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Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum. vol.11 número2

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Academic year: 2018

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CARTA DA EDITORA

Uma instituição em seus 150 anos mantém há 122 um dos periódicos mais antigos do país, e, certamente, representante histórico da publicação seriada de conteúdo científico na Amazônia. Ao comemorar seu sesquicentenário, o Museu inaugura fase plenamente eletrônica do seu Boletim. disponível em página própria e com uma plataforma para submissão eletrônica de originais, o Boletim mais uma vez se apresenta moderno em sua tradição ao mesmo tempo em que renova seu Conselho Científico e o Corpo de Editores Associados.

Esses desafios vêm acompanhados de uma troca na condução dos processos editoriais, ora sob a minha responsabilidade em sucessão a Hein van der Voort. Assumir responsabilidade dessa natureza é tarefa trabalhosa, mas, sobretudo, de prazer em conduzir processo editorial, que leva à sociedade informação científica de qualidade, em formato também disponível no issuu, com o qual o leitor pode ainda “folhear” páginas de um volume que não mais é impresso.

nessa edição, os leitores terão acesso a discussões sobre a relação das populações humanas com os recursos naturais e a intervenção direta no ambiente físico para fins de subsistência e de produção, que revelam formas de convívio e de apropriação do meio ambiente. A problemática está presente em seis dos artigos desta edição, três dos quais tratam da pesca artesanal na Amazônia, mais especificamente no Amapá, e em sergipe e Pernambuco. num “irrevogável metabolismo do pescador com a natureza”, segundo estudo de Cristiano ramalho, a pesca se revela como “alternativa de subsistência, fonte de trabalho e renda para inúmeras famílias”, na discussão de Mary Lourdes santana Martins e ronaldo Gomes Alvim. os autores, ao tratarem a pesca sob a perspectiva feminina, indicam que a atividade ainda padece com “invisibilidade e desvalorização do seu trabalho, entendido, muitas vezes, como extensão das tarefas domésticas”. Para Márcia dayane Vilhena daaddy e seus coautores, a importância da atividade de pesca artesanal “não está alinhada somente à produção de alimentos, mas também às diferentes estratégias e aos comportamentos associados ao uso do recurso pesqueiro”.

Análise de práticas de cultivo entre os Maroons traz da Guiana francesa, em estudo de Marie fleury, o conhecimento sobre a subsistência na fronteira com o norte brasileiro. o artigo compunha dossiê: “dinâmicas das agriculturas amazônicas”, mas não pôde ser publicado na edição correspondente.

Ainda no tema da subsistência, vem da Arqueologia contribuição com estudo de Arkley Marques Bandeira e coautores, sobre o sambaqui do Bacanga, no Maranhão. Para os autores, “os padrões humanos de subsistência e/ou mobilidade podem estar refletidos no registro zooarqueológico dos sambaquis de manguezais estuarinos e outros ecótonos litorâneos” com “a disponibilidade de grande parte dos recursos animais”.

o tema da subsistência também se encontra na discussão do urbano e do rural, uma dicotomia histórica, desafiada por estudo de autoria de Julia Corrêa Côrtes e Álvaro de oliveira d’Antona, sobre fronteira agrícola, desenvolvido

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em área de influência do agronegócio no município de santarém, no tapajós, Pará. Presente em estudo de Luciano demetrius Barbosa Lima, sobre o fascínio que plantas e animais amazônicos exerceram entre viajantes da região no século XiX, a dicotomia também é, assim, expressa: “Muitos estudiosos, seduzidos pela fauna e pela flora existentes no ambiente interno e nas cercanias da capital do Grão-Pará, também se preocuparam em descrever aspectos da natureza presentes no respectivo núcleo urbano ou em suas proximidades”.

A produção de adornos entre grupos humanos na região de Carajás, no Pará, em artigo de autoria de Catarina Guzzo falci e Maria Jacqueline rodet, e o trabalho de preservação da memória e do patrimônio botânico no Herbário iCn, vinculado à Universidade federal do rio Grande do sul, de sonia Maria Piccinini são outros dois temas desta edição. Uma resenha de sabine reiter, sobre o livro “Huni kuin hiwepaunibuki: a história dos caxinauás por eles mesmos”, um conjunto de textos em caxinauá, português e espanhol sobre a etnia Caxinauá, habitante da fronteira Brasil - Peru, completa esta edição.

Jimena Felipe Beltrão

Referências

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