EDUCAÇÃO E POlíTICA
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
( I r n b u s c a d e u m a c o m p r e e n s õ o )
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
erusa de M endonça G om es
A rlindo C ava1canti de Q ueiroz
I . I N ' I ' H I U ç Ã O
) 1I11l111llllchistórico pelo qual passa a sociedade brasileira nos
111'11111111111' obre categorias teórico-interpretativas, tais com o a
I
I 111111'S
cicdade.
Estas categorias utilizadas no desenho de1"
tI'IlIl Ipul üca
social são os suportes básicos no esboço de um a0111 I l i11I o ctor educacional. B uscam os, sem dúvida, um a com
-II 11 111dl hstado e de Sociedade que possa m elhor explicar a
111 I I i l i d II brasileira atual, ou seja, capaz de dar conta da
rea-Id 111 dI -f rvc cência e de m udanças, pela qual esperam os,
cer-I 11111111•
ti
'(Inçar um estado de plena norm alidade dem ocrática.v 1110 a época da consolidação de um novo Estado; não
I , 11111I -
tud
dem ocrático pleno, m as de um Estado em transição1,1 IlIhll lluri 1 1 1 0 para a plena convivência dem ocrática nacional. E
1'11111 ti 11
I
u tas pelas liberdades dem ocráticas,libérdades
tolhidasI I " 1IIIIlI'ituri m o. U m autoritarism o que trouxe com o conseqüência
I 11111IIe,: 10 d o exercício político das diferentes cam adas sociais. A
,
ti
«l.ivil
foi contida pela prepotência da sociedade política.l i II 11111' classes sociais e suas frações foram subm etidas a regras
''111111111.ntc universais, gerenciadas pelo Estado, m as que
beneficia-I 1111lbeneficia-I' 11beneficia-I determ inados grupos da classe social dom inante.
I' p l i c e, por aí, a facilidade com que se fez um a acum
ula-I' rbada dos bens e serviços socialm ente produzidos,
apro-11''nas por uns poucos, vivendo a grande m aioria num a
ver-m urginalidade
social. C oncentrar o poder político eeconô-n l f i c o u contrair um a enorm e dívida social junto às classes
p pulares, classes estas verdadeiras geradoras das riquezas
SO C iaiS. O s serviços básicos de saúde, educação, habitação, lazer,
etc .. ficaram , tanto quanto o setor público, descom prom etidos com
esta gritante realidade de injustiça social. A s políticas sociais
pre-conizadas pelo Estado, e aí inclui-se a política educacional, foram
traçadas dentro de um a concepção de Estado paterno-assistencialista
que, adotando um a visão clientelista, ocultou a im portância social
das classes populares e dissem inou um a visão dicotôm ica separando
o
que é do povo e o que é do governo.Políticas educacionais desse período foram sem pre definidas para
o povo e nunca pelo povo ou construídas com a participação
po-pular. Sem dúvida, por trás dessas políticas estavam recortes da
realidade social, apoiados num cientificism o tecnocrático
suposta-m ente neutro, que alim entaram as form as de organização dos
apa-relhos do Estado. Privilegiaram -se os aspectos superficiais, (1)
en-quanto desprezavam -se os aspectos fundam entais presentes em nossa
realidade social.
O Estado A utoritário, do qual a sociedade brasileira
esforça-se agora por liberar-se, tem um a natureza qualitativam ente diferente
daquela do "Estado de Transição", (2) o qual, sem saber ainda
com o, já com eçam os a vivê-lo: no prim eiro, a sociedade política
su-focou a sociedade civil; no segundo, espera-se o m áxim o em penho
para que esta seja liberada. A m udança de natureza - do Estado
anterior para o atual - reflete o redim ensionam ento das forças
sociais de m aneira geral e, em particular, das forças populares. C
on-quista efêm era, enquanto não consolidada. (3) Este panoram a sugere
um a estratégia de ocupação dos espaços até então abertos pelas
lutas sociais no sentido do avanço progressivo de um a nova ordem
social.
A s digressões feitas acim a nos oferecem os prim eiros contornos
para um a política educacional em polgada pelo Estado brasileiro de
hoje. São, assim , pontos fundam entais que caracterizam o Estado
de Transição: a prom oção de um debate am plo sobre os problem as
fundam entais, quer no plano econôm ico, quer no plano social e
político; o reconhecim ento do poder, ainda que cerceados, das
classes populares; a afirm ação das conquistas no plano das
garan-tias civis; o acesso às inform ações; a livre circulação das diversas
(1) A s propostas educacionais apoiaram -se preponderantem ente em
abor-dagens psicocronológicas influenciadas pela Psicologia Experim ental e
em abordagem estrutural-funcionalista.
