• Nenhum resultado encontrado

Um retrato da Revista de Escola de Biblioteconomia da UFMG

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Um retrato da Revista de Escola de Biblioteconomia da UFMG"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

Um retrato da Revista de Escola de Biblioteconomia da UFMG

Carlos Alberto Ávila Araújo

Professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG

Paulo da Terra Caldeira

Professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG

Filipi Junio Pacheco de Oliveira

Aluno do curso de Biblioteconomia da ECI/UFMG

Adriano Pereira da Silva

Aluno do curso de Biblioteconomia da ECI/UFMG

Deise de Freitas Tartaglia Reis

Aluna do curso de Biblioteconomia da ECI/UFMG Bruno Moreira de Moraes

Aluno do curso de Biblioteconomia da ECI/UFMG

Everton Rafael Caldeira

Aluno do curso de Biblioteconomia da ECI/UFMG

O artigo apresenta os resultados de um estudo bibliométrico sobre toda a coleção da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG (REB). Foram analisados dados sobre os autores dos artigos (freqüência, padrões de co- autoria e vinculação institucional) e sobre as referências dos artigos (autores citados, periódicos citados, tipologia, idioma e idade da literatura citada). Entre os principais resultados encontrados destacam-se que foram identificados 260 autores que produziram 350 artigos,

(2)

com uma fraca concentração da produção (os 16 mais produtivos respondem por 110 artigos, um pouco menos de um terço do total). Os autores que mais publicaram foram ou são vinculados à UFMG. Sobre as 3591 referências encontradas, verificou-se que os autores mais citados foram Lancaster, Shera, Foskett, Allen, Line, e Freire. O idioma mais freqüente das referências é o inglês, a tipologia mais encontrada é o livro e o periódico mais citado é a própria REB, embora sejam encontrados mais periódicos estrangeiros do que nacionais.

Palavras-chave: Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG; Bibliometria; Análise de citações.

1 Introdução

A Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG (REB) ocupou um espaço importantíssimo na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação no Brasil, por vários motivos: além de ser uma revista das mais antigas na área, manteve uma publicação ininterrupta, regular, veiculando importantes trabalhos científicos de autores nacionais e estrangeiros sobre diversas temáticas relativas ao campo.

A revista e os artigos nela publicados já foram alvo de diversos estudos (CALDEIRA, 1990; MACHADO, 2007), mas faltava ainda um estudo bibliométrico que incidisse sobre toda a coleção, bem como um estudo bibliométrico amplo relativo aos diversos aspectos da produção científica veiculada pela revista: os autores que mais publicaram, os autores e periódicos mais citados, a idade e a tipologia a literatura citada, entre outros. Com o objetivo de suprir essa lacuna foi realizada a presente pesquisa.

Assim, além de contemplar a importância do objeto empírico em questão – a Revista de Escola de Biblioteconomia da UFMG – este artigo se insere na tendência contemporânea de trabalhos na área de Bibliometria e Cienciometria que têm enfatizado a importância da contribuição dos indicadores bibliométricos e cienciométricos para mapeamentos epistemológicos da produção científica de determinada área, fornecendo importantes dados sobre a forma como essa produção científica tem sido construída (COSTA; VANZ, 2010; SANTOS et al, 2007;

VANTI, 2002). Para tanto, busca-se realizar um estudo bibliométrico explorando várias das possibilidades abertas com esse tipo de estudo (ARAÚJO, 2006; BRAMBILLA; VANZ; STUMPF, 2006), como aliás vem sendo historicamente proposto por esse campo de estudos desde suas origens (FIGUEIREDO, 1977; ROUSSEAU, 1998; RODRIGUES, 1981;

FORESTI, 1989).

(3)

2 Histórico da revista

O Curso de Biblioteconomia de Belo Horizonte, criado por Etelvina Lima, em 1950, em convênio firmado pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais com o Instituto Nacional do Livro1 destinava-se a formar professoras primárias para atuar em bibliotecas públicas e escolares. Funcionou em uma sala do Instituto de Educação, com duração de um ano, sendo a fundadora, sua primeira diretora, assessorada pelas professoras Zilah Frota, Syncha Jerzy Schwarzstine, e a escultora Jeane Milde. Após longa peregrinação foi incorporado à Universidade, transferindo-se, a partir de 14 de novembro de 1963, para o sexto andar do prédio da Reitoria, no campus da Pampulha.

O curso foi criado inicialmente para atender às necessidades das bibliotecas públicas e escolares, no sentido de que essas instituições passassem a contar em suas equipes com profissionais capacitados para administrá-las e atender às necessidades de informação dos usuários. Era freqüentado principalmente por professoras que vinham do interior do Estado para a capital com o objetivo de obterem qualificação para atuarem naquelas bibliotecas passando, mais tarde, a receber também clientela proveniente da classe média alta de Belo Horizonte.

Quando o país começava a implantar suas indústrias, era quase que inexistente a publicação de livros especializados em Biblioteconomia e as publicações periódicas da área só começariam a ser lançadas em 1972, dois anos após a criação do curso de mestrado em Ciência da Informação, do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), no Rio de Janeiro. O curso da Universidade Federal de Minas Gerais contava com uma biblioteca na qual o acervo era constituído quase exclusivamente de obras de autores estrangeiros e a pesquisa só começaria a ser consolidada após o retorno dos professores que estavam se qualificando em nível de mestrado.

