Educação no período Imperial
Profª Tathiane Milaré
Contexto
Revolução Francesa
França: Napoleão Bonaparte; luta pelo domínio de outros países
Revolução Industrial na Inglaterra
Inglaterra: hegemonia mundial na área econômica, conquistando novos mercados
FRANÇA PORTUGAL INGLATERRA
Família Real no Brasil (1808)
• Abertura dos portos brasileiros
• Criação da Imprensa Régia e a instalação da Biblioteca Pública
• Criação das instituições de Ensino Superior:
Academia Real da Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Academia Médico-cirúrgica da Bahia (1808) e Academia Médico-cirúrgica do Rio de
Janeiro (1809)
• Educação elementar recebeu pouca atenção
Após três séculos de domínio político e exploração econômica do Brasil por parte de Portugal, que
manteve durante todo o período colonial uma posição parasitária em relação à produção brasileira, com o novo contexto da economia
mundial, de expansão do capitalismo, que impunhauma nova postura dos países em relação à
produção e a comercialização, já não era possívelsuportar domínio de Portugal, que onerava os produtos brasileiros na disputa por mercados e onerava a aquisição de mercadorias estrangeiras
necessárias para o consumo interno no Brasil.
NASCIMENTO, M.I.M. O império e as primeiras tentativas de organização da educação nacional (1822-1889). Disponível em: <
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_intro.html>
Independência do Brasil (1822)
Após Independência
• Instalação de Assembléia Constituinte e Legislativa
organização da educação nacional (Comissão de Instrução Pública)
• Discussão sobre a educação
• Constituição aprovada em 1824: “A instrução primária é gratuita para todos os cidadãos.”
• Dever do súdito direito do cidadão e dever do Estado
O que deveria
acontecer? Aconteceu?
1826
• graus de instrução
–Pedagogias (escolas primárias)
–Liceus (conhecimentos científicos introdutórios ao estudo aprofundado da literatura e das ciências) – Ginásios (matérias do primeiro grau e
acrescentavam todos os conhecimentos
indispensáveis aos agricultores, aos artistas, aos operários e aos comerciantes)
–Academias (formação de oficiais e engenheiros civis e militares)
Lei de 15 de outubro de 1827
• Os presidentes de província definiam os ordenados dos professores
• As escolas deviam ser de ensino mútuo (método lancasteriano).
• Os professores que não tivessem formação para ensinar deveriam providenciar a
necessária preparação em curto prazo e às próprias custas
• Determinava os conteúdos das disciplinas.
“em todas as cidades, vilas e lugares populosos
haverá escolas de primeiras letras que foremnecessárias; os presidentes da província em conselho, e com audiência das respectivas câmaras
municipais, enquanto não tiverem exercício os conselhos gerais, nomearão o número e a
localidade das escolas, podendo extinguir as queexistam em lugares pouco populosos e remover os
professores delas para as que se criarem onde maisaproveitáveis, dando-se conta à Assembleia Geral para final resolução. ”
Lei de 15 de outubro de 1827
Lei de 15 de outubro de 1827
“Aos meninos os professores ensinarão a ler, as quatro operações da Aritmética, prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais da Geometria prática, a gramática
da língua nacional e os princípios da moral cristã e da doutrina da religião católica e
apostólica romana, proporcionados à compreensão dos meninos, preferindo para as
leituras a Constituição do Império e a História do Brasil”
Qual?
Como?
Lei de 15 de outubro de 1827
“Às meninas, as mestras, além do declarado no Art.6º, com exclusão das noções de Geometria, e limitando a instrução da Aritmética só às suas quatro operações, ensinarão também as prendas que servem à
economia doméstica.”
Apontamentos do ministro do Império Lino Coutinho
Administração e fiscalização ineficientes
Professores apontados como culpados por desleixo
Abandono do poder público quanto ao provimento dos recursos materiais, edifícios públicos, livros didáticos e outros itens
Baixo salário dos professores
Excessiva complexidade dos conhecimentos exigidos pela lei dificultavam o provimento de professores
Inadequação do método adotado em vista das condições do país
Contradições da época
Entusiasmo inicial sobre a educação do povo X condições reais do país
Discurso de preocupação com a educação X
falta de condições para existência das escolas
e de trabalho de professores
Reforma Constitucional 1834
• “[...] a competência concorrente dos poderes gerais e provinciais no campo da instrução pública, o que vinha possibilitar a criação de sistemas paralelos de ensino em cada província: o geral e o local”
• Províncias: desde que estivesse em harmonia com as imposições gerais do Estado, caber-lhe-ia legislar sobre a divisão civil, judiciária e eclesiástica local; legislar sobre a instrução pública, repassando ao poder local o direito de criar estabelecimentos próprios, além de regulamentar e promover a educação primária e secundária.
• Descentralização da educação
• Interpretação: partilha das atribuições
O governo imperial atribuía às províncias “[...]a responsabilidade direta pelo ensino primário e secundário, através das leis e decretos que vão
sendo criados e aprovados, sem que seja aplicado, pois não existiam escolas e poucos eram os professores.”
