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EFEITO DE NÍVEIS CRESCENTES DE PROTEÍNA NA DIETA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PEIXE ORNAMENTAL GUPPY (Poecilia reticulata)

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

EFEITO DE NÍVEIS CRESCENTES DE PROTEÍNA NA DIETA

SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PEIXE ORNAMENTAL GUPPY

(Poecilia reticulata)

Tatiane de Sousa Cruz1, Wallace Henrique de Oliveira2

1 - Aluna do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: taatiiaanee@hotmail.com; PIBIC/UFT 2 – Orientador do Curso de Medicina Veterinária; Campus de Araguaína; e-mail: wallaceho@uft.edu.br

RESUMO:

O objetivo deste trabalho foi identificar o nível de proteína bruta mais adequada para alimentação de juvenis de guppy (Poecilia reticulata), demonstrando o seu efeito sobre o desenvolvimento da espécie. Foram utilizados 560 juvenis, distribuídos em 16 aquários16 aquários (unidades experimentais, submetidos a níveis crescentes de proteína bruta de 24; 30; 36 e 42 % de PB, em uma dieta isoenergetica elaborada para conter 4,0 Mcal/kg de energia bruta em um delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Durante o período experimental, que teve a duração de 55 dias, os peixes foram mantidos sem aeração artificial, condicionados à temperatura ambiente, sendo alimentados duas vezes ao dia (ás 08:00 e às 17:00 horas), com troca parcial de 20% de água diariamente, os parâmetros hidrológicos (temperatura pH e oxigênio dissolvido) foram medidos em dias alternados. Foram analisados os parâmetros de crescimento, ganho de peso e comprimento, conversão alimentar aparente e taxa de sobrevivência. Embora juvenis da espécie tenham apresentado desempenho semelhante, o consumo de ração demonstrou comportamento linear decrescente, indicando que as necessidades proteicas desta espécie podem ser satisfeitas com menores teores de proteína na ração, sem prejuízo no seu desempenho.

Palavras-chave: crescimento; conversão alimentar; ganho de peso; nutrição; sobrevivência. INTRODUÇÃO

O Brasil está entre os principais exportadores de espécies de peixes ornamentais (RIBEIRO, 2008). Dentre as espécies comercializadas está o guppy (Poecilia reticulata), também chamado de lebiste. Este peixe tropical é considerado popular devido à sua beleza, fácil reprodução e manutenção, principalmente para os iniciantes do aquarismo.

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

É necessário o conhecimento das exigências nutricionais de cada espécie para a formulação de rações balanceadas (RODRIGUES & FERNANDES, 2006), são escassas as informações até mesmo sobre exigências de energia e proteína para a maioria das espécies. Segundo Assano (2004), a exigência proteica de uma espécie de peixe representa a quantidade mínima de uma mistura de aminoácidos que leva à obtenção do máximo crescimento possível. Dessa forma, informações sobre o nível ótimo de proteína na dieta são importantes para o crescimento rápido dos peixes, a eficiência de utilização de nutrientes e a redução dos custos de alimentação.

O objetivo deste trabalho foi demonstrar o efeito de níveis crescentes de proteína na dieta sobre o desenvolvimento do peixe ornamental guppy (Poecilia reticulata), através de parâmetros de crescimento, desempenho e sobrevivência.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi conduzida no laboratório de piscicultura da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFT, em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições e duração de 55 dias.

Foram utilizados 560 juvenis de guppy, submetidos à biometria inicial. Após jejum de 24 horas, os animais foram pesados em balança analítica, com duas casas decimais. Sendo então aleatoriamente distribuídos em 16 aquários, completando 35 peixes em cada unidade experimental (aquário com capacidade de 80 litros), os peixes foram mantidos à temperatura ambiente, sem aeração artificial e com sifonagem de detritos e troca parcial de 20% de água diariamente, monitorando-se os parâmetros hidrológicos (temperatura, oxigênio) duas vezes ao dia, em dias alternados. Foram alimentados duas vezes ao dia, às 9:00 e às 17:00, o consumo de ração foi monitorado pela diferença entre o alimento oferecido e a sobra.

