INTRODUÇÃO À MEDICINA LEGAL
A medicina legal é uma disciplina que tem assumido uma grande importância no dia a dia dos concurseiros 1, principalmente para aqueles que estudam para as carreiras policiais 2. O
motivo é simples: os policiais lidam com a medicina legal no seu cotidiano do trabalho. Por isso, é essencial que eles possuam um certo conhecimento da matéria, de modo a saber, numa cena de crime, se a vítima foi atingida por projetil de arma de fogo ou por uma faca 3.
MEDICINA LEGAL PARA OS CANDIDATOS – IMPORTÂNCIA
1) Concursos;
2) Prova Objetiva / discursiva;
• Em provas objetivas, as bancas normalmente cobram de 5 a 10 questões. • Em provas discursivas, pode-se cobrar medicina legal ou criminalística.
3) Academia / prova;
• No curso de formação, a matéria de medicina legal é cobrada novamente. Por isso,
deve-se estudá-la agora para evitar acumulação com as demais matérias tratadas no curso de formação. Além disso, saiba que a nota final obtida no curso de formação é essencial para:
– Determinar se você será chamado no início ou no final; – Determinar o local onde você irá exercer as suas funções.
4) Exercício profissional: requisitar perícias, interpretar laudos, rotina etc.
• O investigador de polícia, por exemplo, após a conclusão da investigação, elaborará um
relatório e o enviará para o delegado de polícia tomar as medidas cabíveis.
• No exercício da profissão, o servidor público vai analisar uma série de documentos,
como, por exemplo, laudo pericial de local de crime, laudo pericial de exame de corpo
1 Alguns concursos de defensor público e promotor público cobram medicina legal.
2 Com exceção dos concursos para as carreiras policiais do Distrito Federal em que a cobrança é pouco frequente.
3 Quando o policial chega na delegacia, para fazer o registro do boletim de ocorrência, ele precisa descrever o tipo de ferimento.
de delito, laudo cadavérico, laudo de conjunção carnal, laudo de lesão corporal etc. Por isso, é fundamental o conhecimento sobre medicina legal para entender as conclusões expressadas nesses laudos e, consequentemente, fazer um relatório bem fundamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Não confunda medicina legal com o direito: o direito é uma ciência jurídica e a medicina
legal é um ramo da medicina que é uma ciência técnico-científica. Por isso, as termino-logias mudam e, principalmente, a forma de estudar muda. Em medicina legal, a leitura precisa estar associada à visualização das imagens 4, pois de nada adianta ler o
con-ceito de equimose sem ver o que é, de fato, uma equimose.
1. FRANCA, Genival Veloso De. Medicina Legal. Guanabara Koogan;
• Professor da UFPB.
• Médico-legislativa da PC/PB.
• É o primeiro livro massivamente adotado pelas bancas.
– Por isso, é essencial que você conheça a abordagem do professor França.
• As imagens usadas no livro são de qualidade mediana e, a maior parte, em preto e branco.
2. HÉRCULES, Hygino. Medicina Legal. Ateneu;
• É um livro pouco usado pelas bancas.
3. CROCE, Delton. Manual de Medicina Legal. Saraiva;
4. LUIZ, Celso. Medicina Legal. Campus Concursos.
5. COSTA FILHO, Paulo Enio Garcia da. Criminalística e Medicina Legal para concursos.
4 O ideal é a visualização de imagens coloridas.
10m
ATENÇÃO
O aluno do GranCursos não precisa adquirir nenhum livro, pois o material fornecido já é suficiente para responder às mais variadas questões.
Obs.:
há imagens de qualidade de medicina legal no instagram da professora Plúvia Melo (@medicinalegalparaconcursos) e no site do professor Mathus Galvão (www.mal-thus.com.br).
IMPORTÂNCIA DAS MATÉRIAS
A medicina legal, assim como as demais disciplinas, se divide em várias partes. A princí-pio, todas as partes são importantes e, por isso, devem ser estudadas. Mas, caso você esteja sem tempo, se dedique à traumatologia forense e à tanatologia forense.
