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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO AMANDA BRITO RIBEIRO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

AMANDA BRITO RIBEIRO

EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE DE LICITAR:

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

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AMANDA BRITO RIBEIRO

EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE DE LICITAR: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

Monografia apresentada à Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof(a). Lucy Vidal Silva

(3)

Ribeiro, Amanda Brito

Exceções à obrigatoriedade de licitar: dispensa e inexigibilidade/Amanda Brito Ribeiro – Fortaleza, 2013

Monografia (Graduação em Administração)  Universidade Federal do Ceará, Faculdade de

Economia, Administração, Atuária e Contabilidade. Fortaleza-CE, 2013.

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AMANDA BRITO RIBEIRO

EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE DE LICITAR: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Administração de Empresas, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Administração, outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

___________________________________ Prof(a). Ms. Lucy Vidal Silva

Prof. Orientadora

___________________________________ Prof(a). Dra. Sueli Maria de Araújo

Membro da Banca Examinadora

__________________________________ Prof(a). Dra. Cynara Monteiro Mariano

Membro da Banca Examinadora

Nota ____

Nota ___

Nota ____

(5)

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a minha família por ter investido tempo, atenção e dinheiro para a formação da minha educação acadêmica, nunca me pressionando sobre escolhas referentes à minha futura carreira profissional e oferecendo apoio quando da tomada das mesmas.

Dentre os membros da minha família deixo um agradecimento especial para as minhas primas Nádia Carla e Nara Patrícia que sempre me apoiaram em diversas situações da minha vida pré e durante a formação acadêmica.

A Carlos Victor Maia, Marília Lima e Ítalo Smarley pelas diversas tardes e noites dividindo momentos felizes e de preocupação durante a faculdade.

Aos colegas do Departamento de Licitação da Universidade Federal do Ceará. Em especial ao meu chefe Horácio Luiz de Sousa que me apoiou bastante nessa caminhada, sendo bastante compreensivo com os meus horários de aula.

Agradeço de forma geral a toda turma ingressante no curso de administração diurno no semestre 2007.2, pois todos de alguma forma fizeram parte da minha trajetória.

Ao meu pai que sempre me apoiou e me deixou livre para fazer as escolhas que me conviessem, nunca impondo suas decisões. Ele foi responsável por eu ter tomando a decisão de estudar para concurso publico. Hoje trabalho na Universidade Federal do Ceará e até então estou muito realizada.

À minha mãe pelas diversas vezes que me ajudou nos momentos mais difíceis, sendo compreensiva, companheira e me incentivando a nunca desistir.

À Professora Lucy Vidal por ter depositado sua confiança em mim, aceitando ser minha orientadora nessa monografia e me ajudando muito nessa caminhada.

(6)

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar, de forma clara e objetiva, os casos de compras e contratações de serviços realizadas na modalidade de dispensa ou inexigibilidade do processo de licitação, pela Universidade Federal do Ceará durante o período de 2009 a 2013. Apresenta, inicialmente, um embasamento teórico sobre os princípios que regem o procedimento licitatório, e, posteriormente, detalha a interpretação das modalidades de licitação dando ênfase aos aspetos de exceções à obrigatoriedade de licitar (dispensa e inexigibilidade). Caracteriza-se como uma pesquisa do tipo descritiva, com abordagem qualitativa e procedimentos técnicos de estudo de caso. Os dados foram coletados da base de dados do governo federal, por meio do sistema de informação denominado comprasnet. Como resultados da pesquisa, constatou-se que as contratações diretas realizadas pela Universidade Federal do Ceará foram diminuindo a cada ano e as quantidades de licitações dispensáveis são sempre superiores às inexigibilidades.

Palavras-chave: dispensa, inexigibilidade.

(7)

ABSTRACT

This work aims to analyze, in a clear and objective manner, the cases of procurement and contracting services held in the form of exemption or waiver of the bidding process, the Federal University of Ceará during the period 2009-2013. Initially presents a theoretical foundation in the principles governing the bidding process, and then details the interpretation of the bidding procedures emphasizing the aspects of exceptions to the mandatory bid (waiver and waiver). It is characterized as a descriptive research with a qualitative approach and technical procedures for case study. Data were collected from the database of the federal government, through the information system called Comprasnet. As the survey results, it was found that direct contracts performed at Federal University of Ceará were decreasing every year and the quantities of expendable bids are always higher than unenforceability.

(8)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 10

1.1. Metodologia...11

2. LICITAÇÃO... 13

2. 1. Finalidade... 14

2. 2. Objeto... 15

3. PRINCÍPIOS... 16

3. 1. Legalidade ...16

3.2. Impessoalidade ... 17

3. 3. Moralidade e Probidade ... 17

3. 4.Igualdade ... 17

3. 5. Publicidade ... 18

3. 6. Da vinculação ao instrumento convocatório...18

3. 7. Julgamento objetivo...19

3. 8. Adjudicação compulsória...19

3. 9. Ampla defesa...19

3. 10. Licitação sustentável...20

4. MODALIDADES DE LICITAÇÃO...21

4. 1. Concorrência...21

4. 2. Tomada de preço...21

4. 3. Convite...23

4. 4. Concurso...24

4. 5 Leilão...24

(9)

4.7. Regime Diferenciado das Contratações Públicas (RDC)...26

5. EXCEÇÕES À OBRIGATORIEDADE DE LICITAR ...28

5.1. Licitação dipensada...29

5. 2. Licitação dispensável...35

5. 3. Inexigibilidade de licitação...46

6. ESTUDO DE CASO...50

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...54

(10)

1. INTRODUÇÃO

Licitação é o procedimento administrativo, exigido por lei, para que o Poder Público possa comprar, vender ou locar bens ou, ainda, realizar obras e adquirir serviços, segundo condições previamente estipuladas, visando selecionar a melhor proposta, ou o melhor candidato, conciliando os recursos orçamentários existentes à promoção do interesse público.

