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Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC – SP MESTRADO EM SERVIÇO SOCIAL

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Academic year: 2018

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP

Paula Silva Leão

Interfaces: um estudo dos Núcleos de Estudo e Pesquisa do Programa de

Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC – SP

MESTRADO EM SERVIÇO SOCIAL

SÃO PAULO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP

Interfaces: um estudo dos Núcleos de Estudo e Pesquisa do Programa de

Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC – SP

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora

da

Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo,

como exigência parcial para obtenção

do título de MESTRE em Serviço

Social, sob a orientação da Profa. Maria

Lucia Rodrigues.

(3)

Banca Examinadora

_____________________________

Maria Lucia Rodrigues

_____________________________

Maria Carmelita Yazbek

(4)

DEDICATÓRIA

A Deus fonte de energia para realização desta;

A todos os pesquisadores de Serviço Social, ou não, que vislumbrem a arte do

(5)

AGRADECIMENTOS

A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo;

A Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES;

Ao Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social da PUC – SP;

Aos Núcleos de Ensino e Pesquisa do Programa de Estudos Pós – Graduados

em Serviço Social da PUC – SP;

A Profª Drª Maria Lúcia Rodrigues pela paciência, pelo rigor metodológico e

toda sua competência admirável;

Com Carinho especial agradeço a todos os Amigos de Jornada em nome das

queridas Ana Luiza Biazeto e Andréia de Conceição Siqueira e;

Aos companheiros do NEMES em especial aos Salutares, Marcia, Jayson e

Paulo;

A todos os Professores destacando o imenso aprendizado de vida que obtive

através das doces e poéticas falas de Maria Lúcia Martinelli, das importantes ressalvas

de Maria Carmelita Yazbek, do rigor e organização do conhecimento de Salma Tannus

Muchail;

A Querida Secretária Vânia pela dedicação incomparável...

Com Amor, aos meus pais, Amandio e Edite, ao fraterno Sandro, meus tios

Oscar e Dalva pela dedicação e apoio.

(6)

“Uma descoberta, seja feita por um menino na escola ou por um cientista trabalhando na fronteira do conhecimento, é em sua essência uma questão de reorganizar ou transformar evidências, de tal forma que se possa ir além delas assim reorganizadas, rumo a novas percepções”.

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SUMÁRIO

RESUMO... 8

ABSTRACT... 9

LISTA DE FIGURAS... 10

LISTA DE SIGLAS... 11

INTRODUÇÃO... 13

CAPITULO I: A PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL NA PUC – SP 15 CAPITULO II: O SURGIMENTO DOS NÚCLEOS DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL DA PUC SP... 38

2. 1 Os Núcleos de Pesquisa no Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social da PUC – SP... 45

CAPÍTULO III: A PESQUISA... 56

3.1 Análise de um Grupo de Reflexão sobre os Núcleos de Estudos e Pesquisa: A reflexão dos Alunos Participantes... 59

3.2 Análise dos depoimentos dos Coordenadores dos Núcleos... 74

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 86

BIBLIOGRAFIA... 90

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RESUMO

Esta dissertação de mestrado visou conhecer os Núcleos de Ensino e Pesquisa do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC – SP e suas contribuições para a formação profissional. Os Núcleos de Estudos e Pesquisa na PUC-SP fomentam a pesquisa no Serviço Social e são integrados pelos docentes e discentes dos cursos de pós-graduação e de graduação. A perspectiva desses núcleos tem sido a de incrementar a pesquisa, visando fundamentalmente à capacitação de recursos humanos para a atividade investigativa, tanto ao nível qualitativo, quanto quantitativo. Estudamos a trajetória histórica de implantação dos Núcleos de Estudos e Pesquisa em Serviço Social da PUC - SP e suas contribuições ao processo formativo dos alunos. Mapeamos os Núcleos de Estudos e Pesquisa em Serviço Social da Pós Graduação da PUC SP. Tivemos por objetivo norteador conhecer a história dos Núcleos para compreender a importância dos mesmos na formação de conhecimento para o Serviço Social. Criamos uma fonte de informações sobre os Núcleos. Realizamos um estudo sobre a produção dos Núcleos e repercussões na formação profissional dos alunos. Iniciamos este trabalho com pesquisa bibliográfica, buscamos as produções de Pesquisa no Serviço Social para visualizarmos a proximidade dos Núcleos não só com a pesquisa, mas procurando entender como isto contribui para a formação do profissional. Tivemos por base, leitura de anais, revistas, teses, dissertações, materiais disponibilizados on-line e documentos presentes na biblioteca da PUC SP e no Programa de Ensinos Pós Graduados em Serviço Social da PUC SP. A metodologia de pesquisa aplicada nesta dissertação esteve substanciada: no mapeamento dos Núcleos de Pesquisa em Serviço Social da Pós Graduação da PUC SP, para assim, compreender como eles funcionam, suas dinâmicas, trajetórias, produções e repercussões. Analisamos suas propostas investigativas e formativas; no levantamento de dados formais e informais sobre os Núcleos cadastrados, no estudo documental e bibliográfico dos Núcleos a partir do credenciamento do Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social; nas entrevistas com os coordenadores dos Núcleos de Ensino e Pesquisa em Serviço Social da PUC – SP e no Grupo Focal com integrantes dos Núcleos. Assim, fizemos análise dos discursos, concomitantemente analisando a Pesquisa no Serviço Social. Nas considerações finais aponta-se para o fato de que os Núcleos são espaços diferenciados de formação, mas que carecem de maior visibilidade de fomento.

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ABSTRACT

This dissertation aimed to know the Centers for Education and Research Program of Postgraduate Studies in Social Work at PUC - SP and its contributions to training. The Centers for Study and Research at PUC-SP foster research in social work and are integrated by teachers and students of post-graduate and undergraduate. The prospect of these cores has been to foster research, aimed primarily at training human resources for research activity, both qualitative and quantitative. We performed the historical trajectory and deployment of Core Studies and Research in Social Work at PUC - SP and his contributions to the educational process of students. We mapped the Centers for Study and Research in Social Service Graduate PUC SP. Our aim was to know the history of guiding cores to understand their importance in the formation of knowledge for social work. We create a source of information on Nucleus. We conducted a study on the production of nuclei and their effects on training of students. We started this work with literature, we sought the production of Research in Social Work to visualize the proximity of the nuclei not only in research but seeking to understand how this contributes to the professional training. We had a basic reading of annals, journals, theses, dissertations, materials available online and documents in the library at PUC SP and Programme of Postgraduate Teaching in Social Work, PUC SP. The research methodology applied in this thesis was substantiated: the mapping of the Centers for Research in Social Service Graduate PUC SP, thus, understand how they work, their dynamic trajectories, outputs and impacts. We analyze their proposals and investigative training, the survey of formal and informal data on Nuclei registered in documentary and bibliographic study of cores from the Accreditation Program Post - Graduate Studies in Social Work, in interviews with the coordinators of the Education Centers and Research in Social Work at PUC - SP and the Focus Group with members of the Nuclei. So we did discourse analysis, simultaneously analyzing the Research in Social Work. The final remarks pointing to the fact that the nuclei are differentiated spaces for training, but they need greater visibility into promotion.

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LISTA DE FIGURAS

Figura I: http://downloads.open4group.com/wallpapers/cores-em-espiral-157fb.jpg.

Acessado em 05/05/2010.

