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Regularidade para equações quase lineares em conjuntos singulares degenerados

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Academic year: 2018

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a

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR ´A CENTRO DE CIˆENCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEM ´ATICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA

NARC´ELIO SILVA DE OLIVEIRA FILHO

REGULARIDADE PARA EQUAC¸ ˜OES QUASE LINEARES EM CONJUNTOS SINGULARES DEGENERADOS

(2)

NARC´ELIO SILVA DE OLIVEIRA FILHO

REGULARIDADE PARA EQUAC¸ ˜OES QUASE LINEARES EM CONJUNTOS SINGULARES DEGENERADOS

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departamento de Matem´atica da Uni-versidade Federal do Cear´a, como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica. Area de concentra¸c˜ao:´ An´alise.

Orientador: Prof. Dr. Gleydson Chaves Ricarte

(3)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca do Curso de Matemática

O47r Oliveira Filho, Narcélio Silva de

Regularidade para equações quase lineares em conjuntos singulares degenerados / Narcélio Silva de Oliveira Filho. – 2015.

34 f. : enc. ; 31 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Departamento de Matemática, Programa de Pós-Graduação em Matemática, Fortaleza, 2015.

Área de Concentração: Análise.

Orientação: Prof. Dr. Gleydson Chaves Ricarte.

1. Regularidade. 2. Estimativa universal. 3. Soluções de equações quase lineares. I. Título.

(4)
(5)

1

`

A minha fam´ılia.

(6)

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Narc´elio Silva de Oliveira e Ivanilde Lima de Oliveira por todo apoio e dedica¸c˜ao ao logo de minha vida acadˆemica.

Ao meu orientador do projeto de inicia¸c˜ao cient´ıfica e monografia Francisco R´egis Vieira Alves.

Ao professor Dr. Gleydson Chaves Ricarte pala orienta¸c˜ao.

Agrade¸co aos professores Dr. Jos´e F´abio Beserra Montenegro e Dr. Dami˜ao Junio Gonsalves Ara´ujo por terem aceitado participar da minha banca.

Agrade¸co aos professores Gleydson Ricarte, Luqu´esio, F´abio Montenegro, Jo˜ao Lucas, Alexandre, Alberto Maia e Jos´e Othon que contribu´ıram para o meu desenvolvi-mento em Matem´atica de qualidade.

Aos meus colegas de P´os Gradua¸c˜ao: Elaine, Diego Sousa, Diego Eloi, Wan-derley, Edson Gama, Edson Sampaio, Elano Caio, Daminana, Jo˜ao Luiz, Rui Brasileiro, Raimundo, Henrique, Marlon, L´eo Ivo, Gilson, Jos´e Eduardo, Renan Santos, Roger, Ra-fael Alves, Rodrigo, RaRa-fael Eufr´asio, Janniely, Renivaldo e Fabiana.

Agrade¸co tamb´em a quem n˜ao citei diretamente. Pe¸co desculpas, afinal a quan-tidade de pessoas quem devo agradecer ´e enorme assim como n˜ao sou nenhum computador fatalmente eu esquecerei de escrever alguns nomes, logo minhas sinceras desculpas.

`

A Andrea e `a Jessyca pela aten¸c˜ao, competˆencia e agilidade. `

(7)

RESUMO

Neste trabalho estudaremos uma nova estimativa universal para a continuidade do gra-diente de solu¸c˜oes para equa¸c˜oes quase lineares com coeficientes vari´aveis em conjuntos singulares degenerados que ser˜ao denotados por

S(u) :={X :u(X) = 0}.

O resultado principal deste trabalho revela que ao longo de S(u), u ´e assintoticamente t˜ao regular quanto as solu¸c˜oes das equa¸c˜oes com coeficientes constantes. Em particu-lar, ao longo do conjunto S(u), u tem um m´odulo de continuidade superior a baixa caracter´ıstica de continuidade de seus coeficientes. Os resultados s˜ao novos e mesmo no contexto de equa¸c˜oes diferenciais lineares onde se mostra que as solu¸c˜oes H1-fracas da equa¸c˜aodiv(a(X,u)) = 0 com osaij el´ıpicos e Dini-Cont´ınuos s˜ao realmenteC1,1

longo deS(u). Os resultados e as perspectivas deste trabalho promovem um novo entendimento sobre as propriedades de suavidade de solu¸c˜oes para equa¸c˜oes singulares, ou degeneradas, al´em de estimativas t´ıpicas sobre regularidade el´ıpticas, precisamente onde temos os atri-butos de difus˜ao do equa¸c˜ao do colapso.

(8)

ABSTRACT

We will study a new universal gradient continuity estimate for solutions to quasi-linear equations with varying coefficients at singular set of degeneracy:

S(u) :={X :u(X) = 0}.

Ourmain Theorem reveals that along S(u), u is asymptotically as regular as solutions to constant coefficient equations. In particular, along the critical set S(u) u enjoys a modulus of continuity much superior than the, possibly low, continuity feature of the coefficients. The results are new even in the context of linear elliptic equations, where it is herein shown that H1-weak solutions to div(a(X,u)) = 0, with a

ij elliptic and

Dini-continuous are actuallyC1,1− alongS(u) The results and insights of this work foster a new understanding on smoothness properties of solutions to degenerate or singular equations, beyond typical elliptic regularity estimates, precisely where the diffusion attributes of the equation collapse.

