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Titulo RECURSO ESPECIAL Nº /11/2006. Superior Tribunal de Justiça - STJ. Decisão: REsp /PR ; RECURSO ESPECIAL

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Titulo

RECURSO ESPECIAL Nº 833.089 - 21/11/2006

órgão

Superior Tribunal de Justiça - STJ

Decisão:

REsp 833089/PR ; RECURSO ESPECIAL

Processo nº: 2006/0068076-8

Relator(a): Ministro JOSÉ DELGADO (1105)

Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA

Data do Julgamento: 21/11/2006

Data da Publicação/Fonte: DJ 14.12.2006 p. 292

Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA SOBRE

O LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇO DE HEMODINÂMICA. NÃO-ENQUADRAMENTO NO

CONCEITO DE ATIVIDADE HOSPITALAR. ART. 15, § 1º, III, "A", DA LEI Nº 9.249/95. SÚMULA

Nº 07/STJ. 1. Recurso especial contra acórdão que denegou segurança que objetivava, em síntese: (a) a

apuração do IRPJ, utilizando-se como base do cálculo o percentual de 8% (oito por cento) da receita bruta

auferida mensalmente, conforme o permissivo do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95 por entender que

presta "serviços hospitalares"; (b) a autorização para restituição dos valores indevidamente pagos com

espeque na base de cálculo de 32% (trinta e dois por cento). 2. A Lei nº 9.249/95, que dispõe sobre o IRPJ,

assevera no seu art. 15 que: "A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a

aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto

nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de

que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços

em geral, exceto a de serviços hospitalares". 3. As empresas prestadoras de serviços de hemodinâmica

(serviços de diagnósticos, exames, intervenções terapêuticas, endovasculares, cardiológicas, neurológicas

e vasculares periféricas) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" inserta no art. 15, § 1º, III,

"a", segunda parte, da Lei nº 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita

bruta mensal a título de IRPJ. Tal atividade só é possível desde que suas instalações sejam realizadas

obrigatoriamente junto a um Hospital, ou que equipamentos similares no seu interior existam, tendo em

vista envolver procedimentos médicos terapêuticos de alto risco, exigindo recursos emergenciais caso haja

alguma intercorrência. 4. Para se beneficiar da alíquota diferenciada de 8% para o IRPJ, a pessoa jurídica

há de ser enquadrada, conceitualmente, como entidade hospitalar, isto é, expressar estrutura complexa que

possibilite, em condições favoráveis, a internação do paciente para tratamento médico. 5. In casu, o

acórdão de 2º grau entendeu, com base nas provas depositadas nos autos, que a recorrente não presta

serviços hospitalares. Impossível, em sede de recurso especial, reexaminar as provas que serviram de base

para firmar o entendimento do Tribunal a quo, em face do óbice da Súmula nº 07/STJ. 6. Recurso especial

não-provido.

(2)

Data de decisão: 21/11/2006

Data de publicação: 14/12/2006

Íntegra da Decisão:

Superior Tribunal de Justiça

Diário da Justiça de 14/12/2006

RECURSO ESPECIAL Nº 833.089 - PR (2006/0068076-8) RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO

RECORRENTE : SERVIÇO DE HEMODINÂMICA DE ARAPONGAS S/C LTDA ADVOGADO : MARCELO DE LIMA CASTRO DINIZ E OUTRO

RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL

PROCURADOR : RODRIGO PEREIRA DA SILVA FRANK E OUTROS

EMENTA: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA SOBRE O LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇO DE HEMODINÂMICA. NÃO-ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE ATIVIDADE HOSPITALAR. ART. 15, § 1º, III, "A", DA LEI Nº 9.249/95. SÚMULA Nº 07/STJ.

1. Recurso especial contra acórdão que denegou segurança que objetivava, em síntese:

(a) a apuração do IRPJ, utilizando-se como base do cálculo o percentual de 8% (oito por cento) da receita bruta auferida mensalmente, conforme o permissivo do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95 por entender que presta "serviços hospitalares"; (b) a autorização para restituição dos valores indevidamente pagos com espeque na base de cálculo de 32% (trinta e dois por cento).

2. A Lei nº 9.249/95, que dispõe sobre o IRPJ, assevera no seu art. 15 que: "A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a

aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares".

3. As empresas prestadoras de serviços de hemodinâmica (serviços de diagnósticos, exames, intervenções terapêuticas, endovasculares, cardiológicas, neurológicas e vasculares periféricas) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" inserta no art. 15, § 1º, III, "a", segunda parte, da Lei nº 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal a título de IRPJ. Tal atividade só é possível desde que suas instalações sejam realizadas obrigatoriamente junto a um Hospital, ou que equipamentos similares no seu interior existam, tendo em vista envolver procedimentos médicos terapêuticos de alto risco, exigindo recursos emergenciais caso haja alguma intercorrência.