(2) A noção de "Estado de Transição" introduzida neste trabalho é m ais
que um artifício utilizado na estruturação do texto, significando um
prim eiro esforço no sentido de dar conta do m om ento pelo qual passa,
atualm ente, a sociedade brasileira.
(3)
n
bom lem brar que as com posições de forças sociais são resultados nãos6 dos diferentes grupos sociais, m as, sobretudo, das conveniências de
cada grupo e até m esm o da consciência destas conveniências.
22
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E d u c a ç ã o e m D e b a t e , F o r t . ( 1 0 ) J u l h o / D e z e m b r o : 1 9 8 5I I I h l f , j'as e o resgate do débito social anteriorm ente
con-I 111I t I - I processo de dem ocratização nos leva a conceber
1.1 I 'l'1:ut1sição com o aquele que passa a ~eyolver os
espa-11I 11111I
natural
m ovim entação das forças SO C !~ISde l~udand:~I II
GFEDCBA
'I I I u sociedade ou estim ular o exercício po I IC ~coisa porém nao
so-I l so-I l p l l l i l r " são quase que a m esm a , . .' d ~.
111 'ornpcte, tam bém , ao novo Esta~o: adm l~lstrar
esi-I I .t n t c s no sentido do resgate da, dlylda SO C ial, usando,
, 111. \011I elem ento contraditório, o propno poder acum ulado
I\ I II l I t H111'. . - dm iti d
-I -I I 1 / - n t l d o falar em Estado de Transição a m lÍ~n_ o-se a
I I 111
ição
deste Estado, isto é, a c.onstante .. revlsa? dosti r f 'c r ê n c i a conceituais e das práticas sociais efetl~ad~.
I
I I '"
,
r trás de qualquer m ovim ento de u~asocieda
e 1:'\I I , ~ .II ~ ) cm pre em ebulição os em bates e~tr.e m tere~se~se-11
111
1,,1dlf rentes
e antagônicos das classes SO C IaIS, c~nStltU 1 umI 1i 1111 1; 1 '1 I o n o v o Estado. N ão se trata apenas de explicar e com
-I ' " l i I I
im
os fenôm enos sociais, m as, sobretud?: de ado.ta.r es~, I' 111c o m arcabouço das propostas e políticas sociais. .
I I C
tem
dado na construcão de propostaseducacio-II I I l i \ ' q u > d
, 'l'1I1 geria geo-espaciais - a exem plo dos pro~ram as
es-I 111
I P 'rir rias urbanas ou voltadas para a edu~açaorural.-p e n d e às dem andas reais geradas nas ~ocledad.es,
c~plta-I pirações, necessidades, interesses, enfIm : a história de
-ortudores
de cana não pode ser confundida com a dospr
dutores rurais. C ortadores de cana e peq~eno~pro-I 11) - s t u o no espaço rural, m as pertencem a fraçoes
diíeren-\11111 li cam ponesa.
-I, .scs
populares têm pontos com uns e, ao m es~o tem po,. p
cílicos próprios de cada um a _das suas .fraçoes. Deter-I1 ""\1
Iruçócs
das classes populare~ sã~ ta? expre.sslV as q~e dev~mI . h o r d u d u s com propostas eduC aC lO naIS diferenciadas. D
!ferencla-I t ,,,10 no conteúdo político-ideológico quanto na adoçao
d~lhes-11 I t l ' I A facilidade de acesso
à
escola não é a m esm a pa~a, fi. osI 1111I11; n c cs e de trabalhadores das indústrias autom obilísticas.
II • c .rturnente, um a nova form a de ~o~ceber e, abor?ar a
I" II I I ducacional que o Estado de Transição devera considerar.
) _ A PO LlTIC A ED U C A C IO N A L N A TR A N SIÇ Ã O
PA R A A D EM O C R A C IA
l)
r .corde
da realidade via classes sociais requer. um a novar
11111de
com por e classificar as propostas ed.ucaclO nals emyolg_a-II l i l u
ictor
público. A s questões fundam entais, portanto, nao saoapenas regionalizar o ensino, descentralizar a adm inistração escolar
ou tornar a escola autônom a. Isto seria com o que devolver a escola
a ela m esm a, com todos os seus vícios autoritários e todas as
de-ficiências herdadas. A m pliar a participação da sociedade civil nas
questões educacionais constitui-se um a necessidade im perativa no
m om ento atual. Isso só se fará abrindo a escola para um a efetiva
convivência com as diferentes organizações de sociedade civil,
sin-dicatos, associações, clubes de serviço, etc.
