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COBERTURA SOCIAL FILME DE CASAMENTO COM UM

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Academic year: 2021

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FILME DE CASAMENTO COM UM

toque de fine art

Saiba como o fotógrafo Marcio Sheeny organiza seu trabalho para fazer vídeos, antes e depois da cerimônia, com estética cinematográfica

POR DIEGO MENEGHETTI

D

urante um casamento, é co- mum notar equipes de fo- tografia e de vídeo dispu- tando os melhores ângulos para cap- tar a emoção de noivos e convidados.

O resultado disso, ainda que os pro- fissionais trabalhem em sintonia, é imagens registradas com interferên- cias visuais, como equipamentos de iluminação destinados ao vídeo no meio das pessoas, além dos próprios

fotógrafos e videomakers aparecen- do na mídia dos colegas.

Foi para evitar situações como essa que o fotógrafo Marcio Sheeny, sediado em Niterói (RJ), resolveu unir estas duas áreas. Há oito anos atuando com fotografia de casamen- tos, ele foca seu trabalho no que cha- ma de fashion wedding(registros fine art com toques da estética de editoriais de moda) e, há um ano,

também filma os casamentos nos quais trabalha, sempre a partir de HDSLR. Para este novo produto, ele deu nome de fine art films.

“O registro de um casamento de- ve funcionar como uma poesia. Ge- ralmente, os noivos valorizam de- mais a fotografia, que é cara, e com- plementam o registro com a filma- gem, que acreditam não ser ‘muito importante’. Mas esse profissional

Cena registrada no ensaio com os noivos, realizado depois da cerimônia e antes da festa, com direção do casal feita pelo filmmaker

COBERTURA SOCIAL

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Imagens: Marcio Sheeny

Marcio pede que as noivas reservem um bom tempo para o making of, pois além de planejar todas as fotos still, repete as cenas para o filme

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Já no making of, é possível roteirizar as cenas, com marcação de foco Nas festas, o que vale é

registrar a espontaneidade do momento com grande angular e foco no infinito

Além da objetiva grande angular, Marcio conta com a zoom tele 70-200 mm, que permite vários enquadramentos nas filmagens

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‘sem importância’ pode pre- judicar demais o trabalho todo.

Videomakers que não têm pos- tura, não se vestem bem e fi- cam parados no altar, por exemplo, são muito agressivos para a imagem. Na fotografia e no vídeo, se aparecer alguém da equipe ou mesmo um tripé de iluminação ao lado do pa- dre, todo aquele cenário e, con- sequentemente, o encanto da- quela imagem, são prejudica- dos”, afirma Marcio, que teve sua formação em fotografia nos Estados Unidos, onde boa parte das igrejas não permite que fotógrafos e videomakers cheguem perto do altar.

Segundo o fotógrafo-film-

maker, a fotografia de casa- mento evoluiu muito em ter- mos de estética nos últimos dez anos, enquanto a filmagem ficou meio que parada no tem- po. No último ano, porém, o mercado de vídeos agitou-se muito, exatamente por conta das mudanças que a HDSLR propiciou.

“Os videomakers que fa- ziam TV, comerciais e filmes, acreditavam que filmar casa- mentos era algo pejorativo pa- ra a carreira deles, pois era um produto pouco valorizado.

Mas com a evolução que esse segmento teve e os atuais in- vestimentos que os noivos fa- zem com o casamento, o pes-

soal de vídeo começou a mi- grar para essa área, principal- mente por conta da concor- rência a ter com os filmes feitos pelos fotógrafos”, avalia.

Além de ser outro produ- to oferecido no pacote, os fil- mes de casamento feitos com uma HDSLR apresentam também uma estética dife- rente da que existe nos vídeos gravados com filmadoras.

Um dos principais motivos é o tamanho dos sensores das câmeras fotográficas, que per- mitem criar belos desfoques de fundo (chamados de bo- keh). Sem a HDSLR, filmar com estética de cinema exigia equipamentos caríssimos, in-

A HDSLR permite que o filmmaker registre cenas com pouca iluminação ambiente

Imagens: Marcio Sheeny

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compatíveis com o investi- mento de um casamento. Ho- je, porém, isso mudou.

Até então editados geral- mente com duas horas de du- ração, entre cerimônia e festa, gravadas a partir dos aconte- cimentos do próprio evento, hoje o wedding filmproduzi- do por Marcio, por exem plo, tem cara e jeito de cinema, com roteiro, marcações de fo- co, ensaios e diversas tomadas.

Outra mudança é que agora o filme do casamento é entre- gue com cerca de, no máximo, 20 minutos, montados a partir de cenas rápidas, cada uma por volta de três segundos.

