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UTLIZAÇÃO DE FORAMINÍFEROS NO MONITORAMENTO DO CANAL DE BERTIOGA (SP, BRASIL)

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UTLIZAÇÃO DE FORAMINÍFEROS NO MONITORAMENTO DO CANAL DE BERTIOGA (SP, BRASIL)

ANDRÉRÖSCHRODRIGUES1, PATRÍCIA PINHEIRO BECK EICHLER E BEATRIZ BECK EICHLER

Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, Praça do Oceanográfico, 191 Cidade Universitária. CEP 05508-900, São Paulo, SP. 1andrerr@usp.br

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo caracterizar a região do Canal de Bertioga (SP, Brasil) através das associações de foraminíferos. Os foraminíferos são bioindicadores e através de suas associações é possível determinar e compreender o ambiente e seus processos. Fatores abióticos como salinidade, temperatura, substrato e concentração de oxigênio foram medidos, bem como o número total de espécimes de foraminíferos. O Canal de Bertioga é um ambiente estuarino onde ocorre uma enorme variabilidade de parâmetros ambientais, que são responsáveis pelas mudanças na composição da fauna em áreas restritas. Foram feitas coletas mensais visando o biomonitoramento da região onde foram escolhidos seis pontos de amostragem ao longo do canal (abril de 1999 à março de 2000). Do sedimento coletado foi retirado 50 cm3 que foi peneirado e, por meio de flotação com tetracloreto de carbono (CCl4) foi possível separar as testas de foraminíferos que foram identificadas e analisadas. As espécies do gênero Elphidium e a espécie Ammonia tepida, foram as mais freqüentes da Ordem Rotaliida em todo o estuário. Espécies da Ordem Textulariida, como Arenoparrella mexicana e Haplophragmoides wilberti, foram encontrados principalmente nas partes mais internas do canal. Já as espécies típicas de ambientes marinhos, Pararotalia cananeiaensis e Pseudononion atlanticum, foram encontradas nas duas desembocaduras do canal. Este estudo mostrou a diferenciação de dois subambientes, as desembocaduras norte e sul, como locais com maior influência marinha, e outro relacionando a parte mais interior do canal, representando um local onde a influência da água doce é maior devido à existência dos rios que deságuam no canal.

PALAVRAS-CHAVE: foraminíferos, fatores abióticos, Canal de Bertioga, indicadores ambientais, ambiente estuarino.

ABSTRACT

Utilization of Foraminifers in the Bertioga's Channel monitoring (SP, Brazil)

The aim of this paper is to characterize the Bertiogas's channel region (SP, Brazil) through assemblages of foraminifers. The foraminifers are biomarkers and, through their assemblages, is possible to determine and understand the environment and its process. Abiotic factors, like salinity, temperature, substrate and oxygen concentration were measured as well as the number of foraminifera species. The Bertioga's channel is an estuarine environment where the variability may cause alterations on its foraminifer's fauna in restrict areas. Six distinct points were determined and were sampled monthly during a year (April of 1999 to March of 2000). Preparation of 50 cm3 of the sediment sample was sieved and floated, and foraminifer's tests were separated and identified. The species of the Genera Elphidium and the species Ammonia tepida were the most frequent of the Order Rotaliida in the major number of the points. Species of the Order Textulariida, as Arenoparrella mexicana and Haplophragmoides wilberti, were found mainly in the middle of the channel. Also, typical species of marine environments, as Pararotalia cananeiaensis and Pseudononion atlanticum, were found in both entries of the channel. This study showed two different subenvironments, the north and south mouth as a marine influenced site, and the other, related to the four points in the middle of the channel, representing a site with high discharge of fresh water, from the rivers that flows into the channel.

KEY WORDS: foraminifera, abiotic factors, Bertioga's channel, biomarkers, esturine environments.

1 – INTRODUÇÃO

Os trabalhos que envolvem monitoramento mensal tem como objetivo geral recolher informações e aprimorar o conhecimento científico enfocando um determinado ponto do conhecimento científico ou, ainda, um parâmetro.

Através do monitoramento ambiental, esse enfoque pode ir desde de uma única espécie até os parâmetros que influenciam toda a dinâmica de um ecossistema. Neste trabalho o monitoramento mensal foi utilizado para melhor compreensão das associações de foraminíferos bentônicos recentes e sua relação com alguns parâmetros abióticos, como salinidade e temperatura, sua interação com o substrato, através de determinações granulométricas, e suas variações em seis diferentes pontos de amostragem no interior do complexo estuarino do Canal de Bertioga, localizado no litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil, durante um ano (de abril de 1999 a março de 2000).

Os foraminíferos pertencem ao Reino Protista, Filo Granuloreticulosa, Classe Foraminífera (Sen Gupta 1999).

Esses organismos são considerados bons indicadores biológicos, pois apresentam número populacional elevado, ampla distribuição geográfica e batimétrica, grande variabilidade morfológica e boa dispersão populacional, sendo essa uma conseqüência de sua longevidade relativamente alta.

As associações de foraminíferos recebem influência da variabilidade de fatores abióticos como salinidade, temperatura, natureza do substrato, carbono orgânico, pH e energia das marés (Todd & Brönnimann 1957). Tais fatores, em conjunto, delimitam e controlam as associações formando ambientes ecologicamente diferentes; ou, separadamente, podem agir controlando a reprodução e a mortalidade (Madeira-Falcetta 1974, Murray 1991).

A transição em direção ao mar, de fauna aglutinante (Ordem Textulariida) para fauna calcária (Ordem Rotaliida) é outra característica marcante das associações de foraminíferos. Esta alteração faunística pode ser gradual, mas geralmente é abrupta (Nichols & Norton 1969).

O acompanhamento mensal das variações das associações de foraminíferos em ecossistemas que apresentam uma grande variabilidade ambiental, como é o caso dos estuários, é importante não apenas por

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apresentar novas informações para o conhecimento especifico dos foraminíferos bentônicos da costa brasileira, como também para melhor compreensão do ambiente estuarino e sua ecologia.

2 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O Canal da Bertioga está localizado no litoral sul do Estado de São Paulo, Brasil (Fig. 1). É delimitado pelo continente e pela Ilha de Santo Amaro ao longo de seus 24km de extensão. Sua desembocadura sul se liga ao complexo estuarino de Santos e ao mar aberto por sua desembocadura norte, conhecido como Barra de Bertioga.