(9)

SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 9

2 PRELIMINARES . . . 11

2.1 Espa¸cos H¨older . . . 11

2.2 Condi¸c˜oes Extruturais . . . 13

2.3 Resultado Principal . . . 14

3 COMPACIDADE UNIVERSAL . . . 17

3.1 Aproxima¸c˜ao por Fun¸c˜oes Harmˆonicas . . . 17

3.2 Lema de Compacidade . . . 19

3.3 Aproxima¸c˜ao singular . . . 21

4 MELHORIA DA SUAVIDADE UNIVERSAL . . . 24

4.1 Melhoria da Suavidade Universal . . . 24

4.2 A Natureza do ”Scaling”da Equa¸c˜ao (1) . . . 25

4.3 Redu¸c˜ao ao Regime de Pequenez . . . 27

5 O RESULTADO PRINCIPAL . . . 29

5.1 A Demonstra¸c˜ao do Resultado Principal . . . 29

6 CONCLUS ˜AO . . . 32

(10)

9

1 INTRODUC¸ ˜AO

Neste trabalho vamos investigar o comportamento da continuidade local do gradiente de solu¸c˜oes ao longo do conjunto de zeros, para equa¸c˜oes el´ıpticas singulares ou degeneradas com coeficientes vari´aveis:

−div(a(X,u)) =µ (1)

em um dom´ınio Ω Rn, com n 2, onde µ´e uma fun¸c˜ao de medida finita ou de massa total |µ| < +. O modelo para a classe de equa¸c˜oes que tratamos neste trabalho ´e a equa¸c˜ao n˜ao-homogˆenea p-laplaciano com coeficientes vari´aveis

−div ζ(X)|∇u|p−2Du=µ (2)

ondeζ ´e limitada ao longo de 0 at´e + e satisfaz as hip´oteses de continuidade, para ser espec´ıfico, as hip´oteses de continuidade em (9). A equa¸c˜ao (2), ou mais geralmente, a equa¸c˜ao (1) aparece em v´arios contextos, pois representam a lei quase-linear anisotr´opica para difus˜ao. A existˆencia e as propriedades da fina regularidade de solu¸c˜oes para equa¸c˜ao (2) tˆem sido objeto de estudo em massa atrav´es do ´ultimo meio s´eculo. Sua an´alise matem´atica ´e um pouco mais complexo do que para o caso linear (p= 2), principalmente devido ao seu comportamento singular ou degenerado ao longo do conjunto do gradiente de zeros, ou seja, os pontos cr´ıticos ( pontos singulares) deu:

S(u) = {X Ω;u(X) = 0} (3)

No caso em que 0< p <2 os coeficientes da equa¸c˜ao (2) podem explodir no pontoX0 ∈S

ou degenerar no caso em que p > 2. Tais caracter´ısticas podem impulsionar efeitos de suaviza¸c˜ao menos eficientes da difus˜ao do operador e da teoria regularidade de solu¸c˜oes fracas a equa¸c˜ao (2), tornando-se assim um problema de matem´atica um pouco desafiador. O primeiro grande resultado na ´area ´e devido ao Uraltseva, que provou em [17], para o caso degenerado ondep2 que as solu¸c˜oes homogˆeneas das equa¸c˜oes p - harmˆonicas:

−∆pu:=div |∇u|p−2u= 0, (4)

s˜ao localmente de classe C1,αp para algum expoente 0 < αp <1. Uhlenbeck, fez em [16]

outras extens˜oes. Uma estimativa similar foi estabelecida para o caso 1< p < 2 em [1] e [8]. Al´em disso, ´e bastante interessante observar que as solu¸c˜oes fora do conjunto singular, as fun¸c˜oesp-harmˆonicas s˜ao de fato fun¸c˜oes reais anal´ıticas suaves. Tal conclus˜ao decorre da teoria regularidade el´ıptica padr˜ao. Contudo, o resultadoC1,αp

loc que obtemos para esse

tipo de situa¸c˜ao ´e ideal, pois em geral, fun¸c˜oes p-harmˆonicas n˜ao s˜ao de classe C2, nem

(11)

10

´e ainda mais interessante, quando consideramos a continuidade dos coeficientes de ζ(X) em (2). A teoria correspondente parap= 2 em (2) remonta a teoria cl´assica de Schauder (estimativas a priori) que afirma que as solu¸c˜oes da equa¸c˜ao:

−div(aij(X)∇u) = 0, λId≤aij ≤ΛId, aij ∈C0,α, (5)

s˜ao localmente de classe C1,α. Este ´e um resultado, ´otimo. Claro que se a

ij ∈ C0,α a

literatura para teoria da regularidade para equa¸c˜oes da forma (5) nos d´a que as solu¸c˜oes n˜ao s˜ao mais suaves queC1,α. Al´em disso, podemos ver em [9] que a continuidade de aij

n˜ao ´e suficiente para assegurar a limita¸c˜ao do gradiente de solu¸c˜oes. A teoria geral da regularidade para equa¸c˜oes com coeficientes vari´aveis em (1) tornou-se acess´ıvel apenas muito recentemente, atrav´es de uma teoria do potencial n˜ao-linear bastante sofisticada veja [4,7,12,14]. Os resultados dos trabalhos mais recentes ´e uma teoria completa para equa¸c˜oes quase lineares como em (1). Em termos de propriedades do potencial n˜ao linear deµem (1) (chamado potencial n˜ao linear de Wolff) onde h´a a continuidade dos coefici-entesX a(X,·). Al´em disso, se o campo vetorial a tem os coeficientes C0,ε,parap2

ent˜ao,

−div(a(X, Du)) = 0 implica que hCloc1,ββ < 2ε

2 , (6)

No cap´ıtulo 3 esporemos um m´etodo de compacidade que garante a apro-xima¸c˜ao na norma L2 entre o espa¸co das fun¸c˜oes harmˆonicas e o conjunto das solu¸c˜oes da equa¸c˜ao de Poisson

∆u=f (7)

com a normakfkL2 pequena. Al´em disso, comentaremos sobre a regularidade

C1,α para as solu¸c˜oes fracas de

Div(aij(X)∇u) =f(X) em B1 (8)

sob a hip´otese de algumas condi¸c˜oes que ser˜ao expostas na se¸c˜ao 2 do cap´ıtulo 3. Ainda no cap´ıtulo 3, exporemos um lema de compacidade universal que ter´a um papel fundamental na demonstra¸c˜ao do resultado principal. J´a no cap´ıtulo 4 exporemos um resultado que fornece uma aproxima¸c˜ao C1,αM para fun¸c˜oes suaves perto de uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao

(12)

2 PRELIMINARES 2.1 Espa¸cos H¨older

Nesta se¸c˜ao do cap´ıtulo, faremos uma breve descri¸c˜ao sobre os espa¸cos de H¨older. Come¸cemos descrevendo a continuidade de H¨older que ´e basicamente uma medida quantitativa de continuidade e, ´e bastante apropriada para o estudo de equa¸c˜oes diferenci-ais parcidiferenci-ais. Na verdade, esse estudo sugere uma amplia¸c˜ao dos espa¸cosCk, α(Ω)Ck(Ω),

onde

Ck(Ω) ={u: ΩR:Dγu ´e cont´ınua em Ω para todo |γ| ≤k}.