Ao certame licitatório incidem os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, igualdade, probidade, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo. Esses princípios não são taxativos, são exemplificativos e constam no art. 3º da lei 8.666/93. Esta lei estabelece as normas gerais sobre licitação e contratos administrativos.

A licitação utiliza as modalidades concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão. Com exceção do Pregão e do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), instituídos respectivamente pela Lei 10.520/2002 e Lei 12.462/2011.

O procedimento licitatório é uma exigência constitucional para toda a Administração Publica Direita e Indireta, mas a lei diversificou os casos em que a administração pode ou deve deixar de realizar a licitação, tornando-a dispensada, dispensável e inexigível. As exceções à obrigatoriedade de licitar estão regulamentadas nos artigos 13, 17, 24, 25 e 26 da lei 8.666/93.

A presente monografia tem como escopo fazer uma análise das quantidades de contratações diretas efetuadas pela Universidade Federal do Ceará no período de 2009 a 2013 e evidenciar algumas situações de dispensa e inexigibilidade ocorridas no ano de 2013, relacionando cada caso com o respectivo artigo da lei 8.666/93.

(11)

Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa do tipo descritiva, com abordagem qualitativa e procedimentos técnicos de estudo de caso. Os dados foram coletados da base de dados do governo federal, por meio do sistema de informação denominado comprasnet.

1.1. Metodologia

De acordo com Vergara (1998) uma pesquisa pode ser classificada quanto a dois aspectos: os fins e os meios. Utilizando-se desse preceito, esta pesquisa classifica-se, conforme Vergara (1998), quantos aos meios ser caracterizada como descritiva, pois expõe características de determinada população ou fenômeno, tendo como compromisso descrever o fenômeno e não explicar ele.

Conforme Vergara (1998, p.46) existem diversas classificações de uma pesquisa quanto aos meios, são eles: de campo, de laboratório, telematizada, documental, bibliográfica, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e estudo de caso. Esta pesquisa classificar-se-á quanto aos meios como: bibliográfica (por se utilizar de material publicado e disponível para o público geral como livros, redes eletrônicas e revistas) e estudo de caso. Estudo de caso, pois trata-se de uma análise de um órgão público, detalhando os fenômenos ocorridos nesta unidade.

Conforme Collis e Hussey (2005, p.72), “estudo de caso é um exame extensivo

de um único exemplo de um fenômeno de interesse”. De acordo com Yin (2010), o

estudo de caso tem com característica investigar um fenômeno dentro de um contexto real, sendo os limites entre fenômeno e contexto não claramente definidos.

Segundo Yin (2010), os estudos de casos são preferíveis quando existem

questões problemas do tipo “como” e “por que”, observando o fenômeno em seu

contexto atual. O estudo de caso é o método escolhido para examinar acontecimentos atuais e quando não se podem manipular comportamentos relevantes.

(12)
(13)

2. LICITAÇÃO

Todas as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, quando da realização de um certo negócio buscam escolher a proposta mais vantajosa para si. Para algumas esta opção é uma faculdade; para outras, uma obrigação.

Verifica-se que os particulares possuem liberalidade na hora de contratar com terceiros, podendo para tanto, fazer pesquisa de mercado e ajustar com a empresa que melhor lhe convier, possuindo a faculdade de escolha. Entretanto, para que o ente governamental possa adquirir ou locar bens, alienar, realizar obras ou serviços, entre outros, necessita obedecer a um procedimento recheado de princípios denominado licitação.

Esse procedimento administrativo é previsto no artigo 37, XXI da CF/88 e regulamentado pela Lei 8.666/93 e suas alterações. Sujeitam- se à licitação somente as pessoas jurídicas públicas que, por lei, a isto estejam obrigadas.

Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua licitação como,

“Procedimento administrativo pelo qual uma pessoa

governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente

estabelecidos e divulgados” (MELLO, 2004, p. 485).

Conforme Meireles (2004, p. 266) define licitação como sendo “o procedimento

administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais

vantajosa para o contrato de seu interesse”.

De acordo com Figueiredo (2008, p. 472) “licitação é o procedimento

administrativo formal, nominado, cuja finalidade é selecionar, o melhor contratante para a Administração, contratante, este, que lhe deverá prestar serviços, construir-lhe obras, fornecer-lhe ou adquirir-lhe bens”.

(14)

Segundo Di Pietro (2012), licitação é um procedimento administrativo interno e externo destinado a selecionar, entre outras, a proposta mais vantajosa para a administração pública, realizar compras, contratar serviços ou construir obras.

Portanto, a licitação é procedimento administrativo que observa a igualdade entre os participantes, selecionando a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados, uma vez preenchidos todos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem.

2.1 Finalidade

Para entender a finalidade do processo licitatório, faz-se necessário previamente fazer a menção do art. 3º, caput, da Lei 8.666/93 que veicula os princípios orientadores das licitações públicas. Consoante esse artigo, as licitações destinam-se a garantir a observância do principio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 1993).

