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CARTA DAS ÁGUAS DO ACRE 2015

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Fone: (68) 3224- 8786/3224-3990 / Fone/Fax: (068) 3223-2760 / E-mail: sema@ac gov.br

CARTA DAS ÁGUAS DO ACRE 2015

A Carta das Águas do Acre 2015 é o documento resultado do “Seminário Água e Desenvolvimento Sustentável” realizado pelo Governo do Estado do Acre, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA no dia 20 de março de 20015, com o objetivo de promover reflexão, análise, sensibilização do público em geral, bem como a proposição de medidas práticas de mitigação e adaptação aos eventos extremos vivenciados no Estado.

Contou-se com a parceria do Instituto de Mudanças climáticas – IMC, do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento – Depasa, da Earth Innovation Institute - EII, Secretaria de Meio Ambiente do Município de Rio Branco – Semeia/RB , Woods Hole Research Center – WHRC/Parque Zoobotâncio – UFAC e S.O.S. Amazônia, e a participação de várias entidades governamentais dos âmbitos federal, estadual e municipal, e não governamentais e universidades.

O seminário foi dividido em dois temas centrais: Mudanças climáticas globais e

os efeitos dos eventos extremos no nível local; e os Instrumentos para controle e mitigação dos eventos extremos no Acre.

Pressuposto

Celebrado mundialmente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela Organização das Nações Unidas ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - a Eco-92, no Rio de Janeiro. Desde então, as celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela ONU, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos. Entre os temas já escolhidos para a data estão: água e energia, cooperação pela água, água e segurança alimentar, águas transfronteiriças, saneamento, água limpa para um mundo saudável, lidando com a escassez de água e água para as cidades: respondendo ao desafio urbano.

No ano de 2015 o tema do dia Mundial das Águas é “Água e Desenvolvimento Sustentável”. Água é um bem necessário para que o Planeta enfrente os desafios das próximas décadas. Com o as mudanças climáticas, que vem ocorrendo e a partir de eventos que causam danos em todas as áreas da vida no Planeta, é crucial melhorar o conhecimento e compreensão, em todos os níveis, dos recursos hídricos para desenvolver,

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gerenciar e proteger melhor esse recurso e usá-lo de maneira eficiente, equitativa e sustentável. A água, como um bem econômico, é um recurso finito e vulnerável, essencial para a sustentação da vida, por isso requer uma gestão efetiva através de ações integradas e participativas que protejam os ecossistemas naturais e, ao mesmo tempo, propiciem o desenvolvimento social e econômico. Apesar de nosso planeta ser repleto de água, existe o fato de essa quantidade não estar distribuída igualmente por todo o território, consequentemente, existem locais onde esse recurso é considerado excasso, portanto valioso. Em virtude dessa desigualdade de distribuição, em várias regiões no planeta ocorrem verdadeiros conflitos por água. Além disso, a poluição causada pelas atividades humanas faz com que a água mesmo onde esteja disponível, seja imprópria para o consumo.

A Terra possui 1,4 milhões de quilômetros cúbicos de água, sendo que apenas 2,5% desse total é doce. Os rios, lagos e reservatórios, de onde a humanidade retira o que consome, só correspondem a 0,26% desse percentual. Em todo mundo, 10% da utilização da água vai para o abastecimento público, 23% para a indústria e 67% para a agricultura. Daí a necessidade de preservação dos recursos hídricos.

Um dos maiores detentores de reserva de água doce do mundo é o Brasil, atingindo 12% do total mundial. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. A Amazônia, por exemplo, detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d’água do Rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Mas o país ainda peca com o desperdício de água tratada, a poluição hídrica, e a devastação de Áreas de Preservação Permanentes – APPs que assoreiam leitos de rios e “matam” nascentes.

O comportamento do ciclo hidrológico em nosso estado é variável no tempo e no espaço, e nem sempre condizentes com as previsões e as estações climáticas observadas na Amazônia e principalmente no Acre. Nos últimos 10 anos eventos extremos como as inundações colocam em risco frequentemente a população ribeirinha do Estado, causando prejuízos muitas vezes irreparáveis. Não se pode deixar de citar também os volumosos recursos que os governos das três esferas gastam para atender as pessoas neste período. No período das secas os problemas que se apresentam também interferem significativamente na vida da população, seja pela baixa das águas dos rios que dificulta a captação para abastecimento das cidades, diminuição da umidade relativa do ar que causa doenças na população, e consequentemente a necessidade de maior de investimento na

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área da saúde, além das dificuldades enfrentadas pelos produtores com a falta de chuvas regulares nesse período.

A ocorrência de secas severas e enchentes avassaladoras em áreas desabitadas ou que não se constituem objetos de vantagens socioeconômicas, políticas e ambientais, não passam de fenômenos físicos. Porém , quando esses fenômenos afetam significativamente a vida política, econômica e social das cidades atingidas, merecem da sociedade em geral um melhor aprofundamento no conhecimento destes fatos, para que seja possível planejar as ações e evitar ou atenuar os efeitos da falta ou excesso de água.

