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Recuperação de Áreas da Caatinga Degradadas Pela Exploração Para Agricultura no Ce (1)

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Academic year: 2021

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Recuperação de Áreas da Caatinga Degradadas Pela Exploração Para

Agricultura no Ce

(1)

Antonia Thamara Nathana dos Santos

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; Fiama Beatriz Tavares

(3)

;

Karidja Kalliany Carlos de Freitas Moura

(4)

; John Lenon Vasconcelos Fonteles

(5)

;

Jaltiery Bezerra de Souza

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.

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Trabalho executado com recursos próprios.

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Especialista em Gestão Ambiental pela Faculdade do Vale do Jaguaribe-FVJ, Mossoró/RN; E-mail: thamara_nathana@hotmail.com; (3) Graduanda em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Semi Árido – UFERSA, Mossoró/RN E-mail: fiama_beatryz@hotmail.com; (4) Professora da Faculdade do Vale do Jaguaribe-FVJ, Polo Mossoró/RN; E-mail: karidja.moura@fvj.br; Mestrando em manejo solo e água pela Universidade Federal Rural do Semi Árido, Mossoró/RN E-mail: lenon.ce@hotmail.com; (5) Graduando em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/EAJ, Macaíba/RN, E-mail: jaltierytecseg@gmail.com

RESUMO: A caatinga é um bioma

exclusivamente brasileiro que ocupa aproximadamente 10% do território nacional. Sua mata tem sido muito devastada, principalmente nos últimos anos, com fins para o consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal, a conversão da vegetação para pastagens e agricultura. Entre as soluções apresentadas para minimizar esses efeitos negativos, estão as várias técnicas de recuperação de áreas degradadas, seja por reflorestamento com mudas ou semeadura direta no campo, condução da regeneração natural, entre outros. O reflorestamento de áreas degradadas é uma estratégia de recuperação, fundamental para melhorar os atributos físicos e químicos dos solos, além de fornecer através da cobertura vegetal, a proteção necessária para diminuir a perda de sedimentos por erosão hídrica. Assim, objetivou-se avaliar o desenvolvimento de espécies arbóreas implantadas nas áreas exploradas pelo cultivo agrícola, numa fazenda em Icapuí-CE. Verificou-se que apesar das espécies da caatinga serem conhecidas por sua resistência, quando estão em seu estado de muda, as plantas necessitam de cuidados para vingarem. O crescimento da Catingueira, Jurema preta, Sabiá e catanduba, em área degradada da Caatinga foi observado principalmente na segunda área (denominada P31), em função das melhores condições ofertadas a essa área.

Termos de indexação: Reflorestamento, Produção

de mudas, Desmatamento.

INTRODUÇÃO

A Caatinga é hoje um dos biomas brasileiros mais alterados pelas atividades antrópicas. As alterações são resultado de usos irracionais indo desde a exploração de madeira para combustível

até asubstituição da vegetação nativa por práticas agrícolas inapropriadas. Toda essa devastação, aliada ao clima, fez a Caatinga apresentar hoje as maiores áreas dentro do território nacional que passam por processo de desertificação (MMA/SBF, 2002). Segundo Embrapa (2010) e Santos (2007), este processo degradador caracteriza-se em quatro núcleos, localizados em Gilbués, PI; Irauçuba, CE; Seridó, RN; Cabrobó e Belém do São Francisco, PE. Segundo o estudo, o processo foi causado pelos cultivos, principalmente, do algodão e pelo extrativismo, aliados às secas cíclicas prolongadas, com exceção de Gilbués, onde a mineração foi a causa da degradação.

A atividade humana não sustentável, como a agricultura de corte e queima, a qual converte remanescentes de vegetação em culturas de ciclo curto; o corte de madeira para lenha; a caça de animais e a contínua remoção da vegetação para a criação de bovinos e caprinos tem levado ao empobrecimento ambiental, em larga escala, da Caatinga (LEAL et al., 2005). As propriedades rurais de base familiar, em detrimento das condições de clima e solo, têm a pecuária como principal exploração econômica que, por não ser realizada de forma sustentável, exerce bastante pressão sobre a biodiversidade da Caatinga, intensificando a degradação desse bioma.

Segundo (MAIA, 2012, p.19) “o Ceará é o estado que tem maior devastação da vegetação nativa, com apenas 16% da cobertura vegetal”.

