante, a realização de exames que incluem a rotina básica do Hipertenso para a estratificação de risco cardiovascular do paciente e pela busca de lesões em órgão-alvo.

Sendo assim, além das recomendações anteriormente citadas, solicitei análise de urina, colesterol total, HDL, triglicerídeos, glicemia de jejum, potássio sérico, ácido úrico, creatinina e eletrocardiograma.

Após alguns dias, o paciente retorna apresentando tais exames: Eletrocardiograma com ritmo sinusal e frequência cardíaca de 82bpm. Labs: análise de urina sem alterações;

potássio 4,3mEq/l; acido úrico 5,4mg/dl; creatinina 1,1mg/dl; colesterol total 240mg/dl; HDL 42mg/dl; triglicerídeos 187mg/dl; glicemia de jejum 115mg/dl; LDL 160,6mg/dl;

Como conduta, o paciente apresenta dislipidemia mista (LDL maior e igual a 160mg/dl e Triglicerídeos maior e igual a 150mg/dl) necessitando-se de mudança no estilo de vida (reeducação alimentar + realização de atividade física diária) e glicemia de jejum alterada a qual, segundo a última diretriz brasileira de diabetes, recomenda à realização de Hemoglobina Glicada e teste de tolerância oral a glicose, os quais foram solicitados na consulta. No retorno do paciente, apresenta Hemoglobina glicada de 7,3% e o Teste de tolerância oral a glicose com 75g: jejum 117mg/dl e após 2h 221mg/dl, confirmando-se assim o diagnóstico de Diabetes.

Com o diagnóstico confirmado de Diabetes Mellitus tipo 02, deve-se segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes, encaminhar o paciente para a realização da fundoscopia no momento do diagnóstico e repetir anualmente e, bem como, realizar o screnning de nefropatia diabética também anualmente por meio da microalbuminúria de 24h.

Não obstante, orientei novamente a importâncias das modificações do estilo de vida e iniciei Metformina 850mg 3x ao dia. Além disso, solicitei que o paciente retornasse em 03 meses para avaliarmos novamente o controle glicêmico e o perfil lipídico o qual deve-se por meta de acordo com a V Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose estar com LDL menor igual a 70mg/dl.

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Por fim, ressalta-se como as doenças cardiovasculares são prevalentes na rotina diária dos atendimentos realizados nas Unidades Básicas de Saúde, sendo hoje considerada a maior causa de morte na população brasileira. Além disso, a importância das Diretrizes Brasileiras as quais são úteis e ajudam o médico clínico a se guiar e a tomar as melhores condutas, visando essencialmente o usuário do SUS.

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3- PROMOÇÃO DA SAÚDE, EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NÍVEIS DE PREVENÇÃO

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Planalto onde atuo há 11 meses, os princípios universais do Sistema Único de Saúde (SUS) são efetivamente realizados por toda a equipe, iniciando-se pelas agentes comunitárias de saúde até o médico, dando ênfase à integralidade do cuidado, por meio de medidas de prevenção, educação e promoção de saúde.

Em relação às consultas de puericultura realizadas na UBS Planalto, seguem-se o calendário do Ministério da Saúde, onde são feitas oito consultas até os dois anos de idade do paciente. São realizadas seis consultas no primeiro ano de vida, sendo elas distribuídas na primeira semana, no 1º mês, aos 2 meses, 4 meses, 6 meses e aos 9 meses. No segundo ano de vida, mais duas consultas, sendo elas aos 12 meses e aos 18 meses. Após o segundo ano de vida, são realizadas consultas anuais.

Além das consultas realizadas pelo médico de família da UBS, é realizado uma visita hospitalar da enfermeira para após o nascimento, já criar vínculo com o paciente e seus familiares juntamente com orientações gerais. Além disso, também é realizada pela enfermeira aos 15 dias de vida, visita domiciliar ao paciente, para avaliação quanto ao vínculo principalmente entre a mãe e o filho, medidas de higiene, fortalecimento da amamentação, entre outros.

Não obstante, aos três meses a mãe também recebe consulta com a nutricionista, com o objetivo de fortalecer o aleitamento materno e também, orientações para a alimentação da criança aos seis meses de vida se o paciente estiver em aleitamento materno exclusivo, ou a partir dos quatros meses, se estiver em aleitamento complementado. Nesta consulta, é explicado e fornecido à mãe cardápios e os alimentos necessários para o bom desenvolvimento pondero estatural da criança.