Segundo Miranda et al. (1998) a desembocadura norte do canal é quase uma segunda conexão entre o oceano e o complexo estuarino de Santos.

FIGURA 1 – Localização da área de estudo.

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Essa região possui clima tropical úmido e índices pluviométricos anuais superiores a 2000mm, com maiores precipitações no verão (Prandini et al. 1989). Seus principais ecossistemas são manguezais, restingas, mata atlântica, praias e rios (Soares 1997). Dentre os rios que deságuam no canal o rio Itapanhaú se destaca por possuir alta competência e ser o principal tributário, com uma descarga fluvial média de, aproximadamente, 10m3 s-1 (Miranda et al. 1998).

O Canal de Bertioga atinge até 1Km de largura na sua região central, conhecido como Largo do Candinho, onde duas correntes de maré divergentes (proveniente da desembocadura sul e da desembocadura norte) se encontram. Assim, as características de dupla desembocadura desse canal fazem dessa área um local de deposição de material em suspensão (IPT 1974).

Segundo Eichler (2001), a composição sedimentar do fundo do Canal de Bertioga varia entre areia e argila.

Enquanto nas proximidades do Largo do Candinho, observa-se o predomínio de material síltico-argiloso, as duas extremidades do canal são caracterizadas por sedimentos mais arenosos. Esse padrão verificado corrobora os resultados apresentados por FUNDESPA (1991).

O Canal de Bertioga e adjacências também tem grande importância social, econômica e ambiental. Em suas imediações encontra-se o maior porto do Brasil (Porto de Santos) e o complexo industrial de Cubatão. Além disto, o próprio canal é utilizado para fins recreativos, turísticos e para pesca. Cerca de 17 espécies de peixes são encontradas na região (FUNDESPA 1991), que servem tanto para a pesca artesanal, como para a pesca esportiva. Aproximadamente 21 espécies de crustáceos e 16 de moluscos também habitam os manguezais do Canal de Bertioga (Schaeffer-Novelli 1986). Segundo Soares (1997), a pesca era a principal atividade econômica do município de Bertioga. Mais recentemente, o turismo tem se desenvolvendo como uma fonte de renda alternativa para a região.

3 – MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia consistiu no monitoramento de seis estações amostrais mensais. Tais estações foram utilizadas como controle e verificação de prováveis alterações nas características da fauna de foraminíferos durante o período de um ano.

Na Figura 1, observa-se a localização das estações de monitoramento. Suas características principais serão descritas a seguir:

Ponto M1 (23o55,09' S; 46o17,71' W) localiza-se na desembocadura sul do canal, (próximo ao estuário de Santos) com profundidade de 6m, possuindo sedimento arenoso.

Ponto M2 (23o55,37' S; 46o15,65' W) localiza-se entre a desembocadura sul e o Largo do Candinho (neste trabalho será tratado como “meandro sudoeste do canal”) com profundidade de 6m, possuindo sedimento siltico-argiloso.

Ponto M3 (23o54,88' S; 46o14,75' W) encontra-se na parte norte no rio Trindade, com profundidade de 4m, possuindo sedimento síltico-argiloso.

Ponto M4 (23o54,68' S; 46o13,60' W) está localizada no Largo do Candinho, com profundidade de 6,5m, possuindo sedimento síltico-argiloso.

Ponto M5 (23o54,89' S; 46o12,77' W) localiza-se entre o Largo do Candinho e a desembocadura norte (neste trabalho será tratado como “porção nordeste do canal”) com profundidade de 5m, possuindo sedimento síltico-argiloso.

Ponto M6 (23o51,89' S; 46o09,48' W) localizada na desembocadura norte do canal (próximo à cidade de Bertioga), com 8m de profundidade, possuindo sedimento arenoso.

Amostragem de Campo

A amostragem de campo se iniciou no mês de abril de 1999 e foi finalizada em março de 2000, sendo que a amostragem do mês de fevereiro de 2000 não pôde ser realizada por motivos técnicos. Nas 66 amostras foram mensuradas: salinidade, temperatura e concentração de oxigênio (apenas em janeiro e março de 2000).

A amostragem do material para a análise da fauna de foraminíferos e análises granulométricas foi realizada utilizando-se um pegador de fundo tipo Van Veen.

Parâmetros Físico-Químicos

Foi utilizado um refratômetro óptico portátil da marca ATAGO para as medidas de salinidade de fundo, que foram realizadas logo após a coleta do sedimento, obtendo-se a água intersticial. Para medidas de temperatura foi utilizado um eletrodo térmico da marca Ingold, acoplado a um analisador portátil EYDAN, que, após a coleta do sedimento, era inserido na camada superficial. Para determinação da concentração de oxigênio foi utilizado um oxímetro, modelo MO/28, da marca Mettler Toledo (foi acoplado ao eletrodo do oxímetro uma poita de 300 gramas, para que as medidas de fundo fossem o mais próximo possível do ponto de amostragem).

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Parâmetros Granulométricos

Para a análise granulométrica das amostras, utilizou-se o método descrito em Suguio (1973), que será detalhado a seguir, onde a classificação é dada segundo Wentworth (1922).

O sedimento foi primeiramente seco em estufa a 60oC. Posteriormente, foi quarteado até 30g da amostra original. Em seguida, o carbonato contido na amostra foi eliminado através de tratamento com ácido clorídrico diluído a 10%, cuja finalidade foi obter uma interpretação mais exata das distribuições das freqüências de classes texturais e de parâmetros estatísticos (Mahiques 1987). A seguir, a amostra foi submetida à análise granulométrica. A amostra foi então, separada na peneira 0,062mm por via úmida e o material retido nesta peneira foi novamente seco em estufa, pesado e peneirado constituindo-se a fração mais grossa. Esse sedimento foi separado utilizando-se um jogo de peneiras da marca Granutest de malhas de 2,0mm a 0,062mm, com intervalos de 0,5mm em um peneirador RO-TAP.

A fração fina (<0,062mm) foi colocada em suspensão com água destilada, em proveta graduada de 1000ml. Para evitar a floculação, foi adicionado 1 grama de pirofosfato de sódio (Na4P2O7), seguindo-se então a pipetagem do material. Este método de pipetagem baseia-se na lei de Stokes, que tem como princípio básico a velocidade de decantação das partículas.

