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Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba (Mill) N.E. Brown. (Erva Cidreira Brasileira) em ratos

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(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. LUANA GODINHO MAYNARD. EFEITOS CARDIOVASCULARES DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba (MILL) N.E. BROWN. (ERVA CIDREIRA BRASILEIRA) EM RATOS. São Cristóvão/SE 2011. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(2) 2. LUANA GODINHO MAYNARD. EFEITOS CARDIOVASCULARES DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba (MILL) N.E. BROWN. (ERVA CIDREIRA BRASILEIRA) EM RATOS. Dissertação apresentada ao Núcleo de PósGraduação em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.. Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto V. Santos. São Cristóvão/SE 2011. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(3) 3. LUANA GODINHO MAYNARD. EFEITOS CARDIOVASCULARES DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba (MILL) N.E. BROWN. (ERVA CIDREIRA BRASILEIRA) EM RATOS. Aprovada em ____/___/____. Dissertação apresentada ao Núcleo de PósGraduação em Medicina da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.. __________________________________________________________ Orientador: Prof. Dr. Márcio Roberto Viana Santos Universidade Federal de Sergipe – UFS _________________________________________________________ 1º Examinador: Profa. Dra. Aldeídia Pereira de Oliveira Universidade Federal do Piauí - UFPI. _________________________________________________________ 2º Examinador: Prof. Dr.Valter Joviniano de Santana Filho Universidade Federal de Sergipe - UFS PARECER ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(4) 4. DEDICATÓRIA. Dedico este trabalho aos meus pais, Luiz Tadeu e Silmara, ao meu irmão Luan, a minha avó Neusa, a minha “dinha” Isa, que são os principais responsáveis pela base em que me ergui como pessoa; e ao meu namorado Henrique por sempre me apoiar.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(5) 5. AGRADECIMENTOS Concluo este trabalho com muita alegria. Posso dizer que todas as experiências vividas foram gratificantes e que cada obstáculo ultrapassado me fez crescer como pessoa e profissional. Porém, ninguém caminha sozinho e por isto registro aqui alguns sinceros agradecimentos. Agradeço primeiramente a Deus por iluminar mais um caminho trilhado por mim nesta jornada acadêmica. Obrigada Senhor por me dar saúde e sabedoria para alcançar os meus objetivos. Ao professor Dr. Márcio Roberto Viana Santos que me recebeu muito carinhosamente desde o primeiro momento em que bati na porta de sua sala pedindolhe que fosse meu orientador. Obrigada por confiar que eu poderia chegar aonde cheguei. Obrigada pelas oportunidades, pelos ensinamentos e pela paciência. Tenho grande admiração e respeito pela pessoa e profissional que és. Ao Prof. Dr. Arie F. Blank, à Professora Dra. Maria de Fátima ArrigoniBlank e à doutoranda Magna Galvão Peixoto pelo fornecimento do material vegetal utilizado no experimento que resultou nesta dissertação e por se mostrarem sempre dispostos em ajudar. Agradeço a todos os colegas do LAFAC: à Kátia que foi minha parceira desde o início deste projeto; a André por ter me ensinado as técnicas de cirurgia e canulação em ratos, além de todas as ajudas prestadas no decorrer do mestrado; à Patrícia por me ensinar os protocolos in vitro, agradeço a paciência e toda a ajuda prestada; a Tharciano, uma ótima amizade que conquistei durante o curso de mestrado, agradeço por dividir comigo as angústias e alegrias desta e de outras experiências de vida. Aos demais colegas: Milene, Ana Paula Barbosa, Ana Paula Soares, Marcelo, Ayslan, Carol, Daniel, Vitor, Fabrício, Gabriela, Flávia, Byanca, agradeço os momentos de descontração e as ajudas prestadas. Agradeço à Universidade Federal de Sergipe (UFS), pela oportunidade de realizar minha formação neste Curso de Mestrado em Ciências da Saúde. A todos os Professores do Curso de Mestrado em Ciências da Saúde, pelos conhecimentos e experiências transmitidas.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(6) 6. Aos meus pais, Luiz Tadeu e Silmara, que são mais do que pais. São grandes amigos e meus maiores exemplos de vida. Agradeço por acreditarem sempre que sou capaz, por me amarem incondicionalmente e por me ensinarem que não há obstáculo que não consiga ser derrubado para se alcançar um sonho. Ao meu irmão, Luan Maynard, um grande orgulho para mim. Meu grande amigo e a pessoa com quem posso contar em todos os momentos. À minha avó Neusa e a minha “dinha” Isa, agradeço o amor que me fortalece, os braços que me acolhem quando preciso e por apostarem no meu futuro. Ao meu namorado Henrique, que acima de tudo é meu grande amigo, agradeço a paciência, o carinho, o companheirismo e o incentivo em mais esta etapa de minha vida. Às minhas amigas de muitos anos Nicole, Nayra e Pollyanna, que muitas vezes são o meu refúgio nas horas difíceis. Agradeço por se fazerem presentes mesmo quando estamos distantes e por estarem sempre torcendo e vibrando com as minhas vitórias. A todos os colegas de mestrado que de forma direta e indireta colaboraram, torceram e estimularam a realização deste trabalho. Aos animais do Biotério utilizados em prol do desenvolvimento da ciência. Ao Sr. Oswaldo pelos cuidados com os animais. Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudos.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(7) 7. “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Clarice Lispector. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(8) 8. RESUMO MAYNARD, L. G. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba (Mill) N.E. Brown. (Erva Cidreira Brasileira) em ratos. Dissertação de Mestrado, Núcleo de Pós graduação em Medicina, Mestrado em Saúde- NPGME/UFS, 94p, 2011. A Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (VERBENACEAE), conhecida popularmente como Erva Cidreira Brasileira, é uma das plantas mais utilizadas na medicina popular brasileira, inclusive para o tratamento da hipertensão arterial. Este estudo buscou investigar os efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba (OELA) em ratos. Para registro dos parâmetros hemodinâmicos, ratos machos Wistar saudáveis foram canulados na aorta abdominal e na veia cava inferior. Inicialmente foram testados 5 quimiotipos deste óleo (geranial, limoneno, linalol, mirceno e carvona), administrados por via intravenosa e in bolus, nas doses de 5, 10, 20, 40 e 60 mg/kg. Após análise destes resultados, observou-se que o quimiotipo geranial (OELAG) foi o que apresentou o melhor efeito sobre a pressão arterial, tornando-se o quimiotipo de escolha. Em animais saudáveis e não-anestesiados, o OELAG (5, 10, 20 e 40 mg/kg, i.v.) induziu hipotensão e bradicardia transientes. Estes efeitos foram atenuados em animais pré-tratados com atropina (2 mg/kg, i.v.), hexametônio (20 mg/kg, i.v.) ou LNAME (20 mg/kg, i.v.), mas não com indometacina (5 mg/kg, i.v.). Para os experimentos in vitro, os ratos foram eutanasiados e a artéria mesentérica superior foi removida e seccionada em anéis (1-2 mm), os quais foram montados em cubas para órgão isolado contendo solução de Tyrode a 37o C e gaseificada com carbogênio. Em anéis intactos de artéria mesentérica superior de ratos, pré-contraídos com fenilefrina (10 µM), o OELAG (1 - 1000 µg/mL) induziu relaxamento (pD2 = 1,89 ± 0,21; Emax = 110,8 ± 10,8 %) cujo efeito não foi alterado após remoção do endotélio (pD 2 = 2,37 ± 0,16; Emax = 134,8 ± 16,5 %), após a incubação com tetraetilamônio (TEA) (pD2 = 2,23 ± 0,04; Emax = 117,2 ± 4,96 %) ou KCl (80 mM) (pD2 = 1,96 ± 0,06; Emax = 112,6 ± 6,70 %). Além disso, o OELAG foi capaz de inibir as contrações induzidas por CaCl2 e produzir um efeito adicional (34,82 %; n = 5) sobre o relaxamento máximo causado pela nifedipina (10 µM) em anéis sem endotélio. Diante destes resultados, pode-se concluir que o OELAG produz efeito hipotensor, que parece ser causado por ativação de receptores muscarínicos e liberação de NO, e bradicardia, que parece ser causado pela ativação de receptores muscarínicos cardíacos e. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(9) 9. nicotínicos ganglionares. Além disso, o OELAG induz vasorelaxamento que parece ser causado inicialmente por um bloqueio do influxo de Ca2+ através dos canais de Ca2+ operados por voltagem. Palavras-chave: Lippia alba, óleo essencial, efeitos cardiovasculares, ratos, canais de cálcio.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(10) 10. ABSTRACT MAYNARD, L. G. Cardiovascular effects of the essential oil Lippia alba (Mill) N.E. Brown (Erva Cidreira Brasileira) in rats. Dissertação de Mestrado, Núcleo de Pós graduação em Medicina, Mestrado em Saúde- NPGME/UFS, 94p, 2011. Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (VERBENACEAE), popularly know as Erva Cidreira Brasileira, has been one of the most commonly herbs used in the Brazilian folk medicine to blood pressure control. This study aimed to investigate the cardiovascular effects of the essential oil of Lippia alba (EOLA) in rats. For the hemodynamic measurement, normotensive male Wistar rats had their abdominal aorta and lower vena cava cannulated. Initially, five chemotypes (geranial, limonene, linalool, mircene, and carvone) were tested in normotensive conscious rats. They were intravenously and in bolus administrated at the doses of 5, 10, 20, 40 and 60 mg/kg. The EOLAG showed the best results on blood pressure, being chosen for the following experiments. The administration of EOLAG (5, 10, 20, and 40 mg/kg, i.v.) induced transient hypotension and bradycardia. These responses were attenuated by atropine (2 mg/kg, i.v.), hexamethonium (20 mg/kg, i.v.) and NG-nitro-Larginine methyl ester hydrochloride (L-NAME - 20 mg/kg, i.v.), but not by indomethacin (5 mg/kg, i.v.). For in vitro approach, the rats were euthanized and the superior mesenteric artery was removed and cut in rings (1-2 mm), which were placed in organ baths containing Tyrode`s solution at 37o C and gassed with carbogen. In intact rings of rat mesenteric artery pre-contracted with phenilephrine (1 µM), EOLAG (1 1000 µg/mL) induced relaxation (pD2 = 1.89 ± 0.21; Emax = 110.8 ± 10.8 %) which was not modified after the removal of the endothelium (pD2 = 2.37 ± 0.16; Emax = 134.8 ± 16.5 %), after incubation with TEA (pD 2 = 2.23 ± 0.04; Emax = 117.2 ± 4.96 %) or KCl (80 mM) (pD2 = 1.96 ± 0.06; Emax = 112.6 ± 6.70 %). In addition, the EOLAG was able to inhibit the contraction caused by CaCl2 and produced additional effect (34.82 %; n = 5) on maximal relaxation of nifedipine (10 µM). In conclusions, the results demonstrate that the EOLAG induces hypotensive effect, that seems to be caused by muscarinic activation and NO release, and bradycardia, that seems to be due to an activation of ganglion nicotinic and cardiac muscarinic receptors. Furthermore, EOLAG produces vasorelaxation primarily caused by blocking Ca2+ influx through voltage-operated Ca2+ channels.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(11) 11. Keywords: Lippia alba, essential oil, cardiovascular effects, rats, calcium channel blockers.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(12) 12. LISTA DE ABREVIATURAS ACh- Acetilcolina AMPc - Adenosina monofosfato cíclica ANOVA – Análise de variância ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária BKCa- Canais para potássio sensíveis ao cálcio de grande condutância BVLC – Região do bulbo ventro-lateral caudal Ca2+- Ions cálcio CaCl2 – Cloreto de cálcio Cavs – Canais de cálcio operados por voltagem CEME/MS – Central de Medicamentos CEPA – Comitê de ética em pesquisa com animais CG/EM – Cromatografia gasosa interfaceada com espectrometria de massa CGs – ciclase da guanilil solúvel CO2 – gás carbônico COX – ciclo-oxigenase DAG- Diacilglicerol DVE – Doença vascular encefálica EDHF- Fator hiperpolarizante derivado do endotélio EDRFs- Fatores relaxantes derivados do endotélio eNOS- Oxído nítrico sintase endotelial E.P.M. - Erro padrão da média eV – Elétron-volt FC – Frequência cardíaca FOB – Free on board- entregue embarcada GABA – Ácido γ-aminobutírico GMPc- Guanosina monofosfato cíclica HA– Hipertensão arterial sistêmica HEXA – Hexametônio IES – Instituições de ensino superior IKCa – Canais de potássio de condutância intermediária. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(13) 13. INDO - Indometacina IP3- Trisfosfato de inositol i.p. – Via intraperitoneal i.v. – Via intravenosa K+- Ions potássio KCl – cloreto de potássio L-NAME – NG-nitro L-arginina metl éster M2 – Receptor muscarínico cardíaco M3 – Receptor muscarínico endotelial MgCl2 – Cloreto de magnésio MLCK- Quinase da cadeia leve da miosina MS/SNVS – Ministério da Saúde/Sistema Nacional de Vigilância Sanitária NaCl – Cloreto de sódio NaHCO3 - Bicarbonato de sódio NaH2PO4 – fosfato monobásico de sódio NIF - Nifedipina NO- Oxído nítrico NOS- Oxído nítrico sintase NTS – Núcleo do trato solitário O2 - Oxigênio OELA - Óleo essencial de Lippia alba OELAC - Óleo essencial de Lippia alba, quimiotipo carvona OELAG – Óleo essencial de Lippia alba, quimiotipo geranial OELAL - Óleo essencial de Lippia alba, quimiotipo linalol OELALm - Óleo essencial de Lippia alba, quimiotipo limoneno OELAM - Óleo essencial de Lippia alba, quimiotipo mirceno OMS – Organização mundial da saúde PA – Pressão arterial PAM – Pressão arterial média PE - Polietileno PGI2- Prostaciclina Phe - Fenilefrina PKC- Proteína quinase C. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(14) 14. PKG- Proteína quinase G PNPIC – Programa Nacional de Práticas investigativas e complementares PTZ – Pentilenotetrazol RE – Retículo endoplasmático RVLM – Área bulbar ventro-lateral rostral RVP – Resistência vascular periférica SERCA- Bomba de Ca2+ SKCa – Canais de potássio de baixa condutância SNA – Sistema nervoso autônomo SNC – Sistema nervoso central SNS – Sistema nervoso simpático TEA - Tetraetilamônio v.o. – Via oral. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(15) 15. LISTA DE FIGURAS. Figura 1: Lippia alba (Mill.) N. E. Brown....................................................……....28 Figura 2: Distribuição mundial de Lippia alba.........................................................28 Figura 3: Esquema de Disfunção Endotelial, favorecendo o surgimento de doenças cardiovasculares..........................................................................................................39 Figura 4: Ratos Wistar...............................................................................................47 Figura 5: Sistema de aquisição de dados da PAM e FC em ratos.............................48 Figura 6: Artéria mesentérica superior de rato .........................................................51 Figura 7: Sistema de aquisição de dados de reatividade vascular.............................52 Figura 8: Anel arterial, disposto entre duas hastes, suspenso por linha de algodão e mantido. em. cuba. para. órgão. isolado. contendo. solução. nutritiva. de. Tyrode.........................................................................................................................53 Figura 9: Efeitos da administração intravenosa e in bolus dos cinco diferentes quimiotipos de OELA: geranial (OELAG), limoneno (OELALm), linalol (OELAL), mirceno (OELAM) e carvona (OELAC) (5, 10, 20, 40 e 60 mg/kg) sobre a PAM (A) e FC (B) de ratos saudáveis não-anestesiados..............................................................58 Figura 10: Registro original mostrando os efeitos do OELAG (5, 10, 20 e 40 mg/kg, i.v.) sobre a PAM e FC de um rato saudável. A setas indicam o momento de administração do óleo.................................................................................................59. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(16) 16. Figura 11: Efeitos hipotensor (A) e bradicárdico (B) induzidos pela administração intravenosa in bolus de doses do OELAG (5; 10; 20 e 40 mg/kg) em ratos saudáveis não-nestesiados..........................................................................................................60 Figura 12: Efeitos hipotensor (A) e bradicárdico (B) induzidos pela administração intravenosa in bolus de doses do OELAG (5; 10; 20 e 40 mg/kg) em ratos saudáveis não-anestesiados na condição controle e em animais pré-tratados com atropina (2 mg/kg; i.v.; 30 min)....................................................................................................61 Figura 13: Efeito hipotensor (A) e bradicárdico (B) induzido pela administração intravenosa in bolus de doses do OELAG (5, 10, 20 e 40 mg/kg, i.v.) em ratos saudáveis não-anestesiados na condição controle e em animais pré-tratados com hexametônio (20 mg/kg; i.v.; 30 min)........................................................................62 Figura 14: Efeito hipotensor (A) e bradicárdico (B) induzido pela administração intravenosa in bolus de doses do OELAG (5; 10; 20 e 40 mg/kg, i.v.) em ratos saudáveis não-anestesiados na condição controle e em animais pré-tratados com LNAME. (20mg/kg. i.v.,. 30. min.)...................................................................................63 Figura 15: Efeito hipotensor (A) e bradicárdico (B) induzido pela administração intravenosa in bolus de doses do OELAG (5; 10; 20 e 40 mg/kg, i.v.) em ratos saudáveis não-anestesiados na condição controle e em animais pré-tratados indometacina (5 mg/kg i.v.; 30 min)...........................................................................64 Figura 16: Curva concentração-resposta para o OELAG (1 – 1000 µg/mL, cumulativo) em anéis arteriais, com e sem endotélio, de artéria mesentérica superior de ratos saudáveis pré-contraídos com Phe (1µM)...................................................65 Figura 17: Curva concentração-resposta para o OELAG (1 – 1000 µg/mL, cumulativo) em anéis arteriais sem endotélio de mesentérica superior de ratos saudáveis pré-contraídos com Phe (1µM) ou pré-contraídos com Phe (1µM) após incubação com TEA (100µM, 30 min).......................................................................66. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(17) 17. Figura 18: Curva concentração-resposta para o OELAG (1 – 1000 µg/mL, cumulativo) em anéis sem endotélio de artéria mesentérica superior de ratos précontraídos com Phe (1µM) ou pré-contraídos com KCl80 mM...............................67 Figura 19: Curva concentração-resposta para CaCl2 (10-6, 3x10-6, 10-5, 3x10-5, 10-4, 3x10-4, 10-3, 3x10-3, 10-2 e 3x10-2 M) em anéis de artéria mesentérica superior de ratos, sem endotélio, antes (controle) e após pré-incubação com OELAG nas concentrações de 10, 30 e 300 µg/mL, separadamente...............................................69 Figura 20: Efeito vasorelaxante da nifedipína (NIF: 10 µM), OELAG (300 µg/mL), separadamente, e OELAG adicionado sobre o relaxamento máximo da NIF (NIF + OELAG) em anéis de artéria mesentérica superior de ratos, sem endotélio, précontraídos com Phe (1 µM)......................................................................................70. LISTA DE TABELAS. Tabela 1: Constituintes químicos do óleo essencial das folhas de Lippia alba quimiotipo geranial.....................................................................................................57. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(18) 18. SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................21 2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................24 2.1. Plantas Medicinais.............................................................................................24 2.2. Políticas Normativas Brasileiras sobre plantas medicinais............................25 2.3. Lippia Alba..........................................................................................................27 2.3.1. Sinonímias populares e científicas........................................................29 2.4. Metabólitos Secundários ..................................................................................29 2.5. Óleo essencial de Lippia alba.............................................................................30 2.5.1. Quimiotipos...........................................................................................31 2.5.2. Potencial Econômico.............................................................................33 2.6. Estudos pré-clínicos com a Lippia alba...........................................................34 2.7. Hipertensão arterial sistêmica..........................................................................35 2.7.1. Fisiopatologia da HAS..........................................................................37 2.7.2. Disfunção endotelial e Hipertensão......................................................38 2.7.3. Controle da pressão arterial...................................................................40 2.7.4. Tratamento da hipertensão arterial........................................................41 2.7.5. Lippia alba e Hipertensão arterial.........................................................42 3. OBJETIVOS..........................................................................................................44 3.1. Geral....................................................................................................................44 3.2. Específicos...........................................................................................................44 4. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................45 4.1. Obtenção do OELA...........................................................................................45 4.2. Drogas.................................................................................................................46 4.3. Animais...............................................................................................................46 4.4. Ensaios farmacológicos in vivo.........................................................................47 4.4.1. Preparação dos animais.........................................................................47 4.4.2. Protocolos experimentais dos estudos in vivo com os diferentes quimiotipos do OELA...............................................................................................49. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(19) 19. 4.4.3. Protocolo experimental in vivo com o quimiotipo do OELA de escolha.........................................................................................................................4 9 4.5. Caracterização dos efeitos do OELAG sobre a reatividade vascular em artéria mesentérica de ratos saudáveis: estudos in vitro.......................................50 4.5.1. Preparação da artéria mesentérica superior isolada de rato..................50 4.5.2. Protocolos experimentais empregados nos estudos in vitro..................53 4.5.2.1. Avaliação da participação dos canais de K+ nas respostas induzidas pelo quimiotipo de escolha do OELA........................................................53 4.5.2.2. Avaliação da participação dos canais de Ca2+ nas respostas induzidas pelo quimiotipo de escolha do OELA........................................................54 4.5.2.3. Avaliação da participação dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem (Cav) tipo-L sensíveis a diidropiridina nas respostas induzidas pelo quimiotipo de escolha do OELA.................................................................................54 4.6. Análise Estatística.............................................................................................55 