Os agendamentos das consultas de puericultura são feitas com antecedência, obedecendo ao princípio de equidade em priorizar o atendimento da criança. Na primeira consulta, na triagem é inicialmente explicado o calendário de realização de consultas por todos os profissionais de saúde.

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Em Antônio Prado, todas as Unidades Básicas de Saúde contam com uma ficha padrão de atendimento à puericultura. Nela consta uma folha rosto, apresentando os dados gerais do paciente tais como: Nome completo do paciente, nome completo do pai, nome completo da mãe, dados antropométricos (peso, comprimento, perímetro cefálico) do nascimento, local de nascimento, idade gestacional, tipo de parto, APGAR 1º e 5º minuto e testes de triagem neonatal (pezinho, reflexo vermelho, orelhinha) com o resultado e as respectivas datas de realização.

Nesta ficha padrão também, há os marcos de desenvolvimento para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor do paciente de acordo com a idade cronológica de cada um. Além disso, apresenta dados do exame físico completo e orientações a serem realizadas pelo medico, tais como: orientações quanto à realização de vacinas dentro do prazo correto;

medidas de higiene como banho diário e higienização do coto umbilical com álcool 70% na primeira semana de vida; uso de vitamina D o qual é iniciado nos primeiros quinze dias ate os dezoito meses do paciente e uso de sulfato ferroso iniciado a partir dos seis meses até os dois anos de vida, prescrições essas indicadas pelo Ministério de Saúde. Além disso, também são realizadas orientações quanto às medidas de transporte recomendadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) conforme a resolução 277 com o objetivo de “estabelecer condições mínimas de segurança de forma a reduzir o risco ao usuário em casos de colisão ou de desaceleração repentina do veículo, limitando o deslocamento do corpo da criança”. Não obstante, o CONTRAN recomenda que “as crianças com até um ano de idade deverão utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado “bebê conforto ou conversível”, como exemplifica-se na FIGURA 3.

Além disso, pode-se perceber que muitas mortes envolvendo crianças podiam ter sido evitadas, se as normas e resoluções fossem respeitadas pelos pais. Com isso, é de importante relevância, na consulta de puericultura ser realizada essa orientação para a segurança da criança.

Percebe-se então que o trabalho em equipe realizado na UBS Planalto foi de suma importância para o bom desenvolvimento neuropsicomotor dos pacientes da área, não apresentando nenhuma criança com alto risco, necessitando de encaminhamento para avaliação com profissionais especializados.

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4- VISITA DOMICILIAR / ATIVIDADE A DOMICÍLIO

As reuniões de equipe na UBS Planalto acontecem nas quintas-feiras à tarde, comparecendo à reunião a médica, a enfermeira, as duas técnicas de enfermagem e as 05 agentes comunitárias de saúde. Nessas reuniões a enfermeira A.M. repassa os recados recebidos da Coordenadora da Atenção Básica do município de Antônio Prado e após isso, são debatidos os casos complexos dos pacientes atendidos na UBS ou dos pacientes os quais foram visitados durante a semana pelas agentes comunitárias de saúde. Após traçar estratégias para cada caso, são agendadas as visitas domiciliares visando o princípio de equidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Após as reuniões de equipe, são realizadas as visitas domiciliares.

Certo dia, em reunião de equipe na UBS Planalto, a Enf. A.M comunica que recebeu uma lista com alguns pacientes (crianças e adolescentes) que estavam com as vacinas atrasadas de acordo com o calendário de vacinação do Ministério da Saúde (MS). Ao relatar os nomes dos pacientes, logo a agente comunitária de saúde M.F. informou à equipe o paciente M.V., não realizava as vacinas propostas pelo MS, pois sua mãe M.L. não confiava nas vacinas e tinha medo dos prováveis efeitos colaterais que a mesma podia causar em seu filho. Além disso, a mãe do paciente já havia sido orientada por diversos profissionais da saúde, incluindo-se enfermeiros, médicos e assistentes sociais na tentativa de orientar e explicar os benefícios da vacinação, entretanto, sem efeito positivo.

