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INTEGRAÇÃO DE QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA EM GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS: um olhar crítico sobre a bacia do Alto Iguaçu

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Academic year: 2021

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INTEGRAÇÃO DE QUANTIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA EM GESTÃO

DOS RECURSOS HÍDRICOS: um olhar crítico sobre a bacia do Alto Iguaçu

Camila de Carvalho Almeida1; Cristovão V. S. Fernandes2; Heloise G. Knapik3 & Mônica Ferreira do Amaral Porto4

RESUMO --- O objetivo do presente estudo foi avaliar a dinâmica do aporte de carga ligada à

matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e sólidos no rio Iguaçu, localizado em Curitiba e Região Metropolitana, através do monitoramento quali-quantitativo realizado durante os anos de 2005 a 2010. Foram monitorados 107 km do rio Iguaçu, em seis estações, englobando uma área aproximada de 3.000 km², numa região com forte ocupação urbana (cerca de 3 milhões de habitantes). Os resultados indicam que a análise de carga permite uma melhor avaliar do aporte de poluentes na Bacia do que a análise de concentração, que é normalmente mais utilizada para saber sobre a qualidade de água em um rio. As maiores variações foram observadas no trecho que recebe sub-bacias com forte demanda urbana e industrial com impactos significativos sobre os recursos hídricos e que refletem, desta maneira, a carência no sistema de coleta e tratamento de esgoto.

ABSTRACT --- The goal of this research is to evaluate the organic content, nitrogen, phosphorus

and solid loads dynamic at the Iguaçu River, considering the quali-quantitative monitoring data from 2005-2010, through 107 km in 6 points, covering an area of 3.000 km2 in an urban area (3 million habitants). The results indicate that the load analysis gives a distinct sense of interpretation and evaluation of the dynamic load in the watershed than the concentration analysis, commonly used. The significant variation were observed in the sub-basins with significant urban and industrial demands and impacts over the water resources and reflect, the necessity of appropriate and efficient Wastewater Systems.

Palavras – chave: Bacia do Alto Iguaçu, carga, monitoramento, gestão de recursos hídricos.

1

Aluna de Graduação pela UFPR, Centro Politécnico s/n, Bloco 5, Cx. Postal 19011, 81531, Curitiba – PR. E-mail: carvalho_camila@ymail.com.br 2Professor Adjunto III da UFPR, Departamento de Hidráulica e Saneamento, Curitiba – PR. E-mail: cris.dhs@ufpr.br

3Aluna de Doutorado pela UFPR, Centro Politécnico s/n, Bloco 5, Cx. Postal 19011, 81531, Curitiba – PR. E-mail: heloise.dhs@ufpr.br 4Professor Titular da USP, Av. Prof. Almeida Prado, 271, Cidade Universitária, 05508-900, São Paulo, SP. E-mail: mporto@usp.br

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1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso fundamental para a existência da vida, mas para que ela possa ser utilizada pelos organismos é imprescindível que os recursos hídricos apresentem condições físicas e químicas adequadas.

Com o crescimento desordenado das cidades, os corpos hídricos vêm sendo bastante prejudicados uma vez que este crescimento ocorre de forma muito rápida e irregular. As políticas públicas de saneamento quase sempre não conseguem acompanhar o ritmo desse crescimento. Sendo assim, um dos principais desafios mundiais é o atendimento a demanda de água de boa qualidade, visto que a pequena fração deste recurso que pode ser utilizada mais facilmente para abastecimento público tem sofrido com a poluição por contaminantes biológicos e químicos.

O monitoramento da qualidade da água é imprescindível na gestão de recursos hídricos, pois permite que se conheça o que ocorre na bacia em estudo, quais são os pontos mais críticos e quais os parâmetros que estão mais longe do ideal. É possível então, traçar ações e metas que ao longo do tempo melhore a qualidade de água na bacia.

Apesar disso, a rede de monitoramento atualmente vigente na maioria das principais bacias hidrográficas brasileiras está defasada, ora em amplitude espacial, com poucos pontos de amostragem, ora em amplitude temporal, com extensos períodos de falhas. O reflexo dessa inadimplência com o monitoramento, e da maneira como ele é realizado, acaba por refletir na gestão dos recursos hídricos, com ações tardias ou ineficientes em determinadas regiões.

Outra problemática está na falta de dados conjuntos de qualidade e quantidade de água. Sem um olhar quantitativo em termos de vazão disponível perde-se a visão conceitual para estimar a capacidade de autodepuração ou de assimilação do corpo hídrico, e também do real retrato da poluição hídrica.

No Brasil, os parâmetros de qualidade da água são estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05, que não engloba de maneira eficaz os atuais indicadores de qualidade de água. Ensaios que possibilitam um entendimento mais aprofundado da dinâmica da matéria orgânica acabaram por não terem seu uso normalizado. Um exemplo é a determinação do carbono orgânico dissolvido, principal meio de transporte de metais e outros poluentes na coluna d’água. Seu estudo, complementarmente aos procedimentos laboratoriais clássicos, é de fundamental importância, pois abrange todos os componentes orgânicos de uma amostra de água, independente de seu estado de oxidação, além de não medir compostos inorgânicos que podem contribuir para a demanda de oxigênio nas análises de DBO e DQO (APHA, 1998; Thomas, 1999; Villa, 2005).