Figura II: “O Semeador”: disponível em:

http://aldeiasustentavel.ning.com/profile/RicardoBortolato . Acessado em 14/06/2010.

Figura III: “O Abraço de Amor do Universo” – Frida Khalo. Disponível em:

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LISTA DE SIGLAS

ABESS - Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social

ALAETS - Asociación Latinoamericana de Escuelas de Trabajo Social

ANDE - Associação Nacional de Educação

ANPEd - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação

APEOESP - Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CBCISS - Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais

CEDES - Centro de Estudos Educação e Sociedade

CELATS - Centro Latino Americano de Trabajo Social

CFESS - Conselho Federal de Serviço Social

CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa (até 1971) após esta data - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, cuja sigla se manteve.

CRESS - Conselho Regional de Serviço Social

DSC - Discurso

ENESSO - Entidade Nacional dos Estudantes de Serviço Social

ICCTI - Instituto de Cooperação Científica e Tecnológica Internacional

INCT - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Transnacional

ISSS - Instituto Superior de Serviço Social

JNICT - Junta Nacional de Investigação Científica e Técnica

MEC - Ministério de Educação e Cultura

MRE - Ministério das Relações Exteriores

NCA – Núcleo da Criança e do Adolescente

NEP - Núcleos de Estudos e Pesquisas

NEPSAS - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social

NEPFAM - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Família

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NEPI - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Identidade

NEMESS - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Questões Metodológicas em Serviço Social

NEMOS - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais

NEPSS - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Saúde e Sociedade

PCD - Programa de Capacitação Docente

PEC – PG - Programa de Estudante-Convênio de Pós-Graduação

PUC - Pontifícia Universidade Católica

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho procuramos conhecer os Núcleos de Estudos e Pesquisas do Programa de Pós - Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e suas contribuições no processo formativo dos alunos do curso.

O objetivo consiste em realizar um estudo dos Núcleos de Estudos e Pesquisas do Programa buscando revelar suas histórias e suas produções, conhecendo assim, suas propostas de formação profissional.

A presença dos Núcleos não dá apenas por uma mera exigência acadêmica. Gradativamente ela foi ganhando destaque pela qualidade e importância da discussão de temas e das produções correlatas a esses estudos. O Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social da PUC – SP é o primeiro da área e representa o aprimoramento do Serviço Social enquanto campo de investigação para a construção de conhecimento na área. A produção resultante das ações destes Núcleos oferece elementos capazes aprimorar a prática profissional e dar-lhe sustentação.

O Programa mantém em funcionamento 10 Núcleos de Pesquisa, com a participação de professores, alunos e profissionais; todos os Núcleos são consolidados e apresentam expressiva produção, além de manterem intercâmbios em nível nacional e internacional. Todos integram os grupos de pesquisa credenciados pelo CNPq e são assim nomeados: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Política Social: análise de conjuntura; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Identidade; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Criança e Adolescente; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Questões Metodológicas em Serviço Social; Núcleo de Estudos e Pesquisas de Família; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Profissão; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Saúde e Sociedade; Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ética e Direitos Humanos.

Aglutinaram-se eles, em torno de três linhas de pesquisas definidas pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC/SP, quais sejam:

 "Serviço Social: identidade, formação e prática”;

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 "Política social: estado, movimentos sociais e associativismo civil”.

Mantêm-se articuladas às áreas de concentração:

 "Serviço Social: fundamentos e prática profissional"

 "Serviço Social: políticas sociais e movimentos sociais".

No ano de 1998 a ficha de reavaliação encontrada no site da CAPES 1, informa que os núcleos de pesquisa ocupam centralidade na organização das atividades do Programa, e os seus diversos objetos de estudo vêm sendo contemplados na pesquisa propriamente dita, no conteúdo das disciplinas, nas publicações e nas atividades técnicas relacionadas às diversas áreas. O acúmulo de produções na área básica confirma a posição de liderança do Programa na área de Serviço Social no país, com visível penetração em nível internacional em termos de formação, pesquisa e produção intelectual.

O Programa mantém consolidadas suas áreas de concentração, as linhas de pesquisa, os projetos de pesquisa e objetivos, definidos a partir de 1998, na perspectiva de buscar consonância com o debate do Serviço Social contemporâneo, que toma como eixo central as novas configurações da questão social.

Para falar dos diferentes Núcleos de Estudos e Pesquisas presentes na PUC - SP foi necessário perpassar pela história da Pós-Graduação Brasileira em Serviço Social, que teve seu início nesta mesma universidade, adquirindo com o tempo, o caráter de excelência.

Destacamos alguns momentos da história da Pós-Graduação em Serviço Social, para assim, adentrar na história dos Núcleos e ver suas contribuições para a pesquisa no Serviço Social. Também realizamos entrevistas, oral e escrita com os Coordenadores dos Núcleos e Grupo Focal com alunos participantes dos Núcleos, além de extensa pesquisa bibliográfica, procurada em arquivos da internet e em material dos próprios coordenadores.

1CAPES:(http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/VisualizadorServlet?nome=33005010/032/2006_03

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CAPÍTULO I

“O acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave

para tudo o que veio antes e depois.” Walter Benjamim

A PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL NA PUC - SP

Figura I

A Pós – Graduação em Serviço Social na PUC – SP iniciou-se na década de 70, década esta em que a Política de Educação Brasileira se deparava com um enorme conflito. O que era tradicional era visto como negativo e o novo como garantia de mudança e melhoria.

Nos anos 50 e até o início da década de 60, a educação brasileira é, sobretudo, considerada um instrumento de mobilidade social. Neste sentido, além das funções de socialização e de formação, a educação deveria dar "status" aos indivíduos.

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Nesse período, o contexto mundial é caracterizado pela reestruturação social abalada pela Segunda Guerra Mundial, pelo fortalecimento do bloco socialista e pela configuração dos sistemas capitalistas e socialista em áreas definidas. Havia então uma preocupação com a legitimação da social-democracia, ameaçada pela ideologia fascista do passado e pelo socialismo soviético.

No Brasil, Florestan Fernandes (1972) caracteriza esse período pela passagem de uma ordem social, para uma ordem competitiva. Além disso, é um momento em que as idéias de democracia (mais populista do que liberal no Brasil) eram enfatizadas, e através delas pretendia-se diminuir o poder das oligarquias, fortificar a burguesia nascente e dar certa participação eleitoral às massas.

Surgia então uma sociedade mais aberta que emergia, mesmo a educação continuando a ter uma função decorativa de consolidar "status" sociais definidos por critério de origem socioeconômica, ela também passa a ser requerida como um instrumento de mobilidade social ascendente, sobretudo para as classes médias.

Também tem lugar a substituição de importações após a grande depressão mundial, quando ocorreu um rompimento com o modelo agroexportador. Daí resulta um estímulo considerável à industrialização de bens de consumo duráveis.

Nesse sentido, a educação tinha um papel importante no processo de legitimação pelo grau de abertura da sociedade. Uma sociedade em processo de industrialização e de democratização deveria mostrar um sistema de estratificação social mais fluído.

Diferente é o período posterior. Durante o governo autoritário, em vez de uma preocupação predominante dos estudos em mostrar alterações quanto a barreiras sociais menos rígidas, típica de uma ideologia democrática, a intenção era, sobretudo mostrar a possibilidade de rendimentos oferecida pela educação, ou seja, evidenciar os seus aspectos econômicos, típica de uma ideologia desenvolvimentista.