A Caatinga, além de ser um bioma sob forte pressão antrópica, tem o processo de recuperação de suas áreas degradadas dificultado devido ás condições adversas do meio, em especial as chuvas torrenciais de grande poder erosivo, e os longos períodos de seca. Neste bioma, o isolamento da área é essencial à sua recuperação, pois propicia o acúmulo de matéria orgânica e a sucessão ecológica. A reposição do estrato arbóreo protege o

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fazenda em Icapuí-CE.

MATERIAL E MÉTODOS 2 METODOLOGIA

2.1 Localização e caracterização da área

O trabalho foi desenvolvido em duas áreas degradadas da empresa Agrícola Famosa, localizada no município de Icapuí-CE, entre as coordenadas geográficas de 04º 42' 47" S de latitude e 37º 21' 19" W de longitude. Faz fronteira com o estado do Rio Grande do Norte e, no Ceará, com a cidade de Aracati, de onde foi desmembrado em 15 de janeiro de 1985 (Decreto Lei 11.003).

O município possui uma área de 428,69 km² e a maior parte da população, de 18.381 habitantes (BRASIL, 2015), distribuída ao longo da planície costeira. Está inserido na microregião do baixo Jaguaribe. A partir de julho as precipitações diminuem até novembro (com a menor média em torno de 1,25mm no mês de outubro). Com relação à temperatura media mensal, foram registradas oscilações térmicas com médias que variam em torno de 27ºC, com máximas entre 31ºC a 32ºC (FUNCEME, 2012).

As áreas de estudo não apresentavam cobertura arbórea (Figuras 1A e 1B), como resultado da exploração agrícola intensiva, resultando em redução da fertilidade e da capacidade produtiva do solo, redução da cobertura vegetal propiciando a erosão, em função da ação direta do homem sobre o sistema solo-planta-atmosfera por meio da inserção de práticas que destroem o equilíbrio das condições naturais.

Figuras 1A e 1B. Áreas antes do processo de reflorestamento.

Foram observadas duas áreas, a primeira é denominada F11 (Figura 1A) e tem um tamanho de

plantio, porém foi utilizada para o reflorestamento, decorrente de um desmatamento feito em outra área para também atender as exigências da legislação.

2.2 Produção de mudas

Foram produzidas mudas de Catingueira, Jurema preta, Sabiá e catanduba no viveiro da Empresa, Icapuí-CE. A semeadura ocorreu em diretamente nos tubetes. Em seguida, foram preparados sacos plásticos com 4L de substrato composto de material de subsolo e esterco caprino, na proporção de 3:1 (3 – substrato e 1 – esterco caprino).

2.3 Plantio das mudas

Foram selecionadas no viveiro as mudas mais vigorosas e plantadas no campo. Aproximadamente 30 dias após o plantio das mudas foi realizado um coroamento de 50 cm de diâmetro ao redor das mudas, com a finalidade reduzir a competição do estrato herbáceo.

No decorrer do período de acompanhamento das mudas transplantadas, observou-se as espécies que obtiveram melhor desenvolvimento, além de observar os tipos de plantas que se desenvolveram espontaneamente, para favorecer na melhoria das áreas que serão posteriormente reflorestadas.

RESULTADOSEDISCUSSÃO

Na área F11 foram plantadas as seguintes espécies que fazem parte do bioma caatinga: Catingueira, Jurema preta, Sabiá e catanduba. Observou-se na (Figura 2A) que as mudas plantadas não vingaram, um dos problemas para isso é que as mudas não foram irrigadas e plantadas em um período de seca. A área foi reflorestada em um período de safra para empresa, ao qual redirecionou atenção, apenas ao plantio de suas espécies frutíferas.

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Figuras 2A e 2B. Mudas mortas da área F11/ Área com surgimento de jurema.

Segundo Melo e Cruz (2013) o reflorestamento deve iniciar com a preparação do solo para em seguida realizar-se a plantação das sementes, após a quebra de dormência. As sementes devem ser semeadas no viveiro de mudas, inserindo o grão sob uma pequena camada de terra, próximo à superfície. Esta pequena quantidade de terra deve ser suficiente para cobrir a semente e ao mesmo tempo garantir que, quando o broto comece a crescer não tenha dificuldades para sair do solo. Devendo essa atividade ser realizada logo que começar o inverno, após as primeiras chuvas, a fim de permitir um melhor pegamento das mudas.