Como Ω ´e aberto, fun¸c˜oes em Ck(Ω) (e suas derivadas) n˜ao precisam ser limitadas em

Ω, por isso n˜ao podemos adotar a norma do sup para transformar Ck(Ω) em um espa¸co normado. Mas sabendo que fun¸c˜oes limitadas e uniformente cont´ınuas em Ω possuem uma ´unica extens˜ao cont´ınua para ¯Ω podemos considerar o espa¸co

Ck( ¯Ω) ={uCk(Ω) :Dγu ´e uniformemente cont´ınua em Ω para todo |γ| ≤k}

com a norma kukCk( ¯Ω)= max

|α|≤kkD αu

kL∞(Ω).

Defini¸c˜ao 2.1 Os espa¸cos de H¨older Ck,α(Ω) ao subespa¸cos de Ck(Ω) consistindo de fun¸c˜oes cujas derivadas parciais at´e a ordem k s˜ao todas α-H¨older cont´ınuas em, ou seja,

Ck,α(Ω) ={uCk(Ω) : Dγupara todo|γ| ≤k}.

Definimos tamb´em

Ck,α( ¯Ω) ={uCk( ¯Ω) : DγuCα(Ω) para todo|γ| ≤k}

e consideramos a norma

kukCk,α( ¯Ω)=kukCk( ¯Ω)+ max

|γ|≤k[D γu]

(Ω),

onde

[Dγu]Cα(Ω) = sup X,Y∈Ω

X6=Y

|Dγu(X)Dγu(Y)| |XY|α .

Observa¸c˜ao 2.1 Os espa¸cos de H¨older Ck,α(Ω) s˜ao subespa¸cos de Ck(Ω) consistindo de fun¸c˜oes cujas derivadas parciais at´e a ordem k s˜ao todas α-H¨older cont´ınuas em, ou seja,

(13)

12

O seguinte teorema ser´a utilizado na demonstra¸c˜ao do Lema de compacidade no cap´ıtulo 4.

Teorema 2.1 (Arzel´a-Ascoli) Seja {fn:K →R}nN uma sequˆencia de fun¸c˜oes defi-nida em um compactoK Rn. Assuma que exista uma constante M tal que|fn(x)| ≤M para todonNe para todoxK . Al´em disso, assuma que a sequˆencia{fn :K R}

n∈N ´e equicont´ınua em todo ponto deK . Ent˜ao existe uma subsequˆencia que converge

unifor-memente em K .

Proposi¸c˜ao 2.1 Se u: Br R ´e C1,α na origem, ent˜ao existe um polinˆomio de grau 1 tal que

|u(X)ℓ(X)| ≤C|X|1+α, para alguma constanteC > 0.

Demonstra¸c˜ao: Sendo u de classe C1,α na origem temos, por defini¸c˜ao, que existem as fun¸c˜oes ∂x∂u1, ...,∂x∂un :Br Re u,∂u

∂xi s˜ao C

α na origem, ou seja,

|u(X)u(0)| ≤C|X|α e

∂u

∂xi(X)− ∂u ∂xi(0)

≤C|X|α para todo X ∈Br.

Por outro lado, a f´ormula de Taylor com resto de Lagrange nos permite escrever

u(X) =u(0) +u(θX)·X, para todo X Br,

e para algum θ (0,1). Agora, definindoℓ(X) :=u(0) +u(0)·X temos que

|u(X)ℓ(X)| = |(u(θX)− ∇u(0))·X|

≤ k∇u(θX)− ∇u(0)k · kXk

= max

1≤i≤n

∂u ∂xi

(θX) ∂u

∂xi (0)

kXk

≤ CkθXkαkXk

≤ CkXk1+α,

onde estamos considerando a norma do m´aximo. Lembre-se que em um espa¸co de di-mens˜ao finita, qualquer duas normas s˜ao equivalentes.

Proposi¸c˜ao 2.2 Se u : Br R ´e de classe C2,α na origem, ent˜ao existe um polinˆomio

de grau 2 tal que

|u(X)℘(X)| ≤C|X|2+α, para todo X Br.

Proposi¸c˜ao 2.3 Temos por defini¸c˜ao queDγuna origem para todo |γ| ≤2. Assim, temos que

∂2u

∂xi∂xj(X)− ∂2u ∂xi∂xj(0)

(14)

13

Usando a f´ormula de Taylor com resto de Lagrange temos

u(X) = u(0) +u(0)·X+1 2X

tD2u(θX)X, para todo X

∈Br,

e para algum θ (0,1). Ent˜ao, definindo ℘(X) := u(0) + u(0)· X + 12XtD2u(0)X

obtemos

|u(X)℘(X)| =

1 2X

t(D2(θX)

−D2u(0))X

≤ 12kXk2kD2u(θX)D2u(0)k

= 1 2kXk

2 max

1≤i,j≤n

∂2u ∂xi∂xj

(θX)

2u

∂xi∂xj

(0)

≤ 12kXk2·CkθXkα

≤ C0kXk2+α.

2.2 Condi¸c˜oes Extruturais

Iniciamos esta se¸c˜ao comentando as condi¸coes extruturais que ser˜ao usadas ao longo deste trabalho como uma premissa padr˜ao a respeito da equa¸c˜ao (1). Al´em disso, tamb´em vamos expor alguns resultados pertinentes a este trabalho satisfazendo tais condi¸c˜oes estuturais sem a peocupa¸c˜ao de demonstra-los. Desse modo, consideremos

a: Ω×Rn Rtal que:

|a(X, ξ)|+|∂ξa(X, ξ).ξ| ≤Λ.|ξ|p−1; λ.|ξ1|p−2.|ξ2|2 ≤ h∂ξa(X, ξ1).ξ2, ξ2i;

|a(X, ξ)a(Y, ξ)| ≤Λeω(|XY|).|ξ|p−1.