4. Para se beneficiar da alíquota diferenciada de 8% para o IRPJ, a pessoa jurídica há de ser enquadrada, conceitualmente, como entidade hospitalar, isto é, expressar estrutura complexa que possibilite, em condições favoráveis, a internação do paciente para tratamento médico.

5. In casu, o acórdão de 2º grau entendeu, com base nas provas depositadas nos autos, que a recorrente não presta serviços hospitalares. Impossível, em sede de recurso especial, reexaminar as provas que serviram de base para firmar o entendimento do Tribunal a quo, em face do óbice da Súmula nº 07/STJ. 6. Recurso especial não-provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator.

(3)

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.

Brasília(DF), 21 de novembro de 2006 (Data do Julgamento) MINISTRO JOSÉ DELGADO - Relator

RELATÓRIO

O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO (RELATOR): Trata-se de recurso especial interposto pelo SERVIÇO DE HEMODINÂMICA DE ARAPONGAS S/C LTDA., com fulcro nas alíneas "a" e "c" do permissivo constitucional, contra acórdão assim ementado (fl. 238):

"IMPOSTO DE RENDA - ALÍQUOTA DE 8% - LEI Nº 9.249/95 - SERVIÇOS HOSPITALARES - ABRANGÊNCIA - CLÍNICA DE HEMODINÂMICA.

- Para o fim de se beneficiar da alíquota diferenciada de 8% do Imposto de Renda não basta o enquadramento genérico da empresa no conceito de "serviços médicos". O estabelecimento há de caracterizar-se por atividades preponderantemente hospitalares, contendo uma estrutura complexa e organizada de tal modo que possibilite a internação do paciente.

- Os estabelecimentos que oferecem serviços de hemodinâmica relacionados a exames clínicos e análises clínicas (laboratoriais, radiológicas, ecográficas, exames, intervenções terapêuticas, etc.) não desempenham atividades essencialmente hospitalares. Isso porque carecem de recursos materiais e humanos cujos custos possam justificar o tratamento tributário diferenciado da forma prevista no art. 15 da Lei nº 9.249/95."

Cuidam os autos de mandado de segurança com pedido liminar objetivando, em síntese: (a) apuração do IRPJ, utilizando-se como base do cálculo o percentual de 8% (oito por cento) da receita bruta auferida mensalmente, conforme o permissivo do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95 por entender que presta "serviços hospitalares"; (b) autorização para restituição dos valores indevidamente pagos com espeque na base de cálculo de 32% (trinta e dois por cento).

Utilizando-se da via Especial, a recorrente alega violação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95. Sustenta que sua atividade se enquadra no conceito de "serviço hospitalar", sujeitando-se às exceções do citado dispositivo legal, devendo, desta forma, recolher o imposto de renda sob a alíquota de 8% (oito por cento) sobre suas receitas.

Ofertadas contra-razões pela manutenção do decisum a quo. É o relatório.

VOTO

O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO (RELATOR): Conheço do recurso.

A matéria em apreço já foi por mim apreciada, quando do julgamento, unânime, do REsp nº 782763/RS (DJ de 05/12/2005), no qual desenvolvi os seguintes argumentos:

"O cerne da controvérsia resume-se em responder à seguinte indagação: as atividades desenvolvidas pela impetrante de apoio a diagnóstico médico por imagem - radiologia, ecografia e tomografia computadorizada - enquadram-se no conceito de "atividade hospitalar" ou de "serviços gerais" dispostos no art. 15, § 1º, III, alínea "a", da Lei 9.249/95, para fins de incidência do imposto de renda sobre o lucro presumido da pessoa jurídica?

O teor do referido preceito legal, e o qual alega-se ter sido violado com a prolação do acórdão de segundo grau, é este:

"Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.

(...)

III - trinta e dois por cento, para as atividades de:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;"

Como visto, o reconhecimento do desenvolvimento de atividades hospitalares gera a aplicação de alíquota de 8% sobre a receita bruta auferida mensalmente pela empresa para se apurar o imposto de renda devido; e a prestação de serviços gerais, a incidência da alíquota de 32%.

(4)

A Fazenda irresigna-se contra o entendimento de segundo grau, defendendo que o ofício da empresa não se encaixa na concepção de "serviços hospitalares", devendo sofrer o percentual de 32%, conforme designado na primeira parte da alínea "a" do supracitado dispositivo legal.