5. RESULTADOS.....................................................................................................56 5.1. Efeitos dos 5 quimiotipos de OELA sobre a PAM e FC em ratos saudáveis....................................................................................................................56 5.2. Composição química do óleo essencial das folhas de Lippia alba quimiotipo geranial.......................................................................................................................5 6 5.3. Efeitos hemodinâmicos do OELAG nos experimentos in vivo.......................56 5.3.1. Efeitos do OELAG sobre a PAM e FC em ratos saudáveis..................58 5.3.2. Efeitos do OELAG sobre a PAM e FC em ratos saudáveis após o pré tratamento com atropina e hexametônio.........................................................60 5.3.3. Efeitos do OELAG sobre a PAM e FC em ratos saudáveis após o prétratamento com L-NAME e INDO............................................................................62 5.4. Efeitos do OELAG sobre a reatividade vascular em artéria mesentérica de rato saudável: estudos in vitro..................................................................................65 5.4.1. Efeito do OELAG em anéis com e sem endotélio funcional.................65 5.4.2. Efeito do TEA sobre o vasorrelaxamento induzido pelo OELAG em anéis sem endotélio funcional.....................................................................................66. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(20) 20. 5.4.3. Efeito de altas concentrações de K+ sobre o vasorrelaxamento induzido pelo OELAG em anéis sem endotélio funcional.........................................................67 5.4.4. Efeito do OELAG sobre as contrações induzidas pelo CaCl2 em anéis sem endotélio funcional..............................................................................................68 5.4.5. Efeito do OELAG sobre o relaxamento máximo induzido pela NIF em anéis sem endotélio funcional.....................................................................................68 6. DISCUSSÃO..........................................................................................................71 7. CONCLUSÃO.......................................................................................................77 8. PERSPECTIVAS..................................................................................................78 9. REFERÊNCIAS....................................................................................................79. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(21) 21. 1. INTRODUÇÃO. O conhecimento sobre o uso de plantas medicinais representa para muitas comunidades a opção terapêutica disponível para o tratamento de doenças. O uso desses recursos vegetais relaciona-se aos primórdios da medicina e está fundamentado no acúmulo de informações transferidas por sucessivas gerações (PINTO et al., 2006). Este elo entre o homem e a natureza permanece ativo nos dias de hoje por meio de cultivos residenciais ou comercialização do material vegetal em mercados e feiras populares (MACIEL et al., 2002). Calcula-se que no mundo haja 250.000 espécies vegetais. Entre os diversos países, o Brasil destaca-se por possuir ¼ (cerca de 60.000) das espécies estimadas para o mundo (CORRÊA JÚNIOR et al., 2006). As razões que favorecem ao nosso país ocupar este patamar são o vasto território, com diversas situações climáticas, geomorfológicas e de solo, propícias ao surgimento de uma flora diversificada (CAMÊLO, 2010). Apesar de abranger um valioso patrimônio natural, a maioria das espécies de plantas utilizadas com fins medicinais é pouco estudada em relação aos seus constituintes químicos e seus potenciais farmacológicos (SOUZA, 2008). Acredita-se que somente cerca de 5 a 7% do potencial medicinal das plantas seja conhecido (OLIVEIRA et al., 2009). O comércio de plantas medicinais cresceu muito na última década, produzindo uma movimentação financeira mundial que atingiu aproximadamente 22 bilhões de dólares no ano de 2000 (YUNES et al., 2001). O mercado de fitoterápicos movimentou no ano de 2001 cerca de US$ 3,9 bilhões na América do Norte, US$ 6,9 bilhões na Europa, US$ 5,1 bilhões na Ásia, US$ 2,3 bilhões no Japão, US$ 600 milhões na América do Sul e US$ 800 milhões nos demais países (FUNARI; FERRO, 2005). Mais recentemente, tem-se observando um crescimento considerável do comércio de plantas medicinais, principalmente quando parte dessas plantas são transformadas em fitoterápicos. Este crescimento foi demonstrado em um estudo realizado por De Freitas (2007) no período de 2003 a 2006 em que se percebe a grande movimentação financeira no país. O montante mobilizado pelo Brasil neste período alcançou o valor de R$ 1.840.228.655, 00. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(22) 22. Um dos fatores que contribui para essa crescente circulação monetária em torno das plantas medicinais é o alto custo dos medicamentos industrializados (BRANDÃO et al., 2006). Por conta disso, mais de 50% da população brasileira, principalmente as pessoas de condições financeiras menos favoráveis, fazem uso de plantas medicinais ou fitoterápicos para tratar doenças agudas ou até mesmo crônicas, como a hipertensão arterial (SOARES, 2002). No ano de 2001, foi realizada a 1a Reunião Técnica sobre Estratégias para Conservação e Manejo de Recursos Genéticos de Plantas Medicinais e Aromáticas, organizada pela comunidade científica da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e do IBAMA, a fim de definir estratégias para conservação e manejo sustentável da flora brasileira (VIEIRA; SILVA, 2002). Segundo Camêlo (2010), a Lippia alba é uma das plantas da Mata Atlântica citada como espécie a ser conservada. Esta espécie tramita pelos comércios externos, internos e regionais além de já estar sendo explorada pelo Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais – PRONAT (empresa incubada no Parque de Desenvolvimento Tecnológico do Ceará – PADETEC - que está ligado à Universidade Federal do Ceará) (COSTA, 2006). A Lippia alba (Mill.) N.E. Brown, popularmente conhecida como ErvaCidreira Brasileira, possui diversos quimiotipos responsáveis pelas múltiplas utilizações desta planta na medicina popular e na fitoterapia, a depender do seu componente majoritário. Suas principais indicações populares são contra problemas digestivos, respiratórios, cardíacos e como calmante (ALEA et al., 1997; SOARES, 2001; PESSINI et al., 2003). Estudos etnobotânicos demonstram que a Lippia alba é uma das plantas mais utilizadas de forma terapêutica pelos brasileiros, inclusive no que se refere à prevenção ou controle de doenças como a hipertensão (PÉRTILE, 2007). No entanto, este uso anti-hipertensivo ainda não é conclusivo, embora já tenham sido isolados potentes compostos vasorelaxantes, como verbascosídeos e isoverbascosídeos, além de glicosídeos de apigenina (citrus bioflavonóide) e luteolina (citrus bioflavonóide) (HENNEBELLE et al., 2008). Sabendo-se da alta taxa de abandono dos tratamentos anti-hipertensivos devido aos efeitos colaterais de seus medicamentos e aos custos socioeconômicos elevados decorrentes principalmente das complicações dessa patologia, torna-se. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(23) 23. imprescindível a descoberta de novas drogas mais seguras, eficazes e de menor custo por meio de estudos mais aprofundados das plantas medicinais. Desta maneira, a avaliação dos efeitos cardiovasculares da Lippia alba é mais do que justificável. Neste contexto, os Departamentos de Fisiologia/Farmácia e Agronomia da Universidade Federal de Sergipe tem concentrado esforços no sentindo de desenvolver estudos científicos com a Lippia alba, visando um retorno à população quanto a sua eficácia e possíveis efeitos indesejáveis. Especificamente no tocante a sua atividade sobre o sistema cardiovascular, os estudos desenvolvidos até o momento tem gerado grandes expectativas no que diz respeito ao seu uso.