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Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 2º Grau Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 2º Grau

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Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 2º Grau Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região - 2º Grau

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0101723-78.2021.5.01.0000 em 13/10/2021 16:29:54 - d9cad95 e assinado eletronicamente por:

- LUCIANO OLIVEIRA ARAGAO

Consulte este documento em:

https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam usando o código:21101316205032900000060458023

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORACARINA RODRIGUES BICALHO DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONALDO TRABALHO DA 1ª REGIÃO – RIO DE JANEIRO/RJ.

PROCESSO Nº: 0101723-78.2021.5.01.0000

ROY REIS FRIEDE, neste ato, representado por seus advogados, nos autos do MANDADO DE SEGURANÇA impetrado por SOCIEDADE UNIFICADA DE ENSINO AUGUSTO MOTTA contra ato do Excelentíssimo Juízo da 61ª Vara do Trabalho/RJ, em trâmite perante esse Tribunal, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, em atençãoà decisão de ID. 0f54b05, apresentar CONTRAMINUTA AO AGRAVO REGIMENTAL, expondo e requerendo o que se segue:

Declaram os subscritores da presente, sob as penas da Lei e sob a sua responsabilidade pessoal, a autenticidade de todo e qualquer documento porventura juntados nesta oportunidade, bem como as demais petições interpostas, se encartados aos autos de forma simples, conforme autoriza o artigo 830 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c o artigo 408 e 411 do Novo Código de Processo Civil.

Destaca a tempestividade da presente, uma vez que o r. despacho para que a agravada apresentasse a contraminuta foi publicado no Diário Oficial Eletrônico no dia 30/09/2021 (quinta-feira). Assim, o prazo processual teve seu marco inicial no dia 01/10/2021 (sexta-feira) e término em 13/10/2021 (quarta-feira), considerando que 12 de outubro é feriado nacional.

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1. DA SÍNTESE DOS FATOS

O agravado, ROY REIS FREIDE, foi admitido pela RÉ em 17/03/2008 para exercer a função de

“PROFESSOR TITULAR”, tendo sido comunicado acerca de sua dispensa imotivada a partir de 08/12/2020, conforme comprova o telegrama acostado aos autos. Contudo, em razão da estabilidade pré-aposentadoria garantida pela Norma Coletiva de sua categoria profissional, o empregado não poderia ser dispensado.

A resilição do contrato de trabalho violou frontalmente a garantia de emprego prevista na Cláusula 29ª, d, da Convenção Coletiva da categoria profissional do empregado, sendo arbitrária e ilegal.

A Instituição, ora Agravante, comunicou a dispensa do empregado, durante o período de estabilidade pré-aposentadoria, violando assim, direitos assegurados pela Norma Coletiva da categoria de professor.

Em virtude do ato praticado pela empregadora, sem alternativa, o professor ora agravado ingressou com ação em 21/12/2020 em face da Instituição, que foi distribuída sob o número 0101043-41.2020.5.01.0061, em trâmite na 61ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ.

Desde a data de sua dispensa, o professor também deixou de receber salários e demais benefícios que lhe eram concedidos. Portanto, é flagrante o desrespeito da empregadora ao DIREITO do empregado.

Como aquela ação fora ajuizada no período de recesso forense, o Douto Magistrado de plantão proferiu decisão nos seguintes termos “reputo inexistente qualquer das hipóteses excepcionais previstas no Ato Conjunto n. 2/2009, devendo a pretensão ordinária veiculada ser apreciada pelo juízo de origem. INDEFIRO, portanto, a

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medida de urgência pretendida. Expeça-se e-mail ao Advogado subscritor com cópia da presente decisão. Ciência ao juízo competente para prosseguimento como entender de direito.”

Ciente desta decisão por meio de e-mail enviado aos seus patronos, em 05/01/2021 o empregado impetrou mandado de segurança, distribuído sob o nº 0100015-90.2021.5.01.0000, em razão da ofensa a seu direito líquido e certo, se fazendo necessária aquela medida judicial, diante do indeferimento da tutela de urgência pelo Juízo da 21ª Vara do Trabalho/RJ, competente pela escala do plantão judiciário de 1º Grau, no período de recesso forense de 20/12/2020 a 20/01/2021.

Ocorre que, antes mesmo da decisão do mandado de segurança impetrado pelo empregado, em 14/01/2021 foi deferida a tutela antecipada requerida pelo empregado em sua ação de obrigação de não fazer, o que ocasionou a perda do objeto da ação mandamental.

Na decisão proferida em 14/01/2021 pelo Douto Juízo da 61ª VT/RJ, foi deferida a tutela pretendida pelo autor, nos seguintes termos:

“DEFIRO O REQUERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA PARA QUE A RÉ SE ABSTENHA DE DISPENSAR O AUTOR DURANTE O PERÍODO ESTABILITÁRIO, por presentes o perigo na demora e a verossimilhança da tese.

Inclua-se em pauta por

videoconferência, na forma do Ato Conjunto 06/2020, intimando-se as partes, que deverão acessar a sala virtual por meio de link a ser disponibilizado pela Secretaria.

(grifamos)

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Depois da referida decisão acima transcrita, o Douto Magistrado da 61ª VT/RJ complementou o despacho acerca do cumprimento da tutela, determinando a expedição de mandado à ré para cumprimento da decisão, sob pena de aplicação de multa única de R$ 10.000,00, incluindo que a “multa poderia ser revista, caso insuficiente ou excessiva”.