Vislumbra-se que a primeira finalidade é a observância do princípio constitucional da isonomia, ou seja, visa proporcionar a todos administrados a possibilidade de disputar aquilo que a Administração Pública for contratar com particulares.

A segunda finalidade da licitação visa que o ente governamental encontre a proposta mais vantajosa para o objeto que se quer contratar, verificando entre os interessados, qual possui a melhor oferta à Administração, devendo se vislumbrar uma relação de custo benefício, ou seja, analisando a qualidade do objeto licitável e seu valor, para se chegar à proposta mais vantajosa.

A Lei 12.349/2010 incluiu como finalidade da licitação o desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal.

Essa nova finalidade do processo licitatório foi criada para privilegiar a produção de bens e a prestação de serviços nacionais e também a realização de obras

que adotem as chamadas “práticas de sustentabilidade”, isto é, que preservem o meio

(15)

2.2 Objeto

O artigo 2º da lei nº 8.666/93 exemplifica quais objetos poderão ser licitados pela administração e possui a seguinte redação:

“Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,

ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.” (BRASIL, 1993).

Dado o dispositivo legal acima, verifica-se uma relação exemplificativa dos objetos que poderão ser licitados pela Administração, para que se busque através de interessados a proposta mais vantajosa.

Portanto, sempre que existir a necessidade do ente governamental contratar algum negócio, se para este houver a pluralidade de ofertantes, será considerado objeto licitável e deverá ser precedido pelo procedimento de licitação para que seja contratado. Por determinação do inciso I do art. 40 do mesmo diploma legal supra, o objeto da licitação deverá ser descrito no instrumento convocatório de forma sucinta e clara, in verbis:

“I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;”

O objeto da licitação deve ser descrito no edital ou carta-convite de modo sucinto e claro, consoante dispõe o art. 40, I, da Lei 8.666/93. Quando se tratar de compra, o objeto deve, nos termos do art.14 dessa lei, ser adequadamente caracterizado, e, se se tratar de obra ou serviços, deve estar calcado em projeto básico aprovado pela autoridade competente . (GASPARINI, 2012)

(16)

3. PRINCÍPIOS

Para melhor compreensão ao estudo dos princípios que regem a licitação, se faz necessário a citação do art. 3° da Lei de licitações, em especial na sua segunda parte, que dispõe com o seguinte texto:

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (BRASIL, 1993).

Com a disposição legal acima, segue neste momento a analise de cada principio separadamente.

3.1 Legalidade

Segundo Di Pietro (2012), o princípio da legalidade é de suma relevância, em matéria de licitação, pois esta constitui um procedimento inteiramente vinculado à lei; todas as suas fases estão rigorosamente disciplinadas na Lei 8.666/93, cujo artigo 4º estabelece que todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o artigo 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido na lei.

Este princípio obriga que a Administração pública pratique todos seus atos em conformidade com a legislação, podendo para tanto, qualquer interessado, participante ou não da licitação, acompanhar o desenvolvimento do processo licitatório, conforme o art. 4° da Lei 8.666./93:

“Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos”

(BRASIL, 1993).

(17)

3.2 Impessoalidade

Está intimamente ligado aos princípios da isonomia e do julgamento objetivo: todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salva as expressamente previstas na lei ou no instrumento convocatório. (DI PIETRO, 2012, P. 379)

3.3 Moralidade e Probidade

Estão sujeitos a este princípio tanto os licitantes quanto a Administração pública, os quais deverão agir de forma a obedecerem aos padrões éticos, tendo um comportamento correto, honesto, escorreito, de ambas as partes.

Conforme Di Pietro (2012, p. 379), o principio da moralidade exige da Administração comportamento não apenas lícito, mas também consoante com a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade. Além de previsto nos artigos 37, caput, e 5º, LXXIII, da Constituição, o Decreto-lei nº 2.300/86 o incluía no artigo 3º com o nome de principio da probidade, que nada mais é do que honestidade no modo de proceder.

3.4 Igualdade

O princípio da igualdade constitui um dos alicerces da licitação, na medida em que esta visa não apenas permitir à Administração a escolha da melhor proposta, como também assegurar a igualdade de direitos a todos os interessados em contratar.

Esse princípio, que hoje está expresso no art. 37, XXI, da Constituição, veda o estabelecimento de condições que impliquem preferência em favor de determinados licitantes em detrimentos dos demais.

(18)

A isonomia pressupõe, por vezes, tratamento desigual entre as pessoas que não se encontram na mesma situação fático-jurídica (tratamento desigual aos desiguais), desde que respeitado o principio da proporcionalidade. (REZENDE, 2013)

3.5 Publicidade

Diz respeito não apenas à divulgação do procedimento para conhecimento de todos os interessados, como também aos atos da Administração praticados nas várias fases do procedimento, que podem e devem ser abertas aos interessados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.

A publicidade é tanto maior for a competição propiciada pela modalidade de licitação; ela é mais ampla possível na concorrência, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior número possível de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o valor do contrato dispensa maior divulgação.

Este princípio determina que todos os atos praticados no procedimento licitatório sejam públicos, ou seja, expostos a todos os interessados. Neste sentido trata o § 3°, do art. 3° da Lei 8.66/93, com a seguinte redação: “A licitação não será sigilosa, sendo

públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo

das propostas, até a respectiva abertura” (BRASIL, 1993).

Portanto, todos os atos exercidos durante tal procedimento deverão estar expostos para a consulta de interessados.

