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MINISTÉRIO PÚBLICO DE RORAIMA TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

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TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

ICP n. 007-B/2011 – Criação e Implementação do Conselho Municipal da Pessoa com Defici-ência de Boa Vista.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA, por meio de

sua Representante legal, Dra. ÉRIKA LIMA GOMES MICHETTI, Promotora de Justiça da motoria de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idoso; Direito à Educação – PRO-DIE e a Pro-curadora de Justiça, Conselheira do CONADE, Dra. JANAÍNA CARNEIRO COSTA MENE-ZES, doravante denominado COMPROMITENTE e o

PREFEITO DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA, Sr. IRADILSON SAMPAIO DE SOUZA, portador do RG nº 25703 - SSP/RR, inscrito no CPF sob o nº

052.605.312-72, residente e domiciliado na Rua do Buritizeiro, n. 59 – Bairro Caçari – Boa Vista/RR, doravante denominado COMPROMISSÁRIO;

Com base nos autos do Inquérito Civil Público - ICP nº 007-B/2011, que apura “Falta de implementação do Conselho municipal da Pessoa com Deficiência no

municí-pio de Boa Vista”;

CONSIDERANDO ser de incumbência do Ministério Público a defesa da

ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis e a função institucional de zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-levância pública aos direitos assegurados na Constituição Federal, promovendo as medidas ne-cessárias a sua garantia, tal como se infere das disposições de caráter constitucional previstas nos artigos 127 e 129, II da Constituição Federal e artigo 87 da Constituição do Estado de Rorai-ma;

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CONSIDERANDO que compete ao Ministério Público adotar de pronto as

medidas administrativas ou judiciais necessárias à promoção dos direitos das Pessoas com Defi-ciência, conforme preceitua a Lei Federal nº 7.853/89;

CONSIDERANDO a atribuição desta Promotoria de Defesa da Pessoa com

Deficiência e Idoso; Direito à Educação, conforme Resolução nº 003/2009 da Procuradoria-Ge-ral de Justiça de Roraima;

CONSIDERANDO que a República Federativa do Brasil possui como

fun-damentos a cidadania e a dignidade da pessoa humana, bem como tem por escopo tanto a cons-trução de uma sociedade livre, justa e solidária com a promoção do bem de todos e ainda a redu-ção das desigualdades sociais;

CONSIDERANDO a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas

com Deficiência, que passou a integrar o ordenamento jurídico brasileiro com status de emenda constitucional, disciplinar em seu art. 4º que os Estados Partes devem adotar todas as medidas legislativas, administrativas e de qualquer natureza, necessárias para a realização dos direitos re-conhecidos naquele documento;

CONSIDERANDO que conforme o art. 6º, I e III do Decreto n.º 3.298/99,

são diretrizes da Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência: a) estabelecer mecanismos que acelerem e favoreçam a inclusão social da pessoa portadora de deficiência; b) incluir a pessoa portadora de deficiência, respeitadas as suas peculiaridades, em todas as iniciati-vas governamentais relacionadas à educação, à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à previ-dência social, à assistência social, ao transporte, à habitação, à cultura, ao esporte e ao lazer;

CONSIDERANDO que constitui obrigação nacional, ficando a cargo do

Poder Público e da sociedade, integrar a Pessoa com Deficiência, respeitando os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social e do respeito à dignidade da pessoa humana, afastadas as discriminações e preconceitos de qualquer natureza (Lei nº 7.853/89);

CONSIDERANDO a necessidade de criação do Conselho Municipal dos

Direitos da Pessoa com Deficiência, instância superior de deliberação colegiada, de natureza permanente, que tenha como objetivo principal propor, acompanhar e avaliar as políticas

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relati-vas aos direitos da Pessoa com Deficiência, com capacidade de interiorização das ações, dispon-do de autonomia administrativa e financeira;

CONSIDERANDO que o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com

Deficiência (Conade), instância da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, estabeleceu “Diretrizes para a Criação de Conselhos Estaduais e Municipais dos Di-reitos da Pessoa com Deficiência”.

