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Reunião Climática do Grupo de Pesquisas Climáticas da UFSM – GPC

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Academic year: 2022

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Naturais e Exatas Departamento de Física

Reunião Climática do Grupo de Pesquisas Climáticas da UFSM – GPC

Simone E. Teleginski Ferraz e Nathalie Tissot Boiaski (responsáveis)

Boletim e Previsão climática para o RS (INMET/ CPPMet-UFPel): Flávia Rosso, Douglas Ávila e William Moura

Análise sinótica dos eventos extremos: Nicolle dos Reis, Elen Pelissaro e Carlos Júnior

Monitoramento e Previsão de Variabilidades Climáticas: Elisângela Finotti, Sara de Araújo, Mauro de Castro

Análise e Previsão climática para o Brasil: Anderson Bier, Tiago Robles e Suélen Farias

Abril/2016

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1. Condições meteorológicas observadas no trimestre JFM no RS.

No mês de janeiro, as precipitações no Rio Grande do Sul ficaram abaixo da média climatológica em grande parte do Estado, apenas em áreas do norte, nordeste e noroeste (regiões de Cruz Alta, Passo Fundo, Frederico Westphalen e Canela) e na região metropolitana de Porto alegre este padrão inverteu. Já no mês de fevereiro as precipitações abaixo da média se concentraram no centro, Sul e Sudeste do Rio Grande do Sul e em março apenas a região de São Gabriel ficou abaixo da média; nas demais regiões a precipitação ficou acima da média. As temperaturas mínimas em janeiro e fevereiro ficaram acima da média climatológica em praticamente do o Estado; em março este padrão inverteu acompanhando o aumento da precipitação. As máximas ficaram pouco abaixo da média climatológica na região sudoeste (janeiro), na região norte (fevereiro) e em todo o estado em março.

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

JANEIRO

FEVEREIRO

MARÇO

Anomalia de precipitação, Temperatura mínima e máxima mensal (isolinhas) e anomalias (cores) nos painéis a esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte INMET)

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2. Condições meteorológicas observadas no trimestre JFM no Brasil.

Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos meses do ano de 2015, janeiro apresentou reversão nos padrões de circulação atmosférica e precipitação sobre o Brasil, com anomalias positivas da precipitação sobre as Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste e negativas sobre parte da Região Sul e Norte. Na costa do Nordeste houve a atuação de vórtices ciclônicos em altos níveis (VCAN) e a Zona de convergência intertropical (ZCIT) oscilando em torno de sua posição climatológica. Sobre o Sudeste houve a formação de um episódio da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), todos relacionados a este aumento de precipitação. Em fevereiro, o posicionamento dos VCANs e a influência da OMJ contribuíram para o déficit pluviométrico na maior parte do Brasil e excesso de chuva em parte da Região Sul. Somente no final do mês a atuação de um sistema frontal evoluiu para um fraco episódio de ZCAS no mês de março.

Na segunda quinzena de março estabeleceu-se uma condição de Bloqueio no Pacífico Sul que afetou o regime de precipitação e temperatura durante o restante de março e meados de abril. Janeiro e fevereiro apresentaram temperaturas mínimas acima da média em quase todo o Brasil, exceto na região Sul, acompanhadas de temperatura máxima acima/abaixo da média em regiões com déficit/excesso de precipitação.

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

JANEIRO

FEVEREIRO

MARÇO

Anomalia de precipitação, Anomalia de Temperatura mínima e máxima mensal nos painéis a esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte CPTEC)

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3. Eventos Meteorológicos Extremos – Global

Data: 14/12/2015 Tufão Melor nas Filipinas Categoria 3, ventos de 178 a

208 km/h, 7 mil destruídas e retirada de mais de 730 mil

pessoas de suas casas

Data: 05/01/2016 Tempestade de Areia na Bahia causada por chegada

de forte frente fria

Data: 22-24/01/2016 Snowzilla- Nevasca nos EUA

85 milhões de pessoas afetadas, 19 mortos, 7500 voos cancelados, 56 cm de

neve em Washington Data: 29/01/2016 Temporal em Porto Alegre

Ventos de 120 km/h 328 mil sem luz Centenas de árvores derrubadas em toda a

cidade Data: 20-21/02/2016 Ciclone Winston – Ilhas Fiji

Categoria 5 Ventos de 250km/h

Ondas de 12 m 21 mortos

Data: 11/03/2016 Frente Fria 21 mortos em SP, 5 no RJ

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Data: 04/2016 Bloqueio Atmosférico Recordes de Temperatura

máxima em todo Brasil

Data: 04/2016 Tornado em Dolores no

Uruguai 8 mortos 4 mil desabrigados

Data: 24/04/2016 Tornado nas Missões Categoria F2, 250 km/h

8 feridos

Data: 04/2016 Primeira onda de frio do

ano

Nevasca na Argentina Friagem em Rondônia e

Acre

Data: 21/04/2016 Onda de Calor na Índia

330 milhões atingidos Mais de 300 mortos

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4. Condições Oceânicas e atmosféricas globais – ENOS, Oscilação de Madden & Julian e Oscilação Antártica

Anomalias de temperatura da superfície do mar (TSM) para os meses de janeiro (esquerda), fevereiro (centro) e março (direita).

Em janeiro o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) ainda apresentava anomalias de temperaturas entre 2°C e 3°C na região equatorial do Pacífico Central (Niño 3.4), que foram gradualmente diminuindo nos meses de fevereiro e março.