Avaliou se o efeito de dietas (tabela 1), elaboradas para conter níveis crescentes de proteína bruta (24, 30, 36 e 42%), sobre o desempenho e consumo destes juvenis. As dietas eram isoenergéticas com 4,0 Mcal/kg de energia bruta, considerando-se os teores de energia digestível estimados para alguns alimentos, conforme previsto por Abimorad & Carneiro (2004).

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No final do período experimental, os animais foram novamente pesados, utilizando-se os mesmos procedimentos da biometria inicial, para obtenção dos dados de ganho de peso, calculando então a conversão alimentar, considerando-se os óbitos de cada unidade experimental. As comparações das médias de desempenho foram realizadas através de análise de variância, comparando-se as médias pelo teste de tukey, a 5% e analise de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a mistura dos ingredientes, foi considerado sua composição química prevista por Rostagno et al. (2005) e os resultados das análises bromatológica desses alimentos, demonstrado na tabela 2.

Tabela 2: Composição bromatológica dos alimentos utilizados na formulação da dieta experimental na matéria

seca.

Alimento MS PB EB FB EE Cinzas Soja, proteína texturizada 89,92 50,93 3974,15 6,60 - 6,78 Ovo integral em pó 92,91 60,19 5934,62 0,00 - 4,22 Milho, fubá 87,21 6,55 3400,03 1,41 1,87 0,66 Trigo, farinha 86,78 12,37 3402,51 2,07 0,54 0,53 Trigo, farelo 90,18 20,21 3681,49 8,64 4,09 0,56 Aveia, farinha 90,06 16,13 3744,05 2,81 6,52 0,5 Óleo de soja - - 9,44 - - -

Análises realizadas no laboratório de Bromatologia, do curso de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical, da Universidade Federal do Tocantins

Com relação aos parâmetros hidrológicos, não houve diferença entre tratamentos para os seguintes parâmetros: oxigênio dissolvido (P=0,8629), oxigênio máximo (P=0,6891), oxigênio mínimo (P=0,8304), temperatura máxima (P=0,7033), temperatura média

Tabela 1. Composição percentual da dieta experimental isoenergética com 4000 kcal/kg e níveis crescentes de

Proteína Bruta na alimentação de juvenis de guppy (Poecilia reticulata)

Alimento Tratamento

24 30 36 42

Soja, proteína texturizada 18,09 35,26 49,37 69,40

Ovo integral em pó 17,00 15,00 16,00 12,02 Milho, fubá 54,74 40,00 25,49 9,50 Trigo, farinha 2,00 2,00 2,00 2,00 Trigo, farelo 2,00 2,00 2,00 2,00 Aveia, farinha 2,00 2,00 2,00 2,00 Óleo de soja 1,36 1,00 0,50 0,50 L-Lisina HCL 2,00 2,00 2,00 2,00 DL-Metionina 0,70 0,62 0,53 0,48 B H T 0,02 0,02 0,02 0,02 Sal comum 0,02 0,02 0,02 0,02 Fosfato Bicalcico 0,02 0,02 0,02 0,02 VitCre-Peixe 0,05 0,05 0,05 0,05 Total 100 100 100 100

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

Houve diferença entre os tratamentos no peso inicial (P= 0,0415),com comportamento linear decrescente, descrito pela equação de regressão y = 11,455000 – 0,026667X (P=0,0158; r2 = 70,14%). Os demais tratamentos não diferiram entre si, com relação ao peso final (P=0.8976) e ganho de peso (P=0,8860).

Houve diferença significativa no consumo médio diário (P<0.0074), a análise de regressão mostrou o seguinte efeito no consumo médio diário Y= 1,103375 – 0,015277 X (P=0,0011, R2 = 94,74%), havendo também diferença no consumo total de ração (P<0.0075) com comportamento linear decrescente, descrito pela equação de regressão Y= 39,720980 – 0,549958 X (P=0,0011,R2= 94,74%), Os tratamentos não diferiram entre si, com relação a conversão alimentar (P=0.193).

Tabela 5: Médias e coeficiente de variação (CV) dos parâmetros de consumo, em função de níveis

crescentes de proteína bruta na alimentação de juvenis de guppy (Poecilia reticulata).

