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Por: Carla Barbosa Ferreira

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL DE EMPRESAS CONTROVERSAS COMO A PETROBRÁS

CASE: PROJETO TAMAR

Por: Carla Barbosa Ferreira

Orientador:

Prof. Francisco Carrera

Rio de Janeiro Março/2011

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A RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL DE EMPRESAS CONTROVERSAS COMO A PETROBRÁS

CASE: PROJETO TAMAR

Carla Barbosa Ferreira

Rio de Janeiro Março / 2011

Apresentação de Monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito inicial para obtenção de grau de especialista em Gestão Ambiental.

Por: Carla Barbosa Ferreira

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A RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL DE EMPRESAS CONTROVERSAS COMO A PETROBRÁS

CASE: PROJETO TAMAR

Carla Barbosa Ferreira

Aprovada em:

Grau final:

Orientador: ________________________________ Grau:

Titulação:

Avaliador 1: ______________________________ Grau:

Titulação:

Avaliador 2: ______________________________ Grau:

Titulação:

(4)

Dedico a minha irmã Rafaela, a minha amada filha Mariana, aos meus amados pais, Dalva e José e as forças do bem que me iluminaram.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus e as crianças da minha vida.

(6)

RESUMO

Esta monografia se propõe a estudar os conceitos e as regras para a fundamentação da responsabilidade social, juntamente com a conscientização quanto às questões ambientais. Neste novo e crescente mercado de produtos sociais ecologicamente corretos as organizações e as empresas fornecedoras, tendem a prestarem uma maior atenção aos relacionamentos com seus clientes e a sociedade.

Neste processo serão demonstradas as significativas mudanças dos paradigmas, que certamente estão modificando o direcionamento dos empresários, em relação as suas diretrizes básicas para uma gestão de negócios de uma forma socialmente responsável e ecologicamente correta. Tais mudanças estão alicerçadas nas novas formas de gestão ambiental refletindo assim numa maior preocupação com a responsabilidade social.

Este trabalho se propõe em analisar os processos utilizados pelas empresas e organizações na formação das estruturas de implementação do conceito de Responsabilidade Social, tanto nas empresas quanto nas sociedades interligadas com as mesmas. Para isto apresentaremos de uma forma rápida a definição de conceito de Responsabilidade Social e os reflexos que surgem nas empresas com a utilização deste conceito. Será utilizado como caso a Petrobrás e o Projeto TAMAR. O trabalho será desenvolvido por meio de revisão bibliográfica incluindo obras de referência e artigos publicados em periódicos.

(7)

INTRODUÇÃO... 6 a 8

CAPÍTULO IRESPONSABILIDADESOCIAL/AMBIENTAL/ÈTICA... 9 a 18 1.1 – Conceitos...

1.2 – A evolução da responsabilidade social...

1.3 – A importância da responsabilidade social nos negócios...

1.4 A ética na responsabilidade social...

CAPÍTULO IIEMPRESASCONTROVERSAS,VILANIASOCIALE

AMBIENTAL...

19 a 33

2.1 – Tentativa de conceituação de empresas controversas ...

2.2 – Exemplos de empresas no Brasil... ...

2.3 – Qual o papel das empresas com a sociedade e o meio ambiente...

CAPÍTULO III–CASE:PETROBRÁSPROJETOTAMAR... 34 a 43 3.1 – Apresentação da empresa ...

3.2 – O projeto...

(8)

3.4 – Conclusão do caso...

CONCLUSÃO... 44 a 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS... 46 a 51

ANEXO... 51 a 53 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, muitas empresas em seus ramos de atividades específicas, vem contribuindo para o aumento da complexidade dos negócios. Com o aumento das desigualdades e disparidades sociais, faz com que essas empresas acabem repensando no desenvolvimento social, ambiental e econômico do país.

As empresas que possuem alto grau de participação na poluição do meio ambiente, investem em responsabilidade sócio-ambiental.Podem ser consideradas como empresas controversas, no sentido de não se saber, ou não se ter absoluta certeza, das suas verdadeiras intenções e /ou compromissos prioritários: se mais atreladas ao universo da maximização da produção, lucro e participação de mercado, ou se também minimamente conectados com a preservação do meio-ambiente.

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mundo empresarial busca mitigar o impacto ambiental causado por sua produção, investindo em projetos sociais, visando melhorar a sua imagem e cumprirem em contra partida o seu papel social e as exigências do mercado.

As sociedades contemporâneas já estão reconhecendo a responsabilidade social como valor permanente, e a mesma acabou tornando-se um fator de avaliação e

preferências para investidores e consumidores.

Quando a empresa avalia e satisfaz eficazmente as necessidades de todos os envolvidos no negócio.

Contribuindo para o profissional de Gestão Ambiental mostrar que a

Responsabilidade sócio-ambiental dentro de uma empresa é uma exigência básica à atitude, ao comportamento ético, e a sua imagem.Assim desenvolvendo estratégias adequadas para que essas organizações possam atingir os seus interesses ao participarem direta ou

indiretamente em ações sociais.e juntamente com seus processos judiciais emanados de seus clientes.

Sendo assim estudaremos também o vínculo de vinte e três anos da Petrobrás com o projeto TAMAR, por um papel a ser cumprido com a sociedade e a natureza,

compensando de certa forma todo o impacto causado pela mesma.

O objetivo a ser alcançado é de estudar a responsabilidade social e demonstrar a sua importância como valor permanente para as empresas que a utilizam como estratégia, seja ela para agregar valor a sua imagem, aumentar os lucros ou cumprir o papel com a sociedade.

Na parte de empresas controversas utilizaremos como exemplo empresas do ramo tabagista devido a riqueza de contradições ocasionadas por suas ações sociais e juntamente com seus processos judiciais emanados de seus clientes.

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projeto TAMAR há vinte e três anos, por um papel a ser cumprido com seus stakeholders ou como estratégia para agregar valor a sua imagem com os mesmos. Utilizando-se como metodologia de investigação para execução deste trabalho monográfico, pesquisas eletrônicas, bibliografias e de campo por meio de entrevistas.

Para finalizar, esta monografia é composta por três capítulos e um estudo de caso.