R epassar, por outro lado, para a sociedade civil problem as
acu-m ulados pelo Estado A utoritário é com o querer que os pobres
as-sum am com exclusividade sua própria pobreza. Q uer queiram os,
quer não, o Estado, no seu período autoritário, adquiriu um poder
r~al, poder que deve ser declinado, m as que estrategicam ente
pre-cisa ser usado para resgatar todas as dívidas sociais contraídas. O
próprio poder do Estado deve ser usado para reduzir este seu poder
sobre a sociedade civil. Em outras palavras, desm obilizar o poder
atual do Estado, liberando a sociedade civil para que, num a
convi-vência dem ocrática, esta sociedade civil possa encontrar os m eios
necessários para m udar qualitativam ente o poder do Estado.
Iniciada a passagem de um Estado autoritário para um
Esta-do dem ocrático, im põe-se observar a realidade, de um a m aneira
nova, posto que um a tam bém nova concepção de sociedade preside
tal observação. D esloca-se a preocupação com a convencional
clas-sificação por graus e m odalidades de ensino, m eram ente interna
à
adm inistração educativa, para o em bate de questões que a
socieda-de concreta im põe. Eis que para ajustar a Educação ao com passo
do processo de dem ocratização da sociedade brasileira, o Estado há
de saber adm ini.strar o acúm ulo de desigualdades que fom entou, de
sorte que despojando-se dos poderes m as não das responsabilidades,
viabilize o resgate das dívidas que contraiu.
2 . 1.
GFEDCBA
D e m o c r a t i z a ç ã o d a E d u c a ç ã o. ~ resgate. do débito social para com os brasileiros que foram
im pedidos socialm ente de ter acesso
à
educacão ou dela foram Hli-j~dos sem apropriar-se dos conhecim entos fundam entais passa
ba-sícam ente pelo reconhecim ento das divisões concretas da sociedade
brasileira, das quais a m ais nítida é a divisão de classes. Esta
divi-são encontra seu equivalente político na divisão que separa aqueles
~ue vão ~o ~ré-Escolar à U niversidade, sem interrupção, da m
aio-na q~: nao ingressa o~, 9.uando o faz, usufrui apenas das prim
ei-ras senes, dos cursos ligeiros, das repetitivas cam panhas.
O Estado dem ocrático, por ser dem ocrático e para ser
entendi-do com o tal, tem com prom issos basilares. A ssegurar o acesso à
es-colaridade, de acordo com o que preceitua a C onstituição B
rasilei-24
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E d u c a ç ã o e m D e b a t e , F o r t . ( 1 0 ) J u l h o / D e z e m b r o : 1 9 8 5111'\li vel com prom isso do novo período
republi-uu-nt
de tal obrigação é fundam ental saber a11Ie se faz educação. N ão se pode ignorar que
plícíta, reticente ou am bígua favorece a uns
e assim é, a educação brasileira não est~ndo
11111111
P
pulares, está contra elas e delas se servindo.1111'1" 1 P der público, ao m esm o tem po que busca
• •l t h l . t ~ u ! I W I I I 11 111 ln , criar um a pedagogia nacional
consubstan-I 11111'111pr ram a de "Educação B ásica".
11I I por Educação B ásica o desenvolvim ento de um a
I" ti 11'"r 'o nstruída com am pla participação popular,
111 I I I 10 o acesso a um conteúdo político
acadêrni-11 uum cntal correspondente ao dom ínio dos códigos
1111"'e escrita) e m atem áticos, conquistados através
11" II ducativo interconectado com a
leitura/desvenda-1Il i l i ItI em seus m últiplos aspectos problem áticos. N este
11 1111 I verá exercer com com petência a transm issão do
111"" 11111,.m consonância com processo de
desocultação/es-I11111 1/ 111111;• de problem as sócio-políticos enfrentados e
co-I 111 dunos/professores/com unidades para confronto e
."I,•.