3.6 Da vinculação ao instrumento convocatório

Este princípio obriga a Administração obedecer às condições estabelecidas no edital de convocação, para a condução do certame, de acordo com o disposto no art. 41 da Lei 8.666/93, como segue: “A Administração não pode descumprir as normas e

condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada” (BRASIL, 1993).

(19)

previamente estabelecidas, burlados estarão os princípios de licitação, em especial o da igualdade entre os licitantes, pois aquele que se prendeu aos termos do edital poderá ser prejudicado pela melhor proposta apresentada por outro licitante que os desrespeitou.

3.7 Julgamento objetivo

Tem como objetivo aplicar o princípio da impessoalidade, no sentido de não favorecer a nenhum dos licitantes, não decidindo de forma subjetiva, o que poderia ocasionar grande parcialidade por parte dos julgadores.

Entretanto, este princípio só terá aplicação quando tratar de certames decididos exclusivamente pelo preço, onde será sagrada vencedora a empresa que ofertar o melhor valor à Administração.

3.8 Adjudicação Compulsória

Segundo Meirelles (2003), a Administração não pode, concluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. A adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do contrato ou não firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A compulsoriedade veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

3.9 Ampla defesa

(20)

3.10 Licitação sustentável

Segundo Di Pietro (2012), o principio da sustentabilidade da licitação liga-se a ideia de que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a preservação do meio ambiente.

O primeiro passo nesse sentido talvez tenha sido dado pela Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

(21)

4. MODALIDADES DE LICITAÇÃO

Inicialmente cabe esclarecer que a existência de diferentes modalidades de licitação motiva-se pelo fato da diferença entre os objetos licitáveis a serem contratados pela Administração. Portanto, verifica-se que para cada tipo de objeto deverá ser observada a modalidade de licitação adequada a ser realizada.

Existem seis modalidades diferentes, sendo que a Lei 8.666/93 regula cinco delas: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão. (BRASIL, 1993). Entretanto, verifica-se a existência de uma sexta circunstância denominada de Pregão, que é regulada pela Lei n° 10.520/2002.

Porém antes da análise de cada uma, cabe ressaltar que as três primeiras modalidades a serem analisadas possuem seus limites de valores inseridos no art.23, incisos I e II e alíneas, da Lei 8.666/93, com a seguinte redação:

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais) (BRASIL, 1993).

Feita a menção à denominação das seis modalidades de licitação, e a distinção quanto à limitação de valores da concorrência, tomada de preços e convite, passa-se neste momento ao exame de forma separada.

4.1 Concorrência

É definida pela lei de licitações em seu art. 22, § 1°, com a seguinte redação:

“Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

(22)

Esta é a modalidade mais formal e complexa, pois possui ampla publicidade e universalidade (quaisquer interessados). Utilizada para contratações de grandes vultos, acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais), quando se tratar de obras de serviços de engenharia e, acima de R$ 650.000,00, para compras ou outros serviços, podendo participar todos os interessados que comprove na fase habilitação preliminar possuir os requisitos exigidos para a execução do contrato.

Como dito acima, a concorrência possui uma maior amplitude de participantes e possui maior complexidade em seu procedimento. Pode ser realizada em qualquer tipo de licitação, ou seja, menor preço, maior lance, melhor técnica ou técnica e preço.

Preliminarmente há a fase de habilitação e posteriormente a análise e o julgamento das propostas.

Será usada em situações específicas, levando em consideração, a natureza do contrato a ser celebrado, alienação de imóveis, contrato de concessão de serviços públicos, licitações internacional.

4.2 Tomada de Preço

Possui sua definição no § 2°, do mesmo dispositivo supra: “Tomada de preços é

a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observada a necessária qualificação” (BRASIL, 1993). A tomada de preço é feita entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

A publicidade e universalidade (quaisquer interessados) são características da tomada de preço.

(23)

Os valores desta modalidade são superior a R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e inferior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) para obras e serviços de engenharia, e superior a R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e inferior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) para outros tipos de contrato, conforme estabelecido no art. 23 da lei de licitações, anteriormente já citado.

4.3 Convite

O § 3° da mesma capitulação legal, aduz:

“Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das

propostas.” (BRASIL, 1993).

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

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4.4 Concurso

Tem sua definição no § 4°, do mesmo dispositivo legal:

“Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados

para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com

antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.” (BRASIL, 1993).

O concurso se aplica a escolha (entre quaisquer interessados) de trabalho técnico, artístico ou científico, mediante instituição de remuneração ou prêmio aos vencedores.

Verifica-se, entretanto, que esta seleção para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, pressupõe o interesse da Administração para finalidade de incentivo cultural ou para obtenção de resultado prático incentivo.

4.5 Leilão

Cabe ressaltar o que diz o § 5º, in verbis:

“Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para

a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance,

igual ou superior ao valor da avaliação.” (BRASIL, 1993).

A Administração procede à venda (através de leilão) entre quaisquer interessados nos casos de: bens móveis inservíveis, bens legalmente apreendidos ou penhorados, bens imóveis integrados ao patrimônio público por meio de procedimento judicial ou dação em pagamento.

De acordo com o art. 19 da lei de licitação, os bens imóveis tanto podem ser alienados pela modalidade concorrência (que é a regra geral par as outras formas de alienação) como por leilão.