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Nesse período, mundialmente, há a consolidação do sistema capitalista monopolista em contraposição ao sistema socialista. Também esse momento é marcado pelo crescimento econômico surpreendente da Alemanha e do Japão no pós-guerra. Também a democracia liberal passa a ser substituída por Estados intervencionistas na esfera econômica.

No Brasil, esse período é caracterizado pela importância da intervenção do Estado na economia, visando a superação do subdesenvolvimento. Ocorreu uma industrialização progressiva e uma internacionalização da estrutura produtiva, aspectos já observados ao final da década de 50. O desenvolvimento era considerado enquanto modernização e, neste sentido, a inserção do país no mercado internacional era essencial.

Embora o modelo econômico de substituição de importações tenha se esgotado e o período 1963-67 tenha passado por baixas taxas de crescimento, a partir de 1968 começa uma nova fase de expansão que vai levar ao chamado "milagre econômico brasileiro". Neste quadro, delineia-se uma política educacional preocupada, sobretudo com a rentabilidade dos investimentos educacionais.

Frutos dessa política são a Reforma Universitária de 1968 e a Lei de Profissionalização do Ensino Médio de 1971, que se baseavam na constatação da deficiência de mão-de-obra qualificada necessária ao desenvolvimento econômico do país e da discrepância entre a preparação oferecida pelo sistema educacional e as necessidades da estrutura de emprego.

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No entanto, é importante destacar a política econômica e desenvolvimentista contida na Reforma Universitária, ou seja, a idéia de que a universidade revelava-se inadequada para atender às necessidades do processo de desenvolvimento e modernização que ocorria. Exigia-se, portanto, a racionalização das atividades universitárias (criação do departamento, do sistema de créditos, do ciclo básico), a fim de lhes conferir maior eficiência e produtividade, aspecto peculiar à análise econômica da educação.

A criação da pós-graduação no Brasil e o início das atividades de pesquisa na universidade são o resultado de uma política estatal que visava a modernização do ensino superior dentro de um projeto de desenvolvimento. Essa era então a função social da universidade: qualificar recursos humanos e produzir conhecimento científico e tecnológico, no sentido de permitir a expansão industrial brasileira.

Desta forma houve uma mudança na forma de legitimação possibilitada pela educação. Se anteriormente a mobilidade social resultante do acesso à educação expressava uma sociedade mais aberta e democrática, nas décadas de 60 e 70 a legitimação tem base mais econômica, ou seja, o importante é o papel da educação no desenvolvimento. O que importa nesse período é o crescimento econômico e menos a fluidez da sociedade.

No final da década de 70, a abertura política começa ao mesmo tempo em que se assiste o final do milagre econômico brasileiro. Neste período, a educação passa a ser considerada politicamente, em que se coloca sobretudo o seu papel na construção da cidadania. Trata-se de um momento de crise de legitimação do Estado, em que os movimentos sociais tiveram um papel importante no sentido de retorno à democratização do país. Há um aprofundamento da discussão sobre o papel das políticas sociais, das políticas públicas na construção da democracia e cidadania, ao lado dos avanços na democratização do país que culminaram com a instituição da anistia, a criação de novos partidos políticos e a realização das primeiras eleições diretas para governadores.

Também no contexto mundial foi o auge do desenvolvimento do Estado de Bem-Estar Social, sendo que a democratização passa também a ser muito enfatizada, devido à proeminência da queda do Muro de Berlim, que simbolizava o fim do socialismo.

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qual eram necessárias a ampliação do seu acesso, a democratização dos seus instrumentos de gestão e a sua autonomia, também lhe era requerida a função de contribuir para a autonomia do país.

Esta preocupação deve-se ao fato de um novo conceito de desenvolvimento colocado nesse período: apesar de o processo de internacionalização continuar em vigor, a aspiração de autonomia nacional se faz dominante através da necessidade de geração de conhecimento científico e tecnológico, tendo em vista a superação da dependência em relação aos países centrais. Neste projeto de autonomia, a competência científica e a consolidação da pós-graduação na universidade eram muito importantes, pois o ciclo completo de produção do conhecimento não podia ser dominado sem a pesquisa básica, geralmente realizada na universidade, embora a competência tecnológica e o papel da empresa nacional não tenham sido preteridos neste período.

Desta maneira, a educação traria para o indivíduo a sua cidadania no sentido tanto do acesso ao ensino como da sua participação nas diferentes esferas do poder, o que significaria, para a sociedade, uma maior democratização e também uma maior autonomia (através da capacitação científica da universidade), ou seja, a legitimação inspirada pela educação era mais de caráter político.

Faz-se importante destacar que é o campo universitário que sofre, ou não, a institucionalização da pós-graduação nos moldes de mestrado e doutorado, redefinidos e regulamentados em 1965 pelo Conselho Federal de Educação e reafirmada com a reforma universitária de 1968, que cria o credenciamento federal dos programas de pós-graduação e define a carreira docente com base nos graus de mestre e doutor. Nesse período, organizam-se os mais importantes programas de pós-graduação em educação no Estado de São Paulo, como os da PUC-SP, da Faculdade de Educação da USP, da UNICAMP e da Universidade Federal de São Carlos.

A criação da Pós-Graduação do Curso de Serviço Social e de outros cursos na PUC – SP se deu como conseqüência da preocupação do país com a formação e qualificação de docentes e pesquisadores efetivando-se nessa época uma política de institucionalização da pós-graduação no Brasil, para responder às demandas de ordem econômica, social e política. Neste mesmo período, ampliava-se a criação dos cursos de Serviço Social tanto nas universidades federais brasileiras, como nas instituições do eixo Rio - São Paulo.

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professoras Nadir Gouvêa Kfouri2 e Susana Aparecida da Rocha Medeiros3 ambas do Curso de Serviço Social e pioneiras na produção de diversos eventos no interior da profissão, responsáveis pela difusão e qualificação desta área no âmbito acadêmico nacional e internacional.

A implantação de um curso de Pós-Graduação em Serviço Social era entendida como medida fundamental para a inserção do Serviço Social na estrutura universitária, visando à capacitação do corpo docente da Escola e à formação de docentes e pesquisadores para a área do Serviço Social.

A importância de lembrar esses fatos históricos é observar a continua luta pelo aprimoramento profissional no Serviço Social. Na época em que o mestrado em Serviço Social na PUC – SP se implantava, não havia profissionais suficientes para o exercício da docência. Logo, se tornou premente o estabelecimento da dimensão investigativa na profissão, condição crucial para formação e qualificação profissional. Na procura de estruturar a profissão a Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social- ABESS apresentou, em 1965, um oficio a Diretoria do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura, sugerindo a institucionalização do Programa de Pós-Graduação.

Para entender a importância de muitos atores na história do Serviço Social, vemos a necessidade de relembrar que o Serviço Social passava da década de 60-70 por insatisfações em relação ao tradicionalismo da profissão, que começava a ganhar visibilidade nos primeiros anos da década de 60. Na América Latina, esse processo se cruza com expectativas de mudança desencadeadas com a Revolução Cubana, que alimentou a possibilidade histórica de construção de uma nova ordem societária no continente.