(9)

Ondep, λ,Λ,Λ s˜ao constantes positivas tais que 2e 1

n < p, 0< λ≤Λ <+∞

e Λe 1. Al´em disso, vamos incluir um parˆametro s 0 com o objetivo de distinguir equa¸coes singulares/degeneradas de equa¸c˜oes n˜ao singulares/n˜ao degeneradas. Em nossa motiva¸c˜ao principal optamos por trabalhar no caso singular/degenerado, caso em que

s = 0 Inicialmente, lembremos que para equa¸c˜oes com coeficientes contantes, i.e, ω 0, podemos simplesmente escever:

−div(a(h)) = 0 (10)

Al´em disso, j´a sabemos da literatura que uma fun¸c˜ao a-harmˆonica ´e localmente uma fun¸c˜ao de classeC1,αM para algum αM (0,1) dependendo somente de n, p, λ e Λ (veja

[1]). O valor de αM ´e determinado pelo modelo de equa¸c˜ao,−∆pu = 0 em um espa¸co

(15)

14

do gradiente de uma fun¸c˜ao a-harmˆonica, i.e, solu¸c˜ao de (1). Verificaremos ao longo deste trabalho queαM ter´a um papel importante na teoria da regularidade para equa¸c˜oes satisfazendo (1) e as condi¸coes extruturais em (9). Al´em disso, da teoria de regularidade temos que nenhuma solu¸c˜ao n˜ao homogˆenea de equa¸c˜oes com coeficientes vari´aveis tem melhor regularidade do que as fun¸c˜oesa-harmˆonicas com exponte maximalαM. Ademais,

para toda estimativa α da teoria de regularidade C1,α tem-se que α < αM.

E ainda, para equa¸c˜oes com coeficientes vari´aveis, a fun¸c˜ao ω representa um determinado m´odulo de continuidade para os coeficientes do operadora. Daqui em diante assumiremos tamb´em as seguintes condi¸c˜oes:

Z R

0

ω2pdτ

τ <∞no caso em que p≥2; (11)

e ainda,

Z R

0

ω1−σdτ

τ <∞para algumσ > 0, no caso em que 2−

1

n ≤2. (12)

Observe que as condi¸coes (11) e (12) s˜ao imediatamente satisfeitas em equa¸c˜oes com coeficientesC0,ǫ, i.e, paraω(t) =tǫ. Ou seja, p2 ou 2 1

n ≤2 s˜ao essenciais para

a regularidade Cα de equa¸c˜oes com coeficientes vari´aveis, veja a proposi¸c˜ao (2.4) abaixo. Al´em disso, ´e bem estabelecido que nenhum controle do gradiente pode ser obtido para as solu¸c˜oes das equa¸c˜oes n˜ao-homogˆeneos, a menos que seja aplicada uma condi¸c˜ao m´ınima integrabilidade emµ. Para ser mais preciso, ao longo deste trabalho vamos supor que

µ(X)Lq(Ω), q > n. (13)

Proposi¸c˜ao 2.4 Seja u W1,p(Ω) uma solu¸c˜ao fraca da equa¸c˜ao (1) satisfazendo as condi¸c˜oes (9), (11) e (12). Suponhamos ainda que µ satisfaz (13). Ent˜ao, u Cloc1 (Ω). Al´em disso, para todo subdom´ınio Ω′ existe um m´odulo de continuidade universal τ,

dependendo somente de Ω′, , kuk

Lq, λ, Λ,Λe, ω e kµkLq, tal que

|∇u(X)− ∇u(Y)| ≤τ(XY) X, Y Ω′ (14)

2.3 Resultado Principal

(16)

15

Proposi¸c˜ao 2.5 Seja uW1,p(Ω) uma solu¸c˜ao fraca da equa¸c˜ao

−div(a(X,u)) = 0,

onde u satisfaz as condi¸c˜oes estruturais (9), (11), (12). Se X0 ´e um ponto do conjunto

singular de u:

S(u) ={Y Ω;u(Y) = 0}

Ent˜ao, u C1,αM mais precisamente, dado α (0, αM) existe uma constante

C >0 dependendo somente de kukLp, dist(X0, ∂Ω), λ, n, p, Λ, Λe, ω e α tal que

sup

Y∈Br(X0)

|u(X)u(X0)| ≤Cr1+α.

A proposi¸c˜ao (2.5) revela um ganho surpreendente da suavidade de u e da continuidade dos coeficientes, mais precisamente ao longo do conjunto singular da equa¸c˜ao acima que ´e a regi˜ao mais delicada a ser analisada. Al´em disso, o mesmo resultado de regularidade ´e garantida para solu¸c˜oes da equa¸c˜ao

−div(a(X,u)) =f(X)L∞(Ω),

ou, mais geralmente, para equa¸c˜oes com BMO. Ademais, quando projetamos essa pro-posi¸c˜ao para equa¸c˜oes lineares n˜ao degeneradas em que p = 2, a propro-posi¸c˜ao nos fornece uma estimativa not´avel:

Proposi¸c˜ao 2.6 Se uH1(Ω) ´e uma solu¸c˜ao fraca da equa¸c˜ao

−div(aij(X)u) = 0,

onde os coeficientes aij s˜ao matrizes Dini-cont´ınuas e positivos definidos. Ent˜ao, em

qualquer ponto de S(u), u ´e de classe C1,α para α(0,1).

Note que a proposi¸c˜ao (2.6) ´e na verdade um corol´ario da proposi¸c˜ao (2.5), pois fun¸c˜oes harmˆonicas ∆h= 0 s˜ao de classeC1,1. Estes resultados seguem como consequˆencia de um resultado mais geral, n˜ao homogˆeneo que ser´a estudado neste trabalho:

Proposi¸c˜ao 2.7 Seja u W1,p(Ω) uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (1) onde u satisfaz as condi¸c˜oes estruturais (9), (11), (12) e µ satisfaz (13). Al´em disso, seja X0 um ponto

arbitr´ario no conjuntoS(u) Ent˜ao,

uC1,min{α−M, q−n

(p−1)q}.

(17)

16

de kukLp, dist(X0, ∂Ω), λ, n, p, Λ,Λe, ω e α tal que

sup

Y∈Br(X0)

|u(X)u(X0| ≤Cr1+α.

(18)

3 COMPACIDADE UNIVERSAL

Neste cap´ıtulo, o nosso objetivo ser´a expor um resultado necess´ario para pro-varmos o resultado principal. Al´em disso, o refinado resultado que exporemos ao final deste cap´ıtulo ser´a beseado em um lema de compacidade que exporemos ao longo deste cap´ıtulo.