Parâmetros Biológicos

Do sedimento coletado foi retirada apenas a camada superficial (os primeiros dois centímetros da superfície de fundo) com uma espátula, e transferidos para frascos contendo Rosa de Bengala diluído em álcool 70%.

A função do Rosa de Bengala é corar o protoplasma, determinando as espécies que estavam vivas no momento da coleta (Walton 1952). A função do álcool é evitar o ataque de microorganismos. Neste trabalho foi considerado o total de foraminíferos encontrados (vivos e mortos).

Das amostras coletadas foi retirada uma alíquota de sedimento (50cm3) para determinação das análises da microfauna. Foi realizado o peneiramento úmido usando-se duas peneiras sucessivas de 0,500 e 0,062mm, procedimento realizado para a retirada do silte e argila; logo após, o material foi seco em estufa à 60oC.

Posteriormente, em um béquer de 50ml as amostras foram flotadas em Tetracloreto de Carbono (CCl4), ou seja, as carapaças dos foraminíferos e outros elementos de constituição menos densos (material de origem orgânica) permaneceram na superfície enquanto que a areia permaneceu no fundo do béquer. O material foi separado por meio de decantação e seco em temperatura ambiente. Seguiu-se então a triagem do material biológico, ou seja, separou-se os foraminíferos dos demais materiais flotados.

Após a separação, os foraminíferos foram transferidos com pincel para lâminas especiais de fundo preto para posterior análise e identificação das espécies. A determinação das espécies foi feita utilizando-se lupa binocular, de acordo com Cushman (1950), Boltovskoy et al. (1980), Loeblich & Tappan (1988), e comparadas a lâminas de referência existentes no Laboratório de Micropaleontologia do Instituto Oceanográfico – USP.

A partir dos valores absolutos foram feitas as análises para a determinação dos índices de diversidade e dominância.

Os dados de diversidade foram calculados pelo Índice de Diversidade de Shannon (Washington 1984). Para a determinação dos valores de dominância foi utilizado o Índice de Dominância de Simpson, cujas fórmulas são descritas em Magurran (1984). Estes cálculos foram obtidos pelo programa ECOLOGIA.

A diversidade segundo o Índice de Shannon é expressa por:

{ ∑ ( ) }

= pi in pi

H '

,

Onde pi é a porcentagem de importância da espécie i na amostra.

A Dominância de Simpson é expresso por:

( )

( )

= 1

1 N N

ni

D ni

,

Onde ni: número de indivíduos na espécie i e N: número total de indivíduos.

4 – RESULTADOS

Foram elaborados gráficos referentes à temperatura e à salinidade de fundo que podem ser visualizados nas Figuras 2 e 3, enquanto que os dados referentes à granulometria foram organizados em uma tabela (Tab. 1).

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FIGURA 2 – Variação da temperatura e da salinidade de fundo nos pontos M1, M2 e M3.

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FIGURA 3 – Variação da temperatura e da salinidade de fundo nos pontos M4, M5 e M6.

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TABELA 1 – Granulometria dos pontos de monitoramento. Onde G (%) = porcentagem grânulos, A (%) = porcentagem de areia, S (%) = porcentagem de silte, Ar (%) = porcentagem de argila e Shepard = classificação de Shepard (1954).

G (%) A (%) S (%) Ar (%) Shepard G (%) A (%) S (%) Ar (%) Shepard

Abr/99 76,96 10,24 12,8 areia 21,01 10,08 33,80 35,11 argila síltica

Mai/99 54,22 15,26 30,52 areia argilosa 10,26 35,26 54,49 argila síltica

Jun/99 90,15 9,22 0,63 areia 16,94 71,34 11,72 silte arenoso

Jul/99 48,60 44,66 7,29 areia síltica 55,85 36,46 7,69 areia síltica

Ago/99 1,45 97,85 0,70 areia 8,01 31,57 32,73 27,69 silte argilo arenoso

Set/99 1,85 97,35 0,80 areia 15,72 29,03 32,65 22,60 silte argilo arenoso Out/99 1,34 24,22 19,85 54,59 argila arenosa 4,00 36,33 59,68 argila síltica

Nov/99 9,14 22,72 68,15 argila síltica 8,12 33,18 58,70 argila síltica

Dez/99 94,69 5,31 areia 11,55 31,94 56,51 argila síltica

Jan/00 13,70 32,43 53,87 argila síltica 23,47 25,51 51,02 argila síltica

Mar/00 94,52 5,48 areia 14,23 32,80 52,98 argila síltica

Abr/99 13,92 20,65 33,53 31,90 silte argiloso 5,69 54,49 39,82 silte argiloso Mai/99 0,89 59,93 39,18 silte argiloso 0,72 24,88 41,05 33,35 silte argilo arenoso

Jun/99 17,03 67,57 15,40 silte arenoso 45,45 45,87 8,68 silte arenoso

Jul/99 59,82 34,22 5,96 areia síltica 34,77 52,56 12,67 silte arenoso

Ago/99 19,48 32,71 47,81 argila síltica 13,75 50,74 35,51 silte argiloso Set/99 17,48 37,84 44,69 argila síltica 1,40 48,45 22,57 27,58 areia argilosa

Out/99 1,86 40,26 57,88 argila síltica 6,14 32,98 60,88 argila síltica

Nov/99 9,93 33,45 56,61 argila síltica 2,89 34,12 62,99 argila síltica

Dez/99 0,96 33,01 66,02 argila síltica 4,19 40,34 55,47 argila síltica

Jan/00 21,87 27,72 50,40 argila síltica 2,11 42,67 55,22 argila síltica

Mar/00 4,46 39,20 56,34 argila síltica 2,99 37,31 59,70 argila síltica

Abr/99 12,30 47,86 39,84 silte argiloso 55,12 18,48 26,4 areia argilosa

Mai/99 0,48 85,01 9,67 4,84 areia

Jun/99 32,86 57,80 9,34 silte arenoso 99,94 0,06 areia

Jul/99 36,41 54,95 8,64 silte arenoso 59,86 32,64 7,50 areia síltica

Ago/99 16,07 30,52 53,41 argila síltica 0,95 97,84 1,21 areia

Set/99 24,25 35,51 40,24 argila síltica 0,4 98,25 1,35 areia

Out/99 11,95 38,02 50,03 argila síltica 6,77 92,37 0,85 areia

Nov/99 8,62 51,50 39,88 silte argiloso 0,25 98,95 0,8 areia

Dez/99 1,66 50,50 47,83 silte argiloso 95,19 4,81 areia

Jan/00 6,89 56,55 36,55 silte argiloso 2,15 97,3 0,55 areia

Mar/00 10,00 55,00 35,00 silte argiloso 1,05 98,05 0,90 areia

M3 M6

M1

M2

M4

M5

Desembocadura sul (Ponto M1)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou uma média de 22,35oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de agosto de 1999, com 16,3oC, e a temperatura mais alta no mês de janeiro de 2000, com 26,5oC. O monitoramento da salinidade apresentou uma média de 28,09, sendo que a salinidade mais alta ocorreu nos meses de maio, junho e setembro de 1999, com 31, e a salinidade mais baixa no mês de abril, com 21.