Esse quadro penetra mais diretamente no Serviço Social a partir da revisão crítica que processa nas ciências sociais em toda América Latina e, especificamente no Brasil, com a emergência da chamada Igreja Popular e a Teologia da Libertação, coma presença ativa do movimento estudantil. Este que fazia contestação do sistema educacional nas universidades, com o movimento de contracultura que rompe valores tradicionais e

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Formada na primeira turma da Escola de Serviço Social do Brasil, foi professora do Curso de Serviço Social no Instituto de Serviço Social e na PUC - SP, foi reitora, também na PUC – SP, por oito anos e até hoje é lembrada pela sua trajetória em defesa da cidadania e da democracia.

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dissemina, especialmente na juventude, novos comportamentos e a expectativa do compromisso com a transformação social.

Nesta ambiência social e política inicia-se o movimento de reconceituação do Serviço Social na América Latina, desencadeado pela ação da “geração 65”, (grupo formado no Seminário de Porto Alegre, tendo como alguns participantes: Seno Cornely, José Lucena Dantas, Herman Kruse, Maria Lucia de Carvalho da Silva). Esse movimento assumiu uma critica tanto à metodologia tradicional quanto à ideologia que lhe era subjacente, dando inicio a um processo de revisão do quadro referencial do Serviço Social. Podemos encontrar mais informações na dissertação de mestrado intitulada “Política Educacional e Ensino do Serviço Social no Brasil”, de Rosa Maria Ferreira Pinto (1984).

“(...), o ano de 1965 marca, para a maioria de seus analistas, a realização do primeiro evento público do processo de reconceituação do trabalho social latino americano, o qual vinha se gestando em vários pontos do Continente. E esse certame público se verificou em Porto Alegre, de 11 a 15 de maio (semana do Assistente Social) desse ano. Seus pioneiros passaram a ser chamados de “generación 65” em todo o continente. Ainda em 1965 foi fundada, no Panamá, com a presença de um professor desta Faculdade, a ALAETS (Asociación Latinoamericana de Escuelas de Trabajo Social). Esta, como única instância continental, fundou seu organismo acadêmico, o Centro Latino americano de Trabajo Social (CELATS). Ambas tiveram, e continuam tendo, enorme influência na política regional do trabalho social, em todos os países do Continente.” (Seno A. Cornely in: Revista Virtual Textos & Contextos, nº 1, nov. 2002.)

Reunidos em torno do questionamento às bases conservadoras do Serviço Social a “Geração 65” proporcionou à importação de modelos de intervenção, na defesa de um Serviço Social Latino Americano comprometido com um projeto de desenvolvimento para o continente que contou neste período com fatores de estímulo à pesquisa e produção de conhecimentos: exigência pela qualidade dos trabalhos científicos e o seu processo histórico de renovação.

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Textos & Contextos, nº 1 de novembro de 2002, relata um pouco da conjuntura que o Serviço Social vivia na década de 60. O autor relata os vários centros (Manizales, Belo Horizonte, Montevidéu, Buenos Aires, Concepción e Porto Alegre, entre outros), onde alguns grupos de assistentes sociais e estudantes constatavam o “artificialismo” e a ineficácia de alguns mecanismos importados da Europa ou dos Estados Unidos. De modo geral o Serviço Social atentava mais especificamente sobre os indivíduos “desajustados” buscando integrá-los ao sistema. Tratava-se de uma perspectiva à vida social, que segundo Cornely centrava-se nos indivíduos ou grupos, que para se “ajustarem” aos contextos sociais e políticos. O método funcionalista, de forte inspiração positivista, mostrava-se ineficaz a realidade vivida pelos assistentes sociais da época, onde um “sistema injusto gerava a maioria dos problemas que desajustavam grandes segmentos da população”, nas palavras de Cornely.

Estes grupos sentiam a urgente necessidade de intercambiar idéias entre si. E o grupo de Porto Alegre, tendo a Faculdade de Serviço Social da PUC - RS à frente e contando com o apoio do Sindicato dos Assistentes Sociais, do Conselho Regional de Assistentes Sociais e do Diretório Acadêmico, com o respaldo da então Secretaria do Trabalho e Habitação, promoveu o Seminário de Porto Alegre em 1965, compareceram neste, 415 assistentes sociais e estudantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

O autor relata que as teses vitoriosas exigiam um serviço social autônomo, de raízes latino-americanas, capaz de responder às nossas necessidades sociais. Foi o primeiro de uma série de encontros, denominados por Cornely de “conclaves” massivos, que periodicamente reuniam centenas de interessados, de um número cada vez maior de países da Região (o de Caracas, em 1979, atraiu mais de 1.700 assistentes sociais). Seus produtos acadêmicos foram amplamente socializados, destacando-se as edições do Centro Latinoamericano de Trabajo Social - CELATS, do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais - CBCISS, e das editoras ECRO e Humanitas, ambas de Buenos Aires.

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sexto da série que retornou a Porto Alegre em 1972. Cerca de 1.600 assistentes sociais, de quase todos os países do continente participaram desses eventos.

As primeiras expressões da renovação do Serviço Social estão consubstanciadas nos Documentos de Araxá (1967) e de Teresópolis (1970), publicados pelo CBCISS (então Comitê Brasileiro da Conferência Internacional de Serviço Social), que tiveram grande repercussão em toda a América Latina.

A implantação da Pós Graduação em Serviço Social não foi diferente ao conturbado momento que passava o Serviço Social enquanto profissão. GUELFI (2003), em tese que teve por título “Os autores e seus pensamentos: um estudo das concepções de serviço social na produção da pós-graduação da PUC - SP” relata os problemas iniciais do Programa, onde o processo de estruturação levou a reitoria da PUC - SP a conferir a alguns professores da casa o grau de professor - titular, reconhecendo-lhes o mérito de notório saber uma vez que não havia doutores neste ano. Posteriormente, ratificado a titulação pelo Conselho Federal de Educação.

No Serviço Social receberam a titulação: Helena de Iracy Junqueira; Nadir Gouveia Kfouri e José Pinheiro Cortez, em razão de seus currículos, produção científica, títulos obtidos e forte repercussão no interior da profissão.

A Pós-Graduação em Serviço Social inicia suas atividades acadêmicas na PUC – SP em 1971, mas só foi reconhecida em 1972 quando foi credenciada pelo MEC, com indicação da Profa. Dra. Suzana Aparecida da Rocha Medeiros para coordenar o Programa.

A experiência da implantação do Programa de Pós Graduação em Serviço Social foi citada por Nadir Gouveia Kfouri no I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1974, ao tratar da temática “Formação Profissional do Assistente Social”:

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legislação, podem ensinar em cursos de mestrado, doutores, e nós não tínhamos doutores de Serviço Social.” (Idem GUELFI 2003:69)

Percebemos nesta fala que até então o Serviço Social ainda não se apropriava devidamente da pesquisa cientifica e que o momento vivido pela Educação Brasileira também impulsionou a Reconceituação do Serviço Social juntamente com a criação da Pós Graduação.

O Programa de Pós-Graduação em Serviço Social foi estruturado com duração máxima prevista para dois anos, com seguintes objetivos:

“- preparar pessoal, em nível de especialização para o ensino e supervisão;

- desenvolver atividades de pesquisa com finalidades didáticas e de investigação cientifica;

- estimular a publicação de trabalhos de investigação;

- oferecer o grau de “Mestre em Serviço Social”(Regulamento do Curso de Pós Graduação em Serviço Social 1972/74, p.1).

Nesta nova proposta pretendia superar a metodologia tradicional presente na profissão desde as discussões do Movimento de Reconceituação, chegando ao consenso de se estabelecer duas áreas de formação: Teoria do Serviço Social e Programação em Serviço Social.