Entendo, porém, que o inconformismo não merece êxito.

Compartilho do posicionamento exarado pela Corte a quo, que bem expôs a questão e, fundamentadamente, ofereceu solução jurídica à controvérsia instaurada. Observe-se (fls. 90 e 90-verso):

"A questão é singela e cinge-se a verificar se as atividades prestadas pela impetrante - radiologia, ecografia e tomografia computadorizada - se enquadram no conceito de serviço hospitalar para fins de cômputo da base de cálculo do imposto de renda sobre o lucro presumido, em oposição à categoria de "serviços gerais".

Eis o artigo 15 da Lei 9.249/95:

"A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei 8.981, de 20 de janeiro de 1995.

§ 1º. Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:

...

a) prestação de serviços gerais, exceto a de serviços hospitalares".

Na realidade, a discussão passa ao largo da localização física onde prestado o serviço, despiciendo se no interior de um hospital ou se em unidade autônoma. A lei escolheu como único critério distintivo a natureza da atividade prestada, excetuando a incidência de 32% sobre as atividades consideradas como de prestação de serviços hospitalares. Neste sentido o seguinte aresto:

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SOCIEDADE CIVIL PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS DE HEMODIÁLISE. IMPOSTO DE RENDA. BASE DE CÁLCULO. ALÍQUOTA DE 8%. LEI Nº 9.249/95. PRECEDENTE.

1. O STJ firmou o entendimento de que às sociedades civis prestadoras de serviços médico-hospitalares de hemodiálise aplica-se o percentual de 8% sobre a receita bruta mensal, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda. Inteligência do art. 15, § 1º, inciso III, letra "a", da Lei nº 9.249/95.

2. Recurso especial a que se nega provimento".

(STJ, REsp nº 380087/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ 07.06.2004 p. 181).

Dessa feita, cumpre analisar a natureza do serviço prestado pela impetrante. Conforme se verifica no contrato social (fl. 18/20), o objetivo social da empresa é "a prestação de serviços médicos no ramo da radiologia, ecografia, tomografia computadorizada e afins". Estes trabalhos específicos estão elencados na IN SRF nº 306/203 que estabelece quais atividades podem ser consideradas serviços hospitalares para os fins previstos no art. 15, § 1º, inc. III, letra "a", da Lei 9.249/95, como segue:

"Art. 23. Para os fins previstos no art. 15, § 1º inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249, de 1995, poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas, diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução de uma das atividades ou a combinação de uma ou mais das atribuições de que trata a Parte II, Capítulo 2, da Portaria GM nº 1.884, de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, relacionadas nos incisos seguintes:

...

V - prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia, compreendendo as seguintes atividades:

...

b. imagenologia

Esta Corte já analisou a matéria:

"TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE RENDA - ALÍQUOTA DE 8% - ART. 15, § 1º, III, "A", DA LEI Nº 9.249/95 - SERVIÇOS HOSPITALARES - ABRANGÊNCIA.

(5)

As empresas que prestam serviços de diagnóstico médico por imagens tem direito de recolher o imposto de renda com alíquota de 8% (oito por cento). Inteligência dos arts. 15, 1º, III, letra "a", da Lei nº 9.249/95, e 23 da IN/SRF nº 306/2003."

(AC nº 2002.72.00.015399-3/SC, Rel. Des. Federal Antônio Albino Ramos de Oliveira, DJU 14.07.2004)

Não há negar, portanto, o enquadramento da atividade da impetrante na categoria de serviços hospitalares para efeito de apuração da base de cálculo do imposto de renda incidente sobre o lucro presumido.

Isto posto, voto no sentido de negar provimento à remessa oficial".

No trato de questões similares, este Tribunal já emitiu pronunciamento em outras ocasiões, na mesma linha de argumentação de segunda instância. Eis alguns escólios:

"PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE HEMODIÁLISE. SERVIÇOS HOSPITALARES. ALÍQUOTA INCIDENTE SOBRE A RECEITA BRUTA. ART. 15, § 1º, III, ALÍNEA "A", SEGUNDA PARTE, DA LEI N. 9.249/95.

1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão.

2. É cediço em brilhante sede doutrinária que:

"Problema diferente é o da analogia, que muitos autores apresentam como processo de interpretação.

Não parecem estar com a razão os que assim pensam.

A analogia é meio de integração da ordem jurídica, através do qual, formulando raciocínios indutivos com base num dispositivo legal (analogia legis), ou em um conjunto de normas ou dispositivos legais combinados (analogia juris), se preenche a lacuna existente em determinada lei. Nesse caso, há criação de direito, ainda que o processo criador esteja vinculado à norma ou às normas preexistentes levadas em consideração.