No primeiro capítulo será abordada a evolução da responsabilidade social, partindo de uma visão econômica clássica, algumas definições que tem apresentado para a responsabilidade social/ambiental nos negócios. Estudaremos também a importância desta no meio empresarial e de controvérsias, por fim definiremos a ética empresarial e o seu desenvolvimento.

O capítulo dois busca conceituar empresa controvérsias, a fim de mostrará o seu papel para com a sociedade/meio ambiente e citar alguns exemplos de empresas no estado do Rio de Janeiro.

Já o último capítulo tratará da relação das estratégias e marketing com a responsabilidade social, o conceito do processo estratégico e a comparação dos gastos que as empresas fazem como projeto e dos gastos com a divulgação dos mesmos, ou seja, objetivando saber se essas empresas visam mais a sua imagem ou se querem investir para serem realmente responsáveis.O caso que será utilizado tem a função de demonstrar um dos projetos mais antigos que é patrocinado por uma empresa de grande porte e que pode ser colocada no rol de empresa controvérsias. Será analisado e estudado se esse patrocínio tem como objetivo de cumprir um papel de responsabilidade diante de seus stakeholders ou como um posicionamento estratégico em longo prazo para agregar valor a sua imagem.

A abordagem que será feita no capitulo quatro é o case do projeto TAMAR, patrocinado pela Petrobrás há vinte e três anos como foi relatado anteriormente.

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1 CAPITULO I

RESPONSABILIDADE SOCIAL/AMBIENTAL/ÉTICA

Este primeiro capítulo busca demonstrar a responsabilidade social que vem surgindo no mundo dos negócios, como um diferencial competitivo, um desenvolvimento sustentável que engloba os aspectos econômicos com os sociais e ambientais. A evolução da responsabilidade social partindo de uma visão econômica clássica, algumas definições que se tem apresentado de diferentes autores e a importância da mesma no mundo dos negócios.

1.1.Conceitos

Podemos verificar que a responsabilidade social/ambiental pode ser definida de diferentes formas dependendo do ponto de vista de cada autor.Para ALMEIDA Patrícia responsabilidade social pode ser definida como:

O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente de amplo, ou a alguma comunidade, de modo especifico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel especifico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela. A organização, nesse sentido, assume obrigações de caráter moral, além das estabelecidas, mesmo que não diretamente vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável dos povos. Assim, numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.1

1 ALMEIDA, Patrícia Ashley. Ética e responsabilidade social nos negócios. 1ª edição, Ed Saraiva, São Paulo, 2001.

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1 Bowen 1953, apud ALMEIDA, Patrícia Ashley definiu responsabilidade social:

“A obrigação do homem de negócios de adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de ação que sejam compatíveis com os fins e valores da sociedade”2.

Na visão de KOTLER E ARMSTRONG (2003:550), marketing de responsabilidade social significa que a empresa ira considerar as necessidades dos seus consumidores e sociedade, para assim tomarem decisões de marketing. Quando a sociedade esta passando por algum tipo de problema, algumas empresas que são mais competitivas, enxergam no mesmo um atrativo para o seu diferencial competitivo.

Ainda na visão de KOTLER E ARMSTRONG,

O intuito da empresa orientada para o marketing de responsabilidade social é projetar produtos que não sejam apenas agradáveis, mas também benefícios3.

A diferença pode ser melhor visualizada na figura a seguir:

Figura 1: Classificação dos produtos sobre a ótica da responsabilidade social

Satisfação imediata Baixa Alta

Produtos benéficos Produtos desejáveis Produtos inadequados Produtos de apelo imediato

2 Ibid, p.6

3 KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 9ª edição, Ed. Pearson Prentice Hall, 2003. P.550.

Benefício para o consumid or no longo prazo

Alta Baixa

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1 Para QUEIROZ, Adele no meio de diversos fatores que explicam a importância da responsabilidade social em virtude do meio ambiente, esta o fato de que a sociedade num todo sofre as ações sociais das empresas, a mesma tem as suas necessidades supridas, que não estavam sendo devidamente atendidas pelas empresas4.

De acordo com a FIESP/CIESP (Federação e Centro das Industrias do Estado de São Paulo) apud QUEIROZ Adele, ser uma empresa responsável é possuir códigos de ética engajados na corporação da empresa para utilizá-los no processo de decisão da mesma, assim cumprindo o seu papel com a legislação e respeitando o meio ambiente, as pessoas e a comunidade em geral5.

Em consonância com o que foi dito sobre responsabilidade social de uma empresa pela FIESP/CIESP, MATOS Francisco Gomes afirma que “A responsabilidade social é uma exigência básica à atitude e ao comportamento ético, talvez de praticas que demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja preservação implica solidariedade e compromisso social”6.

Para alguns autores contemporâneos côo afirma MELO NETO e FROES apud ALMEIDA Patrícia (2001:8), existem sete vetores na responsabilidade social, o mesmo engloba o seu publico interno e externo, investindo também na preservação do meio ambiente, porem não colocam nenhuma categoria como a principal. Na figura 2 pode ser mais bem visualizado os sete vetores da responsabilidade social.

Ao contrario das idéias defendidas por cada autor sobre responsabilidade social, FRIEDMAN Milton apud ALMEIDA Patrícia (2001:10) acredita que para uma empresa ser realmente responsável ela deve dar uma boa remuneração e condições de trabalho para os seus funcionários, abrir novas oportunidades de empregos e pagar os seus impostos em dia para contribuir com o bem estar publico, pois a empresa que investir dinheiro em projetos e ações sociais irá correr o risco de perder ou prejudicar a sua competitividade perante outras empresas.

4 QUEIROZ, Adele. A responsabilidade das empresas no Brasil. Disponível em: http://unpan1.um.org.

Acesso em 15 Set 2005.

5 Ibid, acesso em 15 Set 2005.

6 MATOS, Francisco Gomes. Ética empresarial e responsabilidade social. Disponível em:

http://www.ceris.org.br. Acesso em 15 Set 2005.

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1 1.2 A evolução da responsabilidade social

HOOD apud ALMEIDA Patrícia (2001:18) relata que até o século XIX, ética e responsabilidade social eram aceitas pelos Estados Unidos e Europa como uma doutrina, já que quem tinha o direito de conduzir os negócios eram estabelecidas pelo o Estado ou a monarquia, não sendo de interesse da economia privada.