t l i l l l i f I i P t e l l l N I prática, a Educação B ásica encontra certacor-•.•••... ,,,,,. I1 I I I I l l cham ado 1 . 0 G rau (quantos anos?) da atual
01" I l i ,ln brasileiro, em bora não se confunda totalm ente
II lohre- e um a distinção entre o "ensino prim ário" e a
111 1 I, ra definida, na m edida em que:
II buscando a construção de um a proposta
político-I' du 6gica distinta da convencional em que a escola se
1\ Ii u r a em seu caráter nacional, significando para o
I'I • •a garantia do acesso de todos os brasileiros a
1111111form ação básica com um independente do nível da
II [u za regional, estadual, local e fam iliar";
I •r u t a a im portância social das cam adas populares e
\ I , cultura com o elem ento fundam ental no processo da
lnb ração do saber;
lu -ducação B ásica extrapola os lim ites da ação m
e-I 1111nte escolar e passa a com preender ações
educati-v I para outros segm entos da população brasileira que
1111 tiveram acesso a escolarização ou dela foram
alija-ti _
prem aturam ente.1IIIIIItIÍ'ta da universalização do ensino público gratuito e
1'"1\I 1\ \ ociedade brasileira de hoje passa inevitavelm ente
"III~ r o , u há de se encontrar, para reduzir as altas taxas
I 111 • I ' petência escolar. Preocupar-se apenas ou
m ente com a am pliação do parque escolar (construção, am pliação
ou aproveitam ento de espaços ociosos) é com o querer aum entar o
diâm etro de um a peneira cujas perdas constantes nunca
assegura-rão o intento de m anter toda população infanto-juvenil dentro da
escola. Estas perdas significam quase sessenta por cento das
crian-ças brasileiras que não têm conseguido, sequer, concluir as prim
ei-ras séries do
1.0
G rau.A perm anência com sucesso do aluno no ensino regular
torna-se assim o prim eiro e fundam ental ponto a ser considerado quando
pretendida a universalização do atendim ento escolar. Esta perm
a-nência com sucesso será conquistada na m edida em que a proposta
político-pedagógica da escola tenha correspondência com os
inte-resses reais colocados pelas diferentes cam adas sociais. N este
sen-tido, a Educação B ásica possibilitará à população envolvida no
en-sino regular a participação na redefinição dos atuais objetivos,
con-teúdos e m étodos, ou seja, a oportunidade de incorporar o seu
querer coletivo.
Por outro lado, é um a realidade a existência de m ilhões de
crianças, jovens e adultos que não ingressaram na vida escolar por
falta de vagas. G arantir o acesso à escola, para crianças de todas
as cam adas sociais é, pois, o segundo ponto fundam ental na
con-quista da universalização da Educação B ásica. U niversalização
con-funde-se, neste caso, com a oferta de novas oportunidades
educa-cionais. Para isso, a rede física (aproveitam ento, am pliação,
cons-trução de novos espaços escolares) e toda a infra-estrutura
técnico-adm inistrativa educacional (corpo docente e pessoal adm inistrativo;
m erenda, equipam entos, m obiliário, m aterial escolar, livro didático,
etc. e recursos financeiros) necessitam de urgente am pliação.
A universalização educacional im plica tam bém no engajam ento
da população jovem e adulta m arginalizada do ensino regular. M
e-todologias alternativas e adequadas às especificidades desta
popu-lação hão de ser encontradas no espaço participativo . aberto pela
Educação B ásica.
. Tanto o acesso à Educação B ásica quanto a perm anência com
sucesso na escola passaram a ser, hoje, um a questão· · de natureza
social e. política tão im portante que jam ais poderiam ficar restritas
aos órgãos oficiais responsáveis pela prestação de serviços
educacio-nais. A participação de toda sociedade civil na
discussão/esclareci-m ento/solução desta problem ática apresenta-se com o o cam inho m ais
seguro e eficaz.
O
Estado de Transição cum prirá sua m issão demo-cratizadora estim ulando a gestão dem ocrática da educação. Será a
prática dem ocrática a grande responsável pela m obilização das forças
e das vontades coletivas na identificação e com prom isso com a
so-lução dos grandes problem as educacionais. Este é, sem dúvida, um
outro ponto fundam ental a ser considerado.
· 26
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E d u c a ç ã o e m D e b a t e , F o r ! . ( 1 0 ) J u l h o / D e z e m b r o : 1 9 8 5- u b um a atuação indutora d~ J?ro~ess~,
) s recursos das receitas m urncipais. e~:
da suficiência para dar co.b~rtura a
m custo socialm ente aceitável, em
I LI di id d
1'1111, (11's e ja preservado em sua igru a. e.