È, portanto, a partir dos anos de 1970 que se verifica um esforço para criação de massa crítica na área, principalmente com a implantação do curso do IBBD, e a participação de professores estrangeiros que vinham lecionar disciplinas no curso de mestrado, contribuindo, portanto, para a formação de professores que retornavam as suas escolas, departamentos e bibliotecas de origem, repassando os conhecimentos obtidos possibilitando o aprimoramento de seus colegas.

Assim, dois anos após a criação do curso de Mestrado do IBBD, foram lançadas: a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, e a Ciência da Informação e, no ano seguinte, a Revista de Biblioteconomia de Brasília e a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, em São Paulo.

Outros fatores impactantes foram a criação dos cursos de mestrado da Escola de Biblioteconomia da UFMG, e o da Universidade de Brasília,

1 Portaria No. 37, de 17.01.1950, publicada no jornal Minas Gerais, de 25.01.1950.

(4)

em 1976, e, no seguinte, o da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Em 1978 começou a funcionar o da Universidade Federal da Paraíba, além de vários cursos de graduação em diversos Estados do País.

A Biblioteconomia beneficiou-se como um todo com o objetivo do Governo Federal em proporcionar ensino de qualidade para os profissionais das diversas áreas do conhecimento por serem as bibliotecas, as escolas de biblioteconomia, os programas de pós-graduação que iniciavam a qualificação de seus professores e funcionários, um dos fatores essenciais no processo.

Foi, portanto, significativo o apoio prestado pela Capes e pelo CNPq aos programas de pós-graduação no Brasil com reflexos benéficos também para as revistas científicas especializadas e seus usuários, ao disponibilizarem resultados de pesquisas conduzidos no País, em língua portuguesa, permitindo maior contato dos profissionais com a literatura das respectivas áreas. O fomento dessas instituições à área de Biblioteconomia foi importante também ao permitir intercâmbio de professores e especialistas estrangeiros aos cursos recém criados no Brasil e a realização de estágio de docentes brasileiros em programas de pós- graduação no exterior.

É neste cenário que a Escola de Biblioteconomia da UFMG, ao completar 21 anos, decide criar a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, que foi publicada regularmente até 1995, quando passou a ser denominada: Perspectivas em Ciência da Informação.

A Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG foi formalizada pela Resolução número 02/70, de 19.11.1970, do Colegiado de Coordenação Didática da Escola, com o objetivo de atuar como instrumento de intercâmbio entre os profissionais, possibilitando troca de idéias e de experiências. Visava também publicar de trabalhos que pudessem contribuir para o desenvolvimento da Biblioteconomia e Documentação no Brasil e que tratassem de assuntos ligados a elas. Pretendia ainda incentivar a formação de literatura especializada em Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação, Arquivologia e áreas afins, apontando problemas e soluções, tornando-a instrumento didático e de pesquisa para uso dos praticantes.

Seu primeiro fascículo foi lançado em 1972, relativo aos meses de março a setembro, estampando na capa, de cor roxa, a palavra livro em letras brancas, o título grafado na cor preta e a legenda bibliográfica. Sua periodicidade foi mantida semestral durante 24 anos de publicação ininterrupta. Os dois primeiros volumes foram distribuídos gratuitamente e a partir do terceiro iniciou-se o processo de assinatura e permutas.

O mandato dos integrantes do Conselho Editorial (composto por professores da Escola), o dos integrantes do Conselho Consultivo (constituído por professores e especialistas de outras escolas e instituições do País), do Diretor e do Vice-diretor da Revista era de dois anos.

Foram diretores da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG:

(5)

1 Abigail de Oliveira Carvalho

V. 1, n.1, mar./set. 1972 / V. 3, n.1, mar. 1974.

2 Maria Lúcia Andrade Garcia

V. 3, n. 2, set. 1974 / V. 5, n. 1, mar. 1976.

3 Paulo da Terra Caldeira

V. 5, n. 2, set. 1976 / V. 7, n. 1, mar. 1978.

4 Etelvina Lima

V. 7, n. 2, set. 1978 / V. 9, n. 2, set. 1979.

5 Paulo da Terra Caldeira

V. 10, n. 1, mar. 1981 / V. 11, n. 2, set. 1982.

6 Anna Helena Goulart de Andrade Botelho Mesquita Anna da Soledade Vieira (Vice-Diretora).

V. 12, n. 1, mar. 1983 / V. 13, n. 2, set. 1984.

7 Paulo da Terra Caldeira V. 14, n. 1, mar. 1985 / V. 15, n. 2, set. 1986.

Márcia Milton Vianna Dumont (Vice-Diretor).

V. 14, n. 1, mar. 1985 / V. 15, n. 2, set. 1986.

8 Maria Luiza Alphonsus de G. Ferreira V. 16, n. 1, set.

1987/V. 17, n. 2, set. 1988.

Márcia Milton Vianna Dumont (Vice-Diretor).

V. 16, n. 1, set. 1987/V. 17, n. 2, set. 1988.

9 Jeannette Marguerite Kremer. V. 18, n. 1, mar. 1989 / V. 19, n. 2, set. 1990

Paulo da Terra Caldeira (Vice-Diretor): V. 18, n. 1, mar. 1989 / V. 19, n. 1, mar. 1990

Maria Cristina Mello Ferreira Pinto: (Vice-Diretor) V. 19, n. 2, set. 1990 / V. 20, n. 2, jul.-dez. 1991

10 Ana Maria Cardoso de Andrade V. 20 n. 1, jan./jun. 1991 V. 20, n. 2, , jul.-dez. 1991

Maria Cristina Mello Ferreira Pinto (Vice-Diretor)