Devido às transformações históricas ocorridas no decorrer do século XIX até o inicio do século XX, o conceito de responsabilidade social passou por grandes evoluções.

Sendo a primeira ocorrida devido à independência dos Estados Unidos.

Com a sua independência, os Estados Unidos precisavam em curto prazo se reestruturar, principalmente em necessidades básicas como saneamento básico e interligações interiores através de estradas e pontes. Para isso o poder estatal começou a dividir tais responsabilidades com a iniciativa privada.

Outro ponto importante na evolução da responsabilidade social foi à implementação do direito dos acionistas das corporações a terem os seus benefícios assegurados, independentemente de ações dos seus dirigentes. Tal mudança foi seguida a partir de 1950 com a conscientização de que as organizações poderiam investir em instituições que não estariam ligadas diretamente aos seus lucros. Com esta visão começou a ser levantada questões como investimentos em instituições educacionais e outros segmentos lidados para o desenvolvimento da sociedade ao redor das organizações investidoras.

ALMEIDA, Patrícia Ashley tem a seguinte visão sobre a evolução recente da responsabilidade social:

A ordem de mudança organizacional, em um contínuo que se inicia com mudanças conservadoras e finaliza com mudanças radicais, está diretamente relacionada ao grau de amplitude de inclusão e de consideração pela empresa quanto a suas relações com seus públicos7.

7 ALMEIDA, Patrícia Ashley. Ética e responsabilidade social nos negócios. 1ª edição, Ed Saraiva, São Paulo, 2001.

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1 Com base no que foi relatado por ALMEIDA, Patrícia Ashley, a mesma ilustrou para que fosse melhor visualizada tal tendência histórica, como pode ser visto na figura a seguir.

1.3 A importância da responsabilidade social nos negócios

A visão mais comum que se tem de uma empresa, de uma forma simplista, é uma instituição que fornece produtos ou serviços e com ele gera lucros. Mas com as transformações ocorridas no conceito de responsabilidade social esta visão esta mudando.

Tal mudança pode ser também alavancada devido ao mundo moderno e complexo que vivemos atualmente e os dirigentes das instituições que perceberam que as ações de uma empresa não pode apenas serem resumidas somente em lucros.

Hoje há companhias que conduzem seus negócios de forma a se tornarem co- responsáveis pelo desenvolvimento da sociedade onde atuam, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de sua comunidade, de sua cidade, de seu país em fim a sua sociedade em geral.

Nesse quadro a empresa é uma parceira que atende aos interesses de seu quadro de funcionários, acionista, consumidores, fornecedores, comunidade, governo e até mesmo do meio ambiente (caso que será tratado neste trabalho).

Ao contribuir para uma sociedade melhor, a empresa garante para si mesma um ambiente mais prospero de atuação. Como por exemplo, uma companhia que utiliza a água de um rio para produzir alguma coisa, por exemplo, será socialmente responsável se investir na manutenção da qualidade da água desse rio, ou na sua despoluição, se for esse o caso.

Uma industria de alimentos também se mostrará socialmente responsável se desenvolver um projeto capaz de ensinar às mães de uma comunidade desinformada qual a maneira mais adequada de bem nutrir seus filhos, utilizando melhor os recursos disponíveis. Resumindo, à empresa caberá abraçar uma causa que faça a diferença no desenvolvimento da comunidade8.

8 Revista Na Poltrona, capa de agosto de 2005.

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1 Neste ponto que é preciso ter muito cuidado para não cair na falácia de confundir responsabilidade social com filantropia. A segunda possui como público alvo o público externo, a comunidade, e pode ser realizada em setores que nada tenham a ver com a atividade da empresa em questão.

Manter uma creche no Brasil, por exemplo, é louvável, sobretudo se considerarmos nossas carências, mas tal ação não pode ser confundida com um projeto de responsabilidade social. Este ultimo está essencialmente relacionado aos negócios da companhia e como ela os conduz. A base da responsabilidade social é a ética: na pratica, não é possível uma empresa afirmar que tem responsabilidade social se não age eticamente em suas operações.

Toda sociedade e toda empresa têm problemas, o que não impede que trabalhem com responsabilidade social. O processo começa na identificação desses problemas e na melhor forma de soluciona-los. Com o tempo, ele evolui ate o foco aparecer do lado de fora da companhia. Daí, parte-se do mesmo principio: quais os problemas da comunidade e como a empresa pode ajudá-la a resolvê-los.

A analise da atuação social da organização também influi no contexto no que será disponível em termos de investimentos nos projetos sociais. Para tanto existe uma articulação a relação conflituosa que pode surgir dentro das diversas praticas sociais e atuação das empresas dentro do país.

Disto impera a necessidade das empresas atuarem pautadas na responsabilidade social, antes de realizar qualquer ação de marketing social, alem de pensar suas estratégias de responsabilidade social como um meio de construir competências para concorrer com seus adversários.

Neste âmbito aparece outra preocupação, que seria a questão do comprometimento da organização com as comunidades locais em relação ao que esta sendo investido. Essas organizações são constantemente alvos de criticas pela atuação de alguns setores desenvolvidos ou emergentes.

Percebe-se que a empresa provada parece começar a ter que girar o seu foco de sua atuação que antes era totalmente voltado para o lucro e passar a voltar-se mais para questões sociais, o que ira influir em seus preços e na sua competitividade no mercado a qual esta inserida.

Existe também outro lado, segundo VELOSO (2002:53), “o processo de reestruturação de atribuições, surte efeito na imagem das empresas que querem ser realmente socialmente responsáveis”. Supõe-se que tal interesse tem um componente

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1 fortemente econômico, na busca da construção de uma imagem que tem preço no mercado aliado ao maior grau de conscientização dos próprios parceiros das ações sociais.

Por outro lado, acrescenta o Instituto Ethos, que a lógica do lucro inclui, hoje a lógica da responsabilidade social. Como se observa, a empresa nos dias de hoje, esta sendo levada a incorporara em suas atribuições alem da geração de lucros, considerada por FRIEDMAN (1997:116), “a preocupação com o social, tem que ser considerada como nova empresa e ser chamada de empresa socialmente responsável”.

Apurando as causas desse novo enfoque, pode-se avaliar se esse movimento é temporário ou se representa uma definitiva mudança de paradigma nas organizações.