1I111111tllllvudo vazio dde esct~laridaedefodr~afe°çJ:'~~~~
I ' a ação e uca r v a s .
I1I I ' i u c resta ão de serviços em S1
" I I.11 1110 m ente, esta p ç l i âo efetiva
. 1 bre a sua rea izaça .
I 111111111 I I
c
ntro ~ so . derle
ítim o devolve,o
111.1"t l l q l l i l que nao. s e j a po cu!pra C om isto a
1111 l i
dircit
de exigrr que se '. de pes.1,l i I 1111rum o dos ~con~ecim ento~, a J:r:~~~des con~
d. ~'1IIp s populaclO nals concre os, . Y ia
• 1 c ncreies. A lém do que acata a V I~1 an~
111 I , íedade sobre o destino do dínheíro
1'1 I 111111vo da SO C I. f .d Esta posição
in-I , I t lU tlidade do ens~n? o ereci o.
11 I 111
du
direito de partlC 1par.GFEDCBA
"I'" '1 ( / e l o s E s p a ç o s d e I n f l u ê n c i a p e l a S o c i e d a d e C i v i l
I ducação vai além da m ultiplicação de
opor-tI ( ~ I _ m anham ento do percurso
es-1 I. Illu\'Izaçao e do aco p . dem ocrática quanto
A · I ão será tanto m ais .
1111111111
A
1 \ " uucaça ovim entos sócio-políticos da SO C1e-I! 111111I1"11l:1acom os m d . d gO 'g1'C Oenquanto
re-les é e ucatívo-pe a
I 11 11111d,,' que n~ . ró rio m ovim ento da sociedade
11I 1'"11'\'111face pohtlca.
O
P P'd d educação com opra-. . t eforça o senti o a
1 \ 11 l 1111utum e r. it E
é
neste particular,I I" m obiliza, organiza e capaci ~t' a ação
contraditó-E t do passa a exerc; ar
ti 11111I V " I . , o s a lideranca aos m ovim entos da
IIdll/' I tnuddança ce~e~dodoas encarg~s que lhe estão afetos,
I 111 ntu o se exm ur
. fl A ' • m preenchidos pela
so-q l l l os spaços ddetm uoem n~1:0~á~ta partilhar as decisões
I \t(, que se a o ar c . h'
, PII' l:t1!~'9ões da so~i~~adpeú~t~!· ~~~~a~~~tl~O
qu:sti~eedu-lI\oblllzar a opm iao .' - de m assa' a
popula-I I ' m eios de com um caçao , .
I
111'I Illll\~n~i~Spara desenvolver atividades educativo-c~lt~raIS,
I 111 . . ente fundam entadas, com o estágio
es-11111111t t
-m útico,
teoncam . - das cam adaspopu-d di t do' as orgam zaçoes
I I I 1111111ru e vol' I a '. t ducativos criados e executados
• dcscnvo vam proJe os e ,
I 11I 1\11
1
do Estado' as associações deeduca-1111111III1U llc, fo.ra da tute a
d
di
:
sobre a Educação que1"111 . nduzlrem a gran e 1scussao
ti I puv brasileiro.
Essas e outras tantas m obilizações têm o objetivo de valorizar
a educação no seio da sociedade brasileira, no recesso das
orga-nizações, dos sindicatos, dos partidos, das universidades, das
esco-las, para que m elhorem o trabalho que já vêm fazendo e possam
fazer o que ainda não foi feito. Tal perspectiva guarda relevância
especial em relação à educação da população engajada na
força-de-trabalho.
A
2 . 3 . E d u c a ç ã o d a P o p u la ç ã o - F o r ç a - d e - T r a b a lh o
A educação da população-força-de-trabalho tem sido colocada,
segundo a condução governam ental, em term os de superação
m
ecâ-nica do analfabetism o, preparação im ediata para postos de
traba-lho, adaptação cronológica à organização escolar. N ão são
aborda-das as questões fundam entais da iniciação social ao trabalho, da
articulação real entre o saber escolar elaborado e o saber do dom
í-nio popular. Escapam as relações próprias do m undo do trabalho em
que as m elhorias na destreza e na com preensão não encontram
res-sonância no salário, em que o aum ento da produtividade não
signi-fica m elhoria da qualidade de vida.
Sabem os que no B rasil a introdução ao m undo do trabalho
produtivo nas cam adas populares se faz antes dos
10
anos deidade. Logo, um a parte da população escolarizávelj escolarizada é
concom itantem ente população trabalhadora.