V. 20 n. 1, jan./jun. 1991 / V. 20, n. 2, jul.-dez. 1991

11 Eduardo José Wense Dias V. 21, n.1, jan.-jun. 1992 / V. 23, n. 2, jul.-dez. 1994

(6)

Maria Cristina Mello Ferreira Pinto (Vice-Diretor) V. 21, n.1, jan.-jun. 1992

Madalena Martins Lopes Naves (Vice-Diretor)

V. 22, n. 1, jal.-jun. 1993 / V. 23, n. 2, jul-dez. 1994

12 Maria Augusta da Nóbrega Cesarino

Helena Maria Tarchi Crivellari (Vice-Diretor) V. 24, n. 1, jan.-jun. 1995

13 Bernadete Santos Campello

Helena Maria Tarchi Crivellari (Vice-Diretor) V. 24, n. 2, jul.-dez. 1995

O Conselho Consultivo (referees) foi instituído a partir do volume 4, número 1, de março de 1975 e era constituído por profissionais das diversas regiões e cursos como Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Pernambuco, Bahia, Paraná e Brasília. Os Representantes de Venda da Revistas em outros Estados foi criado a partir do segundo semestre do mesmo ano.

A Revista era indexada pelos serviços: ABCD Resumos e Sumários, Bibliografia Brasileira de Ciência da Informação, BANBI: Banco de Bibliografias em Ciência da Informação, Sumários Correntes em Ciência da Informação;INFOBILA – Información y Bibliotecologia Latinoamericana;

IREBI: Índice de Revistas de Bibliografia; Information Science Abstracts;

Library and Information Science Abstracts, Library Literature, Sumários Correntes Brasileiros: Ciências Sociais e Humanas, Sumários de Periódicos de Biblioteconomia ECA/USP; ALERTA: sumários correntes de Biblioteconomia.

Ao longo dos anos, outras seções foram sendo incorporadas à Revista, como: Comunicações, Resumos de Teses, Propaganda de outras revistas internacionais como o Library and Information Science Abstracts.

A Revista passou a incluir também ficha catalográfica, o ISSN 0100-0829 na capa e na folha de rosto. A partir do v. 11, n. 2, de set. 1982 passou para a ser publicada alternadamente na cor areia e roxa e a partir do v.

16, n. 2, setembro de 1987 é publicada apenas na cor areia. Do volume 20, n. 1, jan.-jun. 1991 mudou o layout da capa, que passou a estampar o desenho arquitetônico da fachada do novo prédio, nas cores verde e branca.

Os volumes 7, n. 1; 15, n. 2 e 24, n. 2, incluem índices da Revistas.

O primeiro, relativo aos volumes 1 a 6, foi organizado pelas Professoras Maria Helena Andrade Magalhães, Marysia Malheiros Fiuza e pela Bibliotecária Maria Martins Gonçalves. Compõe-se de três partes:

Assuntos, Notas de livros (35) e autores (69).

O segundo índice, relativo aos volumes 1 a 14, e o terceiro, relativo aos volumes 1 a 24, foram organizados pela bibliotecária Júlia Gonçalves

(7)

da Silveira. No segundo, foram confeccionados cinco índices: Assuntos, Autores (165), Resenhas (51), Resumos de teses e dissertações (24) e Discursos de paraninfos (4). No terceiro, foram confeccionados cinco índices: Assuntos, Autores (366), Resenhas (72), Resumos de teses e dissertações (64) e Discursos de paraninfos (4).

A Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG estabeleceu em sua política aceitar artigos que tivessem por objetivo contribuir para o desenvolvimento da literatura de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação, Arquivologia e áreas afins, em língua portuguesa, bem como o ensino da Biblioteconomia em nível de graduação e de pós- graduação. Divulgou trabalhos resultantes de pesquisas realizadas que versassem sobre Biblioteconomia e áreas afins, e servissem como canal de comunicação formal entre os profissionais. Visou também contribuir para atualizar os praticantes por meio da leitura de artigos de interesse.

Procurou manter alto nível de qualidade dos artigos aceitos, bem como sua divulgação em serviços bibliográficos secundários nacionais e internacionais, mantendo a periodicidade, pontualidade e regularidade no lançamento de seus fascículos semestrais.

2.1 Análise preliminar

O índice da Revista mostrou que em seus primeiros seis anos de existência, 69 autores contribuíram com artigos, seja individualmente ou em colaboração. Em seu décimo quarto ano, este número sobe para 165 e no 24, para 366. As notas de Livros somaram 35 no primeiro índice, subiram para 51 no segundo e 72 no terceiro.

Estudo de Dumont et al (1970) sobre as revistas brasileiras de Biblioteconomia na década de setenta revelou que os assuntos que alcançaram maior número de artigos publicados na Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG foram Tipos de bibliotecas (26 artigos), Funções e serviços de biblioteca (12) e Administração e planejamento e Usuários (9) artigos cada.

O índice organizado por Silveira mostrou os assuntos que alcançaram maior número de artigos: Bibliotecas Universitárias (22 artigos), Ensino de Biblioteconomia e Estudo de usuário (16), Bibliotecários e Bibliotecas Públicas (15 artigos cada), Currículo (9), Administração de Bibliotecas, Bibliometria, Controle Bibliográfico, Escola de Biblioteconomia da UFMG, Materiais Especiais e Pós-Graduação (8 artigos cada); Indexação (7) e, assim, sucessivamente, até uma lista de 37 assuntos que estão representados na Revista com apenas um artigo.