CARDOSO e ASHLEY (2002:07) afirmam que:

“Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, ou a comunidade, de modo especifico, agindo proativamente e coerente,ente no que tange o papel especifico na sociedade e a sua prestação de contas”9

VELOSO (2002:53) pontua como atitudes e atividades que as organizações necessitam desenvolver com vistas ao atingimento da responsabiliodade social corporativa:

“- preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas que afetam todos os públicos/stakeholders envolvidos (entendidos da maneira mais ampla possível).

- promoção de valores e comportamentos morais que respeitem os padrões universais de direitos humanos e de cidadania e participação na sociedade;

- respeito ao meio ambiente e contribuição para a sua sustentebilidade em todo o mundo;

- maior envolvimento nas comunidades em que se insere a organizações, contribuindo para o desenvolvimento econômico e humano dos indivíduos até atuando diretamente na área social, em parceria com os governos ou isoladamente”10.

9 ALMEIDA, Patrícia Ashley. Ética e responsabilidade social nos negócios. 1ª edição, Ed Saraiva, São Paulo, 2001.

1 0

VELOSO, Letícia Helena. Valores e cultura: Especificidades do conceito de responsabilidade social. São Paulo,2002.

(18)

1

O conceito de responsabilidade social tem sido formado por expectativas que se criam em torno daquilo que se espera ser atribuição de uma organização, a despeito dos objetivos primários que nortearam seu surgimento. O mercado, a mídia e os stakeholders demandam ações e posturas condizentes com esses anseios. À empresa, resta a criatividade para adaptar-se a esse novo mercado, que se acha em constante mutação.

Por sua vez, BORGER (2001:72) acrescenta que “a Responsabilidade social deve ser vista como parte da cultura, da visão e dos valores da empresa, requer uma filosofia e um compromisso articulados na afirmação da missão, manual dos empregados, marketing e comunicação de todos”.

Não é de todo improvável que o desenvolvimento das atitudes e atividades acima enumeradas venha provocar choques com praticas e culturas arraigadas no seio da organização, demandando de seus gestores um monitoramento constante na busca de soluções desses conflitos.

Se mudanças são necessárias no pensar da organização como um todo, as ações para implementa-las devem ser estruturadas planejadas e avaliadas continuamente, para se evitar retrocesso, retrabalho e choques desnecessários, tendo no dialogo, na troca de idéias, um aliado em prol do sucesso dos investimentos.

Segundo Ana Maria Peliano, socióloga do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), “as com0panhias brasileiras tornaram-se mais-próativas socialmente nos anos 90, quando cresceu no pais a percepção de que cada segmento da sociedade tem que contribuir para a melhoria do bem estar social”. E acrescenta: “o engajamento das empresas ainda reflete a abertura democrática e a mobilização social intensa no país nas ultimas duas décadas”. (DEMARCHI,2001).

A organização que se tem voltado para o social, de forma consciente e consistente não deve temer expor suas realizações perante seus públicos, mas também incorpora-las à sua imagem

Dar ciência ao mercado do que a empresa tem realizado é uma atribuição que normalmente afeta a área de marketing. ROCHA (2000:31), comenta acerca do marketing social e assevera que sta ferramenta deve ser um vetor de mudança da sociedade, podendo

“agregar valor a empresa como uma conseqüência da atuação social da organização, mas não deve ser focado na busca imediata de benefícios para ela própria”.

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1 Utilizar-se das ações sociais como instrumento de marketing é uma decisão da organização, que deve ser avaliada se tal postura macula ou beneficia sua imagem perante a opinião publica e se a ocasião é propicia para faze-lo.

O mercado de capitais mundiais, atento aos interesses de investidores preocupados com a condução das questões sociais e ambientais por parte das empresas, criou vários fundos de aplicação, com carteiras formadas apenas por empresários consideradas socialmente responsáveis.

Segundo SCHARF (2001), pesquisa realizada pelo Finance Intitute for Global Sustainnability (FIGS) revel que três quartos dos fundos que favoreceram empresas social e ambientalmente corretas tiveram no ano de 2000 desempenho superior a media. No entanto, John Ganzi, um dos autores do estudo e diretor do FIGS, diz que ainda não existe uma série histórica que comprove definitivamente a correlação entre ética e lucro.

LUCCA (2001), comenta que “a convergência entre metas econômicas e sociais é um atributo para o sucesso das empresas no novo milênio; delas deve emergir o modelo fiel e dinâmico de cidadania que precisa permear os diversos segmentos da sociedade”.

1.4 A ética na responsabilidade social

Outro ponto importante de ser levantado é a ética na responsabilidade social, que seria a preocupação das empresas e organizações em geral, com os valores socioculturais de uma determinada sociedade onde a mesma esteja inserida. Então é necessário estabelecer padrões de ética nos mecanismos da responsabilidade social.

Tais padrões estariam relacionados a atividades tanto externas quanto internas das organizações, em relação aos indivíduos da sociedade. Estes padrões devem estar em ressonância com as necessidades dos stakeholders, que as empresas e organizações se relacionam de uma maneira clara e coesa11.

O processo de construção que as empresas utilizam para se chegar ao patamar de uma ética seria é palpado em valores morais e sociais. Então os profissionais de marketing, que são responsáveis por esta implementação administrativa na cultura de uma empresa.

1 1

ALMEIDA, Patrícia Ashley. Ética e responsabilidade social nos negócios. 1ª edição, Ed Saraiva, São Paulo, 2001.

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2 Os profissionais de marketing devem estar antenados nas sensíveis transformações que possam a vir ocorrer na sociedade em relação à propaganda ou serviço que será introduzido no mercado destas sociedades.

No mundo no qual vivemos atualmente, a cada dia que passa é dada uma maior atenção ao conceito de “aldeia global”. Conceito este que reflete toda uma preocupação não apenas econômica mais sim cultural. Esta preocupação é encontrada nas organizações que utilizam a responsabilidade social com seu publico externo e interno.

Devido os valores culturais de diversos lugares estarem interligados e interagindo entre si, as organizações passam a repensar as suas diretrizes básicas em relação à sociedade, não apenas com a vertente da preocupação com os indivíduos ou com meio ambiente e sim pela própria disputa com seus concorrentes.Concorrentes estes que podem ser tanto locais quanto de uma outra região fora da sociedade em que estaria sendo desenvolvida a sua atividade.

