Nutrição Ortomolecular e Fitoterapia
Prof. José Aroldo Filho
Prof M. Sc. José Aroldo Filho Nutricionista Mestre em Ciências Médicas FCM/UERJ Especialista em Nutrição Clínica - ASBRAN Pós-Graduado em Medicina Ortomolecular UVA Pós-Graduado em Fitoterapia - FGF Membro da Associação Brasileira de Medicina Ortomolecular - ABMO
DERMATOLOGIA E ESTÉTICA
ALOPECIA
ALOPECIA ANDROGENÉTICA (AAG)
A alopecia androgenética é a forma mais comum de perda de cabelos no sexo masculino e em idades
avançadas. Apesar de não haver conseqüências à saúde física, traz alterações da aparência, com conseqüências emocionais imensas, tendo impacto importante sobre a auto- estima e a personalidade do ser.
Muitos recursos são investidos em pesquisas, para melhorar o diagnóstico e, principalmente, para os tratamentos no
sentido de amenizar os sinais da alopécia ou, pelo menos,
retardá-la.
A alopecia androgênica é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em diidrotestosterona (DHT).
É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. Isso se deve à degeneração basofílica no terço inferior da bainha dos folículos anágenos. A destruição do tecido conectivo é responsável pela irreversibilidade do processo.
O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície. Em resumo, ocorre o encurtamento da fase
anágena, afinamento dos cabelos, duração aumentada da fase de repouso e diminuição da taxa de crescimento linear dos cabelos mais finos.
A incidência da alopecia androgenética é de cerca de 30% dos homens com mais de 30 anos e mais de 50% dos homens com mais de 50 anos.
Os objetivos do tratamento da AAG são aumentar a cobertura do couro cabeludo e retardar a progressão da queda.
Medidas gerais como exclusão do uso de medicações que podem causar ET, dieta balanceada, com ingestão adequada de proteínas e ferro, além de tratamento de outras desordens do couro cabeludo, como a dermatite seborreica, são importantes para o sucesso da terapêutica.
Controle de peso em pacientes obesas reduz a transformação periférica dos andrógenos, diminui a intolerância à glicose, aumenta SHBG e reduz testosterona livre, melhorando o perfil hormonal.
As medidas farmacológicas diferem entre os homens e as mulheres. Duas drogas destacaram-se por apresentar maiores evidências de resultados:
finasterida via oral e minoxidil tópico, ambas necessitando de uso crônico para resultados satisfatórios. Nenhuma delas restaura toda a perda
capilar.
Em estudos recentes da tricologia, vem sendo possível utilizar extratos de plantas naturais com resultados estéticos similares, ou até melhores, aos obtidos com medicamentos sintéticos.
Esses extratos, bloqueadores de DHT, apresentam muitas vezes até efeitos adversos nulos.
Exemplos são o extrato de palmeira Serenoa repens (Saw palmetto – prescrição exclusiva médica), extrato de Camellia sinensis (chá verde, que pela ação antifúngica ajuda a tratar micoses no couro cabeludo, intensificadoras da alopecia), extrato de Polygonum multiflorum (erva chinesa ho-show-wu) que (além de bloqueador do DHT, também apresenta ação antimicrobiana, além da a soja.
ALOPECIA AREATA
A alopecia areata (AA) é uma afecção crônica dos folículos pilosos e das unhas, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial com
evidentes componentes auto-imunes e genéticos. Determina queda dos cabelos e/ou pêlos, por interrupção de sua síntese, sem que ocorra destruição ou atrofia dos folículos, motivo pelo qual pode ser reversível.
A afecção pode iniciar-se em qualquer idade, havendo um pico de incidência entre os 20 e os 50 anos, sendo que 60% dos pacientes apresentam o primeiro episódio da doença antes dos 20 anos.
A alopecia areata compreende 2% das primeiras consultas dermatológicas no Reino Unido e Estados Unidos. A prevalência de AA nos Estados Unidos, entre 1971 e 1974, variou de 0,1% a 0,2% da população.
Alguns trabalhos estimam que cerca de 1,7% da população apresente pelo menos um episódio de AA durante a vida.
Em geral, os clientes relatam perda importante de cabelos e presença abrupta de área ou áreas alopécicas. A lesão característica da AA é uma placa alopécica lisa com coloração da pele normal atingindo o couro
cabeludo ou qualquer área pilosa do corpo.
NUTRIENTES DE APOIO À NUTRIÇÃO DO FOLÍCULO PILOSO
A. Aminoácidos isolados
Os aminoácidos mais utilizados no tratamento de alopecia são cistina, cisteína e taurina.
A cistina afeta de modo positivo os processos melanogenéticos,
contribuindo, dessa maneira, para manter a pigmentação de cabelos.
No que diz respeito à ceratogênese, a cistina parece modular a atividade, implicando em possibilidade terapêutica na alopecia androgênica. A
suplementação dietética de cistina parece produzir modificação
aminoacídica das ceratinas de cabelos. Dose usual de 25 a 100mg diários.
Outro aminoácido implicado é a cisteína que faz parte da
estrutura da queratina, sendo importante para saúde de pele, cabelo e unhas. Pacientes com queda acentuada possuem
frequentemente níveis reduzidos de cisteína sérica. Comumente utilizam-se doses de 200 a 600mg.
A taurina é implicada na proteção do folículo capilar, além de estimular o crescimento natural de cabelos. As doses de
estudos são contraditórias, de 50 a 250mg diários.
B.Silício
A associação de silício a colágeno hidrolisado parece ser
benéfico tanto para a estrutura de cabelos quanto de unhas, por estimular a síntese de proteínas fibrosas.
Recomenda-se em torno de 150mcg de silício ao dia.
C. Zinco
O sulfato de zinco é um inibidor da produção de DHT com eficácia
comprovada, não pela inibição da 5α-redutase mas por limitar o cofator Nicotinamida-Adenina-Dinucleótido-Fosfato (NADPH) necessário para a ação da 5α-redutase, diretamente envolvida na AAG. A incorporação do zinco é favorecida por um outro mineral, o cobre.
O zinco é um fator de crescimento de cabelos, e, em casos de deficiência de zinco, tem-se alopecia como um dos principais sinais, em especial
alopecia difusa.
Recomenda-se o uso de 15 a 30mg. Atentar-se À UL do elemento (45mg).
D.Ômega 3
Na alopecia androgênica, sugere-se que a liberação de
citocinas inflamatórias, como IL-1, parecem contribuir para a queda capilar.
O excesso de citocina pró-inflamatórias levam à
transformação de anágeno em telógeno, relacionados à alopecia areata.
Recomenda-se 1 a 3g de W3.
E.Biotina
A biotina é importante para o desenvolvimento do folículo piloso. Sua deficiência causa alopecia difusa e
despigmentação de cabelos.
A biotina pode prevenir a progressão da calvície, pois estimula a biossíntese capilar.