Em catorze nos de publicação, a ênfase dos assuntos nos dois primeiros índices permaneceu a mesma: Tipos de Biblioteca; Funções e serviços da biblioteca cede a segunda colocação para Ensino de Biblioteconomia e Estudo de Usuários, enquanto Administração e Planejamento perde a colocação para artigos sobre Bibliotecários e Bibliotecas Públicas.

(8)

Foresti & Martins (1987) analisaram as revistas brasileiras de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação no período de 1980 a 1985 e verificaram que a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG e a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, de São Paulo, foram as que incluíram maior número de artigos de autores estrangeiros (7). No período analisado, a REBUFMG ficou em segundo lugar em relação ao número de artigos incluídos (89), contra 148 da Revista de Biblioteconomia de Brasília. O periódico que aceitou maior número de artigos em colaboração na década de setenta foi a da UFMG, com 26 (13%), o que não se repetiu nos seis anos da década seguinte.

No mesmo estudo, a produtividade dos autores no período (1980 a 1985) revelou variação em relação ao estudo de Dumont et al (1970) podendo-se observar modificação na colocação dos autores mais produtivos.

Uma análise da produtividade dos autores nos dezoito volumes da REBUFMG, utilizando o método da contabilização absoluta de autores (isto é, contabilizando uma freqüência para cada autor de artigo, independentemente de ser autoria individual ou coletiva) mostra que P. da T. Caldeira foi o autor mais produtivo (17 artigos) seguido de M. M. Fiuza (13), A. M. A. Polke, A. da S. Vieira e O. C. P. Rabelo (9 cada); A. de O.

Carvalho e M. A. da N. Cesarino (8 cada); J. M. Kremer e M. H. A.

Magalhães (7 cada); E. Lima e M. L. A. Garcia (6 cada); H. E. Gomes, M.

de L. B. de Carvalho e M. L. A. de G. Ferreira (5 artigos cada). A lista segue em ordem decrescente até o total de 143 autores que contribuíram com apenas um artigo cada, seja individualmente ou em colaboração.

Miranda (1981, p. 36) analisando os periódicos da área concluiu que a REBUFMG

... tem as vantagens e as desvantagens de sua vinculação institucional: conta com professores de tempo integral e com pessoal de apoio para coleta, tratamento, montagem, revisão e distribuição dos números, assim como as facilidades da gráfica e de custeio dos valores postais mas também com os problemas de dependência administrativa, das prioridades e prazos da gráfica universitária, etc. No final, o saldo parece ser positivo pois a regularidade da revista é razoável e a padronização gráfica é boa.

Bufrem (2006, p. 204) analisou artigos de 13 revistas científicas brasileiras da área de Ciência da Informação, publicados no período de 1972 a 2004 e observou

(9)

... tendência maior à endogenia em relação aos programas de pós-graduação da UFMG, com respectivamente 21,7% E 28,6% da produção de seus professores na Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG e no título que lhe deu continuidade, Perspectivas em Ciência da Informação.

3 Resultados da análise bibliométrica

A primeira parte da pesquisa consistiu no levantamento de todos os artigos publicados nos 48 números dos 24 volumes publicados. Foram encontrados, em todo o período, 350 artigos. Estes artigos foram analisados da seguinte forma: em termos de autoria, analisou-se os autores dos artigos, os casos de co-autoria e a instituição de pertencimento dos autores; em termos das referências, os autores citados, os periódicos citados, a área dos periódicos citados, tipologia, idade e tipologia dos documentos citados.

3.1 Sobre os autores dos artigos

Para a contabilização dos autores dos artigos, o primeiro desafio encontrado foi relacionar os casos de co-autoria. Considerando-se as diversas opções apresentadas pelas técnicas bibliométricas (ARAÚJO, 2006), optou-se pela contagem proporcional de autoria, isto é, no caso de um artigo produzido por dois pesquisadores, atribuiu-se 0,5 freqüência para cada um; no caso de três, 0,33 para cada um, e assim sucessivamente para quatro ou mais autores. Este método constitui o que Maltras Barba denomina “método fracionado” (MAIA; CAREGNATO, 2008), segundo o qual o valor da colaboração de cada autor diminui em proporção ao número de colaboradores. Com isso, mantém-se o valor de 1 para cada artigo contabilizado na base de dados, evitando-se que um único artigo apresente um peso maior do que outros por ter mais de um autor – o que pode distorcer tanto a contagem de autores quanto a de instituições.

Foram encontrados 153 autores que produziram artigos em autoria única. Somando-se a produção de todos eles, chega-se ao total de 268 artigos. Contando-se apenas os artigos produzidos em co-autoria, foram encontrados 154 autores que, juntos, produziram 80 artigos. No caso de dois artigos, não foi encontrada a autoria. Assim, o volume de artigos produzidos em co-autoria representa 22,85% do total de artigos produzidos.

Ainda sobre os padrões de autoria e co-autoria, registrou-se que, dos 153 autores que produziram artigos em autoria única, 47 também produziram artigos em co-autoria. E, do outro lado, dos 154 autores que produziram artigos em co-autoria, 107 apenas produziram em co-autoria, contra os 47 que também produziram artigos em autoria única. Temos, assim, do total de 260 autores, 106 que apenas produziram artigos em

(10)

autoria única (40,76%), 47 autores que produziram artigos tanto em autoria única quanto em co-autoria (18,07%) e 107 autores que apenas produziram em co-autoria (41,15%)

Os 260 diferentes autores encontrados têm índices de produção variados. Um total de 65 autores produziram mais de um artigo, com 92 que produziram apenas um e 101 que produziram menos de um (isto é, participaram como co-autores em apenas um artigo). Um total de 20 autores produziram mais de quatro artigos cada um. Estes são apresentados a seguir, na TABELA 1:

TABELA 1

AUTORES QUE MAIS PUBLICARAM NA REB

Fonte: Dados da pesquisa.