3.1 Aproxima¸c˜ao por Fun¸c˜oes Harmˆonicas

Nesta se¸c˜ao do cap´ıtulo, vamos estabelecer um resultado que garante a apro-xima¸c˜ao na norma L2 entre o espa¸co das fun¸c˜oes harmˆonicas e o conjunto das solu¸c˜oes

da equa¸c˜ao de Poisson.

Lema 3.1 Suponha que u satisfaz

∆u=f em B1.

Ent˜ao, para qualquer fun¸c˜ao ψ suave com suporte compacto em B1, temos que:

Z

B1

ψ2|∇u|2dX Z

B1

ψ2f2+

Z

B1

(4|∇u|2+ψ)u2dX

Prova: Primeiro, vamos multiplicar a equa¸c˜ao ∆u=f por ψ2u. Assim, temos que

∆u·ψ2·u=f·ψ2·u em B1,

e integrando em B1 a express˜ao acima, obtemos o seguinte resultado:

Z

B1

∇u(ψ2u)dX =

Z

B1

ψ2uudX+

Z

∂B1

∂ψ2u

∂ν udS, (15)

onde ν ´e o vetor normal. Al´em disso, como ψ tem suporte compaco em B1, da ´ultima

express˜ao obtemos:

Z

B1

∇u(ψ2u)dX =

Z

B1

ψ2uudX =

Z

B1

ψ2uf dX. (16)

Por outro lado,

Z

B1

∇u(ψ2u)dX =

Z

B1

∇u(2ψψu+ψ2u)dX =

Z

B1

uψ·udX+

Z

B1

ψ2(u)2dX

(19)

18

Z

B1

ψ2(u)2dX =

Z

B1

ψ2uf dX Z

B1

· ∇uψ·udX. (18)

Em vista da desigualdade cl´assica

2aba2+b2 com a, b0, (19)

e de (18) podemos concluir a seguinte desigualdade:

Z

B1

ψ2|∇u|2dX Z

B1 1 2(f

2+u2)ψ2dX+

Z

B1

2|ψ| |∇u| · |u| |∇ψ|dX (20)

Al´em disso, aplicando novamente (19) obtemos a seguinte estimativa:

2|ψ| |∇u| · |u| |∇ψ|= 21

2|ψ| |∇u| · √

2|u| |∇ψ| ≤ 1

2|ψ|

2

|∇u|2+ 2|u|2|∇ψ|2. (21)

Agora, combinando (20) e (21), conclu´ımos a prova do lema. Proposi¸c˜ao 3.1 Para cada ε >0 dado, existe δ > 0 tal que para qualquer solu¸c˜ao fraca de ∆u=f em B1 com

Z

B1

u2dX 1 e Z

B1

f2dX δ2

existe uma fun¸c˜ao harmˆonica h em B1/2 tal que

Z

B1/2

|uh|2 ε

Prova : Suponhamos com o prop´osito de contradi¸c˜ao que exista um ε0 > 0,

unefn satisfazendo,

∆un=fn, Z

B1

u2ndX 1, e

Z

B1

fn2dX 1

n, (22)

tais que para qualquer fun¸c˜ao harmˆonica h em B1/2 temos

Z

B1/2

|unh|2dX ε0. (23)

Pelo lema (3.1), un ´e uma sequˆencia limitada H1(B1/2); assim, passando a uma

sub-sequˆencia se necess´ario, podemos assumir que un ⇀ u0 em H1(B1/2) e un → u0 em

L2(B

(20)

19

suporte compacto em B1/2, em vista de (22), temos que:

Z

B1∇

ϕ(X)·u0(X)dX = lim

n→∞

Z

B1/2

∇ϕ· ∇undX = lim

n→∞

Z

B1/2

ϕ·fndX = 0.

Mas assim, paran suficiente grande, (23) estaria violada para h=u0.

3.2 Lema de Compacidade

Nesta se¸c˜ao, vamos estabelecer alguns resultados da teoria de regularidade

C1,α para solu¸c˜oes fracas de problemas na forma divegente.

div(aij(X)∇u) = f(X) em B1, (24)

sob as condi¸c˜oes de elipticidade eα-H¨older continuidade deaij(X) ef(X). Mais precisa-mente, vamos assumir:

• Elipticidade: Existem constantes 0 < λΛ<+ tais que:

λ|ξ|2 ≤ haij(X)ξ, ξi ≤Λ|ξ|2, X B1, ∀ ξ∈Rn.

• Lipschitz continuidade dos coeficientes: Os coeficientes aij(X), isto ´e:

[aij]Lip(B1) := sup Br(X)⊂B1

1

r Z

Br(X)|

aij −aij(X)|2dX 1/2

<+.

• Limita¸c˜ao de f: A fun¸c˜aof(X) pertence ao L∞(B

1).

Motivado por considera¸c˜oes did´aticas, optamos por desenvolver a teoria da re-gularidadeC1,αpara operadores que apresentam apenas os coeficientes lideres, i.e, iremos

considerar apenas equa¸c˜oes da forma (24) A teoria da regularidade para operadores mais gerais, n˜ao homogˆeneos

Lu:=div(aij(X)∇u+b(X)∇u+c(X)u=f0(X) +div(f1(X))

´e estabelecida de forma bastante similar. Ainda motivado por considera¸c˜oes did´aticas, estabeleceremos um lema de compacidade:

Lema 3.2 Fixados 0 < λ Λ e dado δ > 0, existe um ε > 0 tal que para qualquer solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (24) com:

Z

B1

(21)

20

existe uma fun¸c˜ao harmˆonica h em B1/2 tal que:

kuhkL2(B

1/2) ≤δ

Prova: Suponhamos com o prop´osito de contradi¸c˜ao, que a tese do lema seja falsa. Portanto, existiria um δ0 > 0, e sequˆencias fk,euk ∈ L2(B1) e akij ∈ Sn com a

seguinte propriedade:

div(akij(X)uk) = fk(X) em B1. (25)

Ademais, as seguintes desigualdades seriam verificadas:

Z

B1

u2k1, kfkkL2 +

akij(X)IdL2(B1) →≤ε0 e λId≤a

k

ij(X)≤ΛId; (26)

mas,

kukhk ≥δ0 ∀h harmˆonica em B1/2 e todo k ≥1. (27)

Seguindo a demonstra¸c˜ao do lema (3.1) podemos concluir que dado ψ C∞

0 (B1), existe

uma constante C dependendo apenas da dimens˜ao e de ψ, λ e Λ tais que se:

div(aij(X)ξ) = f, (28)

no sentido das distribui¸c˜oes, ent˜ao,

Z

B1

ψ(X)2|∇ξ(X)|2dX C Z

B1

ψ2f2(X)dX+

Z

B1

ξ(X)2dX

.