Na reunião, decidimos então realizar a visita domiciliar, na tentativa de criar vínculo com a família, principalmente com a mãe, tentando esclarecer todas as suas dúvidas em relação a esse tema tão importante na vida de qualquer pessoa.

Na quinta-feira à tarde, dia de visita domiciliar, fomos então à residência da paciente M.L.

M.L. tem 22 anos, branca, casada, agricultora, alfabetizada.

História patológica pregressa: nega comorbidades

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Histórico cirúrgico: 01 cesárea

Hábitos de vida: nega tabagismo/etilismo; não realiza atividade física;

História ginecológica: menstruação regular; último preventivo realizado há 03 anos;

Histórico familiar: nega comorbidades;

Ao questionar a paciente M.L. a respeito dos motivos que o levam a não vacinar seu filho, a mesma respondeu que na sua profissão envolve a agricultura orgânica a qual impede a utilização de venenos e conservantes e ela realiza um paralelo em relação às vacinas, as quais são como se fossem venenos para as crianças.

Aproveitei então, neste momento para orientar os benefícios e a importância de ter as vacinas feitas, principalmente que elas protegem contra doenças gravíssimas e que podem sim, causar alguns efeitos colaterais os quais são conhecidos e orientados ao paciente quando o mesmo recebe a vacina. Orientei que o custo-benefício em receber ou não a vacina é muito grande e que o melhor a ser feito é a realização das vacinas, as quais foram veementemente estudadas e recomendas pelo Ministério da Saúde.

Nesse momento, aproveitei para examinar o filho M.L., 01 ano e 05 meses, branco, nascido de parto cesárea no Hospital São José no município de Antônio Prado, pesando 3970kg, medindo 47cm, perímetro cefálico 36cm, tendo APGAR 1min de 9 e no 5min de 10.

Em aleitamento materno até 01 ano e 03 meses. Paciente apresentando bom desenvolvimento neuropsicomotor. Entretanto, apresentando todas as vacinas dos 15 meses atrasadas.

Além das orientações gerais em relação ao seu filho, tais como de higiene e de hábitos alimentares saudáveis, salientei novamente a importância da vacinação em dia e orientei que é um direito da criança previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente que afirma:

Artigo nº 3 “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.”

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Artigo nº 7 “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.”

Artigo nº 14 “O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.” Parágrafo único.

É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

Não obstante, orientei que se a paciente não levar o paciente para vacinar, seria comunicado ao Conselho Tutelar e posteriormente tomado medidas mais cautelosas em relação à mãe. Com o passar dos dias, após 02 reuniões de equipe, a enf. A.M. comenta na reunião que a paciente M.L. havia levado seu filho para realizar as vacinas que estavam atrasadas e que, além disso, aproveitou para elogiar a importância da visita domiciliar realizada pela equipe, a qual sanou suas dúvidas e demonstrou a importância em seguir o calendário vacinal com o objetivo de prevenir inúmeras doenças, que ainda assolam muitas crianças.

Sendo assim, pode-se perceber a importância da equipe multidisciplinar em abordar as mais diversas adversidades que surgem dentro da Unidade Básica de Saúde. Dentro desses problemas, poder traçar estratégias em conjunto, que visão a prevenção e a resolubilidade dos casos, pensando sempre na melhoria do usuário do Sistema Único de Saúde.

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5- REFLEXÃO CONCLUSIVA

O município de Antônio Prado, localizado no interior da serra gaúcha, conhecida como a cidade mais italiana do Brasil, é composta por aproximadamente 13.000 habitantes.

Nessa cidade, a estrutura de saúde conta com cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) e um Hospital o qual atende baixa complexidade.

Durante o ano em que realizei o PROVAB, estive alocada na equipe Estratégia de Saúde da Família (ESF) Planalto, a qual é composta por 01 médica, 01enfermeira, 02 técnicas de enfermagem e 05 agentes comunitárias da saúde. Estruturalmente, temos 02 UBS as quais localizam-se dentro da área de atuação da ESF, uma localizada na cidade e outra no interior do município. A ESF Planalto conta com aproximadamente 2000 usuários, sendo 80%

localizados em área rural. A grande maioria desses pacientes utiliza-se da agricultura como seu meio de subsistência. Trabalham intensamente e por longos períodos, por isso, a grande maioria das doenças acometidas na área de atuação, são as doenças osteomusculares. Durante o ano de atuação, pude perceber a cultura dos trabalhadores e a importância que eles fazem na economia local.