Lançamentos de efluentes por fontes pontuais e o escoamento superficial de áreas urbanas são as principais fontes antropogênicas de matéria orgânica. Que pode sofrer alterações e originar

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toxicidade de contaminantes, ou ainda, por meio de ácidos orgânicos, pode alterar a acidez de águas naturais (Bowie et al., 1985).

A matéria orgânica presente em ecossistemas aquáticos pode ser determinada quantitativamente através dos seguintes parâmetros de qualidade de água: demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO) e carbono orgânico total (TOC). A quantidade de oxigênio dissolvido na água necessária para a decomposição bioquímica da matéria orgânica, através do metabolismo de microrganismos aquáticos (geralmente bactérias), é chamada de demanda bioquímica de oxigênio. A “estimativa indireta” através do oxigênio consumido surgiu para contornar a complexidade da determinação da matéria orgânica presente nos efluentes líquidos e corpos d’água (Bowie et al., 1985). A Demanda Química de Oxigênio, DQO, é definida como a quantidade de um forte oxidante que reage com uma amostra sob condições específicas. A quantidade de oxidante consumido é expressa em termos de oxigênio equivalente. O carbono orgânico dissolvido (COD) é um dos parâmetros utilizados para a determinação global da poluição orgânica em água e efluentes, cuja determinação surgiu em virtude das incertezas e dificuldades dos procedimentos dos ensaios de DBO e DQO (Thomas et al., 1999). De acordo com APHA (1998), o ensaio de DOC é mais conveniente que os ensaios de DBO e DQO, e apesar de não resultarem no mesmo tipo de informação, podem ser correlacionados empiricamente para uma dada condição, e o ensaio de DOC pode ser então utilizado para estimar os valores de DBO, DQO e a fração de carbono assimilável da amostra.

A análise das séries de Nitrogênio e Fósforo pode ser utilizada para indicar se há lançamento de esgoto sanitário na bacia. Em um curso de água, a determinação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer indicações sobre o estágio da poluição eventualmente ocasionada por algum lançamento de esgotos. Se esta poluição é recente, o nitrogênio estará basicamente na forma de nitrogênio orgânico ou amônia e, se antiga, o nitrato é a forma predominante (Von Sperling, 2005).

Adicionalmente, a dinâmica de transporte de sólidos reflete o impacto de alterações das características de uso do solo da bacia hidrográfica e com implicações significativas sobre os tradicionais parâmetros de qualidade da água.

Dessa maneira, neste artigo, ênfase é dada em avaliar a dinâmica do aporte de carga de matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e sólidos no trecho do Rio Iguaçu que engloba a cidade de Curitiba e Região Metropolitana. A peculiaridade do presente estudo de caso está no caráter investigativo das variações sazonais e espaciais de carga para uma bacia com altas taxas de ocupação urbana e baixos índices de coleta e tratamento de esgoto.

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2.1 Área de estudo

O estudo de caso desenvolveu-se a partir da dinâmica da realidade de uso e ocupação do solo na bacia do Alto Iguaçu, na Região Metropolitana de Curitiba. A bacia do Alto Iguaçu tem suas nascentes junto a Serra do Mar, cujo rio principal, estende-se por aproximadamente 90 km, até o limite da Região Metropolitana de Curitiba com uma área de drenagem de cerca de 2.800 km2. A população pertencente à bacia é de aproximadamente 3 milhões de habitantes distribuídos em 14 municípios. A bacia em estudo concentra cerca de 25% da população total e 30% da população urbana do estado, com baixos índices de atendimento e tratamento de esgoto. A bacia contemplada é uma região altamente urbanizada e vem passando por um processo de ocupação irregular de várzeas e áreas de mananciais, em especial na margem direita do Rio Iguaçu.

Foram estudados 86 km do rio Iguaçu, desde a sua nascente na junção dos rios Iraí e Palmital, até a foz do rio Verde, incluindo 26 afluentes principais do rio Iguaçu, sendo eles: Atuba, Belém, Barigüi, Cambuí, Canal Paralelo, Cotia, Despique, Divisa, Faxinal, Iraí, Iraizinho, Isabel Alves, Itaqui, Mascate, Maurício, Miringuava, Miringuava Mirim, Padilha, Palmital, Passaúna, Pequeno, Pianduva, Piraquara, Ressaca, Rio das Onças e Verde.

A área contemplada no estudo, em especial o trecho atravessado pelos rios Iraí e Iguaçu, na região metropolitana de Curitiba, é uma região predominantemente plana, apresentando uma grande extensão de várzeas naturais em ambas as margens, configurando planícies de inundação bem definidas. Segundo BIZZONI (2000), estas várzeas são locais com solos permanentemente úmidos, com o nível do lençol freático próximo da superfície do terreno, em grande parte coberto por vegetação rasteira típica. Há também uma intensa atividade de extração de areia nas cavas existentes nas áreas mais planas dessas várzeas inundáveis.