Assim como na prova da proposi¸c˜ao (3.1), temos que a sequˆencia uk ´e limitada em H1(B1/2); portanto, passando a uma subsequˆencia se necess´ario, podemos assumir que

uk⇀ u em L2(B1/2). Em virtude de (25), para qualquerϕ ∈C0∞(B1/2) temos que:

Z

B1

∇u(X)· ∇ϕ(X)dX =

Z

B1

akij(X)· ∇uk(X),ϕ(X)dX+o(1) =

Z

B1

fk(X)ϕ(X)dX+o(1) =o(1)

O c´alculo acima, verifica que a fun¸c˜ao u ´e harmˆonica em B1/2. E como uk → u em

(22)

21

3.3 Aproxima¸c˜ao singular

Nesta se¸c˜ao, o nosso objetivo ser´a expor um resultado necess´ario para provar-mos o resultado principal. Al´em disso, o refinado resultado que exporeprovar-mos a seguir ser´a baseado no lema de compacidade em (3.2).

Lema 3.3 Seja u W1,p(B1) uma solu¸c˜ao fraca de (1) satisfazendo as condi¸c˜oes (9) e

(11) onde Z

B1

|u|pdX 1. Ent˜ao, dado δ > 0, existe uma constante ε > 0 dependendo apenas de δ, η, p, λ,Λ,Λe e ω tal que se:

|∇u(0)| ≤ε (29)

kukq ε (30)

|a(x, ξ)a(0, ξ)| ≤ε (31)

Ent˜ao, existe uma fun¸c˜ao hW1,p(B

1/2) satisfazendo:

−div(a(h) = 0 em B1/2. (32)

E ainda,

∇h(0) = 0em B1/2. (33)

para algum campo de vetores a satisfazendo (9) tal que Z

B1/2

|uh|pdX δp (34)

Prova : Suponhamos com o prop´osito de contradi¸c˜ao que a tese do lema n˜ao seja ver-dadeira. Desse modo, existiria um δ0 > 0 e sequˆencias uk ∈ W1,p(B1) e ak tal que ∀

k1, Z

B1

|uk(X)|pdX 1 e ainda, (35)

−div(X,uk) = uk em B1, (36)

com ak satisfazendo (9) e (10) e ainda,

|∇uk(0)|=o(1) (37)

kukkLq =o(1), (38)

(23)

22

onde o(1)0 quando k → ∞. Al´em disso,

Z

B1/2

|uk(X)−h(X)|pdX ≥δ0 (40)

Para qualquer fun¸c˜ao h com coeficientes constantes satisfazendo (32) e (33) em B1/2, e

pelas estimativas de energia de Caccioppoli tem-se que

Z

B1/2

|∇uk|pdX ≤C, (41)

Por compacidade vai existir uma fun¸c˜aouW1,p(B1/2) com:

uk ⇀ u∞ ∈W1,p(B1/2). (42)

uk u∞ ∈Lp(B1/2) (43)

∇uk → ∇u∞ qtp X∈B1/2 (44)

Al´em disso, pelo teorema de Ascoli, existe uma subesˆequenciaakj tal quea(0, .)→a(0, .)

localmente uniformemente. Ademais, de (38), temos que para todo X B1/2 e ξ ∈ Br

para r >0 fixado, vale:

akj(X, ξ)−akj(0, ξ)

=akj(X, ξ)−akj(0, ξ)

+akj(0, ξ)−akj(0, ξ)

=o(1). (45)

Donde segue que

akj(X, ξ)→akj(0, ξ). (46)

Assim, dado uma fun¸c˜ao testeϕW01,p(B1/2), tendo em vista (36), (40), (41), (42) e (43)

temos que:

Z

B1/2

a(0,u∞)∇ϕdX =

Z

B1/2

a(X,uk)· ∇ϕdX+o(1) = o(1) (47)

com k → ∞. Assim, como ϕ ´e arbitr´aria, podemos concluir que u ´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao com coeficientes constantes emB1/2 i.e,

−div(a(0,u∞) em B1/2. (48)

Ademais, de (37), temos que

(24)

23

Assim, tomandoh=u em (40) temos que

Z

B1/2

|uk(X)−u(X)|pdX ≥δ0 (50)

(25)

4 MELHORIA DA SUAVIDADE UNIVERSAL 4.1 Melhoria da Suavidade Universal

Nesta se¸c˜ao, estabeleceremos um resultado que garante uma aproxima¸c˜ao

C1,αM para fun¸c˜oes suaves perto de uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (1) fornecida por u(0)

desde queµ esteja perto de zero ea(X, ξ)a(0, ξ). Lema 4.1 Seja u W1,p(B

1) uma solu¸c˜ao fraca de (1) satisfazendo as condi¸c˜oes

ex-truturais (9) e (13). E ainda, suponhamos tamb´em que Z

B1

|u|pdX 1. Ent˜ao, dado

0< α < αM, existem constantes 0< ε0 <1 e 0< η <

1

2 dependendo de δ, η, p, λ, Λ,Λe e

ω tal que se:

|∇u(0)| ≤ε0 (51)

k ≤ε0 (52)

|a(x, ξ)a(x,0)| ≤ε0.|ξ|p−1 (53)

Ent˜ao existe uma constante τ R universalmente limitada tal que |τ|< C(n, ρ, λ, Λ) tal que

Z

B1

|u(X)τ|pdX ηp(1+α) (54)

Prova : Para algum δ > 0 a ser escolhido posteriomente considere uma solu¸c˜ao h da equa¸c˜ao de coeficientes constantes

−div(a(h)) = 0 em B1/2 (55)

satisfazendo 0 S(h) e δ ´e pr´oximo de u na norma Lp. A existˆencia de tal fun¸c˜ao ´e garantida pelo lema (3.3). Al´em disso, da teoria da regularidade C1,αM para equa¸c˜oes

com coeficientes constantes existe um C >0 dependendo apenas dos parˆametros tal que

|h(X)h(0)| ≤C|X|1+aM (56)

Al´em disso, como khkLp ≤C pela limita¸c˜ao de L∞, ent˜ao,

(26)

25

Agora vamos estimar um ̺ >0 a ser ajustado a posteriore,

Z

|u(X)h(0)|pdX =

Z

|u(X)h(0)h(X) +h(X)|pdX

≤ 2p−1

Z

|u(X)h(0)h(X) +h(X)|pdX !