As alterações feitas foram significativas, incluindo mudanças nas áreas de concentração, no quadro de disciplinas oferecidas, nas exigências formais para a concessão do título e na seleção dos candidatos, estabelecendo-se como critérios a análise do Curriculum Vitae, a análise do Histórico Escolar, entrevista com professores por área de concentração e prova de língua estrangeira.

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“- Proporcionar a docentes, pesquisadores e profissionais de Serviço Social condições para o aprofundamento de um processo de reflexão critica e criativa, calcada e vivenciada na práxis, sobre os fundamentos do Serviço Social e os conhecimentos filosóficos e científicos que embasam a sua metodologia de ação;

- Oportunizar análise das políticas sociais brasileiras e do desempenho do Serviço Social nesse contexto, bem como estimular a elaboração de propostas alternativas;

- Conferir o grau de doutor em Serviço Social.”

(Regulamento do Programa de Doutoramento em Serviço Social da PUC SP aprovado pelo Conselho Universitário em Reunião realizada em 26/11/1980 p. 1).

Basicamente o Programa de doutorado em Serviço Social da PUC – SP veio responder a dois Núcleos Centrais de interesse cientifico:

“I. Preparar o profissional em Serviço Social no âmbito da política, planejamento e administração nas instituições públicas e particulares;

II. Responder as exigências da carreira docente na área, dada a expressiva expansão do ensino de mestrado no Brasil.”

(Regulamento do Programa de Doutoramento em Serviço Social da PUC SP aprovado pelo Conselho Universitário em Reunião realizada em 26/11/1980 p. 1).

A implantação do Dourado em Serviço Social na PUC – SP representava o esforço realizado para ampliar o espaço de conhecimento científico que se consolidou “na criação de condições favoráveis á reflexão sobre os problemas do Serviço Social, no sentido de aprofundar suas bases teóricas e metodológicas, bem como para incentivar a crítica e

formulação de políticas sociais adequadas á realidade brasileira.” (Programa de Doutoramento em Serviço Social da PUC SP aprovado pelo Conselho Universitário em Reunião realizada em 26/11/1980 p. 1).

(26)

a. “O Serviço Social frente aos modelos sociais, políticos, socioeconômicos e ás instituições responsáveis pela política social no Brasil;

b. O processo histórico do Serviço Social na realidade brasileira (ideologias, teorias, ação) a partir de 1936;

c. Relações das teorias do Serviço Social com questões filosóficas contemporâneas;

d. Abordagens metodológicas para a práxis do Serviço Social.”

De acordo com as normas, o Programa de Doutorado em Serviço Social e regras gerais de doutoramento da PUC SP, e também por seu regimento específico, estabelecia como critérios para admissão dos candidatos: ser aprovado por uma Comissão de Seleção a partir da avaliação do currículo, do projeto de pesquisa apresentado e proficiência em duas línguas estrangeiras.

A estrutura curricular assim seguia:

“Três cursos avançados nas áreas relacionadas aos núcleos básicos previstos pelo artigo 2º do Regimento (9 créditos);

Atividades programadas – sendo válida a participação dos alunos em Núcleos de Estudos e Pesquisa / NEP - (12 créditos);

Elaboração de Tese (12 créditos);

Dissertação de Mestrado (36 créditos)”

A estrutura curricular permitia que o aluno cursasse, no mínimo, dois dentre os cursos oferecidos pelo Programa, e outro de áreas complementares oferecido por outros programas de doutorado da PUC ou de outras instituições.

Na dissertação de mestrado de Irani Silva de Oliveira intitulada “Contribuição a um processo de avaliação do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da

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para a consolidação da Pós Graduação em Serviço Social em entrevista concedida pela Profa. Dra. Suzana A. R. Medeiros, em maio de 1981, quando mencionou as duas razões prioritárias para o surgimento da pós graduação em Serviço Social:

“- a formação do corpo docente para assumir as Escolas de Serviço Social, em período de expansão;

- a necessidade de dar respostas aos desafios postos pela realidades latino-americana que motivou a discussão dos caminhos teórico-metodológico seguidos pela profissão”.

(OLIVEIRA,1983:19)

Certamente, a implantação do primeiro curso de Mestrado na PUC-SP e dos demais cursos no país, intensificou a luta pelo reconhecimento do Serviço Social como área de conhecimento por parte das agências de fomento como a CAPES e CNPq.

Nesta época o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC-SP contava com o apoio de instituições financeiras do Ministério da Educação e Cultura recebendo bolsas de duas modalidades: Programa de Capacitação Docente - PCD, Demanda Social e, também, bolsas oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico – CNPq.

O quadro representativo da situação dos Programas de Pós-Graduação revela que o Mestrado de Serviço Social, em 1980, contava com 91 alunos matriculados, dos quais 38 contavam com bolsas de estudo, sendo 35 CAPES e três de outras instituições dados obtidos na Revista da Universidade Católica de São Paulo, Fascículo nº 100, Janeiro/Dezembro – 1981, p. 301-303, quadros 03 e 05.

Segundo o Regulamento reformulado do Programa (1981), o curso de Pós-Graduação em Serviço Social tinha como finalidade:

“- preparar professores e supervisores;

- desenvolver atividades de pesquisa com finalidade didática e de investigação cientifica;

(28)

mestrado, tendo em vista a elaboração das respectivas dissertações;

- estimular a publicação de trabalhos de investigação;

- proporcionar a atribuição, mediante regime didático - cientifico previsto neste regulamento, do grau de Mestre em Serviço Social, nas áreas de concentração: Teoria do Serviço Social e Programação em Serviço Social.” (Regulamento de 1981, pág 1)

De acordo com GUELFI (2003) até o ano de 1981 eram 57 os mestres titulados através do Programa de Pós-Graduação; tal demanda juntamente com a preocupação em aprofundar o nível da formação acadêmica dos docentes, levou o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social a refletir sobre a possibilidade de organizar o Doutorado. Desta forma em 1981, teve início o Curso de Doutorado em Serviço Social, dez anos após a implantação do mestrado, o primeiro da América Latina.

O Planejamento do curso teve inicio com a elaboração de um anteprojeto que percorreu as diversas instâncias da universidade para a discussão e análise. Assim relata Profª. Drª. Suzana Rocha Medeiros em 1984:

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NAGAMINE4 (1997) afirma que na medida em que a implantação dos doutorados foram concluídos, passaram a surgir as pesquisas autônomas dos professores doutores, aumentando o volume das que já vinham sendo desenvolvidas, desde a implantação de novos regimes de trabalho:

“O desenvolvimento da pesquisa na PUC-SP teve que vencer uma fase inicial de convencimento da administração e da própria comunidade universitária de sua visibilidade, assim como, vencer a necessidade da criação de uma cultura cientifica juntamente com a do ensino. Essa fase ocorreu simultaneamente com a da criação de algumas condições mínimas para a sua realização, como a expansão do regime de trabalho docente de tempo integral e parcial, a organização do Fundo de Apoio á Pesquisa e a implantação do sistema de bolsa-pesquisa. Obviamente, acabou também por vincular-se ao Programa de Capacitação Docente, tornando-se este um dos seus principais fatores de desenvolvimento, dado que os projetos de pesquisas surgiam, na sua maioria, em função da elaboração das dissertações e das teses para titulação dos docentes.” (1997: 160)

Ainda segundo o autor a partir da década de 80 as agências do governo federal que financiavam bolsas de estudo para capacitação docente e projetos de pesquisa, praticamente só para as instituições públicas de ensino superior, começavam a flexibilizar essa política, abrindo-se também para as universidades comunitárias. Essa abertura foi de grande importância para os Programas de Pós-Graduação e para o desenvolvimento da pesquisa.