A tabela acima permite evidenciar que existe uma relativa concentração da produção. Caso se aplique a lei do elitismo de Price (ARAÚJO, 2006), que prevê um percentual de metade da produção para uma elite formada pela raiz quadrada do total de autores, teríamos 16 autores que produziram, juntos, 110 artigos – 31,42%, ou seja, um pouco menos de um terço, o que significa que a concentração é mais baixa do que o comumente encontrado na produção científica.

Pode-se notar ainda que quase todos os autores mais produtivos são ou foram professores da própria Escola de Biblioteconomia da UFMG. Se, com os padrões atuais, tal fato poderia ser interpretado como sinônimo de endogenia, cumpre lembrar que, no período em que a REB era publicada (de 1972 a 1995) prevalecia, para os periódicos científicos, uma outra regra; a de que a função de um periódico científico era espelhar o pensamento do lugar em que era editado. Assim, incentiva-se que os

Artigos autoria única

Artigos co- autoria

Total da produção

CALDEIRA, P. T. 11 3,25 14,25

FIÚZA, M. M. 9 2,49 11,49

RABELLO, O. C. P. 9 0,83 9,83

KREMER, J. M. 8 1,58 9,58

VIEIRA, A. S. 7 1 8

POLKE, A. M. A. 7 0,66 7,66

GOMES, S. C. 4 1,66 5,66

CASANOVA, V. L. 5 0,5 5,5

CESARINO, M. A. N. 3 2,41 5,41

DUMONT, L. M. M. 4 1,33 5,33

DIAS, E. J. W. 5 0 5

NOGUEIRA, M. C. D. 4 1 5

FIGUEIREDO, N. M. 4 0,5 4,5

CUNHA, M. B. 4 0,33 4,33

MAGALHÃES, M. H. A. 4 0,33 4,33

GOMES, H. E. 4 0,25 4,25

CARVALHO, A. O. 4 0 4

GARCIA, M. L. A. 4 0 4

SCHREIBER, M. R. 4 0 4

CAMPELLO, B. S. 3 1 4

(11)

próprios pesquisadores e professores do local em que era publicado determinado periódico publicassem neste periódico.

Tal fato se confirma com a análise global da vinculação institucional dos autores de todos os artigos, apresentada a seguir, na TABELA 2:

TABELA 2

VINCULAÇÃO INSTITUCIONAL DOS AUTORES QUE PUBLICARAM NA REB

Fonte: Dados da pesquisa.

Os dados apresentados acima evidenciam o peso fundamental da produção da própria UFMG, reprsentando 37,69% do total dos autores.

Ressalte-se que nem todos da Escola de Biblioteconomia, aparecendo também autores de outras unidades acadêmicas, como a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Faculdade de Letras, Faculdade de Educação e Escola de Belas Artes. Em segundo lugar aparece a UFPb, com um percentual bem menor, de 6,53%. Entre as instituições a que pertencem o maior número de autores, destacam-se as universidades onde existia ou veio a existir programas de pós-graduação em Ciência da Informação, seguidas de universidades ou faculdades onde existia e/ou existe curso de graduação em Biblioteconomia, e depois institutos de pesquisa, bibliotecas, órgãos governamentais e empresas. No total foram encontradas 75 diferentes instituições, algumas das quais estrangeiras (dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Venezuela, México, Alemanha e Itália).

3.2 Sobre as referências encontradas nos artigos

Quant idade de autores

Total de autores

UFMG 98 98

UFPb 17 17

USP 11 11

UnB 9 9

Ibict 6 6

Biblioteca Pública Estadual Luís de Bessa

5 5

UFPR 5 5

Embrapa 4 4

Furnas 4 4

PUCCamp 4 4

UEL 4 4

UFF 4 4

UFRGS 4 4

Três instituições 3 9

Nove instituições 2 18

Cinqüenta instituições 1 50

Sem identificação de instituição

8 8

Total - 260

(12)

A análise seguinte recaiu sobre as referências presentes nos 350 artigos analisados. Foram encontradas um total de 3591 referências, o que dá uma média de 10,26 referências por artigo. Foram encontrados 1884 autores, sendo que em 146 casos não foi possível identificar a autoria. Dos 1884 autores, 28 receberam dez ou mais citações, 388 receberam de duas a nove citações e 1468 receberam uma única citação.

Os 28 autores mais citados são apresentados a seguir, na TABELA 3.

TABELA 3 – AUTORES MAIS CITADOS PELOS ARTIGOS PUBLICADOS NA REB

Autor Citações

BRASIL 45

LANCASTER, F. W. 42

SHERA, J. H. 23,5

FOKSETT, D. J. 22,33

ALLEN, T. J. 21

LINE, M. B. 20

FREIRE, P. 16

MIRANDA, A. 15

SARACEVIC, T. 14,83

UFMG 14

BORKO, H. 13,5

CHAUÍ, M. 13

PRICE, D. S. 13

CUNHA, M. B. 12

FIGUEIREDO, N. 12

LIMA, E. 11,5

MANZONI, A. 11

ROBREDO, J. 11

VICKERY, B. 11

SENGUPTA, I.N. 11

POLKE, A. M. A. 10,66

KREMER, J. 10,33

CALDEIRA, P. T. 10

CRONIN, B. 10

FONSECA, E. N. 10

RANGANATHAN, S. R. 10

UNESCO 10

VIEIRA, A. S. 10

Os dados evidenciam, em primeiro lugar, a importância que documentos emitidos por entidades coletivas possuem na pesquisa da área: documentos oficiais do Estado brasileiro ocuparam a primeira colocação entre as citações, vindo ainda, com grande importância, documentos de autoria coletiva da UFMG e da Unesco. Entre os autores pessoais, destaca-se Lancaster, em primeiro, com 42 citações, bem distante do segundo, Shera.

