A pedofilia em questão no
Brasil
Campo semântico
• Violência
• Abuso
• Crime
• Doença
• Sexualidade
• Tabu
• Machismo
Realidade
• A cada dia, pelo menos 20 crianças de zero a nove anos de idade são atendidas nos hospitais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) no país, após terem sido vítimas de violência sexual, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do ministério, em 2012, houve 7.592 notificações de casos desse tipo de violência nessa faixa etária, sendo 72,5% entre meninas e 27,5% em meninos. Isso corresponde a 27% de todos os casos de violência registrados pelos hospitais entre crianças e adolescentes.
• Mas a quantidade de vítimas de violência sexual na infância e na adolescência no país deve ser ainda maior. É que nem todos os municípios brasileiros enviam os dados para o SINAN. São Paulo, por exemplo, contabiliza as ocorrências em um sistema próprio de dados. Além disso, as ocorrências de pessoas que são atendidas pela rede privada e as que nem chegam aos hospitais não estão computados nos dados do ministério da Saúde.
Conceito
Transtorno psiquiátrico em que um adulto ou adolescente mais velho sente uma atração sexual primária ou exclusiva por crianças pré-púberes.
Nem todo abusador de crianças é pedófilo ,nem todo
pedófilo pratica crimes sexuais
• Assim, segundo a OMS, o pedófilo, a princípio, não é um criminoso, mas um doente. Ele torna-se criminoso a partir do momento que exterioriza a sua patologia e esta se enquadra em algum crime previsto no ordenamento jurídico.
• A pedofilia é uma condição psicológica, provavelmente incurável, para a qual ainda há poucas alternativas de tratamento. É, em resumo, uma espécie de orientação sexual com preferência etária, que possui as mais severas implicações éticas.
• E agora?
Pedofilia não é crime
Em vários países existem dispositivos para este delito, mas, no Brasil, para punir o pedófilo é necessário se valer de outros crimes tipificados pelo Código Penal, como estupro, atentado violento ao pudor, presunção de violência, lesão corporal, corrupção de menores e, se for o caso, homicídio.
Ampliar informação e punir delito não-concluído
A falta de tipificação penal específica não é um problema para
punir o pedófilo. O que não existe é o despertar da sociedade
para o problema.
Mais problematizações
Quem são os agressores?
Machismo
• A cultura machista no Legislativo e Judiciário e as dificuldades de implementar a legislação existente ainda atrapalham os avanços nas políticas de proteção à criança e ao adolescente no país. (…)
• Entre os entraves estão a falta de aplicação da política
nacional de combate à exploração sexual infantil nos
municípios e questões culturais, como a visão
machista de órgãos institucionais.
Os equívocos- desinformação
Apesar de estar retratada em uma obra de ficção, a história de Laura em “O Outro Lado do Paraíso”, infelizmente, é bastante real: vítima de pedofilia pelo padrasto, a personagem passou a infância sendo violentada e agora, adulta, convive com as consequências psicológicas do trauma.
Na obra de Walcyr Carrasco, a personagem recebe ajuda da protagonista, que esquematiza a condenação do padrasto e, para isso, tenta fazer com que Laura se lembre da violência que sofreu.E foi justamente esse o ponto polêmico: a novela foi duramente criticada por profissionais de diversas áreas ao fazer uma escolha de roteiro “sem compromisso com a realidade”, nas palavras da própria emissora.
• “Nós sabemos que as novelas pautam opiniões, que uma grande parte do público realmente considera o que está sendo exposto ali e que a falta de sensibilidade para lidar com assuntos mais delicados podem contribuir para que eles se tornem ainda mais tabu do que já são”, explicou a psicoterapeuta e mestre em Psicologia Analu Ianik Costa.
A vida imita a arte ou o contrário
• “Eu te amava. Não passava de um monstro, mas te amava. Fui desprezível e brutal, e torpe, e tudo o mais, mas je t’aimais, je t’aimais! E houve momentos em que eu sabia como te sentias, e a consciência disso era um inferno, minha pequena!”
• –Humbert Humbert “Lolita”
Alerta
• Tudo isso faz de “Lolita” um aviso, um retrato de destruição. O que preocupa é, na verdade, como isso tudo é lido atualmente. O termo ‘Lolita’ virou adjetivo, substantivo e fetiche. Sinônimo de ‘ninfeta’. Diversas produções fizeram releituras de histórias sobre jovens que se relacionam com homens mais velhos, sempre vendendo relacionamentos abusivos como “amor” ou, ainda, culpabilizando a menina/mulher.
Lolitização na teledramaturgia
“Verdades Secretas”
A história é praticamente a mesma: um homem mais velho se interessa sexualmente por uma menina, finge amar a mãe da garota só para se aproximar dela. Ele, então, cria uma obsessão doentia pela moça, que disfarça dizendo que é amor. A mãe morre e, então, ele vê isso como uma forma de ser “feliz para sempre” com a moça. Em nenhum dos dois casos é amor, é puro abuso. Senão crime, como é o caso do livro.
• O público
• Feita por vários veículos de comunicação, o público foi quase unânime que Alex e Arlete deveriam se casar e, quando se pedia para que os votantes justificassem suas escolhas, a resposta era “porque ele fez tudo aquilo por ela, o amor tem que prevalecer”. Isso é amor?
Lolitização na mídia
• É muito comum ouvir que
“meninas amadurecem mais rápido que
meninos”. Assim como em boa parte das frases feitas não se enxerga o quanto é destrutiva em larga escala. Meninas não amadurecem mais rápido, elas são responsabilizadas e sexualizadas muito
cedo.
Literatura infantil
• Antonio
• Índice das propostas
• Obrigar o poder público a cumprir o monitoramento
• Construir melhores bases de dados sobre o problema
• Expandir a conscientização da criança e do adolescente
• Romper o silêncio do abuso familiar
• Aperfeiçoar a infraestrutura pública
• Tipificar o crime
• Ampliar conscientização e punir delito não-concluído