CONSIDERANDO que o papel principal do Conselho Municipal dos

Di-reitos da Pessoa com Deficiência é funcionar como uma rede de controle social da Política de atenção integral à Pessoa com Deficiência com vistas a garantir o pleno exercício de direitos bá-sicos quanto à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem o bem estar pessoal, social e econômico, exigindo, quando ocorrer ameaça ou violação de direitos da Pessoa com Deficiência, a adoção de medidas efetivas de proteção e reparação;

CONSIDERANDO a necessidade de zelar pela efetiva implantação,

imple-mentação, defesa e promoção dos direitos da Pessoa com Deficiência;

CONSIDERANDO que no Município de Boa Vista ainda não foi criado o

Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, conforme Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência disciplinada no Decreto n.º 3.298/99, incorrendo, destarte, o Poder Público em omissão ao determinado em norma federal;

CONSIDERANDO que a ausência normativa pode gerar consequências

flagrantemente prejudiciais, eis que as Pessoas com Deficiência, além de conviverem com as di-ficuldades alheias a esta condição, também são em sua grande maioria pessoas de baixo poder aquisitivo e necessitam de efetivo apoio tanto da sociedade como do Poder Público;

CELEBRAM o presente acordo com força de título executivo extrajudicial

(art. 5º, §6º, da Lei nº 7.347/85 - Lei da Ação Civil Pública e art. 585, inciso II, do Código de Processo Civil), nos termos que seguem discriminados:

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CLÁUSULA 1ª – O COMPROMISSÁRIO, sendo responsável pelo

dire-cionamento das questões administrativas que indicam atendimento aos direitos fundamentais correspondentes às Pessoas com Deficiência, entende que a atual situação merece maior cuida-do, ensejando providências múltiplas por parte do Município para efetivação das garantias cons-titucionais. E buscando ajustar a sua conduta o fará com base nas cláusulas a seguir:

CLÁUSULA 2ª - O COMPROMISSÁRIO assume a responsabilidade de

enviar ao Presidente da Câmara dos Vereadores de Boa Vista, com pedido de urgência, Projeto de Lei dispondo sobre a criação e implementação do Conselho Municipal da Pessoa com Defici-ência, estabelecendo, ainda, a criação do Fundo Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiên-cia, o qual deverá constar de recursos originários próprios para o exercício de 2013.

Parágrafo primeiro: Para o exercício deste ano o COMPROMISSÁRIO

assume a responsabilidade por meio do Fundo do Conselho Municipal de Assistência Social, a dar todo o suporte orçamentário para a implementação do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência;

Parágrafo segundo: Caberá ao Conselho Municipal da Pessoa com

Defici-ência a responsabilidade pela gestão dos respectivos recursos financeiros, constando ainda no ato de sua criação que o mesmo terá competência para deliberar a respeito da política municipal da Pessoa com Deficiência, dentro das determinações estabelecidas pelo Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência e Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, além das atribuições originárias fiscalizatórias.

Parágrafo terceiro: O COMPROMISSÁRIO deverá encaminhar ao

COM-PROMITENTE, no prazo de 30 (trinta) dias, minuta do projeto de lei para apreciação e discus-são junto a sociedade civil. Após a devolutiva pelo COMPROMITENTE, o COMPROMISSÁ-RIO deverá, no prazo de 30 (trinta) dias, fazer o encaminhamento do caput deste parágrafo.

CLÁUSULA 3.ª - No prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação da Lei

Municipal a que se refere a Cláusula Segunda, o COMPROMISSÁRIO:

a) nomeará os representantes do Poder Executivo Municipal que irão compor o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência;

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b) nomeará 03 (três) pessoas de notória idoneidade e reconhecida experiên-cia em atividades de defesa das Pessoas com Deficiênexperiên-cia, as quais irão compor uma Comissão, não remunerada, encarregada de convocar e mobilizar as organizações representativas da socie-dade para, numa assembleia a ser organizada e amplamente divulgada pela Comissão, escolhe-rem os representantes da Sociedade que irão compor o Conselho Municipal da Pessoa com Defi-ciência;

c) baixará decreto regulamentando o Fundo Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência que contará com previsão orçamentária a partir de 2013;

d) determinará a abertura da conta do fundo municipal e determinará as de-mais providências necessárias à sua operacionalização;

CLÁUSULA 4ª - Para a realização da assembleia a que se refere a Cláusu-la Terceira, o COMPROMISSÁRIO fixará à Comissão o prazo máximo de 45 (quarenta e

cin-co) dias, a contar da nomeação (ou indicação) e respectiva aceitação da tarefa pelos seus mem-bros, proporcionando à Comissão todos os meios materiais e assessoria que se fizer necessária, disponibilizando veículo para eventuais deslocamentos e reuniões com a comunidade, funcioná-rios de apoio, custeio de impressos e correios, computador para elaboração de documentos, es-paço físico para reuniões e para a própria assembleia e o que mais se fizer necessário e for razo-ável para o bom desempenho de sua missão.