≤ 2p−1

Z

|u(X)h(X)|pdX+

Z

|h(X)h(0)|pdX !

≤ 2p−1.δp.ρ−n+ 2p−1.C.|X|1+aM

≤ 2p−1p−n+ 2p−1.C.ρp(1+aM).

Al´em disso, como 0< α < αM ent˜ao ´e poss´ıvel selecionar umρ >0

suficiente-mente pequeno, tal que:

2p−1.C.ρp(1+αM) 1

2.ρ

p(1+α). (58)

Agora ponhamos

δ= 1 2ρ

n

p+1+α. (59)

Assim, podemos concluir que:

Z

|u(X)h(0)|pdX 2p−1·δp·ρ−n+ 2p−1·δpρp(1+a)

= 2p−1·

1 2ρ

n p+1+α

p

·ρ−n+ 1 2·ρ

p(1+α)

= ρp(1+α)

4.2 A Natureza do ”Scaling”da Equa¸c˜ao (1)

Vamos come¸car esta se¸c˜ao comentando a natureza do Scaling da equa¸c˜ao (1) para isso, considere que u W1,p(B1) que resolva a equa¸c˜ao (1) em B1, ent˜ao para um

X0 ∈ B1 considere 0 < ρ <1− |X0| e κ >0 ser escolhido posteriormente e ainda, defina

v W1,p(B

1) pondo:

v(x) := u(X0+ρX)

κ ; (60)

satisfazendo,

−div(ea(X0+ρX,∇v) =µ.e (61)

Onde,

e µ:= ρ

p

(27)

26

ea(x, ξ) :=

κ ρ

1−p

.a(X0+ρX,

κ

ρ.ξ.) (63)

E ainda, o novo operadorea(X, µ) definido em (63) satifaz (9) com as mesmas constantes. Da defini¸c˜ao de eµem (62) temos que:

kµekLq =

Z

B1

|eµ(X)|qdX 1 q = Z B1 ρp

κp−1µ(X0+ρX)

q dX 1 q

Agora fa¸camos a seguinte mudan¸ca de vari´avel: Y = X0 +ρX desse modo,

temos que:

kµekLq ≤

ρp κp−1

1

ζ

n/qZ

B1

|µ(Y)|qdY 1

q

= ρ

p

κp−1ρ

−n/q Z

B1

|µ(Y)|q

1

q

= ρ

p

κp−1ρ

−n/q

keµkLq.

E portanto, podemos concluir a seguinte propriedade:

kµekLq ≤

ρp κ(p−1)ρ

−n

q (64)

Al´em disso,

Z

B1

|v(X)|pdX =

Z

B1

|u(X0+X)|p

κp dX (65)

De forrma an´aloga, fazendo a seguinte mudan¸ca de vari´avelX0+ρX =Y em (65) temos

que

Z

B1

|v(X)|pdX =

Z

B1

|u(X0+ρX)|p

κp dX

κp1ρn

Z

B1

|u(Y)|pdY.

Portanto, a menos de uma mudan¸ca de vari´avel, temos que:

Z

B1

|v(X)|pdX 1 κpρn

Z

B1

(28)

27

Finalmente a hip´otese sobre a continuidade dos coeficientes a em (9) nos diz que:

|ea(X, ξ)ea(0, ξ)| =

κ ρ

1−p

.a(X0+ρX,

κ ρ.ξ.)−

κ ρ

1−p .a(X0,

κ ρ.ξ)

≤ κ ρ

1−p

a(X0+ρX,

κ

ρ.ξ)−a(X0, κ ρ.ξ)

= κ ρ

1−p .Λe.

κ ρ

p−1

ω(|ρX|)|ξ|p−1

= Λeω(|ρX|)|ξ|p−1.

E portanto, podemos concluir que:

|ea(X, ξ)ea(0, ξ)| ≤Λeω(|ρX|)|ξ|p−1 (67)

Assim, para provarmos o resultado principal vamos assumir as condi¸c˜oes do lema (4.1).

4.3 Redu¸c˜ao ao Regime de Pequenez

Nesta se¸c˜ao fechamos a teoria de regularidade para a equa¸c˜aes quase lineares do tipo

−div(X,u) =µ

abordando estimativasC1,α nas condi¸c˜oes do lema (4.1).

Proposi¸c˜ao 4.1 Assuma sob as condi¸c˜oes do lema (4.1) que se 0S(v), ent˜ao

|v(X)v(0)| ≤C|X|1+α. (68)

Nessas condi¸coes, para toda fun¸c˜ao u W1,p(Ω) solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (1) satifazendo (9),

(11), (12) e µ satisfazendo (13), vale que:

|u(Y)u(Y0| ≤Ce|Y −Y0| (69)

onde Y0 ∈S(u)e C >e 0 depende de kukLp(Ω), dist(Y0, ∂Ω), n, p, λ,Λ,Λe, ω,kukLq(Ω) e α.