(NASCIMENTO,2004, p. 95).NASCIMENTO, M.I.M. O império e as primeiras tentativas de organização da educação nacional (1822-1889). Disponível em: <
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_intro.html>
NASCIMENTO, M.I.M. A Primeira Escola de professores dos Campos Gerais-PR, Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP- Faculdade de Educação, 2004.
• Criação de escolas normais
–1836: Bahia–1845: Ceará –1846: São Paulo
Falta de professores
• Criação do Colégio Colégio Pedro II no RJ em 1837 (escola modelo)
• Só ele fornecia o diploma de bacharel, título
necessário na época para cursar o nível
superior.
1854
• Ensino primário
–Elementar (instrução moral e religiosa, leitura e escrita, noções essenciais de gramática, princípios elementares de aritmética e o sistema de pesos e medidas)
–Superior (dez disciplinas)
Cursos preparatórios
• O ensino técnico profissional e o ensino normal não se facultava o ensino superior
• Se o indivíduo tivesse idade e fosse aprovado nos exames parcelados não teria necessariamente que ter concluído o ensino secundário regular. Por outro lado, se concluía o ensino secundário regular nos liceus não dava direito a ingressar nos cursos superiores sem a prestação dos exames. Isso fragmentou o ensino secundário e, no final do Império, até o colégio de Pedro II oferecia cursos avulsos com frequência livre e exames parcelados.
Cursos preparatórios
• O ensino técnico profissional e o ensino normal não se facultava o ensino superior
• Se o indivíduo tivesse idade e fosse aprovado nos exames parcelados não teria necessariamente que ter concluído o ensino secundário regular. Por outro lado, se concluía o ensino secundário regular nos liceus não dava direito a ingressar nos cursos superiores sem a prestação dos exames. Isso fragmentou o ensino secundário e, no final do Império, até o colégio de Pedro II oferecia cursos avulsos com frequência livre e exames parcelados.
1878
• O progresso da instrução não tem acompanhado o da indústria e dos melhoramentos materiais da província. Há indiferença dos cidadãos e condescendências dos poderes políticos, o povo não considera a escola como seu patrimônio. Os poderes políticos não têm prestado a atenção a incapacidade e vocação dos candidatos ao magistério. Os exames públicos tornaram-se mera formalidade e só não obtinha aprovação quem não queria. Foi grande o número de cadeiras providas por indivíduos ignorantes e de moralidade duvidosa que consideram o professorado um meio cômodo de vida e não de sacerdócio. Felizmente algum melhoramento se tem conseguido nos últimos anos porque os exames deixaram de ser formalidades e decresceu o número de concorrentes: no último concurso não houve um só para a cadeira do sexo masculino.
Continuo a esperar que os professores saídos da Escola Normal hão de regenerar a instrução: os primeiros alunos habilitados iniciaram de modo lisonjeiro a carreira [..]. (MOACYR, 1936:380-381).
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Jorge_Clark_artigo.pdf MOACYR, PRIMITIVO, A Instrução e o Império: subsidio para a História da Educação Brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional. 1936.. vI e III.
Voltando ao texto...
• Do que trata?
• Você concorda com as colocações apresentadas no texto? Por quê?
• Quando este texto foi escrito?
Vamos ao texto original...
[...] são realmente deploráveis as condições do ensino primário entre nós. O número de escolas existentes em todo o Império está muito longe de satisfazer as necessidades do ensino para a população de mais de 7 milhões de habitantes disperso por um vasto território e separados por grandes distâncias.
No Brasil, há uma escola para 1.356 habitantes, ao passo que nos Estados Unidos há uma escola para 160. E nota-se que muitas das escolas se acham desprovidas de mestres. Quase todas funcionam em casas alugadas, mal situadas, sem condições higiênicas e pedagógicas.[...] respeita-se ainda o preconceito que não admite a coeducação dos sexos.
[...] muitos meninos, que ainda não atingiram a idade escolar (7 anos) vagam pelas ruas contraindo maus hábitos,
importunando os transeuntes, atropelados pela polícia, que não sabe o que fazer deles. É muito diminuta a freqüência das escolas.
[...] grande número de professores não possui as necessárias habilitações, cabendo a culpa unicamente aos poderes públicos, que não lhes querem dar escolas normais nem quaisquer outros meios com que possam instruir-se. São demasiado mesquinhos os vencimentos do magistério primário; paga-se a um professor menos do que a empregados subalternos de muitas repartições.
[...] Nas escolas, muitas disciplinas indispensáveis deixam de ser ensinadas, como é o caso da educação física, intelectual e moral dos alunos. A intolerância religiosa fecha as escolas aos acatólicos.
Parece incrível que em todo o Império existe unicamente l4 bibliotecas públicas e só encontre-se o museu escolar que acaba de ser inaugurado nesta corte.
São raríssimas as escolas profissionais que apropriam o ensino aos fins práticos. Os métodos adotados são muito morosos e
deficientes.
Leôncio de Carvalho, Impressionado com o progresso dos Estados Unidos, desenvolveu um estudo denominado
Próxima aula...
• Educação no período republicano
• Leitura:
–Item 3.2
–“A Educação Básica na Primeira República”