Já agora, em homenagem ao princípio da legalidade dos tributos, cabe excluir a aplicação analógica da lei, toda vez que dela resulte a criação de um débito tributário.

A não ser nesse particular, o processo analógico é tão plausível em direito tributário quanto em qualquer outra disciplina, ressalvado, eventualmente, como em todos os demais ramos jurídicos, algum preceito de direito excepcional.

(...) Na exegese da lei fiscal, o intérprete levará em conta não só o elemento léxico, como o lógico (Amílcar Falcão. Introdução ao Direito Tributário. Rio de Janeiro, Forense, 1994, p. 65-71)

3. A Lei 9.249/95 que versa acerca do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica dispõe no art. 15: "A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente , observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; " (Lei n.º 9.249, de 26.12.1995)

4. In casu, a controvérsia a ser dirimida gravita em torno da exegese do referido art. 15, 1º, inciso III, alínea "a", da Lei n.º 9.429/95, para fins de se definir se a atividade desenvolvida pelo instituto recorrido reveste-se do caráter de prestação de serviços, em geral, e portanto sujeito à alíquota do Imposto de Renda de 32% (alínea "a", primeira parte), ou se os serviços de hemodiálise caracterizam-se como médico-hospitalares, que consoante a segunda parte da alínea "a" do preceito discutido, implicitamente, impõe a observância da alíquota prevista em seu caput é de 8% sobre a receita bruta mensal.

5. É cediço que as normas tributárias admitem interpretação analógica, bem como teleológica, por isso que, tributando a lei os "serviços em geral" e excluindo os médico-hospitalares, torna estreme de dúvida que toda e qualquer atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana, está encartada no favor fiscal da redução de alíquota.

6. Hipótese em que o Tribunal a quo, com ampla cognição fática, assentou que os serviços de hemodiálise prestados pelo recorrido revestem-se de natureza de prestação de serviços médico-hospitalares e que, portanto, estaria sujeito à alíquota do Imposto de Renda de 8% sobre a receita bruta mensal (Precedentes das Turmas de Direito Público do STJ: REsp 380087/RS ; Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ de 07/06/2004; REsp 380584/RS ; Rel. Min. GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, DJ de 25/03/2002).

(6)

7. As empresas prestadoras de serviços médico-hospitalares de hemodiálise, nos termos do art. 15, § 1º, inciso III, alínea "a", segunda parte, da Lei n.º 9.249/95, estão sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) incidente sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica.

8. Recurso Especial improvido.""

(REsp nº 673033/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 12.09.2005)

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SOCIEDADE CIVIL PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS DE HEMODIÁLISE. IMPOSTO DE RENDA. BASE DE CÁLCULO. ALÍQUOTA DE 8%. LEI N. 9.249/95. PRECEDENTE.

1. O STJ firmou o entendimento de que às sociedade civis prestadoras de serviços médico-hospitalares de hemodiálise aplica-se o percentual de 8% sobre a receita bruta mensal, para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda. Inteligência do art. 15, § 1º, inciso III, letra "a", da Lei n. 9.249/95.

2. Recurso especial a que se nega provimento."

(REsp nº 380087/RS, Rel. Min. João Otávio Noronha, DJ de 07.06.2004)

"TRIBUTÁRIO PESSOA JURÍDICA SOCIEDADE CIVIL PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS DE HEMODIÁLISE IMPOSTO DE RENDA -ALÍQUOTA DE 8% SOBRE A RECEITA BRUTA MENSAL. A base de cálculo do imposto de renda de sociedade civil prestadora de serviços médico-hospitalares de hemodiálise será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida mensalmente, conforme prevista na legislação de regência (artigo 15, parágrafo 1º, inciso III, letra "a", da Lei nº 9.249/95).

Recurso improvido."

(REsp nº 380584/RS, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 25.03.2002)

Portanto, em que pesem as articulações desenvolvidas pela Fazenda, é de ser firmado o entendimento de que as empresas prestadoras de serviços de apoio a diagnóstico médico por imagem (radiologia, ecografia e tomografia computadorizada) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" inserto no art. 15, § 1º, inciso III, alínea "a", segunda parte, da Lei n.º 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica."

O caso acima, guardadas as suas peculiaridades, amolda-se, como uma luva, à presente demanda.

