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GT 6 - Informação, Educação e Trabalho

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Academic year: 2018

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GT 6- Informação,EducaçãoeTrabalho ModalidadedeApresentação:Pôster

OACESSOÀS INFORMAÇÕESNOSARQUIVOS ESCOLARES:POSSIBILIDADESDE ENSINOEAPRENDIZAGEM NA PRODUÇÃODOCONHECIMENTO

PriscilaRibeiro Gomes

UniversidadeFederaldoEstadodoRiodeJaneiro

RESUMO: Este trabalho, que se encontra em fase de desenvolvimento, visa enfatizar a

relevância do acesso aos arquivos escolares enquanto manancial de informação,

entendendo-oscomomaisumapossibilidadedecontribuiçãoa serexploradanoprocesso

de ensinoe aprendizagem.Sabe-seque estaé umaseara poucoprestigiada, maslança

-se um desafio na tentativa de discutire problematizar o quantoos documentosmantidos sob guardada escolapodemse tornar potenciaisinstrumentos educativos, à medidaque buscam (re)significar o conhecimento, além é claro, de servircomo subsídio educacional para trabalhar a história local com os alunos. Além disso, este estudo volta-se para um

olharquebusca contemplara necessidadedeum setordearquivo dentrodasinstituições

escolares que possa auxiliar o aluno no tocante às necessidades de pesquisa. Nesta

perspectiva, fundamentada em algunsautores,dentre eles,Gonçalves (2005) eMenezes

(2005), notamos que os arquivos escolares acabam por dar maior ênfase às atividades

meio, relacionadas à matrícula, histórico, dentre outras, e acabam por esquecer-se da

atividade fim, que neste caso, tratando-se de um arquivo escolar seria a disseminação e

acesso à informação de modo a facilitar o ensino e a aprendizagem, concebendo o

arquivo enquanto locus constituinte de uma educação cidadã, sendo, portanto,

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1INTRODUÇÃO

O interesse em estudar os arquivos escolares1 enquanto instrumentos potenciais noprocessodeensinoeaprendizagemsurgiuapósomeuingressonogrupodepesquisa Memória, História e Educação2. A partir de então, começou-se a pesquisar sobre a

relevância deste manancial de informação para a formação dos alunos e também para a

(re)construçãodamemórialocal.

Neste sentido, o trabalho com os arquivos escolares, logo, como a memória

escolar, apresenta-se como mais uma possibilidade para o exercício da prática

pedagógica, onde vemos como indispensável, conforme salienta Vidal (2005) um

alargamento da noção de documentos arquivísticos na educação, de modo a contribuir

paraaproduçãodeconhecimento.

2CONTEXTUALIZAÇÃO

Sabe-se que, no Brasil, as experiências que contemplam um setor educativo em

arquivos3 ainda ocorrem em passos bastante lentos. Baseada nos estudos realizados e naanálisedosconteúdosdosarquivosescolares,propõe-seaoPoderPúblico, bemcomo

à sociedade civil organizada uma discussão consistente acerca da significativa

importância dos arquivos escolares, enquanto espaços constituintes de uma educação

voltada à cidadania, bem como um setor educativo em arquivos responsável pela

disseminaçãodainformação, demodoaclarearosbenefíciosdestasaçõesparaaescola eseuentorno.

Belloni(2003,p.44)definequepolíticapúblicaéaaçãointencionaldoEstadojunto

à sociedade. A partir da definição apresentada, a autora complementa ainda que uma

1 [os arquivos escolares são] sedes privilegiadas de uma multiplicidade de ações humanas, pedagógicas, culturais, sociais,afetivas,produtodeumquotidianosemprereinventado,dainstituiçãoeducativa nãorestaporvezesmaisque umresíduodocumental,irregularmenterepartidonotempo epouco representativo,nomeadamentenoqueserefereà riquezadoquotidianoescolar.(JustinodeMagalhães,1998,apudGonçalves,2005,p.4).