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(24) 24. 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Plantas Medicinais Embora o Brasil seja o país com a maior diversidade na flora nativa pouco se comprovou acerca de suas reais propriedades científicas (HEINZMANN; BARROS, 2007). Neste país, na década de 80, foram realizados inúmeros trabalhos com o propósito de embasar cientificamente o uso de plantas medicinais como recurso terapêutico. Quase a totalidade desses estudos concentrava-se em Instituições de Ensino Superior (IES), que desenvolviam pesquisas nas áreas de botânica, agronomia, química e farmacologia. Através do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais, iniciado no ano de 1983, e vinculado à antiga Central de Medicamentos (CEME/MS), o Brasil exerceu uma ação multiplicadora de conhecimentos sobre a potencialidade de nossa flora. No entanto, a interrupção desse programa no ano de 1995 trouxe um impacto negativo nessas áreas (SIMÕES; SCHENKEL, 2002). Nas últimas décadas, estudos têm revelado que o mercado de plantas medicinais é um mercado promissor e com grande potencial de expansão (SIMÕES; SCHENKEL, 2002). A avaliação de algumas plantas da medicina popular já revela, através de pesquisas pré-clinicas, importantes constituintes de ações farmacológicas como flavonóides, alcalóides, triterpenos, taninos, entre outros (CECHINEL FILHO; YUNES, 1998). Os ensinamentos da sociedade sobre plantas medicinais têm proporcionado um crescente interesse no meio científico, sobretudo nas áreas de fitoquímica e farmacologia (CUNNINGHAM, 1993; ALBUQUERQUE, 2001). Um estudo revelou que cerca de 25% de todos os medicamentos industrializados eram originados de forma direta ou indireta dos vegetais, quer por isolamento de suas substâncias ativas, quer por semi-síntese das mesmas (CALIXTO, 2000).. Vale. lembrar que princípios ativos de plantas medicinais descobertos há anos são utilizados até os dias de hoje para diversas terapêuticas. Como exemplos, a morfina de ação analgésica isolada da planta Papaver somniferum e a atropina de ação anticolinérgica isolada da Atropina belladona (RATES, 2001b; MARTINEZ et al., 2009).. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(25) 25. O Nordeste brasileiro abrange uma diversidade de espécies vegetais conhecidas por suas propriedades terapêuticas na medicina popular (ARRIGONIBLANK, 2005). Aproximadamente 75% das substancias ativas empregadas na formulação de fitoterápicos ou fármacos são isolados seguindo informações e utilizações populares. O primeiro passo para se estudar uma planta medicinal baseiase, portanto, nos conhecimentos adquiridos de gerações sucessivas sobre a espécie que se quer pesquisar (CECHINEL FILHO; YUNES, 1998; PINTO et al., 2006). Dentre as espécies populares de grande interesse para pesquisas científicas está a Lippia alba. Estudos etnobotânicos demonstram que esta planta é uma das plantas mais utilizadas de forma terapêutica no Brasil, inclusive no que se refere à prevenção ou controle do aumento na pressão arterial (PÉRTILE, 2007).. 2.2. Políticas Normativas Brasileiras sobre plantas medicinais Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem demonstrado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais, revelando que cerca de 80% da população mundial recorre ao uso desses vegetais e/ou seus subprodutos para satisfazer suas necessidades básicas de saúde, embora somente 1% da flora de tradição medicinal seja quimicamente conhecida. Em 1981, a Portaria de no 812 aprovada pelo Ministério da Saúde veio definir o estudo de plantas medicinais como prioridade investigativa (LUZ NETTO et al., 2006). A Portaria n° 6/MS/SNVS, de 31 de janeiro de 1995, normatizava o Registro de Produtos Fitoterápicos junto ao Sistema de Vigilância Sanitária e legalizava a definição de fitoterápico como sendo “todo medicamento tecnicamente obtido e elaborado, empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnósticos (...)” (BRASIL, 1995). Visando normatizar o Registro de Medicamentos Fitoterápicos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária editou a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC n° 17), de 24 de fevereiro de 2000, em que aprovava o regulamento técnico dos fitoterápicos. Quatro anos depois, a ANVISA editou nova resolução com o intuito de atualizar a normatização do registro de medicamentos fitoterápicos. Sendo assim, a. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(26) 26. principal legislação vigente que regulamenta o registro de fitoterápicos e prevê diferentes formas de se comprovar a segurança e eficácia destes é a RDC/ ANVISA no 48 de 16 de março de 2004. Esta inclui ainda, a importância da etnofarmacologia (ANVISA, 2004). A partir das diretrizes da OMS, houve a construção do Programa Nacional de Práticas investigativas e Complementares (PNPIC) no SUS com o objetivo de programar ações e serviços relativos a práticas medicinais alternativas. Somente no ano de 2006, o PNPIC foi aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde e publicado na forma de Portaria Ministeriais no 971 de 3 de maio de 2006. Neste mesmo ano também foi estabelecida a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, publicada através do Decreto nº 5.813 em 22 de junho de 2006, que aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, fortalece e amplia as ações políticas voltadas ao setor, bem como propõe acesso seguro e uso racional da flora medicinal (BRASIL, 2006; HEINZMANN; BARROS, 2007). Por ser o chá a forma mais tradicional de utilização das plantas medicinais pela população, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária legitimou as características mínimas de qualidade dos chás por meio da Resolução RDC ANVISA nº 277, de 22 de setembro de 2005. A Resolução RDC ANVISA nº 267, de 22 de setembro de 2005, que aprova o "Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás” traz as espécies e suas partes vegetais cujas pesquisas cientificas apresentaram aceitação para o uso terapêutico descrito. De acordo com o art 3º, inciso V da Resolução-RDC nº. 10, de 9 de março de 2010, que dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à ANVISA, “drogas vegetais são as plantas medicinais e suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta ou colheita, estabilização e secagem, íntegras, rasuradas, trituradas ou pulverizadas(...)”. Ponderando-se o incremento de novos vegetais no comércio popular brasileiro, A ANVISA divulgou uma tabela com mais de 60 drogas vegetais e a forma correta de preparar cada uma delas, uma vez que a ação terapêutica está intimamente relacionada ao modo de preparo. Dentre as espécies divulgadas, encontra-se a Lippia alba cuja recomendação enquadra casos de ansiedade, insônia,. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(27) 27. calmante, contra algias abdominais e estomacais, expectorante, sendo aconselhado o uso cauteloso por indivíduos com hipotensão.. 