A Lei nº 9.249/95, no entanto, não definiu de forma expressa o conceito de "serviços hospitalares". Entretanto, a Secretaria da Receita Federal, ao editar a IN nº 306/03, elencou em seu art. 23 quais serviços poderiam ser considerados como hospitalares:

"Art. 23. Para fins do art. 15, § 1º, inc. II, alínea "a", da Lei nº 9.249, de 1995, poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas, diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução de uma das atividades ou a combinação de uma ou mais atribuições de que trata a Parte II, Capítulo 2, da Portaria GM n.º 1.884, de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, relacionadas nos incisos seguintes: II - prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial, compreendemos as seguintes atividades:

a) recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas;

b) realizar procedimentos de enfermagem;

c) proceder a consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência social, de nutrição, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem;

d) recepcionar, transferir e preparar pacientes;

e) assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e realizar procedimentos anestésicos nos pacientes;

f) executar cirurgias e exames endoscópicos em regime de rotina;

g) emitir relatórios médico e de enfermagem e registro das cirurgias e endoscopias realizadas;

(7)

i) garantir o apoio diagnóstico necessário.

III - prestação de atendimento imediato de assistência à saúde, compreendendo as seguintes atividades:

a) nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):

1. triagem para os atendimentos;

2. prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;

3. fazer higienização do paciente;

4. realizar procedimentos de enfermagem;

5. realizar atendimentos e procedimentos de urgência;

6. prestar apoio diagnóstico e terapêutico por 24 hs;

7. manter em observação o paciente por período de 24 horas.

b) nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco (urgência de alta complexidade):

1. prestar o primeiro atendimento ao paciente;

2. prestar atendimento social ao paciente e/ou acompanhante;

3. fazer higienização do paciente;

4. realizar procedimentos de enfermagem;

5. realizar atendimentos e procedimentos de urgência;

6. prestar apoio diagnóstico e terapia por 24 horas;

7. manter em observação o paciente por período de até 24 horas.

IV - prestação de atendimento de assistência a saúde em regime de internação, compreendendo as seguintes atividades:

(...)

V - prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia, compreendendo as seguintes atividades:

a. patologia clínica;

b. imagenologia;

c. métodos gráficos;

d. anatomia patológica;

e. desenvolvimento de atividade de medicina nuclear;

f. realização de procedimentos;

g. realização de partos normais e cirúrgicos; (...)"

Em seguida, a IN nº 480, de 15/12/04, estabeleceu em seu art. 27 o que se deve entender por serviços hospitalares, tendo, nos termos do seu art. 36, revogado a IN nº 306/03:

(8)

"Art. 27. Para os fins previstos nesta Instrução Normativa, são considerados serviços hospitalares somente aqueles prestados por estabelecimentos hospitalares. § 1º Para os efeitos deste artigo, consideram-se estabelecimentos hospitalares, aqueles estabelecimentos com pelo menos 5 (cinco) leitos para internação de pacientes, que garantam um atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos, que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompanhamento dos casos. § 2º Para efeito de enquadramento do estabelecimento como hospitalar levar-se-á, ainda, em conta se o mesmo está compreendido na classificação fiscal do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), na classe 8511-1 - Atividades de Atendimento Hospitalar."

Após, foi editada a In nº 539, de 27/04/05, que estatuiu as alterações seguintes:

"Art. 27. Para fins do disposto nesta Instrução Normativa, são considerados serviços hospitalares aqueles diretamente ligados à atenção e assistência à saúde, de que trata o subitem 2.1 da Parte II da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, alterada pela RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, e pela RDC nº 189, de 18 de julho de 2003, prestados por empresário ou sociedade empresária, que exerça uma ou mais das:

I - seguintes atribuições:

a) prestação de atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em regime ambulatorial e de hospital-dia (atribuição 1);

b) prestação de atendimento imediato de assistência à saúde (atribuição 2); ou

c) prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação (atribuição 3);

II - atividades fins da prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia (atribuição 4) (...)" .

Destarte, as empresas prestadoras de serviços de hemodinâmica (serviços de diagnósticos, exames, intervenções terapêuticas, endovasculares, cardiológicas, neurológicas e vasculares periféricas) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" inserta no art. 15, § 1º, III, "a", segunda parte, da Lei nº 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal a título de IRPJ.

Tal atividade só é possível desde que suas instalações sejam realizadas obrigatoriamente junto a um Hospital, tendo em vista envolver procedimentos médicos terapêuticos de alto risco, exigindo recursos emergenciais caso haja alguma intercorrência.

Tenho como certo que, para o fim de se beneficiar da alíquota diferenciada de 8% para o IRPJ, a pessoa jurídica há de ser enquadrada, conceitualmente, como entidade hospitalar, isto é, expressar estrutura complexa que possibilite, em condições favoráveis, a internação do paciente para tratamento médico. A propósito, além da acima citada, a jurisprudência deste Sodalício corrobora a tese perfilhada:

"TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º, III, "A" E 20 DA LEI Nº 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM. ENQUADRAMENTO.