• Traumatologia forense 5: ramo da medicina legal que descreve o instrumento que causa
determinado tipo de lesão.
– A partir dos conhecimentos adquiridos nessa matéria, consegue-se identificar, por
exemplo, o causador de determinado orifício (projétil de arma de fogo ou chuço).
• Tanatologia forense: conceitua a morte (violenta, natural, suspeita) e os fenômenos
relacionais à morte (resfriamento, rigidez).
Conforme a pesquisa da professora Plúvia Melo, das 603 questões analisadas, 202 ques-tões cobraram a traumatologia e 99 quesques-tões, a tanatologia.
Embora a matéria de traumatologia seja a mais cobrada, é essencial o estudo de outras matérias, como, por exemplo, a sexologia forense que estuda o comportamento sexual des-viante. Um dos objetos de estudo da sexologia forense são parafilias — doenças relaciona-das ao comportamento sexual. São exemplos de parafilias: pedofilia 6, sadomasoquismo,
fro-terismo 7.
CONCEITO
O conceito de medicina legal, antigamente, não era cobrado em provas, mas, desde 2018, as bancas estão abordando o tema.
A medicina legal nada mais é do que a aplicação dos conhecimentos da medicina à prática jurídico-legal, quer na aplicação da lei no dia a dia, quer na elaboração de leis.
6 Pessoas que sentem atração sexual por crianças e adolescente. 7 Pessoas que obtêm prazer sexual mesmo que ambos estejam vestidos.
• Elaboração de leis.
– Para estabelecer o conceito de lesão leve, grave e gravíssima, o legislador se baseou
nos conhecimentos da medicina legal.
• Aplicação da lei.
– O mesmo conhecimento médico exigido para elaborar a lei é necessário para aplicar
a lei; pois, sem ele, o promotor ou o juiz, por exemplo, não conseguiria saber se a lesão causou debilidade permanente de órgão, sentido ou função 8.
Ciência que age na aplicação dos conhecimentos médico-biológicos, na elaboração e exe-cução das leis que deles carecem (FÁVERO).
É Ciência e Arte 9 ao mesmo tempo. Ciência porque faz uso dos conhecimentos da
Medi-cina para explicar fatos de relevância jurídica. Arte porque depende de sensibilidade e de qualidades instintivas do perito para perceber e explicar determinados tipos de fenôme-nos (FRANÇA).
A Medicina Legal é, em resumo, o emprego das ciências médicas no esclarecimento de questões do Direito.
• Esferas: penal, civil, administrativas, previdenciárias etc.
– Se uma pessoa sofrer lesão por um erro médico, por exemplo, além das sanções
penais aos quais o médico está sujeito, a vítima pode pleitear uma indenização cível. Mas, para tanto, precisará provar o erro por meio de uma perícia médica e, com isso, necessitará dos conhecimentos da medicina legal — no âmbito cível. O profissional responsável pelo erro também pode estar sujeito a sanções administrativas no âmbito do respectivo Conselho Profissional 10, por exemplo.
– Imagine que um trabalhador sofra um acidente de trabalho e tenha a sua capacidade
laborativa reduzida por um certo período. Para ter acesso ao benefício previdenciário, o trabalhador precisará ser submetido a uma perícia médica. Mais uma vez, então, há a necessidade de se utilizar os conhecimentos da medicina legal.
8 A vítima precisa ser submetida a um exame de lesão corporal que é realizado por um médico legista que aplicará os conceitos da medicina legal.
9 O professor França defende que a medicina legal não é só ciência como também é arte, pois depende do treinamento e da sensibilidade do médico para aplicar
a medicina legal.
10 Aplicam-se, então, os conhecimentos da medicina legal no âmbito do direito previdenciário.
��������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Laécio Carneiro.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-siva deste material.