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 0,21mg/l e 2,78mg/l, respectivamente.

Em relação ao tamanho dos grãos esse ponto apresentou predominância de sedimento arenoso. Em outubro, novembro de 1999 e janeiro de 2000 ocorreu diminuição na porcentagem de areia e aumento na porcentagem de silte e argila.

O monitoramento da fauna de foraminíferos mostrou média mensal de 1522 indivíduos e 13 espécies, sendo o mês de junho mais abundante, com 3472 indivíduos, e o mês de novembro menos abundante com 436 indivíduos (Tab. 2).

As espécies mais freqüentes da Ordem Rotaliida foram: Ammonia tepida, espécies do gênero Elphidium, Bolivina striatula, Buliminella elegantissima e Pseudononion atlanticum. Também foi constante a ocorrência da espécie Arenoparrela mexicana da Ordem Textulariida. O índice de diversidade de Shannon apresentou média de 0,675, sendo que o valor mais alto, no mês de outubro, foi de 0,844 e o valor mais baixo, no mês de setembro, foi de 0,531. O índice de dominância de Simpson apresentou média de 0,272, sendo que o valor mais alto, no mês de setembro, foi de 0,444 e o valor mais baixo, no mês de outubro, foi de 0,104.

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TABELA 2 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos da desembocadura sul (Ponto M1).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

12 16 16 9 11 9 24 12 12 14 15

1624 2864 3472 1104 880 914 792 436 2092 1072 1416

Diversidade de Shannon 0,602 0,577 0,626 0,715 0,719 0,531 0,844 0,779 0,639 0,783 0,606

0,304 0,314 0,306 0,275 0,282 0,444 0,104 0,195 0,308 0,185 0,278

Ammonia tepida 47,29 49,72 52,07 45,65 49,09 61,57 24,24 31,19 51,43 35,07 41,81

Bolivina striatula 1,40 0,92 18,48 5,05 3,67 0,38 5,22 0,56

B. pulchella 0,49 0,56 5,80 3,03 1,83 1,49

Bulimina patagonica 3,62 1,82 1,61 1,01 0,75 0,56

Buliminella elegantissima 0,28 0,46 1,45 7,27 2,41 2,02 24,77 4,48

Cornuspira involvens 0,46

Cassidulina subglobosa 0,56

Cibicides sp. 1,82

Elphidium sp. 0,49 3,67 1,15

E. gunteri 22,63 12,44 5,07 24,75 12,12 0,92 10,33 19,40 28,81

E. poyeanum 1,48 11,17 9,68 9,42 9,09 0,76 15,60 8,80 6,72 11,86

E. excavatum 22,66 3,03

Fursenkoina pontoni 0,72 3,03 0,56

Fissurina laevigata 0,56 1,82 1,01 2,75 0,76

Haynesina germanica 0,28 3,64 1,61 2,02 0,38

Hanzawaia boueana 2,02

Pararotalia cananeiaensis 1,96 4,48 1,13

Pseudononion atlanticum 5,80 11,11 2,75 3,73

Ammotium salsum 1,96 0,46

Ammoastuta salsa 0,99 0,56

Ammobaculites sp. 0,92 1,01

Arenoparrella mexicana 12,81 4,19 7,83 12,73 3,22 7,07 3,82 2,24 2,26

Deuteramina sp. 1,01

Gaudryina exilis 0,84 1,84 1,82 1,01 0,56

Haplophragmoides wilberti 10,84 1,68 3,23 2,02 0,92 0,38

Siphotrochammina lobata 0,75 1,13

Tiphotrocha comprimata 0,49 2,02 0,56

Trochammina sp. 0,56 0,46 2,02 0,76 0,75

Trochammina inflata 1,48 1,68 0,92 3,03 1,13

1,01

Pyrgo elongata 0,80

Triloculina sp. 3,23

Quinqueloculina sp. 2,30 0,72 1,82 11,09 6,78

Q. patagonica 0,49 0,80 5,05 6,42 7,46

Q. lamarckiana 0,49 10,71

JOVENS 2,77 9,09 3,22 4,04 5,50 7,46 1,69

Desembocadura Sul (M1) Número da estação

Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

Planctônicos

Meandro sudoeste do canal (Ponto M2)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou média de 22,81oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de agosto de 1999, com 16,7oC, e a temperatura mais alta no mês de março de 2000, com 27,6oC. O monitoramento da salinidade apresentou uma média de 25,64, sendo que a salinidade mais alta ocorreu nos meses de junho e setembro de 1999, com 30, e a salinidade mais baixa nos meses de abril, outubro e dezembro de 1999, com 21.

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 0,74mg/l e 5,4mg/l, respectivamente.

O sedimento apresentou predominância de lama argilo-síltica em praticamente todos os meses, com exceção dos quatro primeiros meses onde o sedimento encontrado variou de lama síltica-argilosa (abril, maio e junho) a areno-síltica (julho de 1999).

(9)

O monitoramento da fauna de foraminíferos apresentou média mensal de 2500 indivíduos e nove espécies, sendo o mês de maio mais abundante, com 9392 indivíduos, e o mês de junho menos abundante com dez indivíduos (Tab. 3).

As espécies mais freqüentes da Ordem Rotaliida foram: A. tepida, espécies do gênero Elphidium e B. elegantissima. A espécie A. mexicana foi a mais freqüente da Ordem Textulariida.