2OGrupoestá vinculadoaoprogramadepós-graduação daUnicamp,efocaliza estudosreferentesàhistória/cultura como espaço de representação das produções, como manifestações de grupos sociais historicamente dados e suas articulaçõescomaproduçãoeducacional.Seuspesquisadoresdesenvolvemtrabalhosemhistóriaeensino,formaçãode professores,currículos,históriasdasinstituiçõesescolareseprojetospolítico-pedagógicos.

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política pública deve estar voltada para a sociedade e envolver recursos sociais, acrescentando que toda política pública deve ser sistematicamente avaliada do ponto de vistadesuarelevânciaeadequaçãoàsnecessidadessociais.

Se considerarmos a relevância e a função social do trabalho com os arquivos

escolares como patrimônio educativoe cultural, na perspectiva da educação patimonial4,

podemos dizer, então, que urge um repensar acerca da elaboração e efetivação de

políticas públicas direcionadas a considerar a educação nos arquivos indispensável no processo, principalmente,deescolarização.

Por este viés, julgo ser importante e primordial uma interlocução entre algumas áreas do conhecimento, sendo imperioso um diálogo entre a arquivologia e a educação,

buscando promover fóruns de discussão e porque não também de experiências sobre o

assunto.

Osarquivos escolaresse tornam,nestecontexto,maisumespaçodeatuaçãopara oprofissional dearquivologia,demonstrando maisumavezasuarelevância evisibilidade social.

Corroborando com as idéias de Cunha e Crivellari (2004), onde destacam que a

realidadeé marcadapelo usoconstante dainformação agregadaàs dimensões culturais, políticas, econômicasesociais, nãosendo diferente, portanto,no cotidiano escolar queé afetado direta ou indiretamente por essas dimensões, já que a escola é constituída e constituintedecultura.

Complementando esta ideia, a autora Gonçalves (2005) enfatiza os documentos

tendosidoproduzidos commaior oumenorintencionalidade,registrameconstituemacultura material escolar, específica daquela instituição, etomando como empréstimo as palavras de Menezes (2005), modela e é modelada pela cultura social. Ao enfatizar a ampla gama de documentosencontradosnosarquivosescolares,Gonçalves (2005,p.4)ressalta:

Pode-se encontrar no arquivo escolar outros tipos de documentos que excedem a determinação legal, como fotografias, jornais produzidos pela escola, cadernos de alunos,recortes de jornaiscom matérias referentesà

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instituição, bilhetes, entre outros. Ou seja, são testemunhos da vida institucional, da sua cultura e memória, comas particularidades da escola queosproduziu.

SegundoMenezes,SilvaeTeixeira (2005)quandolidamoscomarquivos escolares

percebemos que o descaso ainda é muito acentuado, não sendo considerada a riqueza

do patrimônio documental existente nestes arquivos, bem como os ganhos em

conhecimento para a escola, seu projeto pedagógico, suas práticas educativas e para a memóriadaevoluçãodoensinodemodoacontribuirparaahistoriografiaeducacional.

Nesta perspectiva os arquivos escolares clamam por um redirecionamento, que

desloque o eixo do arquivo considerado morto para compreendê-lo na sua dimensão de

um organismo vivoe quemuito tema nosrevelar, bem comoressalta Menezes(2005, p. 68):

Diantedesituações,nãorarasvezes, deriscoedaimportânciaquesedá, cada vez com maior intensidade, à necessidade de preservação dessa documentação, têm-se desenvolvido projetos de intervenção e de investigação sobre esses espaços,esses restosou lugares de guardada memória educativa; sobre os documentos como fontes de informação, advindos das várias práticas administrativas, mas também pedagógicas, dasescolas.

Natentativa defazer algunsapontamentossobreArquivo, Memóriae Educação,emuma

dimensão macrossocial, acho pertinente mencionar um assunto muito relevante, e que

porissorequeratenção.