Durante a realização do PROVAB, pude também ter a experiência de realizar uma especialização pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFSCPA) em Medicina de Família. A especialização é dividida em 03 eixos, onde o Eixo 01 denominado Organização da Atenção à Saúde, onde engloba assuntos sobre Saúde Coletiva, que pude amadurecer e consolidar meus conhecimentos que envolvem o Sistema Único de Saúde (SUS), e verificar a importância de realizar principalmente a medicina preventiva, dando-se ênfase aos princípios do SUS. Nesse momento do eixo, foi de suma importância a equipe que eu convivi, pois por muitas vezes se tornou necessária a discussão em equipe com o objetivo de melhorar o atendimento e a estrutura da saúde local, como também, continuar enfatizando e exercendo os princípios gerais que norteiam o SUS.

Desses princípios, o que considero o de suma importância é o princípio da integralidade, que visa o cuidado com um todo, iniciando-se da prevenção primária até a quaternária, vendo-se o paciente por inteiro, tentando-se entender todos os motivos que, por exemplo, o fazem não ter adesão a tal terapia. Além disso, realizar visitas domiciliares,

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visando o princípio da equidade, com o objetivo de também de oferecer saúde e qualidade de vida àquele indivíduo que talvez não tenha condição ou meio de se dirigir até a unidade, como também estabelecer o vínculo entre a equipe multiprofissional e o paciente. Nesse caso, percebe-se ainda mais a importância da estrutura da equipe, a qual conta com 06 agentes, que residem na área de atuação e estão sempre dispostas e informadas com o único objetivo de ajudar o usuário do SUS.

O Eixo II, chamado de Casos Complexos, foi interessante pois são situações semelhantes às vividas da rotina básica de atendimento na UBS. Com eles, haviam as revisões das patologias mais prevalentes, onde pude revisar e fortalecer meus conhecimentos baseados em diretrizes e protocolos de atendimento que foram muito úteis na abordagem das mais diversas doenças encontradas na UBS. Não obstante, também realizar questões de múltipla escolha, como forma de treinar e revisar os conhecimentos adquiridos. Além dessas questões, também haviam os fóruns, que foram importantes para verificar a estrutura de saúde nas outras cidades e as formas de abordagem e de conduta dos outros colegas. Com isso, pode-se perceber que ainda existem profissionais preocupados com o usuário do SUS, que lutam por condições dignas de trabalho e que realmente amam o que fazem.

Durante o PROVAB realizei o projeto de intervenção sobre álcool e drogas o qual escolhi devido ao alto consumo de álcool pelos usuários que freqüentavam a UBS. O projeto foi feito por meio da análise do consumo de álcool e outras drogas em adolescentes no município, o qual encontram-se dentro das estatísticas nacionais.

Com o portfólio, tive a oportunidade de sintetizar todo o trabalho realizado durante esse ano e pude perceber não apenas o crescimento profissional com essa excelente experiência, mas também o crescimento pessoal. Poder perceber a importância da equipe de saúde na vida das pessoas e os valores existentes da cultura local. Deixo aqui registrado, um agradecimento especial, a minha equipe de saúde, à enfermeira, as técnicas de enfermagem e as agentes comunitárias de saúde, que desde o inicio estiveram ao meu lado, me apoiando e me incentivando em todas as situações corriqueiras do dia a dia, tornando-se não apenas colegas, mas amigas que foram primordiais para o meu crescimento profissional e pessoal.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1- Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto da criança e do adolescente [Internet]. 3ª ed.

Brasília: Ministério da Saúde; 2001 [citado 2009 Jul 3]. (Série E. Legislação de Saúde).

Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_crianca_adolescente_3ed.pdf

2- CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO (CONTRAN) – RESOLUÇÃO Nº 277

(2008); disponível em:

http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/RESOLUCAO_CONTRAN_277.pdf

3- Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção

da Aterosclerose – Out/2013. Disponível em:

http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf

4- Sociedade Brasileira de Cardiologia. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos

Brasileiros de Cardiologia – Set/2016. Disponível em:

http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf

5- Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2015- 2016. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/DIRETRIZES- SBD-2015-2016.pdf

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ANEXO I – PROJETO DE INTERVENÇÃO

Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica

PRISCILA DAL BOSCO LORENCET

ANÁLISE DO CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE ANTÔNIO PRADO – RS

Antônio Prado - RS Agosto/2016

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Resumo

A busca de respostas para a problemática do uso de álcool e drogas (AD) é de interesse da saúde pública ao nível mundial. Este projeto tem como objetivo avaliar o consumo de álcool e outras drogas em alunos de 7º, 8º e 9º ano na Escola Estadual Santana. Além disso, ressalta-se a importância de revisar o perfil dos usuários que em sua maioria, são jovens do sexo masculino, com baixo nível socioeconômico e, ainda a presença de inúmeras comorbidades como depressão e ansiedade, além de complicações clínicas diversas acarretando um crescente aumento de internações hospitalares. Não obstante, o uso de drogas tem relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde dos adolescentes e jovens, dentre os quais, destacam-se os acidentes de trânsito, as agressões, depressões clínicas e distúrbios de conduta, ao lado de comportamento de risco no âmbito sexual. Com as respostas, será realizado a comparação do perfil de usuários com as estatísticas nacionais e com base nisso traçado estratégias preventivas para a comunidade jovem.

Palavras-chave:Álcool.Drogas. Adolescentes.

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Sumário

1 Introdução ... 04

2 Problema ... 06

3 Justificativa ... 07

4 Objetivos ... 08

4.1 Objetivo geral ... 08

4.2Objetivos específicos ... 08

5 Revisão de Literatura ... 09

6 Metodologia ... 13

7 Cronograma ... 15

8 Recursos necessários ... 16

9 Resultados esperados ... 17

Referências bibliográficas ... 18

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1 Introdução

A busca de respostas para a problemática do uso de álcool e drogas (AD) é de interesse da saúde pública ao nível mundial. Estudos epidemiológicos têm procurado evidenciar os fatores associados ao consumo abusivo e à experiência com drogas entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com Sanchez (2005), a dificuldade de avaliar a exposição dos indivíduos envolve situações complexas com a família, a religião, os colegas, a escola, os professores, a situação sócio-econômica e a cultura, assim como o treinamento e

“pré-conceitos” do profissional de saúde que irá avaliá-lo. Além de ser uma questão de segurança pública, relacionada aos problemas advindos da criminalidade pelo tráfico de drogas ilícitas, há o impacto sobre os índices de morbi-mortalidade por causas externas nas faixas etárias de jovens, o uso de álcool e drogas torna-se uma preocupação crescente para os profissionais da educação e da saúde, impactando ainda, de forma crescente as dinâmicas familiares.

No campo da saúde no Brasil, a Política e as Ações para a Atenção Integral ao Uso de Álcool e Outras Drogas (BRASIL, 2003), recomenda o desenvolvimento de ações intersetorias, que incluam a escola e a família, como estratégia fundamental para a prevenção.

Deve ser enfatizado que, “o uso de drogas, inclusive álcool e tabaco, tem relação direta e indireta com uma série de agravos à saúde dos adolescentes e jovens, dentre os quais, destacam-se os acidentes de trânsito, as agressões, depressões clínicas e distúrbios de conduta, ao lado de comportamento de risco no âmbito sexual” (BRASIL, 2003).

A revisão sobre o perfil dos usuários no Brasil demonstra que em sua maioria, são jovens do sexo masculino, com baixo nível socioeconômico e, ainda a presença de inúmeras comorbidades como depressão e ansiedade, além de complicações clínicas diversas acarretando um crescente aumento de internações hospitalares. Outro aspecto apontado é o aumento da gravidez na adolescência e, quanto ao uso de álcool e outras drogas na gravidez que pode desencadear inúmeras complicações perinatais, além de prematuridade, abortos espontâneos e diminuição no crescimento do feto. (LARANJEIRA, ET AL, 2007).

O pressuposto que norteia este projeto de pesquisa é fundamentado no aumento

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população jovem em particular. O acesso aos serviços de saúde, aos aspectos de promoção e de prevenção e à rede de atenção e de cuidados aos usuários, são igualmente determinantes na mudança do perfil epidemiológico da questão da abordagem terapêutica de usuários de álcool e outras drogas.

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2 Problema

Aumento expressivo do consumo de álcool e outras drogas nos adolescentes.