A região da Bacia do Alto Iguaçu é uma região altamente urbanizada, com cerca de 92% da população total caracterizada como urbana. Com relação à demografia da área de estudo, a população total, em 1991, era de quase 1,9 milhões de habitantes, passando para 2,3 milhões de habitantes na contagem realizada pelo IBGE em 1996 (SUDERHSA, 2000). No período entre o censo de 1991 e a contagem de 1996, tanto a população total como a urbana dos municípios da bacia do Alto Iguaçu cresceram à taxa anual de 3,50%, superior à de toda a Região Metropolitana de Curitiba. Esses dados, apresentados pelo Plano de Despoluição Hídrica da Bacia do Alto Iguaçu (SUDERHSA, 2000), foram atualizados com dados obtidos na COMEC, Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, para o novo senso realizado no ano de 2000, resultando num total de cerca de 3 milhões de habitantes.

De acordo com o Cadastro de Usuários, realizado pelo Plano de Despoluição Hídrica da Bacia do Alto Iguaçu (SUDERHSA, 2000), das indústrias cadastradas, 49 contribuem com cerca de 95%

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da carga de DBO de origem industrial lançada nos rios, solo ou rede de esgoto da bacia do Alto Iguaçu, correspondendo a 57 t DBO/mês, ou o equivalente a uma população de pouco mais de 35.000 habitantes. Em termos de proporcionalidade, a contribuição industrial de dois meses equivale ao esgoto doméstico bruto de um dia da população da bacia do Alto Iguaçu, cabendo, por conseguinte, à população, a grande parcela da poluição existente.

LEG EN D A BACIA DIVISA BAC IA M ASC ATE BACIA M AURICIO BAC IA BELEM BA CIA PADILH A BACIA RESS ACA B ACIA P EQ UENO BA CIA ITA Q UI BACIA P IR AQ UARA BACIA P ALM ITAL BAC IA IRAI B ACIA M IRING UAV A BAC IA C O TIA BACIA A TUBA BACIA BARIG UI BAC IA PA SSAUNA BAC IA V ERDE BACIA ISAB EL ALVES B ACIA P IA NDUVA BACIA DAS O NÇAS B ACIA IG UAÇU BACIA FAXINAL BACIA IG UAÇ U E S C A L A G R Á F IC A C ONTEND A ARAU CÁRIA M AND IR ITU BA PIR AQ UARA PIN HAIS SÃO JOSÉ D OS PINH AIS FAZEND A RIO GRAN DE N OVA LAR GO M AG RO ALM IRANTE TAM AN DARÉ COLOM BO GRAN DE DO SUL Q UATRO BARR AS CAM PIN A C AM PO CAM PO BALSA P 2 P5 P3 P4 P6 P1 C U R IT IB A BACIA IG UAÇ U BA CIA IG U AÇU B ACIA IG UAÇU R io Iguaçu Rio Iguaçu Rio Iguaçu

Figura 1 - Mapa da Bacia do Alto Iguaçu, com as principais sub-bacia. Fonte: Adaptado de Porto et al. (2007) 2.2 Monitoramento da qualidade da água

A avaliação da qualidade da água apresentada na seguinte pesquisa está vinculada ao Projeto “Bacias Críticas: Bases Técnicas para a definição de Metas Progressivas para seu Enquadramento e a Integração com os demais Instrumentos de Gestão” (Porto et al., 2007), desenvolvido em parceria entre a UFPR e a USP, durante o período de 2005 a 2007. Este projeto avaliou o desenvolvimento de metodologias que permitam às bacias o estabelecimento de metas progressivas para despoluição e efetivação do plano de enquadramento, trabalhando seus aspectos conceituais, institucionais e técnicos, aplicados na Bacia do Alto Iguaçu.

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Para o monitoramento de campo foram selecionadas 6 estações ao longo dos rios Iraí e Iguaçu, cobrindo uma extensão de aproximadamente 107 km, em uma área aproximada de 3.000 km², conforme apresentado na Tabela 3. Três períodos de monitoramento foram utilizados: 20 campanhas realizadas entre junho de 2005 a julho de 2006, 5 campanhas realizadas no período de março a agosto de 2008, e 10 campanhas realizadas entre julho de 2009 e novembro de 2010.

Tabela 3 - Especificação dos pontos de monitoramento

Identificação Código

(Pluv.) Rio Município

Área de drenagem

(km²)

Latitude Longitude Altitude (m)

P1 Canal de

Água Limpa - Iraí Piraquara 282,88 25°26’36” 49°08’26” 875

P2 Ponte BR 277 65009000 Iguaçu São José

dos Pinhais 625,53 25°29’00” 49°11’21” 869 P3 Ponte do Umbarazinho 65017006 Iguaçu São José dos Pinhais 1283,65 25°35’56” 49°15’39” 865 P4 ETE

Cachoeira 65019980 Iguaçu Araucária 2122,22 25°36’01” 49°23’52” 860

P5 Ponte do

Guajuvira 65025000 Iguaçu Araucária 2577,76 25°36’01” 49°30’48” 858

P6 Balsa Nova 65028000 Iguaçu Balsa Nova 3048,69 25°35’14” 49°37’54” 854

Fonte: Adaptado de Porto et al. (2007) e Knapik (2009)