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 Edital (que deverá ser divulgado de maneira ampla);

 O leilão pode ser conduzido por leiloeiro oficial ou por um servidor designado pela a Administração;

 O Bem tem que ser avaliado previamente pela Administração, que fixará um preço mínimo para arrematação;

 Os Bens arrematados deverão ser pagos à vista, ou no percentual estipulado no edital

 Não pode ser inferior a 5% - exceto em leilão internacional, que o pagamento da parcela à vista poderá ser feito no prazo de 24 horas.

4.6 Pregão

A modalidade denominada Pregão é a sexta modalidade de licitação e foi criada pela Lei 10.520/2002, sendo oposta ao leilão, posto que, esta, se refere ao maior lance, já o pregão se reporta ao tipo menor preço.

O pregão será utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns, conforme exposto na legislação supra, in verbis:

“Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser

adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio

de especificações usuais no mercado.” (BRASIL, 1993).

Conforme dito acima, o pregão é utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns e esta modalidade será regida por esta Lei. As normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão.

Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

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regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões. Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Cabe esclarecer que a modalidade se divide em duas, uma sendo a presencial, realizada com a presença física dos interessados na sessão pública, que é regulamentada no âmbito federal pelo Decreto n°3.555/2000, e a outra a forma eletrônica, com a competição sendo realizada via Internet, sendo regulamentada pelo Decreto Federal n° 5.420/2005.

Assim, depois de feita uma breve análise das modalidades de licitação, resta dar foco ao objeto dessa monografia, que são as exceções à obrigatoriedade de licitar. Veremos a distinção das duas formas de contratação direta: dispensa e a inexigibilidade de licitação.

4.7 Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC)

O Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) foi instituído pela Lei 12.462/2011 e trata-se de um novo regime licitatório, que tem por objetivo tornar as licitações do Poder Público mais eficientes/céleres, sem afastar a transparência e o acompanhamento pelos órgãos de controle.

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Os princípios que regem essa modalidade de licitação são essencialmente os mesmos aplicáveis às licitações em geral: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência, probidade administrativa, economicidade, desenvolvimento nacional sustentável, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo. (OLIVEIRA, 2013)

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5. EXCEÇÕES A OBRIGATORIEDADE DE LICITAR

O legislador constituinte faz uma ressalva à contratação de obras, serviços, compras e alienações, abrindo a possibilidade de haver contratação sem licitação. Esse texto está presente no art. 37, XXI da Constituição Federal:

Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à

garantia do cumprimento das obrigações.” (BRASIL, 1988).

As exceções são denominadas de contratação direta e trazidas pela Lei Federal n° 8.666/93, possuindo duas vertentes doutrinárias, onde a primeira divide a matéria em dispensa e inexigibilidade de licitação, e a segunda em licitação dispensada, dispensável e inexigibilidade.

Sobre o assunto Justen Filho aduz:

(...) não se afigura procedente a distinção, a nosso ver. Em ambos os casos, o legislador autoriza a contratação direta. Essa autorização legislativa não é vinculante para o administrador. Ou seja, cabe ao administrador escolher entre realizar ou não a licitação. Essa competência administrativa existe não apenas nos casos do art. 24. Aliás e se não fosse assim, o art. 17 conteria hipóteses de vedação de licitação. Significa reconhecer que é perfeitamente possível realizar a licitação nas hipóteses do art. 17, desde que o administrador repute

presentes os requisitos para tanto.” (2002, p. 235)

Verifica-se que Justen Filho não acha necessária tal distinção, tendo em vista que ambas tratam-se de dispensa de licitação.

Do outro lado da vertente doutrinária, Gasparini (2012) observa que a contratação direta poderá ser feita através da dispensa e inexigibilidade, podendo a dispensa subdividir-se em dispensável e dispensada.

(29)

Vale ressaltar que para a presente monografia será utilizada a segunda corrente doutrinária. Serão tratadas, de maneira diferenciada, as matérias dos artigos 17,24 e 25 da lei 8.666/93, isto é, serão expostas as diferenças entre licitação dispensável, dispensada e inexigibilidade.

5.1 Licitação Dispensada

Para Carvalho Filho (2009, p. 238) aduz que “a dispensa de licitação caracteriza-se pela circunstância de que, em tecaracteriza-se, poderia o procedimento caracteriza-ser realizado, mas que, pela particularidade do caso, decidiu o legislador não torná-lo obrigatório”.

A dispensa de licitação caracteriza-se pela possibilidade de haver licitação, ou seja, há viabilidade de competição, mas o legislador faculta ou obriga que seja dispensada a licitação. As situações previstas em lei para a dispensa são taxativas, isto é, o administrador só poderá recorrer a esse meio de contratação direta se houver previsão legal.

A licitação dispensada, que é uma das subdivisões da dispensa, ocorre quando a lei diretamente dispensa a licitação, sendo assim obrigatória a contratação direta. As hipóteses de licitação dispensada dizem respeito a alienações, pela administração, de bens ou de direitos sobre bens e estão arroladas no art.17 da lei 8.666/93, nas alíneas dos incisos I e II do caput.

Primeiramente será visto o inciso I que cita a licitação dispensada para bens imóveis:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto as alíneas f,h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso

X do art. 24 desta Lei;

d) investidura

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f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras publicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações ate o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;

A regra geral da alienação de bens é licitar, mas há exceções para bens imóveis e móveis. Quando o administrador se deparar com qualquer uma das situações citadas no art.17 da lei 8.666/93, nas alíneas dos incisos I e II, será obrigado a dispensar a licitação.