Entre os 25 autores pessoais mais citados, há equilíbrio entre brasileiros e estrangeiros: 13 e 12, respectivamente. Contudo, os

(13)

estrangeiros estão mais localizados na parte superior da tabela, com mais citações, enquanto na parte de baixo, com menos citações, se concentram mais autores brasileiros.

Os autores estrangeiros citados evidenciam a influência do pensamento anglo-saxão na produção científica da REB. Os autores são vinculados a instituições de ensino e pesquisa sobretudo dos Estados Unidos e Inglaterra, quase exclusivamente, pela exceção de um autor ligado ao Canadá e outro à Índia (embora seus trabalhos tenham chegado ao Brasil por intermédio de um grupo inglês). As áreas de atuação destes autores se concentram em variados aspectos da Biblioteconomia:

avaliação e planejamento de serviços, aspectos e funções sociais da biblioteca, estudos de usuários de biblioteca, bibliometria, organização e tratamento da informação. Merecem destaque também autores ligados a assuntos relacionados à comunicação científica e gestão da informação, além de se verificar com algum peso citações a dois pioneiros da Ciência da Informação (Saracevic e Borko).

Sobre os autores brasileiros mais citados, o maior destaque vai para dois dos três primeiros, Freire e Chauí, que não são da área de Biblioteconomia, mas sim das ciências humanas e sociais de uma forma geral. A presença deles com tanto destaque mostra a forte ligação existente entre a Biblioteconomia e as reflexões sobre sociedade e cultura nos artigos publicados na REB. Os demais 11 autores citados são todos da área de Biblioteconomia. Sete deles são vinculados a outras instituições e quatro eram ou são professores da UFMG. Representam, também eles, uma relativa variedade temática do campo da Biblioteconomia: aspectos sociais e culturais, estudos de usuários, desenvolvimento de coleções, bibliotecas e informação científica e tecnológica, fontes de informação, bibliometria e planejamento de serviços de bibliotecas.

Outro dado coletado na pesquisa diz respeito ao idioma das referências citadas nos artigos. Os dados são apresentados a seguir, na TABELA 5:

TABELA 5 – IDIOMA DAS REFERÊNCIAS Idioma Freqüência

Inglês 1963 Português 1405 Espanhol 122

Francês 68

Alemão 18

Italiano 9

Não consta 6

Total 3591

(14)

O idioma mais presente é o inglês, com 54,66% do total – um pouco mais da metade. Tal dado vai ao encontro do verificado acima, relativo aos autores mais citados, ingleses e norte-americanos. Mostra, além disso, que a barreira lingüística não chegou a ser um problema no caso deste idioma, para que as obras dos autores fossem consultadas e citadas. Contudo, deve-se destacar também a relativa escassez de trabalhos brasileiros à época. De uma forma geral, porém, consiste num dado importante, principalmente por se tratar de uma área pertencente às ciências sociais, que, normalmente, têm um índice de citação maior para a produção local (e, portanto, no idioma nacional). A produção em idioma nacional perfaz 39,12%, o que significa uma importância considerável em relação ao total. Deve-se destacar a presença pequena, mas não irrelevante, de outros quatro idiomas.

Também fez parte do estudo uma análise da tipologia dos documentos citados nas referências. Para tanto, foram consideradas oito categorias, sendo que aqueles que não se encaixavam em alguma delas foram classificados como “outros”. Ressalte-se também que, pela época da publicação, ainda não eram citados artigos disponíveis digitalmente. Os dados encontrados estão na TABELA 6:

TABELA 6 – TIPOLOGIA DAS REFERÊNCIAS Frequência

Livro 1529

Artigo de periódico científico 1498 Trabalho apresentado em

congresso

200

Outros 120

Trabalho acadêmico 88

Não consta 65

Jornal ou revista jornalísticos 29

Relatório 24

Enciclopédia 23

Comunicação 15

Total 3591

Os livros e artigos publicados em periódicos científicos representam uma imensa proporção do material citado nas referências: juntos, perfazem 84,29% de tudo o que foi citado pelos artigos da REB. Tal fato evidencia uma produção mais centrada nos produtos mais típicos e usuais da atividade científica, com pouca incursão por materiais alternativos. Ao mesmo tempo, a predominância de livros relaciona-se a uma característica típica das ciências humanas e sociais. Há, ainda, algum destaque para os trabalhos publicados em anais de eventos científicos

(15)

(5,56%) e a uma grande variedade de tipos documentais que perfizeram, juntos, 3,34%.