A Instituição empregadora deu prosseguimento ao processo de dispensa do professor Roy Reis Friede e realizou o depósito das verbas rescisórias.

Após a ciência da ré, o professor, por meio de seus patronos, direcionou um e-mail ao Departamento de Pessoal, assim como ao setor de Recursos Humanos de sua empregadora em 05/02/2021, disponibilizando o valor depositado em sua conta bancária a título de verbas rescisórias, para fins de cumprimento da decisão proferida.

Ocorre que, mesmo após a ciência da decisão e disponibilização para devolução dos valores das verbas rescisórias pelo empregado, A INSTITUIÇÃO SE HABILITOU NAQUELES AUTOS EM 08/02/2021 E NÃO REVERTEU A DISPENSA DO PROFESSOR, deixando clara sua intenção em não manter o contrato de trabalho do professor, violando, assim, os direitos do empregado.

Em sua peça de defesa naqueles autos, A EMPREGADORA NOVAMENTE CONFESSOU QUE RECEBEU A COMUNICAÇÃO DE ESTABILIDADE DO EMPREGADO EM DEZEMBRO/2019 (ID. 7e60974 - Pág. 10), chancelada pelo Sindicato da categoria profissional, mas, mesmo assim, tenta se esquivar de sua responsabilidade alegando que o empregado “tentou renovar seu período”, como se tamanhas falácias fossem suficientes para obstar o direito do empregado.

Na audiência realizada nos autos do processo 0101043-41.2020.5.01.0061 no dia 24/03/2021, o

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empregado narrou que a empregadora não havia cumprido com a decisão liminar e requereu a majoração da multa arbitrada.

Depois, em sua petição de réplica, o empregado reforçou seu pedido de majoração da multa aplicada, esclarecendo que a Ré formalizou a dispensa mesmo ciente da decisão da tutela e NÃO REINTEGROU O AUTOR EM SEUS QUADROS, privando-o do pagamento de salários e demais benefícios contratuais, descumprimento a decisão judicial.

Assim, diante do ato praticado pela empregadora, o Douto Juízo da 61ª VT/RJ, em acertada decisão, e, diante do descumprimento da tutela deferida, majorou a multa aplicada à Instituição empregadora, aplicando a multa para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), posto que, além da empregadora não se abster de dispensar o empregado, ainda optou por não cumprir a decisão considerando que poderia reverter a dispensa com o simples cancelamento do aviso prévio concedido ao empregado.

A Instituição empregadora impetrou o presente Mandado de Segurança, entretanto, mais uma vez não logrou êxito, sendo proferida a seguinte decisão pela Ilustre Desembargadora Relatora Carina Rodrigues Bicalho, que indeferiu a tutela pretendida pela empregadora, transcrevemos:

“Com efeito, pela leitura do processo originário, observo que o pedido inicial envolveu tutela de urgência visandouma obrigação de não fazer, porquanto, no momento da propositura da ação trabalhista, o contrato de trabalho ainda estava em vigor,considerando que o período do aviso prévio integra o contrato detrabalho para todos os efeitos legais, nos termo do artigo 487, §1ºda CLT e OJ 82 da SBDI-I do TST.

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Portanto, o pedido inicial é compatível com o momentoem que foi proposta a ação trabalhista, sendo razoável compreenderque a tutela, para ser efetiva, deveria se amoldar ao período emque fosse analisada pelo Poder Judiciário.

Alegar impossibilidade no cumprimento da tutela, naforma como proferida, é utilizar de subterfúgio literal paradescumpri-la. A decisão impugnada,

tal como consta, é

perfeitamenteentendível, não comportando grande esforço para sua fidedignacompreensão.

Se, durante o aviso prévio, a impetrante deveria seabster de proceder a dispensa, por óbvio que, a dispensa sendoconcretizada, ela é nula, comportando a reintegração do empregado,já que, em sede de cognição sumária, a probabilidade do direitopende em favor do litisconsorte, considerando que foi dispensadomesmo sendo portador de garantia provisória de emprego prevista emnorma coletiva.

Nesse aspecto, cito trecho da manifestação do Juízo impetrado, in verbis:

Com efeito, o documento Id. fed2a5c, acostadopelo Autor, demonstra que, em 12/12/2019, restavam dois anos,quatro meses e 26 dias para que o Autor pudesse aposentar-se.Desse modo, é fato que, em 09/12/2020, restavam menos de 24meses para a aposentadoria, de modo que o Autor detinha aestabilidade pré- aposentadoria prevista na norma coletiva.O fato de o Autor haver informado datas diversasde início do período estabilitário em nada muda seu

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direito,pois, caso a Ré o tivesse dispensado antes desse período, elenão estaria amparado pelo direito. Tampouco se vislumbra má-fédo Autor, tanto é assim que ele disponibilizou o documentoCNIS para que a Ré pudesse apreciar o seu requerimento, comose observa nos supostos e-mails acostados.

Além disso, épossível concluir que o próprio Autor tivesse dúvidas quanto àdata de aposentadoria, já que o CNIS demonstra que houve umrequerimento de aposentadoria anterior, indeferido.

Cabia à Ré, portanto, a análise do requerimento autoral e seu indeferimento, se fosse o caso. A Ré, na verdade, somentemanifestou interesse em dispensá-lo quando ele já estava no período estabilitário.