O índice de diversidade de Shannon apresentou média de 0,700, sendo que o valor mais alto, no mês de março, foi de 0,859 e o valor mais baixo, no mês de dezembro, foi de 0,471. O índice de dominância de Simpson apresentou média de 0,317, sendo que o valor mais alto, no mês de dezembro, foi de 0,481 e o valor mais baixo, no mês de outubro, foi de 0,197.

TABELA 3 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos do meandro sudoeste do canal (Ponto M2).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

8 15 5 12 4 7 13 5 10 7 12

230 9392 10 3536 92 480 192 6400 6592 332 320

0,691 0,566 0,845 0,585 0,676 0,814 0,762 0,651 0,471 0,777 0,859

0,337 0,308 0,32 0,333 0,467 0,198 0,197 0,438 0,481 0,259 0,145

Ammonia tepida 44,35 47,70 20,00 21,27 60,87 25,00 12,50 59,00 66,50 25,30 15,00

Bolivina striatula 3,48 7,33 12,44 3,33 3,16

B. pulchella 0,17 1,36 0,49

Bulimina marginata 0,17

B. patagonica 0,68 2,04 0,24

Buliminella elegantissima 17,39 9,71 1,81 1,67 11,17 1,20

Cornuspira involvens 0,17 1,04

Cassidulina subglobosa 0,45 0,24

Elphidium sp. 0,87

E. gunteri 17,39 0,85 1,13 25,00 0,97 32,53 22,50

E. poyeanum 5,22 25,21 51,81 4,35 8,33 7,29 29,00 15,78 3,61

E. excavatum 0,17 3,13

Fursenkoina pontoni 0,45

Fissurina laevigata 1,02

Haynesina germanica 0,34 1,81

Hanzawaia boueana 2,61

Lagena laevis 0,23

Pararotalia cananeiaensis 0,51

Pseudononion atlanticum 1,70 10,00 4,52 1,21

Ammotium salsum 3,13

Ammoastuta salsa 1,67 5,21 2,50

Ammodiscus sp. 9,38

Arenoparrella mexicana 50,00 0,68 30,43 23,33 37,50 2,00 28,92 2,50

Gaudryina exilis 2,50

Haplophragmoides wilberti 10,00 1,67 15,63 4,82 12,50

Tiphotrocha comprimata 1,04 5,00

Trochammina sp. 10,00 4,35 2,08 3,61 10,00

Trochammina inflata 20,00

Triloculina sp. 5,00

Quinqueloculina sp. 1,04 5,00 2,50

Q. patagonica 8,70 1,04 2,50

JOVENS 4,26 10,00 0,24 2,50

Meandro Sudoeste do Canal (M2)

Diversidade de Shannon Número da estação Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

Rio Trindade (Ponto M3)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou média de 23,2oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de julho de 1999, com 20,8oC, e a temperatura mais alta no mês de março de 2000, com 25,5oC. O monitoramento da salinidade apresentou média de 22,45, sendo que a salinidade mais alta ocorreu no mês de março de 2000, com 31, e a salinidade mais baixa nos meses de outubro e dezembro de 1999 e janeiro de 2000, com 16.

(10)

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 0,09mg/l e 1,02mg/l, respectivamente.

O sedimento encontrado era fino variando de síltico-arenosos a argilo sílticos. Houve predomínio de lama síltica-argilosa a partir de novembro de 1999.

O monitoramento da fauna de foraminíferos mostrou média mensal de 4604 indivíduos e 12 espécies, sendo o mês de março de 2000 o mais abundante, com 23872 indivíduos, e o mês de agosto menos abundante, com 58 indivíduos (Tab. 4).

As espécies A. tepida e Elphidium poeyanum apresentam as mais altas freqüências absolutas. A espécie A. mexicana foi a mais freqüente da Ordem Textulariida. O índice de diversidade de Shannon teve uma média de 0,665, sendo que o valor mais alto, no mês de novembro, foi de 0,872 e o valor mais baixo, no mês de junho, foi de 0,445. O índice de dominância de Simpson teve uma média de 0,308, sendo que o valor mais alto, no mês de junho, foi de 0,564 e o valor mais baixo, no mês de dezembro, foi de 0,151.

TABELA 4 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos do rio Trindade (Ponto M3).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

12 15 12 13 6 15 16 7 14 11 12

1828 15264 2880 456 58 456 428 1920 552 2928 23872

0,504 0,607 0,445 0,732 0,66 0,564 0,791 0,872 0,816 0,717 0,603

0,403 0,274 0,564 0,227 0,429 0,378 0,161 0,229 0,151 0,257 0,316

Ammonia tepida 24,29 43,61 74,44 40,35 58,77 30,84 6,67 26,09 21,86 49,06

Bolivina striatula 0,44 6,08 3,89 0,88 0,93 3,33 1,45 5,46 4,02

B. pulchella 0,22 2,94 1,75 1,75 2,19 0,80

Bulimina patagonica 0,42 0,56 1,75 1,75 1,45 2,19 1,34

Buliminella elegantissima 0,66 23,69 3,51 2,63 6,54 13,04 14,21 21,98

Cornuspira involvens 5,00 0,88 0,88 1,45

Cassidulina subglobosa 0,21 1,45

Discorbis williamsoni 0,21

Elphidium gunteri 1,31 0,63 2,22 1,87 13,33 0,80

E. poyeanum 57,77 14,88 5,56 18,42 18,69 13,33 15,94 42,62 15,28

E. excavatum 10,34

Fissurina laevigata 0,56 0,80

Haynesina germanica 2,41 0,84 0,56 2,90 0,27

Hanzawaia boueana 3,45

Pararotalia cananeiaensis 2,52 0,88 2,80 1,45 2,19 3,22

Pseudononion atlanticum 0,44 1,47 1,75 1,75 2,80 2,19 2,14

Ammotium salsum 0,88

A. cassis 0,93

Ammoastuta salsa 0,22 0,21 1,67 3,51 1,75 2,80 2,90

Ammobaculites sp. 0,93

Arenoparrella mexicana 9,63 2,10 3,33 13,16 62,07 13,16 11,21 40,00 4,37

Deuteramina sp. 17,39

Gaudryina exilis 11,40

Haplophragmoides wilberti 1,75 0,21 1,67 8,77 17,24 8,41 13,33 4,35 1,64

Miliamina fusca 0,88

Tiphotrocha comprimata 1,75 3,45 1,75 1,87 10,00 7,25

Trochammina sp. 0,88 3,45 5,61 1,09

T. inflata 0,88 0,88 2,80

3,51 0,93

Quinqueloculina sp. 2,90

Q. patagonica 0,27

JOVENS 0,56

Rio Trindade (M3)

Diversidade de Shannon Número da estação Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

Planctônicos

Largo do Candinho (Ponto M4)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou média de 23,14oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de julho de 1999, com 21,6oC, e a temperatura mais alta no mês

(11)

de janeiro de 2000, com 26oC. O monitoramento da salinidade apresentou média de 23,73, sendo que a salinidade mais alta ocorreu no mês junho de 1999, com 30, e a salinidade mais baixa no mês de dezembro, com 16.