“Contribuiu muito, para o convencimento dessa abertura, a política da Universidade de desenvolvimento da carreira do magistério e do regime de trabalho docente de tempo integral e parcial que sempre foi recebida ou negociada como esforço e a contrapartida da PUC SP nas parcerias com essas agências.” (1997: 160).

O autor também nos lembra que se no início, para esse apoio das agências de financiamento, havia, geralmente, a intermediação institucional, a tendência dos últimos

4 Atualmente Consultor Acadêmico da Consultoria Técnica de Apoio à Gestão Acadêmica (Consulteg) da

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tempos tem caminhado para o financiamento direto aos pesquisadores. A opinião de Nagamine é que isso se torna mais evidente com o surgimento dos núcleos ou grupos de pesquisa a partir da década de 80, que se tornam tão dinâmico que nem sempre as universidades têm tido condições de acompanhá-los e de dar-lhes o apoio necessário devido ao descompasso com a burocracia e a política de administração acadêmica.

Assim que foi aprovado o Recredenciamento do Programa de Pós Graduação em Serviço Social (1982) estavam na coordenação as Professoras Doutoras Maria do Carmo Brant Falcão e Ursula M. Simon Karsch (vice), que avaliaram ser necessário rever a estrutura do curso, que não respondia as questões postas pelo Serviço Social naquele momento.

“Percebemos, (...) que nosso Mestrado caminhava naquela linha tradicional dos cursos de aprofundamento por área: Administração em Serviço Social, Planejamento em Serviço Social etc, que acompanhava muito o currículo de graduação e não correspondia, necessariamente, ao momento vivido hoje pelo Serviço Social”. (BATISTA, Myriam Veras, in: Revista Serviço Social e Sociedade nº15, Agosto de 1984, p154-155).

O relatório avaliativo da área de Pós-Graduação em Serviço Social (período: 1987 / 1989), publicado pela Revista Serviço Social e Sociedade nº 38, e assinado por Iamamoto, Karsh, Araújo, elenca 10 encontros nacionais na década de 80 voltados para o debate das questões da Pós – Graduação, e projetos de pesquisa, bem como, a criação de dois organismos acadêmicos da ABESS (Coordenação de Pesquisa e Pós – Graduação, e Centro de Documentação e Pesquisa em Serviço Social e Política Social – CEDEPSS) dirigidos para pesquisa e Pós – Graduação. Os eventos representavam um estímulo á integração da Pós – Graduação em Serviço Social, quando procurou – se “romper o isolamento dos cursos em favor da troca de experiências, do intercâmbio de docentes, do balanço permanente do ensino e da pesquisa por parte de seus próprios protagonistas”.5

O processo de integração sistemática da Pós – Graduação em Serviço Social, desde 1984, evolui com o intercâmbio de docentes e pesquisadores, resultou de iniciativas de

5

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coordenadores dos programas em parceria com a Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social - ABESS, o que possibilitou o debate das questões cientificas tratadas pelo Serviço Social com filósofos, cientistas sociais e políticos, ampliando-se o diálogo da profissão com outras áreas do saber.

Assim, inicia-se em 1984 a implantação do primeiro Núcleo de Estudos e Pesquisas do Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social da PUC - SP: o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social.

Na mesma época o Programa estimulava o intercâmbio de docentes e promovia eventos no campo do ensino e da pesquisa. No âmbito internacional marcou presença ao firmar convênio com a Universidade das Nações Unidas (Tóquio – Japão) para desenvolver um projeto de pesquisa sobre o idoso, como parte de um estudo comparativo sobre a rede de apoio, em sete países do terceiro mundo: Índia, Zimbawe, Cingapura, Egito, Tailândia, Coréia e Brasil.

Outro fato importante na Pós Graduação de Serviço Social da PUC - SP foi ter realizado em 1987 um convênio com os Institutos Superiores de Serviço Social de Lisboa e Porto. O convênio se deu a partir do Protocolo de Intenções celebrado entre ela e o Instituto Superior de Serviço Social - ISSS de Lisboa, com o apoio financeiro da Cooperação Internacional CNPq / JNICT (Portugal), quando passou a desenvolver um Programa de Pós Graduação em Coimbra e Porto. Já os candidatos à Pós Graduação provenientes dos países da América Latina realizavam Mestrado e Doutorado na PUC SP financiados pelas bolsas PEC-PG / CNPq / CAPES / MRE, o que indicava o crescimento da procura dos cursos no país por alunos estrangeiros, representando a consolidação acadêmica na área.

(32)

A avaliação feita pela CAPES do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social para o período 1990-1991, sobre as mudanças implementadas no regimento proposto para o mestrado e doutorado, concluiu que:

“...ao buscar direcionar os objetivos do Programa ás especificidades da área no que se refere aos conhecimentos e ações do Serviço Social no âmbito das Políticas Sociais, trouxe maior dinamismo ao Programa e um maior envolvimento dos alunos e professores no direcionamento das atividades, bem como permitiu alcançar uma necessidade de rever e avaliar o processo de seleção bem como de normalizar as atividades programadas considerando sua importância no processo de formação acadêmica dos alunos do Programa. (Relatório do Programa de estudos Pós – Graduados em Serviço Social para o período 1990 – 1991: 8-9.)

O Programa Curricular, elaborado em 1990, apresentou como eixo central “o significado e direção do trabalho de Assistente Social na relação Estado sociedade (Relatório de visita ao Programa de Pós – Graduação para o credenciamento do curso de doutorado e recredenciamento do mestrado em Serviço Social junto ao Conselho Federal de Educação, CAPES, Brasília, Janeiro de 1992, p. 5.). Em sua organização acadêmica objetivava “proporcionar condições para o desenvolvimento da capacidade de estudo e pesquisa direcionados á análise crítica e criativa de:

“conhecimentos e ações desenvolvidas pelo Serviço Social frente ás exigências emergentes da sociedade;

políticas sociais e seus impactos sobre a população, em especial aqueles segmentos excluídos do acesso a bens, serviços e riquezas da sociedade;

propostas alternativas no âmbito do Serviço Social

docência como caminho e estratégia da formação profissional”( Idem., p.5-6)

Quanto ás alterações na organização acadêmica destaca-se:

(33)

concentração dos cursos de mestrado e doutorado. São eles: a construção do conhecimento no serviço social e as políticas públicas e necessidades sociais;

oferta de um conjunto único de disciplinas para os cursos de mestrado e doutorado;

distinção entre os dois níveis de ensino como momentos diferenciados de um processo de pesquisa: o mestrado enquanto momento alimentador de fundamentação teórica e apropriação do método de realização de realização da pesquisa; o doutorado como momento de aprofundamento da reflexão e produção de novos conhecimentos;

eliminação da exigência de disciplinas obrigatória, tornando todo elenco de disciplinas ofertadas em eletivas, tanto para o mestrado como para o doutorado.” ( Idem., p.6)

Conforme GUELFI (2003:97) é possível constatar que no período de 1987/1990 o Programa apresentou um salto qualitativo em sua produção acadêmica e na consolidação das linhas de pesquisa: construção do conhecimento no Serviço Social, políticas públicas e necessidades sociais.