2.3. Lippia alba A família Verbenaceae caracteriza-se por sua diversidade botânica e ampla distribuição. Ela possui cerca de 175 gêneros e 2800 espécies espalhadas pelas regiões temperadas do hemisfério sul e poucas espécies no hemisfério norte. O gênero Lippia faz parte desta família e dentre suas espécies encontra-se a Lippia alba (Mill.) N.E. Brown. Esta planta possui um aroma relacionado aos constituintes predominantes de seus óleos essenciais, os quais podem variar qualitativamente e quantitativamente, em função de diversos fatores como: estação do ano, época de floração, idade da planta, fatores geográficos e climáticos (COSTA et al., 2004). A Lippia alba (Mill.) N.E. Brown é um subarbusto nativo de quase todo o território brasileiro, de morfologia variável, podendo atingir até um metro e meio de altura (raramente dois metros). Seus ramos apresentam-se finos, longos, arqueados, esbranquiçados e quebradiços. Suas folhas são inteiras, com 3 a 6 cm de comprimento, de bordos serrados e ápice agudo. Suas flores são azul-arroxeadas, reunidas em inflorescências axilares capituliformes de eixo curto e tamanho variável e os frutos são drupas globosas de cor róseo-arroxeada (LORENZI; MATOS, 2002). A Lippia alba pode ser utilizada nas formas de chá, macerada, em compressas, banhos ou extratos alcoólicos. É tradicionalmente usada como analgésico, antipirética, sedativa, anti-inflamatória, anti-hipertensiva, no tratamento de doenças gastrointestinais e respiratórias, antiespasmódica, antifúngica, inseticida e repelente (PASCUAL et al., 2001; PÉRTILE, 2007; YAMAMOTO et al., 2008).. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(28) 28. Figura 1: Lippia alba (Mill.) N. E. Brown. Fonte: Hennebelle et al. (2008).. Esta planta tem ampla distribuição territorial, desde o México até a Argentina, passando por Cuba, Brasil, Uruguai e Paraguai, com larga variedade fenotípica que facilita sua adaptação em condições ambientais diversificadas (PALÁCIO-LOPÉZ; RODRÍGUEZ-LOPÉZ, 2007). Ela é encontrada de forma abundante entre o Sul dos Estados Unidos (Flórida) e Norte da Argentina, sendo presente também em países do oriente como Índia e Austrália (HENNEBELLE et al., 2008; AQUINO et al., 2010).. Figura 2: Distribuição mundial de Lippia alba. Fonte: Missouri (2011). Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(29) 29. Suas numerosas denominações na América Latina devem-se ao seu odor aromático ou a sua difusa utilização terapêutica (HENNEBELLE et al., 2008). A Lippia alba tolera secas de aproximadamente 4 a 6 meses sem chuva devido a suas alterações morfológicas (ARAMBARRI et al., 2006). Essa espécie cresce em temperatura média de 24oC, com uma umidade relativa de 75% e precipitação média anual de 1.056 mm, em áreas onde as estações chuvosas e secas são bem definidas (RUENDA et al., 2007).. 2.3.1. Sinonímias populares e científicas No Brasil, esta planta é comumente conhecida como erva-cidreira, no entanto, pode-se citar várias sinonímias populares descritas para a Lippia alba como: chá de tabuleiro, cidrila, falsa-melissa, erva-cidreira brasileira, alecrim-selvagem, cidreira carmelitana, salva, salva-limão, sálvia, dentre outros (LORENZI; MATOS, 2002). Além da diversidade de nomes populares, há também inúmeras sinonímias no campo científico que podem gerar confusões em dados de publicação. Como exemplo temos as denominações: Lantana alba Mill., Lantana canescens Hort., Lantana geminata Spreng., Lantana lippioides Hook. & Arn., L. glabiflora Kuntze, L. mollissima Desf., L. asperifólia A. Rich., L. citrata Cham., Verbena globiflora L’Herz., V. lippioides Hook. & Arn., Zapania globiflora (L’Her) Wild. e Z. odorata Pers. (PÉRTILE, 2007).. 2.4. Metabólitos Secundários Os metabólitos secundários são compostos orgânicos produzidos pelas plantas que estão sujeitos a variações climáticas e geomorfológicas o que altera a quantidade de seus componentes químicos (MING, 1992; YAMAMOTO, 2006; METLEN et al., 2009). Estes compostos realizam importantes funções no desenvolvimento vegetal, sendo responsáveis por respostas sistêmicas de defesa da espécie (KUTCHAN, 2001; DUDAREVA et al., 2004; IIJIMA et al., 2004). Com o intuito de garantir a adaptação da espécie na seleção natural há variações nos metabólitos que se adéquam às modificações ambientais (SIMÕES; SPITZER, 2003). Muitos desses compostos. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(30) 30. apresentam também importância para o homem no que diz respeito à síntese de medicamentos e cosméticos, além do seu valor para os setores alimentício e agroquímico (PINTO et al., 2002). Esses metabólitos ditos secundários se dividem principalmente em terpenos, compostos fenólicos e alcalóides (MANTOVANI; PORCU, 2009). De acordo com Peñuela (2010), os terpenos são o grupo de metabólitos predominante no óleo essencial de Lippia alba. O gênero Lippia apresenta uma variedade de derivados do ácido caféico, como exemplo o verbascosídeo (ou acteosídeo), um glicosídeo feniletanóide. Numa análise quantitativa da fração butanólica de Lippia alba, foram descritas quatro substâncias majoritárias, sendo duas identificadas saponina e fenilpropanóide verbascosídeo. Como ainda se desconhece as substâncias ativas dessa espécie, propõe-se que o verbascosídeo seja um marcador fitoquímico dessa espécie já que aparece de forma constante sem qualquer variação sazonal (CORRÊA, 2005).. 2.5. Óleo essencial de Lippia alba De acordo com a ISO (International Standard Organization) óleo essencial é o produto vegetal obtido de partes de plantas, separáveis por destilação por arraste com vapor d’água ou por prensagem de pericarpos de frutos cítricos (SIMÕES; SPITZER, 2003). Os óleos são líquidos voláteis, de aroma intenso e coloração incolor ou ligeiramente amarelada. Seus componentes químicos são uma mistura de substâncias orgânicas como fenilpropanóides, terpenóides, aldeídos, cetonas, fenóis, etc. (RAVEN et al., 2001; MACIEL et al., 2002; SIMÕES; SPITZER, 2003). Sua distribuição não acontece de forma homogênea na planta, podendo se concentrar em diversas partes como, raízes, rizomas, caules, folhas, flores e sementes. Na família Verbenaceae os óleos essenciais são principalmente secretados em tricomas glandulares da face abaxial das folhas e pelas células do parênquima clorofiliano da planta (RICCIARDI et al., 1999; CASTRO, 2001; SANTOS et al., 2004). Na espécie Lippia alba, os óleos essenciais são formados principalmente por mono e sesquiterpenos (hidrocarbonetos) (SANTOS-MENDES, 2001). Para Julião et. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(31) 31. al. (2001) e Santos-Mendes (2001) os principais compostos orgânicos encontrados no óleo essencial de Lippia alba são hidrocarbonetos, flavonóides e terpenóides sendo os mais frequentes citral, limoneno, β-mirceno carvona e linalol, embora outras substâncias já tenham sidos citadas na literatura (SCHOCKEN, 2007). Devido à grande variedade morfoquímica da Líppia alba é possível caracterizá-la em diferentes quimiotipos a partir dos seus constituintes majoritários (CAMÊLO, 2010). Gomes (1990), em busca dos componentes do óleo essencial de Lippa alba, realizou uma análise por meio de cromatografia gasosa onde comprovou a existência dos componentes terpineno, r-cimeno, b-cariofileno, mirceno, geranial e neral, além dão predomínio de compostos aminados, esteroidais, terpênicos e fenólicos (SCHOCKEN, 2007). As substâncias mais importantes detectadas do óleo essencial de Lippia alba são linalol, citral (neral e geranial), limoneno, carvona, cariofileno, mirceno (SANTOS et al., 2004; FRIGHETTO; OLIVEIRA, 1998). Esse óleo apresenta diversos quimiotipos, cujos compostos majoritários mais citados na literatura científica são linalol, citral e carvona (RICCIARDI et al., 1999).. 2.5.1. Quimiotipos Alguns quimiotipos da Lippia alba já foram identificados, sendo encontrados de forma predominante os componentes citral, carvona e linalol (JULIÃO et al., 2001). Como resultado de várias análises morfológicas e químicas, além de estudos circadianos e sazonais do óleo essencial das folhas de Lippia alba, pôde-se descrever a existência de três quimiotipos para esta espécie. Quimiotipo I caracteriza-se por altos teores de mirceno e citral (neral e geranial); quimiotipo II distingui-se por elevados teores de limoneno e citral; já o quimiotipo III é caracterizado por um alto teor de limoneno e carvona, combinado com ausência de citral (PÉRTILE, 2007). Estudos dos óleos essenciais em seis tipos de Lippia alba encontradas no Nordeste brasileiro, realizados por Matos et al. (1996), mostraram que o neral e o geranial são os constituintes químicos majoritários presentes em três tipos e a carvona foi o constituinte majoritário de outros três. Dentre os componentes. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(32) 32. químicos dos óleos essenciais, o citral, mirceno e limoneno parecem atuar de maneira sinérgica, sendo responsáveis pelos principais efeitos desses óleos (AGUIAR; COSTA, 2005). Já no ano 2000, Rao et al. identificaram 50 compostos que correspondiam a aproximadamente 90% do total do óleo desta espécie. O geranial foi o composto majoritário correspondendo a 15,57%, seguido por uma mistura do mirteno e mirtenal (9,89%), neral (9,44%), geraniol (7,36%), 2,6-octadien-1-ol, 3,7-dimetil acetato (6,87%), 1-octeno-3-ol (4,66%), 6-metil-5-hepteno-2- one (4,60%), óxido de cariofileno (4,52%), b-cariofileno (3,09%), citronelol (2,63%), linalol (2,20%), 3pipeno-2-ol (2,19%), beta mirceno (1,49%) e farnesol (1,35%). Em 2001, Lorenzo et al. demonstraram que o linalol foi o componente majoritário (55%) do óleo essencial de Lippia alba. Já Senatore e Rigano (2001), na Guatemala, encontraram altas quantidades de limoneno (43,6%) e piperitone (30,6%) no óleo essencial obtido a partir de folhas secas da Lippia alba. Em seu estudo, Jannuzzi (2006) identificou cinco quimiotipos da espécie de Lippia alba cultivada no Distrito Federal: limoneno-citral, mirceno-citral, mircenoneral, citral e linalol. Assim como este autor, Ricciard et al. (2001) relatam que existem cinco quimiotipos de Lippia alba conhecidos na Argentina, porém com apresentação de seus constituintes diferentes da encontrada por Jannuzzi: citral/linalol, d-limoneno/lippiona, d-piperitona, citral e piperitona/limoneno + 1,8 cineol. A composição do óleo essencial está intimamente relacionada às condições geomorfológicas, climáticas e de cultivo além da metodologia de extração e análise utilizadas. Tudo isso gera uma variedade de quimiotipos cuja composição, nem sempre são coincidentes (BOTTIGNON, 2009). Essa variabilidade de tipos químicos é responsável pelas inúmeras utilizações na medicina popular. Contudo, deve-se estar atendo ao seu constituinte majoritário na hora de descrever a sua ação, pois pode ocorrer uso inadequado da espécie cultivada para se alcançar um objetivo (JANNUZZI, 2006).. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(33) 33. 2.5.2. Potencial Econômico Estima-se que atualmente o Brasil colabore com 0,1% dos US$ 1,8 bilhões despendidos no mercado internacional de óleos essenciais. Esta quantia brasileira refere-se à exportação de óleos de laranja, limão, eucalipto, pau-rosa, lima e capimlimão (Lippia sidoides) (SANTOS et al., 2006; YAMAMOTO, 2006). De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil movimentou um total aproximado de US$ 115 milhões (FOB) com importação e exportação de óleo essencial. Este comércio tem despertado o interesse da comunidade científica para novos estudos com plantas medicinais promissoras tendo em vista maiores exportações (SCHOCKEN, 2007). De acordo com Ming (1992), a Lippia alba é uma planta com múltiplas propriedades medicinais, bastante utilizada no mercado popular e de grande interesse comercial pelas propriedades de seus compostos secundários (BOTTIGNON, 2009). Para Tavares et al. (2003), as condições de rápida propagação vegetativa da Lippia alba e sua ampla variedade fenotípica, favorece um crescente potencial econômico dessa espécie (BOTTIGNON, 2009). No entanto, o sistema de classificação de óleos essenciais, The Harmonized Commodity Description System (HS), utilizado por diversos países, ainda não apresenta o óleo essencial de Lippia alba em sua lista. Por isto, não se sabe a respeito da disponibilidade desse óleo em nível comércio internacional, ou mesmo estatísticas que revelem a sua movimentação no quadro de importações e exportações (UNCTAD, 2005). A espécie Lippia alba é amplamente utilizada na medicina popular, que descreve suas inúmeras propriedades farmacológicas. Mostra-se, portanto, como uma espécie promissora para as indústrias já sendo utilizada na elaboração de fragrâncias, repelentes, inseticidas e fungicidas (MING, 1992; SANTO MENDES, 2001; RUFINO, 2008). De acordo com informações transmitidas por Krause (2010), a empresa catarinense Herbia®, faz uso, dentre outros produtos, do óleo essencial da Lippia alba para comercializar sabonetes, xampus, perfumes e hidratantes, sendo que o valor dos produtos gira em torno de 5,82 a 11,65 dólares (PEÑUELA, 2010). Na Costa Rica, há produção de 2 toneladas de folhas secas da Lippia alba comercializadas na forma de saches. 20 gramas do produto custa o equivalente US$. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(34) 34. 0,7 e o quilograma alcançando US$ 3,00 a 3,60. Neste país, a desvalorização comercial dessa espécie advém da baixa demanda local por faltas de comprovações farmacológicas e toxicológicas da planta que dificultam um registro sanitário para a sua comercialização (DOMÍNGUEZ et al., 2004).. 2.6 Estudos pré-clínicos com a Lippia alba Alguns estudos já foram realizados na tentativa de comprovar algumas das utilizações populares da Lippia alba bem como para caracterizar o mecanismos de ação dessa espécie. A exemplo seguem-se alguns destes trabalhos. Por ser bastante conhecida na medicina popular como calmante, Klüeger et al. (1996) verificou o efeito depressor de infuso e destilado de Lippia alba (Mill.) sobre o SNC e comprovou a ação depressora somente com o infuso na dose de 30 mg/kg i.p. Santos et al. (1998) administraram o extrato etanólico da Lippia alba (40%, 60%, 80% e/ou 90%) nas concentrações 100 e 200 mg/kg por via oral e verificaram também uma ação depressora sobre SNC. Já Vale et al. (1999) analisaram três quimiotipos de óleo essencial de Lippia alba (Mill.), a saber EO I: citral (55,1%), βmyrcene (10,5%) e limoneno (1,5%); EO II: citral (63,0%) e limoneno (23,2%); EO III: carvona (54,7%) e limoneno (12,1%), e compararam a ação sobre o SNC nas concentrações de 10, 25, 50, 100 e 200 mg/Kg pela via i.p. Eles comprovaram que este óleo possui efeitos ansiolíticos e sedativos. No ano seguinte, Viana et al. (2000) realizaram experimentos com os mesmos três quimiotipos citados, nas concentrações 50, 100, 200, 400 e 800 mg/Kg por via i.p., e v.o., e observaram efeitos inibitórios sobre as convulsões induzidas por Pentilenotetrazol (PTZ). O estudo de Soares et al. (2001), com o extrato etanólico da Lippia alba (com 40%, 60%, 80% e 90% de etanol), nas concentrações de 100, 200 e 400 mg/Kg, corroborou com os trabalhos anteriores ao identificar atividade anticonvulsivante no ensaio também com PTZ. Essa ação anticonvulsivante, especificamente no modelo induzido PTZ, e o efeito potencializador do diazepam, sugerem o envolvimento do sistema GABAérgico. Em 2002, Zetóla et al. utilizaram extratos etanólicos (com 40%, 60% e 80% de etanol) na dose de 200 mg/kg (v.o.) e demonstraram ações sedativa, miorrelaxante e anticonvulsivante dos extratos. O extrato com 80% de etanol, que continha a maior. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(35) 35. quantidade de flavonóides, foi o que apresentou mais efeitos significativos de sedação e relaxamento muscular. No ano seguinte, Trevisan e Macedo (2003) investigaram a atividade anticolinasterase de componentes extraídos de algumas plantas, dentre elas a Lippia alba, no tratamento da doença de Alzheimer e os resultados apontaram certos percentuais de inibição. As diversas utilizações da Lippia alba conduziram os estudos com esta planta para diversos fins a citar seu efeito inseticida, fungicida, antibacteriana e antimicrobiana. Ao investigar compostos de origem vegetal em busca de inseticidas com baixa toxicidade para mamíferos, Russo et al. (2005) testaram o extrato de Lippia alba contra a praga Tribolium castaneum, observando um efeito letal sobre a mesma. Com isso, sugeriu-se que esse extrato poderia servir de base para novos agroquímicos. Além disso, outros trabalhos com o extrato também revelaram efeito citotóxico e alelopático em sementes de alface bem como atividade anti-cândida com o uso dês planta (SOUZA, 2005; HOLETZ et al., 2006). Cáceres et al. (1991) verificou a atividade antibacteriana da Lippia alba que inibiu preferencialmente S. aureus e S. pneumoniae e moderadamente S. pyogenes. Esse achado corroborou com Sena Filho et al. (2006) que confirmaram a ação do extrato etanólico desta espécie frente a S. aureus. A atividade antimicrobiana dessa espécie também foi avaliada por Alea et al. (1997) através do uso de óleo essencial de Lippia alba que apresentou atividade antibacteriana principalmente sobre bactérias Grampositivas com concentração inibitória mínima variando entre 0,3 e 0,63mg mL-1. De todas as bactérias a Pseudomonas aeruginosa foi a única que revelou-se resistente. 