Analisando a disposição legal supracitada, verifica-se que foram elencadas as situações em que a licitação será dispensada no caso de alienação de bens imóveis. Será enfatizado cada um dos itens presentes no inciso como forma de esclarecer essas situações de dispensa obrigatória para bens imóveis.

Na dação em pagamento, tem-se uma alteração contratual, onde uma obrigação é substituída por outra, sendo um bem móvel ou imóvel ou uma obrigação de fazer, permanecendo sempre a obrigação de quitar o debito. (DINIZ, 2007, p.277).

O Código Civil, no seu art. 356, afirma que “O credor pode consentir em receber

prestação diversa da que lhe é devida”, conceituando exatamente o que acontece na

dação em pagamento.

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sim com um bem dominical ou desafetado (bens que não estão destinados a serem usados pelo povo e nem pelo Estado; são bens que vão formar patrimônio).

A alínea c, que fala da permuta, teve sua eficácia suspensa por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 927-3) do Supremo Tribunal Federal. No caso da doação, a Administração não poderá licitar quando esta for exclusivamente a outro órgão/entidade da Administração Pública, ressalvadas as hipóteses das alíneas f, h e i.

A investidura, que também é uma forma de alienação de bem, vem conceituada na própria lei de licitação no artigo 17, § 3º, incisos I e II:

§3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (BRASIL, 1993).

O inciso I trata da alienação de áreas públicas remanescentes de obras. Se o imóvel torna-se inaproveitável para a Administração, decorrente do remanescente de uma obra, ela terá que oferecer primeiro ao lindeiro (vizinho), por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que não ultrapasse o valor de R$ 40.000,00. No caso da recusa do lindeiro, ocorrerá o procedimento normal de licitação.

Por outro lado, as alíneas f, h e i do artigo art. 17 citam a concessão de direito real de uso de bens públicos e a permissão de uso de bens imóveis.

Meirelles (2003) aduz que permissão de uso é ato negocial, unilateral, gratuito ou oneroso, discricionário, revogável precariamente pela Administração e que não gera direitos para o particular, salvo se o contrário dispuser no contrato.

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Concessão é contrato administrativo, direito real resolúvel, transferível pelo particular por ato inter vivos ou causa mortis, a título gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração transfere, como direito real resolúvel, o uso remunerado ou gratuito de terreno publico ou do espaço aéreo que recobre, para que seja utilizado com fins específicos por tempo certo ou por prazo determinado.

Um exemplo comum de concessão de direito real de uso é quando a Administração pública concede um terreno para a construção de Conjuntos Industriais, como, por exemplo, o de Maracanaú, para fins de industrialização, urbanização, edificação.

A regra geral, para a concessão e permissão, é que haja licitação, mas há exceções e elas estão previstas de forma clara nas alíneas f, h e i do artigo art. 17.

A exceção à obrigatoriedade de licitar, quando o assunto for Concessão de direito real de uso, se dará para programas de uso habitacionais e comerciais, bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública e, finalmente, para terras publicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações ate o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500 ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais.

Outro instituto citado no artigo 17 da lei 8.666/93 é o aforamento. Ele está presente nos artigos 678 a 694 do Código Civil e art. 99 a 124 do Decreto-lei 9.760/46.

O aforamento permite ao proprietário (no caso, a Administração Publica) atribuir a outrem (no caso o particular) o domínio útil de imóvel de sua propriedade, mediante o pagamento de uma importância certa, invariável e anual, chamada foro ou pensão. Não se confunde com a concessão de direito real de uso, que exige finalidade específica.

(33)

A situação presente na alínea g do art. 17 fala de legitimação de posse. Os procedimentos de legitimação de posse são tratados no art. 29 da Lei nº 6.383 de 1976 que diz:

Art. 29 – O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas com o seu trabalho e o de sua família, fará jus a legitimação da posse de área contínua até 100 (cem) hectares, desde que preencha os seguintes requisitos:

I- não seja proprietário de imóvel rural;

II- comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de 1

(um) ano. (BRASIL, 1976).

O caso apresentado acima acontece quando uma pessoa se apossa terras devolutas do governo, que não é um bem de uso comum do povo e nem de uso especial, para torná-las produtivas com o seu trabalho e o de sua família.

Nesse caso, a Administração pública pode dar legitimação de posse, para o ocupante, de área contínua até cem hectares, desde que possuía os requisitos de não ser proprietário de imóvel rural e comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de um ano.

Depois de vista as situações de licitação dispensada para bens imóveis, agora será vislumbrado os casos de licitação dispensada para bens móveis. Segue abaixo a citação presente no art.17, inciso I da Lei 8.666/93:

I - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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Vale ressaltar que a regra geral para alienação de bens móveis é que ocorra o processo de licitação. O artigo não faz menção à modalidade de licitação que será usada para o processo licitatório.

As situações elencadas acima dizem respeito às exceções a obrigatoriedade de licitar. Nesse caso, serão explanadas as situações de dispensa obrigatória para bens móveis da administração pública.

A primeira situação onde a Administração não poderá usar o processo licitatório para alienar bens móveis é a doação. Nesse caso, a doação deverá ser para fins e uso de interesse social.

A alínea b, que fala da permuta, teve sua eficácia suspensa por uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 927-3) do Supremo Tribunal Federal.

No caso da venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, fica obrigatoriamente dispensada a licitação, observada a legislação especifica. Essa situação acontece, por exemplo, com a venda de ações do Banco do Brasil e da Petrobrás.