Esta preocupação começou a ser despertada pelas empresas devido aos próprios membros da sociedade que perceberem ou se conscientizaram que tanto o Estado (que desde do seu inicio histórico, deveria ter a responsabilidade da proteção dos direitos básicos do individuo), quanto às organizações por estarem se utilizando dos seus recursos naturais como os pessoais deveriam se comprometer com o desenvolvimento da sociedade em que buscam tais recursos.

2. EMPRESAS CONTROVERSAS, VILÂNIA SOCIAL E AMBIENTAL

Devido ao amadurecimento da idéia de responsabilidade social tanto no mercado nacional quanto no mercado internacional, as empresas que adotaram este conceito acabaram criando situações paradoxais; situações estas que de certa foram acabam caminhando em um sentido contrario ao esperado. É sobre este tópico que será tratado neste capitulo.

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2 2.1 Conceito de empresas controversas

Como já foi dito anteriormente a conscientização dos empresários em relação à responsabilidade social vem aumentando a cada dia que passa, infelizmente existem empresas que utiliza de maneira fraudulenta e escusa esta ferramenta; que alem de ser um suporte de fidelização do cliente, ajuda a promover o desenvolvimento da sociedade em que a empresa esta inserida. E é este cenário que veremos neste capitulo.

Partindo desta premissa, as empresas em relação aos seus recursos, deveriam criar mecanismos de mudanças na sociedade em que estão localizadas agindo com princípios morais, ocasionando assim a proliferação de atividades que possam influenciar o desenvolvimento da sociedade em questão, deveriam estar no âmago da organização empresarial, visualizando não apenas lucros mais também a autonomia da sociedade.

Segundo BORGER (2001: 72) “a Responsabilidade Social deve ser vista como parte da cultura, da visa e dos valores da empresa, requer uma filosofia e um compromisso articulados na afirmação da missão, manual dos empregados”.Tais investimentos produzem para a empresa como retorno o fortalecimento de sua imagem no mercado, fidelização de seus clientes e um maior comprometimento de seus colaboradores.

E estando o Brasil em fase de desenvolvimento em todos os setores, desde dos mais simples aos mais complexos, os direcionadores do estilo de vida utilizados como padrão, mostram que o modelo adotado de crescimento vertical precisa rapidamente de correções.

Caso contrario acarretara mais ainda o desfiladeiro das desigualdades sociais, principalmente nos grandes centros urbanos, que é aonde as classes dos excluídos e as minorias estão em maior evidencia.

É claro que a atual situação é um somatório de diversos fatores, como o crescimento unilateral de classes sociais aumentando cada vez mais a segregação social, a paradoxal fuga do trabalhador do campo em busca de uma vida mais digna na cidade grande, o descaso do individuo (sem distinção de classe) por questões ligadas a natureza dentre outras.

Em busca de uma saída valida e menos imediatista como as demais encontradas até agora, que se encontra o aparecimento de uma nova visão administrativa a proativa e menos burocrática. MELO NETO e FROES (2001: 04) demonstra que “delineia-se o surgimento

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2 de um novo Estado; não mais o Estado burocrático totalitário, nem o Estado do bem-estar social e nem tampouco o Estado mínimo dos liberais, mas o Estado inserido no novo pacto social”.

A grande mudança da conscientização da sociedade foi amplamente difundida a partir de movimentos sociais que afloraram no termino dos anos 60, que acarretou na criação de associações comunitárias sem fins lucrativos e sem a intervenção do estado, tendo, no entanto o interesse de almejar o crescimento da sociedade.

Tal visão muda à perspectiva do estado paternalista para um co-participativo; a sociedade interagindo com o governo e com as empresas. Esta mudança da visão de responsabilidade do estado pode ser melhor demonstrada no comentário de FERNANDES (1994: 19) que segundo ele “ Alem do Estado e do mercado, há um terceiro setor, não governamental e não lucrativo, é no entanto organizado, independente, e mobiliza particularmente a dimensão voluntária do comportamento das pessoas”.

Mesmo com toda esta preocupação ligada e responsabilidade social, existe a dificuldade de superar as atitudes do setor privado, que refletem em um estado de total descaso com a sociedade e o meio ambiente em geral, ocasionando em resultados sombrios e caóticos.

Tudo sendo fruto de um discurso que se utiliza de uma retórica que professa um mundo melhor. Felizmente a visão critica do cidadão vem evoluindo com a mesma velocidade da criação destes mecanismos de sublimação, que manipulam a opinião pública através de propagandas que demonstram empresas “politicamente éticas e responsáveis”.

ROSEMBLUM (2001:3), afirma que 75% do consumidor brasileiro debatem o comportamento ético e social das empresas.

E assim estas empresas continuam o seu crescimento, mesmo sob condições que chegam perigosamente perto de criar a ilusão de que estes produtos ou serviços tem uma qualidade superior aos demais.

É claro que este crescimento tende a algum dia falhar, já que se o consumidor começa debater o comportamento ético das empresas e se ele tem o poder de mudar o direcionamento do fluxo de compra, é obvio que com estas atitudes para irresponsáveis cairá também devido ao próprio mercado competitivo, que utilizara desta informação o seu crescimento.

Os impactos dessas praticas apesar de serem controversas, mostram, a necessidade da sociedade civil de uma maior atenção das instituições governamentais. Tais conclusões

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2 podem ser contempladas através das manifestações do coletivo para uma nova qualidade de cidadania, que institui o cidadão como o criador de direitos para abrir novos espaços de participação sócio-política, e os aspectos que configuram as barreiras que precisam ser superadas para multiplicar iniciativas de gestão sociais.

A objetividade se centra no fortalecimento do espaço publico e na abertura da gestão publica junto com a participação da sociedade civil na elaboração de suas políticas públicas; e na sempre e contraditória institucionalização de praticas participativas inovadoras que marcam rupturas com a dinâmica predominante ultrapassando as ações de caráter utilitaristas e clientelistas.

2.2 Exemplos de empresas no Brasil

Devido à infinidade de exemplos ser bastante abrangente, usaremos empresas do ramo tabagista, como a Souza Cruz, que pertence ao ramo que mais produz o senso contraditório entre responsabilidade social e a postura perante o seu consumidor e a sociedade. Estas empresas investem em programas sociais ligados a educação e a alimentação, mais não investem na mesma proporção que recebem os seus lucros oriundos da venda de seus produtos que ceifa a cada ano mais e mais vidas.