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 1,91mg/l e 2,44mg/l, respectivamente.

Esse ponto apresentou sedimentos finos variando de sedimento areno-siltoso a lama síltico-argilosa, durante os meses de outono e inverno (abril a agosto). A partir de outubro de 1999 houve aumento da porcentagem de sedimentos finos com predominância de lama argilo-síltica.

O monitoramento da fauna de foraminíferos apresentou média mensal de 2078 indivíduos e 11 espécies, sendo o mês de março mais abundante, com 7054 indivíduos, e o mês de maio menos abundante, com 128 indivíduos (Tab. 5).

As espécies mais freqüentes da Ordem Rotaliida foram: A. tepida, espécies do gênero Elphidium. A espécie Haplophragmoides wilberti foi a mais freqüente da Ordem Textulariida. O índice de diversidade de Shannon teve uma média de 0,649, sendo que o valor mais alto, no mês de maio, foi de 0,796 e o valor mais baixo, no mês de janeiro, foi de 0,410. O índice de dominância de Simpson teve uma média de 0,358, sendo que o valor mais alto, no mês de janeiro, foi de 0,644 e o valor mais baixo, no mês de julho, foi de 0,161.

TABELA 5 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos do Largo do Candinho (Ponto M4).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

17 4 4 26 10 10 13 7 14 7 10

656 128 152 2072 3872 904 388 1952 1648 4032 7054

0,637 0,796 0,789 0,715 0,782 0,732 0,772 0,451 0,547 0,41 0,509

0,309 0,398 0,391 0,161 0,197 0,234 0,184 0,593 0,365 0,644 0,458

Ammonia tepida 15,85 54,55 52,63 33,59 16,53 30,97 8,25 14,75 23,79 11,11 11,79

Bolivina pulchella 2,44 0,19 0,88

B. striatula 0,19

Buliminella elegantissima 1,22 1,16

Cassidulina subglobosa 1,22

Cibicides sp. 1,22

Discorbis williamsoni 2,44 0,19

Elphidium sp. 10,42 28,10

E. gunteri 52,44 27,27 31,58 13,32 16,53 31,86 16,49 54,85 79,37 65,32

E. poyeanum 3,66 4,63 23,97 4,42 32,99 75,41 6,31 2,38 9,53

E. excavatum 9,65 15,46

Fissurina laevigata 1,03

Haynesina germanica 2,44 0,97 1,46

Pararotalia cananeiaensis 12,12 10,53 0,77 1,03

Pseudononion atlanticum 1,22 6,06 5,26 0,19 2,06 0,45

Ammotium salsum 1,22 2,32 0,83 1,46

A. planissimum 0,19

A. cassis 0,97 0,83 0,97 0,79

Ammoastuta salsa 2,44 1,74 1,64

Ammobaculites sp. 0,45

Arenoparrella mexicana 2,44 6,37 5,79 15,04 11,34 3,28 4,85 2,38 2,01

Gaudryina exilis 0,39 0,49

Haplophragmoides wilberti 6,10 2,90 4,13 10,62 3,09 1,64 2,43 2,38 0,45

Miliammina fusca 0,58 1,03 0,45

Pseudoclavulina curta 0,49

Pseudoclavulina engracilis 1,22

Siphotrochammina lobata 1,74 1,77 0,45

Tiphotrocha comprimata 2,32 2,48 1,03 0,97

Trochammina sp. 1,77 0,49

Trochammina inflata 1,22 0,58 1,77 0,97 1,59

Warrenita palustris 0,19

Quinqueloculina sp. 1,22 1,35 1,64 0,49

Q. patagonica 1,03

JOVENS 3,09 0,83 0,88 5,15 1,64 9,07

Largo do Candinho (M4)

Diversidade de Shannon Número da estação Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

(12)

Porção nordeste do canal (Ponto M5)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou uma média de 23,1oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de junho de 1999, com 21,5oC, e a temperatura mais alta no mês de março de 2000, com 25,7oC. O monitoramento da salinidade apresentou uma média de 25,45, sendo que a salinidade mais alta ocorreu no mês junho 1999, com 31, e a salinidade mais baixa no mês de outubro, com 20.

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 5,52mg/l e 3,03mg/l, respectivamente.

Em relação a granulometria, esse ponto apresentou sedimento variando de silte arenoso a areno-argiloso.

A partir de outubro/99 houve predominância de lama argilo-síltica.

O monitoramento da fauna de foraminíferos mostrou uma média mensal de 1522 indivíduos e 9 espécies, sendo o mês de setembro mais abundante, com 3360 indivíduos, e o mês de dezembro menos abundante, com 120 indivíduos (Tab. 6).

As espécies mais freqüentes da Ordem Rotaliida foram: A. tepida e espécies do gênero Elphidium. As espécies A. mexicana e H. wilberti foram as mais freqüentes da Ordem Textulariida. Em junho as espécies da Ordem Miliolida Quinqueloculina patagonica e Quinqueloculina lamarckiana somaram 37% do total da freqüência relativa.

O índice de diversidade de Shannon apresentou média de 0,710, sendo que o valor mais alto, no mês de dezembro, foi de 0,817 e o valor mais baixo, no mês de agosto, foi de 0,616. O índice de dominância de Simpson apresentou média de 0,277, sendo que o valor mais alto, no mês de janeiro, foi de 0,397 e o valor mais baixo, no mês de novembro, foi de 0,165.