Os parâmetros físicos químicos determinados in situ foram: oxigênio dissolvido (OD, em mg/L), temperatura da água (ºC), condutividade elétrica (µS/cm), pH, turbidez (NTU) e profundidade Secchi. Amostras de água foram coletadas para posterior análise, conforme procedimentos descritos no Standard Methods for the Examination of Water and WasterWater (APHA, 1998). Os parâmetros determinados em laboratório foram: DOB5 (Método Winkler 5210B e 4500O-C,método iodométrico com 5 dias de incubação), demanda químida de oxigênio (DQO, método de refluxo aberto, 5220B), nitrogênio orgânico e amoniacal (método macro-Kjehdahl, 4500B), nitrito e nitrato (método colorimétrico, 4500B e 4500E), fósforo total (método de digestão acido nítrico/sulfúrico, 4500P, B e D), sólidos (método 2540B e E), clorofila-a (método 10200H, espectrofotometria) e carbono orgânico dissolvido (COD, Shimadzu, 2003). A carga (kg/dia) foi obtida a partir do produto dos dados de concentração e vazão.

2.3 Análise estatística

Para avaliar a variação de carga ao longo do rio utilizou-se gráficos do tipo box-plot que permitem uma análise temporal e espacial desta variação além de mostrarem se o aporte de carga aumenta no percurso monitorado e se há simetria nos dados encontrados.

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Utilizou-se a mediana dos valores obtidos nas 35 campanhas para calcular a variação de cada parâmetro em todos os pontos e assim observar quais parâmetros apresentam maior variação dentro das seguintes categorias: Orgânicos; Sólidos; Série de Nitrogênio e Série de Fósforo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Variação temporal e espacial das cargas

O gráfico de concentração de DBO mostra medianas próximas de 10 mg/L, com exceção do P1, influenciado por estar na área de mananciais. Cabe destacar que valores máximos variaram entre 40 e 90 mg/L, mostrando a variabilidade espacial da dinâmica da matéria orgânica no Rio Iguaçu. É apresentado ainda valores de DBO maiores do que o exigido pela Resolução CONAMA 357/05 que estabelece 5 mg/L como valor máximo para rios Classe 2, que é o caso do Rio Iguaçu.

Do ponto de vista do aporte de carga, na Figura 2(b) observa-se um aumento nos valores das medianas à jusante do trecho monitorado, sendo que no P5 encontra-se o valor mais alto, 126 t/dia, indicando claramente o efeito de aporte de cargas no trecho final da bacia e a natureza industrial de ocupação de solo na região.

(a) (b) 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 0 5 19 24 29 55 71 76 89 94 1 0 7 C o n c e n tr a ç ã o D B O ( m g /L )

Distância Nascente Foz (km)

95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0 550,0 600,0 0 5 19 25 50 55 71 76 90 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)

D B O ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2

P3 P4

P5 P6

Figura 2 - Variação temporal e espacial da concentração DBO (a) e carga de DBO (b).

A Figura 3(a) mostra que os valores máximos de DQO, que tradicionalmente não é utilizado como parâmetro de qualidade em rios, ficam próximos de 60 mg/L para todos os pontos, embora as medianas sejam maiores no trecho entre o P2 e o P5, cerca de 30mg/L. Curiosamente, na figura 3(b), destaca-se uma assimetria nos valores observados e também que as medianas aumentam até o P4, chegando a 91,t/dia, com uma reversão para menos de 50 t/dia para os pontos P5 e P6.

(8)

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 0 5 10 17 24 92 34 39 44 49 56 61 66 72 87 83 89 94 99 1 0 5 1 1 0

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o D Q O ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0 0 5 10 17 24 92 34 39 44 49 55 60 65 70 67 81 86 92 97 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

D Q O ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 3 - Variação temporal e espacial da concentração DQO (a) e carga de DQO (b).

A análise do parâmetro DOC, indica fortes concentrações na faixa de 10 mg/l, com valores máximos entre 35 e 45 mg/L conforme a Figura 4(a). De maneira muito interessante, as medianas de carga vão aumentando, até um valor de 189,03 t/dia no P6, como mostra na figura 4(b), indicando claramente um aumento do aporte de cargas orgânicas ao longo do desenvolvimento da bacia.. (a) (b) 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o D O C ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 0 5 10 17 24 92 34 39 44 49 55 60 65 70 67 81 86 92 97 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

D O C ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 4 - Variação temporal e espacial da concentração DOC (a) e carga de DOC (b).

Finalmente, do ponto de vista da evolução da poluição orgânica, a Figura 5 mostra que a concentração de OD no P1 é pelo menos duas vezes maior que nos outros pontos de monitoramento e que ela vale 5,62 mg/L, portanto, dentro do limite mínimo estabelecido pela CONAMA 357/05, fato que evidencia o efeito da proteção de mananciais.