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3 Justificativa

Devido ao número expressivo de usuários de álcool e outras drogas dentro da comunidade onde a Unidade Básica de Saúde atua, percebe-se a importância de verificar e analisar o consumo dessas drogas nos adolescentes. Após isso, comparar com as atuais estatísticas nacionais e traçar planos e estratégias preventivas para esse enorme problema de saúde pública que assusta a população brasileira.

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4 Objetivos 4.1 Objetivo geral

Analisar o consumo de álcool e outras drogas entre os escolares de 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental.

4.2 Objetivo específico

- Identificar os fatores sociodemográficos dos escolares relacionado-os ao padrão de consumo de AD;

- Verificar o conhecimento dos escolares acerca dos efeitos do consumo de AD;

- Analisar os fatores de proteção relacionados ao consumo de AD;

- Analisar os fatores determinantes e condicionantes relacionados ao consumo de AD.

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5 Revisão de Literatura

De acordo com Saito (2000), a adolescência é uma fase da vida do ser humano caracterizada por mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se em importante momento para a adoção de novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia.

Segundo Schenker (2005), nessa fase, estimulado pelas intensas transformações, o adolescente torna-se mais vulnerável a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e de drogas. O uso dessas substâncias pelos pais e amigos, assim como o desenvolvimento de sintomas depressivos, são fatores de risco para a experimentação e abuso de drogas pelo adolescente.

Na busca de sua própria identidade, o jovem, muitas vezes, adota comportamentos dos adultos, cabendo aos familiares apresentarem-se como modelos saudáveis.

Anualmente, 1,7 milhões de adolescentes no mundo perdem a vida, a maioria por acidente de trânsito, suicídio e homicídio, muitas vezes associados ao consumo de álcool ou de outras drogas. No inquérito nacional realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), em 2004, os escolares dos ensinos fundamental e médio de 27 capitais brasileiras apresentaram 23,5% de prevalência de uso de drogas, exceto álcool e tabaco, no sexo masculino, e 21,7%, no sexo feminino. Os adolescentes estudados tiveram sua primeira experiência de uso de tabaco e álcool com idade média de 11,5 anos; a experimentação das outras drogas deu-se mais tarde, aos 13,0 anos. O álcool apresentou-se como a substância de maior prevalência, seja como uso na vida, seja como nos últimos trinta dias. Segundo a pesquisa, a crença de que a bebida alcoólica não é droga contribui para o estímulo e incentivo ao uso de álcool, não só durante a adolescência, mas em todas as faixas etárias.

Isso aponta o consumo do álcool como um problema de saúde pública, principalmente na adolescência, pois o abuso dessa substância pode desencadear comportamentos violentos e acidentes de trânsito, que são as maiores causas de mortalidade nessa faixa etária.

O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de tabaco no mundo. Na Região Sul do país, onde estão concentradas as maiores indústrias fumageiras, as ações voltadas para o controle e a prevenção do tabagismo são dificultadas pelo poder econômico e

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político desse setor. A pesquisa publicada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) em 2007, abordando o tabagismo em escolares em 12 capitais brasileiras confirma essa realidade, indicando que 48,3% dos estudantes de Porto Alegre já haviam fumado cigarros, sendo a capital de maior prevalência de uso na vida de tabaco. De acordo com o INCA, a influência da família e dos amigos no consumo de tabaco pelos adolescentes também foi demonstrada.

Quase a totalidade dos jovens que experimentaram tabaco relatou o uso dessa substância pelos amigos, nos quais a maioria dos jovens citou o hábito de fumar dos amigos como motivo para a experimentação. A pesquisa do INCA identificou que, em todas as capitais estudadas, a porcentagem dos escolares fumantes, que têm pelo menos um dos pais tabagista, excedeu a de escolares não fumantes na mesma condição.

De acordo com Schenker (2005), a transição saudável da infância para a adolescência ocorre por meio da negociação de novas regras e limites, baseada em uma relação de confiança e afeto entre pais e filhos. A família é o primeiro grupo de referência na vida dos jovens. Por isso, é fundamental que os pais possam se apresentar como modelos saudáveis, de modo que suas atitudes sejam coerentes com a orientação sobre os malefícios do cigarro e da bebida alcoólica. Além disso, Schenker (2005) afirma que como consequência da busca de independência e da formação da identidade, os amigos passam a exercer um papel cada vez mais importante na vida dos adolescentes. O excesso de conflitos intrafamiliares contribui para que o adolescente busque nas amizades relações de confiança que não conseguiu estabelecer em casa. Assim, para ser aceito pelo grupo, o jovem pode passar a fazer uso de álcool, tabaco e outras drogas, adquirindo comportamentos e atitudes semelhantes aos de seus pares. A escola é o local onde primeiramente ocorre a formação desses grupos, portanto é fundamental o papel que exerce no desenvolvimento de comportamentos e hábitos saudáveis nos adolescentes.