Por fim, não se poder deixar de destacar que odeferimento de tutela de urgência quando preenchidos os requisitoslegais visa, também, neutralizar os efeitos do tempo do processo em favor do autor da ação originária, fazendo com que o réu tambémtenha interesse na celeridade processual com a prolação de decisãofundada em cognição exauriente.

Destarte, em uma primeira análise não exauriente dofeito, não verifiquei teratologia no ato judicial impugnado pelo presente, mormente porque a decisão mandamus impugnada foi proferida em consonância com o ordenamento jurídico vigente e apósa análise da prova documental acostada aos autos que corrobora asalegações do litisconsorte.

Ausentes os requisitos previstos no artigo 300 do CPC, indefiro a medida liminar requerida.(...)” (grifamos)

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Nos autos do processo nº 0101043- 41.2020.5.01.0061, foi realizada audiência no dia 06/10/2021, onde apenas foi concedido prazo às partes para apresentação de manifestações das partes.

No Agravo Regimental ora interposto, a Instituição empregadora reproduz argumentos de sua defesa apresentada na ação ajuizada pelo empregado, com sua narrativa absurda e desprovida de embasamento legal.

2. DO MÉRITO

2.1. DA ESTABILIDADE PRÉ-APOSENTADORIA.

REITEGRAÇÃO. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. INÉRCIA DA EMPREGADORA/AGRAVANTE.

Não há que se considerar a possibilidade de reversão da tutela deferida nos autos do processo nº 0101043-41.2020.5.01.0061, bem como da decisão proferida nestes autos por meio do ID. 306ea48, posto que os documentos acostados aos autos comprovam a lesão ao direito e a gravidade da conduta da Instituição de Ensino empregadora, que ferem os direitos de estabilidade do professor Roy Reis Friede, ora terceiro interessado, até porque, repita-se, a dispensa do empregado é incontroversa.

Quanto aos pedidos formulados nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (nº: 0101043- 41.2020.5.01.0061) distribuída pelo empregado ora peticionante, cumpre esclarecer que ele, diante da comunicação acerca de sua dispensa, ajuizou aquela demanda no intuito manter vigente seu contrato de trabalho em seus exatos termos, assim como os demais benefícios que integravam a sua remuneração pelo prazo que perdurasse a

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proteção do emprego, ou seja, até sua aposentadoria integral.

Assim, após ser comunicado de sua dispensa, e antes mesmo de sua concretização com o pagamento dos haveres rescisórios, o empregado propôs a ação com pedido de tutela de urgência, para que a ré não o dispensasse e fosse mantido o contrato de trabalho em seus exatos termos, pelo prazo que perdurasse a proteção ao emprego, sob pena pagamento de multa, e, quanto mérito, a procedência da ação, para manutenção do emprego e condenação da empregadora ao pagamento de danos morais e honorários advocatícios.

Conforme já narrado, em 14/01/2021 foi proferida decisão naqueles autos, que deferiu a tutela pretendida pelo autor, nos seguintes termos:

“DEFIRO O REQUERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA PARA QUE A RÉ SE ABSTENHA DE DISPENSAR O AUTOR DURANTE O PERÍODO ESTABILITÁRIO, por presentes o perigo na demora e a verossimilhança da tese.

Inclua-se em pauta por

videoconferência, na forma do Ato Conjunto 06/2020, intimando-se as partes, que deverão acessar a sala virtual por meio de link a ser disponibilizado pela Secretaria.

(grifamos)

Depois da referida decisão acima transcrita, o Douto Magistrado da 61ª VT/RJ complementou o despacho acerca do cumprimento da tutela, determinando a expedição de mandado à ré para cumprimento da decisão, sob pena de aplicação de multa única de R$ 10.000,00, incluindo

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que, a “multa poderia ser revista, caso insuficiente ou excessiva”.

Contudo, a Instituição/Agravante deu prosseguimento ao processo de dispensa do autor e realizou o depósito das verbas rescisórias do professor.

Após a ciência da empregadora, o professor, por meio de seus patronos, direcionou um e-mail ao Departamento de Pessoal, assim como ao setor de Recursos Humanos de sua empregadora em 05/02/2021, disponibilizando o valor depositado em sua conta bancária a título de verbas rescisórias, para fins de cumprimento da decisão proferida.

Mesmo após a ciência da decisão e disponibilização para devolução dos valores das verbas rescisórias pelo empregado, A INSTITUIÇÃO SE HABILITOU NAQUELES AUTOS EM 08/02/2021 E NÃO REVERTEU A DISPENSA DO PROFESSOR, deixando clara sua intenção em não manter o contrato de trabalho do professor, violando, assim, os direitos do empregado.

A ação ajuizada pelo empregado foi clara, pois visava interromper o processo de dispensa do empregado para que fosse mantido o contrato de trabalho.

Portanto, em que pese os desesperados argumentos da impetrante, não há qualquer vício na decisão proferida pelo Juízo da 61ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, eis que, se a empregadora foi intimada acerca da impossibilidade da dispensa, uma vez que afrontou a decisão, estaria obrigada a reintegrar o trabalhador, não havendo que se falar em “tutela impossível”.

Cumpre ainda destacar que, no tocante à rescisão de contrato de trabalho, o ato jurídico só se torna perfeito com o pagamento das verbas rescisórias e entrega de guias ao trabalhador. Portanto, a simples comunicação de dispensa (aviso prévio) não possui o condão

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de confirmar a dispensa do empregado, que poderia ser facilmente revertida pela impetrante, caso assim o quisesse.