0,0 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o O D ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 Figura 5 – Concentração de OD

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Cabe destacar que a questão de avaliação de poluição é um processo não só dinâmico, mas que requer uma olhar mais abrangente para outros parâmetros em evidência, como as séries de nitrogênio, fósforo e sólidos.

Os box-plots de concentração de nitrogênio amoniacal não mostram uma diferença muito significativa entre os valores das medianas, com exceção do P1 Figura 6(a). Observa-se que esses valores variam de 3,91 a 6,82 mg/L. É possível perceber ainda certa semelhança entre os pontos P2 e P5, que possuem as maiores medianas e variações. A evolução de aporte de carga, Figura 6 (b) indica um acréscimo de nitrogênio amoniacal conforme se avança ao longo da Bacia. Cabe destacar que o ponto P5 é o que apresenta maior mediana, 15,49 t/dia, maior assimetria e também o maior valor registrado durante todo o período de coleta, 279,6 t/dia.

(a) (b) 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 0 5 1 0 1 7 2 4 2 9 3 4 3 9 4 4 4 9 5 5 6 0 6 5 7 0 7 6 8 1 8 6 9 2 9 7 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o N _ N H 3 ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

B P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 0 5 1 0 1 7 2 2 2 8 3 3 3 8 4 3 4 8 5 3 5 8 6 3 6 8 7 4 7 9 8 4 9 0 9 5 1 0 0 1 0 6

Distância Nascente Foz (km)*

N _N H 3 ( t/d ia) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1

P2 P3

P4 P5

P6

Figura 6 - Variação temporal e espacial da concentração N_NH3 (a) e carga de N_NH3 (b).

A Figura 7(a), assim como a 6(a), indica uma pequena variação para as medianas de concentração, mas nesse caso para nitrogênio orgânico. A diferença é de apenas 0,69 mg/L entre a mediana mais baixa (P6) e a mais alta (P4), novamente deixando-se de lado o P1. No entanto, apesar dela também indicar certa semelhança entre os pontos P2 e P5, é possível notar que o ponto P4 é o que se destaca, é ele que apresenta maior mediana, 1,73 mg/L, maior variação e também maior valor registrado no período, 32,76 mg/L. Essa superioridade nos valores de P4 também ocorre no gráfico que representa variação da carga na bacia, sendo o valor da mediana igual a 5,80 t/dia e o máximo igual a 144,67 t/dia.

(a) (b) 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 0 5 1 0 1 7 2 2 2 9 3 4 3 9 4 4 4 9 5 6 6 1 6 6 7 2 7 8 8 3 8 9 9 5 1 0 0 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o N _ O rg ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0 180,0 0 5 1 0 1 7 2 2 2 7 3 2 3 7 4 2 4 7 5 3 5 8 6 3 6 8 7 4 7 9 8 4 9 0 9 5 1 0 0 1 0 6

Distância Nascente Foz (km)*

N _ O rg ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

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Figura 7 - Variação temporal e espacial da concentração N_Org (a) e carga de N_Org (b).

No gráfico que representa a variação da concentração de nitrito não se observa muita diferença entre os pontos P2 e P6, sendo que todas as medianas têm seus valores muito baixos, menos de 0,5 mg/L, mostrando claramente este aspecto comum do estágio recente de lançamento de esgotos na iteração do ciclo do nitrogênio. No gráfico de carga é possível notar certa diferença entre os pontos e também um sutil aumento nos valores das medianas à jusante da bacia. O P2 é o que apresenta menor e o P6 maior variação, sendo a sua mediana igual a 2,05 t/dia.

(a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o N it ri to ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 0 5 10 16 22 72 32 37 42 47 52 57 62 67 47 79 84 89 95 1 0 0 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

N it ri to ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2

P3 P4 P5

P6

Figura 8 - Variação temporal e espacial da concentração Nitrito (a) e carga de Nitrito (b).

A quantidade de nitrato presente na Bacia é bem pequena, fato observado nas duas partes da Figura 9, as medianas em mg/L ficam em torno de 0,35 e em t/dia perto de 0,60. A Figura 9 (b) indica que desde que o monitoramento começou nunca houve um valor de nitrato superior a 10 mg/L que é o limite exigido pela Resolução CONAMA 357/05 para os rios Classe 2. Mesmo os valores sendo muito próximos, na Figura 9 (b) é possível observar um pequeno aumento nos valores das medianas, bem como nos valores máximos encontrados para cada ponto conforme mais distante ele está da nascente (1 t/dia).

(a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o N it ra to ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 0 5 10 15 21 82 33 38 43 48 55 60 65 70 57 80 85 91 96 1 0 1 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

N it ra to ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1

P2 P3

P4

P5 P6

Figura 9 - Variação temporal e espacial da concentração Nitrato (a) e carga de Nitrato (b).

A Figura 10 (a) e (b) destaca os valores totais além da significante variação espaço-temporal indicada. A Figura 9 (b) mostra a carga de nitrogênio total que é lançada na bacia. Fica evidente que os pontos P4 e P5 são os que apresentam maiores medianas, 27,72 e 29,01 t/dia

(11)

o P5 a maior variação no tempo. Na Figura 10 (a) não é possível determinar qual o ponto mais singular, sendo que todos apresentam medianas muito parecidas, cerca de 7,5 mg/L, nota-se ainda que do P2 até o P5 há uma grande variação nos valores medidos.