1. As sociedades civis prestadoras de serviços de diagnóstico por imagens enquadram-se no conceito de "atividades hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei n.º 9.249/95, de modo que a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro será obtida mediante a aplicação das alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta.

2. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.

3. Recurso especial provido." (REsp nº 850428/SC, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 15.09.2006)

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. DEFICIÊNCIA RECURSAL. SÚMULA 284/STF. CSSL. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º, III, "A" E 20 DA LEI Nº 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM. ENQUADRAMENTO.

1. (...)

2. O artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", segunda parte, da Lei nº 9.249/95, além de não vincular o conceito de "serviços hospitalares" ao local em que são prestados, mas sim à sua finalidade, sejam próprios, suporte ou auxiliares daqueles prestados no âmbito hospitalar, merece uma interpretação teleológica, pois objetiva reduzir os custos do tratamento da saúde, ante ser "direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção re recuperação", consoante dispõe o artigo 196 da C.F.

(9)

3. As sociedades civis prestadoras de serviços de diagnóstico por imagens enquadram-se no conceito de "atividades hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, de modo que a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro será obtida mediante a aplicação da alíquota de 12% sobre a receita bruta.

4. Recurso especial provido em parte." (REsp nº 839798/SC, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 15.08.2006)

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º, III, "A" E 20 DA LEI Nº 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM. ENQUADRAMENTO.

1. (..)

2. As sociedades civis prestadoras de serviços de diagnóstico por imagens enquadram-se no conceito de "atividades hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, de modo que a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro será obtida mediante a aplicação das alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta.

3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.

4. Recurso especial improvido." (REsp nº 832636/PR, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 28.06.2006)

"PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. BASE DE CÁLCULO. 12% DA RECEITA BRUTA. ART. 20 DA LEI Nº 9.429/95. "SERVIÇOS HOSPITALARES". ENQUADRAMENTO NO CONCEITO.

I - Os "serviços de radiologia", prestados pelas recorridas (fl. 233), se enquadram no conceito de "serviços hospitalares" para efeito do benefício de redução da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, de 32% para 12% da receita bruta.

II - A primeira Turma desta Superior Tribunal de Justiça vem entendendo, desde o julgamento do REsp nº 673.033/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 12.09.2005, que a exclusão dos serviços médico-hospitalares do âmbito de compreensão do termo "serviços em geral" constante do artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.429/95, deixa claro que "toda e qualquer atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana, está encartada no favor fiscal da redução de alíquota".

III - Embora referido dispositivo verse sobre a base de cálculo do imposto de renda de pessoa jurídica, o posicionamento reflete o tratamento que deve ser dispensado às mesmas instituições que prestam serviço de saúde, pois o artigo 20 da Lei nº 9.249/95 faz remissão à exceção feita pelo mesmo dispositivo. IV - Recurso Especial improvido." (REsp nº 832265/RS, 1ª T., Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 30.06.2006)

"TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA. SERVIÇOS MÉDICOS DE OFTALMOLOGIA E MICROCIRURGIA OCULAR. SERVIÇOS HOSPITALARES. ALÍQUOTA DE 8% SOBRE A RECEITA BRUTA MENSAL. EXEGESE DO ARTIGO 15, § 1º, III, "A" DA LEI Nº 9.249/95. 1. A exemplo dos serviços prestados por sociedades civis na área de hemodiálise e de diagnóstico médico por imagem (radiologia, ecografia e tomografia computadorizada), aqueles de oftalmologia, ainda que realizados com autonomia técnica e administrativa, enquadram-se na essência, ao conceito de "serviços hospitalares" à que alude o art. 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei nº 9.249/95, o que enseja a incidência do imposto de renda no percentual de 8% sobre a receita bruta. 2. Recurso especial improvido." (REsp nº 831731/RS, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 16.06.2006)

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE INFERTILIDADE CONJUGAL. SERVIÇOS HOSPITALARES. APLICAÇÃO DOS ARTS. 15, § 1º, III, "A", E 20 DA LEI N. 9.249/95. IRPJ E CSLL. REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO.

1. São considerados hospitalares os serviços de diagnóstico e tratamento da infertilidade conjugal que incluem a realização de serviços de imagenologia e de procedimentos cirúrgicos.

2. Incidência dos arts. 15, § 1º, III, "a", e 20 da Lei 9.249/95, segundo os quais a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devida pelas pessoas jurídicas prestadoras de serviços hospitalares será de 8% e 12% da receita bruta, respectivamente.