O Governo do Estado do Acre, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – Sema, vem investindo fortemente em estudos de seus recursos hídricos. Em 2012, durante a Rio+20, a SEMA lançou o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PLERH/AC, no intuito de atender não somente a demanda da legislação brasileira, mas da própria população acriana, de forma a institucionalizar a política de gestão dos recursos hídricos no Estado, priorizando a preservação, a qualidade e a quantidade, aliados à necessidade do uso racional e consciente para garantir sobrevivência às futuras gerações. O PLERH/AC foi construído com a participação de vários segmentos da sociedade, trazendo em seu bojo 20 programas direcionados a conservação dos recursos hídricos. O arranjo desse seminário se constitui na busca de fortalecer a implementação do Plano estadual de Recursos Hídricos.

As proposições, criticas e sugestões, levantadas durante o seminário, representam uma perspectiva de mudança ou adaptações à forma de implementação das ações na área de Recursos Hídricos.

A partir dos debates surgiram as recomendações a seguir:

 Pesquisa e Desenvolvimento sobre mitigação e adaptação aos extremos climáticos no Estado;

 Programa de capacitação e formação em mudanças climáticas e assuntos correlatos para os técnicos e público em geral;

 Gestão do conhecimento relativa à mitigação e adaptação aos extremos climáticos nas secretarias afins;

 Mapeamento de Vulnerabilidade do Ambiente e das Populações nas Bacias Hidrográficas Acrianas;

 Fortalecimento da Gestão dos Recursos Hídricos por meio da implementação das ações previstas no PLERH-AC e no Pro-gestão

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(Programa de consolidação do pacto nacional pela gestão das águas - ANA));

 Fortalecimento da Unidade de Situação permanente e da CEGdRA / Gestão de Riscos Ambientais e Redução de Riscos de Desastres – RRD;

 Arquitetura sustentável em obras dos programas habitacionais do Acre (cobertura verde, maior ventilação natural, maior aproveitamento da iluminação natural e reuso da água);

 Licitação Pública Sustentável (por exemplo: substituição progressiva do diesel por biodiesel na frota de veículos do Estado, uso de papel reciclado nos órgãos públicos, troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas fluorescentes nos mesmos, incluindo apelos ambientais sustentáveis como forma de classificação nas propostas das empresas concorrentes;

 Fortalecimento do processo de implementação e uso das salvaguardas socioambientais do SISA;

 Armazenamento de água da chuva em áreas com dificuldade de abastecimento / implementação de cisternas;

Estabelecer a prática do reuso de águas nas repartições públicas;

 Implantação de fogões ecoeficientes em áreas rurais (vide experiência do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis – IDER);  Adoção de técnicas conservacionistas do solo na agropecuária /

Implementação de sistemas integrados de produção agropecuária;

 Recuperação de nascentes e matas ciliares nas bacias hidrográficas prioritárias e estratégicas para abastecimento público (encontrar mecanismos que possibilitem a desobstrução dos cursos naturais de igarapés e córregos em áreas rurais produtivas)

 Inclusão dos municípios do interior do Acre no Programa Cidades Resilientes e no Programa Cidades Sustentáveis;

 Elaboração de Planos Diretores e Revisão do Plano Diretor de Rio Branco com base na abrangência e efeitos da alagação do Rio Acre em 2015;  A regularização de vazão do Rio Acre para controle de cheias precisa ser

vista como prioridade máxima;

 Possibilitar estágio para alunos das Universidades tanto publica como particulares nas instituições governamentais;

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 Maior envolvimento dos estudantes e da sociedade como um todo no processo de gestão dos recursos hídricos;

 Informações e sistemas de alerta mais efetivos e com maior alcance para as comunidades rurais;

 Grupo técnico mais preparado das instituições que realizam atividades correlatas com a gestão dos recursos hídricos;

 Novas tecnologias para automação total dos dados relativos a gestão de recursos hídricos e gestão de risco de desastres ambientais;

 Investir em adaptação no Estado para fazer frente aos eventos extremos de seca e inundações para minimizar os impactos socioeconômicos;

 Capacitação de gestores das instituições que realizam atividades correlatas à gestão dos recursos hídricos com visão sistêmica e interdisciplinar.

As propostas deste seminário representam uma perspectiva de mudança aos velhos paradigmas que dão suporte aos nossos cenários de crises de água e ao excesso dela em épocas distintas no Estado e na região Amazônica como um todo. Diante do desafio de implementar ações eficientes de gestão compartilhada e o uso sustentável dos recursos hídricos no Estado, registrar novas proposições de medidas para garantir a quantidade e qualidade é de fundamental importância.

Referências

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