(a) (b) 0,0 25,0 50,0 75,0 100,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 7

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o N it ro g ê n io T o ta l (m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 57 80 85 92 97 1 0 2 1 1 0

Distância Nascente Foz (km)*

N _ to ta l (t /d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2

P3

P4 P5

P6

Figura 10 - Variação temporal e espacial da concentração N_Total (a) e carga de N_Total (b).

A preocupação com a variação de fósforo se destaca pelo fato de ser um nutriente limitante. A Figura 11 (a) e (b) indica que a variação de fósforo na Bacia é bem diferente, com valores máximos entre 2,12 mg/L e 5,52 t/dia. Vale destacar que a figura 11(a) indica que os pontos P2 e P6 são mais parecidos, com medianas iguais a 0,51 mg/L e mostra que os valores vão diminuindo enquanto que o segundo expõe semelhanças entre o P4 e o P5 que têm medianas iguais a 1,86 e 1,81 t/dia, respectivamente. Além disso, é possível observar certo aumento no valor das medianas no trecho mais a jusante. (a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o F ó s fo ro ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0 5 10 17 24 92 34 39 44 49 55 60 65 70 67 81 86 92 97 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

F ó s fo ro ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 11 - Variação temporal e espacial da concentração de Fósforo (a) e carga de Fósforo (b).

A Figura 12 (a) mostra que a concentração mediana de fosfato nunca foi superior a 1 mg/L e que o P4 é o ponto com maior mediana, 0,22 mg/L. Os valores máximos observados ficaram entre 1 e 2 mg/L, com destaque para as similaridades entre os pontos P2 e P3 (mediana de 0,19 mg/L). A Figura 12 (b) mostra um aumento das medianas até o ponto P5, que chega a valer 1 t/dia, sendo que o P4 é o que apresenta maior variação nos valores já encontrados.

(12)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o F o s fa to ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0 5 19 25 50 55 71 76 90 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)

F o s fa to ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 12 - Variação temporal e espacial da concentração de Fosfato (a) e carga de Fosfato (b).

No tocante a análise de fósforo dissolvido, a figura 13 (a) mostra valores entre 0,3 e 0,5 mg/L. Já na Figura 13 (b) observa-se um aumento nos valores medidos, sendo as medianas maiores encontradas nos pontos P4 e P6, que valem 1,81 e 1,56 t/dia respectivamente.

(a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o F ó s fo ro D is s o lv id o ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 0 5 19 25 50 55 71 76 90 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)

F ó s fo ro D is s o lv id o ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 13 - Variação temporal e espacial da concentração de P_Dissolvido (a) e carga de P_Dissolvido (b).

As medianas dos valores de fósforo particulado são bem baixas, medem menos de 0,5 mg/L. Sendo que os pontos P2 e P3 são os que apresentam maiores variações bem como os maiores valores já registrados, 1,09 e 1,36 mg/L. Nos box-plots referentes à carga as medianas aumentam até o P4, onde vale 1,36 t/dia e então diminui, no P6 vale 0,98 t/dia.

(a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o F ó s fo ro P a rt ic u la d o ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 0 5 19 25 50 55 71 76 90 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)

F ó s fo ro P a rt ic u la d o ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 14 - Variação temporal e espacial da concentração de P_Particulado (a) e carga de P_Particulado (b).

O fósforo dissolvido orgânico apresenta valores de concentração inferiores a 1 mg/L, sendo que as medianas ficam em torno de 0,15 mg/L. A Figura 15 (a) não mostra um certo padrão na

(13)

variação da concentração. No entanto, a Figura 15 (b) indica que a carga aumenta até o P4, onde a mediana vale 1,07 t/dia, diminui no P5 (0,46 t/dia) e aumenta um pouco no P6, chegando a 0,68 t/dia. Observa-se ainda que nos 3 últimos pontos de monitoramento a variação nos valores é maior e também que esses pontos apresentam os máximos registrados.

(a) (b) 0,0 0,5 1,0 1,5 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 57 62 67 47 79 84 91 96 1 0 1 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o F ó s fo ro D is s o lv id o O rg â n ic o ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0 5 19 25 50 55 71 76 90 1 0 2 1 0 8

Distância Nascente Foz (km)

F ó s fo ro D is s o lv id o O rg â n ic o ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1

P2 P3

P4 P5

P6

Figura 15 - Variação temporal e espacial da concentração de P_Diss_Org (a) e carga de P_Diss_Org (b).