TABELA 6 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos da porção nordeste do canal (Ponto M5).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

9 17 7 11 9 8 8 12 7 7 8

536 7296 1208 844 1504 3360 400 944 120 148 712

0,709 0,669 0,68 0,67 0,616 0,631 0,806 0,806 0,817 0,666 0,738

0,265 0,216 0,309 0,264 0,32 0,349 0,225 0,165 0,251 0,397 0,288

Ammonia tepida 26,87 16,23 10,60 16,11 18,62 15,71 14,00 20,34 13,33 16,22 25,84

Bolivina striatula 0,44 2,00

Buccella sp. 0,48

Buliminella elegantissima 0,88

Elphidium sp. 0,47 45,21 6,78

E. gunteri 37,31 36,40 47,68 42,18 28,19 12,38 28,00 22,88 33,33 2,70 44,94

E. poyeanum 2,99 21,49 22,27 53,33 32,00 18,64 33,33 59,46 10,11

E. excavatum 1,69

Fissurina laevigata 1,49 0,44 2,70

Haynesina germanica 0,47 0,48 1,69

Pararotalia cananeiaensis 6,00 6,67 2,25

Pseudononion atlanticum 0,88 0,48

Ammotium salsum 3,51 0,66 3,37

A. cassis 0,44 1,69

A. plassimum 1,06

Ammoastuta salsa 1,49 0,44 3,33

Ammobaculites sp. 0,88

Arenoparrella mexicana 2,99 3,51 1,99 4,74 3,19 1,43 2,00 0,85 10,81 5,62

Gaudryina exilis 0,44

Haplophragmoides wilberti 2,99 1,32 1,32 3,32 4,24 2,70 6,74

Miliammina fusca 2,13

Siphotrochammina lobata 0,44 0,47 1,12

Tiphotrocha comprimata 0,66

Trochammina sp. 1,49 0,95 0,53 3,33

Trochammina inflata 0,47 1,69 5,41

Quinqueloculina sp. 7,02 2,00 2,54 6,67

Q. patagonica 15,89

Q. lamarckiana 21,19 0,53

JOVENS 22,39 5,26 8,53 0,53 15,71 14,00 16,95

Diversidade de Shannon Número da estação Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

Porção Nordeste Canal (M5)

(13)

Desembocadura norte (Ponto M6)

Em relação ao monitoramento da temperatura, este ponto apresentou uma média de 22,6oC, sendo registrado a temperatura mais baixa do monitoramento no mês de maio de 1999, com 20,1oC, e a temperatura mais alta no mês de janeiro de 2000, com 26oC. O monitoramento da salinidade apresentou uma média de 29,5, sendo que a salinidade mais alta ocorreu no mês de junho 1999, com 37, e a salinidade mais baixa nos meses de abril de 1999 e janeiro de 2000, com 26.

Os valores de concentração de oxigênio medidos apenas nos meses de janeiro e março de 2000, foram 2,4mg/l e 6mg/l, respectivamente.

Esse ponto apresentou predominância de sedimento arenoso com pequena porcentagem de lama.

O monitoramento da fauna de foraminíferos apresentou média mensal de 5811 indivíduos e 18 espécies, sendo o mês de maio mais abundante, com 14404 indivíduos, e o mês de outubro menos abundante, com 984 indivíduos (Tab. 7).

As espécies mais freqüentes da Ordem Rotaliida foram: Pseudononion atlanticum, Pararotalia cananeiaensis e Hanzawaia boueana.

O índice de diversidade de Shannon apresentou de 0,674, sendo que o valor mais alto, no mês de janeiro, foi de 0,740 e o valor mais baixo, no mês de outubro, foi de 0,484. O índice de dominância de Simpson apresentou média de 0,231, sendo que o valor mais alto, no mês de outubro, foi de 0,487 e o valor mais baixo, no mês de janeiro, foi de 0,155.

TABELA 7 – Índices de diversidade, dominância e freqüência relativa da fauna de foraminíferos da desembocadura norte (Ponto M6).

Abr/99 Mai/99 Jun/99 Jul/99 Ago/99 Set/99 Out/99 Nov/99 Dez/99 Jan/00 Mar/00

18 18 14 21 14 18 13 24 24 18 18

1024 14400 10784 6692 1773 3536 984 4224 13888 1190 5424

0,727 0,735 0,734 0,715 0,737 0,718 0,484 0,643 0,59 0,74 0,604

0,172 0,191 0,193 0,275 0,202 0,175 0,487 0,237 0,282 0,155 0,251

Ammonia tepida 14,06 10,67 7,42 10,52 34,29 4,52 3,25 10,61 8,29 18,82 6,78

Amphycorina scalaris 0,78 0,96 0,38 0,67

Bolivina pulchella 1,56 4,89 1,78 0,45 0,81 0,76 0,46 0,67 1,18

B. striatula 0,59 5,26 0,38

Buccella sp. 0,59 0,48

Bulimina marginata 4,00 2,97 0,90 3,62 1,52 2,30 2,02 2,06

B. patagonica 0,96

Buliminella elegantissima 3,56 1,43 1,80 0,45 0,76 2,76 0,67 0,59

Cassidulina subglobosa 0,44 0,48 0,46 0,59

Cibicides sp. 1,56 0,44 1,43

Discorbis williamsoni 0,78 0,89 0,59 1,43 2,44 1,89 0,69 0,67 0,29

Elphidium sp. 1,52 0,23

E. gunteri 1,78 4,15 0,48 1,81 0,81 0,38 0,23 1,34 0,29

E. poyeanum 20,31 14,67 32,05 9,56 19,85 14,03 0,81 7,58 8,29 16,81 14,16

E. excavatum 0,23

Eponides repandus 1,43 2,69

Fissurina laevigata 2,34 0,44 1,19 0,90 0,45 0,81 0,23

Fursenkoina pontoni 0,96 2,26 1,52 0,69 0,67 0,88

Haynesina germanica 1,56 0,48 4,51 0,38 0,23

Hanzawaia boueana 4,22 12,46 2,39 6,32 12,22 7,32 6,06 6,91 9,41 5,90

Lagena laevis 0,78

L. striata 0,59 0,45 0,38

Oolina sp. 0,78

Pararotalia cananeiaensis 28,13 37,78 23,15 36,82 2,71 21,72 68,29 44,70 50,00 24,20 40,41 Pseudononion atlanticum 16,41 6,89 11,28 16,74 18,95 29,41 11,38 11,36 9,68 14,79 24,19