O Aviso Prévio é a comunicação feita por uma das partes (empregado ou empregador) sobre o rompimento do contrato de trabalho sem justo motivo, sendo exclusivo dos contratos por prazo indeterminado.

Após comunicado, o aviso prévio pode ser reconsiderado ou cancelado pelo empregador, caso haja a anuência do empregado.

Assim, a parte que comunicou a rescisão poderá notificar a outra parte de seu arrependimento e solicitar a continuidade do contrato de trabalho, nos mesmos termos que vigoravam anteriormente.

A legislação trabalhista protege e incentiva a continuidade das relações de emprego, portanto, é lícito o cancelamento do aviso prévio, desde que feito em comum acordo entre as partes, antes do término do respectivo prazo.

A impetrante optou por não cumprir a decisão proferida pelo Douto Juízo da 61ª VT/RJ, pois, se quisesse, poderia reverter a dispensa com o simples cancelamento do aviso prévio concedido ao empregado.

Em sua peça de defesa naqueles autos, A EMPREGADORA CONFESSOU QUE RECEBEU A COMUNICAÇÃO DE ESTABILIDADE DO EMPREGADO EM DEZEMBRO/2019 (ID. 7e60974 - Pág. 10), chancelada pelo Sindicato da categoria profissional, mas mesmo assim tenta se esquivar de sua responsabilidade alegando que o empregado “tentou renovar seu período”, como se tamanhas falácias fossem suficientes para obstar o direito do empregado.

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Acerca da majoração da multa, cabe ainda esclarecer que, após a ciência da decisão a empregadora não adotou as medidas para reversão da rescisão, portanto, a multa já era devida ao empregado.

Porém, A MULTA APLICADA NÃO FORA SUFICIENTE PARA A IMPETRANTE PROMOVER A REVERSÃO DA RESCISÃO, reintegrando o professor em seus quadros com o correspondente pagamento de salários e demais direitos contratuais.

Vejamos o que dispõe o artigo 537 do CPC, in verbis:

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.

§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:

I - se tornou insuficiente ou excessiva;

II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento.

(grifamos)

Deste modo, como a multa aplicada não fora suficiente para a empregadora promover a reintegração do professor Roy Reis Friede em seus quadros, com o pagamento de salários, bem como em virtude do patamar

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remuneratório, requereu, com fulcro no artigo 537 do CPC, a MAJORAÇÃO DA MULTA APLICADA, pois o valor determinado por aquele Douto Juízo não surtiu efeito de cunho punitivo à Instituição, que desrespeitou a decisão judicial.

Em consonância com o entendimento do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, a empresa empregadora tem amplo acesso aos assentamentos funcionais dos seus empregados e deles deve ter conhecimento.

O entendimento majoritário do Colendo TST é que cabe à empresa saber o tempo de serviço de seus empregados a fim de tornar eficaz o direito coletivo que aceitou.

Com base em decisão da Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), órgão unificador da jurisprudência das Turmas do TST, o relator do RR-11735-18.2014.5.15.0092 afirmou que o empregador tem o dever legal de resguardar a eficácia da cláusula coletiva a que se obrigou, em respeito à boa-fé objetiva daqueles que estão na iminência de adquirir o direito à estabilidade.

O que de fato importa é que, em 12/12/2019, o empregado comunicou ao seu empregador que se encontrava no período de 24 (vinte e quatro) meses que antecedem à sua aposentadoria, apresentando a referida comunicação ao seu empregador.

Além disso, o empregado também submeteu a comunicação ao Sindicato de sua categoria profissional, conforme comprova o documento ora anexado aos autos, devidamente assinado por ambos.

Destacamos ainda o seguinte julgado:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PRÉ- APOSENTADORIA. EXIGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO FORMAL AO EMPREGADOR. DISPENSA OBSTATIVA. O Tribunal Regional consignou expressamente que "embora a cláusula 23ª disponha em seu § 2º que

"Para que o empregado possa gozar do benefício previsto no "caput", obriga- se a dar conhecimento por escrito à Empresa por ocasião da data em que adquirir este direito,"tal disposição não é impeditiva de seu direito, pois o parágrafo não traz cominação para a falta de comunicação do empregado. O procedimento de despedida é conduzido pela empresa, à qual compete verificar eventuais garantias provisórias de emprego." Esta Corte tem decido que, constatado que o trabalhador estava próximo a se aposentar, não é razoável retirá-lo da proteção conferida pela norma coletiva sob a simples justificativa de não cumprimento da exigência de comunicação formal ao empregador. Desse modo, verificando-se que a decisão regional está em consonância com a atual, iterativa e notória jurisprudência desta Corte, o seguimento do apelo encontra óbice na Súmula 333 desta Corte e no art. 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento não provido.

(TST-AIRR-497-03.2012.5.02.0005, 6ª Turma, Des. Relator: AMÉRICO BEDÊ FREIRE, Publicado em 02/10/2015)

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Portanto, o mínimo que a Instituição empregadora deveria fazer seria submeter a questão ao seu setor de Recursos Humanos, para ciência quanto ao período de estabilidade e óbice à dispensa, mas ao contrário, a empregadora sequer veio a considerar que está violando o direito à estabilidade da Norma Coletiva.

Em razão do exposto, bem como pelo cálculo também conferido pelo SIMPRO-RIO, o prazo de estabilidade pré-aposentadoria do Professor Roy Reis Friede é de 02 anos a contar de 12/12/2019 conforme alínea "d" da Cláusula 29° do CCT da categoria, data base 2019, sem prejuízo do que determina a CLT.