Prova: dada uma fun¸c˜aougen´erica emW1,p(Ω) satisfazendo (1) e as condi¸c˜oes (9) (11) (12). Al´em disso, vamos tamb´em supor queµ satisfa¸ca (13). Agora vamos rede-finir v do seguinte modo:

v(X) := u(Y0+ρX)

κ (70)

Para algum ponto singular emS(v) arbitr´ario. Agora fa¸camos a seguinte escolha:

ζ :=min   1,

1

2dist(Y0, ∂Ω), p−

n q

s ε0

kukLq(Ω)

, ω−1(Λeǫ0)

(29)

28

onde ε0 ´e a constante universal do lema (4.1). Na sequˆencia tomamos:

κ:= m´ax

1, p

r

1

ζn. Z

B1

|u(X)|pdX

Assim, da forma comov foi redefinida (70) continua valendo as condi¸c˜oes do lema (4.1) e portanto, fa¸camos agora a seguinte mudan¸ca de vari´avel

Y =Y0+ρX (71)

desse modo, temos que

|u(Y)u(Y0)| = |u(Y0+Xρ)−u(Y0)|

= |u(Y0+Xρ)−u(Y0)| ·k

k

= |v(X)v(0)| ·kC·k· |X|1+α

= C·k·

1

ρ 1+α

· |Y Y0|1+α=Ce· |Y −Y0|

(30)

5 O RESULTADO PRINCIPAL

5.1 A Demonstra¸c˜ao do Resultado Principal

Vamos finalmente concluir a demonstra¸c˜ao do resultado principal. Inicial-mente, vamos assumir que 0S(u). Ademais, assumiremos tamb´em queaeµsatisfazem as condi¸coes do lema (4.2), isto ´e,

0S(u) (72)

Z

B1

|u(X)|pdX 1 (73)

kLq ≤ε0 (74)

|a(X, ξ)a(0, ξ)| ≤ε0.|ξ|p−1 (75)

onde ε0 ´e a constante universal do lema (4.1). Sob tais condi¸c˜oes, vamos mostrar que

existe uma sequˆencia de n´umeros reaisτk u(0) tal que

Z

Bζκ

|u(X)τk|pdX ≤ρk.p(1+α) (76)

onde ρ >0 e o raio suficientemente pequeno do lema (4.1) e α ´e o expoente fixo tal que

α(0, aM)

0, p−n q.(p1)

(77)

Para isso usaremos indu¸c˜ao sobre k. O caso k = 1 ´e justamente a tese do lema (4.1) Vamos ent˜ao supor que vale (76) parak. Agora definamos a fun¸c˜ao vk :B1 →R por:

vk(X) :=

u(ρkX)τk

ρk(1+α) . (78)

Na sequˆencia definamos:

ak(X, ξ) := ρkα 1−p

.a(ρX, ρkαξ) e (79)

µk:=ρk[p−(1+α)(p−1)].µ(ρkX) (80)

e usando a mesma ideia empregada na se¸c˜ao (4.2) defina vk satisfazendo

−div(ak(X,∇v)) := µk (81)

No sentido das distribui¸c˜oes. Assim, temos que:

kµkkLq(B1) =

Z

B1

(31)

30

Agora fa¸camos a seguinte mudan¸ca de vari´avelY =ρkX, desse modo, temos que:

kµkkLq(B1) ≤ ρkq[p−(1+α)(p−1)]·ρ−kn

Z

Bρk|

µ(Y)|qdY

= ρkq[p−(1+α)(p−1)]·ρ−kn· kµkkLq(B ρk).

Donde segue que:

kµkkLq(B

1) ≤ ρ

kq[p−(1+α)(p−1)]ρ−knqq

· kµkkLq(B ρk)

= ρkq[p−(1+α)(p−1)−nq]· kµkk

Lq(B ρk).

Assim, podemos concluir que:

kµkkLq(B1)≤ε

q

kq[p−(1+α)(p−1)−n

q]. (82)

E a partir da estimativa obitida em (76) temos que:

α q−n

q(p1).

Portanto, podemos deduzir que:

kµkkLq(B1)≤ε0 (83)

Ademais, podemos verificar que

|ak(Y, ξ)−ak(0, ξ)|=

ak(ρkX, ξ)−ak(0, ξ)

Λeω(ρk|X|).|ξ0|p−1

Acabamos de mostrar, que a fun¸c˜ao v da forma como foi definida, satisfaz as condi¸coes do lema (4.1), e este fato assegura a existˆencia de uma constante real τe

satisfazendo: Z

|v(X)eτ|pdX ρp(1+α) (84)

Ora, se definirmos

τk+1 :=τk+ρk(1+α)eτ (85)

Ent˜ao, temos que

Z Bρ

u(X)τk ρk(1+α) −eτ

p

dX ρp(1+α)

Donde segue que

Z Bρ

u(X)τk−eτ ρk(1+α) ρk(1+α)

p

(32)

31

E por (85) temos que

Z Bρ

u(X)τk+τk−τk+1

ρk(1+α)

p

dX ρp(1+α)

Assim, podemos concluir que

Z

|u(X)τk+1|pdX ≤ρp(1+α).ρpk(1+α)=ρp(k+1)(1+α)

Isso prova (76). Al´em disso, ainda de (85) temos que

|τk+1−τk| ≤Cρp(k+1)(1+α). (86)

Para alguma constante C > 0 universal. Em particular, a sequˆencia {τk}k0 ´e uma sequˆencia de Cauchy. Al´em disso, de (86), temos o sequinte controle de convergˆencia:

|τk−u(0)| ≤ |τk−τk−1|+|τk−1−τk−2|+...+|τ1−u(0)| ≤C. +∞

X

j=n

ρj(1+α) C

1ρ.ρ k(1+α)

(87) Finalmente, dado algum 0< r <1 suficientemente pequeno, consideremos k um n´umero real satisfazendo

ρk+1 < r < ρk. (88)

Agora vamos estimar:

Z

Br

|u(X)u(0)|pdX

ρk r

nZ

Bρk|

u(X)u(0)|pdX

≤ 2

p−1

ρn Z

Bρk|

u(X)u(0)|pdX+|τk−u(0)|p !

≤ 2

p−1

ρn

1 +

C

1ρ p

·ρk·p(1+α)

2p−1

ρn

1 +

C

1ρ p

1

ρp(1+α)

·rp(1+α)

(33)

32

6 CONCLUS ˜AO

Diante dos estudos realizados ao longo do desenvolvimento deste trabalho, podemos afirmar que os resultados esperados em rela¸c˜ao as equa¸c˜oes quase lineares em conjuntos singulares propostas nesse trabalho foram todos obtidos, e assim, cumprimos a proposta de descrever explicitamente a classe de equa¸c˜oes estudadas nesse conjunto singular.

(34)

33

REFERˆENCIAS

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(35)

34

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Referências

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