3. Recurso especial não-provido." (REsp nº 778406/RS, 2ª T., Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 29.05.2006)

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. BASE DE CÁLCULO. ART. 15, § 1º, III, "A" DA LEI N.º 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO DE IMAGENS.

1. As sociedades civis prestadoras de serviços de diagnóstico de imagens enquadram-se no conceito de "atividades hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei n.º 9.249/95, de modo que a base de cálculo do imposto de renda será obtida mediante a aplicação da alíquota de 8% sobre a receita bruta.

(10)

2. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.

3. Recurso especial improvido." (REsp nº 787677/PR, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 22.05.2006)

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º, III, "A", E 20 DA LEI N.º 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS. ENQUADRAMENTO.

1. As sociedades civis prestadoras de serviços odontológicos e de intervenções cirúrgicas maxilofaciais enquadram-se no conceito de "atividades hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei n.º 9.249/95, de modo que a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro será obtida mediante a aplicação das alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta.

2. Os serviços de diagnóstico odontológico e de cirurgias maxilofaciais demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares, além de espaço físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado, enquadrando-se no conceito de "atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana" (REsp n.º 673.033/RS, Rel. Min. Luiz Fux).

3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.

4. Recurso especial improvido." (REsp nº 799854/PR, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08.05.2006)

"PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA. CSSL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CLÍNICA MÉDICA. SERVIÇOS HOSPITALARES. ALÍQUOTA INCIDENTE SOBRE A RECEITA BRUTA. ART. 15, § 1º, III, ALÍNEA "A", DA LEI N. 9.249/95.

1. É cediço em brilhante sede doutrinária que:

"Problema diferente é o da analogia, que muitos autores apresentam como processo de interpretação.

Não parecem estar com a razão os que assim pensam.

A analogia é meio de integração da ordem jurídica, através do qual, formulando raciocínios indutivos com base num dispositivo legal (analogia legis), ou em um conjunto de normas ou dispositivos legais combinados (analogia juris), se preenche a lacuna existente em determinada lei. Nesse caso, há criação de direito, ainda que o processo criador esteja vinculado à norma ou às normas preexistentes levadas em consideração.

Já agora, em homenagem ao princípio da legalidade dos tributos, cabe excluir a aplicação analógica da lei, toda vez que dela resulte a criação de um débito tributário.

A não ser nesse particular, o processo analógico é tão plausível em direito tributário quanto em qualquer outra disciplina, ressalvado, eventualmente, como em todos os demais ramos jurídicos, algum preceito de direito excepcional.

(...) Na exegese da lei fiscal, o intérprete levará em conta não só o elemento léxico, como o lógico (Amílcar Falcão. Introdução ao Direito Tributário. Rio de Janeiro, Forense, 1994, p. 65-71)

2. A Lei 9.249/95 que versa acerca do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica dispõe no art. 15: "A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;" (Lei n.º 9.249, de 26.12.1995)

3. Em relação à contribuição social sobre o lucro, a Lei 9249/95, assim determina, no art. 20: "A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. § 1º. A pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente, em relação ao 4o (quarto) trimestre-calendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos 3 (três) primeiros trimestres. "

4. In casu, a controvérsia a ser dirimida gravita em torno da exegese do referido art. 15, 1º, inciso III, alínea "a", da Lei n.º 9.429/95, para fins de se definir se a atividade desenvolvida pela empresa recorrida reveste-se do caráter de prestação de serviços, em geral, estando, portanto, sujeita à alíquota do Imposto de Renda de 32% , ou se os serviços de clínica médica, pediátrica, ginecológica, cirurgia pediátrica e plástica, serviços ambulatoriais, atendimentos de urgência e serviços de complementação diagnóstica, prestados pela empresa autora, caracterizam-se como médico-hospitalares, impondo-se, nesse caso, respectivamente, as alíquotas de 8% e 12%, relativas ao imposto de renda e à contribuição social sobre o lucro com base no lucro presumido, esta última com fulcro no art. 20, do mesmo diploma legal.

(11)

4. É cediço que as normas tributárias admitem interpretação analógica, bem como teleológica, por isso que, tributando a lei os "serviços em geral" e excluindo os médico-hospitalares, torna estreme de dúvida que toda e qualquer atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana, está encartada no favor fiscal da redução de alíquota.