A Agravante possui acesso a todas as informações sociais dos empregados, e, apenas ao acessar e conferir os períodos indicados no CNIS, poderia apurar o direito do empregado.

Insurge-se ainda o Agravado contra a alegação da Agravante de que não era detentor de estabilidade em dezembro/2019, pois, segundo ela afirma, ainda faltariam dois anos e quatro meses e 28 dias para ter o Agravado ter direito à aposentadoria, posto que, a Convenção Coletiva da categoria profissional, lhe confere garantia provisória de emprego, no período de 24 meses que antecedem à sua aposentadoria, e, como o autor foi dispensado em dez/2020, fora dispensado no período em que já detinha estabilidade.

A informação do empregado à sua empregadora acerca do período pré-aposentadoria fora devidamente cumprida pelo mesmo, e bastaria à impetrante apenas confirmá-la, ônus que lhe competia. Ao contrário, optou a empregadora por dar prosseguimento à dispensa imotivada do empregado, lesando seus direitos, principalmente num período de pandemia ocasionada pelo COVID-19, quando o empregado foi acometido pelo vírus.

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A Agravante foi NEGLIGENTE e OPTOU POR ASSUMIR OS RISCOS ADVINDOS DA DISPENSA DO OBREIRO, que, após anos de trabalhos prestados à Instituição, teve seu direito negado.

Quanto ao TRCT e verbas rescisórias quitadas, o empregado disponibilizou a devolução de tais valores à Agravante, conforme já esclarecido nos autos.

Além de ser incontestável que o empregado era detentor de estabilidade pré-aposentadoria, cumpre ainda destacar que ele, à época de sua dispensa, comunicou à empresa que estava acometido por doença, o que também não permitiria a rescisão contratual.

O empregado foi diagnosticado em meados de setembro/2020 com uma moléstia chamada RADIO PLEXOPATIA BRAQUIAL (SÍNDROME DE PARSONAGE-TURNER), devidamente comprovada de forma clínica e através de ressonância magnética (Tesla - Neurografia Especial), além de outras moléstias associadas na região escapular direita e nas conduções nervosas conforme Neurografia Comum.

Tal diagnóstico o conduziu à sua PRIMEIRA INTERNAÇÃO no hospital COPA STAR entre 26 e 30 de outubro/2020, durante a pandemia do COVID-19.

Após a internação, seguiu tratamento de infusão de Imunoglobolina (Hizentra), uma das espécies médicas de quimioterapia, o que ocasionou as licenças médicas entre 03/11 a 12/11 de 2020, 16/11 a 25/11 de 2020, 30/11 a 04/12 de 2020 e 07/12 a 21/12.

Em face das terríveis dores ocasionadas pela moléstia, e também como consequência do seu tratamento, o professor ROY REIS FRIEDE passou a tomar

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URBANIL (Ansiolítico) e MYTHEDON (Cloridrato de Metadona), o mais poderoso opióide existente no mercado que exige receita especial (Tarja Laranja), além de TRAMAL RETARD (Morfina) e AMYTRIL (Antidepressivo), conforme comprovam, além das receitas médicas anexas, a fotografia dos mesmos medicamentos em posse do Reclamante.

Como resultado das sessões de quimioterapia, teve reações adversas (efeitos colaterais).

Em face da debilidade do Obreiro em função do tratamento para estabilizar a sua moléstia e, sobretudo, as terríveis dores que o acometem (SÍNDROME DE PARSONAGE-TURNER), o mesmo foi acometido de COVID-19, razão de sua NOVA HOSPITALIZAÇÃO (pela nova doença), inclusive em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 1º/01 a 20/01 de 2021, e do tratamento pós COVID-19, que ocasionou duas novas licenças médicas entre 25/01 a 08/02 de 2021 e 15/03 a 21/03.

Até a presente data, o Obreiro ainda apresenta sintomas derivados da chamada SÍNDROME PÓS-COVID, como: opacidade nos ápices pulmonares; comprometimento de pouco menos de 25% do parênquima pulmonar; nódulos cálcicos e linfonodos calcificados; calcificações ateromatosas nas parietais nas artérias coronarianas; ANEMIA; ALÉM DE PNEUMONIA VIRAL EM INVOLUÇÃO, e também reações e hematomas persistentes em função da enorme quantidade de injeções de Anticoagulantes durante os mais de 20 dias de internação.

A necessidade de controle da doença pré-existente (SÍNDROME DE PARSONAGE TURNER), concomitante à internação por COVID-19 ensejou também a permanente infusão de substâncias químicas.

Não obstante toda essa vasta comprovação documental, fotográfica e de atestados e declarações dos mais diversos órgãos, hospital (COPA STAR),

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do próprio TRF-2 (onde, evidentemente, o ora Agravado foi licenciado por razões médicas), e de dois diferentes médicos Neurologistas e Clínicos-Geral conceituados, os patronos da ré, EM UMA EXECRÁVEL MANOBRA DE DESVIAR A ATENÇÃO DE VOSSA EXCELÊNCIA DA RAZÃO PRINCIPAL DA PRESENTE AÇÃO (A PRÉ-ESTABILIDADE), encaminharam telegrama aos médicos do empregado para que caíssem numa pretensa armadilha de substituir o necessário comparecimento do professor ao setor médico da empregadora (UNISUAM), exigência insuperável para a efetivação de sua demissão.