Em 1992 o curso de doutorado da PUC SP foi credenciado e o de mestrado foi recredenciado, através do relatório de 30/01/1992 assinados pelas professoras Marilda Villela Iamamoto e Maria Lucia Mello. Posteriormente, o Conselho Federal de Educação encaminhou para apreciação do ministério da Educação o Parecer nº 416/93, referente ao Processo nº 23038.0031/91-14, aprovado em Sessão Plenária da Câmara em 05/08/93, com base no Relatório Técnico da Capes e no Relatório da Comissão Verificadora. Ao final do parecer o Relator da Câmara de Ensino Superior do CFE/MEC6 apresentou o conceito global como B+.

6

(34)

Em 1998 o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUC-SP contava com 71 alunos no mestrado e 54 no doutorado envolvidos em 23 projetos de pesquisa em andamento, dados encontrados no “Demonstrativo das Atividades de Pesquisa por IES”, CAPES: memória da Pós-Graduação, Síntese de Indicadores, outubro de 1999. No mesmo período foram produzidas 17 tese de doutorado e 28 dissertações de mestrado. Segundo a Ficha de Avaliação do Programa CAPES 1998/2000:

“O Programa vem assegurando um nível de qualidade compatível com o padrão de excelência da área básica. Vem privilegiando o desenvolvimento de estudos e pesquisas que contemplam o debate contemporâneo do Serviço Social, dando densidade teórica à produção da área. O aprofundamento de algumas temáticas e a produção de conhecimentos sobre a realidade indicam o dinamismo intelectual do Programa e a posição de referência que ocupa na área do serviço social. O quantitativo de teses e dissertações concluídas é bastante significativo, totalizando um resultado acumulado de 432 dissertações de mestrado e 101 teses de doutorado; a estes junta-se um volume expressivo de produções intelectual e técnica. Estão consolidadas a integração dos núcleos de pesquisa na estrutura do programa e a prática de intercâmbio institucional com IES no Brasil e exterior. Por outro lado, a implementação do pós-doutorado, a partir de 1999, é uma iniciativa que traduz o reconhecimento e a maturidade do Programa. Seu corpo docente tem bom nível de qualificação e apresenta regularidade na produção intelectual. O perfil geral do Programa, expresso na sua política acadêmica que prioriza a pluralidade, a interdisciplinaridade, a descentralização administrativa e a capacidade de produzir conhecimento sobre temas que atravessam a realidade social brasileira, revela a confirmação do seu padrão de excelência indicado nas avaliações anteriores.” (Parecer nº 416/93 da Câmara de Ensino Superior (CESU), aprovado em 05/08/93, enviado pelo Diretor-Geral do Conselho Federal de Educação, Sr José Oswaldo Feidel ao Reitor da PUC).

(35)

favorecendo uma significativa produção intelectual e técnica. As atividades de pesquisa estavam concentradas em nove núcleos de estudos e pesquisas sobre as seguintes temáticas: política social, movimentos sociais, identidade, criança e adolescente, seguridade social e assistência social, ensino e questões metodológicas em serviço social, marxismo, família e trabalho e profissão.

Estes núcleos aglutinaram-se em torno de três linhas de pesquisa, quais sejam "Serviço Social: identidade, formação e prática”, "Assistência Social e Seguridade Social" e "Política social: estado, movimentos sociais e associativismo civil”, articuladas às áreas de concentração "Serviço Social: fundamentos e prática profissional" e "Serviço Social: políticas sociais e movimentos sociais".

Ainda referente ao ano de 1998 a ficha de reavaliação, encontrada no site da CAPES, nos diz que os núcleos de pesquisas ocupam centralidade na organização das atividades do Programa, e que os seus diversos objetos de estudo vêm sendo contemplados na pesquisa propriamente dita, no conteúdo das disciplinas, nas publicações e nas atividades técnicas relacionadas às diversas áreas. O acúmulo de produções na área básica confirma a posição de liderança do Programa na área de Serviço Social no país.

O Programa mantém consolidadas suas áreas de concentração, linhas de pesquisa, projetos de pesquisa e objetivos, definidos a partir de 1998, na perspectiva de buscar consonância com o debate do Serviço Social contemporâneo, que toma como eixo central as novas configurações da questão social.

O acúmulo de produções na área básica confirma a posição de liderança do Programa na área de Serviço Social no país, com visível penetração em nível internacional em termos de formação, pesquisa e produção intelectual. Verifica-se que até 2001, o Programa registrou como resultado geral acumulado 464 dissertações de mestrado e 139 teses de doutorado defendidas. Os intercâmbios científicos, no Brasil e no exterior, contribuem para a consolidação da liderança deste Programa com padrão atual de excelência na área de conhecimento. O quadro docente, incluindo-se os pesquisadores, visitantes e os outros participantes é de expressividade nacional e internacional.

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foram: Superior de Serviço Social de Lisboa e Superior de Serviço Social do Porto. O Programa atinge com estes intercâmbios:

 41 titulações de mestres e 10 doutores no ISS/Lisboa;

 13 titulações de mestres e 03 doutores no ISS/ Porto;

 regulamentação da Profissão, reconhecimento do grau acadêmico e inserção de professores e pesquisadores na carreira científica;

 criação, em Lisboa, em 2001, do Centro Português de Investigação e História do Trabalho Social;

 estimulo a produção acadêmica;

 criação da revista institucional Intervenção Social e outras publicações, entre as quais principalmente a Coleção Estudos Comparados Brasil/Portugal, com duas edições até o momento.

 institucionalização de Cursos de Pós-Graduação em Serviço Social autônomos, nos próprios Institutos.

Atualmente há cursos de Pós-Graduação – ISSP / ISSL / I. S. Miguel Torga, tratando-se de convênio de fundamental importância para o avanço do Serviço Social português e para a consolidação da política de intercâmbio acadêmico - cientifico internacional.

Na Argentina o convênio ocorreu entre a PUC – SP e a Universidade Nacional de La Plata durante o período de Outubro de 1995 a Dezembro de 2001, que produziu o seguinte resultado:

 A titulação de 17 mestres e 12 doutores;

 A criação da revista institucional, Revista Escenários (La Plata – Aregentina), indexada e em circulação regular;

 Novas publicações no âmbito do Serviço Social, pois várias das dissertações e teses foram escolhidas para publicação pela Editora Espacio, de Buenos Aires;

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 A inserção dos docentes e pesquisadores da carreira científica;

 Institucionalização do Curso de Pós - Graduação em Serviço Social, de modo autônomo, pela Escola de Serviço Social da UNLA Plata; - (M/D);

 A consolidação de novas bases identitárias para o Serviço Social que em 2005 adquire um novo status acadêmico, passando ao nível de Faculdade.

A política acadêmica de intercâmbio e convênios tem sustentação nos Núcleos de Pesquisas que, muitas vezes, intermediavam a vinda de alunos e professores de outros países7.

7 Alguns Convênios Firmados: 1992 – Centro de Estudos Sociais de Coimbra, Portugal; 1993 – Instituto

(38)

CAPÍTULO II

“Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, e o máximo de sabor...” Barthes.