Várias vezes ouvi e ainda continuo ouvindo pessoas referindo-se aos lugares de

memória (NORA, 1993) como sendo espaços apenas políticos e de perpetuação do

poder. Realmente, se levarmos em consideração o valor político e estratégico da

informação, até podemos contemplar o arquivo como um locus privilegiado por lidar

diretamente com a informação. Porém, se concebermos o arquivo apenas pela lógica

políticaque é intrínseca aele, comopoderemos almejar novas possibilidades dedialogar com outras áreas,na tentativa de contribuir e produzir conhecimento? Se tomarmos esta

postura ficaremos engessados num pensamento estanque, que nos cega diante novas

possibilidades de olhar o “objeto”, a partir de outros ângulos, que permitam tecer novos fios,semdeixardeladoosprimeirospontostecidos.

Querodizer comisso,querefletindo sobreesseassunto, procurovoltar-me paraas

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perspectiva nãoestática,e simemmovimento, entendendo queasesferasdo instituídoe do instituinte podem conviver numa relação dialética de ressignificação, onde eu não preciso excluirnem uma,nem outra. Não é o instituídoou o instituinte, e sim instituído e instituintenamesmatrama.

É sob esta ótica que me lanço a olhar para o arquivo, neste caso, o arquivo

escolar perspectivando um trabalhocom as memóriasescolares de modoa contribuir no

processo educacional dos sujeitos, proporcionar-lhes um senso maior de cultura e

identidade.

Segundo Michael Pollak (1992) a memória é um elemento constituinte do

sentimento deidentidade,tantoindividualcomocoletiva, namedidaemqueelaétambém

um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e coerência de uma

pessoaeudeumgrupoemsuareconstruçãodesi.

Nestesentido,tomamosamemória comoumfenômeno construídohistoricamente,

sofrendointerferênciasadvindasde conflitossócio-políticos,sendoconstruída apartirdas

negociações cotidianas da cultura na coletividade, e que implica na construção de um discursoparaposteridade.

Na tentativaderedimensionaroarquivocomoespaçodememóriavoltadotambém àspráticaseducativas,remeto-meàMartins(2008,p.8),ondeavinculaçãoentrememória

e educação parece ser algo comum, dado a capacidade intrínseca da memória como

atributocognitivo eaimportância delaparaaeducabilidadedosujeito.

Longe de esgotar as possibilidades de estudos com os documentos, procurei

sintetizar no esquemaabaixo,maisum caminhoque buscaproblematizar ediscutiro uso das fontes no ensino, neste caso, me referindo à história da educação, pois me lembro

que a grande preocupação do grupo de pesquisa estava relacionada à leitura do

documento, ou seja, como fazer o documento “falar”, o que devemos levar em

consideração nomomentodeuma análisedocumental. Acreditoqueesteesquema possa

ser estendido a outras dimensões na tentativa de contribuir para o ensino e

aprendizagem, buscando produzir novos conhecimentos e encaminhamentos em outras

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Comofazerosdocumentos “falarem”?

Tentarultrapassarasinformações Terpercepçãodahistoricidadedo

tema(contexto/autor) expressas/Iralémvendodoqueseestá

Buscarrelacionardiferentescampos doconhecimento

Limitesepossibilidadesde Interpretaçãoecríticaaodocumento

Figura1–Esquemadeleituradedocumentos

3 CONSIDERAÇÕESFINAIS

Considero queum estudovoltado àreflexão dosarquivos escolares, buscando(re)

vernovos desdobramentosdiantedas questõesde acesso,disseminação,conservação e

uso das informações, nos faz perceber a relevância deste trabalho, principalmente por trazeràtonaum assuntobastantecarente deliteraturano Brasil,que vemaseracriação

de um setor de arquivo dentro das escolas, voltado para subsidiar as práticas

pedagógicas,sendo,maisumcaminhoparasepensarasatividadeseducativas.

ssim sendo, é possível perceber que a historiografia educacional tem muito a

contribuir desde que se dê a atenção merecida, para tanto, torna-se indispensável um

olharvalorativoparaosarquivosescolares demodoasensibilizaracomunidade científica

em prol de um diálogo profícuo pautado na solidariedade das preocupações que se

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REFERÊNCIAS

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Referências

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