Outro dado analisado a partir das referências dos artigos foi a data de publicação. A análise foi realizada contabilizando-se ano a ano e, depois, agrupada considerando-se as décadas em que os trabalhos foram publicados. Os resultados estão na TABELA 7:

TABELA 7 – DATA DAS REFERÊNCIAS

Período Freqüência Total acumulado

Antes de 1900 17 17

1900 a 1909 13 30

1910 a 1919 2 32

1920 a 1929 9 41

1930 a 1939 12 53

1940 a 1949 45 98

1950 a 1959 102 200

1960 a 1969 680 880

1970 a 1979 1600 2480

1980 a 1989 857 3337

1990 a 1995 168 3505

Sem indicação 86 3591

Total 3591 -

Como era de se esperar, a freqüência de trabalhos publicados nos anos mais recentes destacam-se em volume. Mas o que chama a atenção é a grande quantidade de referêncais publicadas muito tempo antes, em alguns casos até mesmo 80 anos antes – e são tanto casos de trabalhos científicos quanto documentos históricos. Muitas vezes são citados trabalhos dos autores pioneiros em algumas temáticas. Trabalhos publicados antes mesmo de 1900 representam 0,47% mas, somando-se todos os trabalhos publicados até 1959 chegam ao importante índice de 5,56% - um volume considerável que ajuda a elevar bastante a idade média da literatura citada nos artigos da REB. Ressalte-se ainda um alto volume de referências sem indicação de data.

3.3 Sobre os periódicos citados

A análise seguinte recaiu sobre os periódicos citados nas referências dos artigos publicados na REB. Os artigos científicos citados foram publicados em 192 diferentes periódicos. Destes, 27 periódicos receberam dez ou mais citações, 77 receberam entre duas e dez citações e 88 receberam apenas uma citação. Os 13 periódicos que mais receberam

(16)

citações são apresentados TABELA 8. Em alguns casos, os nomes foram atualizados:

TABELA 8

PERIÓDICOS MAIS CITADOS NAS REFERÊNCIAS DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA REB

Total

Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG 126 Journal of American Society of Information Science and Technology 86

Revista de Biblioteconomia de Brasília 64

Journal of Documentation 60

Ciência da Informação 54

Library Trends 49

College & Research Libraries 45

Aslib Proceedings: New Information Perspectives 45

Library Journal 37

Annual Review of Information Science and Technology 36 Journal of Education for Library and Information Science 35

Library Quarterly 32

Information Processing & Management 25

Fonte: Dados da pesquisa.

O periódico mais citado é a própria revista, com 126 citações.

Percebe-se, contudo, um volume muito maior de periódicos estrangeiros do que nacionais. Entre os 13 mais citados, apenas três são brasileiros. A verificação das nacionalidades evidenciou que a maior parte dos periódicos é proveniente dos Estados Unidos (89), vindo a seguir o Brasil (50), Reino Unido (22), Holanda (6), Austrália (4), Alemanha (4), Índia (4) e Canadá (3).

Buscou-se analisar também o status atual dos periódicos. Para isso, foi consultada a base de dados da Ulrich’s Web. Identificou-se que 147 estão ativos, 37 encerrados e dois foram incorporados ou fundidos a outros.

Quanto aos assuntos dos periódicos, conforme presente na citada base, os mais freqüentes encontrados foram:

(17)

TABELA 9

ASSUNTOS DOS PERIÓDICOS CITADOS, CONFORME A ULRICH’S WEB

Assunto/Área temática Frequência

Library and information sciences 82

Education 18

Computers 18

Business and economics 13

Sciences: comprehensive works 11

Psychology 9

Medical sciences 8

Sociology 7

Social sciences: comprehensive works 7

History 5

Public administration 5

Fonte: Dados da pesquisa.

Os dados apresentados acima evidenciam que a maior parte dos periódicos pertence ao próprio campo da Biblioteconomia e Ciência da Informação. Mas deve-se destacar a importância do volume encontrado tanto entre periódicos de campos nos quais são aplicados conhecimentos da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação (Educação, Economia, Ciências médicas, Administração pública) quanto a periódicos pertencentes ao campo das ciências humanas e sociais, no qual se constroem os conhecimentos científicos referentes ao campo (Psicologia, Sociologia, História). Ressalte-se também a presença, já naquele momento, de periódicos da área de Computação e, também, de periódicos relativos a estudos sobre a própria ciência.

7 Considerações finais

Os resultados apresentados neste artigo apontam, por um lado, para a riqueza que os estudos bibliométricos podem fornecer em termos de compreensão do retrato e da evolução de uma área. Por meio destes estudos se pode verificar quem foram os autores mais consultados, os países e institutos de pesquisa mais influentes, os periódicos mais destacados. Além disso, o estudo específico da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG evidencia a importância que teve esse periódico para a consolidação da área de Biblioteconomia no Brasil, tal como demonstram as variadas temáticas estudadas e o volume da produção científica publicada. Dessa forma, percebe-se que a REBUFMG conseguiu

(18)

cumprir, ao longo de seus 23 anos de existência, tanto as exigências formais de um periódico científico (periodicidade, consistência de normalização, etc) quanto, e sobretudo, as funções de um periódico científico, sendo veículo de publicação de resultados de pesquisas e de consolidação de conhecimento científico no campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação. Sua coleção é tanto um acúmulo de conhecimentos científicos a serem usados no ensino, na pesquisa e na prática profissional quanto, também, retrato e evidência da evolução do campo no Brasil, nas últimas quatro décadas, e, ainda, exemplo de experiência científica editorial bem sucedida.

Tais constatações já eram identificadas ainda em 1976, quando a International Library Review elaborou um interessante comentário sobre a revista:

[...] A edição de março de 1973 [da Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG], contém uma bibliografia analítica dos trabalhos de conclusão de curso dos alunos da Escola, abrangendo o período de 1956-1976, como requisito para obtenção do grau de B.S em Biblioteconomia. Os 224 títulos, alguns dos quais constituem importante fonte de informação não publicada, estão arranjados por assuntos e classificados pela CDU. [...] É, com certeza, uma sensação agradável encontrar sob o cabeçalho Bibliografias especializadas, número tão grande de tópicos de interesse nacional atual, como a Estrada de Ferro Transamazônica, A mulher na história de Minas Gerais, Periódicos brasileiros de ciências biomédicas, Lendas de Minas Gerais, fato que indica estar a Biblioteconomia brasileira começando a refletir a respeito das principais consequências e motivos do progresso brasileiro.