“Sempre falo aos noivos:

vocês preferem ter um vídeo de duas horas, que assistem avançando as cenas e que nin- guém além de vocês tem pa-

ciência para ver, ou um filme de 20 minutos que não can- sam de assistir e têm prazer de exibir aos parentes e ami- gos?”, diz Marcio, que utiliza nos filmes algumas fotos para criar ligações em cenas, re- curso chamado de fusion. To- das as opções de trabalho que Marcio oferece, além de ví- deos de demonstração, estão no site pessoal dele, em mar- ciosheeny.com.

TREINAMENTO

Marcio comenta que se es- pelha no trabalho do filmma- ker norte-americano Ray Ro- man (rayromanfilms.com), um dos primeiros estrangeiros a produzir filmes de casamentos com estética cinematográfica.

O investimento feito pelo fotógrafo brasileiro incluiu cur-

sos na área – inclusive com o próprio Ray Roman – e con- tratação de uma equipe pró- pria, para dar conta de filmar e fotografar um mesmo even- to. Todas as ações, porém, são coordenadas pelo próprio Marcio, única pessoa respon- sável pela fotografia. “Assim consigo criar uma mesma lin- guagem para os dois produtos, além de garantir que um pro- fissional não irá interferir na imagem que o outro está re- gistrando”, afirma.

Para aprofundar-se nos conceitos de cinema, próprios da linguagem doswedding films, Marcio matriculou-se no curso de cinefotografia ofe- recido pelo fotógrafo Toni Martin Giles (confira um pou- co sobre o trabalho desse pro- fissional na página 39).

A pequena profundidade de campo é um recurso que cria uma estética de cinema nas imagens

Imagens: Marcio Sheeny

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“Como fiquei no mesmo hotel que o Toni, aprendi tam- bém muita coisa fora do curso, em conversas pessoais. No workshop, embora a maioria dos alunos fosse da área de ca- samentos, boa parte do con- teúdo teórico foi direcionada à estética de cinema, com con- ceitos como planos, ajuste de foco manual, entrada de pes- soas, marcação de cenas, entre outros”, informa.

O filmmaker comenta que o trabalho que produz é bem diferente do chamado video- jornalismo de casamento feito, por exemplo, pelo colega Pepê Figueroa. Isso porque, sempre que é possível, Marcio Sheeny roteiriza as cenas que grava.

Para o registro de um casa - mento, ele divide o evento em quatro partes, nas quais faz fo-

tos e filmes: making of, cenas externas, cerimônia e festa.

Nas duas primeiras, toda a cap- tação é feita a partir de um ro- teiro criado por Marcio, que também dirige os noivos, como em uma produção de filmes.

Primeiro ele fotografa e depois repete as cenas para filmar.

“Geralmente, os noivos não sabem se posicionar diante da luz, nem têm conhecimen- tos de qual é seu melhor ân- gulo, qual postura ter para compor com o fundo... Por- tanto, deixá-los agir por conta própria não funciona. Mas é necessário tem po para criar as

Marcio conta com a ajuda de sua mulher no registro de vídeos de casamento Sempre que possível,

o filmmaker planeja as cenas já sabendo a objetiva que usará no take

Vini Marins

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grafar, ele criou uma logística para conseguir controlar a atuação da equipe, responsá- vel por captar o material para o filme, feito basicamente com câmeras da Canon, duas EOS 5D Mark II (com ISO limitado em 3.200), outras duas EOS 7D e uma 60D (nestas últimas, o ISO é ajustado até 1.600).

Ao total, quatro pessoas co- mandam as câmeras, com as- sistentes para troca de objeti- vas, e todas se comunicam por rádio. “No dia anterior à ce- rimônia, faço uma reunião com a equipe e mostro, com fotos de exemplo, os ângulos que cada um deverá filmar.

Com a igreja mapeada, demar- co onde os filmmakers irão se posicionar e determino quais os movimentos de câmera, com qual duração e em qual momento cada um deve gra- var. Assim, consigo planejar um esquema para que nin- guém atrapalhe o trabalho do outro, além de já organizar as cenas que vou precisar para montar o filme”, comenta.

Para as filmagens, Marcio coloca duas câmeras nas late- rais da igreja, uma com a lente 70-200 mm f/2.8 com estabi- lizador de imagem – que ele diz ser fundamental tanto para fotos quanto para filmes – e outra com uma objetiva mais ampla, como a 24 mm.

No fundo da igreja fica ou- tra câmera com um kit de len- tes 50 mm, uma grande an- gular e uma 70-200 mm (se possível, essa câmera fica no alto, em um mezanino). Todas elas são dispostas em tripés e não saem dos lugares deter- minados no plano de filma- gem. Apenas fazem movimen- tos em seu próprio eixo.

cenas. Não dá para filmar às pressas, até porque os noivos têm um período de adaptação.