Observou-se também, o aparecimento de algumas espécies nativas, ao qual não foram das mudas plantadas, como a Jurema preta (Mimosa

tenuiflora) (Figura 2B), o que mostra a real

resistência de algumas espécies até mesmo ao desmatamento. Outro fator , é que o solo já estava improdutivo para o plantio, o que pode ter ajudado para o não desenvolvimentos das mudas.

Em área de reflorestamento, as atividades passam a ser refletidas, sobretudo na qualidade de seu solo. Como a cobertura vegetal e o solo têm uma intensa comunicação, estes passam a sofrer impactos tanto do ponto de vista dos recursos naturais, quanto da população (MELO e CRUZ, 2013).

Na segunda área (denominada P31) (Figura

3), foram plantas as especies: Catingueira, Jurema

Preta, Sabia e Catanduba. Onde podemos observar que as mudas obtiveram melhores resultados, decorrentes da irrigação feita no ambiente. Nela, também se desenvolveram outras espécies aos quais não foram plantadas como o marmeleiro (cróton sonderianus) e algumas espécies gramíneas. Podemos perceber que a maioria dos empreendedores da área rural na região não recebe orientações técnicas para realizar o reflorestamento das áreas agricultáveis.

Figura 3. Área P31, após o reflorestamento.

Assim, para ampliar o reflorestamento é necessária uma união entre agricultores e governos para que esta atividade possa garantir a sustentabilidade agrícola na região, bem como, preservação de flora e fauna. As características físicas e químicas do solo juntamente com os teores de umidade, normalmente associados à topografia e a competição com ervas daninhas, são os fatores de maior influencia no crescimento das espécies testadas em projetos de recuperação de áreas degradadas.

CONCLUSÕES

Verificou-se que apesar das espécies da caatinga serem conhecidas por sua resistência, necessitam de condições edafoclimáticas para emergência, crescimento e desenvolvimento.

O crescimento da Catingueira, Jurema preta, Sabiá e catanduba, em área degradada da Caatinga foi observado principalmente na segunda área (denominada P31), em função das melhores condições ofertadas a essa área.

Em recuperação de áreas degradadas, o plantio de mudas deve observar o preparo da área, abertura de covas, disponibilidade hídrica, propiciando melhores condições para o pegamento das mudas e consequentemente maiores chances para que a caatinga seja devidamente conservada e restaurada.

REFERÊNCIAS

ALVES, Jose Jakson Amancio. Geoecologia da caatinga no semi-árido do Nordeste brasileiro. CLIMEP: Climatologia e Estudos da Paisagem, Rio Claro, v.2, n.1, p. 58-71, 2007.

ARAÙJO FILHO, J.; CARVALHO, F. C. de. Desenvolvimento sustentado da Caatinga. In: ALVAREZ V. et al. (Eds.). O solo nos grandes

domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa: SBCS,

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EMBRAPA. Manual para recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na Caatinga. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2010. 78f EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Centro Nacional de Pesquisa de Solos / UEP Recife / CPATSA. ZANE. Zoneamento Agroecológico do Nordeste. 2000. Disponível em: <http://www.cnps.embrapa.br/zapenet/index.htm> Acessado em 25/08/2015.

FUNCEME. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Naturais. Governo do Estado do Ceará. Disponível em: www.funceme. Acesso em: 20 de julho de 2012.

GARCIA, Yara Manfrin. O código Florestal Brasileiro e suas alterações no congresso nacional. Rev.

GeoAtos, São Paulo, p.54-4, 2012.

LEAL, I. R.; SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M. & LACHER Jr.,T. E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Revista Megadiversidade, v. 1, p.139- 146, 2005.

MMA/SBF - Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Avaliação e

identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília: MMA/SBF, 2002. 404 p.

MELO, C.C.F.; CRUZ, M.L.B. Reflorestamento

como indicador ambiental: A sustentabilidade no riacho São Gonçalo inserido na bacia do alto Jaguaribe. Revista GeoUECE - Programa de

Pós-Graduação em Geografia da UECE Fortaleza/CE, v.2, nº1, p.7-17, jan./jun.,2013. Disponível em http://seer.uece.br/geouece.

SANTOS, C. A. F. Zoneamento agroecológico do nordeste e mapas de vegetação como ferramentas para a prospecção e conservação de recursos genéticos vegetais. Boletim de Pesquisa e

Desenvolvimento, 73, Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE, 24 p., 2007.

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