A análise da Figura 16 (a) indica que a concentração de sólidos dissolvidos totais nunca ultrapassou 500 mg/L que é o limite indicado pela resolução CONAMA 357/05 para a classe 2. As medianas estão no entorno de 135 mg/L O P2 é o que apresenta maior mediana, 145,85 mg/L, mas é no P4 que se observa a maior variação nos valores e também o máximo observado, 415,71 mg/L. A Figura 16 (b) mostra que as medianas de carga apontam para um aumento ao longo da evolução da bacia e que os 3 últimos pontos de monitoramento ocorrem as maiores variações de carga. A maior mediana vale 677,90 t/dia e ocorre no ponto P6. Destaca-se que o maio valor encontrado foi de 2226, 47 t/dia no ponto P4. (a) (b) 0,0 40,0 80,0 120,0 160,0 200,0 240,0 280,0 320,0 360,0 400,0 440,0 0 5 1 0 1 7 2 4 2 9 3 4 3 9 4 4 4 9 5 5 6 0 6 5 7 0 7 6 8 1 8 6 9 2 9 7 1 0 2 1 0 9

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o S D T ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 250,0 500,0 750,0 1000,0 1250,0 1500,0 1750,0 2000,0 2250,0 2500,0 0 5 1 0 1 7 2 2 2 7 3 2 3 7 4 2 4 7 5 3 5 8 6 3 6 8 7 4 7 9 8 4 9 0 9 5 1 0 0 1 0 6

Distância Nascente Foz (km)*

S D T ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 16 - Variação temporal e espacial da concentração de SDT(a) e carga de SDT (b).

As concentrações e cargas de sólidos suspensos totais (SST), revelam resultados interessantes. A maior mediana encontrada ocorre no ponto P4 com valores de 37 mg/L. É neste ponto que ocorre o maior valor registrado para concentração e carga, 284,61 mg/L e 2491,98 t/dia. Apesar disso, a maior mediana para carga ocorre no P5, 194,07 t/dia, isso porque as medianas vão

(14)

aumentando do P1 até esse ponto, indicando a intensa dinâmica de aporte de sólidos ao longo da bacia. (a) (b) 0,0 40,0 80,0 120,0 160,0 200,0 240,0 280,0 320,0 0 5 10 17 24 30 35 40 45 05 56 61 66 27 78 83 89 95 1 0 0 1 0 6

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o S S T ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0 3000,0 0 5 10 17 22 72 32 37 42 47 35 58 63 68 73 78 83 89 94 99 1 0 5 1 1 0

Distância Nascente Foz (km)*

S S T ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Figura 17 - Variação temporal e espacial da concentração de SST(a) e carga de SST (b).

A análise de concentrações de sólidos suspensos,Figura 18 (a) mostra pequena variação nos valores, sendo todas as medianas bem próximas de 0 mg/L, o ponto mais diferente é o P4 que apresenta maior variação, maior mediana, 0,20 mg/L e maior valor máximo, 12 mg/L, valor bem distante dos outros registrados. Já a distribuição de cargas da Figura 18 (b) mostra um aumento no valor das medianas à jusante da bacia, chegando a 497,61 t/dia no P6, fato que também ocorre com os valores máximos e as variações.

(a) (b) 0,0 3,0 6,0 9,0 12,0 15,0 0 5 1 0 1 7 2 4 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 5 6 6 1 6 6 7 2 7 8 8 3 8 9 9 5 1 0 0 1 0 6

Distância Nascente Foz (km)*

C o n c e n tr a ç ã o S S ( m g /L ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0 3000,0 0 5 10 19 25 03 35 40 45 50 56 61 66 72 77 82 87 93 98 1 0 4 1 0 9

Distância Nascente Foz (km)*

S S ( t/ d ia ) 95% 5% Mediana Out max Out min

Rio Iraí Rio Iguaçu

P1 P2

P3

P4

P5 P6

Figura 18 - Variação temporal e espacial da concentração de SS (a) e carga de SS (b).

3.2 Análise da variação das cargas por ponto

A Tabela 4 apresenta a variação dos parâmetros para cada trecho do rio e qual parâmetro varia mais dentro daqueles ligados à matéria orgânica e os das séries de nitrogênio, fósforo e sólidos. A análise desta tabela complementa a dos gráficos, uma vez que ela permite saber qual o parâmetro que está contribuindo mais para a queda na qualidade da água. Os valores negativos indicam redução do aporte de carga no trecho indicado.

(15)

sólidos, os dissolvidos totais apresentou a maior variação, 189,2 t/dia também entre os pontos P4 e P5. O nitrogênio total é o que apresenta maior variação, 13,5 t/dia, entre os pontos P3 e P4, porém o objetivo é saber qual dos parâmetros da série de nitrogênio é o que apresenta maior variação, por isso, na tabela está indicado nitrogênio amoniacal, que possui uma variação de 6,9 t/dia no mesmo trecho que se observou a maior variação de nitrogênio total. Na série de fósforo, o dissolvido foi o que apresentou maior variação, 0,9 t/dia entre os pontos P4 e P3.