Uvigerina sp. 0,38

Ammotium salsum 0,29

A. cassis 0,78 0,23

Arenoparrella mexicana 1,56 0,44 1,19 0,48 3,61 1,81 0,67 0,29

Gaudryina exilis 0,90 0,38 0,23

Haplophragmoides wilberti 0,78 0,45

Miliammina fusca 0,44 0,90 1,38 0,67

Pseudoclavulina engracilis 0,38 0,23

Trochammina sp. 0,76

Trochammina inflata 0,78

1,36 0,76 0,59

Pyrgo nasuta 0,29

Triloculina sp. 4,17 0,50

Quinqueloculina sp. 3,91 3,56 3,89 1,80 4,07 0,81 2,65 0,23

Q. patagonica 4,00 2,39 0,81 4,38 2,02 0,88

Q. lamarckiana 0,89 2,71 0,45 0,81 0,69 0,29

JOVENS 3,13 1,43 0,45 1,63 0,38 0,92 2,69

Desembocadura Norte (M6)

Diversidade de Shannon Número da estação Mês de amostragem Nº de espécies Nº de indivíduos/50cm³

Dominância de Simpson

Planctônicos

(14)

5 – DISCUSSÃO Considerações gerais

A documentada sensibilidade dos foraminíferos às condições ambientais, sugere que estes organismos são capazes de fornecer dados para examinar mudança ambiental recente, registrada nos sedimentos costeiros, provocada tanto por mudanças naturais, como por mudanças antrópicas (Williams, 1995). Além disso, sabe-se que a temperatura e a salinidade são as principais características que influenciam a distribuição dos foraminíferos (Todd & Brönnimann, 1957, Madeira-Falcetta, 1974).

As temperaturas registradas para os seis pontos de monitoramento tiveram uma alteração muito suave, se comparadas às variações térmicas encontradas em regiões temperadas. No Brasil, os valores de temperatura mínima, estão muito acima do limite inferior de tolerância de muitas espécies de foraminíferos, não influenciando, portanto, na redução drástica de suas populações. Por outro lado, a partir de setembro de 1999 a queda de diversidade das espécies altera o padrão obtido até então, sendo, possivelmente, decorrência do aumento da temperatura das águas nessa região. Ainda, o aumento do aporte de água doce oriundo das chuvas no verão, e o conseqüente aumento do transporte e deposição de sedimentos finos aumentaram a quantidade de argila nos sedimentos de fundo, sendo, portanto, um dos parâmetros influentes na alteração da estrutura bentônica observada. O complexo estuarino do Canal de Bertioga apresenta substrato constituído por sedimentos finos e grossos, oriundos das regiões marinhas e de rios. Na maioria dos estuários, existe uma relação entre a distribuição de salinidade e o tipo de substrato, onde, geralmente, a baixa salinidade está associada a sedimentos mais finos (McLusky, 1989), essa característica foi observada no meandro sudoeste do canal, Largo do Candinho e porção nordeste do canal, que são as regiões mais internas do canal.

Ao longo do Canal de Bertioga foram encontradas espécies hialinas e porcelânicas em locais de maior penetração de águas salinas e espécies aglutinantes em locais sujeitos à maior descarga de água doce, características de ambientes salobros, como A. mexicana (Scott & Medioli, 1980).

Pontos de Monitoramento

Com base nas associações de foraminíferos, o Canal da Bertioga foi dividido em diferentes ambientes.

Os pontos localizados na desembocadura sul e norte mostraram ao longo do ano uma fauna bem característica.

Na desembocadura norte (Ponto M6) predominou a espécie P. cananeiaensis, comum em ambientes marinhos, ou nesse caso, com grande influência marinha (Debenay et al. 2001). A dominância apresentou a média mais baixa dentre todos os outros pontos.

Esta região apresentou sedimento arenoso sem variações durante o ano, outro indício da entrada constante de águas marinhas, pois sedimentos arenosos são característicos de ambientes marinhos.

As características da desembocadura norte foram relativamente semelhante às características observadas na desembocadura sul (Ponto M1), onde o sedimento arenoso foi predominante, porém ocorreu variação da concentração de sedimentos mais finos a partir do mês de outubro e essas variações foram muitas vezes bem significativas, como nos meses de outubro e novembro de 1999 e em janeiro de 2000. Provavelmente um reflexo do maior aporte fluvial, que transporta partículas mais finas. A espécie característica dessa área foi a A. tepida, que apresentou relação com a composição do sedimento, pois, verificou-se que essa espécie aumentou sua freqüência absoluta quando aumenta a porcentagem de areia, algo semelhante ao que ocorre nas amostras do rio Trindade (Ponto M3). Apesar do rio Trindade apresentar sedimento mais fino, a presença de A. tepida indica a penetração de águas salinas neste ambiente onde a influência de água doce possibilita a maior freqüência de espécies aglutinantes. Por outro lado, já a dominância de A. tepida no meandro sudoeste do canal (Ponto M2), um ambiente onde a salinidade média foi mais alta, a ocorrência de picos dessa espécie (novembro e dezembro de 1999) indica a maior resistência dessa espécie em relação aos outros foraminíferos hialinos ocorrentes nessa região.

Os índices de dominância e diversidade na desembocadura sul foram, respectivamente, baixos e altos quando comparados com ambientes localizados mais ao interior do canal, e que apresentam uma maior influência do aporte fluvial. O aumento da temperatura em setembro de 1999 foi responsável pelo primeiro pico de dominância de E. gunteri e conseqüente diminuição da diversidade das demais espécies. Em dezembro, com o aumento do aporte fluvial no verão, e um segundo aumento na temperatura, verificou-se também o aparecimento de um pico de dominância de A. tepida.

O gênero Quinqueloculina é característico de ambientes marinhos, embora algumas espécies também possam aparecer em ambientes mixohalinos em pequeno número, geralmente representando uma baixa freqüência relativa (Zaninetti, 1979). Os espécimes do gênero Quinqueloculina, muitas vezes, não foram identificados em nível de espécie, uma vez que as carapaças estavam quebradas e, portanto, a diferenciação das espécies se tornou impossível (Quinqueloculina sp.). Tal fato, provavelmente, pode estar associado também a velocidade das correntes nestes locais, capazes de transportar e conseqüentemente desgastar e fragmentar as carapaças de foraminíferos porcelânicos. As espécies dessa Ordem foram mais encontradas na desembocadura sul e na porção nordeste do canal (Ponto M5).

O rio Trindade possui associações de foraminíferos aglutinantes e hialinos. Os foraminíferos hialinos, nessa

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