A venda de títulos é também dispensada de forma obrigatória, na forma da legislação pertinente. Os títulos da dívida pública, títulos da dívida agrária são exemplos dessa situação.

A alínea e cita que não haverá processo licitatório para a venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades. Isto é, um órgão da administração pública indireta possui a finalidade de produzir ou comercializar um bem para a venda. Esse caso é muito comum, especialmente para entidades que desenvolvem atividades de natureza econômica. Como, por exemplo, Banco do Brasil e Petrobrás.

A situação prevista na alínea f afirma que, no caso de venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe, não poderá haver licitação.

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5.2 Licitação Dispensável

A licitação dispensável ocorre quando a lei faculta a realização de licitação, isto é, a administração pública tem margem de liberdade para decidir se haverá ou não procedimento licitatório. São ao todo 32 (trinta e duas) situações para o caso de licitação dispensável e elas estão arroladas no art. 24 da lei 8.666/93.

Para uma melhor análise deste fenômeno ora tratado, neste momento segue a citação da legislação específica, onde serão pontuados, alguns incisos e expostos os entendimentos sobre estas hipóteses de contratação por dispensa de licitação:

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (BRASIL, 1993).

Para compreensão do que se enquadra nas obras e serviços de engenharia, é de grande valia a definição de Fernandes:

(...) são todos aqueles que a lei exige sejam assinados por engenheiro, dentre aqueles declarados privativos da profissão pela legislação regulamentadora respectiva; além do que sua execução deve estar voltada para bens imóveis, execução e/ou instalação incorporáveis ou inerentes ao imóvel; (2003, p.292)

No que concerne a outros serviços e compras o doutrinador acima mencionado define da seguinte forma:

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O inciso I vislumbra que para obras e serviços de engenharia de até R$ 15.000 (quinze mil reais) a licitação será dispensável, isto é, se a administração pública contratar obra e serviço de engenharia e, no caso, a projeção de gasto for de até 15.000, ela não será obrigada a fazer licitação, contanto que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente.

O inciso II segue na mesma fundamentação do primeiro, alterando apenas o objeto licitável. No caso, quando a administração publica for contratar outros serviços, que não seja de engenharia, e compras poderá dispensar a licitação se o valor for de até R$ 8.000 (oito mil reais).

Os dois incisos tratam dos casos em que o objeto a ser licitado é de pequeno valor, onde são afrontados os princípios da licitação e da economicidade para a Administração, prevalecendo o segundo, haja vista o interesse público.

O artigo também estabelece outras regras, que dizem respeito a contratações por parte de alguns órgãos a administração indireta. Essas regras estão presentes no parágrafo primeiro do artigo 24, citado logo abaixo:

§1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (BRASIL, 1993).

O parágrafo primeiro vislumbra que para os órgãos da administração publica indireta citados acima, a regra é que o valor seja de até 20% (vinte por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo 23.

Portanto, para obras e serviços de engenharia o valor será de até R$ 30.000 (trinta mil reais) e no caso de compras e outros serviços o valor será de até R$ 16.000 (dezesseis mil reais).

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É importante ressaltar que para a devida caracterização do estado de guerra, deve-se observar as medidas tomadas pelo Estado, capituladas nos artigos 136 e 137 da Constituição Federal, senão vejamos:

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: (BRASIL, 1988).

Desta forma, verifica-se que não dependerá apenas da existência de guerra, mas sim, também da decretação do Estado de Defesa e Estado de Sítio, onde a dispensa de licitação deverá ser utilizada para proteger a segurança nacional (JUSTEN FILHO, 2002).

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; (BRASIL, 1993)

Meirelles (2003, p. 272) aduz que:

A emergência caracteriza-se pela urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a incolumidade ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, exigindo rápidas providências da Administração para debelar ou minorar suas consequências lesivas à coletividade.”(2004, p. 272, 273).

O inciso acima vislumbra que, se o administrador declarar emergência ou situação de calamidade publica, poderá ser feita compras, obra e contração de serviço sem que haja processo de licitação. O prazo do contrato será de 180 dias e não será prorrogado.

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É interessante salientar que o Tribunal de Contas da União (TCU) mantém decisões a cerca desse assunto.

Uma delas é a decisão Nº 007.826/94 que cita “(...) a falta de planejamento ou o planejamento inadequado das ações a serem executadas não permite que o administrador, em etapa posterior, invoque a dispensa de licitação sob a alegação de situação de emergência.” (BRASIL, 1994).

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; (BRASIL, 1993).

A situação apresentada acima trata-se de uma licitação deserta, isto é, a administração abre um processo de licitação em busca de uma proposta vantajosa para compra, obra ou serviço e ocorre ausência de competitividade. Nesse caso, a administração pode declarar licitação deserta, justificando que a repetição da mesma acarretará prejuízo. Portanto, em decorrência disso haverá contratação direta.

Além de ser precedido de uma licitação frustrada pela ausência de interessados, ainda é necessário para que possa proceder tal contratação, que se verifique no caso em concreto que um novo procedimento licitatório poderia acarretar em prejuízos para a Administração (JUSTEN FILHO, 2002).

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; (BRASIL, 1993).

Trata-se de uma situação excepcional em que a União intervirá no comércio para regular os preços ou normalizar o abastecimento, quando encontrar certa anormalidade nos mesmos.

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (BRASIL, 1993).

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preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou por serem propostas incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficias competentes.

