1 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
PTR- 2501 Transporte Ferroviário e Transporte Aéreo
Prof. Dr. Telmo Giolito Porto
CSX Transportation Company, Philson, Pennsylvania
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Telmo Giolito Porto
Aula 6
Lotação das composições
PTR – 2501
Transporte Ferroviário
e Transporte Aéreo
3 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Aula anterior:
Gabaritos de via, cruzamentos e travessias;
Manutenção de sistemas;
Cálculo de frota;
Frenagem;
Descarrilamentos.
4 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
Capacidade de carga variável do comboio:
Liberdade para acoplar vagões e locomotivas
Caminhão: Capacidade pré-definida
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
Princípio do cálculo da lotação:
Σ
esforço trator das locomotivas =Σ
resistências ao movimento Resistências:
Resistência Normal, atua sempre
Rn: vento, atritos, etc.
Resistências “acidentais”: Rr: rampa Rc: curva Ri: inércia Esforço trator: Potência do motor Peso: evita que a
locomotiva “patine”
6 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
7 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
Equação de equilíbrio∑
′+ ′+ ′ + ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
loco F n P R R R R n P R R R R n 1 ) ( ) ( onde:
• Ploco: peso da locomotiva;
• Pvagão: peso do vagão; • k: tipos de vagões; • locomotivas iguais; vagão Total vagão Loco Total loco loco loco
F
n
R
n
R
n
⋅
=
⋅
+
⋅
8 / 34Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
loco F n P R R R R n P R R R R n 1 ) ( ) ( 10 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
11 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
loco F n P R R R R n P R R R R n 1 ) ( ) ( 12 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Lotação dos trens - Introdução
O cálculo da lotação é feito para o pior trecho
maior somatória de resistências
velocidade crítica (velocidade baixa, com elevado torque nos eixos).
Traçado em planta Traçado em corte Rn Rn + Rc Rn + Rc + Rr Rn + Rr Rn + Rr ∑ ′+ ′+ ′+ ′ ⋅ + ′ + ′ + ′ + ′ ⋅ =
⋅ loco loco loco n c R i vagão k vagão n c R i
loco F n P R R R R n P R R R R n 1 ) ( ) ( Resistência de rampa negativa 14 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Resistências ao movimento da
composição
Resistência Normal
Fórmula de Davis – As constantes variam com o tipo de veículo
onde:
• R’n: taxa de resistência normal em lb/short-ton (1 lb/short-ton = 0.5 kgf/tf);
• w: peso médio por eixo em short-ton (1ton = 1,1 short-ton);
• n: número de eixos por veículo;
• V: velocidade em mi/h (milhas/hora);
• A: área em sq.ft (pés quadrados);
(p/ locomotivas com peso por eixo acima de 5 ton)
15 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Resistências ao movimento da
composição
Resistência de Rampa
Contrabalançar a componente do peso oposta ao movimento
Para R’Rem kgf/tf → Fresistem kgf, P em tf, i em %. i P P P F R resist R= = ⋅ = ≅ =
′ senθ senθ tanα
F V P α
i
R
R′ 10
=
⋅
100 1000 i RR′ = ⋅ i em m/m → R’R (admensional) onde:• R’R: Taxa de resistência de rampa, em kgf/tf;
• i: rampa em %;
16 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Resistências ao movimento da
composição
Resistência de Curva
Dificuldade de inscrever o veículo na via
Distância entre eixos do truque Bitola da via
Raio da curva
Fórmula empírica (Stevenson)
(
3.8)
100 2 . 0 + ⋅ + + = ′ p b R RC (p/ locomotivas) p onde:• R’c: Taxa de resistência de curva, em kgf/tf.
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Resistências ao movimento da
composição
Resistência de Inércia
Reserva de potência c E ∆ = τ(
2 2)
2 1 i f V V m l F⋅ = ⋅ ⋅ −(
2 2)
2 1 i f V V P m l P F⋅ = ⋅ ⋅ −(
2 2)
2 1 i f i g l V V R ⋅ − ⋅ ⋅ = ′(
)
l V V Ri f i 2 2 4⋅ − = ′ onde:• R’i: Taxa de resistência de inércia, em kgf/tf;
• Vi: velocidade anterior, em km/h;
• Vf: velocidade após aceleração, em km/h;
• l: trecho percorrido em aceleração em m;
Para V em km/h e R’iem kgf/tf:
18 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Esforço trator
Potência da máquina
V F
Curva ideal, determinada pelo fabricante Pontos ou marchas
Potência desenvolvida na operação
Vlimite VCrítica V F Pot = ⋅ V W F=273.24⋅ HPef onde:
• F: força tratora da locomotiva, em kgf;
• V: velocidade do comboio, em km/h;
19 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Esforço trator
Aderência
f P Fad = ad⋅ onde:• Fad: Força de atrito aderente, em tf;
• f: atrito roda-trilho;
f: fator de atrito (0,18 a 0,22)
Trilho seco, molhado, sujo, limpo
20 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Esforço trator
Peso aderente
Distribuição do peso da locomotiva
Dificuldade de transferir torque até os eixos extremos Locomotivas diesel-elétricas
1-C-C-1 C-C B-B 1-B-B-1
2-B-B-2
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Um comboio ferroviário, com tração dupla, é formado por 40 vagões. Considerando os dados abaixo,
responda:
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir?