Ainda assim, o empregado se predispôs a continuar trabalhando na Instituição de Ensino.

Mais grave de tudo é que, DESAFIANDO A ORDEM DESTE EGRÉGIO TRT, a IMPETRANTE, utilizando de condenáveis manobras processuais que caracterizam sim LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, não vem cumprindo E JAMAIS VEIO A CUMPRIR a MEDIDA LIMINAR determinada pelo Douto Juízo da 61ª VT/RJ, deixando de pagar os salários a que o trabalhador tem direito por força de medida liminar exarada por aquele Juízo.

2.2. DA IMPUGNAÇÃO AOS NOVOS ARGUMENTOS ADUZIDOS PELA AGRAVANTE. INOVAÇÃO DA MATÉRIA EM GRAU DE RECURSO.

Cumpre ainda esclarecer que, a Instituição ora agravante, assim como procedeu nos autos do processo nº 0101043-41.2020.5.01.0061, em trâmite na 61ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro/RJ, agora inova, em tentativa desesperada, negando cumprimento da determinação judicial, quando passa a argumentar que o autor não faria jus à estabilidade, pois “estaria bem distante de se aposentar em razão da Reforma da Previdenciária, onde a

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aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria poridade foram extintas, garantindo para aqueles que já tinham direito adquirido a elas antes da vigência da EC nº103 as regras para a concessão daquelas aposentadorias, e, aos demais, a Reforma trouxe regras de transição para aposentadoria.”

Cabe destacar que os novos argumentos da reclamada acerca da Reforma Previdenciária de 2019 não afastam os direitos do autor, sendo mais uma vã e inócua tentativa frustrada.

Inicialmente, cumpre esclarecer que a Agravante contestou a ação principal nº 0101043- 41.2020.5.01.0061 e, após as manifestações do autor, ainda se manifestou em tréplica (ID. ceb8c4c), onde pôde combater todas as alegações expostas na petição inicial. Portanto, o que ela pretende agora é alterar sua matéria de defesa, com o simples objetivo de lesar o empregado.

Nos autos principais, a ré já havia protocolado defesa onde esgotou a matéria com a qual pretendia se defender. A matéria a ser debatida deve ser apresentada de uma só vez e nela concentrou os argumentos de resistência à pretensão formulada pelo autor, não podendo inovar sua tese de defesa neste momento.

Considerando a inércia da parte Ré, tem-se pela preclusão de apresentar novos argumentos e documentos após a apresentação de defesa, sendo devido o prosseguimento do processo com a desconsideração de qualquer argumento novo e manifestação posterior, até porque a Ré tinha total possibilidade de invocar tais argumentos em sua defesa, mas não o fez.

Cumpre ainda ressaltar que o mesmo problema processual ocorreu no Mandado de Segurança em comento, posto que, ao ingressar com a medida, a Agravante

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não apresentou tais argumentos relacionados à Reforma da Previdência, trazendo-os em seu recurso.

A Reclamada inova uma matéria que sequer foi ventilada em sua peça de defesa nos autos principais, bem como não foi aduzida ao impetrar o presente Mandado de Segurança, devendo tal tese ser completamente rechaçada.

Dispõe o artigo 611-A da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que lhe deu a Lei nº 13.467/2017, que a Convenção coletiva e o Acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei.

A interpretação harmônica da Norma Constitucional, que consagra o reconhecimento das normas coletivas e impõe como fundamentos da República os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, confirma a absoluta legitimidade da negociação coletiva.

Importante lembrar que a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) explicitou na CLT (artigos 611-A e 611-B) a prevalência do negociado sobre o legislado, respeitados os limites constitucionais.

Importante frisar que a Convenção Coletiva da categoria profissional do autor, os documentos previdenciários de ID. fed2a5c - Pág. 4 e o CNIS comprovam os requisitos dispostos no Instrumento Normativo para fins de aposentadoria e estabilidade.

A resilição do contrato de trabalho em comento violou frontalmente a garantia de emprego prevista na Cláusula 29ª, d, da Convenção Coletiva da categoria profissional do autor, sendo arbitrária e ilegal, razão pela qual a reclamada não pode dispensar o autor, devendo ser mantido o contrato de trabalho nos termos vigentes.

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Em que pese sua tentativa desesperada em afastar os direitos da parte autora, a decisão proferida em 01/10/2021 nos autos principais foi clara ao delimitar que a matéria afeta à Instância Superior não pode ser apreciada neste momento em 1º Grau. Afirmou-se, inclusive, que se a ré possui novos argumentos, deve apresentá-los perante a 2ª Instância. Transcrevemos:

“(...)

Nesse cenário, a ré renovou pedido de reconsideração a este Juízo de primeiro grau (petição de id. 2264c13), pretendendo novamente cassar a decisão antecipatória, sob a alegação de que esta não considerou o cômputo do tempo de serviço necessário à aposentadoria segundo as regras da mais recente

“Reforma da Previdência”, o que impactaria diretamente no direito vindicado, fazendo desaparecer a alegada estabilidade provisória no emprego.

Ocorre, porém, que a manutenção ou não da decisão antecipatória proferida por este Juízo de primeiro grau – e confirmada monocraticamente no mandado de segurança – constitui matéria que, neste momento, está afeta à instância superior. Assim, examinar a questão e eventualmente retirar a referida decisão do mundo jurídico, como pretende a reclamada, enquanto ainda pendente o julgamento do agravo regimental pela Subseção Especializada em Dissídios Individuais II, implicaria

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inegável e inadmissível usurpação de competência da instância superior.