CLÁUSULA 5ª - No prazo de 05 (cinco) dias, a contar da escolha dos

re-presentantes da sociedade, o COMPROMISSÁRIO dará posse, em ato público e solene, ao Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, e, no mesmo prazo, destinará ao Órgão a estru-tura necessária ao seu bom funcionamento, constituída, no mínimo, do seguinte:

a) espaço adequado para reuniões e manutenção da secretaria e arquivo, li-nha telefônica, mesa de reuniões, cadeiras suficientes para todos os conselheiros, bem como al-gumas cadeiras sobressalentes para recepcionar as pessoas que desejarem participar das reuni-ões;

b) mobiliário e equipamentos para a secretaria, constituídos de uma escriva-ninha para o secretário(a) de apoio administrativo, uma mesa de digitação, computador com

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im-pressora, acesso à internet, arquivo e armário para a guarda de material de expediente, livros, publicações, etc....;

c) cessão de um servidor(a) apto a exercer a função de secretário(a) do Con-selho Municipal da Pessoa com Deficiência, que ficará à inteira e exclusiva disposição do Ór-gão;

CLÁUSULA 6ª - O COMPROMISSÁRIO deverá, no prazo de 120 (cento

e vinte) dias, fazer adesão ao Plano do Governo Federal “Viver sem limites”.

CLÁUSULA 7ª - O COMPROMISSÁRIO, no prazo de 48 (quarenta e oito ) horas após o vencimento dos respectivos prazos, encaminhará ao Ministério Público

in-formações e documentos comprobatórios do cumprimento de cada uma das obrigações assumi-das.

CLÁUSULA 8ª - Ao COMPROMITENTE, Ministério Público do Esta-do de Roraima, através da Pro-DIE, cabe as seguintes obrigações:

I – fiscalizar o efetivo cumprimento das obrigações assumidas pelo COM-PROMISSÁRIO, podendo para tanto, requisitar a colaboração e cooperação de órgãos ou enti-dades públicas ou privadas competentes;

II – Promover a ação de execução visando compelir o COMPROMISSÁ-RIO a cumprir com as obrigações pactuadas, nos prazos estabelecidos no presente TAC;

III – promover à ação de execução em desfavor do COMPROMISSÁRIO para exigir o pagamento dos valores referentes as multas estipuladas no presente TAC, em caso de não cumprimento das obrigações pactuadas nos prazos definidos;

IV – requerer do COMPROMISSÁRIO, em qualquer tempo, o fornecimen-to de informações e a apresentação de documenfornecimen-tos que estejam relacionados ao implemenfornecimen-to das obrigações previstas no presente TAC;

V – exercer todas as atribuições e utilizar-se de todas as medidas e instru-mentos previstos em lei para fazer cumprir as obrigações constantes do presente TAC;

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CLÁUSULA 9ª - Caso o COMPROMISSÁRIO não implemente as

obri-gações pactuadas no prazo previsto no presente TAC, incidirá em multa diária por atraso corres-pondente a R$ 500,00 (quinhentos reais), sem prejuízo da configuração de ato de improbidade administrativa por parte dos representantes legais, além de outras infrações administrativas e cri-minais, sem embargo da propositura de Ação de Execução de Obrigação de Fazer, nos termos do art. 5º, §6º da Lei Federal nº 7347/1985;

Parágrafo único - Os agentes públicos que derem causa ao não

cumpri-mento das obrigações pactuadas no presente TAC também incidirá em multa diária pessoal no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);

CLÁUSULA 10ª - Não havendo pagamento da multa, implicará na

cobran-ça pelo Ministério Público, com correção monetária (juros de 1% ao mês) e multa de 2% sob o montante apurado.

CLÁUSULA 11ª - Este compromisso não inibe ou restringe as ações de

controle, fiscalização e monitoramento de qualquer órgão, nem limita ou impede o exercício, por ele, de suas atribuições e prerrogativas legais e regulamentares, estando o presente compromisso exclusivamente adstrito às irregularidades noticiadas e apuradas no procedimento Ministerial;

CLÁUSULA 12ª- Este acordo produzirá efeitos legais e terá eficácia plena

com a assinatura, sendo que após o seu cumprimento será promovido o arquivamento e submeti-do à homologação pelo Conselho Superior submeti-do Ministério Público, em consonância com o art. 9º e parágrafos da Lei nº 7.347/85 e art. 19 e parágrafos da Resolução Normativa nº 010/2009 do Ministério Público do Estado de Roraima;

CLÁUSULA 13ª- Desde já fica estabelecida a possibilidade de aditivos ao

presente acordo.

CLÁUSULA 14ª- As questões decorrentes deste compromisso serão

dirimi-das no foro da Comarca de Boa Vista-RR (art. 2º da Lei nº 7.347/85).

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Boa Vista-RR, 01 de março de 2012.

ÉRIKA LIMA GOMES MICHETTI

Promotora de Justiça da Pro-DIE

JANAÍNA CARNEIRO COSTA MENEZES

Procuradora de Justiça Conselheira do CONADE

IRADILSON SAMPAIO DE SOUZA

Prefeito do Município de Boa Vista

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