No site oficial da Souza cruz, www.souzacruz.com.br, a mesma demonstra os seus diversos programas sociais desenvolvidos pelo Instituto Souza Cruz, que fora fundado em julho de 2004. Segundo o site uma das suas principais iniciativas é o programa Empreendorismo do Jovem Rural, que trabalha através da parceria feita com o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural e alunos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Conhecido pela sigla CEDEJOR, este centro possui presente marcante nos estados do sul do país, explicando assim a abrangência do programa.

Estes programas visam segundo o site integrar os jovens do meio rural com o mundo urbano mais valorizando as suas origens com um caráter educacional. Tendo como carro chefe o projeto Cuidar, que é desenvolvido em 226 escolas publicas de 12 municípios brasileiros, que visa dotar os jovens de critérios para avaliar e decidir em situações que

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2 possam colocar os jovens participantes destas comunidades algum risco pessoal ou social.

É o que informa o site:

Nossas iniciativas estão baseadas no entendimento de que o jovem, enquanto agente de desenvolvimento, é capaz de refletir sobre suas atitudes, assimilando e aplicando novos conhecimentos ao mesmo tempo em que entende e reconhece a cultura como elemento indissociável de sua comunidade.12

Tenta-se criar uma nova relação com o jovem dando a ele uma noção de introspecção, e coloca-lo para interagir com o seu meio social e com novas perspectivas de vida. O site informa que esta iniciativa envolve mais de 134 mil pessoas entre pais e alunos, junto com administradores e professores.

O site também informa que o instituto acabou adotando esta medida de ações sociais com os jovens baseando-se em pesquisa feita pelo o IBGE, que informa que na virada no milênio, havia no Brasil 34 milhões de jovens, compreendidos numa faixa entre 15 e 24, dos quais 7 milhões vivem na área rural. Além de representarem cerca de 20% da população total do país, esses jovens compõem um segmento estratégico para quaisquer ação à transformação da realidade social no país.

O site responsável pela visão dos projetos sociais do Instituto Souza Cruz também informa ainda as vantagens que proporciona este s tipos de projetos sociais tanto para o jovens inserido neste projeto quanto para a própria empresa:

A incorporação do jovem ao processo de desenvolvimento local não apenas lhe abre perspectivas de ocupação produtiva e aumento de renda, mas confere um caráter perene ao desenvolvimento, já que a sua sustentabilidade só pode ser garantida pela continuidade no tempo através das gerações. É, portanto, o publico ideal para ações sustentáveis, que pretendem deflagrar movimentos destinados a tornarem-se autônomos e alcançarem um estágio de autogestão.” 13

Outro motivo do Instituto Souza Cruz ter criado este mecanismo de apoio ao jovem rural seria o de alem de integrar o jovem rural ao ambiente urbano e dar a ele novas perspectivas não esquecendo de suas origens levaria a empresa a uma maior integração com os seus próprios consumidores como o site demonstra:

1 2

http://www.institutosouzacruz-nossavisão.htm . Acesso em 23 de março. 2011.

1 3

Ibid

(25)

2

“O Instituto Souza Cruz e a Souza Cruz buscou e busca orientar os jovens que freqüentam o CEDEJOR para a necessidade de uma formação integrada, congregando os aspectos humanos, técnicos e gerenciais. Para que eles sejam os protagonistas de uma transformação social, é necessário que obtenham conhecimentos sobre os valores que perpassam as relações humanas, sobre a importância de suas ações e atitudes (e as do outro). O desejo é que o conhecimento técnico seja utilizado de forma consciente, integrada ao meio ambiente. Já o conhecimento gerencial deve considerar a importância da empresa em aumentar a sua integração com o mundo externo”14

Além desta preocupação o Instituto Souza Cruz segundo o site, tem a preocupação de estar comprometido com causas sociais principalmente sobre o desenvolvimento humano sustentável em áreas rurais e desprovidas de programas sociais e governamentais.

No site www.Instituto Souza Cruz - Nossa Visão, explica o porque que de terem esta preocupação com a sociedade rural. Segundo site este direcionamento partiu “através de pesquisa apresentada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD), informando que apesar do crescimento de 6,7 % do setor rural em 2003; os agricultores familiares que contribuem expressivamente para o crescimento da economia nacional, muitos deles ainda enfrentam dificuldades que inviabilizam sua sustentabilidade econômica e social.”

Ainda através do site o mesmo coloca a definição conceitual do Instituto Souza Cruz em investir na área rural:

“O Instituto Souza Cruz tem a firme convicção de que somente a transferência de recursos não é suficiente para que a maior participação econômica da agricultura no PIB se converta em resultados sociais significativos. Uma agricultura forte e economicamente ativa depende do investimento na capacitação da população que vive no campo. Sem isso, as desigualdades sociais continuarão sendo reproduzidas.”15

Mesmo tendo investido pesadamente nestes programas sociais o site informa que o Instituto Souza Cruz teve também uma preocupação de como os moradores das regiões que seriam atendidas pelos programas receberiam estas novidades. A preocupação não partia apenas no caráter material e físico e sim culturalmente segundo o site:

1 4

Ibid

1 5

Ibid

(26)

2

“Ao pensar o CEDEJOR, o Instituto preocupou-se inicialmente com o impacto que tal iniciativa teria naquela comunidade, quais eram suas características, suas necessidades, suas cultura”16

Além da preocupação cultural houve também a preocupação com os indivíduos da comunidade segundo o site:

“Juntamente com as lideranças locais passou a desenvolver o plano de implantação do CEDEJOR, buscando trazer para dentro de suas estrutura, não somente s pessoas do local que pudessem contribuir com o processo de construção do mesmo, mas a participação de toda comunidade na construção de seus valores de sua missão e de suas metas”17

É claro que esta iniciativa mesmo que venha atingir seus objetivos acaba abrindo um certo paradoxo já que esta iniciativa parte segundo o site de definições sugeridas para o desenvolvimento de populações carentes do Paradigma do Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, logo merecia uma maior atenção dos governantes.