2.7. Hipertensão arterial sistêmica A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui uma das principais causas de morte entre os adultos no Brasil e se enquadra entre os principais fatores de risco para complicações cardiovasculares (SIMÕES; SCHMIDT, 1996). Contudo, segundo Ku (2006) cerca de 90 a 95% dos hipertensos desconhecem a sua etiologia (SOARES, 2008).. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(36) 36. De acordo com The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure (2004), estima-se que no mundo haja um bilhão de indivíduos acometidos pela hipertensão arterial, cuja morbidade é tida como causa morte para 7,1 milhões de óbitos registrados. Em 2001, a hipertensão arterial foi responsável por 7,6 milhões de mortes no mundo e foi classificada como o fator de risco responsável por 54% dos óbitos por acidente vascular cerebral e 47% daqueles registrados como doença isquêmica cardíaca (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010). No Brasil, ainda são poucos os estudos que investigam a prevalência da HAS. Contudo, análises realizadas nos últimos 20 anos em diversas cidades brasileiras estimam que acima de 30% de toda a população deste país seja portadora de HAS (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010). O surgimento desta patologia correlaciona-se com a idade do indivíduo, alcançando uma probabilidade de 90% de risco para uma pessoa ser hipertensa ao longo de sua vida (VASAN et al., 2002). A hipertensão arterial é um conjunto de alterações metabólicas, inflamatórias, pró-trombóticas que ocasionam uma elevação da pressão arterial. A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes vasculares, em função da resistência vascular e do débito cardíaco, variáveis estas controladas também pelo sistema nervoso autônomo. Os níveis pressóricos normais de um ser humano adulto variam de 120 a 80 mmHg, raramente variando mais do que 10 a 15 % devido aos mecanismos de controle existentes no organismo humano (GUYENET et al., 2006). Guyton e Hall (2006) classificam esses mecanismos em: a) mecanismo de resposta rápida, que age em segundos e é comandado pelos barorreceptores, quimiorreceptores e o sistema nervoso central; b) mecanismo de controle a médio prazo, ocorre em minutos e é comandado pelos sistemas hormonais como reninaangiotensina-aldosterona,. vasopressina,. fator. natriurético. atrial. e. fatores. contracturantes derivados do endotélio; c) mecanismo de controle pressórico que ocorre por horas ou dias, de responsabilidade dos rins.. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(37) 37. 2.7.1. Fisiopatologia da HAS A hipertensão é uma patologia crônica multifatorial que se relaciona diretamente com o valor da resistência vascular periférica (RVP). A elevação da RVP pode advir da constrição da musculatura lisa arterial ou da proliferação e crescimento das células desta musculatura. O controle dessa resistência se faz por fatores intrínsecos, humorais e pelo sistema nervoso autônomo (SNA) que influencia o controle da pressão arterial (PA) por meio da ação do sistema nervoso simpático (SNS), o principal responsável, e através da ativação vagal cardíaca (LIZARDO, 2005). Os neurônios pós-ganglionares simpáticos agem no controle da pressão de três maneiras: regulando a contração dos vasos arteriais; influenciando o aumento do débito cardíaco através das ações inotrópica e cronotrópica positivas; bem como por meio da modulação do volume sanguíneo por constrição venosa (COLOMBARI et al., 2001). Fisiologicamente, esse controle da PA pelo tônus simpático é gerado por estímulos enviados pelos barorreceptores à área bulbar ventrolateral rostral (RVLM) que modula a atividade eferente simpática. Logo, a remoção ou destruição de aferências barorreflexas proporciona um desbalanço no controle da PA, tornando-se um sistema incapaz de manter a pressão dentro de uma faixa de regulação normal. Embora o barorreceptor tenha ação reguladora da pressão arterial, e sua sensibilidade seja um preditor de mortalidade cardiovascular, o seu papel na gênese da HAS ainda não está definido (LA ROVERE et al., 1998; DE ANGELIS et al., 2004; GUYENET, 2006). A existência da hipertensão pode estar correlacionada também com a predisposição genética do indivíduo, a idade, a obesidade, a dieta, o tabagismo, a atividade física e com fatores ambientais (KAKAR et al., 2006). Segundo critérios estabelecidos pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010), é classificado com hipertenso o indivíduo que apresentar pressão sistólica ≥140 mmHg e pressão diastólica ≥90 mmHg. A HAS pode ser dividida em pré-hipertensão, cuja pressão sistólica varia de 120 a 135 mmHg e a pressão diastólica varia de 80 a 89 mmHg; hipertensão primária (essencial) responsável por cerca de 95% dos casos; e hipertensão secundária, cuja. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

(38) 38. etiologia é conhecida, possibilitando a cura a partir do tratamento da patologia primária (CORRÊA et al., 2005). A forma mais comum, a hipertensão essencial, caracteriza-se por uma elevação de causa desconhecida da pressão sanguínea (GUYTON; HALL, 2006). Até os dias de hoje, não se conseguiu conectar essa patologia a qualquer um dos mecanismos descritos anteriormente (PAGE et al., 1999). Acredita-se, portanto, que esse tipo principal de hipertensão esteja associado à disfunção endotelial que é encontrada em inúmeros acometimentos cardiovasculares tornando-se objeto de estudo terapêutico (ALCÂNTARA; RAMALHINHO, 2003).. 2.7.2. Disfunção endotelial e Hipertensão O endotélio vascular constitui o maior órgão-alvo na hipertensão arterial (MELO et al., 2007). Quando íntegro, é responsável por secretar substâncias relaxantes e contraturantes que em equilíbrio controlam o tônus e a estrutura do vaso (ALCÂNTARA; RAMALHINHO, 2003; LUZ et al., 2005; FÉLÉTOU, 2009). As funções do endotélio intacto relacionadas à vasomotricidade são: a) síntese de vasodilatadores dependentes do endotélio como o óxido nítrico (NO), prostaciclinas (PGI2) e fator hiperpolarizante derivado do endotélio (EDHF); b) produção de fatores constritores derivados do endotélio como endotelina 1, angiotensina II, tromboxano A2, prostaglandina H2, leucotrienos, e espécies reativas de oxigênio (BATLOUNI, 2001; LUZ et al., 2005). A disfunção endotelial advinda do desequilíbrio de seus fatores derivantes pode ocasionar um aumento da resistência vascular e com isso propiciar o surgimento da hipertensão arterial por mecanismos multifatoriais (CARVALHO et al., 2001). Entre os mecanismos causadores pode-se propor: a) redução da liberação dos fatores relaxantes derivados do endotélio; b) aumento da liberação dos fatores constritores derivados do endotélio; c) redução da biodisponibilidade dos fatores relaxantes, principalmente o NO; d) redução da sensibilidade do músculo liso vascular aos fatores relaxantes; e) distúrbios na transdução de sinais liberados pelos fatores relaxantes (BATLOUNI, 2001).. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba em ratos. MAYNARD, L.G (2011).

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