Qual o esforço trator adicional necessário para elevar a velocidade até 40 km/h num percurso de 1000 m nesta mesma rampa?
Este mesmo comboio (sem esforço trator adicional)
conseguiria descrever adequadamente uma curva com raio de 200 m, numa via de bitola larga?
22 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
23 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir?
Esforço trator de cada locomotiva:
Devido à potência:
V = 15 km/h;
W = 2000 HPef;
Limitação pela aderência
f = 0.2; Pad = (4/6).150 = 100 tf; kgf V W F HPef 36432 15 2000 24 . 273 24 . 273 = ⋅ = ⋅ = kgf tf f P Fad = ad⋅ =0,2⋅100=20 =20000 O esforço trator
totalé limitado pela aderência e vale 2 x 20000 = 40000 kgf (tração dupla: 2 locomotivas)
24 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir?
Equilíbrio:
nloco: 2 (tração dupla);
F = 20000 (aplicado por cada locomotiva);
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir? Equilíbrio: Resistências da locomotiva W = 150/6 = 25 tf = 27.5 short-ton; V = 15 km/h = 9.33 mi/h; A = 120 sq.ft; n = 6 ) ( 80 40 ) ( 150 2 20000 2⋅ = ⋅ ⋅ R′n+Rc′+RR′ +Ri′ + ⋅ ⋅ Rn′ +R′c+RR′ +Ri′ tf kgf ton short lb n w V A V w Rn 2.79 / 1.39 / 0024 . 0 03 . 0 29 3 . 1 2 = − = ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ + + = ′ locomotiva vagão 26 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
27 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir? Equilíbrio: Resistências do vagão W = 80/4 = 25 tf = 27.5 short-ton; V = 15 km/h = 9.33 mi/h; A = 100 sq.ft;
n = 4 (vagões possuem 4 eixos);
) ( 80 40 ) 0 10 0 39 , 1 ( 150 2 20000 2⋅ = ⋅ ⋅ + + ⋅i+ + ⋅ ⋅ Rn′ +Rc′+RR′ +Ri′ locomotiva vagão tf kgf ton short lb n w V A V w Rn 3.09 / 1.54 / 0005 . 0 045 . 0 29 3 . 1 2 = − = ⋅ ⋅ ⋅ + ⋅ + + = ′ 28 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o valor da rampa mais íngreme que o comboio pode subir? Equilíbrio: ) 0 10 0 54 , 1 ( 80 40 ) 0 10 0 39 , 1 ( 150 2 20000 2⋅ = ⋅ ⋅ + + ⋅i+ + ⋅ ⋅ + + ⋅i+ Resistência das locomotivas Resistência dos vagões
% 1 ≈ i Esforço trator total 30 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Qual o esforço trator adicional necessário para elevar a velocidade até 40 km/h num percurso de 1000 m nesta mesma rampa?
Resistência de inércia (reserva de potência):
Vf= 40 km/h;
Vi= 15 km/h;
l = 1000 m;
Esforço trator adicional:
31 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Este mesmo comboio (sem esforço trator adicional) conseguiria descrever adequadamente uma curva com raio de 200 m, numa via de bitola larga?
R = 200 m; p = 3.5 m (base rígida); b = 1.6 m; Resistências da locomotiva: (p b ) kgf tf R Rc 3.8 4.65 / 100 2 . 0 + ⋅ + + = = ′ tf kgf
Rn′ =1.39 / (atua em todo o traçado)
32 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Este mesmo comboio (sem esforço trator adicional) conseguiria descrever adequadamente uma curva com raio de 200 m, numa via de bitola larga?
R = 200 m;
p = 3.5 m (base rígida); b = 1.6 m;
Resistências do vagão:
(atua em todo o traçado)
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Exemplo
Solução
Este mesmo comboio (sem esforço trator adicional) conseguiria descrever adequadamente uma curva com raio de 200 m, numa via de bitola larga?
Resistências do vagão: R’C = 4 kgf; R’n = 1,54 kgf; Resistências da locomotiva: R’C = 4,65 kgf; R’n = 1,39 kgf; Equilíbrio ) ( ) ( n c R i vagão vagão n c R i loco loco loco F n P R R R R n P R R R R n ⋅ = ⋅ ′+ ′+ ′+ ′ + ⋅ ′+ ′+ ′+ ′ ) 0 0 4 54 . 1 ( 80 40 ) 0 0 65 . 4 39 . 1 ( 150 2 2⋅ F = ⋅ ⋅ + + + + ⋅ ⋅ + + + kgf kgf F=9770 <20000
Para se efetuar uma curva de raio 200 m na velocidade crítica, necessita-se de 9770 kgf de esforço trator em cada locomotiva. Dispõe-se de 20000 kgf em cada uma, o que indica que o comboio não teria dificuldades para descrever a curva.
34 / 34
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PTR 2501 – Transporte ferroviário e transporte aéreo www.poli.usp.br/d/ptr2501
Próxima aula:
Operação dos trens Circulação de trens;
Licenciamento e capacidade de via;
Sistemas de sinalização;