Outro ponto interessante colocado no site é que ele explica que a Souza Cruz através é claro da visão da empresa que ela está totalmente inserida nas novas visões administrativas empresarias relacionada com a responsabilidade social. Como pode ser visto segundo a informação do site18:

“Se os modelos de desenvolvimento da metade do século XX estavam voltados para os crescimentos individuais (cujo somatório aceitaria o desenvolvimento do todo), hoje há uma inversão: preocupar-se com o coletivo é uma forma de assegurar a preocupação com o individual, baseado na crença de que as diferenças devem ser respeitadas. Este dado novo, de respeito às diferenças, proporcionou uma mudança significativa nas relações pessoais, diminuindo o aspecto coercitivo das relações, e proporcionando a emergência de potencialidades ocultas. É neste sentido que a empresa Souza Cruz e o Instituto Souza Cruz direciona suas ações, voltando para o empreendorismo significativo. Tendo como meta nãouma escola de aprendizagem de um determinado saber, e sim uma escola de resgate de auto-estima, da valorização da cultura local, e da maximização das potencialidades (diferenciadas) de cada um.”

1 6

Ibid

1 7

Ibid

1 8

Ibid

(27)

2 Outra vertente do programa é o chamado Clube da Arvore, que tem como objetivo criar uma consciência ecológica através de atividades ligadas a educação ambiental, bem como incentivar a conscientização da preservação e renovação de florestas.

Através de informações do site da Souza Cruz este programa é seguido pelo programa Hortas Escolares, que tem como objetivo motivar e orientar os alunos das escolas do meio rural a produzir hortaliças, difundindo seu plantio e consumo.

Outro apoio social que a empresa Souza Cruz forneceu para a sociedade foi segundo o periódico Folha de São Paulo, o investimento de R$ 1,5 milhão na informatização da justiça brasileira em parceria com a Escola de Direito do Rio de Janeiro da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Nesta reportagem existe a informação que a Souza Cruz será a primeira empresa a liberar dinheiro para o Fundo Justiça Sem Papel, projeto que fora lançado em novembro de 2004. Ainda não foi aprovada segundo a reportagem a participação de outras empresas do setor privado neste tipo de projeto de tamanha amplitude. Como confirma o jornal19:

“A verba irá custear projetos de no máximo R$ 300 mil. O objetivo é de estimular a criação de juizados ou varas onde o processo será apenas virtual, ou seja, os autos serão disponíveis somente em meio eletrônico. Podem ser sugeridas inovações tecnológicas como bancos de dados e sistemas estatísticos, softwares e compra de computadores.”

Ainda na reportagem do jornal Folha de São Paulo,existe a informação que este tipo de investimento é polemico. Segundo o jornal “As empresas freqüentemente são parte interessada em causas judiciais. A Souza Cruz, por exemplo, responde a inúmeras ações de indenização movidas por ex-fumantes entre outras demandas.”

Outro fator que agrava este tipo de investimento é uma ação de inconstitucionalidade movida pela CNI (Confederação Nacional da Industria), que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), contra a lei que impôs limites à propaganda de cigarros e outros produtos no radio e televisão.

1 9

CARVALHO, Mario César. Souza Cruz perde em ações de ex-fumantes. Disponível em:

http://www.folhaonline.br/noticiais-02htm . Acesso em 26 de novembro. 2010.

(28)

2 O então presidente na época do STF, Nelson Jobim afirmou no jornal Folha de São Paulo que o judiciário não tinha participação neste investimento . Segundo ele “Não temos participação institucional direta no fundo. O convenio (do governo por meio do Ministério da Justiça) não é conosco. É com a FGV. Ela tem todo direito de buscar os recursos onde bem entender.”

Segundo o artigo do jornal Folha de São Paulo, diversas autoridades ligadas ao poder judiciário se dizem favoráveis a este tipo de parceria, como o que disse diretor da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, Joaquim Falcão, acreditando na possibilidade de o poder judiciário não ser corrompido por este tipo de investimento; “Não tenho essa imagem de fragilidade do judiciário. Ele é autônomo e tem demonstrado isso, sobretudo nos últimos anos.”

Outras autoridades segundo o jornal como, Sergio Renault (então secretario da Reforma do Judiciário), afirma que o fundo é “despersonalizado e que por isso, as empresas que participam não controlam aplicação do dinheiro”.

Segundo o jornal Renault disse que conversou com varias empresas sobre a idéia de financiar projetos de modernização no judiciário e que a Souza Cruz foi uma das que demonstraram mais interesse. Para ele, há duas razões para o interesse do setor privado na informatização de varas e juizados: desejo de maior eficácia da justiça para reduzir o custo Brasil e intenção de melhorar a imagem da empresas perante a sociedade.

Mas mesmo com todo este aparato de projetos sociais, e principalmente voltados para o desenvolvimento e integração da juventude, a empresa Souza Cruz, não se livrou de fazer parte do rol de empresas, que mesmo fazendo projetos sociais, não estão livres de serem processadas devido a sua postura perante o consumido e a sociedade.

A começar com a suspensão da campanha publicitária que associa o cigarro a propriedades calmantes e estimulantes. A determinação foi da Anvisa, que atuou a empresa por estimular fumantes a consumir o produto, ignorando seus riscos, ao incluir as seguintes frases em cartazes expostos em pontos de venda: “relaxe em excesso, fume com moderação” e “Divirta-se em excesso, fume com moderação”. A Anvisa abriu processo administrativo e a empresa sofrerá sanções como multas de até R$ 100mil.

No site da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), a mesma explica os motivos que levaram a empresa ser atuada que são:

(29)

2 “Além de alegar propriedades que o tabaco não possui, as frases são consideradas pela lei nº 10.167/00 (Lei do Fumo) propaganda enganosa, uma vez que sugerem que fumar menos reduz os prejuízos à saúde causados pelo tabaco. De acordo com especialistas, não é possível afirmar que se pode “fumar com moderação”, pois não existem níveis seguros para o consumo das substancias presentes no cigarro, explicação cuja presença é obrigatória nos maços de cigarro vendidos no Brasil. A não existência de níveis seguros motivou inclusive a proibição do uso de expressões como “light” e “baixos teores” nos maços, em 2001.”20

Ainda no site da Anvisa o gerente de Produtos Derivados de Tabaco da Anvisa, Moysés Diskin afirma que a empresa fere ainda o artigo 3º, parágrafo 1º, inciso II, da Lei 9.294: “Não induzir as pessoas ao consumo, atribuindo aos produtos propriedades calmantes ou estimulantes”. Segundo o gerente “os cartazes são uma ameaça à saúde publica, com expressões como relaxe, crie, divirta-se, fume com moderação. É um desrespeito absoluto à legislação”.