O comportamento feminino em relação ao uso de substâncias lícitas e ilícitas tornou-se bastante semelhante ao dos homens nos últimos anos, principalmente na adolescência, uma vez que fazem parte de um grupo de iguais. Assim, existe uma tendência em adotarem os mesmos comportamentos, buscando a aceitação pelo próprio grupo. Entre os adolescentes, é comum a distorção da imagem corporal, evoluindo, algumas vezes, para o aparecimento de transtornos alimentares (VIEIRA, ET AL, 2008).

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Segundo VIEIRA (2008), nessa fase da vida, a aceitação do grupo passa a ter papel extremamente relevante, pois um adolescente integrado ao grupo tende a se aceitar melhor.

Com a ingestão de bebida alcoólica, o adolescente adquire uma falsa segurança, passando a uma aceitação temporária do seu corpo e sentindo-se mais corajoso para o enfrentamento de dificuldades. Além disso, com relação ao estado nutricional, os escolares com sobrepeso/

obesidade apresentaram menor prevalência de uso de álcool. É possível que os jovens com mais peso controlem o consumo de álcool como medida dietética, evitando um aumento do aporte calórico. Por outro lado, também é possível que a forma encontrada para o alívio de sua insegurança seja a ingesta aumentada de alimentos e não o consumo das substâncias investigadas.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (2010), a ideação suicida também pode ser um indicativo de depressão, embora, na adolescência, muitos jovens pensem assim, sem desenvolver a doença. Os conflitos familiares, os problemas no relacionamento amoroso e a morte de pessoas queridas fazem com que o adolescente tenha esses pensamentos. Esse quadro reforça a importância da estrutura familiar, servindo de apoio no enfrentamento dessas situações.

As ações de promoção da saúde devem ser direcionadas também à família, já que esta exerce importante influência no comportamento do indivíduo na fase da adolescência, servindo como modelo. Para tanto, é necessária a ação interdisciplinar e intersetorial, proporcionando trabalho integrado entre os diversos setores envolvidos (Cadernos de Escolas Promotoras de Saúde; 2006).

As Escolas Promotoras da Saúde fazem parte das estratégias de saúde coletiva utilizadas mundialmente, deslocando o foco do indivíduo para os atores coletivos. Nesse sentido, assume-se uma visão integral do ser humano, considerando o adolescente em seu ambiente familiar, comunitário e social, promovendo o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades para o seu autocuidado, a autonomia, a criatividade e a participação do jovem na construção de sua cidadania. Além disso, o ambiente escolar também deve ser um local de hábitos saudáveis, onde são incentivados novos comportamentos, como a alimentação adequada, a prática de atividade física e o não-uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas.

Conseqüentemente, na escola, os jovens encontrarão outros jovens com comportamentos

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semelhantes, formando grupos de amigos com atitudes positivas para a manutenção da saúde (Cadernos de Escolas Promotoras de Saúde; 2006).

Para finalizar, os profissionais de saúde devem estar inseridos nesse contexto, trabalhando conjuntamente com a escola na elaboração de atividades de educação em saúde, direcionadas ao adolescente e sua família, e no planejamento de políticas voltadas à construção de ambientes protetores e saudáveis para melhorar a qualidade de vida dos alunos e da comunidade.

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6 Metodologia

Esta é uma pesquisa que objetiva gerar conhecimentos a partir da análise do consumo de álcool e outras drogas entre os escolares de 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental da Escola Estadual Ensino Médio Santana localizada no interior do município de Antônio Prado.

Inicialmente o projeto de pesquisa será apresentado à Secretária Municipal de Saúde e aos diretores da Escola. Após os pesquisadores apresentarão aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme Resolução 196/96 e suas complementares, dispostas pelo Conselho Nacional de Saúde. Eles os lerão e, caso concordem, o assinarão.