5. Hipótese em que o Tribunal a quo, com ampla cognição fática, assentou que os serviços prestados pela recorrida revestem-se de natureza de prestação de serviços médico-hospitalares e que, portanto, estariam sujeitos à alíquota de 8%, em relação ao Imposto de Renda e à de 12%, no tocante à CSSL, incidentes sobre a receita bruta mensal (Precedentes das Turmas de Direito Público do STJ: RESP 782763/RS, PRIMEIRA TURMA, Rel. Min. José Delgado, DJ 05/12/2005; REsp 380.087/RS; Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ de 07/06/2004; REsp 380584/RS; Rel. Min. GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, DJ de 25/03/2002).

6. A prestação de serviços de clínica médica, com a realização de internações e pequenas cirurgias, enquadra-se no conceito de atividade hospitalar, razão pela qual, nos termos do art. 15, § 1º, inciso III, alínea "a", segunda parte, e 20, da Lei n.º 9.249/95, está sujeita às alíquotas de 8% (oito por cento), a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica , e de 12% (doze por cento), a título de contribuição social sobre o lucro com base no lucro presumido, incidentes sobre a receita bruta mensal.

7. Recurso Especial desprovido." (REsp nº 797976/SC, 1ª T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 02.05.2006)

"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. ART. 15, § 1º, III, A, DA LEI 9.249/95. SERVIÇO PRESTADO POR INSTITUIÇÃO MÉDICA DISTINTA DE HOSPITAL OU PRONTO-SOCORRO. POSSIBILIDADE.

1. (...)

2. "As empresas prestadoras de serviços de apoio a diagnóstico médico por imagem (radiologia, ecografia e tomografia computadorizada) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" inserta no art. 15, § 1º, inciso III, alínea "a", segunda parte, da Lei n.º 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica" (RESP 782.763/RS, 1º Turma, Min. José Delgado, DJ de 05.12.2005).

3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido." (REsp nº 763147/RS, 1ª T., Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24.04.2006)

"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. ART. 15, § 1º, III, A, DA LEI 9.249/95. SERVIÇO PRESTADO POR INSTITUIÇÃO MÉDICA DISTINTA DE HOSPITAL OU PRONTO-SOCORRO. POSSIBILIDADE.

1. (...)

2. "Tributando a lei os "serviços em geral" e excluindo os médico-hospitalares, torna estreme de dúvida que toda e qualquer atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana, está encartada no favor fiscal da redução de alíquota" (Resp 673.033/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ªTurma, DJ de 12.09.2005).

3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido." (REsp nº 803338/PR, 1ª T., Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24.04.2006)

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA SOBRE O LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇO DE APOIO A DIAGNÓSTICO MÉDICO POR IMAGEM (RADIOLOGIA, ECOGRAFIA E TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA). ENQUADRAMENTO NO CONCEITO DE ATIVIDADE HOSPITALAR. ALÍQUOTA DE 8%. ART. 15, § 1º, III, "A",LEI 9.249/95. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO RECONHECIDA.

1. (...)

3. A Lei 9.249/95, que dispõe sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, assevera no seu art. 15 que: "A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares."

4. As empresas prestadoras de serviços de apoio a diagnóstico médico por imagem (radiologia, ecografia e tomografia computadorizada) enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares "inserta no art. 15, § 1º, III, "a", segunda parte, da Lei 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica.

(12)

Na hipótese em tela, a recorrente não se enquadra na fundamentação acima desenvolvida. O acórdão de 2º grau, bem ou mal, entendeu, com base nas provas depositadas nos autos, que a recorrente não presta serviços hospitalares.

Impossível, em sede de recurso especial, reexaminar as provas que serviram de base para firmar o entendimento do Tribunal a quo, em face do óbice da Súmula nº 07/STJ.

Por tais razões, NEGO provimento ao recurso especial. É como voto.

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

PRIMEIRA TURMA

Número Registro: 2006/0068076-8 REsp 833089 / PR

Número Origem: 200370010172789 PAUTA: 21/11/2006 JULGADO: 21/11/2006 Relator

Exmo. Sr. Ministro JOSÉ DELGADO Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. CÉLIA REGINA SOUZA DELGADO Secretária

Bela. MARIA DO SOCORRO MELO

AUTUAÇÃO

RECORRENTE: SERVIÇO DE HEMODINÂMICA DE ARAPONGAS S/C LTDA ADVOGADO: MARCELO DE LIMA CASTRO DINIZ E OUTRO

RECORRIDO: FAZENDA NACIONAL

PROCURADOR: RODRIGO PEREIRA DA SILVA FRANK E OUTROS ASSUNTO : Tributário - Imposto de Renda - Pessoa Jurídica

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão.

(13)

Brasília,21 de novembro de 2006 MARIA DO SOCORRO MELO - Secretária

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