Segundo a Anvisa o cigarro tem como seu principal condutor de dependência a nicotina, considerada uma das drogas de maior potencial de dependência, além de mais 4.700 componentes tóxicos conhecidos e que são cientificamente correlacionados com a ocorrência de câncer, doenças vasculares, cardíacas, pulmonares e problemas gestacionais, entre outras e tais substancias são de total conhecimento das empresas.

Além da proibição da propaganda de seus produtos com um caráter “terapêutico”, quando afirma que seu produto relaxa, a Souza Cruz, também foi condenada por dois tribunais brasileiros a pagara indenizações por danos morais e materiais a ex-fumantes, com valores que podem ultrapassar R$ 2 milhões, segundo jornal Folha de São Paulo.

No artigo o jornal informa que a empresa Souza Cruz foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em segunda instância a indenizar a família do ex-fumante José da Silva Martins em R$ 500 mil e ressarcir os gastos que a família Silva Martins teve com médicos que chegam ao valor de R$ 41.586,00.

A empresas segundo jornal foi condenada pela 6ª Vara da Câmara Cível do Tribunal de Justiça a pagar os salários que Silva Martins deixou de receber entre 2001, quando foi demitido por causa da doença que contraíra, até a sua morte em 2003. em 1992, os médicos

2 0

Noticias da Anvisa: Diário e Mensal. Anvisa suspende campanha da Souza Cruz que valoriza cigarro. Disponível em: http:/www.anvisa.gov.Br/divulga/noticias/2003/160903-3htm . Acesso em 25 de novembro de 2010.

(30)

3 diagnosticaram que ele tinha enfisema pulmonar. Silva Martins informou que começara a fumar aos 16 anos e por mais de 50 anos consumiu marcas fabricadas pela Souza Cruz como Hollywood, Continental e Minister.

No artigo do jornal Folha de São Paulo encontra-se também o relato do juiz estabelecido para esta causa e a justificativa para a sua decisão e o advogado de defesa explicando o mecanismo de defesa da sua causa:21

“O juiz convocado José Conrado da Silva usou o Código de Defesa do Consumidor para justificar sua decisão. A Souza Cruz ignorou, desde a sua origem, a necessidade de informar detalhada e ostensivamente a composição e os riscos do produto.

Em primeira instância, o pleito do ex-fumante fora rejeitado”.

José Carlos Ribeiro Garcia, 49, advogado do ex-fumante, disse que prevaleceu a tese de que a industria do cigarro recorreu à propaganda enganosa. Em 1945, quando seu cliente começou a fumar, a Souza Cruz não falava sobre riscos do produto. Os alertas nos maços foram introduzidos em 1992. E segundo o pneumologista Mario Rigatto, um dos pioneiros nas pesquisas sobre cigarro, quem fazia o alerta no maço de cigarros era o Ministério da Saúde e não a industria.”

Já em São Paulo segundo o jornal Folha de São Paulo a Souza Cruz foi condenada a pagar R$ 600 mil por danos morais à ex-fumante Maria Aparecida da Silva, 49, que teve as duas pernas amputadas em 1995 por causa de uma tromboangeíte aguda obliterante – as artérias de suas pernas estavam entupidas.

A juíza Maria Lucia ribeiro de Castro Pizzoti Mendes também condenou a empresa a ressarcir todas as despesas medicas, cirúrgicas, com medicamentos e as próteses. A Souza Cruz terá de pagar ainda “lucros cessantes”, ou seja, salários que Aparecida da Silva deixou de receber desde 1995, já que sua fonte de renda girava em torno de seis salários mínimos oriundos de suas vendas.

Ainda neste artigo do jornal Folha de São Paulo em seu site www.folhaonline.br ele coloca a definição dada pela juíza: “A juíza escreveu na sentença que o “dever de indenizar surge da classificação que faço da propaganda do cigarro veiculada pela ré (...) como sendo

2 1

CARVALHO, Mario César. Souza Cruz perde em ações de ex-fumantes. Disponível em:

http://www.folhaonline.br/noticiais-02htm . Acesso em 26 de novembro. 2010.

(31)

3 propaganda enganosa e abusiva”. E a afirmação dada pela juíza que o fumo foi causador do sofrimento da vitima: “a nicotina causa aumento da viscosidade sanguínea (...), facilitando a formação de trombos. Assim é inegável que o fumo complicou, em muito, condição vascular da autora, forçando mais uma vez o nexo causal existente entre o ato de fumar e à doença que lhe levara à amputação dos membros”.

No Brasil não é apenas a Souza Cruz que garante a soberania das empresas que se compromete de forma negativa com a sociedade e a justiça devido a sua postura com seus consumidores. A Souza Cruz, que é líder do mercado nacional de cigarro, é acompanhada pela Philip Morris que admitiu publicamente que seu produto é prejudicial para o consumidor.

Mudaram o direcionamento de suas propagandas que antes valorizavam o produto para uma postura menos fantasiosa. Pararam de defender as qualidades daquilo que vendem e partiram para campanhas que alertam sobre os riscos do consumo de cigarros e contra o fumo entre menores de 18 anos.

Em artigo publicado pela UNICAMP, coloca a mudança das empresas desse ramo e as perspectivas que cada empresas esta tendo. Como afirma o artigo publicado no site

www.vivamais-prdu-unicamp.com.br :

“As iniciativas são tomadas nas empresas sob a rubrica da responsabilidade social – a onda entre as corporações de bancar programas que tragam melhoria à qualidade de vida das comunidades em que estão inseridas. Na estratégia das empresas, porém, as campanhas cumprem também o papel importante e mais pragmático: o de recuperar a credibilidade dos fabricantes de cigarros, tão prejudicada pelas campanhas públicas antifumo.”22

2 2

AGUIAR, Marcelo. Fabricas de cigarros alertam seus consumidores sobre riscos à saúde.

Disponível em : www.vivamais-prdu-unicamp(philipmorris).htm . Acesso em 26 de novembro. 2010.

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