Portanto, se a possui novos argumentos para sustentar sua resistência à pretensão do autor, deve aduzi-los perante a instância que, neste momento processual, exerce jurisdição sobre a matéria. Noutros termos, impetrado o mandado de segurança, que nesta Justiça Especializada faz as vezes de sucedâneo recursal para a impugnação imediata de decisões interlocutórias, a subsistência da decisão judicial atacada passa a ser matéria transferida à instância superior, enquanto ainda estiver pendente de julgamento o mandado de segurança e não for proferida decisão final de mérito que encerre a fase de conhecimento no primeiro grau.

Nesse sentido, portanto, é possível a aplicação analógica da norma contida no artigo 1.008 do CPC: “o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso”. Ora, se a manutenção ou a revogação da decisão atacada depende de julgamento pendente perante a instância superior, não cabe a este Juízo, em sede de nova cognição sumária, emitir pronunciamento judicial que possa produzir qualquer daqueles efeitos.

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Diante do acima exposto, visando a preservar a competência da Egrégia Subseção Especializada em Dissídios Individuais II, deixo de conhecer do novo pedido de reconsideração formulado pela ré.(...) (grifamos)

Mesmo ciente do insucesso da tentativa da Instituição-Agravante, o Agravado impugna os novos argumentos lançados pela Agravante, conforme expõe a seguir.

O cálculo relacionado à aposentadoria do autor foi conferido pelo SIMPRO-RIO. Portanto, o prazo de estabilidade pré-aposentadoria do Professor Roy Reis Friede é de 02 anos a contar de 12/12/2019, conforme alínea

"d" da Cláusula 29° do CCT da categoria, data base 2019, sem prejuízo do que determina a CLT.

Cabe ressaltar que, diferentemente do que sustenta a parte Agravante em suas razões, o empregado, ora agravado, já possuía sim, em 12 de dezembro de 2019 – data em que informou à Agravante que se encontrava na denominada PRÉ-ESTABILIDADE assegurada pela Legislação Trabalhista –, mais de 33 anos de tempo de contribuição junto ao INSS.

Em sua argumentação, a Agravante desconsiderou por completo o fato de o Reclamante ter obtido, em julho de 2014, Sentença Judicial – devidamente confirmada pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do RJ em novembro do mesmo ano - vide a Sentença e o Acórdão, Anexos 1 e 2) – que lhe assegurou o direito à contagem diferenciada do tempo de contribuição relativo ao período laboral de 08/03/1988 a 28/04/1995 (07 anos, 01 mês e 20 dias) prestado na condição de Professor – atividade que, até a entrada em vigor da Lei nº 9.032, de 29/04/1995,

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era considerada penosa – à Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá, conforme admitido pela Legislação Federal vigente à época do período trabalhado, aplicada pelo Douto Magistrado Federal julgador em suas razões de decidir.

“Isto posto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o pedido, extinguindo o processo com apreciação do mérito, na forma do art.

269, I do CPC, para declarar o direito do autor de ver o período de 09/03/88 a 28/04/95, durante o qual laborou como professor universitário junto à Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá, computado como tempo de serviço/contribuição, trabalhado sob o regime geral da previdência social, de forma diferenciada, mediante aplicação do fator de 1,17 e para condenar a parte ré [o INSS] à expedição da competente certidão, na forma da presente declaração e de acordo com a fundamentação desta sentença.(Processo nº 0007719-20.2014.4.02.5151/01, 9º Juizado Especial Federal/RJ). (Grifo nosso).

Com base no trecho ora transcrito, e aplicando-se o fator de conversão (1,17) determinado na Sentença proferida pelo 9º Juizado Especial Federal do RJ nos autos do Processo nº 0007719-20.2014.4.02.5151/01, movido pelo ora Agravante em face do INSS, os mencionados 07 anos, 01 mês e 20 dias (referentes ao período de 08/03/1988 a 28/04/1995) passam, para todos os efeitos legais, inclusive para a contagem de tempo de

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serviço/contribuição e para a obtenção da pré-estabilidade, a totalizar 08 anos, 04 meses e 06 dias. Assim, por força do restou judicialmente decido, o Agravante faz jus a um acréscimo de 01 ano, 02 meses e 16 dias.

Com efeito, ao tempo de contribuição deve ser acrescido o período especial determinado na aludida Sentença, algo que a Agravante desconsiderou totalmente em suas alegações.

A propósito, o próprio INSS, por meio do Ofício nº 1.851 (vide Anexo 4), datado de 09/03/2015, informou ao Juízo quanto ao cumprimento da decisão judicial relativa ao Processo nº 0007719-20.2014.4.02.5151/01.

Tal documento da Autarquia Federal faz expressa referência à Averbação de Tempo de Contribuição (ATC nº 17001180200032151, vide Anexos 5 e 6), justamente o tempo que deve, para todos os efeitos legais, inclusive para a chamada pré-estabilidade, ser acrescido.

Significa dizer, portanto, que não há qualquer dúvida, nos planos legal, judicial e administrativo, quanto ao direito do Agravado ao período adicional incidente sobre os anos trabalhados (de 08/03/1988 a 28/04/1995) como Professor na Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá.