O SURGIMENTO DOS NÚCLEOS DE ESTUDOS E PESQUISA NO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS – GRADUADOS EM SERVIÇO SOCIAL DA

PUC - SP

Figura II

(39)

teórica do Serviço Social. Por gosto, assim também fizemos com a palavra Núcleo, primeiro o significado trazido pelo dicionário Michaelis (2001):

“nú.cleo sm (lat nucleu) 1 Biol Massa esferóide complexa, essencial à vida das células, e encontrada na quase totalidade das células dos seres vivos. 2 Miolo da noz, da amêndoa, do pinhão, de um caroço. 3 Massa de substância parda, no seio da substância branca do sistema nervoso central dos vertebrados. 4 Hilo do grão de amido. 5 Globo opaco que, segundo Herschell, forma o Sol e é rodeado de duas atmosferas concêntricas. 6 Parte interior e densa da cabeça de um cometa. 7 Parte central de um todo, parte central do átomo; centro. 8 O ponto principal, a parte essencial de uma coisa. 9 O melhor de qualquer coisa; escol, flor, nata. 10 Empório, a sede principal. N. atômico: região central do átomo, onde se acha concentrada a carga positiva. N. central: parte interna da Terra, abaixo da litosfera; pirosfera. N. colonial: povoação central nos trabalhos de povoamento de uma nova região. N. social, Sociol: foco ou unidade central que no seio da sociedade contém os germes de idéias, procedimentos ou ordens sociais novos. dim irr: nucléolo.”(pág. 622)

Depois, verificamos que etimologicamente a palavra Núcleo vem do latim Nucleu e que, a partir de 1762, era utilizada como “parte central ou coisa, sobre a qual os outros se aglomeram”.

Poderíamos associar vários destes significados aos Núcleos de Estudos e Pesquisas de muitas universidades. Mas, percebemos que o significado etimológico está muito relacionado com o objetivo dos Núcleos de Ensino e Pesquisa em Serviço Social da PUC – SP, uma vez que em nossa investigação constatamos o interesse dos alunos em participar dos grupos/núcleos para investigar e estudar uma temática específica co-relacionada à sua pesquisa individual e ao Serviço Social. Através da pesquisa de campo obtivemos, dentre as falas, uma que nos parece importante ressaltar:

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Programa os Núcleos de Estudos e Pesquisa estão credenciados e integram o regulamento do Programa. Com isso criou-se um outro rigor, conjuntural e estrutural para o Programa de Pós – Graduação em Serviço Social da PUC – SP. Não foi de inicio Núcleo, só passa a ser Núcleo, a partir de então. A partir da década de 90 ganha um outro estatuto; esses grupos já vinham fazendo seus estudos, suas reflexões, suas discussões, mas não tinham ainda a expressão de Núcleo. Com o credenciamento nós temos essa expressão, e a partir do reconhecimento do diretório de pesquisa do MEC é que então esses Núcleos passam a ter maior visibilidade. (Profª Drª Maria Lucia Rodrigues – Coordenadora do NEMESS – depoimento concedido em 25/05/2010).”

Em 1984 tivemos o início do Primeiro Núcleo de Estudos e Pesquisas do Programa de Pós-Graduação da PUC-SP: o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Seguridade e Assistência Social coordenado pela Profª Drª Aldaíza Sposati. Este foi um dos primeiros Núcleos de Estudos e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica e o primeiro do Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social. Conforme depoimento acima, descobrimos que os Núcleos não se iniciavam com o formato de Núcleos, mas como grupos de estudos e pesquisas e que havia diversidade de entendimentos sobre o significado dos Núcleos. Somente na medida em que as instituições de fomento foram ampliando sua relação com a universidade, priorizando a pesquisa, as Pós – Graduações fazem o mesmo. Era importante para o credenciamento a priorização da pesquisa conforme depoimento a seguir.

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A partir da fala da Profª Aldaiza vemos de que maneira foi surgindo a idéia da formação dos Núcleos no Programa de Estudos Pós – Graduados em Serviço Social da PUC – SP; dedicaremos o próximo item para a história cronológica destes Núcleos.

Importante ressaltar que somente em 1992 surge o Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, projeto desenvolvido no CNPq construído como base de dados que contêm informações sobre os grupos de pesquisa em atividade no País. O Diretório realiza censos bi-anuais e mantém uma base de dados corrente, que pode ser atualizada continuamente.

As informações contidas nessas bases dizem respeito aos recursos humanos constituintes dos grupos (pesquisadores, estudantes e técnicos), às linhas de pesquisa em andamento, as especialidades do conhecimento, os setores de aplicação envolvidos, a produção científica e tecnológica e aos padrões de interação com o setor produtivo. Além disso, cada grupo é situado no espaço e no tempo.

Os grupos de pesquisa inventariados estão localizados em universidades, instituições isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa científica, institutos tecnológicos e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais ou ex-estatais. Os levantamentos não incluem os grupos localizados nas empresas do setor produtivo.

No que se refere à sua utilização pela comunidade científica e tecnológica no dia-a-dia do exercício profissional, torna-se um eficiente instrumento para o intercâmbio e a troca de informações entre pesquisadores. É capaz de descrever os limites e o perfil geral da atividade científico-tecnológica no Brasil e de responder, com precisão e rapidez, quem é quem, onde se encontram, o que estão fazendo e o que produzindo recentemente. Neste sentido, também não deixa de ser um precioso instrumento de controle intelectual e acadêmico.

Sobre a importância dos Núcleos de Ensino e Pesquisa da Pós-Graduação em Serviço Social, as Profas. Myriam Veras Batista e Maria Lucia Rodrigues em artigo intitulado “A formação pós-graduada – scrictu senso – em Serviço Social: Papel do Pós-Graduação na formação profissional e desenvolvimento do Serviço Social” nos dizem:

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produção coletiva. Este esforço vem se materializando na constituição de núcleos de fomento à pesquisa que são integrados pelos docentes e discentes dos cursos de pós-graduação e de graduação. A perspectiva desses núcleos tem sido a de incrementar a pesquisa, visando fundamentalmente a capacitação de recursos humanos para a atividade investigativa, cobrindo a carência da área em termos de pesquisadores, tanto ao nível qualitativo, quanto quantitativo.” (Revista ABESS, n°5 – 1992:117)

Segundo Silva (2002), a área de Serviço Social encontra-se em crescimento, descentralização e amadurecimento, verificando-se a ampliação de convênios com instituições nacionais e internacionais, o aumento da produção intelectual, com destaque à produção técnica – e a tendência de expansão e fortalecimento dos grupos/núcleos de pesquisa.

De acordo com Iamamoto (2008) a ampliação da pesquisa é a principal base da produção de conhecimentos e da investigação no Serviço Social brasileiro. Ainda que prioritariamente alicerçada na pós-graduação, com núcleos de pesquisa consolidados, constata-se, hoje, a efetiva presença da investigação no ensino de graduação e de valorização da pesquisa no exercício profissional.

Acrescentamos aqui dados das apresentações de pesquisas nos congressos e produção bibliográfica do ano de 2009 pelo Programa de Ensinos Pós-Graduados em Serviço Social da PUC – SP, gráficos elaborado a partir dos Cadernos de Avaliação da

CAPES disponíveis no site:

Imagem

Figura II
Gráfico 1 - Produção Técnica do Programa de  Estudos Pós Graduados em Serviço Social da PUC -
Figura III
Gráfico 3 - Projetos de Pesquisa em Andamento com  Participação Discente e Financiamentos do  Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço

Referências

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