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
O entendim ento realdeste problem a exige libertá-lo da rigidez de princípios
biopsicoló-gicos incapazes de explicitar a adultez tal com o acontece
historica-m ente na sociedade brasileira. A adultização precoce do brasileiro
das cam adas populares, significando sujeição total ao trabalho e
privação de tudo que seja não-trabalho, configura um processo de
desom inização.
A s propostas contidas no ensino supletivo e nas práticas de
form ação de m ão-de-obra não estão dando conta destas questões.
C onquanto continuem válidas, talvez até m ais do que antes, as
pos-tulações referentes à educação da população trabalhadora -
alfa-betização, recuperação de estudos, profissionalização - som ente se
feitas com e pelo trabalho e em benefício do trabalhador
reverte-rão o sentido de vacuidade de que se revestem .
O trabalho em seu sentido concreto que "enobrece" não pelo
discurso que sobre ele se faz, m as pela contribuição social que gera,
é o elem ento focal de toda e qualquer ação educativa com a classe
trabalhadora. E fundam ental que o trabalhador recupere o saber que
lhe tem sido negado, apropriando-se de instrum entos que favorecem
a sobrevivência e a participação sócio-política.
28
E d u c a ç ã o e m D e b a t e , F u r t . ( 1 0 ) J u l h o / D e z e m b r o : 1 9 8 5""',,,v',,,1I ,/tI
I f lw lid a d e d o E n s in o c o m o E x p r e s s ã o d a,,/t,
I 'o llt ic a"1
I 111' 'um que a m elhoria da qualidade dae~uca-~l i . ' acadêm icas e nos program as e projetos
\ I uporte em pressupostos teóricos que.
ado-ti 1111'" I - u l r c quantidade e qualida~e dos
acontecll~~en-1111' 111 uulu • a quantidade deprecia-se em
consequen-I consequen-I H l i l l t 'consequen-I [ 1 i L ! consequen-I . l i I l i I ontecim entos.
,
ti
I '11
ia, program as e projetos de m elhoria da.1111 I I I
r
rarn m ontados, objetivando, ce~tam ente,I t i l d 111 IS gerados pela expansão dos serviços
edu-1 I " 1 '1' 1111 S de caráter qualitativo acabaram por
111 1111 I ' I ' a seus em polgadores.
""'''''''',,'",,''11 I 11'sl' raciocínio acabarem os por defender .a
re-• I I I .ncionais para garantir um a boa quahdade
I ItI < tu I com o querer contra~izer a tes,e . do
aten-111 I " I I V -rsI I c obrigatório. Esta e, sem . ~uvlda, A u,?a
11
dI
I h r dar esta questão. Esta O pO S1Ç ~0 m ecarucA aI" I quulidade confunde m ai~. que e~phca
c:
sfen.?-ti I rutundo a dim ensão política subjacente a noçao
,,!tt
I I \ l um a interpretação m ais fidedigna destadefesa de seus direitos, as cam adas populares
estarão
exercitando
a
aprendizagem
da organização.
O setor público
deve reconhecer os
m ovim entos
sociais e as organizações
existentes
na sociedade
com o
processo salutar no avanço qualitativo
desta sociedade. Q uanto m ais
sintonizada
com as diferentes
organizações da sociedade
civil, m
e-lhor estará a educação
cum prindo
sua função política. O setor
pú-blico,
responsável
pela
prestação
de serviços
educacionais,
deve,
além de reconhecer,
estim ular
esta aprendizagem .
A organização
não é algo abstrato, m ovida por
estím ulos
con-fusos
tam bém
abstratos.
A organização
decorre
dos
m ovim entos
sociais;
são
acontecim entos
concretos
m ovidos
por diferentes
inte-resses sociais, econôm icos e políticos concretos,
que
estão
em jogo
na sociedade concreta.
A prender
a organizar-se
para
defender
seus
interesses
e a
distinguí-Iosdos interesses
sem elhantes,
diferentes
e
antagônicos
existentes nas
sociedades
concretas é um a necessidade
das classes populares a ser suprida
pela função
social da educação.
A vanços qualitativos
só serão conseguidos na m edida em que a
educação passe a incorporar
os interesses
colocados pelos diferentes
grupos sociais que com põem a sociedade concreta.
N este sentido, a
rnelhoria
da qualidade
da educação poderá
corresponder
à
educa-ção política da sociedade
civil.
B IB LIO G R A FIA
C O N SU LTA D A
G R A M SC I, A ntonio.
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