Parâmetros Tratamento Média Erro

padrão CV 24 30 36 42

Consumo total (mg) 27,41 b 22,31 ab 19,10 a 17,48 a 21,57 1,7204 15,95

Consumo médio diário (mg/cab) 0,76 b 0,62 ab 0,53 a 0,49 a 0,59 0,0478 15,95

Conversão alimentar 4,9350 a 5,2370 A 3,6708 a 2,3511 a 4,0485 0,9716 48

Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05).

Tabela 3: Médias e coeficiente de variação (CV) dos parâmetros hidrológicos, em função de níveis crescentes

de proteína bruta na alimentação de juvenis de guppy (Poecilia reticulata).

Parâmetros Tratamento Média Erro

padrão CV 24 30 36 42 Temperatura (°C) Máximo 26,4 a 26,4 a 26,4 a 26,3 a 26,39 0,0692 0,52 Média 24,9 a 24,9 a 24,9 a 24,9 a 24,89 0,0601 0,48 Mínimo 23,9 a 23,8 a 23,0 a 23,9 a 23,87 0,0951 0,8 Oxigênio (mg. L) Máximo 5,99 a 5,83 a 5,82 a 5,92 a 5,86 0,1174 4 Média 5,57 a 5,54 a 5,52 a 5,57 a 5,55 0,0481 1,73 Mínimo 5,15 a 5,17 a 5,10 a 5,18 a 5,15 0,0681 2,65 Parâmetros da água monitorada com uso do equipamento digital, HANNA Instruments.

Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05).

Tabela 4: Médias, erro padrão e coeficiente de variação (CV) de parâmetros biométricos de juvenis de guppy

(Poecilia reticulata), alimentados com níveis crescentes de proteína bruta na dieta.

Parâmetros Tratamento Média Erro

padrão CV 24 30 36 42

Peso Inicial (mg) 10,70 ab 10,85 b 10,45 ab 10,30 a 10,58 0,1275 2,41 Peso final (mg) 17,88 a 17,17 a 16,10 a 17,98 a 17,28 1,9631 22,72

Ganho de peso médio (mg) 7,18 a 6,32 a 5,65 a 7,68 a 6,71 1,9583 58,39 Médias na mesma linha, seguidas com letras iguais, não diferem entre si (Tukey, P>0,05).

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A taxa de sobrevivência media foi de 71,02%, sendo que o tratamento 3, com 36% PB, apresentou melhor taxa, 87,14 % e o tratamento 1, com 24% PB, apresentou pior taxa de sobrevivência, 42,14%. Mesmo assim a sobrevivência entre tratamentos não diferiu (P=0,0499), com média geral igual a 71,02%, CV 31,29%, erro padrão 11,11%.

CONCLUSÃO

Os resultados indicam que juvenis de guppy (Poecilia reticulata), alimentados com níveis de 24 a 42% de proteina bruta na alimentação, apresentam desempenho semelhante, diferindo no consumo de ração, que demonstrou comportamento linear decrescente, sugerindo que as necessidades proteicas desta espécie podem ser satisfeitas com menores teores de proteína na ração, sem prejuízo no seu desempenho.

LITERATURA CITADA

ABIMORAD, E. G.; CARNEIRO, D. J. Métodos de coleta de fezes e determinação dos coeficientes de digestibilidade da fração protéica e da energia de alimentos para o pacu (Piaractus mesopotamicus) Holmberg, 1887. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 33, n. 5, p. 1101-1109, 2004.

ASSANO, M. Utilização de diferentes fontes e níveis de proteína no crescimento da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Jaboticabal. 34p. (Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista). 2004.

RIBEIRO, F. A. S.; FERNANDES, J. B. K. Sistemas de producao de peixes ornamentais. Panorama da Aqüicultura, Rio de Janeiro, v.18, n. 109, p. 35-39, 2008.

RODRIGUES, L. A.; FERNANDES, J. B. K. Influência do processamento da dieta no desempenho produtivo do acará-bandeira (Pterophyllum scalare). Acta Scientiarum Animal Sciences, Maringá, v.28, n.1, p.113-119, 2006.

ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L. GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. F.; DOMES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. T. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2ª.ed. Viçosa, MG:

Universidade Federal de Viçosa, 2005. 186p. AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT e do curso de Pós-graduação em ciência Animal Tropical, da Universidade Federal do Tocantins.

Referências

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