Tabela 4 – Variação de cargas por ponto

P2-P1 P3-P2 P4-P3 P5-P4 P6-P5 Parâmetro que mais variou

DBO 11,8 4,7 19,1 87,8 -14,7 DQO 17,5 25,9 38,4 -52,2 -9,1 DBO DOC 25,3 11,2 65,6 44,6 35,1 SDT 117,9 62,8 182,4 189,2 92,9 SST 28,1 33,2 61,0 64,2 -26,4 SDT SS 145,6 7,6 129,2 174,0 41,2 N_Amoniacal 6,3 1,8 6,9 0,2 -1,1 N_Orgânico 1,5 0,4 3,7 2,0 -2,4 Nitrato 0,2 0,1 -0,0 0,1 0,3 N_amoniacal Nitrito 0,1 0,0 1,3 0,3 0,33 N_Total 8,7 4,9 13,5 1,3 -3,3 Fósforo 0,6 0,4 0,8 -0,1 -0,4 Fosfato 0,1 0,4 0,3 0,1 -0,4 P_Dissolvido 0,3 0,5 0,9 -0,5 0,3 P_Dissolvido P_Particulado 0,2 0,3 0,9 0,0 0,2 P_Dis_Orgânico 0,2 0,1 0,7 -0,6 0,2 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A perspectiva do gestor de recursos hídricos no que concerne à avaliação do potencial de poluição em uma bacia hidrográfica é muito influenciada pela leitura definida pela Resolução CONAMA 357/2005. As concentrações não necessariamente permitem avaliar o efeito das alterações de vazões e sintetizam efeitos físicos, químicos e biológicos. Nesta pesquisa, apresenta-se uma análiapresenta-se de interpretação de cargas compartilhando efeitos de concentração com os de estimativa de carga, para os principais parâmetros monitorados até o momento na Bacia do Alto Iguaçu na Região Metropolitana de Curitiba.

Através dos gráficos de carga compila-se melhor o aporte de poluentes na bacia.. Quando se observa apenas valores de concentração, não se pode afirmar que a quantidade de poluentes aumentou em determinado trecho do rio uma vez que este aumento pode ter sido ocasionado pela diminuição da vazão. No presente estudo os gráficos de concentração e carga dos parâmetros relacionados à matéria orgânica mostram bem isso. Quando observados somente os gráficos de concentração o ponto P4 é singular. Observando os box-plots de carga fica evidente que no trecho do rio a jusante deste ponto há uma quantidade de matéria orgânica maior.

(16)

Na série de nitrogênio, por conseguinte, tanto os gráficos de concentração quanto os de carga apresentam medianas bem próximas, mas os do primeiro tipo têm maior variabilidade de dados, apresentando valores maiores que a mediana para maior parte dos parâmetros e pontos de monitoramento. Nota-se que na maioria das vezes o ponto que apresenta maior variação não é o mesmo para concentração e carga. Isto pode ser visto, por exemplo, nos gráficos referentes a nitrogênio amoniacal, onde a variação para os pontos P2 e P5 são praticamente iguais quando se observa valores de concentração. Claramente, a partir disso, pode-ser induzir à interpretação de que nestes pontos a quantidade de poluentes é a mesma, porém, como se observou para as estimativas de carga para o P5 registra-se valores bem maiores que para o P2.

Portanto, pode-se inferir que se fosse preciso escolher em qual trecho do rio seria necessário uma intervenção mais urgente para melhorar a qualidade da água, ações devem ser inicialmente concentradas entre os pontos P4 e P5. Estes pontos são peculiares pois monitoram condições de aporte de carga proveniente de sub-bacias com forte demanda urbana e industrial com impactos significativos sobre os recursos hídricos.

Algumas outras observações podem ser feitas isoladamente: os box-plots referentes à carga no P1 não apresentam variação nos dados, o que é bastante coerente, uma vez que este ponto é o que reflete a proteção de áreas de mananciais. O ponto P6 apresenta maiores valores para as séries de nitrogênio, fósforo e sedimentos, refletindo os efeitos da dinâmica de aporte de cargas a montante.

Os valores das medianas para os gráficos de concentração de sólidos são bem próximos, isso poderia indicar que ao longo da bacia não há um aporte significativo de carga contendo sólidos, porém quando se leva em consideração a vazão, fica evidente um aumento de carga poluidora, com exceção do trecho entre os pontos P5 e P6 que apresentam medianas muito próximas. O trecho localizado entre esses pontos é pouco urbanizado, o que justifica essa proximidade, o contrário ocorre entre os pontos P4 e P5.

Finalmente, o que deve ser destacado, é que estas análises só puderam ser realizadas, como conseqüência da integração quantidade e qualidade da água. Estes resultados configuram uma primeira descrição com esta característica para a Bacia do Alto Iguaçu e permitiram uma avaliação descritiva que não tinha se consolidado até o presente momento para a realidade da região. A contribuição deste artigo é o de incentivar, em bacias críticas, uma visão desta natureza.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao CNPq pelas bolsas dos pesqusiadores. Adicionalmente, os recursos do Projeto Integra (CNPq/FINEP/CT-Hidro) sob a coordenação do Prof. João Batista Dias de Paiva, foram fundamentais para o desenvolvimento desta pesquisa.

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BIBLIOGRAFIA

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VILLA, A.T. “Avaliação Ambiental de Qualidade da Água do Lago do Parque Barigüi: Potencial

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VON SPERLING, M. “Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos”. 3.ed. Minas Gerais: DESA/UFMG, 2005. 452 p.

Referências

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