É importante salientar a citação do art. 48 parágrafo 3º da lei 8.666/93 sobre os participantes desclassificados.

§3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (BRASIL, 1993).

Fazendo um paralelo entre o parágrafo citado acima e o inciso VII, verifica-se que a Administração fixará um prazo de 3 (três) ou 8 (oito) dias úteis, dependendo do caso, para que os participantes desclassificados possam apresentar nova documentação. A Administração só poderá declarar licitação fracassada, para que seja feita contratação direta, caso os erros não sejam sanados dentro do prazo.

Observando que todos os interessados ofertaram acima dos valores, de uma forma até moralizante, a Administração fica autorizada a utilizar o mecanismo da contratação direta com o escopo de encontrar interessados com valores inferiores.

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (BRASIL, 1993).

A situação acima acontece quando uma pessoa jurídica de direito público contrata uma entidade da administração, que produz bens ou presta serviço e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

Vale ressaltar que conforme o parágrafo 2ª do artigo 24, “o limite temporal de

(40)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (BRASIL, 1993).

Segundo Justen Filho (2002, p. 251), o assunto de segurança nacional “é aquele que envolve interesses permanentes e superiores da sobrevivência do Estado Brasileiro.

A “segurança nacional” reporta-se exclusivamente ao relacionamento do Estado

Brasileiro perante a comunidade internacional”.

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (BRASIL, 1993).

Com relação a esse inciso, é importante salientar que há uma discursão muito séria a respeito do caso citado, principalmente quase se fala em locação, pois a administração não pode obrigar o particular a participar de processo licitatório para alugar um imóvel que é dele, pois o particular tem a liberdade de alugar o seu imóvel a quem lhe convier.

O inciso é auto-explicativo, desta forma, as locações de imóvel que atenderem as necessidades da Administração e preencherem os requisitos do dispositivo, poderão correr por dispensa de licitação.

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem e classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; (BRASIL, 1993).

O inciso acima se refere aos casos em que a Administração pública depois de realizado procedimento licitatório e firmado contrato com o vencedor do certame, opta por rescindir o contrato, por motivo de não cumprimento das obrigações por parte da empresa vencedora que deixa remanescente de obra.

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XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (BRASIL, 1993).

Neste caso, há a necessidade de se proceder com a dispensa de licitação, posto se tratar de produtos perecíveis, os quais não suportam estocagem sobre pena de perecimento, não havendo, portanto, prazo para que corra o procedimento licitatório normal.

Ainda se tratando dos produtos perecíveis, se faz necessário ressaltar que o procedimento licitatório com o objeto perecível em produção tornaria mais oneroso ao Estado, posto que não seria possível mensurar o preço futuro.

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; (BRASIL, 1993).

Esta hipótese de dispensa de licitação poderá ser realizada pelo ente governamental, quando este pretender contratar serviço de entidade brasileira, não lucrativa, que tenha em seus atos constitutivos algum dos objetos sociais descritos no

texto, inclusive o “desenvolvimento institucional” mencionado, expressão, esta, que pode se referir a infinitos objetos, e também a casuística recuperação social do preso (RIGOLIN; BOTTINO, 2002).

Vale ressaltar que a Súmula 250 do Tribunal de Contas da União diz que:

a contratação de instituição sem fins lucrativos, com dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, inciso XIII, da Lei nº 8.666/93, somente é admitida nas hipóteses em que houver nexo efetivo entre o mencionado dispositivo, a natureza da instituição e o objeto contratado, além de comprovada a compatibilidade com os preços de mercado. (BRASIL, )

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (BRASIL, 1993).

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XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. (BRASIL, 1993).

Verifica-se nesse inciso que a licitação só será dispensável se a finalidade do órgão ou entidade for relacionada à obra de arte ou a objetos históricos e desde que os mesmos tenham autenticidade certificada.

Quanto à aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, ressalta-se que ressalta-se autoriza a dispensa porque a Constituição Federal em ressalta-seu art. 216, § 1°, acode a proteção estatal ao patrimônio cultural brasileiro.

Cabe ressaltar que dentro dos casos de inexigibilidade de licitação, que será vista mais adiante, há uma situação parecida com a do inciso XV.

A diferença maior é que, na licitação dispensável para aquisição ou restauração de obras de arte, o órgão ou entidade requisitante precisa ter ligação com o objeto, isto é, seja atividade fim do órgão. Enquanto no caso de inexigibilidade, não precisa haver qualquer ligação com o objeto.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; (BRASIL, 1993).

O presente dispositivo traz a possibilidade de contratação direta, para os serviços de impressos oficiais prestados por pessoa jurídica de direito público interno, ou órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública e foram criados para este fim.

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (BRASIL, 1993).

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XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a”

do inciso II do art. 23 desta Lei; (BRASIL, 1993).

Este dispositivo cita os casos de compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes.

Observando que o valor não poderá exceder ao limite de R$ 80.000 (oitenta mil reais).

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (BRASIL, 1993).

A contratação de associação de portadores de deficiência física possui duas finalidades dentro da Administração Publica.

A primeira é a necessidade do ente governamental da contratação, já a outra é o cumprimento de uma função social, ao contratar essas pessoas que possuem deficiência. Assim, o Estado incentiva determinadas entidades privadas para que continue prestando estas atividades, cumprindo, desta forma, um interesse comum.

XXI - Para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (BRASIL, 1993).

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Tabela 01: Quantidade de dispensa X Quantidade de inexigibilidade

Referências

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