(LEIPZIG, 1976, p. 387. Tradução dos autores).

Referências

ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Bibliometria: evolução histórica e questões atuais. Em Questão, Porto Alegre, v. 12, n.1, p. 11-32, jan./jun. 2006.

BRAMBILLA, Sônia Domingues Santos; VANZ, Samile Andréa de Souza;

STUMPF, Ida Regina. Mapeamento de um artigo produzido na UFRGS:

razões das citações recebidas. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, n. esp., 1º sem.

2006, p. 195-208.

BUFREM, Leilah Santiago. Revistas científicas: saberes no campo de Ciência da Informação. In: POBLACION, Dinah Aguiar; WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto da. Comunicação & produção

(19)

científica: contexto, indicadores e avaliação. São Paulo: Angellara, 2006.

cap. 7, p. 191-214.

CALDEIRA, Paulo da Terra. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG.

Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 19, n.

esp., p. 104-113, mar. 1990

COSTA, Josiane; VANZ, Samile. A produção intelectual em ciência da informação: análise de citações do DCI/UFRGS de 2000 a 2008. Em Questão, Porto Alegre, v. 16, n.1, p, 79-93, jan./jun. 2010.

DUMONT, M. M. V E. et. al. Análise preliminar da literatura biblioteconlmica brasileira. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 8, n.2, p. 185-206, set. 1970.

LEIPZIG, F. T. Brazilian Library Literaure. International Library Review, London, v. 8, p. 379-395, 1976.

FIGUEIREDO, Nice. Tópicos modernos em Bibliometria. Brasília:

Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1977.

FORESTI, Nóris. Estudo da contribuição das revistas brasileiras de biblioteconomia e ciência da informação enquanto fonte de referência para a pesquisa. Brasília: Depto. de Biblioteconomia da UnB, 1989 (dissertação de mestrado).

FORESTI, N. A B.; MARTINS, M. S. M. Revistas brasileiras de biblioteconomia, documentação e Ciência da Informação: produtividade de autores no período de 1980 a 1985. R. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v . 16, ,n. 1, p. 54-71, mar. 1987.

MACHADO, Raymundo das Neves. Análise cientométrica dos estudos bibliométricos publicados em periódicos da área de biblioteconomia e ciência da informação (1990-2005). Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 3, p. 2-20, set./dez. 2007

MAIA, Maria de Fátima S.; CAREGNATO, Sônia Elisa. Co-autoria como indicador de redes de colaboração científica. Perspectivas em Ciência da Informação, v.13, n.2, p. 18-31, maio/ago. 2008.

MIRANDA, A. Revistas especializadas brasileiras de biblioteconomia e ciência da informação, com ênfase na experiência da ABDF. Boletim ABDF, Nova Série. Brasília, v. 4, n. 4, p. 30-42, out./dez. 1981.

NEVES, F I.; MELO, M. da G. de L. Revistas brasileiras de biblioteconomia e documentação na década de 70. Cadernos de Bibl. Arq. Doc., Lisboa, n.

2, p. 21-33, 1983.

RODRIGUES, Maria da Paz. Estudo das citações constantes das dissertações de mestrado em ciência da informação do IBICT/UFRJ.

Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação). Curso de Pós- Graduação em Ciência da Informação, Ibict/UFRJ, Rio de Janeiro, 1981.

(20)

ROUSSEAU, Ronald. Indicadores bibliométricos e econométricos para a avaliação de instituições científicas. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, p. 149-158, maio/ago. 1998.

SANTOS, Raimundo Nonato Macedo; KOBASHI, Nair Yumiko; BRESSIANI, José Carlos; IGAMI, Mery. Análise cienciométrica de produção científica por meio de dissertações e teses: uma experiência brasileira. In: VII Congreso de Indicadores de Ciencia y Tecnologia, 2007, São Paulo.

Nuevos Indicadores para Nuevas Demandas de Información, 2007.

Disponível

em:http://ricyt.org.elserver.com/docs/VII_Congreso/DIA_23/SALA_B/17_

00/Raimundo_Nonato_Dos_Santos.pdf. Acesso em: 28 jul. 2009.

VANTI, Nadia Aurora. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002.

Referências

Documentos relacionados

Inicialmente, até que as ações estejam bem delineadas, a proposta é de que seja realizada apenas uma reunião geral (Ensino Fundamental e Educação Infantil)

Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo de espécies de Myrtaceae, com dados de anatomia e desenvolvimento floral, para fins taxonômicos, filogenéticos e

O objetivo do presente trabalho foi entender quais os benefícios alcançados por meio da parceria entre a COPASUL, uma empresa com esforços direcionados à comercialização

Purpose: This thesis aims to describe dietary salt intake and to examine potential factors that could help to reduce salt intake. Thus aims to contribute to

Portanto, mesmo percebendo a presença da música em diferentes situações no ambiente de educação infantil, percebe-se que as atividades relacionadas ao fazer musical ainda são

Acrescenta que “a ‘fonte do direito’ é o próprio direito em sua passagem de um estado de fluidez e invisibilidade subterrânea ao estado de segurança e clareza” (Montoro, 2016,

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

São eles, Alexandrino Garcia (futuro empreendedor do Grupo Algar – nome dado em sua homenagem) com sete anos, Palmira com cinco anos, Georgina com três e José Maria com três meses.