O índice de Oscilação Sul (IOS) iniciou janeiro com valores superiores a 2, mas foi decaindo chegando a aproximadamente 1,5 em março. A componente atmosférica do ENOS, mostrou um decaimento significativo em março, sugerindo a finalização deste evento ENOS. As previsões da anomalia de TSM na região do Niño 3.4, para os próximos meses, mostram uma tendência de diminuição no decorrer deste semestre. Alguns modelos estão indicando que possa haver a configuração e La Niña no final de 2016. O modelo probabilístico do IRI também sugere a possibilidade de formação de La Niña no fim de 2016, mas ainda com baixa probabilidade.

O ENSO tracker do governo Australiano indica nível de atenção para formação de La Niña em desenvolvimento em 2016. O ENSO tracker é baseado nos seguintes critérios:

Estado atual do clima: fase ENOS é atualmente neutra ou El Niño em declínio.

IOS: Dos 10 anos que se assemelham mais de perto o padrão IOS atual, 4 ou mais mostraram características de La Niña.

Subsuperfície: resfriamento significativo da subsuperfície foi observado no Pacífico Oeste e / ou central.

Modelos: Um terço ou mais dos modelos climáticos pesquisados mostram diminuição

da TSM de pelo menos 0,8 ° C abaixo da média nas regiões do Oceano Pacífico Niño 3 ou Niño 3.4 pelo final do inverno ou primavera.

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Para o primeiro trimestre de 2016 a Oscilação Antártica, analisado pelo Índice da Oscilação Antártica, se mostrou em sua grande maioria na fase positiva - índice positivo, com algumas pequenas exceções, considerado em fase negativa. Lembrando que na fase negativa da AAO uma maior frequência de ciclones extratropicais e frentes frias é esperado em latitudes médias. Como no meio de abril a AAO mudou de sinal, sugere-se que esta mudança esteja relacionada com a primeira incursão de ar frio do ano. O modelo de previsão de AAO indica que o índice se manterá negativo na primeira metade de maio.

Em relação ao sinal da oscilação de Madden & Julian (OMJ), observou-se que este permaneceu fraco durante última semana de abril. Como a OMJ tende a ser mais ativa em anos neutros é de se esperar que nos próximos meses a sua influência sobre a precipitação seja mais pronunciada.

Em janeiro o padrão de convecção tropical foi altamente consistente com o esperado durante um ENOS.

No início de fevereiro, um sinal da OMJ emergindo resultou em convecção aumentada no Índico leste e sobre o Pacífico Equatorial. E no final de fevereiro a atividade da OMJ resultou em diminuição da convecção sobre o norte da Austrália, maior parte da Indonésia e Brasil. Durante o início de março, interferência destrutiva entre a OMJ e o ENOS levou a convecção suprimida sobre o Índico e na região da ZCPS, que teve uma ligeira inversão no meio de março. Na América do Sul foi observada uma ZCAS fraca neste mesmo período. No final de março, esta convecção suprimida voltou para o Oceano Índico equatorial e alguma convecção foi observada na América do Sul.

Durante o início de abril, o aumento da convecção retornou para sudeste do Oceano Índico e se expandiu a leste da linha de data através do Pacífico, enquanto a convecção suprimida

prevaleceu em grande parte do continente marítimo (região entre o Índico e o pacífico que compreende a Indonésia, Filipinas e Papua Nova Guiné; figura ao lado).

A zona de convergência do Pacífico Sul (ZCPS) é claramente observada

durante o meio de abril e uma convecção anômala é observada sobre a América do Sul. Durante os últimos dez dias de abril persistiu a convecção ao longo da ZCPS e sobre a América Central e Caribe.

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5. Previsão Climática

O CPPMet/UFPel indica para os meses de maio, junho e julho valores acumulados de precipitações dentro do padrão climatológico em todo o Estado. O prognóstico regional para as temperaturas mínimas aponta para no mês de maio valores pouco abaixo da média no oeste e noroeste, predominando dentro do padrão climatológico nas demais regiões do Estado. Para os meses de junho e julho a tendência é oscilar valores dentro do padrão na maior parte do Estado. No mês de maio são previstas pelo CPPMet/UFPel temperaturas máximas pouco abaixo do padrão no centro e oeste, e dentro do normal nas demais regiões.

Para os meses de junho e julho a tendência é de predominar temperaturas máximas dentro do padrão climatológico na maior parte do Estado.

PRECIPITAÇÃO TEMPERATURA MÍNIMA TEMPERATURA MÁXIMA

MAIOJUNHOJULHO

Previsão da Anomalia de precipitação, Temperatura mínima e máxima, esquerda, centro e direita, respectivamente. (Fonte CPPMET e INMET)

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O modelo Eta (CPTEC/INPE) indica anomalias negativas de precipitação para o Nordeste Brasileiro e anomalias positivas para o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para o trimestre MJJ/2016. Estas anomalias negativas no Nordeste também são indicadas pelo

modelo CFSv2 do

NCEP (não

mostrada). Já o modelo probabilístico do INMET apresenta valores acima do normal em boa parte do pais, exceto no extremo norte da região Norte e região Nordeste. Valores próximos a média são indicados em pontos dispersos do País.A previsão por consenso elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (GTPCS/MCTI) para o trimestre MJJ/2016 indica maior probabilidade do total trimestral de chuva ocorrer na categoria abaixo da normal climatológica em parte do semiárido da Região Nordeste, e na faixa leste que vai do

Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. Para o nordeste do Amazonas, centro-norte do Pará, Roraima e Amapá, a previsão indica maior probabilidade dos totais pluviométricos no trimestre ocorrerem na categoria dentro da normal climatológica. Para a Região Sul, a previsão também indica maior probabilidade na categoria dentro da normal climatológica, porém a distribuição é de 35%, 40% e 25% para as categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal climatológica, respectivamente. As demais áreas do País (área cinza do mapa) apresentam baixa previsibilidade para o referido trimestre, o que implica igual probabilidade para as três categorias.

Referências

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