Participarão da pesquisa os estudantes de 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental de uma escola pública no interior do município de Antônio Prado. Contudo, é importante ressaltar que a participação é voluntária.

A coleta de dados junto aos estudantes das escolas acontecerá em no ambiente da própria escola em horário estabelecido pela direção, uma vez que se pretende interferir o menos possível em suas rotinas.

Os instrumentos a serem elaborados na etapa inicial da pesquisa serão um questionário. O questionário deverá contemplar dados sócio-demográficos: Sexo, idade, estado civil, escolaridade, dentre outros.

Os participantes serão comunicados ainda, que o material original da pesquisa é de uso restrito dos pesquisadores e que estes garantem a preservação da identidade de cada participante, bem como questões consideradas íntimas de cada um, relatando ao público em forma de relatórios e artigos apenas questões que dizem respeito ao tema abordado na pesquisa.

A coleta dos dados se dará de modo individual, em duas etapas que são descritas a seguir:

− Etapa 1. Levantamento de dados: que consistirá na coleta, organização, tratamento e sistematização dos dados obtidos a partir de trabalhos científicos acerca do consumo de álcool e drogas entre escolares.

− Etapa 2. Pesquisa Empírica: Esta parte do estudo consistirá na aplicação de questionários contendo questões abertas e fechadas, dirigidos aos escolares de 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental.

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7 Cronograma

Atividades Calendário

Revisão Bibliográfica Abril – Junho/2016 Contato e reuniões com a direção da escola 13/07/2016

Contato com os alunos e entrega dos TCLE 22/09/2016 Aplicação dos questionários 29/09/2016 Apresentação dos resultados Até 30/10/2016

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8 Recursos necessários 1. Recursos Humanos:

- Equipe de saúde para discutir sobre o uso de álcool e outras drogas na comunidade;

- Equipe de saúde para aplicar o questionário na Escola;

- Médica da equipe de saúde para acompanhar todos os passos da pesquisa, desde a apresentação do projeto até os resultados finais;

2. Recursos Materiais:

- Computador;

- Folhas A4 para impressão dos questionários;

- Impressora;

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9 Resultados esperados

-Geração de conhecimento para suprir lacunas acerca do tema, objetivando a implementação de ações intersetoriais que garantam a integralidade da atenção e do cuidado aos adolescentes e jovens usuários de álcool e outras drogas buscando subsidiar ações e decisões resolutivas para o município de Antônio Prado.

-Estimular a busca de soluções dos problemas enfrentados no cotidiano de usuários de álcool e outras drogas.

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Referências

Associação Brasileira de Pisquiatria- ABP. Debates: Psiquiatria Hoje. Rio de Janeiro: 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. A política do Ministério da Saúde para a atenção integral ao usuário de álcool e outras drogas.Brasília, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Escolas Promotoras de Saúde: experiências no Brasil.

Brasília, 2007.

BRASIL. Ministério da Educação / SENAD. Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Ministério da Educação. Brasília, 2008.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Abordagens terapêuticas a usuários de cocaína/crack no Sistema Único de Saúde. Brasília, 2010.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Tabagismo: Um grave problema de saúde pública. Rio de Janeiro, 2007.

LARANJEIRA, R.R.; RIBEIRO, M.; ROMANO, M.; VIEIRA, D.L. Álcool e adolescentes:

estudo para implementar políticas municipais. Revista de Saúde Pública 2007;41(3):396- 403

SAITO MI; Adolescência, cultura, vulnerabilidade e risco. Pediatria. São Paulo 2000; 22:217- 9.

SANCHEZ, Z. V. D. M.; OLIVEIRA, L. G. de; NAPPO, S. A. Razões para o não-uso de drogas ilícitas entre jovens em situação de risco. Rev. Saúde Pública. 2005, vol.39, n.4, pp.

599-605.

SHENKER, M.; MINAYO MC.; Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência. Ciência e Saúde Coletiva, 2005; pp. 707-717.

VIEIRA, P.; AERTS, D.; FREDDO, L.; BITTENCOURT, A.; MONTEIRO, L; Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em município do Sul do Brasil.

Caderno Saúde Pública. 2008, vol. 24, n.11.

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OUTROS ANEXOS FIGURA 1

FIGURA 2

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FIGURA 3

 

Referências

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