Ademais, mesmo com o advento da Emenda Constitucional nº 103, de 12/11/19, o Agravado faz jus à pré-estabilidade, conforme previsto na regra de transição do art. 17 da EC nº 103, que, diferentemente do que parece alegar a Agravada, não exige o fator idade.

“Art. 17. Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data

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de entrada em vigor destaEmenda Constitucional e que na referida data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de contribuição, se mulher, e33 (trinta e três) anos de contribuição, se homem, fica assegurado o direito à aposentadoria [SEM O REQUISITO DA

IDADE] quando

preencher,cumulativamente, os seguintes requisitos:

I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e

II - cumprimento de período adicional correspondente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data deentrada em vigor desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35(trinta e cinco) anos de contribuição, se homem.

Ora, em 12/12/2019, data do protocolo do pedido de pré-estabilidade, o RECLAMANTE já possuía mais de 33 anos de tempo de contribuição, fazendo jus, portanto, à regra de transição do art. 17 da EC nº 103/19, que, repita-se, não exige o fator idade para efeito de aposentadoria.

Deste modo, os novos argumentos aduzidos pela parte Ré, mais uma vez, não prosperam.

2.3. DA INÉRCIA DA AGRAVANTE. NÃO CUMPRIMENTO DAS DECISÕES JUDICIAIS. CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.

A Agravante, até o presente momento, continua inerte. Portanto, HÁ MAIS DE 10 (DEZ) MESES que ela permanece violando os direitos do empregado, pois, não

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obstante TODOS OS ESFORÇOS E MEDIDAS JUDICIAIS MANEJADOS PELA MESMA, INCLUSIVE O PRESENTE MANDADO SEGURANÇA, TEREM SIDO INDEFERIDOS, em face da unanimidade de pensamento e interpretação dos fatos e do direito, a empregadora optou por não cumprir a decisão judicial.

Nota-se, portanto, que diversos julgadores que tiveram acesso aos autos verificaram, sem muito esforço, a completa e absoluta ausência de qualquer mínima razão que pudesse acudir a Instituição-Ré.

Não obstante a multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) imposta à empregadora pelo descumprimento da determinação pelo Douto Juízo de 1º Grau, e posteriormente duplicada para R$ 20.000,00 (vinte mil reais), passados mais de oito meses, a Agravante ignora solenemente uma ordem imperativa do Estado-Juiz (a Justiça do Tabalho), em uma situação fática que se aproxima muito a um deboche em relação à autoridade da jurisdição brasileira.

Não se trata apenas de negar ao Agravado um direito já antecipadamente reconhecido por dois desembargadores do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, que concluíram pela sua plena razão. De forma muito mais grave, o comportamento da agravante AFRONTA UMA ORDEM JUDICIAL, devendo ser, destarte, severamente punido para evitar uma pedagogia negativa que oriente todos os réus a simplesmente descumprirem, sem qualquer ônus, ordens judiciais de modo geral.

O prestígio e a credibilidade do Poder Judiciário são, neste momento, mais importantes até do que a própria ação e o seu conteúdo meritório, em que facilmente se percebe o pleno direito do empregado.

Nota-se aqui, por via de consequência, muito mais do que uma simples tentativa de não pagar ao

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empregado o que lhe é devido. Trata-se, sim, de um manifesto desejo de afrontar a autoridade do Estado-Juiz, fazendo acreditar que uma instituição de ensino possa simplesmente dar ordens ao Poder Judiciário ou ignorar suas determinações.

Resta notório o fato de que a multa aplicada não está sendo suficiente para a Agravante promover a reversão da rescisão, reintegrando o empregado em seus quadros com o correspondente pagamento de salários e demais direitos trabalhistas.

O Empregado/Agravado, além de não ser reintegrado ao trabalho, ainda está sendo privado do recebimento de seus salários mensais e demais benefícios de sua categoria profissional por todos os meses após sua dispensa. Nesse sentido, deve ser promovida a IMEDIATA REINTEGRAÇÃO E PAGAMENTO DE SALÁRIOS DEVIDOS DESDE A DATA DE SEU DESLIGAMENTO, bem como o pagamento da multa que já é devida.

A decisão judicial busca efetivar o reparo de um direito violado e garantir o equilíbrio do Estado Democrático de Direito. Para tanto, deve ser fielmente cumprida. Sua inobservância, aliás, configura, pelo menos em tese, crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal:

“Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.”

Nesta fase, esgotadas todas as medidas possíveis para a efetivação da ordem judicial, não resta alternativa senão requerer a este respeitável Tribunal a

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adoção de medidas mais severas para o efetivo cumprimento da decisão judicial desconsiderada pela Agravante.

Por ser escorreito o r. despacho que manteve a decisão agravada por seus próprios e jurídicos fundamentos, nesse diapasão, espera e requer o ora Agravado que seja negado provimento ao Agravo Regimental interposto.

3. CONCLUSÃO

Diante do acima exposto, o Agravo Regimental manejado pela Agravante não merece ser conhecido e provido, devendo permanecer incólume o r. despacho agravado. E, em assim agindo, estará este Egrégio Tribunal, uma vez mais, aplicando o melhor Direito e distribuindo a tão almejada JUSTIÇA!

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Rio de Janeiro, 08 de outubro de 2021.

TATIANA MALANQUINI HYGINO OAB/RJ 150.696

LUCIANO OLIVEIRA ARAGÃO OAB/RJ 83.650

(ASSINADO ELETRONICAMENTE)

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