Quando começo a registrar ce- nas externas ou o making of, por exemplo, a primeira coisa que a noiva faz é cruzar as per- nas e os braços, numa posição de defesa”, observa.

Por outro lado, na segunda parte, composta pela cerimô- nia e pela festa, Marcio diz que vale registrar a espontaneidade das ações. Ainda assim, ele dei- xa organizado todo o trabalho de sua equipe, desde os ângulos e duração dos takesatéos mo- vimentos de câmera.

SHOW TIME

Como durante as cerimô- nias Marcio trabalha com uma Nikon D3s apenas para foto-

Para captar o áudio com nitidez, um microfone sem fio é escondido no terno do noivo

!Ajuda do iPhone

Como faz o foco manualmente, Marcio utiliza um aplicativo para iPhone que cal- cula a distância da área em foco a partir de uma determinada lente e abertura, além de informar também distância hiper- focal. Na App Store há várias opções deste tipo, como o Simple DoF Calculator (US$ 1,99, disponível em bit.ly/bhJ88t) ou o Depth of Field Calculator (US$ 0,99, disponível em bit.ly/imdeu0).

Estabilizador de imagem da Glidecam, modelo utilizado por Marcio nas cenas de câmera na mão

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A única câmera a se mo- vimentar pela igreja é levada pela mulher de Marcio, que utiliza um estabilizador da Glidecam, acessório que per- mite filmar com a câmera na mão sem grandes trepidações na imagem. “Essa câmera móvel filma alguns movimen- tos, como no corredor cen- tral, além de acompanhar a noiva por alguns instantes. É possível fazer até movimen- tos laterais, substituindo um trilho”, afirma.

Outra posição possível para a câmera é “plantada” perto do altar, rente ao chão, com uma lente olho de peixe ou uma fixa de 50 mm, coman- dada por controle remoto. Esse ângulo permite captar, por exemplo, os pés das pessoas se movimentando.

Para uma filmagem boa, é necessário ter também um som

de qualidade. Para contornar esta limitação da câmera HDSLR, ele usa um gravador da Zoom, com microfones di- recionais dispostos pela igreja.

Ele revela um truque: deixa um microfone sem fio da Sen- nheiser com o noivo, escondi- do no bolso dele e com o cap- tador perto da lapela do terno, também camuflado.

“Já coloquei o microfone

Movimento lateral feito com a ajuda do estabilizador, acompanhando a senhora até o altar

Como atua em cidades litorâneas, como Rio de Janeiro e Niterói, Marcio aproveita o belo visual das praias para as cenas dos vídeos

Imagens: Marcio Sheeny

na mesa ou em locais próxi- mos dos noivos, mas ele acaba captando muitos ruídos. Hou- ve uma ocasião que uma crian- ça chorou perto do microfone e só se ouvia isso. Com o mi- crofone direcional junto aos noivos, o áudio é gravado per- feitamente limpo”, destaca.

Para o registro da festa, a dinâmica é parecida, com des- taque para o uso de monopés,

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úteis para estabilização em meio às pessoas e em espaços reduzidos. Ao final do traba- lho, Marcio entrega cópias em Blu-ray e em DVD, que incluem um slideshow com cem fotos selecionadas.

Para os noivos não fica- rem ansiosos, ele adianta o resultado do wedding filmem um trailer que disponibiliza cerca de 30 dias depois do ca- samento. O trailer também segue os pa drões cinemato- gráficos: formato anamórfico

GoPro, capazes de filmar em full HD e com qualidade.

Com elas, Marcio pretende captar cenas em ângulos inu- sitados, como de dentro dos carros e limusines, no meio da decoração da igreja e, tal- vez, até do buquê, criando uma perspectiva real em pri- meira pessoa da noiva che- gando ao altar, recordação que as mulheres poderão, en- fim, compartilhar com qual- quer pessoa que assistir ao filme de casamento.

Durante o making of, o microfone fica aberto para captar falas que podem entrar no filme A variação dos ângulos de captação é importante para a montagem final do vídeo

de 2.20:1 e tempo total de 1 minuto e meio.

Marcio acredita que as possibilidades que a HDSLR trouxe para a produção de filmes de casamento são in- finitas. Para o próximo even- to que vai registrar, ele já en- comendou um dolly da Di- gital Juice, modelo que per- mite movimentação em di- ferentes solos, como pisos, tapetes e grama.

Também já fez o pedido

de duas câmeras compactas "

Imagens: Marcio Sheeny

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